Jornal Valor --- Página 1 da edição "26/06/2014 2a CAD A" ---- Impressa por ivsilva às 25/06/2014@22:27:11
Jornal Valor Econômico - CAD A - BRASIL - 26/6/2014 (22:27) - Página 1- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW
Enxerto
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Quinta-feira, 26 de junho de 2014 | Ano 15 | Número 3534 | R$ 5,00
Destaques
Vender ativos já rendeu R$ 7 bi à Oi
Com a venda de 1.641 torres para a SBA, a
Oi já arrecadou quase R$ 7 bilhões desde o
fim de 2012, quando iniciou a estratégia
de se desfazer de ativos não estratégicos
para reduzir a dívida. B6
Mudança de imagem
Com o desenrolar dos jogos, a imagem
internacional do Brasil, que sofreu danos na preparação da Copa, recebe agora uma apreciação mais positiva da imprensa na Europa, segundo editores e
colunistas ouvidos pelo Valor. B1 e B8
Pif Paf foca mercados regionais
Após ver frustrada a tentativa de encontrar um sócio estrangeiro para se tornar
uma empresa de porte nacional, o frigorífico Pif Paf abandona os planos de
expansão e concentra suas atenções nos
mercados regionais. B12
Moody’s vê Brasil em ‘círculo vicioso’
Em estudo sobre a nota de crédito brasileiro, a Moody’s afirma que o futuro presidente terá de romper o “círculo vicioso” de pessimismo e baixo crescimento
que afeta a economia do país. C10
Indústria de máquinas
e equipamentos está
em recessão, afirma
Bernardini B2
Roterdã será sócio em
porto de R$ 5 bi no ES
André Borges
De Brasília
O Porto de Roterdã, empresa controlada pelo governo holandês e pela
prefeitura de Roterdã, conhecida como uma das principais operadoras
portuárias do mundo, decidiu entrar
na sociedade daquele que pretende
ser o maior porto privado do Brasil. O
chamado Porto Central de Presidente
Kennedy, que será erguido no litoral
sul do Espírito Santo, vai receber investimentos de R$ 5 bilhões.
A previsão é que as obras sejam iniciadas em janeiro. Pelo projeto original, Roterdã atuaria apenas como gestor do empreendimento. Com a mudança na lei dos portos, que abriu o
setor para investimentos privados e
operação de diversos tipos de carga, a
Mobilidade Urbana
Alta de preços
amplia déficit
do petróleo
Metade das obras de mobilidade prometidas há sete anos quando o país foi escolhido
para sediar a Copa não foram entregues.
Mas especialistas defendem o legado do torneio. “Serviu de pretexto para obras necessárias há décadas. Numa situação tão carente,
qualquer ajuda é bem-vinda”, diz. Alexandre Rojas, da UERJ. Caderno especial
Multimercados ainda patinam
Os multimercados ensaiaram sair do inferno astral em que entraram no pós-crise, com
a ajuda da queda dos juros, mas com o atual
cenário de incertezas está claro que a categoria ainda não recuperou a simpatia do investidor. Nos últimos 12 meses, houve resgate líquido de R$ 26 bilhões. D1 e D2
Abandono de emprego
Costume difundido entre empresas, de publicar anúncios em jornal convocando empregado que deixou o trabalho sob pena de
demissão por abandono de emprego, tem
levado a condenações por dano moral. E1
Desafios ao crescimento
Caberá ao novo presidente da República a
missão de transformar em realidade projetos de infraestrutura avaliados em R$ 1,2 trilhão até 2018. Mais do que uma questão de
recursos, o setor espera soluções para problemas burocráticos, regulatórios e tributários. A revista “Valor Setorial - Infraestrutura” circula hoje para assinantes do jornal.
Ideias
Ribamar Oliveira
Arrecadação de tributos administrados
pela Receita, excluído o INSS, pode ter
registrado queda real em maio. A2
Marcelo Neri
Estimativas de crescimento restritas à
renda do trabalho nas áreas metropolitanas da PME são conservadoras. A12
Indicadores
Bovespa (25/06/14)
Dólar comercial
-1,58 %
Mercado
R$ 6,3 bi
2,2040/2,2060
(25/06/14)
Dólar turismo
BC
São Paulo
2,2046/2,2052
2,0500/2,3800
(25/06/14)
Euro
Rio
Reais/Euro (BC)
2,1500/2,3300
3,0062/3,0077
(25/06/14)
US$/Euro (BC)
1,3636/1,3639
empresa decidiu entrar diretamente
no negócio, disse ao Valor o presidente do Porto Central, José Maria Novaes.
O Porto de Roterdã terá 30% do projeto. Uma participação próxima de
70% ficará nas mãos da TPK Logística,
empresa criada no Espírito Santo com
o propósito exclusivo de tocar o empreendimento. A TPK, segundo Novaes, tem 60% de sua composição controlada pelo grupo Polimix, uma das
maiores concreteiras do país. Os demais 40% pertencem a três investidores locais, donos das terras onde o
porto será construído. Completa o
grupo de acionistas o governo do Espírito Santo, que deverá ter uma pequena participação, de cerca de 1%,
por ceder áreas complementares ao
empreendimento.
Dos R$ 5 bilhões de investimento,
70% virão de financiamento. O projeto
já foi previamente apresentado ao
Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), que deve
ser o grande financiador do Porto
Central, disse Novaes. O executivo não
descarta, porém, a entrada de bancos
estrangeiros, dado o acesso facilitado
do governo holandês a recursos de
bancos europeus.
Para negociar o empréstimo, os sócios ainda aguardam a emissão da licença prévia ambiental do projeto,
que está em fase de conclusão pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). “Tivemos uma reunião na semana passada. A licença deve ser liberada entre 15 e 30 dias. A partir daí,
vamos entregar a carta-consulta ao
BNDES”, disse Novaes. Página B1
Intercâmbio
Rodrigo Pedroso
De São Paulo
A guerra civil iraquiana elevou os preços do petróleo no mercado internacional e deve reduzir o saldo comercial do
setor neste ano. Segundo analistas, a
perspectiva é que a elevação de preço,
que deve chegar a 10% e durar entre dois
e três meses, afetará mais a conta de importações de derivados do que as vendas externas de óleo cru. Nos cálculos da
GO Associados, o déficit na balança de
petróleo e derivados do Brasil pode aumentar em até US$ 2 bilhões, subindo
dos US$ 20,5 bilhões projetados no início do ano para US$ 22,3 bilhões.
Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura, diz que mesmo
se o conflito no Iraque se acirrar, os preços não devem subir muito mais. Ele explica que há grande oferta de petróleo no
mercado mundial, de vários fornecedores como EUA, Brasil, México e países
africanos. Caso a alta dure poucos meses
e a cotação volte ao nível de US$ 100, a Petrobras pode adiar compras à espera de
preços menores preços, diz José Augusto
de Castro, presidente da Associação de
Comércio Exterior do Brasil. Página A3
Cessão onerosa
pode chegar a
20 bi de barris
Cláudia Schüffner
Do Rio
As novas pesquisas na área da cessão
onerosa do pré-sal indicam a existência
de 15 bilhões a 20 bilhões de barris de
óleo equivalente recuperáveis. O cálculo
inclui as áreas de Franco (agora Búzios),
Entorno de Iara, Florim, Nordeste de Tupi, Sul de Lula e Sul de Guará, disse a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard,
ao Valor PRO, serviços de informação em
tempo real do Valor. Das áreas que fazem
parte da cessão onerosa, só Sul de Guará
tem reservas menores que o esperado, o
que será compensado em Sul de Tupi.
Ao comentar a decisão do governo de
contratar a Petrobras, sem licitação, para
explorar o volume excedente dos campos
do pré-sal, Magda disse que se não forem
achados os volumes previstos “vale o que
está no contrato de partilha de produção”.
Na Bolsa, as ações da Petrobras fecharam
novamente em queda forte. Analistas acreditam que a empresa terá dificuldade para
manter o plano de investimentos diante da
necessidade de um novo desembolso de
caixa. A decisão alimentou dúvidas sobre a
governança da estatal. Páginas B3 e C2
Crédito dá
mais sinais
de fraqueza
Alex Ribeiro, Eduardo Campos e
Carolina Mandl
De Brasília e São Paulo
A concessão de crédito está desacelerando mais fortemente que o previsto. O Banco Central reduziu de 13%
para 12% o crescimento do estoque de
crédito esperado para o ano. A expansão anualizada recuou entre abril e
maio de 13,4% para 12,7%, comparada
a iguais meses de 2013 — pela primeira vez abaixo das previsões do BC. Para
os bancos privados nacionais, a expectativa de aumento na oferta de crédito
recuou de 10% para 6%. Em maio, o
avanço nas concessões foi mais forte
nos bancos públicos e no crédito direcionado e mais fraco nos privados e no
crédito livre. Com isso, bancos públicos aumentaram sua fatia no crédito
de 52,18% para 52,35%. Página C1
Mundial no
Brasil bate
recorde nas
redes sociais
Valor
na Copa
Loretta Chao
The Wall Street Journal, de São Paulo
ANA PAULA PAIVA/VALOR
STF rejeita prisão
domiciliar a Genoino e
libera trabalho externo
a Dirceu A9
Economia verde virá
pelo bem ou pelo mal,
diz Steven Stone, do
Pnuma A11
Maior banco de varejo da Itália, o Intesa Sanpaolo vai abrir filial no Brasil para atender empresas
italianas no país e companhias brasileiras com negócios na Europa, diz Gaetano Miccichè. Página C10
A Copa do Mundo no Brasil está a
caminho de se tornar o maior evento
global da história das redes sociais. O
Facebook informou que um total de
141 milhões de usuários postaram
459 milhões de interações em seu site
durante a primeira semana da Copa. É
um número maior que o total de registros durante a cerimônia do Oscar,
os Jogos Olímpicos de Inverno e o Super Bowl (a final do campeonato de
futebol americano) somados.
O Twitter informou que vem registrando um volume enorme de mensagens,
com 12,2 milhões de tweets durante a vitória do Brasil sobre a Croácia no jogo de
abertura e 8 milhões durante o jogo dos
Estados Unidos contra Portugal. Números finais só serão divulgados em meados
de julho. Até agora, as estatísticas de jogos individuais apontam para um tráfego diário no Twitter maior que o visto durante os Jogos Olímpicos de Londres.
O aumento nas interações nas redes
sociais reflete, em parte, o fato de que
há mais pessoas on-line. Página B9
Dilmaconsegueapoiodedezpartidos
Raymundo Costa
De Brasília
Embora tenha sido levada a ceder em
aspectos que antes considerava fora de
cogitação, como a troca de comando no
Ministério dos Transportes, o saldo do
período de convenções, que termina segunda-feira, é favorável à candidatura
da presidente Dilma Rousseff.
Algumas das decisões tomadas ontem ainda estão sub judice ou sujeitas à
homologação das cúpulas partidárias,
mas é certo que Dilma conseguirá repetir uma coligação com o mesmo número de partidos que reuniu há quatro
anos: dez, incluindo o PT.
Os acertos de última hora que permitiram à presidente manter o apoio
de partidos como PR, PP e PSD, por
exemplo, garantem à aliança governista algo entre 10 e 12 minutos de tempo
no horário de propaganda eleitoral no
rádio e televisão. Esse era o objetivo
central da atual fase da campanha da
presidente. O governo considera fundamental dispor de um bom espaço
para mostrar o que fez e falar das possibilidades de um novo mandato para
Dilma Rousseff. Páginas A5 e A6
Super-ricos mantêm fatia da renda no país
Denise Neumann
De São Paulo
A queda da desigualdade de renda no
Brasil no século XXI não alterou a parcela
detida pelo 1% mais rico. Ela era e continuou em torno de 17%, em 2000 e 2010,
de acordo com os censos. Se neste sentido o Brasil não é tão diferente dos países
desenvolvidos, em que a concentração
de renda tem aumentado no topo da pirâmide, uma pequena parcela da renda
dos 10% mais ricos migrou para os 60%
mais pobres ao longo desse período.
A participação dos 60% mais pobres na
renda passou de 18,1% em 2000 para
21,5% em 2010. Essa melhora ocorreu
porque, na média, a renda dessa parcela
da população cresceu 155% na década,
enquanto a dos mais ricos subiu 102%.
Essa diferença no crescimento da
renda e a consequente queda da desigualdade está relacionada com o aumento dos salários, com a queda da inflação e também com a redução na taxa
de juros. Especialmente a partir da segunda metade da década passada, a variação dos salários passou a acompanhar mais de perto a rentabilidade das
aplicações financeiras. Página A14
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