Contas Nacionais Trimestrais Março de 2013 4º Trimestre de 2012 A economia brasileira, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, registrou trajetória descendente, tendo fechado o ano de 2012 com crescimento de apenas 0,9%, em comparação com o ano anterior. Tal resultado ficou bem aquém da taxa de 3% esperada pelo governo e pelo mercado no início de 2012. Vê-se no gráfico a seguir que o Brasil ficou também abaixo da maioria dos países que já anunciaram os resultados do PIB 2012, sobretudo dos outros representantes dos BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul). Fontes: Institutos de Estatística dos países selecionados Apud IBGE. SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL 1 Sob a ótica da demanda, a análise da taxa anualizada mostra que, em 2012, o Consumo das Famílias cresceu 3,1%, ante 4,1% em 2011, refletindo a desaceleração do crédito com recursos livres para as pessoas físicas e o consequente desaquecimento da demanda interna. O Consumo do Governo (Despesa de Consumo da Administração Pública) foi o único componente a registrar taxa de crescimento superior à verificada no ano anterior (3,2%, contra 1,9%). O mais preocupante foi a queda de 4% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), ante incremento de 4,7% em 2011. Vale destacar que a redução da FBCF (taxa de investimento da economia) compromete a recuperação do ritmo de crescimento do Brasil, podendo, também, pressionar as taxas de inflação ao conter o crescimento da oferta de bens e serviços nacionais. As Exportações de Bens e Serviços cresceram 0,5%, enquanto as Importações de Bens e Serviços anotaram incremento de apenas 0,2%, contra 9,7% no ano anterior, evidenciando que a desaceleração da atividade econômica, assim como a depreciação do Real, impactaram fortemente as compras externas do país. Do lado da oferta, o resultado do PIB de 2012 reflete o desempenho dos setores Serviços (1,7%), Agropecuária (-2,3%) e Indústria (-0,8%). Entre as atividades industriais, apenas Construção Civil (1,4%) e SIUP - Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana (3,6%) registraram alta em 2012, enquanto as atividades Extrativa Mineral (-1,1%) e Indústria de Transformação (-2,5%) sofreram retração. A desaceleração no consumo das famílias, o SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL 2 cenário externo adverso e um ambiente desfavorável ao investimento têm prejudicado o desempenho do setor industrial brasileiro. O PIB alcançou R$ 4,4 trilhões em 2012 (a preços de mercado), sendo R$ 3.740,8 bilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 661,8 bilhões aos impostos sobre produtos. Considerando o valor adicionado, nota-se que a Agropecuária registrou queda em sua participação relativa no PIB, passando de 5,5% em 2011 para 5,2% em igual período em 2012. A Indústria continua perdendo importância relativa, tendo sua participação no PIB caído de 27,5% em 2011 para 26,3% em 2012. O setor de Serviços ganhou participação no PIB, passando de 67% para 68,5%, na mesma comparação intertemporal. Quanto ao desdobramento do PIB pelos componentes da demanda a preços de mercado (inclusive impostos), o Consumo das Famílias totalizou R$ 2.744,5 bilhões, o Consumo do Governo R$ 944,5 bilhões e a FBCF R$ 798,7 bilhões (18,1% do PIB, contra 19,3% em 2011). As Exportações e as Importações de Bens e Serviços alcançaram R$ 552,8 bilhões e R$ 615,8 bilhões, respectivamente, enquanto a Variação de Estoques foi negativa em R$ 22,2 bilhões. Segundo a SEI, o PIB da Bahia cresceu 3,1% em 2012, refletindo a expansão dos setores Indústria (3,8%, com destaque para a indústria de transformação e a construção civil) e Serviços (4,2%). O setor da Agropecuária apresentou retração de 9% em 2012. A expectativa da SEI é que o PIB baiano apresente expansão de 3,2% em 2013. SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL 3