Novos veículos na educação, vídeos online.
Elias Gomes Freire1
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Introdução
Televisão, cinema, a rede mundial de computadores, a internet, e o vídeo têm um papel educacional relevante. São
veículos de informações bastante presentes no dia-dia de cada indivíduo, veiculam continuamente informações
interpretadas, apresentam vários modelos de informações diferentes, ensinam diferentes linguagens de interpretação e
multimídia, privilegiam alguns valores em detrimento de outros (Machado, 1988), enfim apresentam linguagens e
estabelecem diálogos em diferentes comunidades.
As informações e a forma de ver o mundo atualmente está deixando de lado a televisão e cada vez mais a rede
mundial de computadores está ocupando esse lugar. Nos dias atuais os smartfones mostram como estamos cada vez
mais conectados ao mundo digital e como estamos interagindo com ele. As conexões, cada vez menos previsíveis e
mais rizomáticas, fazem com que os estudantes apresentem maior autonomia, traçando seus caminhos em busca de
informações e conhecimentos.
Os vídeos educativos disponibilizados na internet estão sendo utilizados com frequência no meio educacional,
ampliando as possibilidades de ensino e favorecendo o aprendizado. Mas muitos dos vídeos disponibilizados na
internet, apresentam falhas na sua construção técnica, o que reflete a falta de orientações que auxiliem professores a
produzir seus materiais com qualidade.
Neste sentido, trazemos como objetivo utilizar essas novas tecnologias em sala de aula para melhorar a relação
professor aluno e o ensino – aprendizagem de conceitos científicos, no caso específico, conceitos de química. Assim, o
professor deve ter em mente, quando utilizar recursos audiovisuais, como também da matriz cultural da obra e da sala
de aula. É preciso investigar, também, como o vídeo reconfigura-se ao ser veiculado na internet e quais premissas, já
consolidadas em pesquisa e prática na televisão e no cinema, podem ser transpostas para este novo canal de exibição, a
internet e, em particular, para os sites de compartilhamento de vídeos, como o Youtube, com suas limitações e
vantagens.
Métodos
Vídeo na web como uma possibilidade educacional
É fácil perceber o quanto a tecnologia está cada vez mais presente na vida dos alunos e quanto a produção de
vídeos digitais de curta duração está cada vez mais popular. O Youtube é um grande veículo de informação cientifica
em potencial. Entre as páginas com maior número de acessos na internet, estão aquelas que permitem assistir e
disponibilizar vídeos (MOORE, M. G. “Educação a distância: uma visão integrada”). Então por que não utiliza-la para
o ensino? Os alunos podem usa-las para simples curiosidade de saber o que acontece nos experimentos de química,
que muitas vezes não podem ser aplicados por falta de laboratórios mas também para seus estudos. “A força da
linguagem audiovisual está no fato de que consegue dizer muito mais do que captamos, chegar simultaneamente por
muito mais caminhos do que conscientemente percebemos, e encontra dentro de nós uma repercussão em imagens
básicas, centrais, simbólicas, arquetípicas, com as quais nos identificamos, ou que se relacionam conosco de alguma
forma”. (Gutierrez, 1978).
No Youtube existe muitos canais que abordam o tema química, mas o que são os “canais do Youtube”? São áreas
distintas com um grupo de vídeos criadas por um usuário com conta no Youtube. Devido a essa propriedade é possível
criar um canal com um nome especifico contendo vídeos ao gosto do seu criador. É o exemplo dos primeiros vídeos
produzidos pelo matemático Salman Khan, fundador da Khan Academy, que, com uma câmera digital, um tablet
conectado a um computador e uma caneta digital desenhava gráficos, caracteres e símbolos, os quais ilustravam seus
vídeos caseiros. Hoje, com mais de três mil vídeos publicados desde 2004, sua plataforma de educação online é uma
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Primeiro Autor é Aluno da Graduação do Departamento de Química, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros,
s/n, Dois Irmãos, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
referência no mundo e já ultrapassou 200 milhões de visualizações no Youtube, o que mostra a popularização do vídeo
no processo de ensino e aprendizagem.
No Brasil um famoso canal do Youtube é o Manual do mundo, um canal onde a existe diversos vídeos científicos
interessantes, com milhares de acessos, que na maioria deles são de jovens estudantes descobrindo a ciência através de
um dos principais sentidos para o aprendizado, a visão. Em virtude da popularização de vídeos educativos
disponibilizados na internet, torna-se necessário que os professores explorem as potencialidades dessa mídia na
educação a distância.
Métodos de pesquisa
Foram analisados os vídeos de canais que abordam temas científicos, especialmente os relacionados a
química. Foi constatado que os vídeos continham irregularidades tanto estítica como na didática para o ensinoaprendizagem. Muitos vídeos pesquisados e analisados não respeitavam princípios básicos na sua construção:
os textos e os elementos não apresentavam legibilidade visual, o contraste das cores não era adequado. Esses
problemas, geralmente, são de fácil resolução, pois não se referem ao conteúdo específico ou à abordagem das
informações, mas à produção técnica do material, o que se deve, provavelmente, à falta de experiência e
conhecimento técnico daquele que o produziu.
Os vídeos tinham linguagem simples mas que explicavam corretamente o que tinha acontecido por exemplo
num experimento químico. Existia sempre uma explicação acadêmica no que havia ocorrido. Mas alguns
pareciam ser confusos por parte do criador dos vídeos, com explicações muitos superficiais do ocorrido. Com
base nesses resultados, foi possível observar o quanto cada elemento é importante na composição de um vídeo
e que a falta de orientação e conhecimentos técnicos fazem com que a mídia muitas vezes não fique adequada
quando a intenção é educacional, dificultando o entendimento do conteúdo que está sendo explorado.
Resultados e Discussão
É preciso crescer junto com a tecnologia e, principalmente, respeitar as diferenças cognitivas dos alunos,
proporcionando, dessa forma, a construção de um pensamento que gere, de fato, um aprendizado significativo.
Como qualquer outro elemento que vai interagir no processo de aprendizagem, deve ser cuidadosamente
selecionado e compatível como conteúdo trabalhado. O uso do vídeo na escola pode trazer um impacto muito
maior do que de um livro ou de uma aula expositiva. O aproveitamento de um vídeo pedagógico vai depender
do tipo de leitura que dele se deseja fazer.
Agradecimentos
A CAPES, ao PIBID.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Referências
MACHADO, A. “A arte do vídeo”. São Paulo: Brasiliense, 1990.
INFO. Revista. Educação sob medida. Reportagem de Rothman, Paula.
Edição 328 de 01/04/2013, p. 58-69. Editora Abril, 2013.
BURGESS, J. “Youtube e a Revolução Digital: como o maior fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e
a sociedade”. São Paulo: Aleph, 2009.
KENSKI, V. M. “Tecnologias e ensino presencial e a distância”. 7ed. Papirus. São Paulo. 2009
SILVA, E. L. “Mídia-Educação: Tecnologias digitais na prática do professor”. Curitiba: Editora CRV, 2012.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
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