Portugalglobal
Janeiro 2012 // www.portugalglobal.pt
Empresas 30
The Fladgate Partnership
Xerox
Pescanova
Preh Portugal
Artlant PTA
Cisco
Embraer
Nestlé Portugal
Autoeuropa
Renault Cacia
Tegopi
Huf
Huawei
Sugalidal
Continental Mabor
Petrogal
Hikma
Pense global pense Portugal
Entrevista
Pedro Reis,
Presidente da AICEP
Agência reforça Rede
e potencia exportações
e investimento 6
Destaque
Investir em Portugal
O papel da AICEP
e os factores
de competitividade 14
Janeiro 2012 // www.portugalglobal.pt
sumário
Entrevista // 6
Pedro Reis, presidente da AICEP, destaca, em entrevista,
o papel da Agência na promoção das exportações, na
captação de investimento e na internacionalização da
economia portuguesa, bem como da sua integração no
MNE e articulação com a nova diplomacia económica.
Destaque // 14
Uma panorâmica do investimento em Portugal, com
destaque para os factores de competitividade do país em
matéria de atractividade de IDE e para o papel da AICEP na
captação e acompanhamento de investidores, potenciador
de desenvolvimento empresarial, de redução do défice da
balança comercial e de criação de emprego. Investidores
estrangeiros e nacionais apontam os aspectos positivos e
negativos do investimento em Portugal.
Empresas // 30
Conheça os investimentos de sucesso de 17 empresas,
nacionais e estrangeiras, que apostaram em Portugal:
The Fladgate Partnership (Yeatman Hotel), Xerox,
Pescanova, Preh Portugal, Artlant PTA, Cisco, Embraer,
Nestlé Portugal, Autoeuropa, Renault Cacia, Tegopi,
Huf Portuguesa, Huawei, Sugalidal, Continental Mabor,
Petrogal (Galp) e Hikma Farmacêutica.
Opinião // 62
Um artigo de José Galamba de Oliveira, presidente da
Direcção da Associação Portugal Outsourcing, sobre a
promoção e divulgação internacional de Portugal como
destino de eleição para o investimento no sector das
Tecnologias de Informação e Comunicação.
Análise de risco por país – COSEC // 64
Veja também a tabela classificativa de países.
Estatísticas // 67
Investimento directo e comércio externo.
AICEP Rede Externa // 70
Bookmarks // 72
EDITORIAL
Revista Portugalglobal
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Pedro Reis (Presidente),
António Almeida Lima,
José Vital Morgado,
Manuel Mendes Brandão,
Pedro Pereira Gonçalves (Vogais)
Directora
Ana de Carvalho
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Redacção
Cristina Cardoso
[email protected]
Vitor Quelhas
[email protected]
Colaboram neste número
Ana Margarida Costa, Alexandra Ferreira Leite,
Carla Tavares, Direcção Internacional da COSEC,
Joana Peixoto, João Manuel Santos,
José Galamba de Oliveira, Luís Gonçalves,
Luís Florindo, Magda Pereira, Maria Manuel Branco,
Marta Pinheiro, Nuno Várzea, Paulo Borges,
Pedro Macedo Leão, Pedro Reis, Pedro Pinto Sousa,
Pedro Silveira, Philomène Dias.
Fotografia e ilustração
©Fotolia, Rodrigo Marques
Publicidade
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Secretariado
Cristina Santos
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Assinaturas
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Projecto gráfico
aicep Portugal Global
Ano novo,
mercados novos
Em declarações que fiz muito recentemente a um jornal económico – que
me questionava sobre quais os mercados em que as empresas portuguesas
deveriam procurar negócios em 2012
– respondi, e cito, “não existem receitas mágicas para a internacionalização
das empresas portuguesas e nem todos
os sectores de actividade terão sucesso
em todos os mercados, pelo que é essencial ter foco estratégico”.
Recupero a ideia para este editorial
porque é importante, no ano em que
agora entramos, que as empresas portuguesas que já operam lá fora – e em
especial as que procuram alargar os
seus horizontes para mercados terceiros – olhem para a AICEP como um
parceiro que pode acompanhar os seus
processos de expansão e, sobretudo,
como sendo capaz de fazer a diferença
no momento de obter resultados.
A reorganização da rede da AICEP em
função de uma mais estreita e intensa
articulação com a rede diplomática e
consular e do turismo, tarefa que levaremos a cabo nos próximos meses, será
essencial para aumentarmos também as
nossas redes de intelligence económica
e comercial e de networking institucional. A AICEP estará, assim, mais habilitada a prestar um melhor serviço e a
fornecer às empresas informações cada
vez mais precisas e rigorosas sobre os
mercados que são alvo do seu interesse.
Paginação e programação
Rodrigo Marques
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ERC: Registo nº 125362
As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores e não necessariamente
da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global.
A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal
não implica qualquer compromisso por parte desta
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4 // Janeiro 2012 // Portugalglobal
Nos mercados consolidados, a articulação com as redes diplomática, consular
e do turismo reforçará a actuação da
AICEP, conferindo-lhe uma maior consistência e solidez na actuação. Mas a nossa economia precisa de novos mercados:
os negócios internacionais de Portugal,
quer seja investimento directo estrangeiro em Portugal, quer sejam importações,
exportações e investimento das empre-
sas portuguesas no estrangeiro, estão
demasiado concentrados nos parceiros
da União Europeia. Com a economia
europeia à beira de uma estagnação e
com quatro dos nossos principais parceiros comerciais – Espanha, França, Reino
Unido e Itália – a implementar, simultaneamente, medidas de austeridade, a
situação torna-se mais complexa.
Há, por isso, que trabalhar no sentido
de desbravar novos mercados e novos
destinos para as empresas portuguesas,
que sejam atractivos e tenham potencial. A par dos mercados consolidados,
onde trabalharemos para aprofundar a
presença portuguesa, as apostas passam por mercados com dimensão interna muito relevante, como é o caso
do mercado norte-americano e, como
é evidente, pelos mercados da lusofonia, com destaque para Angola, Brasil,
Moçambique e Timor. Ao nível dos mercados emergentes, diria que a nossa actuação passa por aprofundar o conhecimento daqueles mercados que podem
oferecer oportunidades mais interessantes para as empresas portuguesas.
A par da China – que vai ser certamente uma avenida nova para a economia
portuguesa e que pode abrir oportunidades em mercados vizinhos – diria
que toda a zona do Magrebe e do Golfo, sem esquecer a Índia e o México,
são mercados que a AICEP está particularmente empenhada em conquistar.
Remato este editorial recuperando a
frase com que terminei as declarações
a que aludi no início e que é a seguinte: “a AICEP estará onde a economia
portuguesa e as suas empresas dela
mais necessitarem”.
Bom ano a todos!
PEDRO REIS
Presidente do Conselho de Administração da AICEP
ENTREVISTA
ENTREVISTA AO PRESIDENTE DA AICEP
REDE DA AICEP POTENCIA
EXPORTAÇÕES
E INTERNACIONALIZAÇÃO
DAS EMPRESAS
O papel da AICEP na promoção das exportações, na captação de investimento e na
internacionalização da economia portuguesa, a integração da Agência no MNE e a sua
articulação com a nova diplomacia económica, a gestão renovada da imagem do país,
bem como a aposta em novos mercados e na competitividade empresarial, são alguns dos
temas focados nesta entrevista de Pedro Reis, presidente da aicep Portugal Global.
6 // Janeiro 12 // Portugalglobal
ENTREVISTA
Com a integração da AICEP no âmbito do MNE, qual
será o seu papel estratégico em termos de promoção
da exportação, de captação de investimento e de
internacionalização?
A meu ver, a AICEP ganha uma nova dinâmica com esta articulação, pois no âmbito da rede diplomática passa a estar,
não em 40 mercados, mas em cerca de 80, abrangendo todos
os países em que existem representações diplomáticas e consulares, beneficiando ainda do facto de muitos embaixadores
estarem acreditados em mais do que um país. A dimensão
económica da diplomacia portuguesa sai, por isso, reforçada
com este novo protagonismo da AICEP, à qual continuam atribuídos os papéis estratégicos nas áreas da promoção da exportação, da captação de investimento e da internacionalização. Naturalmente que com a transferência da tutela da AICEP
para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, esta continuará
a articular-se estreitamente com o Ministério da Economia, e
também com outros ministérios e entidades públicas.
De que modo se vai articular a AICEP no âmbito da
nova diplomacia económica e com outras redes que
actuam no terreno, como a do MNE e a do Turismo?
Os embaixadores irão receber uma carta de missão em que
se explica também o papel coordenador que a AICEP terá
em matéria económica e comercial. Os embaixadores serão
funcionalmente responsáveis pelas delegações da Agência
no estrangeiro mas, por seu lado, deverão cumprir um plano
estratégico elaborado em conjunto com esta, com objectivos
concretos e métricas de avaliação bem definidas para que se
possam aferir os resultados obtidos, recebendo instruções da
AICEP quanto ao plano de trabalhos definido. Neste sentido,
a AICEP passará, muito em breve, a comunicar directamente
com a rede diplomática e consular, que orientará em matéria
económica e comercial. Na minha perspectiva, o que muda
fundamentalmente para melhor é a estratégia de reforço,
consolidação e agilização da articulação que já existia no terreno entre a AICEP e as Embaixadas, uma realidade que tanto
os nossos delegados no exterior como os nossos embaixadores confirmam estar a funcionar bem. Há que dar mais
corpo a isso, institucionalizando os canais de comunicação e
definindo claramente as responsabilidades.
Qual o papel da Agência na promoção da imagem de
Portugal e das suas marcas no exterior?
A definição e promoção de uma imagem integrada e estável
do país no exterior, a chamada “Marca Portugal”, é um dos
grandes desafios que temos pela frente este ano, dado que
esta tem que ser necessariamente o espelho do ADN do país
e dos seus factores de diferenciação, caracterizados por séculos de história e cultura e com todos os factores de atractividade que nos distinguem dos outros povos e nações. Contudo, essa “Marca Portugal” deve resultar de um esforço de
concertação de perspectivas diversas, especialmente ao nível
da AICEP e do Turismo de Portugal, que se traduza numa
mensagem estável e reconhecida por todos os quadrantes
políticos, económicos e sociais relevantes da nossa sociedade. Portugal precisa de recuperar a sua credibilidade externa
e a sua boa imagem internacional. Há, pois, que começar
por “desconstruir” o valor negativo frequentemente associado à marca Portugal.
Quais são as suas previsões, no contexto de um 2012
difícil, considerando a dinâmica das áreas de actuação
da AICEP?
Em termos de dinâmica da AICEP, há duas observações a
fazer. A primeira, diz respeito à actual equipa directiva, que
está a olhar cuidadosamente para o mapa da rede externa, analisando as necessidades de serviço e os objectivos
geo-estratégicos e económicos, conjugando-os com a nova
realidade do movimento diplomático anunciado há dias,
em articulação com os mercados em que queremos apostar
fortemente este ano. Estamos ainda a elaborar conceitos
estratégicos e seguidamente vamos definir os perfis dos
mercados em que é imperativo actuar. O mundo mudou
muito neste último ano e coloca-nos, sem dúvida, novos
desafios. A par dos mercados consolidados, há que definir um mapa de novas oportunidades de negócio para as
empresas e, nesta medida, a AICEP tem que estar não só
“A AICEP vai passar a comunicar directamente
com a rede diplomática e consular,
que orientará em matéria económica
e comercial.”
onde já estão as empresas portuguesas, como apoiar, com
todos os meios ao seu alcance, o desejo, por parte destas,
de descobrir novos mercados.
O que é que se pode esperar da evolução da economia
portuguesa no actual contexto europeu e mundial e
em função dos desafios que esta enfrenta este ano?
Sabemos que as perspectivas para 2012 são exigentes, mas
tenho a certeza de que a situação transitória que vivemos,
fruto da austeridade decorrente do plano de ajustamento
implementado pelo Governo, trará resultados benéficos e
será positivo para o futuro do país. A situação económica,
transitória, não nos deve desencorajar, devendo antes servir
de incentivo ao esforço de superação das dificuldades e levar-nos a dar o melhor de nós próprios em prol de Portugal
nesta hora decisiva para o nosso futuro.
Considerando a experiência e o know-how da AICEP
em matéria de mercados, como é que esta contribuirá
para potenciar novas oportunidades de negócio?
Quais são os mercados considerados prioritários?
Os mercados prioritários são, antes de mais, aqueles onde
já estão as empresas portuguesas. Em relação a potenciar
novas oportunidades de negócios, esse é justamente o core
business da AICEP no exterior, que tem por missão central
conhecer aprofundadamente os mercados, bem como os
principais sectores de actividade empresarial e todos os pro-
Portugalglobal // Janeiro 12 // 7
ENTREVISTA
cedimentos administrativos e regulamentares que tenham a
ver com a entrada de serviços ou bens portugueses nesses
mercados. E, claro está, a Agência tem a obrigação de colocar essa intelligence com valor acrescentado ao serviço da
exportação e da internacionalização das nossas empresas.
Nesta medida, o que é que está a mudar na geografia
das exportações portuguesas e como é que se
conquistam e consolidam novos mercados estratégicos?
Tenho sublinhado em diferentes ocasiões que as nossas exportações estão excessivamente dependentes do mercado
europeu, o que agora nos obriga ao reforço da estratégia de
diversificação de mercados levada a cabo pela AICEP. Essa
diversificação tem que centrar-se na procura de mercados
pujantes e em que se verifiquem taxas de crescimento elevadas. Contudo, se a AICEP pode contribuir para identificar
tais mercados, apoiando com esse conhecimento e outros
meios ao seu alcance as empresas, não lhe compete, no entanto, decidir quais os países para onde as empresas devem
investir, decisão que tem que ver com as opções estratégicas
“A definição e promoção de uma imagem
integrada e estável do país no exterior, a
chamada Marca Portugal, é um dos grandes
desafios que temos pela frente este ano,
dado que esta tem que ser necessariamente o
espelho do ADN do país e dos seus factores de
diferenciação, caracterizados por séculos de
história e cultura e com todos os factores de
atractividade que nos distinguem dos outros
povos e nações.”
de cada empresa acima de tudo. Tanto mais que há mercados que são uma boa aposta para um conjunto relevante de
sectores, mas há também outros que só fazem sentido para
um conjunto reduzido. Este conhecimento dos mercados
torna-se essencial sobretudo para as apostas das pequenas
e médias empresas, com menores recursos e dimensão.
Em matéria de captação de investimento estrangeiro,
qual será a actuação estratégica a seguir neste
domínio e quais são os factores que, quanto a si,
tornam Portugal claramente mais atractivo?
Há que encontrar uma narrativa sólida, coerente e estável
para os negócios com Portugal, que permita que o nosso
país esteja permanentemente na mira dos investidores internacionais, apesar das dificuldades conjunturais que possa atravessar. A actuação e a eficácia estratégicas, em matéria de atracção de investimento, serão a partir de agora
potenciadas pelo elevado nível de articulação institucional
entre a AICEP, o ministério da tutela e outros ministérios
e organismos do Estado, procurando eliminar custos de
contexto e promovendo a criação das melhores condições
para o investimento. Portugal oferece boas condições de
atractividade para além dos benefícios fiscais de que al-
8 // Janeiro 12 // Portugalglobal
guns investimentos podem beneficiar: membro pleno da
União Europeia, com ligações profundas a África e ao Brasil e estabilidade política, Portugal é um país seguro, que
possui uma excelente rede de infra-estruturas, bem como
de óptimos acessos viários, ferroviários, fluviais e aéreos, de
portos e logística portuária e de comunicações. Dotado de
mão-de-obra qualificada e motivada, de bons centros de
formação, de investigação científica e tecnológica, assim
como de universidades reconhecidas internacionalmente e
com centros de competências que são referência nas mais
diversas áreas, Portugal proporciona ao investidor exigente
além da excelência, inovação e competitividade, todos os
meios para o desenvolvimento do seu negócio.
Quais são as características, consideradas incontornáveis,
de uma empresa exportadora, ou que o queira ser, no
actual contexto da economia e da concorrência globais,
seja ela uma grande empresa ou uma PME?
Dados os actuais desafios do contexto nacional e internacional, o país precisa de exportar mais, através de mais
empresas, de vender mais e melhores produtos ao exterior, com mais valor acrescentado, diversificando os seus
mercados. Nesta medida, a exportação de bens e serviços
assume-se como estratégica para o país e como um passo
fundamental para a internacionalização da economia portuguesa. Mas, para que tal aconteça, é necessário que as
empresas ganhem capacidade de concorrer globalmente. E
isso exige planeamento de recursos e consistência empresarial, devendo esta pautar-se por uma correcta avaliação
do potencial exportador e competitivo da empresa, por
uma avaliação cuidada de quais os factores decisivos, como
uma estratégia de internacionalização (que passa por uma
análise do mercado, da concorrência, dos potenciais clientes e dos pontos fracos e fortes da estrutura da empresa),
“As nossas exportações estão excessivamente
dependentes do mercado europeu, o que
agora obriga ao reforço da estratégia de
diversificação de mercados levada a cabo pela
AICEP, diversificação essa que deve centrar-se
na procura de mercados pujantes e em que se
verifiquem taxas de crescimento elevadas.”
assim como a formação de quadros superiores e intermédios e mão-de-obra especializada e motivada, ou acesso a
financiamento e garantias. É igualmente incontornável a
aposta em marcas próprias e na diferenciação do serviço
prestado ao cliente, bem como no marketing, no design e
na implementação de programas de promoção adaptados
aos mercados alvo.
No processo de exportação e internacionalização,
quais as vantagens e desvantagens de ser PME?
No passado, a dimensão, pequena ou média, de uma
empresa poderia constituir um obstáculo à sua activida-
ENTREVISTA
de exportadora. Mas hoje as PME com assumida vocação
exportadora, têm vindo a melhorar a sua capacidade para
satisfazer as expectativas do cliente final e neste sentido estão mais bem apetrechadas a vários níveis: têm cada vez
mais uma boa relação qualidade/preço dos produtos, um
adequado know-how e flexibilidade produtiva, diversidade
de oferta qualificada, uma crescente capacidade de resposta técnica às exigências do consumidor externo. Por outro
lado, encontram-se bem equipadas em termos de inovação
e desenvolvimento tecnológico (I&D), apostam em altos padrões de diferenciação e qualidade, na criação e no aproveitamento de economias de escala e de gama. A certificação
da qualidade dos produtos, que permite fazer a diferença,
e dos processos de gestão, são hoje factores determinantes.
Ou seja, a chave não está na dimensão da empresa mas sim
na sua capacidade para vingar nos mercados externos.
deve reunir condições de viabilidade estratégica, económica, financeira e técnica que permitam a expansão dos negócios, com sucesso, na economia global.
Pode fazer um resumo, que fique na memória
dos leitores, dos factores de sucesso que devem
caracterizar uma empresa exportadora?
Para uma grande empresa ou para uma PME ganhar o desafio da exportação, mesmo considerando que já domina
os factores de competitividade mais importantes (inovação, qualidade, design, marca, imagem e marketing), esta
deve reunir outros factores de sucesso, entre os quais um
bom conhecimento dos mercados, ter uma clara percepção das áreas em que é fundamental ter excelência e deter
vantagens competitivas face à concorrência, desenvolver
capacidades de fazer/produzir diferente, transmitindo valor
acrescentado ao cliente e afirmando uma imagem de solidez empresarial, bem como uma base financeira sólida para
se abalançar para novos mercados. Ou seja: antes de uma
empresa avançar para um processo de exportação regular,
Na presente conjuntura da economia e com
a crescente dificuldade dos recém-licenciados
conseguirem emprego, o programa INOV Contacto –
um programa que conquistou a popularidade junto
do tecido empresarial – atrai cada vez mais jovens. O
que está previsto nesta matéria?
Uma das primeiras decisões que esta administração tomou
quando tomou posse foi a de desbloquear o processo do
INOV Contacto que se encontrava parado. Deu-se já início ao processo de escolha dos 250 jovens que iniciarão o
seu estágio no próximo mês de Abril. É uma iniciativa para
continuar, mas vamos avaliar em que moldes e com que
modelo de financiamento. Admito que, no futuro, uma pequena componente da retribuição dos estagiários possa ser
suportada pelas empresas, de forma a podermos continuar
a assegurar a viabilidade do programa.
“A actuação e a eficácia estratégicas, em
matéria de atracção de investimento, serão
potenciadas pelo elevado nível de articulação
institucional entre a AICEP, o ministério da
tutela e outros ministérios e organismos
do Estado, procurando eliminar custos
de contexto e promovendo a criação das
melhores condições para o investimento.”
Portugalglobal // Janeiro 12 // 9
AICEP
NOVO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DA AICEP
Vogais
António Almeida Lima, licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), era Cônsul-Geral de
Portugal no Rio de Janeiro desde 2006, tendo um vasto
percurso profissional ligado à carreira diplomática, que iniciou em 1983 como Adido de Embaixada. Entre os vários
postos que ocupou contam-se a Representação Permanente de Portugal na ONU, em Nova Iorque, a Embaixada em
Londres, a Delegação permanente junto da NATO, em Bruxelas, a Embaixada em Maputo, e as Direcções de Serviços
da América do Norte e da África Subsariana do MNE, além
de Subdirector Geral das Relações Bilaterais. Foi chefe de
gabinete da ministra do Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas em 2003/2004.
Presidente
Pedro Reis, 43 anos, é licenciado em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa
(1986-1992), tendo complementado o seu percurso académico com formações na Harvard Business School (EUA)
em Strategic Finance (2005), no Insead (França) no AMP
– Advanced Management Program (1995) e, também na
Universidade Católica, no PAGE – Programa Avançado de
Gestão para Executivos (1994-95).
Autor do livro “Voltar a Crescer”, em que traça um diagnóstico da economia portuguesa com base num estudo feito
junto de 55 empresários e gestores portugueses (Março de
2011), o novo presidente da AICEP era consultor na empresa
Cunha Vaz & Associados com a função de vice-presidente.
Do seu percurso profissional destacam-se igualmente os
cargos que ocupou na Imago, como administrador, e no
grupo Tubus e na Altamira, como presidente. Foi ainda colaborador de várias revistas especializadas em assuntos económicos e comentador na TVI24.
Na AICEP, tem a seu cargo a representação externa da
Agência, as participadas Capital Global e Global Parques, a
Secretaria-geral, e a Verificação de Incentivos de GE e PME.
Tem a seu cargo na AICEP as áreas da Diplomacia Económica
e Relações Institucionais, Apoio à Rede, Relações Públicas, Comunicação, Contact Center e Sites, Programação e Gestão de
Eventos e o relacionamento com o Turismo de Portugal.
Manuel Brandão é licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto, formação a que acrescem os cursos
de Direito Fiscal e Integração Europeia que concluiu na
Portugalglobal // Janeiro 12 // 11
AICEP
Universidade de Saarbrücken, na Alemanha, e o curso de
pós-graduação de Direito do Ordenamento, do Urbanismo
e do Ambiente que frequentou na Faculdade de Direito da
Universidade de Coimbra.
Profissionalmente, e até integrar o CA da AICEP, exercia
advocacia nas áreas de Corporate, Contratação Pública,
Direito Marítimo e Portuário, Imobiliário e Publicidade na
sociedade de advogados Albuquerque & Associados. O seu
percurso está também ligado à OGMA, onde foi administra-
dor não-executivo, e representante nacional junto do Nato
Industrial Advisory Group (NIAG) na Bélgica. Foi também
chefe de gabinete do ministro da Defesa Nacional entre
2003 e 2005.
PME, Assessoria Jurídica, Capacitação, Conhecimento, Informação Internacional e Nacional e o relacionamento com o
IAPMEI são os pelouros da sua responsabilidade na Agência.
Pedro Pereira Gonçalves é licenciado em Economia pela
Universidade Católica Portuguesa e Mestre (MBA) pela Universidade Nova de Lisboa e pelo Scottish Doctoral Programme & Masters Degree in Economics. Trabalhava actualmente no Banco Espírito Santo, onde era Director Coordenador
do Gabinete de Monetização e Crédito a Empresas, tendo,
ao longo do seu percurso profissional, desempenhado funções na Companhia de Seguros Tranquilidade, e em diversos gabinetes governamentais entre 2002 e 2005.
São da sua responsabilidade na AICEP as áreas das Grandes Empresas (GE), Angariação, Marketing Estratégico,
Financeira, Incentivos PME e GE, Contratos GE, Auditoria
interna, Custos de contexto e relacionamento com Capitais de Risco.
12 // Janeiro 12 // Portugalglobal
José Vital Morgado é licenciado em engenharia civil pelo
Instituto Superior Técnico, tendo ingressado no ICEP em
1987, onde foi director, em Portugal, e delegado em Nova
Iorque e em Madrid, sendo vogal executivo da administração da AICEP desde a sua criação em Julho de 2007. O seu
percurso profissional fez-se também em empresas do sector
da construção como a Corul – Construções Urbanas, Lda.,
a Ilídio Monteiro Construções, Lda., e a Sogel – Sociedade
Geral de Empreitadas, Lda.
Tem actualmente a seu cargo os pelouros do INOV Contacto, dos Recursos Humanos, do Património, Logística e
Compras, e dos Sistemas e Tecnologias de Informação.
DESTAQUE
VALE A PENA INVESTIR
EM PORTUGAL
Uma panorâmica do investimento em Portugal, com destaque para projectos bem
sucedidos de investimento estrangeiro, mostra-se incontornável no actual contexto
de crise global. Primeiro, porque reforça a imagem positiva do país e também porque
confere confiança aos nossos parceiros económicos, mostrando-lhes de forma credível
que há boas razões para investirem em Portugal. Segundo, porque sendo a AICEP, em
matéria de investimento, parte indissociável da solução, torna-se fundamental realçar
o seu papel e a sua experiência na captação, viabilização e acompanhamento do
investimento estrangeiro, potenciador de desenvolvimento empresarial, de redução
do défice da balança comercial e de criação de emprego.
14 // Janeiro 12 // Portugalglobal
DESTAQUE
FACTORES DE COMPETITIVIDADE
Competência, qualificação e flexibilidade são alguns dos adjectivos que investidores
estrangeiros em Portugal atribuem aos seus colaboradores. A existência de mão-deobra qualificada é, assim, um dos factores de atractividade de Portugal na captação
de investimento directo estrangeiro. A localização estratégica do país, a existência de
boas infra-estruturas de comunicação e até a hospitalidade dos portugueses e o clima
agradável são outros factores que pesam na tomada de decisão de um investidor
estrangeiro. Mas, afinal, quais são as vantagens competitivas de Portugal face aos
seus mais directos concorrentes?
Vários factores de competitividade colocam Portugal na rota do investimento directo estrangeiro, pese embora a
conjuntura adversa particularmente
sentida no mundo ocidental e que levou já a um decréscimo dos fluxos de
IDE em muitos mercados.
A localização geo-estratégica de Portugal, no cruzamento das rotas marítimas
e aéreas que ligam a África, a Europa e
as Américas, é uma das vantagens do
país enquanto receptor de investimento estrangeiro. Igualmente, infra-estruturas portuárias como Sines, Lisboa ou
Leixões e os aeroportos de Lisboa ou
Porto podem ser pontos de apoio fundamentais para o transporte de pessoas
e mercadorias que pretendam aceder ao
mercado da União Europeia, hoje com
cerca de 500 milhões de habitantes.
No domínio das comunicações e telecomunicações, dos transportes e da logística, Portugal tem hoje infra-estruturas
modernas e capazes de responder às necessidades de qualquer investidor, assegurando uma rápida ligação e comunicação com os mercados internacionais.
A mão-de-obra portuguesa é reconhecida pela sua qualidade e flexibilidade,
pela sua qualificação e pela sua produtividade, factores que a tornam altamente competitiva em relação a outros
países também receptores de IDE.
É de sublinhar que se trata de um país
politicamente estável e seguro, pres-
tigiado a nível internacional, pela sua
Historia e pela sua politica externa, que
dialoga facilmente com distintos países. Membro da União Europeia, é também o membro europeu da Comunida-
“A mão-de-obra portuguesa
é reconhecida pela sua
qualidade e flexibilidade,
pela sua qualificação e pela
sua produtividade, factores
que a tornam altamente
competitiva em relação
a outros países também
receptores de IDE.”
de dos Países de Língua Portuguesa e
mantém um relacionamento cada vez
mais importante não só com os países
vizinhos do Norte de África, mas também com mercados com economias
em rápido crescimento, como a China,
a Índia, a África do Sul ou o México.
Portugal, pela sua colocação no mundo
pode ser, e já é em muitos casos, uma
plataforma de parcerias no quadro das
relações económicas internacionais.
Portugal distingue-se também pelo investimento que tem vindo a efectuar
em áreas de ponta, como as do ambiente e as energias renováveis, confirmando o esforço de modernização
económica do país e dispondo de um
know-how e experiência que fazem
das empresas portuguesas destes sectores parceiros importantes para potenciais investidores.
Portugal beneficia ainda da vantagem
de ter um excelente clima, uma boa
qualidade de vida e uma população
hospitaleira e aberta ao estrangeiro, o
que o torna atractivo e de fácil adaptação para os quadros expatriados.
Onde investir
Mais do que sectores, Portugal privilegia a atracção de projectos que sejam
inovadores e tecnologicamente avançados que possam contribuir para o
esforço de modernização e internacionalização da nossa base produtiva em
diferentes áreas e sectores, contando
para isso com a AICEP e a sua rede espalhada em mais de 40 países.
Além das áreas do ambiente e das energias renováveis, já referidas, são de assinalar os sectores automóvel, onde existe um cluster de grande importância; a
aeronáutica, que o recente investimento
da Embraer veio impulsionar de forma
decisiva; as TIC, onde se destaca um
conjunto apreciável de empresas nacionais com projecção internacional; o turismo e as biotecnologias, entre outros.
Os dados relativos ao investimento em
Portugal, desde 2000, confirmam o
crescente interesse de empresas estrangeiras em investir no país, com uma média anual de IDE da ordem dos 20 a 30
Portugalglobal // Janeiro 12 // 15
DESTAQUE
mil milhões de euros. Mesmo em anos
mais recentes e apesar da crise internacional, Portugal continua a ser um destino de IDE importante para empresas
com estratégias de internacionalização
globais. Por outro lado dado o crescente
investimento de empresas portuguesas
no estrangeiro, nomeadamente em países como a Espanha, Brasil ou Angola
fazem de Portugal um parceiro potencial para empresas estrangeiras interessadas em aceder a esses mercados.
Apoios
A AICEP apoia, sobretudo, projectos de
qualidade, virados para a exportação e
que podem trazer valor acrescentado ao
país em termos de tecnologia e inovação. São vários os exemplos de grandes
empresas que investiram e continuam a
investir em Portugal beneficiando de diferentes apoios. Mas há também projectos
de PME que, pelo seu potencial interesse,
podem ser apoiadas, em parceria com o
IAPMEI (Instituto de Apoio as Pequenas
e Médias Empresas Industriais). Tudo
depende do projecto e das suas características, havendo um leque de apoios
que vão desde o acompanhamento do
investidor ao longo de todo o processo
de instalação nas diversas componentes
(contactos com entidades locais, apoio
jurídico, informação, etc.) aos apoios de
índole financeira, nos quais se incluem os
apoios à formação de trabalhadores.
PORTUGAL
VERSUS
DESTINOS CONCORRENTES
De acordo com vários relatórios internacionais, Portugal encontra-se bem posicionado em diversos rankings de competitividade internacional no que se refere a factores
relevantes para a tomada de decisão de localização de investimentos. Vejamos alguns
destes indicadores.
INFRA-ESTRUTURAS (físicas e tecnológicas)
Qualidade global
das infra-estruturas (ranking)
Global Competitiveness Report 2011/2012
World Economic Forum (142 países)
Qualidade global das infra-estruturas: Num universo de 142 países, Portugal ocupa a 12ª posição,
à frente de países como Holanda,
Bélgica, Espanha, Reino Unido, República Checa, Irlanda e Grécia.
16 // Janeiro 12 // Portugalglobal
Qualidade das estradas
The Global Enabling Trade Report 2010
World Economic Forum (125 países)
Qualidade da rede rodoviária: De
125 países analisados, 9º lugar, à
frente da Holanda, Espanha, Reino
Unido, Irlanda, Hungria, República
Checa, Polónia, Roménia.
Disponibilidade das tecnologias
mais avançadas (ranking)
Global Competitiveness Report 2011/2012
World Economic Forum (142 países)
Disponibilidade das tecnologias
mais avançadas: Em 142 economias
avaliadas, 16º lugar, à frente do Luxemburgo, Alemanha, Espanha, Itália, Polónia.
DESTAQUE
INOVAÇÃO
CUSTOS OPERACIONAIS
Performance da inovação (Taxa de
crescimento médio)
Performance da inovação por dimensão
(Innovators)
Custos de electricidade para uso
industrial
Innovation Union Scoreboard 2010
PRO INNO Europe (40 países)
Innovation Union Scoreboard 2010
PRO INNO Europe (40 países)
Global Benchmark Report 2011
Confederation of Danish Industry (21 países da OCDE)
Portugal apresenta a maior taxa de
crescimento médio, de entre 40 países analisados, no que se refere à
performance da inovação.
A categoria em que Portugal melhor
pontua no que se refere à performance
da Inovação, é na “Innovators”, que
traduz a capacidade de inovação empresarial (novos produtos, serviços, processos organizacionais e marketing). O
lugar ocupado é o 3º deste ranking.
Portugal posiciona-se em 5º lugar
numa amostra de 21 países da OCDE,
no que se refere ao custo da electricidade para uso industrial, à frente
de países como a Grécia, a Espanha,
a Polónia, a Irlanda, o Reino Unido, a
Holanda, a República Checa.
FORNECIMENTO DE SERVIÇOS
Velocidade média de Internet de banda
larga declarada (ranking)
Qualidade do fornecimento de
electricidade
Crescimento anual nos custos unitários
laborais (2005-2009)
Estatísticas OCDE, Setembro 2010 (35 países)
Global Competitiveness Report 2011/2012
World Economic Forum (142 países)
Global Benchmark Report 2010
Confederation of Danish Industry (29 países da OCDE)
Portugal ocupa o 2º melhor lugar no
ranking de 35 países, relativamente à
velocidade média de Internet de
Banda Larga anunciada pelos operadores. À frente, por exemplo, da França,
da Noruega, da Alemanha, entre outros.
Qualidade de fornecimento de eletricidade: num universo de 142 países,
28º lugar, à frente de países como Espanha, Hungria, Itália, Polónia, Grécia.
De entre 29 países da OCDE analisados, Portugal é o 4º país com menor
crescimento nos custos unitários
laborais entre 2005 e 2009, à frente
da República Checa, Polónia, Hungria
e Turquia, países habitualmente associados a baixos custos de mão-de-obra.
Portugalglobal // Janeiro 12 // 17
DESTAQUE
AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Checa (93º) e ainda mais distanciada
da Holanda (109º). Pontuamos bem
em aspectos como garantias de confidencialidade, favorecimento de responsabilização criminal de dirigentes
em casos de má conduta de gestão ou
proteção de acionistas minoritários,
nomedamente no acesso a informação corporativa.
Barreiras legislativas à criação de empresas
Proteção de investidores (ranking)
IMD Survey 2009 (28 países da OCDE)
Doing Business 2011
Banco Mundial (183 países)
De entre 28 países da OCDE analisados, Portugal é o 3º melhor classificado em termos de ausência de
barreiras legislativas à criação de
empresas. Melhor posicionado que,
por exemplo, a Irlanda, a Holanda e o
Reino Unido.
Proteção aos investidores: Embora
Portugal se situe apenas um pouco
acima do meio da tabela (44º), está
em igualdade de situação com países
habitualmente conotados como muito
competitivos como a Polónia e a Roménia. Mas está acima da República
Duração de criação de empresa (em dias)
Abertura da economia (comércio internacional)
Doing Business 2011
Banco Mundial (183 países)
Doing Business 2011
Banco Mundial (183 países)
Tempo necessário para criar uma
empresa: 6 dias, à frente de países
como a Holanda (8 dias), Roménia
(10 dias), Reino Unido e Irlanda (13),
República Checa (20), Polónia (32),
Espanha (47).
18 // Janeiro 12 // Portugalglobal
Abertura da economia (comércio internacional): 27ª lugar, antes da Bélgica, Polónia, Espanha, Itália e Hungria.
Eficiência dos procedimentos de
importação/exportação
The Global Enabling Trade Report 2010
World Economic Forum (125 países)
Eficiência dos procedimentos de
importação/exportação: 20º lugar
antes de Luxemburgo, Suiça, Bélgica,
Polónia, Itália, Espanha, Bulgária.
DESTAQUE
fazem habitualmente deslocar expatriados, Lisboa – num universo
de 214 cidades mundiais analisadas
–­ pontua melhor do Madrid, Praga,
Istambul, Dublin, Amesterdão ou
Londres, no que se refere ao índice
de custo de vida.
Facilidade em contratar estrangeiros
Custo de vida
The Global Enabling Trade Report 2010
World Economic Forum (125 países)
Cost of living survey 2010
Mercer (214 países)
Facilidade em contratar estran-
Num indicador especialmente impor-
geiros: 13º lugar, à frente do Reino
tante para a instalação de actividades
Unido, Hungria, República Checa,
de serviços, em que as multinacionais
Roménia, Holanda, Espanha, Polónia.
escolhem muitas vezes as capitais e
RECURSOS HUMANOS
Percentagem de licenciados
em Ciência e Engenharia
Competências linguísticas
Inscritos no ensino secundário
World Competitiveness Yearbook 2009 IMD (58 países)
Global Competitiveness Report 2011/2012
World Economic Forum (142 países)
Global Benchmark Report 2011
Confederation of Danish Industry (35 países)
Portugal obtem a 2ª melhor posição
num ranking de 35 países avaliados
quanto à percentagem de licenciados em Ciência e Engenharia.
Competências linguísticas: Em 58
países avaliados, Portugal obtém 7
pontos, bastante à frente de países
como a Polónia, a República Checa, a
Irlanda, a Roménia, a Hungria, o Reino
Unido e a Espanha.
Estudantes inscritos no Ensino Secundário: 13ª posição, à frente de países como a Suiça, Hungria, Reino Unido, Polónia, Itália, Alemanha e Grécia.
Portugalglobal // Janeiro 12 // 19
DESTAQUE
A AICEP E A CAPTAÇÃO
DE INVESTIMENTO
Cabe à AICEP, enquanto agência pública responsável pela
captação de investimento estrangeiro e promoção da
internacionalização das empresas e das exportações nacionais,
um papel fundamental na angariação de investimento
estruturante para o país. A AICEP angaria e acompanha os
projectos de investimento em todas as suas etapas, apoiando aqueles
que melhor concorram para a competitividade e sustentabilidade da
economia portuguesa, contribuindo para os objectivos de aumentar o valor
acrescentado, reduzir o défice da balança comercial e criar emprego.
A captação de investimento estrangeiro
é globalmente considerada uma prioridade para o crescimento das economias,
mesmo as mais desenvolvidas, pelos impactos directos que resultam desses fluxos: transferência de tecnologia, criação
de emprego e geração de valor. Isto significa que praticamente todos os países
têm uma política activa de captação de
novos investimentos, tornando esta actividade extremamente competitiva.
As decisões de investimento, especialmente no âmbito de grandes multinacionais, são baseadas numa avaliação
competitiva e profissional dos factores
de atracção de várias localizações. Nos
últimos anos, por força das dificuldades
globais de financiamento, constata-se
que mesmo para projectos de menor
dimensão, as multinacionais envolvem
equipas especializadas na análise comparativa de várias localizações alternativas, avaliando um conjunto de requisitos relevante para o respectivo negócio
e procedendo à eliminação sucessiva de
localizações até chegarem a uma lista
mais limitada, para decisão final.
A experiência da Agência nesta matéria
mostra que é comum um processo de
escolha de localizações começar com
de uma lista com dez a vinte alternativas (a “long list”), escolhida em função
de indicadores macroeconómicos e da
percepção que existe sobre localizações
competitivas para uma determinada
actividade. Em muitos casos, as multi-
20 // Janeiro 12 // Portugalglobal
nacionais limitam-se a dar a oportunidade às suas filiais em vários mercados
para concorrerem pela atribuição de um
novo projecto de investimento.
económicos. Ou o modelo de negócios
ajustado a uma determinada localização
atinge os critérios de decisão previamente definidos, ou não existe investimento.
Este conjunto de localizações possíveis é
depois reduzido a uma lista mais pequena
(“short list”), essencialmente com base
A actuação da AICEP na fase em que o
nosso país se encontra numa “long list”
para decisão de um projecto de investimento, inclui as seguintes actividades:
“A passagem à “short list”,
bem como a decisão final
de localização, dependem
essencialmente de factores
micro económicos. Ou
o modelo de negócios
ajustado a uma determinada
localização atinge os critérios
de decisão previamente
definidos, ou não existe
investimento.”
na resposta que as várias agências de
promoção de investimento conseguem
dar aos requisitos de localização do projecto ou por recomendação de consultores especializados. As últimas três a cinco
localizações são então objecto de visita e
de recolha de informação, construindo-se
um plano de negócios que vai basear a
decisão final da empresa.
A passagem à “short list”, bem como
a decisão final de localização, dependem essencialmente de factores micro
• Recolha, tratamento e apresentação da
informação requerida pelo investidor;
• Identificação de localizações adequadas aos requisitos de negócio do projecto, envolvendo um contacto próximo com municípios, zonas industriais,
parques empresariais, mediadoras
imobiliárias, centros tecnológicos ou
de investigação, universidades, centros de formação profissional, etc.;
• Planeamento, preparação e acompanhamento de missões de prospecção a
Portugal. A experiência demonstra que
o sucesso destas missões depende da
capacidade de as planear e preparar
com rigor, devendo ser definidos roteiros adequados ao perfil dos visitantes;
• Acompanhamento destas missões por
colaboradores da Agência, com visitas a
terrenos, empresas, entidades públicas,
universidades, portos ou outros interlocutores relevantes para que o investidor
faça uma avaliação completa da competitividade do nosso país.
Nos casos em que não se consegue a
passagem à “short list”, procura-se identificar qual a localização vencedora, quais
DESTAQUE
do que poderá vir a ser o pacote de
apoios a negociar;
• São identificados todos os aspectos
em que a proposta portuguesa possa ser melhorada e são remetidos à
empresa todos os elementos que permitam a construção do melhor plano
de negócios, de entre as várias localizações que ainda estejam na corrida.
as vantagens e de que forma é que se
pode melhorar para uma próxima oportunidade. Quando chega a boa notícia
de que Portugal continua na corrida,
entra-se numa nova fase crítica, em que
todos os dados se têm de alinhar para
que a decisão final nos seja favorável:
• Pode ser necessário preparar e acompanhar novas visitas, ainda mais
detalhadas;
• São normalmente solicitados dados
mais específicos sobre os custos e a
disponibilidade de utilities, os custos
logísticos e a disponibilidade de rotas
marítimas ou ferroviárias (onde aplicável); a disponibilidade e o custo de recursos humanos com as qualificações
necessárias ao projecto, entre outros;
• É avaliado o enquadramento do projecto nos sistemas de incentivos em
vigor e são preparadas simulações
“Uma forma eficaz
de conseguir mais
investimento é conseguir
que os investidores que
já se encontram no nosso
país, sejam nacionais ou
estrangeiros, alcancem
resultados que os levem a
reinvestir.”
Esta fase é a mais sensível de todo o
processo, procurando-se alcançar o
equilíbrio entre o impacto económico
que o projecto pode ter e uma utilização racional dos recursos públicos a
alocar ao projecto, sem que se conheça em detalhe quais são as ofertas das
localizações alternativas. No final, resta
esperar – insistindo, persistindo, procurando sempre mais formas de melhorar
a proposta de valor de Portugal – que
chegue a decisão favorável.
Refira-se que os clientes da AICEP, na
vertente da captação de investimento,
são empresas, em regra, de grande dimensão, com um volume de negócios
anual na ordem dos 75 milhões de euros ou com projectos de investimento
superiores a 25 milhões de euros. Mas
está igualmente confiada à agência a
missão de promover, captar e acompanhar projectos que, mesmo não cumprindo estes critérios qualitativos, possam, pelo respectivo mérito, contribuir
significativamente para o desenvolvimento da economia nacional, através
da criação ou expansão de actividades
inovadoras e potenciadoras de efeitos
relevantes na cadeia de valor e no emprego qualificado.
Desenvolvendo
mais investimento
A máxima que diz que “é mais barato
reter clientes do que conseguir clientes
novos” também se aplica à promoção
de investimento. Uma forma eficaz de
conseguir mais investimento é conseguir que os investidores que já se encontram no nosso país, sejam nacionais
ou estrangeiros, alcancem resultados
que os levem a reinvestir.
Sendo os impactos económicos entre
projectos de raiz ou de expansão idênticos, mas com custos de transacção muito menores, até para as próprias empresas, é normal que as agências de promoção de investimento apliquem uma
parte significativa dos seus recursos no
acompanhamento dos investidores que
têm presença nos respectivos países.
Na AICEP, uma equipa de 15 gestores de
clientes tem a responsabilidade de, no
dia-a-dia, acompanhar as maiores empresas presentes no país, procurando identificar as dificuldades que possam estar
a prejudicar a sua actividade actual, sem
deixar de identificar novos projectos de
investimento em Portugal.
As grandes empresas estão normalmente
inseridas em grandes grupos cuja estratégia global e cuja alocação de recursos
e de novos projectos de investimento é
muitas vezes decidida a nível central, em
função de critérios que nem sempre seguem uma lógica estritamente económico-financeira. Daqui resulta que a possibilidade de acesso a informação relevante
para a identificação de novas oportunidades ou ameaças depende normalmente
do estabelecimento de uma relação de
confiança entre essas empresas e o gestor
de cliente da AICEP.
Portugalglobal // Janeiro 12 // 21
DESTAQUE
Esta equipa procura ainda aumentar
o impacto económico destes investimentos, designadamente o aumento
do recurso a fornecedores locais, a colaboração entre empresas e mesmo o
desenvolvimento de estratégias de internacionalização concertadas.
O conhecimento da oferta nacional,
a capacidade de identificar potenciais
fornecedores para uma determinada
necessidade e a disponibilidade para
apoiar o processo de qualificação destes
fornecedores têm sido instrumentais na
identificação de novas oportunidades de
negócio que resultam na substituição de
importações e em investidores mais satisfeitos com a sua presença em Portugal.
Localizações de excelência à distância
de um clique
O Global Find é uma Plataforma desenvolvida pela aicep Global Parques que
identifica de forma célere soluções de localização empresarial em Portugal
continental, actuando como instrumento de apoio ao investimento.
Disponível em www.globalparques.pt ou directamente em http://globalfind.
globalparques.pt, o Global Find permite efectuar pesquisas livres em mapa e/ou
identificar opções de localização através da selecção de distintos critérios prédefinidos infra-estruturais, demográficos e socioeconómicos. Basta seleccionar
os requisitos pretendidos e esta ferramenta cruza-los-á, oferecendo os
resultados correspondentes à pesquisa e permitindo o download de relatórios
muito completos sobre a localização seleccionada.
À distância de um clique, qualquer utilizador poderá aceder directamente
no mapa à caracterização e descrição de diversos pontos de interesse de
contextualização industrial ou logística tais como Portos e Terminais Portuários,
Aeroportos, Plataformas Logísticas, Parques de Ciência e Tecnologia.
Disponível em quatro línguas – português, inglês, espanhol e alemão –, o
Global Find promove todos os sites livres para instalação empresarial, inseridos
na Plataforma, no mercado internacional de localizações para investimento.
O Global Find está em permanente actualização e desenvolvimento, quer da
ferramenta quer dos dados nela constantes. Actualmente conta com 8.500 lotes,
dos quais 3.600 disponíveis para ocupação, e mais de 200 parques empresariais.
22 // Janeiro 12 // Portugalglobal
Custos de Contexto
Um aspecto realmente crítico para a
percepção que os investidores têm do
nosso país é a forma como os seus
processos são geridos pelas entidades
da administração pública com que se
relacionam. Nos casos em que os prazos não são cumpridos ou em que há
omissão de decisões administrativas,
conflitos de competência entre entidades públicas, decisões não fundamentadas ou obstáculos burocráticos que
se traduzem em entraves ao desenvolvimento da actividade das empresas, a
Agência disponibiliza o apoio da sua
equipa de Custos de Contexto.
Neste domínio, a AICEP actua ao nível
da tramitação administrativa de muitos
projectos de investimento, ajudando
as empresas no encaminhamento mais
adequado dos processos, através da articulação com outras entidades da administração pública. Nesta actividade,
procura-se equilibrar o que resulta de
um conhecimento muito detalhado da
legislação aplicável com a capacidade
de levar as entidades públicas e os privados a dialogarem com o objectivo de se
identificarem todos os constrangimentos ao desenvolvimento de um determinado projecto. São assim identificadas
as bases de um entendimento que, no
respeito da legislação existente, permita
ao investidor ter um cenário claro das
condições em que pode ou não fazer o
investimento e dos custos associados.
DESTAQUE
IDE EM PORTUGAL
FACTOS E NÚMEROS
Portugal continua a atrair elevados fluxos de investimento directo estrangeiro (IDE)
bruto, devendo em 2011 ter, de novo, superado a barreira dos 30 mil milhões de
euros, apesar da crise financeira vivida no país e na Europa. De realçar também que o
stock de IDE tem vindo sucessivamente a aumentar, atingindo, em Setembro de 2011,
o seu valor mais elevado de sempre: 83,9 mil milhões de euros.
GRÁFICO I – FLUXOS DE IDE EM PORTUGAL, 1996-2011 (JAN/OUT) (MILHÕES EUR)
Investimento
Desinvestimento
O período de crescimento significativo
do IDE em Portugal teve início a partir de
1995 (54,5 por cento de crescimento médio anual em 1996-2000), aproveitando
os efeitos do investimento da Autoeuropa (1991), que ajudou a dinamizar as
indústrias automóvel, electrónica e metalomecânica e a retomar uma vertente
mais industrialista do IDE, após uma fase
anterior de aposta no sector dos serviços.
Líquido
A partir de 2000, os valores absolutos
de IDE bruto atingiram patamares nunca antes observados, culminando em
2006-2010 com uma média anual de
34 mil milhões de euros (crescimento
de 23 por cento face à média de 20012005), embora se verifique simultaneamente o aumento do desinvestimento.
nos últimos cinco anos, que compara com 4,0 mil milhões de euros em
2001-2005. O valor máximo de IDE
líquido captado por Portugal ocorreu
em 2006 (8,7 mil milhões de euros),
enquanto em 2009 e 2010 foi de 1,5
mil milhões (média anual).
Deste modo, o IDE líquido foi de 3,4
mil milhões de euros em média anual
De sublinhar, contudo, o facto de, pelo
menos desde 1965, o valor absoluto
GRÁFICO II – FLUXOS DE IDE BRUTO EM PORTUGAL, POR ACTIVIDADE, 1996-2011 (JAN/OUT) (MILHÕES EUR)
Ind. Transformadora
Comércio
Act. Financeiras e de Seguros
Portugalglobal // Janeiro 12 // 23
DESTAQUE
GRÁFICO III – FLUXOS DE IDE BRUTO EM PORTUGAL, POR ORIGEM, 1996-2011 (JAN/OUT) (% IDE BRUTO TOTAL)
UE27
Extra UE
GRÁFICO IV – STOCK DE IDE EM PORTUGAL, 1996-2011 (JAN/SET)
Stock IDE (Meur)
Stock IDE/PIB (%)
do IDE líquido nunca ter sido negativo,
apesar de, ao longo dos anos, se terem
verificado algumas oscilações na captação de investimento estrangeiro em
determinados períodos.
Em termos sectoriais, regista-se a perda de peso da Indústria Transformadora (média anual de 39 por cento em
1996-2000 contra 31 por cento em
2001-2005 e 26 por cento em 20062010), e o aumento do peso do Comércio (31 por cento em 2006-2010
contra 22 por cento em 2001-2005).
Por tipo de operação, destaque para
as operações em Empréstimos e Suprimentos (85 por cento em 2010 contra
56 por cento em 2000), e a diminuição do investimento em operações de
Capital (10 por cento em 2010 contra
35,5 por cento em 2000).
No que respeita à origem do investimento bruto em Portugal, a União
Europeia tem sido a principal fonte de
IDE, representando 86,6 por cento do
total em 2010.
Quanto ao stock de IDE, este tem vindo
sucessivamente a aumentar, atingindo,
GRÁFICO V – FLUXOS DE IDE LÍQUIDO MUNDIAL, NA EU27 E EM PORTUGAL, 1996-2010 (MILHÕES USD)
Mundo
UE27
24 // Janeiro 12 // Portugalglobal
Portugal (eixo dir.)
DESTAQUE
GRÁFICO VI – FLUXOS DE IDE LÍQUIDO MÉDIO ANUAL, EM PORTUGAL E PECO, 1996-2010 (% IDE LÍQUIDO MUNDIAL NA EU27 TOTAL)
Polónia
Rep. Checa
Eslováquia
Letónia
Roménia
Portugal
Estónia
Eslováquia
Bulgária
Hungria
Lituânia
GRÁFICO VII – FLUXOS DE IDE LÍQUIDO MUNDIAL, 1970-2010 (MILHÕES USD)
Desenvolvidos
PVD
em Setembro de 2011, o seu valor
mais elevado de sempre: 83,9 mil milhões de euros (em 2010, o stock de
IDE equivaleu a 47,8 por cento do PIB),
o que revela a capacidade por parte de
Portugal para valorizar os activos.
Apesar do cenário menos favorável
nos anos mais recentes quanto ao IDE
em Portugal (e na União Europeia em
geral), nomeadamente nos últimos
cinco anos e sobretudo ao nível do IDE
líquido), é de referir que, a nível mundial, 2008 marca o fim dum ciclo de
crescimento iniciado em 2004 e que
culminou em 2007 com o máximo de
sempre: 1.971 mil milhões de dólares
líquidos de investimento directo.
Transição
A reter também o facto de, no novo
milénio, a Ásia ter ganho preponderância como centro económico mundial,
nomeadamente a China e a Índia, com
crescimentos económicos elevados, enquanto na Europa se verificou a abertura da União Europeia a Leste.
mercados prioritários como destino dos
investimentos das empresas transnacionais são a China, Índia e Brasil. No
top 10 do ranking constam sete países
asiáticos; o principal país comunitário
é o Reino Unido, em sexto lugar no
ranking geral.
Outro aspecto que importa salientar é
o facto de, pela primeira vez, em 2010,
as economias em desenvolvimento e
em transição terem captado mais de
metade do ID líquido mundial (52 por
cento), enquanto a Europa captou apenas 24,5 por cento do ID líquido total
(43,2 por cento em 2007), e que segundo o World Investment Prospects
Survey 2010-2012, da UNCTAD, os três
Até 2013, a UNCTAD prevê que os fluxos mundiais de investimento directo retomem os valores anteriores ao início da
crise financeira internacional. Face à forte
concorrência internacional na captação
de ID, caberá, assim, a Portugal desenvolver competências cada vez mais assentes
na inovação e na economia do conhecimento, a par de alterações de natureza
fiscal e da redução da dívida pública.
Portugalglobal // Janeiro 12 // 25
DESTAQUE
INVESTIR EM PORTUGAL
OS PRÓS E OS CONTRAS VISTOS
PELAS EMPRESAS
É ponto assente que a captação e fixação de investimento em Portugal constitui
um instrumento importante no processo de modernização, internacionalização e
globalização do tecido empresarial e que por esta via contribui para a dinamização
da economia, nomeadamente em matéria de competitividade. Porque investem as
empresas estrangeiras em Portugal? As empresas respondem.
Embora alguns dos factores de competitividade e de atractividade se tenham
alterado com a crise das dívidas soberanas e dos mercados, Portugal continua a ser um destino apetecível para
o investimento interno e externo mais
consistente e sustentável, sem dúvida
a melhor opção ao investimento circunstancial e mais volátil, que explora
os custos mais baixos dos factores de
produção, com fraca ou nula repercussão no desenvolvimento económico.
Nesta medida, existem factores que
importa realçar, dado que continuam
a influenciar a decisão de investidores,
nomeadamente estrangeiros, não só
26 // Janeiro 12 // Portugalglobal
pela positiva como pela negativa. Face
à crise económico-financeira europeia
e internacional, a questão de como
competir e captar investimento ganha
ainda maior relevância.
É certo que o investimento estrangeiro
em Portugal acusou uma retracção em
2010/11, comparando com anos anteriores, o que é confirmado pela UNCTAD, a agência da ONU para o comércio e o investimento. Contudo, apesar
deste factor de constrangimento, o país
continua a contar com um ambiente
empresarial favorável, de que desfrutam
algumas das maiores empresas inter-
nacionais, e também com um historial
de sucesso em matéria de Investimento Directo Estrangeiro (IDE), de que são
exemplo a Autoeuropa (indústria automóvel), a brasileira Embraer (sector aeronáutico) ou a alemã Siemens, que há
mais de um século desempenha um papel activo no desenvolvimento económico do país, sendo líder nos seus sectores
de indústria, energia e saúde.
Não surpreende, pois, que uma empresa como a Cisco Portugal, líder
mundial em soluções de rede, afirme
que “é impossível encontrar aspectos
negativos do investimento realizado”.
DESTAQUE
Quem o diz é Nuno Varandas, director do Centro Hércules da Cisco, que
defende que Portugal tem neste momento as condições necessárias para
ser a “Califórnia da Europa”.
Também John Chambers, o CEO da multinacional nos EUA, reafirmou recentemente o interesse da empresa em continuar a investir em Portugal, uma vez
que os “resultados deste investimento
têm sido extremamente positivos”.
peus e norte-americanos”. Em contrapartida, para a Continental Mabor,
fabricante de pneus e câmaras-de-ar,
“se o facto de Portugal estar localizado
na União Europeia tem vantagens, já o
situar-se geograficamente na periferia
aumenta os custos de logística”.
Pontos positivos
Portugal é também um país dotado de
um ambiente empresarial favorável ao
investimento estrangeiro, tanto mais
que tem feito apostas em medidas que
fomentam a promoção da competitividade. São exemplo disso o Código de
Trabalho, o Sistema Fiscal e Incentivos
Fiscais, a Reforma Administrativa, as
Infra-estruturas de Apoio à Actividade
Económica e a Regulação do Mercado.
Nesta medida, para a Huf Portuguesa
(componentes para automóveis), “as
relações institucionais com as entidades de apoio às empresas – AICEP, IAPMEI e IEFP e com entidades políticas e
autárquicas – têm sido fluidas e muito
positivas”.Também para a farmacêutica
HIKMA, entre outros aspectos positivos
para o investimento (localização geográfica, apoio institucional, qualidade
dos serviços locais e da mão-de-obra), é
a competitividade que se destaca: “Em
função dos elevados padrões de qualidade apresentados, os custos de produção
continuam a ser competitivos e isto é primordial quando se concorre, dentro do
Grupo Hikma, com outras subsidiárias
sedeadas em localizações ‘low cost’ “.
Para as empresas que olham para Portugal como país e plataforma de investimento, são de destacar factores
como a abertura económica portuguesa, bem como os fortes laços que unem
o país à União Europeia, e por sua vez
a União aos mercados mundiais, bem
como a ligação do país com o continente africano, Brasil e EUA, relações
que constituem uma base sólida para a
internacionalização. Para a Xerox, por
exemplo, o posicionamento geográfico de Portugal foi um factor decisivo
quando optou por se instalar em Lisboa: “Para além da comparação entre
factores como custo do emprego, disponibilidade de idiomas ou instalações,
a acessibilidade foi determinante, dado
que nos permite apoiar clientes euro-
Por outro lado, a mão-de-obra portuguesa caracteriza-se por ser qualificada,
versátil, empenhada e facilmente adaptável às novas práticas tecnológicas,
comerciais e comunicacionais. É esta a
opinião da Huawei Portugal, que sublinha a “responsabilidade, qualidade
e empenho dos colaboradores locais,
que cumprem de forma exemplar, as
funções que lhe são atribuídas”. Para
a Xerox, empresa de soluções tecnológicas para escritório, Portugal oferece
“facilidade de recrutamento aliada à
qualidade dos recursos humanos, com
licenciados altamente motivados, produtividade elevada, domínio de línguas,
adaptabilidade, facilidade de comunicar com diferentes culturas, serviço de
elevada qualidade”, ou seja, “um con-
Seja como for, nunca é demais potenciar a percepção de Portugal no
exterior, pois numa sociedade competitiva não basta fazer bem, é essencial
fazer melhor, de preferência primeiro,
dando-se a conhecer pela excelência. E
para isso, nada melhor que o testemunho de empresas que estão a investir
em Portugal.
“Apesar dos constrangimento
conjunturais, o país continua
a contar com um ambiente
empresarial favorável, de
que desfrutam algumas
das maiores empresas
internacionais, e também
com um historial de sucesso
em matéria de IDE.”
junto de vantagens que permite uma
estratégia de preço competitiva”.
Os custos laborais em Portugal são considerados os mais competitivos da União
Europeia, quer no sector dos serviços,
quer na indústria. É este também o parecer da Renault Cacia, que realça que no
contexto da Europa Ocidental, Portugal
“É necessário mudar para
melhor a percepção de
Portugal no exterior, pois
numa sociedade competitiva
não basta fazer bem, é
essencial fazer melhor,
de preferência primeiro,
dando-se a conhecer pela
excelência.”
conta “com uma mão-de-obra qualificada e com custos competitivos, o que
a par dos incentivos ao investimento é
um factor positivo e preponderante na
decisão de investir”. A Continental Mabor sublinha igualmente os custos competitivos e a perfomance profissional dos
seus colaboradores portugueses na sua
fábrica do Lousado, “onde trabalham
num ambiente industrial de elevada
complexidade e com produtos de grande dificuldade tecnológica”.
Rui Marques Dias, membro de gerência da Preh Portugal afirma que
“é necessário acabar com o mito da
falta de produtividade dos portugueses”. É neste sentido que levanta dúvidas quanto à competência de muitos
empresários e gestores portugueses,
quando se trata de gerir as suas próprias empresas: “A bem do futuro de
Portugal é necessário resolver urgentemente o problema da falta de ‘produtividade’ de uma parte significativa
de empresários e gestores portugueses”, responsabilizando-os directamente pela falta de competitividade
das mesmas, que habitualmente recai sobre os colaboradores. O Grupo
Nestlé, presente em Portugal há quase
um século, não tem dúvidas quanto
Portugalglobal // Janeiro 12 // 27
DESTAQUE
à qualidade dos seus colaboradores:
“continuamos a confiar na capacidade produtiva dos portugueses, no seu
empenho, dedicação e exigência”.
No âmbito técnico-científico, existe em
Portugal uma comunidade científica e
tecnológica internacionalizada, em que
se destaca um conjunto de investigadores jovens, muitos dos quais com
obra reconhecida a nível internacional,
o que não tem passado despercebido
aos investidores.
Pontos negativos
Mas nem tudo é fácil para as empresas
que investem. Para os promotores do
The Yeatman, um hotel de luxo localizado no centro de Vila Nova de Gaia,
junto às antigas caves do vinho do Porto, “a frequente complexidade e morosidade dos procedimentos burocráticos
constituíram um aspecto menos positivo da execução do projecto”. Um potencial entrave a alguns dos projectos
futuros “é a falta de uma política totalmente integrada de desenvolvimento
do turismo para toda a zona da Área
Metropolitana do Porto”.
Para a Huf Portuguesa, fábrica de componentes para automóvel, duas das
principais causas de dificuldade para o
investimento são o “excesso de legislação aplicável às empresas e a pouca
qualidade da mesma em alguns casos”
bem como “a falta de flexibilidade e
desequilíbrio da legislação laboral”.
Para a Preh Portugal, empresa especializada na produção de componentes
electrónicos para automóveis, além
dos obstáculos criados pela legislação
laboral e pela burocracia, há a considerar para quem investe a “permanente
alteração das leis fiscais, a morosidade
da justiça e a localização periférica na
Europa”. A Hikma, por sua vez, também sublinha o peso da carga fiscal,
“o que é um factor negativo de atracção de investimento estrangeiro”. A
Renault Cacia enfatiza que Portugal
tem “uma burocracia exagerada que
dificulta a aplicação prática do desejo
de investir”. Também a Huawei Portu-
28 // Janeiro 12 // Portugalglobal
Portugal em positivo e negativo
Positivo
• Ambiente de negócio favorável e em rápida evolução.
• Apoio eficaz às empresas (AICEP, IAPMEI, IEFP, autarquias).
• Boas infra-estruturas, de nível mundial.
• Custos operacionais competitivos.
• Capacidade de I&D.
• Empresas inovadoras e bem sucedidas internacionalmente.
• Localização geográfica estratégica.
• Fácil acesso aos principais mercados.
• Mão-de-obra qualificada em áreas-chave.
• Facilidade de recrutamento e fácil domínio das línguas, em particular
do inglês comercial.
• Responsabilidade, qualidade e empenho dos colaboradores.
Negativo
• Burocracia exagerada desmotiva o investimento.
• Economia em recessão.
• Incumprimento de prazos de pagamento acordados, nomeadamente
por parte do sector público.
• Dificuldade na obtenção de financiamentos à exportação.
• Excesso de legislação aplicável às empresas.
• Excesso de complexidade e morosidade dos procedimentos
burocráticos, nomeadamente na obtenção de vistos.
• Desequilíbrios na legislação laboral.
• Justiça excessivamente morosa.
• Localização periférica na Europa.
gal, líder nacional nas telecomunicações móveis, destaca a “complexidade
e burocracia na obtenção de vistos”,
que não facilita a vida aos especialistas
da empresa que se deslocam com frequência entre a China e Portugal para
apoiar os projectos em curso.
Já para a Tegopi, empresa metalomecânica líder de mercado em Portugal
em matéria de projecto e fabrico de
pontes, pórticos, gruas e monorails, e
também a maior produtora nacional de
torres eólicas, as principais dificuldades
residem fundamentalmente na “economia em recessão, no investimento
estagnado e na escassez de financiamento à exportação”, aspectos partilhados pela Hikma, que refere não só
a escassez mas também o actual custo
do financiamento: “o que coloca em
causa projectos geradores de valor”.
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EMPRESAS
INVESTIMENTOS DE SUCESSO
Estas são empresas que investiram e continuam a investir em Portugal. De
forma consistente e sustentada. O seu sucesso deve-se à aposta que fizeram no País, na sua modernização e boas infra-estruturas, no seu ambiente empresarial favorável e nas suas oportunidades de negócio, nos seus
apoios e incentivos, no seu fácil acesso aos mercados e na sua mão-deobra qualificada. Razões de sobra para investir em Portugal.
THE YEATMAN HOTEL
PROJECTO DE LUXO PROMOVE VINHOS
E TURISMO NO DOURO
Mais de 32 milhões de euros foi quanto custou o The Yeatman Hotel, em Gaia, à The
Fladgate Partnership, uma empresa familiar de origem inglesa ligada ao vinho do
Porto. Apresenta-se como hotel vínico de luxo e os seus mercados-alvo principais são
Espanha, França, Reino Unido e América do Norte e do Sul.
30 // Janeiro 12 // Portugalglobal
EMPRESAS
Inaugurado em Setembro de 2010, o
The Yeatman é um hotel vínico de luxo
localizado em Gaia (Porto) que tem por
objectivo redefinir a oferta hoteleira
no Porto e tornar-se uma referência de
qualidade, proporcionando aos hóspedes “a melhor e mais autêntica experiência da cidade, do vinho do Porto e
dos vinhos portugueses”, como refere
fonte da empresa, frisando tratar-se de
um hotel de 5 estrelas diferente dos
outros na região porque oferece “um
pacote completo e autêntico”.
Rodeado de espaços verdes e inserido em
2,6 hectares, o hotel disponibiliza apenas
82 quartos, todos com vista para o rio
Douro e para a zona histórica do Porto.
Com um edifício construído de raiz, o The
Yeatman apostou no conforto, na tranquilidade e na hospitalidade, associados
à qualidade, à gastronomia e ao vinho,
que é também o mote do Spa de Vinotherapia® que o hotel disponibiliza aos
hóspedes. É também de sublinhar que
o restaurante do hotel foi recentemente
reconhecido com a atribuição de uma estrela Michelin e com o Prémio de Melhor
Carta de Vinhos (pela Revista dos Vinhos).
e de carácter familiar, cresceu devido à
consolidação do negócio do vinho do
Porto, concretamente à marca Taylor’s
que se mantém na família original desde a sua fundação, em 1692. A família
continua a gerir o negócio que cresceu
com a fusão das marcas Taylor’s com a
Fonseca em 1949, e mais tarde com a
Croft em 2001.
Além disso, a procura de saúde e bemestar tem aumentado na Europa, apresentando um crescimento médio anual
entre 5 e 10 por cento. Este é um tipo
de turismo associado a um estilo de vida
baseado no conceito de wellness, actualmente com maior e mais diversificada
oferta e que deixou de estar associada
ao turismo com fins medicinais.
A The Fladgate Partnership tem ainda
experiência como proprietária e gestora
no sector hoteleiro: construiu e geriu o
primeiro hotel de luxo na região do Douro, o The Vintage House no Pinhão. Com
O The Yeatman tem como mercadosalvo Espanha, França, Reino Unido e
América do Norte e Sul (onde as marcas TFP são fortes), bem como os países
orientais, a Escandinávia e a Austrália.
o The Yeatman é objectivo “apoiar em
força os vinhos portugueses, tornando-o
instantaneamente num forte cartão-devisita da qualidade desta importante indústria”, reforça a mesma fonte.
Refira-se que o turismo é já a maior
indústria a nível mundial. Em 2010,
cerca de 940 milhões de pessoas visitaram países estrangeiros, estimando a OMT (Organização Mundial do
Num investimento que ascendeu a
32,5 milhões de euros, procurou-se
igualmente reduzir o seu impacto no
meio ambiente, através da incorporação de tecnologias que promovem a
poupança de energia. O The Yeatman
utiliza painéis solares para aquecimento da água, células fotovoltaicas para
produção de electricidade reduzindo a
energia eléctrica consumida, e iluminação de baixo consumo em todo o edifício. Igualmente, através da captação
das águas das chuvas, é possível fornecer água para uso sanitário e rega de
jardins, tendo ainda sido adoptado um
sistema de purificação de água da rede
pública para tornar agradável o seu
consumo e para contribuir para a redução de emissões de dióxido de carbono
geradas com o transporte da água engarrafada e reciclagem do vidro.
Na génese deste projecto esteve a intenção do grupo The Fladgate Partnership
de criar um hotel vínico, beneficiando
das raízes da indústria do vinho do Porto
e da experiência dos proprietários neste
sector. A empresa, de origem britânica
Portugalglobal // Janeiro 12 // 31
EMPRESAS
Turismo) que esse número duplique
até 2030.
enquanto destino turístico, projectando a sua imagem a nível internacional.
emocionalmente, tornando-se embaixador do destino que visitou.
Estratégia de promoção
concertada
A curto prazo o grupo pretende integrar a oferta do hotel com serviços
Neste contexto pretende-se explorar
duas áreas específicas, entre outras. A
primeira é a oferta turística conjunta da
cidade do Porto e da região do Douro,
através do desenvolvimento de programas que abrangem as duas regiões.
Segundo a fonte, “este conjunto de
ofertas complementares oferece inúmeras sinergias e, desde que explorado e
promovido com profissionalismo, representa um potencial considerável, não
apenas no âmbito do turismo vinícola”.
Portugal tem enorme potencial turístico e inúmeros factores de atracção, tais
como as condições climatéricas, recursos naturais e culturais, onde se inclui
o vinho do Porto e a região do vale do
Douro. A actividade de promoção turística do vinho do Porto é responsável pelas novas dinâmicas locais, quer
a nível económico quer a nível social,
e, consequentemente, permite um aumento do número de visitantes e da
procura de alojamento de qualidade.
Por outro lado, a região do Porto e Douro deverá tornar-se o destino do país
com um dos melhores desempenhos,
prevendo-se que cresça anualmente a
uma taxa de 8,5 por cento, atingindo
mais de 1,7 milhões de dormidas de
estrangeiros em 2015.
Beneficiando da notoriedade dos vinhos do grupo The Fladgate Partnership, o novo hotel de luxo, localizado
na zona histórica de Gaia, terá assim
um papel de relevo na promoção e divulgação da região do Vale do Douro
32 // Janeiro 12 // Portugalglobal
“O The Yeatman tem como
mercados-alvo Espanha,
França, Reino Unido e
América do Norte e Sul (onde
as marcas TFP são fortes), bem
como os países orientais, a
Escandinávia e a Austrália.”
oferecidos por outros operadores, organismos e estabelecimentos na cidade do Porto e regiões envolventes de
forma a enriquecer a experiência global do visitante. O objectivo é atrair um
turismo de qualidade, com mais poder
de compra e mais amplitude de interesses, e prolongar o tempo médio de
estadia. Igualmente, pretende-se explorar o enorme potencial do chamado
experiential tourism que proporciona
ao visitante, não apenas um ambiente
agradável, mas um conjunto de experiências memoráveis através das quais
se sente enriquecido cultural, física ou
A mais longo prazo, é objectivo explorar o considerável potencial do turismo
marítimo que irá desenvolver-se com a
abertura da nova marina da Afurada e
sobretudo com a construção da nova
gare marítima do porto de Leixões.
O The Yeatman é membro da cadeia
internacional Relais & Châteaux. Sendo
apenas a oitava propriedade em Portugal
a pertencer à Relais & Châteaux, o The
Yeatman juntou-se ao exclusivo grupo
dos 500 melhores hotéis e restaurantes
do mundo, em 55 países.
www.the-yeatman-hotel.com
EMPRESAS
XEROX
SOLUÇÕES INOVADORAS AO SERVIÇO
DA EXPECTATIVA E SATISFAÇÃO
DOS CLIENTES
A Xerox é uma empresa em desenvolvimento contínuo, integrada numa organização
de nível mundial, líder em processos de negócios e gestão de documentos, avaliada em
22,5 mil milhões de dólares. Há duas décadas que a empresa identificou as tendências
de mercado na área da tecnologia de impressão e, antecipando-se, investiu e assegurou
o crescimento sustentado neste segmento de negócio.
Nos anos 90, na Europa, a Xerox centralizou os serviços geridos de impressão, nomeadamente a estrutura delivery, numa
plataforma integrada e especializada em
Dublin, na Irlanda. Durante este período
foi dada continuidade à expansão dos
serviços e da capacidade instalada para
reforçar o posicionamento no mercado,
numa procura constante de novas tecnologias e soluções adequadas às necessidades e expectativas dos clientes.
Mundialmente a Xerox dispõe ainda
de mais três centros, dois nos Estados
Unidos e um no Japão, resultante da
parceria com a Fuji para a Ásia.
Lisboa surge como a fase seguinte
desta evolução e expansão das capa-
“A localização do edifício
da Xerox em Lisboa e a
disponibilidade de recursos
especializados e qualificados
permitem uma estratégia de
preço competitiva, os quais
se adaptam facilmente a
comunicar com diferentes
culturas e a fornecer um
serviço de elevada qualidade
aos utilizadores finais.”
cidades da empresa, tendo como foco
o suporte ao crescimento exponencial
do volume de contratos nesta área. O
Global Delivery Centre de Lisboa foi
criado em Março de 2010 para dar
resposta às novas necessidades do
negócio, e dar à Europa um espaço
para alargar a sua base de contratos
globais. Desde o seu lançamento, mais
de um milhão de euros foi investido
na criação do centro em Portugal, valor que somado aos custos em recursos humanos, rondará, até o final de
2012, os 2,5 milhões de euros.
O Delivery Centre sedeado em Lisboa é
uma parte fundamental de um conjunto de centros globais que disponibilizam
um suporte à oferta em Managed Print
Services (EPS e XPS/XPPS), 24horas por
dia, sete dias por semana. O centro português tem como principal função o suporte a novos serviços para o mercado
Portugalglobal // Janeiro 12 // 33
EMPRESAS
empresarial, desde grandes corporações
a pequenas e médias empresas.
A relação qualidade/preço que Portugal oferece foi um factor determinante para a vinda desta estrutura para
Portugal. A localização do edifício da
Xerox em Lisboa e a disponibilidade
de recursos especializados e qualificados permitem uma estratégia de preço
competitiva, os quais se adaptam facilmente a comunicar com diferentes
culturas e a fornecer um serviço de elevada qualidade aos utilizadores finais.
Portugal tem as condições ideais para
Serviço de Delivery e de Operações. Está
englobado na estrutura da Xerox Europa e tem um mercado de trabalho com
todas as línguas relevantes, juntamente
com um equilíbrio muito interessante
entre o custo/qualificações da sua população e também as competências necessárias para dotar o centro com a capacidade de resposta a uma oferta que
é líder de mercado e muito mais do que
uma central de atendimento.
Num contexto económico em que as
exportações são apontadas como uma
forma de alavancar a economia, 90 por
cento do volume de facturação do Global Delivery Centre de Lisboa são prestação de serviços para contratos globais a nível europeu em países como o
Reino Unido, Irlanda, Holanda, França,
Bélgica, Espanha, Itália, Luxemburgo,
Suíça, Alemanha, Áustria e países nórdicos (Dinamarca, Suécia, Finlândia e
Noruega), onde estão englobadas marcas como a Fiat, Roche, GE, GoodYear,
Reuters, entre outras. No seu total, o
centro em Lisboa gere actualmente cerca de 800 contratos multimarca.
Actualmente, o GDC de Lisboa faz uma
gestão pró-activa através do processamento de alertas electrónicos gerados
pelos equipamentos instalados no ambiente de impressão dos nossos clientes, o que permite ao cliente libertar
a sua área de IT de tarefas sem valor
acrescentado para o negócio.
www.xerox.pt
Pregado ou Psetta Maxima, o seu nome
científico, é o peixe que a Pescanova
produz na sua unidade de aquicultura
em Portugal, no âmbito do investimento
concluído em Outubro de 2009 e que
envolveu um montante global de cerca
de 150 milhões de euros. Esta unidade
da empresa galega tem uma capacidade
de 7.000 toneladas por ano, encontrando-se em pleno funcionamento.
O projecto, considerado como Projecto
de Interesse Nacional (PIN) pela AICEP,
envolve também uma fábrica de processamento de peixe, para aumentar a
competitividade do projecto e a qualidade do produto final. Com este investimento, que decorre durante quatro
anos, são criados 200 postos de trabalho directos (190 até ao final deste ano
e 200 no final de 2012).
34 // Janeiro 12 // Portugalglobal
EMPRESAS
PESCANOVA
EM PORTUGAL
AQUICULTURA GALEGA
PARA EXPORTAÇÃO
A empresa espanhola Pescanova investiu cerca de
150 milhões de euros na criação de uma unidade de
aquicultura de pregado com uma capacidade de 7.000
toneladas por ano. Localizado no concelho de Mira, foi
considerado um projecto PIN pela AICEP e é já a maior
unidade de aquicultura de pregado na Europa.
A produção destina-se quase na totalidade para exportação, sobretudo para
países da União Europeia, mas também
para países terceiros. A capacidade total desta unidade corresponde ao actual volume de produção da aquicultura
nacional, pelo que com este projecto
Portugal irá duplicar a sua produção
anual. As primeiras vendas ocorreram
em 2010, com vendas de mais de
1.000 toneladas e totalmente destinadas ao mercado externo.
A Pescanova foi fundada em 1960,
junto ao porto de Vigo, devendo o seu
sucesso, em grande parte, à tecnologia
desenvolvida pela empresa, através da
qual o peixe é limpo, cortado, ultracongelado e empacotado logo após a sua
captura, o que permite manter as qualidades nutritivas do produto. Com esta
inovação no mundo da pesca, a Pescanova conseguiu um rápido e sólido
crescimento, tendo então começado a
investir no processamento do peixe.
A selecção de Portugal como país de
localização deste novo investimento
da Pescanova assenta nas boas condições existentes no nosso país para
a aquicultura, nomeadamente, uma
zona costeira vasta e com elevado potencial para implantação de instalações
de aquicultura, água do mar sem poluição, com temperatura, salinidade e
condições oceanográficas adequadas
para a produção de pregado e disponibilidade de mão-de-obra com saber
popular de pescado.
A Pescanova é líder no mercado espanhol de congelados e uma das maiores
empresas do sector pesqueiro a nível
mundial. Na Europa, e além da Espanha, os seus principais mercados de
penetração são Portugal, França e Itália. A sua divisão pesqueira conta com
cerca de 120 embarcações de pesca
nos mares da União Europeia, Moçambique, Argentina, Chile, Uruguai e Austrália. O grupo integra 57 sociedades
que empregam perto de 3.399 pessoas e tem frigoríficos em oito países. A
divisão industrial da Pescanova inclui
32 centros de produção, dos quais 11
estão em Espanha. Na aquicultura, a
empresa tem unidades no Chile, Brasil,
Nicarágua e Equador, sendo o investimento em Portugal o mais recente realizado nesta área.
www.pescanova.es
Portugalglobal // Janeiro 12 // 35
EMPRESAS
PREH PORTUGAL
CRESCER EM PORTUGUÊS
Em Portugal desde 1969, a Preh é uma empresa de capital alemão, situada na Trofa,
que produz componentes electrónicos para a indústria automóvel, exportando mais
de 99 por cento da produção. Tem na Alemanha, na BMW e no grupo VW os seus
principais clientes.
A Preh Portugal produz componentes
electrónicos para a indústria automóvel,
nomeadamente painéis de comando
centrais de climatização e multimédia
(MMI). Com um volume de negócios de
125 milhões de euros em 2010 e uma
estimativa de 137 milhões de euros em
2011, a empresa encontra-se tecnologicamente ao mais alto nível na sua área
de actividade e tem nos seus 571 colaboradores o seu grande capital.
A Preh instalou-se em Portugal em 1969,
na Trofa, perto do Porto, e é hoje uma
das maiores empresas industriais daquele
concelho, contribuindo de forma determinante para a sua riqueza. Começou
por produzir componentes electromecânicos (trimmers, potenciómetros, interruptores e fichas) para a indústria de
grande consumo, tendo, em 1982, dado
36 // Janeiro 12 // Portugalglobal
“Os objectivos de curto
e médio prazo da Preh
Portugal passam por garantir
a manutenção do primeiro
lugar como unidade produtiva
do grupo, quer em actividade,
quer em produtividade,
quer em competitividade
dos produtos produzidos
naquela unidade.”
início à produção de cablagens especiais
destinadas à indústria informática, nomeadamente para transmissão de dados a
alta velocidade, área entretanto já extinta.
Actualmente, além dos componentes
electrónicos para a indústria automóvel,
a Preh Portugal tem nos moldes e equipamento industrial uma segunda área
de negócio, embora em 2010 a área da
electrónica tenha representado 98 por
cento da actividade total da empresa.
A entrada na área de negócio automóvel da fábrica portuguesa do grupo
Preh deu-se em 1992, com a montagem dos primeiros painéis de controlo
de ventilação e de aquecimento com
tecnologia baseada em sistemas de
comando mecânicos, para o cliente
Volkswagen. Cinco anos mais tarde,
foi instalada a primeira linha automática de inserção de componentes
electrónicos (SMD), mas foi 2001 que
marcou a grande viragem, quer na tecnologia utilizada, quer nos produtos
fabricados, explica Rui Marques Dias,
membro da gerência da empresa desde
EMPRESAS
1999. Em 2005, iniciou-se o processo
de tratamento de superfícies plásticas,
o que permitiu à empresa preparar-se
para a produção dos produtos hoje desenvolvidos.
tugal exporta 99,5 por cento da sua
produção. Também na compra de materiais, o mercado externo é de especial
importância para a Preh, representando 75 por cento dos fornecedores.
O mesmo responsável sublinha que a
área da electrónica automóvel passou
de 53 por cento das vendas em 2000
para, em 2010, representar cerca de 98
por cento. Ainda assim, a focalização
nesta área de negócio não impediu um
crescimento, em valor absoluto para
o mesmo período, de cerca de 270
por cento (56 por cento de 2009 para
2010). Em cada uma destas áreas de
negócio, a Preh Portugal desenvolve
uma multiplicidade de produtos.
O principal mercado da Preh Portugal
é a União Europeia, no qual a Alemanha (país dos principais construtores de
automóveis) se destaca de outros países como a Espanha, República Checa
e Polónia. Contudo, o mercado extra
comunitário já representou, em 2010,
cerca de 8 por cento do total das exportações, segundo a mesma fonte.
A área de moldes e equipamento industrial, que tem como actividade principal o desenvolvimento e construção
de ferramentas e o desenvolvimento
e construção de equipamento industrial, embora represente apenas 2 por
cento do volume de negócios da Preh
Portugal tem um impacto superior na
organização, uma vez que esta área
também desenvolve e produz ferra-
mentas e equipamento industrial para
a própria empresa.
por cento) e Pierburg (3 por cento). De
referir que as vendas à Behr em termos
de OEM correspondem também a vendas ao grupo VW.
A Preh Portugal produz componentes
electrónicos para os maiores fabricantes mundiais de automóveis, de que se
destacam a BWW, o grupo VW/Audi/
Seat/Skoda, a GM/Opel/Vauxhall e a
Daimler. O grupo Preh, o grupo Behr, o
grupo TRW e a Pierburg são os principais clientes intermédios.
Quanto ao futuro, Rui Marques Dias
refere que o grupo Preh continuará a
concentrar esforços na área da electrónica automóvel, aproveitando as
oportunidades de negócio que existem
nomeadamente na América do Norte e
na China, neste caso, explica a fonte,
aproveitando o facto da maioria do capital do grupo ser desde o ano passado detido pelo grupo chinês Joyson, o
que através da implementação da Preh
China potenciará o desenvolvimento e
a angariação de projectos a nível local.
De referir que, “pese embora a maioria
do capital tenha sido adquirido pelo
grupo Joyson, a sede continuará a ser
na Alemanha, mantendo-se a estrutura e a organização do grupo sem qualquer alteração”, acrescenta.
Em 2010, o principal cliente foi a BMW,
com um peso de cerca de 24 por cento
do total das vendas do exercício. Exceptuando as vendas para o grupo Preh
No que diz respeito à Preh Portugal,
os objectivos de curto e médio prazo
passam por garantir a manutenção do
primeiro lugar como unidade produtiva
(20 por cento), o grupo BEHR assumiu
do grupo, quer em actividade, quer em
produtividade, quer em competitividade dos produtos produzidos nesta unidade, conclui o mesmo responsável.
igualmente um peso relevante no total das vendas (cerca de 17 por cento),
Exportação quase total
logo seguido da AUDI, com 14 por cen-
Com um volume de vendas no mercado interno quase residual, a Preh Por-
to. Mais abaixo aparecem o grupo GM
(10 por cento), o resto do Grupo VW (3
www.preh.com
Portugalglobal // Janeiro 12 // 37
EMPRESAS
ARTLANT PTA
INVESTIMENTO COM IMPACTOS
MACROECONÓMICOS POSITIVOS
A unidade industrial da Artlant PTA, em Sines, além de ter efeitos positivos na
balança comercial e de pagamentos, irá dinamizar o Porto de Sines como plataforma
logística e terá efeitos de consolidação na fileira petroquímica instalada em Portugal.
Um investimento superior a 500 milhões de euros, com uma facturação anual de cerca
de 600 milhões em velocidade de cruzeiro.
Artlant PTA é o novo nome da Artenius Sines, designação que pretende
reforçar a ligação da empresa à técnica, ao saber, ao talento e à competência, como características fundamentais para uma adaptação efectiva
à mudança e aos desafios do mercado
38 // Janeiro 12 // Portugalglobal
global, bem como estreitar o relacionamento da empresa com o ambiente, o mar e os recursos que são necessários proteger.
Esta alteração surge na sequência da recente recomposição da estrutura accio-
nista da empresa, operação financeira
que envolveu um aumento de capital e a
alienação de 59 por cento da participação da La Seda de Barcelona na Artenius
Sines (cuja primeira pedra foi lançada em
2008), a três novas entidades – a ECS
Capital, Caixa Capital e o fundo Inov Ca-
EMPRESAS
O mercado do PET (politereftalato de
etileno) está em forte expansão, sendo um produto com características de
commodity quando destinado à indústria de embalagem para o sector
alimentar, mas que também tem aplicações em nichos de mercado, com
maiores margens e valor acrescentado,
como é o caso das indústrias farmacêutica, cosmética ou automóvel.
“A Artlant faz um forte
investimento em tecnologia
e inovação e assume, como
vantagem competitiva, a
qualidade do produto e
eficiência de produção, com
inteiro respeito pelo ambiente
e pela comunidade.“
Responsáveis da empresa enfatizam que
esta fábrica será uma das instalações
mais avançadas da Europa na produção
de PTA e estimam uma facturação na
ordem dos 600 milhões de euros, prevendo uma produção anual de 700 mil
toneladas de PTA. Deste volume, 95 por
cento destina-se à exportação.
O paraxileno, destinado à produção de
ácido tereftálico purificado (PTA) na fábrica da Artlant PTA em Sines, é uma
matéria-prima base que é produzida pela
refinaria da Galp Energia em Matosinhos, a única fornecedora deste produto
em Portugal, tendo as empresas já firmado o acordo de fornecimento de 80 mil
toneladas de paraxileno. A Galp tem actualmente uma capacidade de produzir
120 mil toneladas em Matosinhos.
pital. A operação envolveu um aumento
de capital e a entrada no projecto de
96,9 milhões de euros em fundos.
A Artlant domina o processo químico
de produção do PTA (ácido tereftálico
purificado), que é utilizado como matéria-prima na produção do politereftalato de etileno (PET), material reciclável
muito utilizado no fabrico de embalagens para o sector alimentar (garrafas
de água, refrigerantes e outras bebidas) e na produção de fibras de poliéster utilizadas no sector têxtil.
A fábrica da Artlant situa-se na ZILS
(Zona Industrial e Logística de Sines),
uma localização estratégica que permite escoar a produção de PTA com rapidez e facilidade para todos os pontos
do mundo. Na zona portuária, a Artlant
procederá às operações de descarga de
paraxileno e ácido acético, utilizando
o terminal portuário, especializado na
movimentação de granéis líquidos, bem
como à armazenagem dos mesmos, em
três tanques de construção metálica,
para posterior expedição através de pipeline para a sua fábrica na ZILS.
O produto resultante das operações
de transformação na fábrica da Artlant
PTA constitui a matéria-prima para a
produção de poliésteres – onde se incluem as garrafas de PET (polímero
termoplástico utilizado em embalagens
para bebidas e outras aplicações da indústria alimentar) –, a qual será expedida a partir do terminal de contentores
do porto de Sines (Terminal XXI).
Em Portugal, a Artlant tem como único
cliente a Selenis Portugal, em Portalegre, ao qual se estima que forneça cerca de 40 milhões de euros de produto
ao ano, um reforço para a consolidação do cluster do PET no país. Por outro
lado, potencia sinergias significativas
na fileira petroquímica instalada em
Portugal, decorrentes da aquisição de
um volume considerável de matériaprima e utilities no âmbito nacional.
A empresa, que dispõe de uma equipa de 150 colaboradores com competências técnicas e comportamentais,
experiente e motivada, faz um forte
investimento em tecnologia e inovação
e assume, como vantagem competitiva, a qualidade do produto e eficiência
de produção, com inteiro respeito pelo
ambiente e pela comunidade.
www.artlantpta.com
Artlant PTA em números
Investimento: superior a 500 milhões de euros
Área total: cerca de 170.000 m2
Produção PTA: 700. 000 ton/ano
Colaboradores: 150 postos de trabalho directos e 200 indirectos
Exportações: 95 por cento da produção
Redução de custos energéticos: em 25 por cento
Facturação anual prevista: cerca de 600 milhões de euros
Portugalglobal // Janeiro 12 // 39
EMPRESAS
CISCO
SUCESSO CONDUZ A NOVOS
INVESTIMENTOS
Sessão de Telepresença entre o Presidente da República nos Headquarters da Cisco em Silicon Valley e a equipa de gestão da Cisco Portugal,
nos escritorios em Lisboa
A Cisco Systems está em Portugal desde 1997, mas foi a abertura, dez anos depois, do
Centro Hércules, um centro de operações de suporte a vendas para toda a Europa,
que deu maior impulso aos investimentos do gigante norte-americano no nosso país.
A presença da Cisco em Portugal foi reforçada com a abertura de novos centros, onde
se destaca a qualidade dos recursos existentes no país.
O CEO da Cisco Systems, John Chambers, não tem dúvidas em afirmar que o
sucesso da aposta da empresa no nosso
país poderá conduzir a novos investimentos. Ainda recentemente, por ocasião da
visita do Presidente da República português aos Estados Unidos e, em concreto,
a Silicon Valley onde está sedeada a Cisco
Systems, Chambers reafirmou o interesse da empresa em continuar a investir
em Portugal, já que os resultados dos
investimentos efectuados têm sido “extremamente positivos”. Também Nuno
Varandas, Director do Centro Hércules,
considera que Portugal tem condições
para ser a “Califórnia da Europa”.
40 // Janeiro 12 // Portugalglobal
A Cisco veio para Portugal em 1997,
onde criou uma história de sucesso
através da presença no mercado com
soluções inovadoras, dirigidas a diferentes segmentos. Em 2007, a Cisco
International decidiu localizar em Portugal o seu centro de operações de
suporte a vendas para toda a Europa.
Conhecido como Centro Hércules, a
abertura desta unidade implicou a contratação imediata em Portugal de 60
novos colaboradores qualificados.
De acordo com Nuno Varandas, a opção da Cisco de abrir em Portugal este
centro teve como principais factores a
disponibilidade de recursos qualificados, o domínio de idiomas estrangeiros, as infra-estruturas de telecomunicações existentes, e outros factores
característicos dos portugueses como
a hospitalidade, a fácil integração de
estrangeiros em Portugal e a própria
imagem de segurança do país.
O sucesso deste centro colocou Portugal no centro das decisões da Cisco,
levando a que a empresa fizesse novos
investimentos no país. Assim, surgiram
novos centros que vieram reforçar a
predominância da Cisco Portugal na
Europa e a imagem de qualidade dos
EMPRESAS
recursos existentes no país. Assistiu-se
também à vinda de alguns colaboradores internacionais para Portugal, provocada pela existência de condições favoráveis para a colocação de elementos
estrangeiros no país.
Os 180 colaboradores actuais dos centros instalados em Portugal apresentam
uma média de idades de 30 anos, 95
por cento são licenciados (de 16 perfis
académicos diferentes) e 66 por cento
são mulheres. Para 12 por cento destes
colaboradores, trata-se do seu primeiro
emprego, enquanto 22 por cento dos
contratados estavam desempregados.
Sublinha Nuno Varandas que “existem
25 diferentes nacionalidades e falamse sete idiomas diariamente no escritório, contribuindo para uma diversidade
cultural extremamente rica”.
Hoje a realidade da Cisco Portugal (depois de cinco centros inaugurados nos
últimos quatro anos) é uma plataforma de Centros de Excelência que dão
apoio a clientes, parceiros e colaboradores internos da Cisco. Tudo funciona a partir das instalações da empresa
no Lagoas Park. De 50 colaboradores
em 2007, a Cisco em Portugal tem
hoje cerca de 250 colaboradores, o
que revela o grande investimento em
recursos humanos realizado nos últimos quatro anos.
seja, na aposta contínua nos clientes e
na evolução da sua infra-estrutura, de
forma a suportar as necessidades actuais
e futuras; no Partner Centric Approach
em que aposta na rede de parcerias
existente como uma forma de potenciar
as soluções da Cisco no mercado; e na
Next Generation Company, onde se posiciona como a melhor e mais completa
empresa, quer na vertente da qualidade
dos seus produtos quer pela vasta oferta
de soluções end-to-end.
“O sucesso do centro Hércules
colocou Portugal no centro
das decisões da Cisco, levando
a que a empresa fizesse
novos investimentos no
país, tendo surgido novos
centros que vieram reforçar
a predominância da Cisco
Portugal na Europa e a
imagem de qualidade dos
recursos existentes no país.”
A Cisco aposta continuamente na inovação, lançando, todos os anos no
mercado, soluções diferenciadoras.
Além dos equipamentos de routing e
switching, que constituem o core da
empresa, as soluções de collaboration, por exemplo, onde a Cisco possui já uma experiência de largos anos,
abrangem hoje diversas vertentes da
comunicação. Disso é exemplo a telepresença, uma solução que estende
esta comunicação ao vídeo, numa experiência única e que ultrapassa a vídeo-conferência. A empresa tem também feito uma grande aposta na área
de data center e virtualização, tendo
lançado ainda uma nova área de servidores, refere o mesmo responsável.
Nuno Varandas realça o papel actualmente desempenhado pela Cisco
no desenvolvimento da sociedade de
informação, revelando-se uma empresa completa que apresenta soluções
para todos os mercados (do mercado
empresarial ao residencial), destacando-se ainda pelo desenvolvimento de
projectos como as Networking Academies, em que a empresa certifica
jovens na sua tecnologia, e a parceria
que tem com organismos locais de
modo a formar jovens na casa-mãe
em Silicon Valley.
www.cisco.pt
www.cisco.com
Em 2011, a empresa foi considerada
pelo Great Place to Work Institute a
melhor empresa para trabalhar em Portugal, a melhor empresa para as mulheres trabalharem, além de ter recebido ainda uma menção honrosa pelos
seus esforços na área da solidariedade.
A Cisco Systems, Inc. é líder mundial em
soluções de rede de banda larga. Criada
em 1984 por um casal de cientistas da
Universidade de Stanford, na Califórnia, a empresa conta hoje com mais de
72.000 colaboradores em todo o mundo. As soluções de rede da Cisco baseadas no protocolo da Internet (IP) são a
base operacional da maioria das redes
empresariais, educacionais e da administração pública, de operadores fixos, móveis e de cabo, em todo o mundo.
A estratégia da Cisco assenta em três
pilares: no Customer Transformation, ou
Cavaco Silva com John Chambers, President & CEO da Cisco
Portugalglobal // Janeiro 12 // 41
EMPRESAS
EMBRAER
INVESTIMENTO EM ÉVORA AVANÇA
COM NOVOS PROJECTOS NA MIRA
A Embraer é hoje uma das três maiores construtoras mundias de aviões comerciais,
dispondo de uma base global de clientes, de importantes parceiros de renome
internacional e de unidades instaladas no Brasil, EUA, Ásia e Europa. É no âmbito
desta geografia de negócios, que a empresa assume o mercado português como
estratégico na sua relação com os mercados da União Europeia.
A Embraer e Portugal têm uma história
de boas relações. Investiu inicialmente
no mercado português de aeronáutica
através da sua participação na OGMA
– Indústria Aeronáutica de Portugal,
S.A., uma empresa com prestígio internacional, que se dedica à manutenção
de aeronaves, bem como ao fabrico de
componentes e ao suporte logístico e
de engenharia. O seu capital é detido
em 65 por cento pelo consórcio Airhol-
42 // Janeiro 12 // Portugalglobal
ding SGPS, composto pela Embraer e
pela EADS, sendo os restantes 35 por
cento detidos pelo Estado português
(Empordef). Para a empresa brasileira,
instalada desde 1983 em Le Bourget,
em França, a OGMA representa um
reforço significativo da sua imagem e
presença na Europa.
Também no âmbito do seu projecto de
investimento em Portugal, a Embraer
está a construir duas fábricas na cidade
de Évora, destinadas à produção de estruturas metálicas (Embraer Metálicas)
e de estruturas em materiais compósitos (Embraer Compósitos), as quais começarão a produzir em 2012.
A concretização destes dois projectos
em Portugal, com um investimento
superior a 148 milhões de euros, decorrerá ao longo de seis anos, estando
EMPRESAS
previsto que gerará cerca de 2.000 empregos entre directos e indirectos, sendo objectivo da casa-mãe ter o máximo
possível de portugueses a trabalhar nas
duas unidades.
A Embraer está também a apostar em
fornecedores portugueses. Desde 2009
que está a apoiar um grupo de empresas no desenvolvimento de competências neste sector e já qualificou algumas
como fornecedores. A sua aposta em
Portugal foi determinada não só pelo
factor de proximidade cultural mas também pelas competências nacionais.
A Embraer Compósitos conta com um
investimento inicial previsto de 48 milhões de euros e a Embraer Metálicas
de cerca de 100 milhões de euros. Em
Évora, a Embraer vai produzir inicialmente componentes de duas novas
aeronaves para a aviação executiva, o
Legacy 500 e o Legacy 450, estando
o primeiro mais avançado, com os primeiros protótipos já a serem produzidos no Brasil, os quais já incorporam
componentes produzidos por empresas em Portugal.
Estas duas fábricas que o gigante brasileiro está a construir constituem não
apenas um importante papel para a
mobilização do investimento produtivo
em Portugal, como contribui decisivamente para a formação e consolidação
de um cluster aeronáutico no país, po-
“A Embraer está a construir
duas fábricas na cidade de
Évora, destinadas à produção
de estruturas metálicas
(Embraer Metálicas) e de
estruturas em materiais
compósitos (Embraer
Compósitos), as quais
começarão a produzir em
2012.“
tenciador de excelência industrial, de
desenvolvimento tecnológico e inovação, e de qualificação das empresas,
especialmente das PME com maior desempenho tecnológico, e dos seus co-
laboradores. É de assinalar que outras
empresas do sector já manifestaram a
intenção de também se instalar no parque industrial aeronáutico da cidade,
uma tendência que demonstra o efeito de arrastamento e de âncora destes
dois grandes projectos.
As duas novas unidades serão Centros
de Excelência nas suas áreas. Contarão
com tecnologias e processos de última
geração, seguindo os conceitos lean
manufacturing, ou produção optimizada, implementando uma dinâmica de
eliminação dos desperdícios e de maximização do valor acrescentado. Neste
sentido e com o objectivo de manter e
aprimorar as competências do seu centro de excelência em materiais compósitos, a Embraer continua a estabelecer
contactos e parcerias com organizações
locais, tais como potenciais fornecedores, centros de pesquisa e universidades.
É ainda no capítulo da excelência que
se celebrou o contrato de parceria assinado recentemente entre a Embraer
e as portuguesas OGMA e Empresa
de Engenharia Aeronáutica (uma participada do IAPMEI), que prevê a concepção, testes e produção de partes do
novo avião militar KC-390, que deverá
estar a voar em 2014.
A OGMA deverão investir cerca de 3,8
milhões de euros para concretizar esta
aposta na aeronáutica e capacidade
tecnológica nacionais.
O KC390 é um jacto de transporte militar
de última geração, havendo já empresas
portuguesas, como a OGMA e a Critical
Software, a posicionar-se como fornecedoras de sistemas de software para produzir o “cérebro” desta aeronave. No
âmbito da sua estratégia de mercado, a
fabricante brasileira tem negociado com
vários países a repartição da produção
dos diferentes componentes deste avião
militar, procurando assegurar, por outro
lado, a venda destes aviões aos países
envolvidos no projecto, substituindo assim aeronaves de transporte obsoletas.
É de sublinhar que em anos recentes,
a cidade de Évora – que é considerada
Património Mundial pela Organização
Educacional, Científica e Cultural das
Nações Unidas – incentivou o desenvolvimento do sector aeroespacial,
criando um parque industrial com
873.290 metros quadrados, contíguo
ao aerodromo municipal, que terá a
Embraer como principal parceiro.
Esta nova dinâmica em torno do sector
aeronáutico nacional levou Portugal a
estar com a maior representação alguma vez feita, com um pavilhão no Salão de Le Bourget 2011 e no Salão de
Farnborough 2010, com a presença de
cerca de 40 entidades em cada certame, os mais importantes e mais antigos
certames do sector a nível mundial.
www.embraer.com
Portugalglobal // Janeiro 12 // 43
EMPRESAS
NESTLÉ PORTUGAL
INVESTIMENTO DE SUCESSO
NUM RELACIONAMENTO
DURADOURO
Em Portugal há quase 90 anos, a suíça Nestlé tem em
curso um novo investimento na modernização da sua
principal unidade industrial em Portugal, superior a
9 milhões de euros. É da fábrica de Avanca que saem
os produtos que abastecem o mercado nacional, mas
também Espanha e Itália. O novo investimento reforça
os laços já históricos que unem a Nestlé ao nosso país.
A Nestlé está presente em Portugal desde 1923 e industrialmente desde 1933,
quando a Nestlé Suíça (então Nestlé &
Anglo-Swiss Condensed Milk, Co.) demonstrou interesse numa pequena mas,
na altura, avançada e qualificada unidade de processamento de leite, localizada
em Avanca (distrito de Aveiro), então
propriedade da Sociedade de Produtos
Lácteos, Lda. Esta sociedade tinha sido
fundada em 1923 pelo Prof. Egas Moniz,
Prémio Nobel da Medicina em 1949.
A fábrica de Avanca é ainda hoje a principal unidade de produção da Nestlé em
Portugal, que detém também uma fábrica de cafés torrados no Porto, uma unidade industrial de recolha e enchimento
de garrafões de água em Coruche e uma
unidade, sedeada nos Açores, dedicada
à produção de leite em pó.
Com um importante e largo percurso
histórico no universo do grupo Nestlé,
a fábrica de Avanca produz actualmente um conjunto diversificado de produtos de gamas sobejamente conhecidas
no mercado, como sejam as farinhas
Cerelac e Nestum, os cereais de pequeno-almoço Estrelitas e Chocapic, as
bebidas solúveis Tofina, Brasa, Bolero,
Mokambo e Pensal, bem como produtos destinados à restauração na gama
44 // Janeiro 12 // Portugalglobal
Professional (pudins, mousses, CLIC), e
natas para o negócio de refrigerados.
Esta unidade produtiva conta, presentemente, com um total de 311
colaboradores e produz anualmente
cerca de 33.000 toneladas de produtos, oriundos de cinco áreas distintas
de produção (farinhas infantis, cereais
de pequeno-almoço, bebidas solúveis,
leite em pó e professional), cada qual
com diferentes processos produtivos
inerentes. Estes produtos destinam-se
em partes iguais ao consumo do mercado português e internacional, nomeadamente Espanha e Itália, segundo
refere fonte da empresa.
A mesma fonte sublinha que, apesar
da “instabilidade da actual conjuntura macroeconómica, a Nestlé Portugal
tem sabido manter, ao longo dos últimos anos, um significativo crescimento, verificável pela consolidação da
sua actividade económica em território
nacional e reforço da sua liderança no
mercado”. A este nível, refira-se que,
em 2010, contando com cerca de
1.749 colaboradores, a Nestlé em Portugal atingiu um volume de negócios
de mais de 600 milhões de euros, sendo a terceira maior empresa a actuar
no sector alimentar em Portugal.
EMPRESAS
No âmbito das decisões estratégicas da
Nestlé Portugal para a sustentabilidade
da sua actividade a médio e longo prazo,
está a ser actualmente concretizado (biénio 2011/2012) um importante plano de
investimento na fábrica de Avanca, que
ascende a mais de 9 milhões de euros.
Do montante total do investimento,
adianta a mesma fonte, 2 milhões de
euros foram aplicados na introdução
de um novo produto, através da deslocação da produção de cereais Nesquik, até agora produzido em Itancourt
(França) para Avanca. Com esta nova
linha de produção, a capacidade total
de produção instalada referente a cereais de pequeno-almoço aumentará em
mais de 40 por cento, sendo que mais
de 60 por cento da nova produção será
para exportação.
Ao incremento da eficiência e capacidade produtiva foram afectos 2,2 mi-
“No âmbito das
decisões estratégicas da
Nestlé Portugal para a
sustentabilidade da sua
actividade a médio e longo
prazo, está a ser actualmente
concretizado (biénio
2011/2012) um importante
plano de investimento na
fábrica de Avanca, que
ascende a mais de 9 milhões
de euros.”
lhões de euros, através da implementação de melhorias significativas nos
actuais processos, destacando-se pela
sua importância transversal os novos
calibradores (num custo que ascende
a mais de 400.000 euros) e o novo
evaporador, que permitirá aumentar
a capacidade do icechiller instalado e
a substituição do gás refrigerante R22
para um composto menos agressivo.
Ainda foram investidos 4,8 milhões
de euros no reforço dos níveis de segurança, higiene e ambiente. Destacase aqui o investimento superior a 2,5
milhões de euros numa torre “Egron”,
que permitirá a instalação de um filtro para reduzir significativamente as
emissões poluentes de pó, originando
igualmente uma poupança de 50.000
euros/ano em perdas de produto.
De acordo com a fonte da empresa,
o investimento na modernização da
principal unidade industrial detida pela
Nestlé em Portugal demonstra, acima
de tudo, a preocupação constante
da empresa em fornecer aos consumidores produtos ainda melhores e
mais saudáveis, mas é também “uma
demonstração clara e inequívoca da
forma como o grupo Nestlé olha para
Portugal, no modo como continua a
confiar na capacidade produtiva dos
portugueses, no seu empenho, dedicação e exigência, tal como sempre o
fez nos seus 90 anos (a comemorar em
2013) de existência em Portugal”.
Os laços (já históricos) que unem a Nestlé a Portugal, “a excelente reputação
não só dos seus produtos, como da própria imagem da empresa no nosso país,
permitem aferir que esta é uma relação
douradora, com um elevado grau de satisfação para todos que permitirá, certamente, a contínua aposta da Nestlé em
fornecer aos consumidores portugueses
produtos cada vez mais saborosos e
saudáveis”, conclui a mesma fonte.
A colocação no mercado de produtos
saborosos, diversificados e saudáveis, a
par de princípios corporativos que a empresa considera fundamentais para o desenvolvimento da sua actividade, como
a liderança e responsabilidade social dos
seus colaboradores, as relações de exigência com os fornecedores e clientes,
uma política de efectivo apoio ao desenvolvimento rural, a optimização dos recursos hídricos e a sustentabilidade ambiental das suas práticas empresariais,
orientam toda a actividade da Nestlé.
O grupo tem um volume de negócios
anual de cerca de 86 mil milhões de euros, emprega mais de 280.000 colaboradores, está presente em mais de 150
países (tendo 443 unidades industriais
em 83 desses países) e gere mais de
10.000 marcas a nível mundial.
www.nestle.pt
Portugalglobal // Janeiro 12 // 45
EMPRESAS
AUTOEUROPA
SUCESSO EM QUATRO RODAS
A Autoeuropa nasceu há 20 anos. E continua a ser a maior fábrica de automóveis de
Portugal, sendo reconhecida internacionalmente como uma das melhores do grupo
alemão Volkswagen, que já a partir deste ano vai investir mais de 200 milhões de
euros na modernização das suas instalações fabris de Palmela.
A Autoeuropa exporta 99 por cento
da produção, principalmente para a
Europa, com grande destaque para o
mercado alemão, bem como para os
Estados Unidos e China, representando
este fluxo exportador cerca de um por
cento do Produto Interno Bruto (PIB)
português. Para responder ao crescimento da procura, a empresa produziu
nos primeiros 11 meses de 2011 um
total de 126.256 viaturas, números que
incluem a entrada do modelo Volkswagen Sharan no mercado chinês.
A dinâmica da unidade de Palmela, que
emprega mais de 3.000 pessoas, tem
uma estratégia sustentada de crescimento, e faz neste sentido uma aposta
46 // Janeiro 12 // Portugalglobal
“A AUTOEUROPA exporta
99 por cento da produção,
principalmente para a Europa,
com grande destaque para o
mercado alemão, bem como
para os Estados Unidos e
China, representando este
fluxo exportador cerca de um
por cento do Produto Interno
Bruto português.”
continuada em produtos de sucesso,
na qualidade, na produtividade, no
emprego, na formação e na estabilida-
de social da empresa. É de referir que a
Autoeuropa investiu nos últimos anos
mais de 7 milhões de horas em formação no posto de trabalho e em sala,
sendo que cerca de 1.000 colaboradores tiveram formação no estrangeiro.
Em 2011, dado o incremento das encomendas, a Autoeuropa reforçou os
níveis de produtividade e de qualidade
final dos seus produtos, bem como o
aumento de eficiência do sistema logístico e redução de custos dos transportes, dado que a empresa tem montado
um sistema de transporte por comboio
até Barcelona, o que permite reduzir
significativamente o transporte rodoviário de e para a Autoeuropa.
EMPRESAS
Por outro lado, a empresa de Palmela
está a investir igualmente no reforço da
rede de fornecedores em Portugal.
Dos quatro modelos produzidos na fábrica da Volkswagen de Palmela, três registaram aumentos na produção (Sharan,
Seat Alhambra e EOS) e um registou um
ligeiro decréscimo (Scirocco). A maior subida na produção pertenceu à Volkswagen Sharan, com 47.483 viaturas, mais
147 por cento do que as 19.210 produzidas entre Janeiro e Novembro de 2010.
Segue-se o Seat Alhambra, com 16.003
viaturas produzidas, mais 73 por cento
em relação às 9.250 do ano passado. A
produção do Volkswagen EOS registou
um crescimento de 12 por cento nos
primeiros 11 meses do ano transacto,
fixando-se em 21.907 viaturas, contra
19.500, em 2010.
Um pouco de história
A primeira pedra da Autoeuropa foi
lançada em Dezembro de 1991, em
Palmela, constituindo o maior investimento estrangeiro de sempre em Portugal, no montante de 1,9 mil milhões
de euros. A fábrica foi construída no
âmbito de uma parceria entre a Ford
e a Volkswagen, para a produção do
MPV (Multi-Purpose Vehicle) nos anos
90. Este investimento permitiu desenvolver os seus três modelos iniciais:
os monovolumes Volkswagen Sharan,
Seat Alhambra e Ford Galaxy.
Em 1999, o Grupo Volkswagen assumiu
os 100 por cento do capital social da Autoeuropa, mas a Ford e a Volkswagen
continuaram a cooperar na fábrica de
Palmela, mantendo-se a produção dos
monovolumes das duas marcas. Considerada uma das melhores e mais modernas
unidades de produção de automóveis do
espaço europeu, a Autoeuropa atingiu
a produção de um milhão de unidades
em 2003, ano em que foi feito um novo
investimento de 600 milhões de euros,
que permitiu preparar a produção de um
Autoeuropa
em números
(Fonte: Volkswagen Autoeuropa)
Localização: Concelho de
Palmela, Distrito de Setúbal
Áreas do projecto, em m²
Área de produção: 1.100. 000
Parque industrial: 900.000
Área total: 2. 000.000
Inauguração:
26 de Abril de 1995
Início da produção em série:
Maio de 1995
Investimento inicial
(em milhões de EUR)
Implementação
da fábrica: 1.282
Desenvolvimento
do produto: 479
Fornecedores
Total: 671
Europeus: 660
Não europeus: 11
Produto
VW Sharan
VW Eos (Desde Fev. 2006)
Seat Alhambra
Ford Galaxy (Até Fev. 2006)
VW Scirocco (Desde Jun. 2008)
novo modelo, o Volkswagen Eos, um
cabriolet com capota rígida e o primeiro carro de luxo da marca Volkswagen
a ser produzido em Portugal. Em 2006
foi anunciada a construção de um outro
modelo, o Scirocco.
Em 2007, a fábrica de Palmela atinge a
produção de um milhão e meio de veículos. A Volkswagen anuncia então mais
um investimento de 541 milhões de euros, agora direccionado para uma reestruturação e uma melhoria tecnológica,
de forma a permitir diferentes produtos
numa única linha de produção. Cinco
anos depois, quando celebra os 20 anos
de início de construção da fábrica, o grupo Volkswagen irá investir um montante
superior a 200 milhões de euros, destinados à modernização da sua fábrica.
www.volkswagenautoeuropa.pt
Portugalglobal // Janeiro 12 // 47
EMPRESAS
RENAULT CACIA
FORTE INVESTIMENTO NA DIVERSIDADE
DOS PRODUTOS E DOS MERCADOS
A RENAULT CACIA, fábrica de mecânica do Grupo Renault, iniciou a sua
actividade em 1981. Tem por missão fabricar órgãos e componentes para veículos
Renault/Nissan, os seus principais clientes. Entre 2011 e 2013, prevê investimentos
em novas linhas de montagem no valor total de 35 milhões de euros.
Em Setembro de 2011, a RENAULT
CACIA, cuja ambição é tornar-se uma
referência em matéria de competitividade no sector automóvel, celebrou
30 anos de actividade. Só na última
década investiu na sua fábrica de Aveiro mais de 220 milhões de euros, não
apenas na instalação de novas linhas
e renovação de outras, mas também
na formação dos colaboradores, melhoria das condições do ambiente de
48 // Janeiro 12 // Portugalglobal
trabalho, reforço da responsabilidade
ambiental da empresa.
O investimento dos últimos anos foi
especialmente direccionado para as
actividades de I&D (investigação e desenvolvimento) no âmbito de uma série de projectos produto/processo, desenvolvidos com o objectivo de melhor
adaptar a empresa à nova realidade
do mercado automóvel mundial, cuja
experiência de exportação passa por
países como França, Espanha, Roménia, Reino Unido, África do Sul, Brasil,
Chile, Irão, Índia, Marrocos e Rússia.
Refira-se que a produção da RENAULT
CACIA, que emprega mais de 1.000
colaboradores, se destina na totalidade
à exportação. No final do ano passado,
a fábrica de Aveiro passou também a
exportar peças para mercados como o
EMPRESAS
México, Colômbia, Japão, China, Malásia e Tailândia.
A RENAULT CACIA fabrica um vasto leque de produtos: dois tipos de caixas de
velocidades (com 6 velocidades, para utilização em veículos de gama superior, e
com 5 velocidades, para veículos de gama
média), assim como vários componentes
para motores, nomeadamente bombas
de óleo (para 90 por cento da gama de
motores), árvores de equilibragem, volantes, colectores e outros componentes
para diversos tipos de motores, e ainda
componentes para caixas, como os cárteres, pinhões, árvores, entre outros.
“O investimento dos últimos
anos foi especialmente
direccionado para as
actividades de I&D no
âmbito de uma série de
projectos produto/processo,
desenvolvidos com o objectivo
de melhor adaptar a empresa
à nova realidade do mercado
automóvel mundial.”
Na realidade, a Renault desenvolve veículos que respondem às necessidades
dos mercados e dos clientes, o que faz
com que a gama mecânica permita uma
centena de combinações entre motores
e caixas de velocidades, portanto uma
grande diversidade de produto. Neste
universo, as caixas de velocidades montadas na RENAULT CACIA são destinadas a fábricas de carroçaria-montagem
e os componentes, tanto de motores
como de caixas para outras fábricas
de mecânica, situadas em países como
França, Espanha, Roménia.
As caixas de velocidades fabricadas na
RENAULT CACIA em conjunto com os
novos motores, são os últimos grupos
moto-propulsores desenvolvidos pelo
grupo Renault, adaptados à evolução
das normas ambientais da União Europeia e equipam toda a gama Dacia e
Renault, desde o Logan até à gama alta
e veículos utilitários.
Trata-se, pois, de um investimento no
desenvolvimento sustentável, fabricando produtos para veículos mais
económicos e mais ecológicos, que
contribuem para a redução do impacto
ambiental na sua actividade de fabricação de caixas de velocidades com a
assinatura ECO2 (Ecológico e Económico), reduzindo as emissões de CO2,
logo amigos do ambiente.
www.renault.pt
www.renault.pt/descubra-a-renault/
cacia/
Portugalglobal // Janeiro 12 // 49
EMPRESAS
TEGOPI
EXEMPLO DE EXCELÊNCIA
A TEGOPI, uma empresa portuguesa com 65 anos, é especializada em metalomecânica
pesada. Nos anos 90, investiu no fabrico de torres eólicas e é hoje o maior fabricante
nacional destes equipamentos, exportando 95 por cento da sua produção. Com uma
internacionalização bem sucedida e em expansão, a empresa elege a qualidade e a
inovação como importantes factores que contribuiriam para este sucesso.
Fundada em 1946, a TEGOPI desenvolve a sua actividade no ramo da metalomecânica pesada, sendo líder do mercado, nomeadamente em equipamentos de elevação e edifícios metálicos. A
empresa, adquirida pelo grupo Quintas
& Quintas nos anos 90, iniciou em
1997 o fabrico de torres eólicas, sendo
hoje o maior fabricante nacional deste tipo de equipamentos e exportando
cerca de 95 por cento da sua produção.
A actividade da TEGOPI desenvolve-se
em torno de três áreas de negócio: torres eólicas, equipamentos de elevação e
movimentação e mecano soldados. Ao
longo da sua história, a empresa desen-
50 // Janeiro 12 // Portugalglobal
“A Tegopi pretende reforçar
alianças e parcerias, com
clientes e parceiros de
desenvolvimento no sentido
de poder vir a apostar em
novos segmentos de mercado,
como sejam a produção de
torres eólicas com tecnologia
offshore, uma área de
crescimento exponencial
expectável a partir de
2013/2014.”
volveu reconhecidas competências em
tecnologia de soldadura que lhe permitiram conquistar posições em mercados
de elevada exigência como o das energias renováveis (eólica, hídrica e das ondas). Os seus principais mercados são a
Alemanha, a França, Portugal e o Reino
Unido e os seus maiores clientes são a
GE, Nordex, Enercon, Efacec e TEREX.
O processo de internacionalização da TEGOPI arrancou em 2009, através da constituição de uma joint-venture na Turquia
para produzir e comercializar torres eólicas na região do Mar Negro. A unidade
da Turquia (ALKEG-TEGOPI) iniciou a laboração em Outubro de 2010. Os objec-
EMPRESAS
tivos da empresa passam agora por chegar à África do Sul e ao Brasil no âmbito
da sua estratégia de internacionalização.
A empresa orgulha-se do sucesso que
a internacionalização da TEGOPI alcançou na última década, afirma fonte da
empresa, frisando que esse orgulho é
partilhado “por todo o sector empresarial português, já que temos contribuído para expandir positivamente a
marca Portugal no estrangeiro”.
bém um objectivo estratégico para a
TEGOPI a aposta constante na inovação
e no desenvolvimento ao nível de novos
processos produtivos e no reforço de
competências de fabrico e produção.
O volume de negócios da empresa terá
atingido os 39 milhões de euros em 2011
(EBITDA estimado de 3 milhões de euros),
prevendo-se que esse valor aumente para
42 milhões de euros em 2012 (EBITDA
para 2012 é de cerca de 50 por cento,
aumentando para 6 milhões de euros o
respectivo volume de negócios.
Quanto aos planos para o futuro, de
acordo com a mesma fonte, a empresa
aposta na internacionalização para espaços com forte crescimento ao nível
do consumo de energia sustentável, de
forma a rentabilizar as competências
específicas entretanto adquiridas, reforçando expressivamente a dimensão
da empresa. Deslocalizar as instalações
estimado de 3,6 milhões de euros). A exportação deverá continuar a representar
95 por cento do volume de negócios.
Três áreas em crescimento
fabris da TEGOPI para uma nova unidade dotada de um layout produtivo
apropriado, permitindo incrementos ao
nível da eficiência produtiva, é também
um objectivo estratégico da empresa.
Em 1997, a TEGOPI produziu a primeira torre eólica made in Portugal, sendo
hoje fornecedora dos maiores produtores mundiais de aerogeradores. Na
área das torres eólicas há perspectivas
de forte crescimento nos próximos
anos, sendo um sector onde a TEGOPI
mantém uma forte aposta, também no
seguimento da abertura de uma unidade de produção na Turquia.
A empresa investiu de 19 milhões de euros neste projecto, dos quais cerca de 12
milhões de euros em equipamentos que
visam aumentar a capacidade produtiva e
a introdução de novas tecnologias de produção. O aumento de capital, em 2009,
para 7,8 milhões de euros com a entrada da PME Investimentos, veio contribuir
para a realização deste investimento.
A entrada da TEGOPI no sector dos equipamentos de elevação e movimentação
ocorreu em 1958, sendo actualmente
líder de mercado em Portugal com cerca
de 50 por cento de quota. Nesta área de
negócio, destaca-se a recente participação da TEGOPI nos projectos de geração
de energia hídrica de Picote II, Bemposta
II, Alqueva II, Venda Nova e Salamonde,
e o fornecimento de equipamentos para
a nova fábrica da Portucel.
No médio prazo, a empresa pretende reforçar alianças e parcerias, com clientes e
parceiros de desenvolvimento no sentido
de poder vir a apostar em novos segmentos de mercado, como sejam a produção
de torres eólicas com tecnologia offshore,
uma área de crescimento exponencial expectável a partir de 2013/2014. É tam-
Outra área em franco crescimento é a
dos mecano soldados. A TEGOPI produz e comercializa vários tipos de estruturas (chassis, flechas e charriots)
para equipamentos de movimentação,
nomeadamente stackers, fornecendo
os maiores fabricantes de âmbito internacional. O crescimento estimado
Fruto da experiência e know-how adquiridos ao longo de décadas, a TEGOPI é hoje
uma referência mundial na montagem
de estruturas metálicas e na produção de
equipamentos de elevação e torres eólicas, sendo de realçar o acompanhamento
do cliente para lá da fase de montagem.
A TEGOPI tem “uma grande tradição metalomecânica, recheada de exemplos de
excelência, com reconhecimento alémfronteiras”, reforça a mesma fonte.
Para esse reconhecimento tem contribuído a aposta permanente da empresa na
inovação tecnológica e a realização dos
necessários investimentos para garantir
a optimização dos processos. A qualidade é também uma atitude de princípio
para a empresa e uma prática de rotina
quotidiana. A utilização de metodologias
Lean nos processos produtivos, a melhoria contínua dos processos de soldadura
e a aposta constante na inovação, têm
permitido à empresa atingir padrões de
qualidade elevados que se traduzem
numa característica diferenciadora face
a outras empresas do sector, conclui a
fonte da TEGOPI.
www.tegopi.pt
Portugalglobal // Janeiro 12 // 51
EMPRESAS
HUF COM NOVO INVESTIMENTO
EM PORTUGAL
Em Portugal há mais de 20 anos, a Huf tem um projecto de investimento para a
produção de novos componentes para o sector automóvel, no montante de 9,4
milhões de euros. A Huf é de origem alemã e tem como principal actividade o fabrico
de sistemas de acesso, segurança e imobilização para a indústria automóvel.
O novo projecto de investimento é considerado fundamental para a continuidade da Huf em Portugal, e envolve a
criação de um produto novo – o Rear
View Camera para o grupo Volkswagen –, o aumento da componente
electrónica em produtos já existentes
(chaves para a GM EMMA), e a entrada
no segmento premium do mercado automóvel, passando a fornecer marcas
como a BMW e a Daimler.
Orçado em 9,4 milhões de euros, o investimento está em curso e a empresa
52 // Janeiro 12 // Portugalglobal
“A Huf Portuguesa exporta
para os cinco continentes,
fornecendo componentes
para dez fábricas da PSA
(Peugeot Citroën), sete
fábricas da VW, 13 fábricas da
GM e 12 fábricas da Ford.”
já está a fornecer os projectos referidos
(VW, BMW, Daimler e GM), segundo
adianta fonte da empresa.
A Huf Portuguesa, criada em 1991, é
uma empresa do grupo Huf Hülsbeck
& Fürst, com sede em Velbert (Alemanha). Em Portugal, os primeiros componentes produzidos, há 20 anos, foram
sistemas de fechaduras para a Ford e
para a GM, seguindo-se o fornecimento de componentes para os modelos
da Autoeuropa. A Huf Portuguesa foi o
4º investimento estrangeiro da Huf e a
primeira empresa do grupo a produzir
sistemas de fechaduras para o mercado
francês (cliente PSA). Em 2002 foi adjudicado à Huf Portuguesa um novo con-
EMPRESAS
ceito de chaves o que originou a implementação da 1ª linha de electrónica.
Ao longo dos seus 20 anos, já forneceu
componentes a mais de 50 milhões de
veículos, tendo como principal actividade o fabrico de sistemas de acesso, segurança e imobilização para a indústria
automóvel – CASIM.
Dentro da sua gama de produtos, destacam-se o Driver Authorization Systems (sistemas de acesso e funcionamento do automóvel); o Car Access Authorization Systems (sistemas de chaves
e dispositivos de rádio frequência), o
Power Tailgate Systems (puxadores de
porta-bagagens com e sem câmara
de visão incorporada), o Mechanical
Locking Systems (sistemas de fechaduras e sistemas de bloqueio da coluna
da direcção) e o Door Handles Systems
(puxadores externos de portas).
O grupo Huf tem uma presença global
em 16 países de quatro continentes,
contando com fábricas de produção,
escritórios de vendas e engenharia de
desenvolvimento globalizadas.
Inicialmente especializada no desenvolvimento e no fabrico de produtos mecânicos, a Huf integrou, no início dos anos
80, um novo know-how na área da
electrónica. A aquisição de duas empresas especializadas em electrónica para
o automóvel, sedeadas na Alemanha,
assegurou ao grupo Huf a liderança actual, no desenvolvimento de produtos
mecatrónicos no segmento CASIM (Car
Access, Security and Immobilization).
“Ao longo dos seus 20
anos, a Huf já forneceu
componentes a mais de 50
milhões de veículos, tendo
como principal actividade o
fabrico de sistemas de acesso,
segurança e imobilização para
a indústria automóvel.”
O volume de negócios da empresa atingiu o valor de 70,5 milhões de euros em
2010, mais 4 milhões do que em 2009, o
que representa um crescimento de 7 por
cento, ou seja, sublinha a mesma fonte, verificou-se uma ligeira recuperação
depois da forte descida originada pela
crise económica. As previsões para 2011
apontam para um volume de negócios
de 76 milhões de euros.
Relativamente à distribuição geográfica
dos mercados, ganham importância a
Alemanha (30 por cento), França e Espanha (27 por cento), destacando-se
ainda os 5 por cento da Eslováquia e
os 4 por cento da Bélgica. Mais de 90
por cento da produção é destinada ao
mercado europeu.
A Huf Portuguesa exporta para os cinco
continentes, fornecendo componentes
para dez fábricas da PSA (Peugeot Citroën), sete fábricas da VW, 13 fábricas
da GM e 12 fábricas da Ford. A PSA é o
maior cliente com 29 por cento das vendas totais, seguindo-se a Ford com uma
quota de 22 por cento, a GM com 17 por
cento e o grupo Volkswagen com 11 por
cento. Estes quatro clientes representam
79 por cento da facturação. As vendas
nos “Tier 1 Suppliers” situam-se nos 11
por cento (produtos para veículos GM/
Opel e produtos para veículos VW). O
grupo Huf representa uma percentagem
de 6 por cento do valor total de vendas.
A mesma fonte refere ainda que a Huf
Portuguesa foi pioneira na avaliação da
satisfação dos colaboradores através da
implementação de Estudos de Opinião
internos e externos. É best in class na
área da Saúde e Segurança, tendo os
índices de frequência e gravidade mais
baixos do sector, atingido um recorde
de 384 dias sem acidentes de trabalho.
Mais recentemente foi escolhida pela
European Commission (Employment
Social Affairs and Equal Opportunities)
and International Training Centre – ILO
– como empresa modelo no que respeita às boas práticas nas medidas antecipadoras de reestruturação (participação
em seminários em Lisboa e Bruxelas).
www.huf-group.com
Portugalglobal // Janeiro 12 // 53
EMPRESAS
inovadores que possibilitaram a massificação da Banda Larga no nosso país.
Dos inúmeros projectos em que participou, a empresa destaca as parcerias efectuadas no âmbito do programa eEscolas
com o fornecimento de Datacards com
a TMN, Vodafone e Optimus; no fornecimento da tecnologia das redes de comunicações em fibra óptica nos projectos “Meo-Fibra” da PT e “Fibra-Clix” da
Optimus; e nos pilotos tecnológicos em
Redes Móveis de “Nova Geração” Tecnologia LTE para a Optimus e TMN.
HUAWEI
UMA APOSTA DE
SUCESSO NO SECTOR DAS
TECNOLOGIAS, SISTEMAS
E INFORMAÇÃO
A Huawei, empresa de tecnologias, sistemas e soluções
de comunicação e informação de origem chinesa, está
em Portugal desde 2004 e é um dos fornecedores de
equipamentos e soluções para os principais operadores
de telecomunicações no nosso país. Já investiu em
Portugal 40 milhões de euros e irá brevemente
inaugurar um Centro de Suporte Técnico para apoio
aos projectos implementados, num investimento que
ascende a 10 milhões de euros.
Em Portugal desde 2004, a Huawei
tem fornecido equipamentos e soluções para os principais operadores de
telecomunicações: PT, Vodafone, Sonaecom e Zon. Dispondo de soluções
integradas “end-to-end” para redes
54 // Janeiro 12 // Portugalglobal
de comunicações, bem como serviços,
a Huawei tem sido uma referência em
Portugal em áreas tão importantes
como as Redes de Nova Geração; Redes de Banda Larga Móvel e Fixa, disponibilizando equipamentos terminais
Até 2010, a Huawei investiu em Portugal cerca de 40 milhões de euros na
criação da Huawei Portugal, Lda., onde
conta actualmente com cerca de 100
colaboradores, directos e indirectos. No
início de 2012 a Huawei irá inaugurar
um Centro de Suporte Técnico para
apoio aos projectos implementados,
cujo investimento ascende a 10 milhões de euros. Este Centro irá dispor
de um laboratório multi-tecnologia e
de equipas com as competências necessárias para, numa primeira fase,
dar suporte aos projectos em curso em
Portugal. Equipado com as diversas soluções e equipamentos Huawei, esta
infra-estrutura poderá vir a evoluir para
um Training Center e um Centro de
Demonstração, caso as competências
locais se desenvolvam conforme esperado, de acordo com fonte da empresa.
Com sede em Lisboa, no Parque das
Nações, e escritórios no Porto, com um
EMPRESAS
centro Logístico em Alverca e um Centro Tecnológico também em Lisboa, o
“crescimento sustentado da empresa
tem sido uma realidade que permite
transmitir ao mercado e aos nossos
clientes confiança na sua escolha”,
afirma a mesma fonte, adiantado que
a decisão da Huawei de investir em
Portugal foi tomada de forma global,
no seguimento da definição da estratégia de internacionalização da empresa,
em meados de 2002. “Os resultados
que temos obtido ao longo dos anos,
com base no rigor do nosso trabalho,
na qualidade dos nossos produtos e
soluções e com a confiança que temos
vindo a granjear junto dos nossos clientes, permite-nos afirmar que foi uma
aposta ganha”, frisa.
SUGALIDAL
MEIO SÉCULO A
EXPORTAR 100 POR
CENTO PORTUGUÊS
O volume de negócios da Huawei Portugal deverá ter atingido, em 2011, os 70
milhões de euros. Além do mercado das
telecomunicações, já referido, a empresa tem vindo gradualmente a estender a
oferta ao sector das TIC, nomeadamente ao sector empresarial com soluções
IP, telepresença, videoconferência e soluções unificadas de comunicações.
Fundada em 1988 em Shenzhen, na
China, a Huawei tem hoje operações
em mais de 160 países nos cinco continentes, e conta com mais de 120 mil
colaboradores. Em 2010, registou um
volume de negócios de 28 mil milhões
de dólares, sendo actualmente a segunda maior empresa do mundo no
sector das tecnologias, sistemas e soluções de comunicação e informação.
A empresa aposta fortemente na Investigação e Desenvolvimento, afectando
40 por cento dos seus funcionários e
reinvestindo 20 por cento dos lucros em
I&D, de forma a poder colocar no mercado produtos e soluções inovadores. A
Huawei disponibiliza um vasto portfolio
de equipamentos e soluções na área das
comunicações e tecnologias de informação, apresentando como principal
vantagem o facto de dispor soluções
“end-to-end” e “IP-Convergents” para
a maior parte das solicitações, apresentando soluções integradas, eficientes e
inovadoras, conclui a mesma fonte.
www.huawei.com
A Sugalidal, S.A. é a maior empresa nacional do sector
de produção de concentrado de tomate. Com um
volume de negócios de 88 milhões de euros em 2010, a
empresa é uma referência pela sua ligação quer ao sector
agrícola português, quer ao maior produtor mundial de
produtos alimentares à base de tomate, a multinacional
Heinz. Com o objectivo de manter a sua competitividade
global, pois exporta mais de 95 por cento da produção, a
empresa aposta numa estratégia de rigorosa qualidade e
de desenvolvimento e inovação contínuos.
Portugalglobal // Janeiro 12 // 55
EMPRESAS
A Sugalidal, resultado da fusão, em
2009, entre a Sugal Alimentos, em
Azambuja, e a Idal de Benavente, processo que veio reforçar a competitividade das duas empresas no mercado global, permanece uma empresa familiar,
não obstante ser hoje a maior empresa
do sector na Europa e uma das maiores
a nível mundial. O crescimento ao longo das últimas cinco décadas tem sido
fruto do trabalho e dedicação de uma
equipa que transmite os valores e conhecimentos de geração em geração,
e que tem procurado apostar sempre
mais na qualidade e inovação dos seus
produtos, que têm origem numa matéria-prima 100 por cento nacional.
“A Sugalidal concluiu em 2010
um projecto de investimento
na unidade de Benavente,
que ascendeu a 9 milhões
de euros, e que consiste
na reformulação de todo
o processo de fabrico de
concentrado de tomate.”
Situada na região do Ribatejo, a Sugalidal possui duas instalações fabris, em
Azambuja e em Benavente, que processam anualmente 500 mil toneladas
de tomate fresco. A fábrica da Azambuja está vocacionada para a primeira
transformação, ou seja, na produção
de concentrado de tomate. A fábrica
de Benavente, para além da primeira
transformação, dedica-se também à 2ª
transformação, onde são produzidos
os produtos Guloso.
Actualmente, mais de 95 por cento da
produção de ambas as fábricas destinase aos mercados europeus e asiáticos,
utilizando apenas matéria-prima nacional. Os seus produtos são vendidos sob
as mais conceituadas marcas, sendo de
destacar a Heinz, a McDonalds e a Burger King. No mercado nacional, os produtos são vendidos sob a marca Guloso
de que é proprietária.
A unidade fabril de Benavente é o
maior empregador individual no eixo
Vila Franca de Xira/Santarém, naquela margem do Tejo. A origem da sua
56 // Janeiro 12 // Portugalglobal
matéria-prima reside no próprio concelho de Benavente e áreas limítrofes,
contribuindo assim fortemente para a
redução das assimetrias regionais por
duas vias: assegurando o escoamento
da matéria-prima produzida pelos agricultores desta região e sendo responsável por um conjunto muito importante de postos de trabalho directos e
indirectos, permite fixar a população
que depois contribuirá para a sustentabilidade dos restantes sectores da
economia local.
Na Sugalidal são transformadas mais
de 500 milhões de quilogramas de tomate fresco, recorrendo a empresa a
mais de 6.000 hectares de plantações
de tomate, numa lógica de parceria
com os produtores, assente em práticas agrícolas de agricultura sustentável
e de responsabilidade social. No campo, os técnicos agrícolas da empresa
acompanham todas as etapas de crescimento da cultura, zelando pelo cumprimento dos cadernos de encargos
dos seus clientes, bem como pelas boas
práticas agrícolas. “A proximidade entre o campo e os locais de laboração é
fundamental para a obtenção de frutos
frescos de qualidade, que proporcionam produtos finais de excelência”,
sublinha fonte da empresa.
A Sugalidal concluiu em 2010 um projecto de investimento na unidade de
Benavente, que ascendeu a 9 milhões
de euros, e que consiste na reformulação de todo o processo de fabrico
de concentrado de tomate, desde a
descarga até ao acondicionamento do
concentrado em recipientes próprios.
Este investimento permitiu à Sugalidal
adoptar a mais moderna tecnologia
existente mundialmente no sector, e
teve como objectivo melhorar a eficiência na produção de concentrado
de tomate, tornando-a numa unidade
produtiva com uma eficiência que lhe
permita competir, num mercado que é
global, com os produtores mais eficientes do mundo.
Com uma estratégia de investimento,
desenvolvimento e inovação constantes, a nível da tecnologia e dos processos, a Sugalidal pretende ser parceira
em todos os segmentos de mercado:
industrial, food service e retalho. Se-
“Com uma estratégia
de investimento,
desenvolvimento e inovação
constantes, a nível da
tecnologia e dos processos, a
Sugalidal pretende ser parceira
em todos os segmentos de
mercado: industrial, food
service e retalho.”
gundo a mesma fonte, “a nossa estratégia tem passado pelo investimento e
diversificação no portefólio de produtos e apostar na eficiência produtiva de
forma a oferecer produtos derivados
de tomate competitivamente – a mais
alta qualidade, ao melhor preço”.
A combinação de um produto que é
alimentar, com o facto de os respectivos clientes se encontrarem entre os
mais exigentes a nível mundial, obriga a
empresa a manter e a desenvolver permanentemente técnicas e práticas de
EMPRESAS
investigação que reduzam ao mínimo
os riscos para a saúde dos consumidores
finais. Tal só é possível com um permanente investimento em equipamentos
e formação em práticas exigentes, que
permitam a evolução dos produtos e
processos sem comprometer a segurança dos seus consumidores finais.
Neste sentido, dispõe de um moderno
e bem equipado laboratório onde são
analisadas as amostras de produto regularmente retiradas ao longo de todo o
processo produtivo para respectiva avaliação e garantia de cumprimento das
especificações definidas relativamente às
características físico-químicas tais como
a cor, sal, pH, consistência e características microbiológicas, presença de resíduos de pesticidas, entre outras. “Através
do controlo dos nossos fornecedores
de ingredientes e materiais de embalagem, procuramos garantir que os nossos
produtos correspondam às expectativas
dos nossos clientes e consumidores. A
Sugalidal tem implementado em todas
as suas linhas de produção o sistema de
auto-controlo HACCP (Hazard Analysis
and Critical Control Points), onde estão
identificados todos os possíveis riscos
bem como as medidas de controlo”,
acrescentou a fonte da empresa.
A combinação de rentabilidades com
uma unidade moderna e competitiva
em custos, como a de Benavente, permite à Sugalidal potenciar a competitividade e o incremento significativo da
produção, satisfazendo deste modo as
necessidades dos seus clientes nacionais e internacionais.
www.sugalidal.pt
CONTINENTAL MABOR
EXPANSÃO EM PORTUGAL
PARA PRODUTOS TOPO
DE GAMA
A Continental Mabor tem em curso um investimento de
expansão da fábrica de Lousado, em Famalicão, para
aumentar a capacidade produtiva e tecnológica na
gama de pneus de alta performance. A multinacional
alemã está em Portugal desde 1989 e emprega 1.600
pessoas só nesta fábrica.
Fundada em finais de 1989, a Continental Mabor produz pneus para veículos automóveis ligeiros, para SUV
(Sport Utility Vehicles) e pneus antifuro (ou selados, os ContiSeal), em
gama variada quer em medidas, quer
em tipos, quer em marcas. Ao todo,
tem 800 artigos em produção de 20
diferentes marcas.
Exporta 97 por cento da sua produção
e tem como principais mercados a Alemanha, os países do Benelux, Espanha,
França, Reino Unido e Itália. Em 2010 registou um volume de negócios de perto
de 600 milhões de euros, prevendo-se
que este valor tenha sido largamente ultrapassado no exercício de 2011, segundo revelou fonte da Continental Mabor.
Portugalglobal // Janeiro 12 // 57
EMPRESAS
A empresa tem-se distinguido pelo
bom desempenho no grupo Continental, nomeadamente no que respeita a
inovações tecnológicas, tendo em curso um investimento de cerca de 80 milhões de euros destinado ao aumento
da capacidade produtiva da fábrica de
Lousado e consequente adaptação a
uma maior complexidade na gama de
pneus de alta performance.
Este investimento deverá estar concluído até final de 2013 e, segundo a mesma fonte, a empresa espera ainda obter aprovação para novos investimentos a realizar a partir de 2014, para
elevar a sua capacidade de produção
“A empresa tem-se
distinguido pelo bom
desempenho no grupo
Continental, nomeadamente
no que respeita a inovações
tecnológicas, tendo em curso
um investimento de cerca de
80 milhões de euros destinado
ao aumento da capacidade
produtiva da fábrica de
Lousado e consequente
adaptação a uma maior
complexidade na gama de
pneus de alta performance.”
acima de 20 milhões de pneus anuais.
Ambos os projectos visam reforçar a
produção de pneus de topo de gama
(alta performance).
A aposta da multinacional alemã em
Portugal resulta da “boa experiência de investimento” em Lousado. A
Continental realça a “experiência da
equipa na concretização dos investimentos, a rapidez na transformação
do investimento em produtos transaccionáveis e a capacidade da equipa de
Lousado em trabalhar num ambiente
industrial de elevada complexidade e
com produtos de grande dificuldade
tecnológica”, refere a fonte.
A Continental Mabor é resultado de
uma joint-venture, firmada em 1989,
entre a Mabor Manufactura Nacional
de Borracha, S.A. – empresa portuguesa com assistência técnica da General Tire, a sua associada americana,
que fabricava e comercializava pneus
e câmaras de ar para veículos automóveis – e a Continental AG, de Hanôver,
a maior produtora de artigos de borracha da Alemanha e o quarto fabricante de pneus no mundo. Em 1993
a Continental adquiriu os restantes 40
por cento da empresa, tornando-se
assim o seu único accionista.
A unidade da Continental em Lousado é hoje uma das mais modernas
do grupo Continental. O processo de
modernização da fábrica da Mabor
teve início em 1990, num investimento global superior a 100 milhões de
euros efectuado durante um período
de cinco anos (1990-95). Este projecto
redimensionou a capacidade produtiva da empresa, com a instalação de
equipamento sofisticado e eficiente
que permitiu racionalizar a produção,
introduzindo novas tecnologias, novos
métodos e processos.
A Continental Mabor tem actualmente
um capital social superior a 30 milhões
de euros e emprega 1.600 trabalhadores na fábrica de Lousado.
www.continental-corporation.com
58 // Janeiro 12 // Portugalglobal
EMPRESAS
PETROGAL S.A.
COMBUSTÍVEIS GLOBAIS
A Petróleos de Portugal - Petrogal, SA, constituída em 1976, desenvolve a sua
actividade nas áreas de exploração, produção, refinação e distribuição de produtos
petrolíferos. Detida a 100 por cento pela Galp Energia, a empresa atingiu, em 2010,
um volume de negócios de 12,5 mil milhões euros.
A Petrogal possui as únicas refinarias
existentes em Portugal – Sines e Matosinhos – onde a empresa processa
petróleo bruto. No seu conjunto estas
refinarias possuem uma capacidade de
refinação total de 330 mil barris de petróleo bruto por dia, 20 por cento da
capacidade de refinação ibérica.
A Galp Energia é o único grupo integrado de produtos petrolíferos e gás natural de Portugal, com actividades que se
estendem da exploração e produção de
petróleo e gás natural, até à refinação
e distribuição dos seus produtos, bem
como à distribuição e venda de gás natural e à geração de energia eléctrica.
As actividades da Galp Energia estão
em forte expansão à escala global e
desenvolvem-se, essencialmente, em
Portugal, Espanha, Brasil, Angola, Venezuela, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Suazilândia, Gambia, Timor-Leste, Uruguai e Guiné-Equatorial.
O programa de investimentos da Petrogal para a área de refinação, entre os
anos 2006 e 2012, ascende a cerca de
500 milhões de euros, contemplando,
entre outros, a modernização do terminal petrolífero de Leixões, a monobóia
para descarga de crude (já em funcionamento), para além dos investimentos
na renovação dos parques de tanques
e dos pipelines e investimentos de melhoria ambiental e eficiência energética
em ambas as refinarias.
Adicionalmente, e com vista a ajustar o
perfil de produção às necessidades do
mercado ibérico, onde existe um défice
de gasóleo e uma contínua diminuição
do consumo de fuel oil, a Petrogal iniciou, em 2008, o processo de reconfiguração do seu complexo refinador,
que representa um custo total superior a 1.400 milhões de euros, sendo
o maior investimento industrial já efectuado em Portugal. O valor global do
investimento atinge, assim, um valor
próximo de 2 mil milhões de euros.
Este projecto de reconfiguração consiste
no aumento da capacidade de conversão das duas refinarias, anteriormente
mais direccionadas para a produção de
gasolina, dotando-as de unidades de
conversão vocacionadas para a transformação de fracções pesadas de petróleo
bruto em destilados de petróleo médios,
nomeadamente gasóleo. Após a conclusão do projecto a actividade de refinação
em Portugal passa a poder transformar
crudes mais pesados, com maior oferta
no mercado internacional, de que resulta
uma maior autonomia estratégica quanto
às respectivas fontes de abastecimento.
A Petrogal optimiza, deste modo, a sua
gama de matérias-primas e produtos
e melhorou a integração das duas refinarias. De referir que o projecto de
reconfiguração do aparelho refinador,
para além de ser gerador de emprego,
cumpre apertados critérios de ordem
ambiental e de segurança.
www.petrogal.pt
Portugalglobal // Janeiro 12 // 59
EMPRESAS
HIKMA FARMACÊUTICA APOSTA
EM PORTUGAL E INAUGURA NOVA FÁBRICA
Presente em Portugal desde 1989, a farmacêutica Hikma reforçou a aposta no nosso
país e inaugurou recentemente uma nova fábrica, num investimento de 12 milhões
de euros que irá permitir aumentar as vendas em 4,5 milhões de euros. Originária
da Jordânia, a Hikma possui uma dimensão à escala global, mas foi em Portugal que
iniciou o seu processo de internacionalização.
Fundada em 1978, na Jordânia, a Hikma
é um grupo farmacêutico multinacional
focado no desenvolvimento, fabrico e
comercialização de uma vasta gama de
medicamentos genéricos e sob licença. Actualmente a Hikma possui uma
dimensão à escala global, estando presente na Europa, nos Estados Unidos,
Médio Oriente e Norte de África, com
uma facturação consolidada superior a
mil milhões de dólares e empregando
mais de 6.000 pessoas.
A subsidiária portuguesa do grupo, a
Hikma Farmacêutica (Portugal), S.A.,
foi fundada em 1989 e marcou o início
do processo de internacionalização da
empresa. A Hikma Portugal é o centro
de decisão do segmento de injectáveis
ao nível do grupo, sendo responsável
por um volume de negócios global superior a 190 milhões de dólares.
60 // Janeiro 12 // Portugalglobal
A Hikma Farmacêutica dedica-se à produção e comercialização especializada
de medicamentos genéricos, para uso
exclusivo hospitalar, quer para o mercado nacional quer para o mercado
internacional. O parque industrial, situado em Sintra, foi inaugurado em 9
de Junho de 1994, e tem, desde essa
data, sido alvo de contínuos investimentos no sentido da sua ampliação e
modernização. Com uma área de construção de 9.500 metros quadrados, as
valências instaladas incorporam áreas
de produção, embalagem e armazenamento, bem como áreas dedicadas a
laboratórios equipados com as mais recentes tecnologias. Os medicamentos
produzidos nesta unidade destinam-se
exclusivamente ao mercado hospitalar
e cobrem um vasto leque de categorias
terapêuticas entre as quais: anti-infecciosos, anestésicos, sistema nervoso
central, analgésicos e cardiovasculares.
A Hikma emprega em Portugal 322 colaboradores directos.
De acordo com Riad Mechlaoui, director geral da empresa, o grupo Hikma
vai continuar a investir em Portugal,
quer na expansão e melhoria das suas
instalações produtivas quer na formação e qualificação dos nossos profissionais. “Pese a conjuntura depressiva, a
empresa espera continuar a ter crescimentos de dois dígitos no seu volume
de negócios”, afirma a mesma fonte.
Essa aposta traduziu-se na recente inauguração de uma nova unidade industrial
de liofilização em Sintra, no seguimento
de um contrato de investimento celebrado com o Estado português e no âmbito
de um projecto de investimento iniciado
em 2005 e cuja primeira fase agora foi
concluída. A nova fábrica, que tem uma
área bruta de 4.000 metros quadrados,
EMPRESAS
representou um investimento de 12 milhões de euros, criou 32 novos postos
de trabalho directos e irá contribuir para
um aumento de vendas na ordem dos
4,5 milhões euros. O Ministro da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira,
esteve presente na inauguração desta
nova unidade de liofilização.
No curto prazo, a Hikma Portugal vai
continuar a investir na expansão da sua
capacidade produtiva e na melhoria dos
seus níveis de eficiência. Está já em curso
a construção de uma nova área de armazenamento, num investimento total
de 1,2 milhões de euros, que vai permitir ultrapassar alguns constrangimentos
logísticos, adianta Riad Mechlaoui. Para
2012 está previsto o início da expansão
das áreas de embalagem, completando
a segunda fase de expansão do parque
industrial. A médio prazo está ainda previsto a construção de mais uma unidade
de produção com o intuito de aumentar
a gama de produtos da Hikma. Estes investimentos serão acompanhados de um
aumento no número de colaboradores,
que se estima que durante o ano de 2012
venha a ultrapassar os 350, acrescenta.
Uma empresa exportadora
Sendo a Hikma uma empresa exportadora por excelência, a conjuntura macroeconómica que se vive no país não tem
tido reflexos significativos no desempenho financeiro e operacional da empresa.
O mesmo responsável revelou que a Hikma Portugal terá ultrapassado, pela
primeira vez em 2011, a barreira dos 50
milhões de euros de facturação. “Olhando para o passado recente, desde o início
do projecto de investimento em 2004 até
ao presente exercício o volume de negócios tem crescido a uma taxa média anual constante de 15 por cento”, explica,
acrescentando que cerca de 90 por cento
deste volume de negócios serão exportações, estando aproximadamente 47 milhões de euros estimados para 2011.
Os resultados operacionais têm vindo
a acompanhar este crescimento na
facturação, pelo que o resultado operacional do presente exercício será superior a 6 milhões de euros, que compara com 4 milhões de euros em 2010
e 1,7 milhões em 2009, adianta Riad
Mechlaoui, sublinhando que as pers-
pectivas para 2012 são “animadoras”,
esperando-se um aumento do volume
de negócios superior a 10 por cento,
com um reforço claro das exportações,
sobretudo para o Médio Oriente e para
o mercado americano.
“Grande parte das exportações resulta
da procura interna do grupo, com um
peso aproximado de 60 por cento do
total da procura internacional. A Hikma
Portugal é o centro de excelência para
a produção de medicamentos injectáveis e este facto sustenta toda nossa
estratégia de internacionalização. Posteriormente são as diferentes subsidiárias espalhadas pelo mundo que fazem
a distribuição do produto final”, diz
ainda o director geral da empresa.
Actualmente a Hikma exporta para 13
mercados externos, sendo os principais
destinos da sua produção: a Jordânia, os
Estados Unidos da América, a Alemanha,
a Finlândia, a Arábia Saudita e a Argélia.
A Hikma investe anualmente mais de 4
por cento do seu volume de negócios
em despesas de Investigação e desenvolvimento. A empresa aposta também
em elevados padrões de qualidade dos
seus produtos, sendo de referir que as
instalações produtivas em Sintra estão
aprovadas pela FDA (“Food and Drug
Administration”, a autoridade norteamericana para o sector) desde 1997.
Outro factor de diferenciação é a equipa de profissionais altamente qualificados e com elevado grau de especialização que está ao serviço da Hikma
em Portugal, correspondendo aos requisitos regulamentares mais elevados
da indústria determinados quer pelos
standards do grupo Hikma quer pelas normas nacionais e internacionais
(GMP - Good Manufacturing Practices),
conclui o director geral da empresa.
www.hikma.com
Ministro da Economia e do Emprego na visita à nova fábrica da Hikma
Portugalglobal // Janeiro 12 // 61
OPINIÃO
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
E COMUNICAÇÃO
INVESTIMENTO EM PORTUGAL
>POR JOSÉ GALAMBA DE OLIVEIRA, PRESIDENTE DA DIRECÇÃO
DA ASSOCIAÇÃO PORTUGAL OUTSOURCING
A Associação Portugal Outsourcing
foi constituída em Setembro de 2008
com o fim último de contribuir para o
desenvolvimento do sector português
de Outsourcing de Tecnologias de Informação e Comunicação, nomeadamente através da sua divulgação nacional e internacional, da promoção de
melhores práticas, da dinamização da
discussão de temas relevantes para o
desenvolvimento do sector e do apoio
ao desenvolvimento de estudos estratégicos sobre o mesmo.
Sendo a percepção interna hoje existente da actividade e oferta do outsourcing em Portugal bem diferente
daquela que existia antes de se iniciar
este trajecto, fruto do trabalho realizado desde então, é igualmente verdade
que na perspectiva externa, como resultado do empenho do conjunto de
empresas que compõem a Portugal
Outsourcing, o nosso país foi reconhecido em 2011, pela primeira vez, como
um dos 11 países desenvolvidos do
mundo a serem ponderados para a realização de outsourcing de tecnologias
de informação e processos, logo após
uma lista de 30 países dominada pelos
mercados emergentes.
Porém, e se ainda que este reconhecimento internacional muito deveria
contribuir, num cenário económico de
maior estabilidade, para um mais fácil
potenciar do nosso país no processo de
promoção e de captação internacional
de investimento estrangeiro na área
dos serviços de outsourcing de base
tecnológica, a verdade é que, face à
significativa alteração da realidade do
país nos tempos mais recentes e ao
cenário de grave crise económica que
62 // Janeiro 12 // Portugalglobal
OPINIÃO
nos afecta, a percepção dos principais
investidores e analistas internacionais
têm da imagem de Portugal deixou de
ser tão positiva também neste sector.
Ainda assim, e justamente porque
Portugal reúne efectivamente um
conjunto de factores muito vantajosos
face a destinos concorrentes numa
perspectiva de nearshore, a Associação Portugal Outsourcing continuará
em 2012 a apostar na sua promoção
e divulgação internacional, com destaque para a existência de diversas
infra-estruturas de comunicação de
altíssima qualidade, essenciais às operações, para o facto de o nosso país
ser um destino de referência no domínio de línguas estrangeiras e para
a capacidade inata dos profissionais
portugueses para trabalhar em diferentes países e em ambientes multiculturais, estando aliás a comunidade
portuguesa de profissionais do sector das TIC entre as mais competentes, criativas e empenhadas quando
comparadas com os seus pares numa
perspectiva internacional.
“Portugal reúne um
conjunto de factores
muito vantajosos face a
destinos concorrentes numa
perspectiva de nearshore, pelo
que a Associação Portugal
Outsourcing continuará
em 2012 a apostar na sua
promoção e divulgação
internacional, com destaque
para a existência de
diversas infra-estruturas de
comunicação de altíssima
qualidade, essenciais às
operações, para o facto de
o nosso país ser um destino
de referência no domínio
de línguas estrangeiras e
para a capacidade inata dos
profissionais portugueses
para trabalhar em diferentes
países e em ambientes
multiculturais.”
Outras das vantagens a destacar assentam no facto de Portugal ainda se
apresentar como um destino competitivo em termos de custos/valor face aos
seus concorrentes, e o facto de se ter
assistido, em Portugal, a uma recente
forte aposta na Educação, com foco
crescente em I&D e aplicações comerciais, por exemplo, sendo Portugal considerado líder em eGovernment e dispor de serviços públicos informatizados
de altíssima qualidade, factos positivamente observados pelas entidades que
avaliam o nosso país.
Já na perspectiva interna, a Portugal
Outsourcing acredita que o sector
pode efectivamente, de forma concreta e consistente, contribuir para o
cumprimento de algumas das medidas
estruturantes que se impõem no país,
devendo as reformas profundas que se
avizinham ao nível, entre outros, dos
serviços partilhados do Estado, passar
também pela disponibilidade das nossas empresas e sua própria capacidade
de investimento para trabalhar conjuntamente com o Governo português na
definição das melhores soluções nas
áreas nas que a nossa proposta de valor
se adeque. E é assim, crente no papel
que este sector poderá desempenhar
no que respeita à redução de custos, à
melhoria da produtividade e à eficiência dos processos dos serviços públicos,
que a Portugal Outsourcing está neste
momento a trabalhar na organização
de um Seminário totalmente orientado
à Administração Pública, a decorrer em
Janeiro de 2012, que dará grande destaque e visibilidade ao nosso sector enquanto parte da solução da actual crise
em que nos encontramos.
www.portugaloutsourcing.pt
Portugalglobal // Janeiro 12 // 63
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
COSEC
Políticas de cobertura para mercados
No âmbito de apólices individuais
África do Sul*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Angola
C Caso a caso numa base restritiva.
M/L Garantia soberana. Limite total de
responsabilidades.
Antilhas Holandesas
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Arábia Saudita
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Caso a caso.
Argélia
C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
M/L Em princípio, exigência de garantia bancária ou garantia soberana.
Argentina
T Caso a caso.
Barein
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Benim
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva, e com exigência de
garantia soberana ou bancária.
Brasil*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Clientes soberanos: Aberta sem
condições restritivas. Outros Clientes públicos e privados: Aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Bulgária
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Cabo Verde
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Eventual exigência de garantia
bancária ou de garantia soberana
(decisão casuística).
Camarões
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Cazaquistão
Temporariamente fora de cobertura.
Chile
C
M/L
Aberta sem restrições.
Clientes públicos: aberta sem
condições restritivas. Clientes privados: em princípio, aberta sem
condições restritivas. Eventual
exigência de garantia bancária
numa base casuística.
China*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Chipre
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Colômbia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Coreia do Sul
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Geórgia
C Caso a caso numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L
Guiné-Bissau
T Fora de cobertura.
Guiné Equatorial
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L
Costa do Marfim
T Decisão casuística.
Costa Rica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Croácia
C Carta de crédito irrevogável ou
garantia bancária. Extensão do
prazo constitutivo de sinistro para
12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por
cento. Limite por operação.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana. Extensão do prazo
constitutivo de sinistro para 12
meses. Redução da percentagem
de cobertura para 90 por cento.
Limite por operação.
Cuba
T Fora de cobertura.
Egipto
C Carta de crédito irrevogável
M/L Caso a caso.
Emirados Árabes Unidos
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Eslováquia
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L Não definida.
Eslovénia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Estónia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
aso a caso, numa base muito
C
restritiva e com a exigência de
contra garantias.
Clientes
públicos e soberanos:
caso a caso, mediante análise das
garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do
petróleo. Clientes privados: caso
a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais
contrapartidas (garantia de banco
comercial aceite pela COSEC ou
contrapartidas do petróleo).
Hong-Kong
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Hungria
C Aberta sem condições restritivas.
M/L
arantia bancária (decisão
G
casuística).
Iémen
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Índia
C
M/L
Aberta sem condições restritivas.
Garantia bancária.
Indonésia
C Caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária.
M/L
aso a caso, com eventual exiC
gência de garantia bancária ou
garantia soberana.
Irão
C
M/L
arta de crédito irrevogável ou
C
garantia bancária.
Garantia soberana.
Iraque
T Fora de cobertura.
Etiópia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso numa base muito
restritiva.
Israel
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
Filipinas
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Jordânia
C Caso a caso.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Gana
C Caso a caso numa base muito
restritiva.
Koweit
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
M/L
64 // Janeiro 12 // Portugalglobal
Fora de cobertura.
M/L
Caso a caso, numa base restritiva.
Letónia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
Líbano
C Clientes públicos: caso a caso
numa base muito restritiva.
Clientes privados: carta de crédito
irrevogável ou garantia bancária.
M/L Clientes públicos: fora de cobertura. Clientes privados: caso a
caso numa base muito restritiva.
Líbia
T
Fora de cobertura.
Lituânia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária.
Macau
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malásia
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Malawi
C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações
de interesse nacional. Clientes
privados: análise casuística, numa
base muito restritiva.
Malta
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Marrocos*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Martinica
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
México*
C Aberta sem restrições.
M/L Em princípio aberta sem restrições.
A eventual exigência de garantia
bancária, para clientes privados,
será decidida casuisticamente.
Moçambique
C Caso a caso, numa base restritiva
(eventualmente com a exigência de
carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco
aceite pela COSEC e aumento do
prazo constitutivo de sinistro).
M/L Aumento do prazo constitutivo
de sinistro. Sector privado: caso a
caso numa base muito restritiva.
Operações relativas a projectos
geradores de divisas e/ou que
admitam a afectação prioritária
de receitas ao pagamento dos
créditos garantidos, terão uma
ponderação positiva na análise do
risco; sector público: caso a caso
numa base muito restritiva.
ANÁLISE DE RISCO - PAÍS
de destino das exportações portuguesas
No âmbito de apólices globais
Montenegro
C Caso a caso, numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para
operações de pequeno montante.
Nigéria
C Caso a caso, numa base restritiva
(designadamente em termos de
alargamento do prazo constitutivo de sinistro e exigência de
garantia bancária).
M/L Caso a caso, numa base muito
restritiva, condicionado a eventuais
garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento
do prazo contitutivo de sinistro.
Oman
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
Panamá
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Roménia
C Exigência de carta de crédito
irrevogável (decisão casuística).
M/L
Rússia
C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: caso a caso.
M/L
Senegal
C Em princípio, exigência de
garantia bancária emitida por
um banco aceite pela COSEC e
eventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro.
M/L
Paraguai
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Peru
C
Aberta sem condições restritivas.
lientes soberanos: aberta sem
C
condições restritivas. Clientes
públicos e privados: aberta, caso
a caso, com eventual exigência de
garantia soberana ou bancária.
Polónia*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Qatar
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão
casuística).
Quénia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
República Checa
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária (decisão casuística).
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual
exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária emitida
por um banco aceite pela COSEC.
M/L
berta caso a caso com exigência
A
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Banco Central) ou garantia bancária.
Sector público: aberta sem restrições, com eventual exigência de
garantia bancária ou garantia soberana. Sector privado: caso a caso.
S. Tomé e Príncipe
T Fora de cobertura.
Paquistão
Temporariamente fora de cobertura.
M/L
E xigência de garantia bancária
ou garantia soberana (decisão
casuística).
E ventual alargamento do prazo
constitutivo de sinistro. Sector
público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e
transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector
privado: exigência de garantia
bancária ou garantia emitida pela
Autoridade Monetária (preferência
a projectos que permitam a
alocação prioritária dos cash-flows
ao reembolso do crédito).
Sérvia
C C
aso a caso, numa base restritiva,
privilegiando-se operações de
pequeno montante.
M/L
aso a caso, com exigência de
C
garantia soberana ou bancária,
para operações de pequeno
montante.
Singapura
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Síria
T
aso a caso, numa base muito
C
restritiva.
Suazilândia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Tailândia
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L
Não definida.
Taiwan
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
Tanzânia
T Caso a caso, numa base muito
restritiva.
Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única
transação para um determinado mercado, enquanto a apólice
global cobre todas as transações em todos os países para onde o
empresário exporta os seus produtos ou serviços.
As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens
de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de
curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se
repetem com alguma frequência.
Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a
política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que
a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais.
Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque
e S. Tomé e Príncipe.
Tunísia*
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Garantia bancária.
Turquia
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana.
Advertência:
A lista e as políticas de cobertura são
indicativas e podem ser alteradas
sempre que se justifique. Os países
que constam da lista são os mais
representativos em termos de consultas
e responsabilidades assumidas. Todas
as operações são objecto de análise e
decisão específicas.
Ucrânia
C Clientes públicos: eventual
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual
exigência de carta de crédito
irrevogável.
M/L
Zimbabwe
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L Fora de cobertura.
lientes públicos: eventual
C
exigência de garantia soberana.
Clientes privados: eventual exigência de garantia bancária.
Legenda:
C
M/L
Para todas as operações, o prazo
constitutivo de sinistro é definido caso
a caso.
Uganda
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
T
Curto Prazo
Médio / Longo Prazo
Todos os Prazos
* Mercado prioritário.
Fora de cobertura.
Uruguai
C Carta de crédito irrevogável
(decisão casuística).
M/L
Não definida.
Venezuela
C Clientes públicos: aberta caso
a caso com eventual exigência
de garantia de transferência ou
soberana. Clientes privados: aberta
caso a caso com eventual exigência
de carta de crédito irrevogável e/ou
garantia de transferência.
M/L
berta caso a caso com exigência
A
de garantia soberana.
Zâmbia
C Caso a caso, numa base muito
restritiva.
M/L
COSEC
Companhia de Seguro
de Créditos, S. A.
Direcção Internacional
Avenida da República, 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 217 913 832
Fax: +351 217 913 839
[email protected]
www.cosec.pt
Fora de cobertura.
Portugalglobal // Janeiro 12 // 65
TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corresGrupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Alemanha *
Andorra *
Austrália *
Áustria *
Bélgica *
Canadá *
Checa, Rep. *
Chipre
Coreia do Sul *
Dinamarca *
Eslováquia *
Eslovénia *
Espanha *
Estónia
EUA *
Finlândia *
França *
Grécia *
Holanda *
Hong-Kong
Hungria *
Irlanda *
Islândia *
Israel *
Itália *
Japão *
Liechtenstein *
Luxemburgo *
Malta *
Mónaco *
Noruega *
Nova Zelândia *
Polónia *
Portugal *
Reino Unido *
São Marino *
Singapura *
Suécia *
Suiça *
Taiwan
Vaticano *
Arábia Saudita
Brunei
Chile
China •
Gibraltar
Koweit
Macau
Malásia
Oman
Qatar
Trind. e Tobago
África do Sul •
Argélia
Bahamas
Barbados
Botswana
Brasil •
Costa Rica
Dep/ter Austr.b
Dep/ter Din.c
Dep/ter Esp.d
Dep/ter EUAe
Dep/ter Fra.f
Dep/ter N. Z.g
Dep/ter RUh
EAUa
Ilhas Marshall
Índia
Marrocos •
Maurícias
México •
Micronésia
Namíbia
Palau
Panamá
Peru
Rússia
Tailândia
Tunísia •
Uruguai
Grupo 4
Aruba
Barein
Bulgária
Colômbia
Egipto
El Salvador
Fidji
Filipinas
Indonésia
Lituânia
Roménia
Turquia
pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
e o grupo 7 à maior.
As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas
de prémio aplicáveis.
Grupo 5
Grupo 6
Azerbeijão
Cabo Verde
Cazaquistão
Croácia
Dominicana, Rep.
Gabão
Gana
Guatemala
Jordânia
Lesoto
Letónia
Macedónia
Mongólia
Nigéria
Papua–Nova Guiné
Paraguai
S. Vic. e Gren.
Santa Lúcia
Vietname
Albânia
Angola
Ant. e Barbuda
Arménia
Bangladesh
Belize
Benin
Bolívia
Butão
Camarões
Camboja
Comores
Congo
Djibouti
Dominica
Geórgia
Honduras
Irão
Jamaica
Kiribati
Mali
Moçambique
Montenegro
Nauru
Quénia
Samoa Oc.
Senegal
Sérvia
Sri Lanka
Suazilândia
Tanzânia
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Zâmbia
Grupo 7
Afeganistão
Argentina
Bielorussia
Bósnia e Herzegovina
Burkina Faso
Burundi
Campuchea
Cent. Af, Rep.
Chade
Congo, Rep. Dem.
Coreia do Norte
C. do Marfim
Cuba •
Equador
Eritreia
Etiópia
Gâmbia
Grenada
Guiana
Guiné Equatorial
Guiné, Rep. da
Guiné-Bissau •
Haiti
Iemen
Iraque •
Quirguistão
Ruanda
S. Crist. e Nevis
S. Tomé e Príncipe •
Salomão
Seicheles
Serra Leoa
Síria
Somália
Sudão
Suriname
Tadzequistão
Togo
Tonga
Ucrânia
Venezuela
Zimbabué
Kosovo
Laos
Líbano
Libéria
Líbia
Madagáscar
Malawi
Maldivas
Mauritânia
Moldávia
Myanmar
Nepal
Nicarágua
Níger
Paquistão
Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A.
* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção do Chipre, Hong-Kong e Taiwan.
• Mercado de diversificação de oportunidades
• Fora de cobertura
• Fora de cobertura, excepto operações de relevante interesse nacional
NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma
b) Ilhas Norfolk
c) Ilhas Faroe e Gronelândia
d) Ceuta e Melilha
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico
66 // Janeiro 12 // Portugalglobal
f) G
uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
h) A
nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta.
Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
ESTATÍSTICAS
INVESTIMENTO
e COMÉRCIO EXTERNO
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE), EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.
INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR
INVESTIMENTO DIRECTO
DO EXTERIOR EM PORTUGAL
2010
tvh 10/09
2010
Jan./Nov.
2011
Jan./Nov.
tvh 11/10
Jan./Nov.
tvh 11/10
Nov./Nov.
tvc 11/11
Nov./Out.
IDE bruto
35.099
9,6%
31.753
30.792
-3,0%
15,4%
5,5%
IDE desinvestimento
34.002
13,1%
29.619
28.041
-5,3%
11,4%
7,2%
IDE líquido
1.097
-43,7%
2.135
2.751
28,8%
150,6%
-15,4%
IDE Intra UE
30.380
3,2%
27.527
27.309
-0,8%
13,5%
0,3%
IDE Extra UE
4.719
82,3%
4.226
3.483
-17,6%
28,6%
55,6%
IDE Intra UE
86,6%
–
86,7%
88,7%
–
–
–
IDE Extra UE
13,4%
–
13,3%
11,3%
–
–
–
Unidade: Milhões de euros
% Total IDE bruto
% Total
tvh 11/10
% Total
tvh 11/10
Espanha
IDE bruto - Origens 2011 Jan./Nov.
20,3%
46,3%
Comércio
44,9%
11,2%
França
16,8%
-3,0%
Ind. Transformadoras
23,9%
-6,0%
Reino Unido
16,1%
12,1%
Activ. Financeiras e de Seguros
9,6%
-50,1%
Países Baixos
13,4%
27,8%
Activ. de Informação e Comunicação
6,5%
7,4%
Alemanha
11,2%
-41,9%
Act. de Consultoria e Técnicas
3,2%
-1,7%
2010
tvh 10/09
2010
Jan./Nov.
2011
Jan./Nov.
tvh 11/10
Jan./Nov.
tvh 11/10
Nov./Nov.
tvc 11/11
Nov./Out.
IDPE bruto
6.866
-11,6%
6.185
10.214
65,1%
-1,0%
46,4%
IDPE desinvestimento
13.191
83,7%
10.811
5.512
-49,0%
79,1%
-44,9%
IDPE líquido
-6.325
-1.176,2%
-4.626
4.702
201,7%
-27,0%
549,0%
IDPE Intra UE
3.932
-28,5%
3.645
8.722
139,3%
204,5%
80,6%
IDPE Extra UE
2.934
29,3%
2.540
1.493
-41,2%
-79,1%
-28,4%
IDPE Intra UE
57,3%
–
58,9%
85,4%
–
–
–
IDPE Extra UE
42,7%
–
41,1%
14,6%
–
–
–
% Total
tvh 11/10
% Total
tvh 11/010
Países Baixos
66,4%
784,9%
Activ. Financeiras e de Seguros
76,4%
94,1%
Espanha
13,1%
74,5%
Ind. Transformadoras
5,8%
108,8%
Brasil
4,9%
-54,9%
Electricidade, Gás, Água
5,2%
1.105,9%
Angola
2,0%
n.d.
Activ. de Consultoria e Técnicas
3,9%
-38,5%
Estados Unidos
1,4%
-15,3%
Construção
2,9%
-13,9%
2009 Dez.
2010 Dez.
tvh 10/09
2010 Set.
2011 Set.
tvh 11/10
Set./Set.
tvc 11/11
Set./Jun.
Stock IDE
79.626
82.504
3,6%
81.908
83.939
2,5%
-2,1%
Stock IDPE
47.530
48.352
1,7%
48.693
52.835
8,5%
1,0%
INVESTIMENTO DIRECTO
DE PORTUGAL NO EXTERIOR
IDE bruto - Sector 2011 Jan./Nov.
Unidade: Milhões de euros
% Total IDPE bruto
IDPE bruto - Destinos 2011 Jan./Nov.
IDPE bruto - Sector 2011 Jan./Nov.
n.d. – não disponível
 
Unidade: Milhões de euros
Fonte: Banco de Portugal
Portugalglobal // Janeiro 12 // 67
ESTATÍSTICAS
COMÉRCIO INTERNACIONAL
2010
tvh 10/09
2010
Jan./Nov.
2011
Jan./Nov.
tvh 11/10
Jan./Nov.
tvh 11/10
Nov./Nov.
tvc 11/11
Nov./Out.
Exportações bens
36.762
16,0%
33.630
39.049
16,1%
15,4%
1,4%
Exportações bens UE27
27.573
15,4%
25.280
29.059
14,9%
8,7%
-0,5%
Exportações bens Extra UE27
9.189
17,7%
8.349
9.990
19,7%
37,0%
6,8%
Exportações bens UE27
75,0%
–
75,2%
74,4%
–
–
–
Exportações bens Extra UE27
25,0%
–
24,8%
25,6%
–
–
–
BENS (Exportação)
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
Exp. Bens - Clientes 2011 Jan./Nov.
% Total
tvh 11/10
Exp. Bens - Var. Valor (11/10)
Meur
Cont. p. p.
Espanha
25,0%
8,7%
Alemanha
1.018
3,0
Alemanha
13,8%
23,3%
Espanha
783
2,3
França
12,1%
18,4%
França
734
2,2
Angola
5,4%
22,2%
Angola
382
1,1
Reino Unido
5,1%
6,7%
Bélgica
273
0,8
Países Baixos
4,0%
19,1%
Países Baixos
247
0,7
Itália
3,7%
11,6%
Líbia
-22
-0,1
% Total
tvh 11/10
Exp. Bens - Var. Valor (11/10)
Meur
Cont. p. p.
Máquinas; Aparelhos
14,5%
12,6%
Veículos, Out. Mat. Transporte
1.106
3,3
Veículos, Out. Mat. Transporte
13,4%
26,8%
Máquinas; Aparelhos
636
1,9
Metais Comuns
8,1%
18,5%
Químicos
530
1,6
Combustíveis Minerais
7,1%
21,3%
Metais Comuns
495
1,5
Plásticos, Borracha
6,9%
15,1%
Combustíveis Minerais
485
1,4
Exp. Bens - Produtos 2011 Jan./Nov.
2010
tvh 10/09
2010
Jan./Nov.
2011
Jan./Nov.
tvh 11/10
Jan./Nov.
tvh 11/10
Nov./Nov.
tvc 11/11
Nov./Out.
Exportações totais de serviços
17.572
7,7%
16.044
17.551
9,4%
6,0%
-13,2%
Exportações serviços UE27
12.688
5,8%
11.623
12.594
8,4%
5,9%
-14,8%
Exportações serviços extra UE27
4.884
13,0%
4.421
4.957
12,1%
6,5%
-9,3%
Exportações serviços UE27
72,2%
–
72,4%
71,8%
–
–
–
Exportações serviços extra UE27
27,8%
–
27,6%
28,2%
–
–
–
 SERVIÇOS
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
68 // Janeiro 12 // Portugalglobal
 
ESTATÍSTICAS
2010
tvh 10/09
2010
Jan./Nov.
2011
Jan./Nov.
Importações bens
57.053
11,0%
51.863
53.275
2,7%
-7,3%
0,5%
Importações bens UE27
43.205
7,0%
39.069
38.820
-0,6%
-13,8%
-2,6%
Importações bens Extra UE27
13.849
25,9%
12.795
14.455
13,0%
16,5%
10,0%
Importações bens UE27
75,4%
–
75,3%
72,9%
–
–
–
Importações bens Extra UE27
24,3%
–
24,7%
27,1%
–
–
–
BENS (Importação)
tvh 11/10
Jan./Nov.
tvh 11/10
Nov./Nov.
tvc 11/11
Nov./Out.
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
Imp. Bens - Fornecedores 2011 Jan./Nov.
% Total
tvh 11/10
Espanha
31,4%
3,2%
Alemanha
12,4%
França
6,9%
Itália
Países Baixos
Reino Unido
Nigéria
Meur
Cont. p. p.
Argélia
590
1,1
-3,3%
Espanha
520
1,0
-3,6%
Angola
466
0,9
5,3%
-4,1%
Brasil
414
0,8
4,8%
-5,1%
Arábia Saudita
381
0,7
3,4%
-9,1%
EUA
263
0,5
2,7%
14,2%
Líbia
-722
-1,4
% Total
tvh 11/10
Imp. Bens - Var. Valor (11/10)
Meur
Cont. p. p.
Combustíveis Minerais
17,8%
23,3%
Combustíveis Minerais
1.791
3,5
Máquinas, Aparelhos
15,0%
-6,6%
Agrícolas
554
1,1
Veículos, Out. Mat. Transporte
10,8%
-17,9%
Plásticos, Borracha
295
0,6
Químicos
10,4%
5,3%
Máquinas, Aparelhos
-561
-1,1
Agrícolas
10,3%
11,2%
Veículos, Out. Mat. Transporte
-1.251
-2,4
Imp. Bens - Produtos 2011 Jan./Nov.
Imp. Bens - Var. Valor (11/10)
2010
tvh 10/09
2010
Jan./Nov.
2011
Jan./Nov.
tvh 11/10
Jan./Nov.
tvh 11/10
Nov./Nov.
tvc 11/11
Nov./Out.
Importações totais de serviços
10.866
5,2%
9.914
10.472
5,6%
7,5%
1,6%
Importações serviços UE27
7.678
2,8%
7.009
7.402
5,6%
1,6%
-1,1%
Importações serviços extra UE27
3.188
11,2%
2.905
3.070
5,7%
22,7%
8,0%
Importações serviços UE27
41,5%
–
70,7%
70,7%
–
–
–
Importações serviços extra UE27
58,5%
–
 
29,3%
29,3%
–
–
–
FMI
CE
OCDE
Min.
Finanças
BdP
 SERVIÇOS
Unidade: Milhões de euros
Unidade: % do total
PREVISÕES 2011 : 2012 (tvh real %)
2010
2011
(Jan./Set.)
INE
INE
Set. 11
Nov. 11
Nov. 11
Out. 11
Jan. 12
PIB
1,4
-1,1
-2,2 : -1,8
-1,9 : -3,0
-1,6 : -3,2
-2,2 : -2,8
-1,6 : -3,1
Exportações Bens e Serviços
8,8
7,8
6,6 : 6,5
6,6 : 4,2
7,2 : 4,0
6,7 : 4,8
7,3 : 4,1
Fontes: INE/Banco de Portugal
Notas e siglas: Meur - Milhões de euros
tvc - Taxa de variação em cadeia
Cont. - Contributo para o crescimento das exportações
p.p. - Pontos percentuais
tvh - Taxa de variação homóloga
Portugalglobal // Janeiro 12 // 69
REDE
EXTERNA
DA AICEP
ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo
BRASIL / São Paulo
ALEMANHA / Berlim
CABO VERDE / Praia
CANADÁ / Toronto
ANGOLA / Benguela
CHILE / Santiago do Chile
ANGOLA / Luanda
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA
/ Macau
ARGÉLIA / Argel
ARGENTINA / Buenos Aires
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA
/ Pequim
ÁUSTRIA / Viena
CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA
/ Xangai
BÉLGICA / Bruxelas
Copenhaga
Berlim
Haia
Bruxelas
Dublin
Londres
Paris
Milão
Toronto
Nova Iorque
Vigo
Barcelona
S. Francisco
Madrid
Rabat
Mérida
Praia
Cidade do México
Caracas
São Paulo
Santiago do Chile
Centro de Negócios
Escritórios
Representações
70 // Janeiro 12 // Portugalglobal
Buenos Aires
Argel
DINAMARCA / Copenhaga
FINLÂNDIA / Helsínquia
JAPÃO / Tóquio
ROMÉNIA / Bucareste
ESPANHA / Madrid
FRANÇA / Paris
LÍBIA / Tripoli
RÚSSIA / Moscovo
GRÉCIA/ Atenas
MALÁSIA/ Kuala Lumpur
SINGAPURA / Singapura
HOLANDA / Haia
MARROCOS / Rabat
SUÉCIA / Estocolmo
HUNGRIA / Budapeste
MÉXICO / Cidade do México
SUÍÇA / Zurique
ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli
MOÇAMBIQUE / Maputo
TUNÍSIA / Tunes
INDONÉSIA / Jacarta
POLÓNIA / Varsóvia
TURQUIA / Ancara
IRLANDA / Dublin
REINO UNIDO / Londres
TURQUIA / Istambul
ITÁLIA / Milão
REPÚBLICA CHECA / Praga
VENEZUELA / Caracas
ESPANHA / Barcelona
ESPANHA / Mérida
ESPANHA / Vigo
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
/ Nova Iorque
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
/ S. Francisco
Helsínquia
Estocolmo
Zurique
Moscovo
Varsóvia
Praga
Budapeste
Viena
Bucareste
Pequim
Ancara
Istambul
Atenas
Tunes
Tóquio
Tripoli
Nova Deli
Xangai
Macau
Kuala Lumpur
Singapura
Jacarta
Luanda
Benguela
Maputo
Joanesburgo
Portugalglobal // Janeiro 12 // 71
BOOKMARKS
GESTÃO ESTRATÉGICA
A gestão estratégica, uma das áreas da
gestão em que se verifica um maior dinamismo quer no seu desenvolvimento teórico quer no que respeita à sua
aplicação prática é, geralmente, vista
como a cúpula das diversas áreas em
que se pode decompor a gestão de
uma empresa.
O livro vai ao encontro das necessidades desses dois grupos de estudantes
(de graduação e pós-graduação) bem
como dos gestores que exercem ou
perspectivam vir a assumir funções de
gestão nos níveis superiores, ou consultores e outros técnicos que pretendam
desenvolver ou reciclar conhecimentos
nesta área.
Parte-se do princípio de que não existem receitas para resolver os problemas
de gestão estratégica e que um seguro domínio da diversidade de teorias e
abordagens facilita a tomada das decisões que traduzem a concretização da
estratégia pensada.
Sem prejuízo da procura do equilíbrio
entre a teoria e a prática, atribui-se, intencionalmente, um peso mais significa-
tivo do que é habitual à implementação
e controlo da estratégia, isto é, à acção
estratégica propriamente dita, pois só
pela acção a estratégia se concretiza.
Sebastião Leite Teixeira é Doutor em
Gestão Industrial pela Universidade de
Aveiro e Licenciado em Economia pela
Faculdade de Economia da Universidade do Porto. É Professor Associado no
Instituto Superior da Maia onde coordena a licenciatura em Gestão de Empresas e lecciona Gestão. Foi quadro
bancário e administrador executivo de
várias empresas industriais e de serviços, nomeadamente Vinhos Borges,
Mabor e Leasinvest. Tem várias publicações sobre Gestão Estratégica e Organização de Empresas.
Autores: S
ebastião Teixeira
Editor: Escolar Editora
Nº de páginas: 456
Ano: 2011
Preço: 29.50€
A CRISE MUNDIAL
Daniel Altman, professor de economia
na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque, e um especialista
no campo do desenvolvimento internacional, defende, nesta obra reveladora
e bem fundamentada, que é urgente
adoptar uma visão do futuro alargada,
que nos permita perceber as tendências
globais ocultas, mais profundas, que
irão determinar os limites, os obstáculos, os desafios, os riscos e as oportunidades que nos esperam nos próximos
anos, e que ditarão o desenvolvimento
da economia global num futuro a longo
prazo. Nesse sentido, Altman apresentanos, numa análise lógica, incisiva e arrojada, um conjunto de doze tendências
que nos proporciona insights essenciais
e nos aponta o caminho a seguir nos
tempos conturbados que atravessamos.
72 // Janeiro 12 // Portugalglobal
Daniel Altman licenciou-se em Economia pela Universidade de Harvard,
onde fez também o doutoramento.
Colaborou, enquanto colunista de assuntos económicos, com a revista The
Economist e os jornais International
Herald Tribune e The New York Times.
É o fundador e presidente da North
Yard Economics.
Autor: Daniel Altman
Editor: Editorial Presença
Nº de páginas: 320
Ano: 2011
Preço: 16.90€
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