Portugalglobal Janeiro 2012 // www.portugalglobal.pt Empresas 30 The Fladgate Partnership Xerox Pescanova Preh Portugal Artlant PTA Cisco Embraer Nestlé Portugal Autoeuropa Renault Cacia Tegopi Huf Huawei Sugalidal Continental Mabor Petrogal Hikma Pense global pense Portugal Entrevista Pedro Reis, Presidente da AICEP Agência reforça Rede e potencia exportações e investimento 6 Destaque Investir em Portugal O papel da AICEP e os factores de competitividade 14 Janeiro 2012 // www.portugalglobal.pt sumário Entrevista // 6 Pedro Reis, presidente da AICEP, destaca, em entrevista, o papel da Agência na promoção das exportações, na captação de investimento e na internacionalização da economia portuguesa, bem como da sua integração no MNE e articulação com a nova diplomacia económica. Destaque // 14 Uma panorâmica do investimento em Portugal, com destaque para os factores de competitividade do país em matéria de atractividade de IDE e para o papel da AICEP na captação e acompanhamento de investidores, potenciador de desenvolvimento empresarial, de redução do défice da balança comercial e de criação de emprego. Investidores estrangeiros e nacionais apontam os aspectos positivos e negativos do investimento em Portugal. Empresas // 30 Conheça os investimentos de sucesso de 17 empresas, nacionais e estrangeiras, que apostaram em Portugal: The Fladgate Partnership (Yeatman Hotel), Xerox, Pescanova, Preh Portugal, Artlant PTA, Cisco, Embraer, Nestlé Portugal, Autoeuropa, Renault Cacia, Tegopi, Huf Portuguesa, Huawei, Sugalidal, Continental Mabor, Petrogal (Galp) e Hikma Farmacêutica. Opinião // 62 Um artigo de José Galamba de Oliveira, presidente da Direcção da Associação Portugal Outsourcing, sobre a promoção e divulgação internacional de Portugal como destino de eleição para o investimento no sector das Tecnologias de Informação e Comunicação. Análise de risco por país – COSEC // 64 Veja também a tabela classificativa de países. Estatísticas // 67 Investimento directo e comércio externo. AICEP Rede Externa // 70 Bookmarks // 72 EDITORIAL Revista Portugalglobal Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: +351 217 909 500 Fax: +351 217 909 578 Propriedade aicep Portugal Global O’Porto Bessa Leite Complex R. António Bessa Leite, 1430 – 2º 4150-074 Porto Tel.: +351 226 055 300 Fax: +351 226 055 399 NIFiscal 506 320 120 Conselho de Administração Pedro Reis (Presidente), António Almeida Lima, José Vital Morgado, Manuel Mendes Brandão, Pedro Pereira Gonçalves (Vogais) Directora Ana de Carvalho [email protected] Redacção Cristina Cardoso [email protected] Vitor Quelhas [email protected] Colaboram neste número Ana Margarida Costa, Alexandra Ferreira Leite, Carla Tavares, Direcção Internacional da COSEC, Joana Peixoto, João Manuel Santos, José Galamba de Oliveira, Luís Gonçalves, Luís Florindo, Magda Pereira, Maria Manuel Branco, Marta Pinheiro, Nuno Várzea, Paulo Borges, Pedro Macedo Leão, Pedro Reis, Pedro Pinto Sousa, Pedro Silveira, Philomène Dias. Fotografia e ilustração ©Fotolia, Rodrigo Marques Publicidade Cristina Valente Almeida [email protected] Secretariado Cristina Santos [email protected] Assinaturas REGISTE-SE AQUI Projecto gráfico aicep Portugal Global Ano novo, mercados novos Em declarações que fiz muito recentemente a um jornal económico – que me questionava sobre quais os mercados em que as empresas portuguesas deveriam procurar negócios em 2012 – respondi, e cito, “não existem receitas mágicas para a internacionalização das empresas portuguesas e nem todos os sectores de actividade terão sucesso em todos os mercados, pelo que é essencial ter foco estratégico”. Recupero a ideia para este editorial porque é importante, no ano em que agora entramos, que as empresas portuguesas que já operam lá fora – e em especial as que procuram alargar os seus horizontes para mercados terceiros – olhem para a AICEP como um parceiro que pode acompanhar os seus processos de expansão e, sobretudo, como sendo capaz de fazer a diferença no momento de obter resultados. A reorganização da rede da AICEP em função de uma mais estreita e intensa articulação com a rede diplomática e consular e do turismo, tarefa que levaremos a cabo nos próximos meses, será essencial para aumentarmos também as nossas redes de intelligence económica e comercial e de networking institucional. A AICEP estará, assim, mais habilitada a prestar um melhor serviço e a fornecer às empresas informações cada vez mais precisas e rigorosas sobre os mercados que são alvo do seu interesse. Paginação e programação Rodrigo Marques [email protected] ERC: Registo nº 125362 As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores e não necessariamente da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global. A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal não implica qualquer compromisso por parte desta com os produtos/serviços visados. 4 // Janeiro 2012 // Portugalglobal Nos mercados consolidados, a articulação com as redes diplomática, consular e do turismo reforçará a actuação da AICEP, conferindo-lhe uma maior consistência e solidez na actuação. Mas a nossa economia precisa de novos mercados: os negócios internacionais de Portugal, quer seja investimento directo estrangeiro em Portugal, quer sejam importações, exportações e investimento das empre- sas portuguesas no estrangeiro, estão demasiado concentrados nos parceiros da União Europeia. Com a economia europeia à beira de uma estagnação e com quatro dos nossos principais parceiros comerciais – Espanha, França, Reino Unido e Itália – a implementar, simultaneamente, medidas de austeridade, a situação torna-se mais complexa. Há, por isso, que trabalhar no sentido de desbravar novos mercados e novos destinos para as empresas portuguesas, que sejam atractivos e tenham potencial. A par dos mercados consolidados, onde trabalharemos para aprofundar a presença portuguesa, as apostas passam por mercados com dimensão interna muito relevante, como é o caso do mercado norte-americano e, como é evidente, pelos mercados da lusofonia, com destaque para Angola, Brasil, Moçambique e Timor. Ao nível dos mercados emergentes, diria que a nossa actuação passa por aprofundar o conhecimento daqueles mercados que podem oferecer oportunidades mais interessantes para as empresas portuguesas. A par da China – que vai ser certamente uma avenida nova para a economia portuguesa e que pode abrir oportunidades em mercados vizinhos – diria que toda a zona do Magrebe e do Golfo, sem esquecer a Índia e o México, são mercados que a AICEP está particularmente empenhada em conquistar. Remato este editorial recuperando a frase com que terminei as declarações a que aludi no início e que é a seguinte: “a AICEP estará onde a economia portuguesa e as suas empresas dela mais necessitarem”. Bom ano a todos! PEDRO REIS Presidente do Conselho de Administração da AICEP ENTREVISTA ENTREVISTA AO PRESIDENTE DA AICEP REDE DA AICEP POTENCIA EXPORTAÇÕES E INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS O papel da AICEP na promoção das exportações, na captação de investimento e na internacionalização da economia portuguesa, a integração da Agência no MNE e a sua articulação com a nova diplomacia económica, a gestão renovada da imagem do país, bem como a aposta em novos mercados e na competitividade empresarial, são alguns dos temas focados nesta entrevista de Pedro Reis, presidente da aicep Portugal Global. 6 // Janeiro 12 // Portugalglobal ENTREVISTA Com a integração da AICEP no âmbito do MNE, qual será o seu papel estratégico em termos de promoção da exportação, de captação de investimento e de internacionalização? A meu ver, a AICEP ganha uma nova dinâmica com esta articulação, pois no âmbito da rede diplomática passa a estar, não em 40 mercados, mas em cerca de 80, abrangendo todos os países em que existem representações diplomáticas e consulares, beneficiando ainda do facto de muitos embaixadores estarem acreditados em mais do que um país. A dimensão económica da diplomacia portuguesa sai, por isso, reforçada com este novo protagonismo da AICEP, à qual continuam atribuídos os papéis estratégicos nas áreas da promoção da exportação, da captação de investimento e da internacionalização. Naturalmente que com a transferência da tutela da AICEP para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, esta continuará a articular-se estreitamente com o Ministério da Economia, e também com outros ministérios e entidades públicas. De que modo se vai articular a AICEP no âmbito da nova diplomacia económica e com outras redes que actuam no terreno, como a do MNE e a do Turismo? Os embaixadores irão receber uma carta de missão em que se explica também o papel coordenador que a AICEP terá em matéria económica e comercial. Os embaixadores serão funcionalmente responsáveis pelas delegações da Agência no estrangeiro mas, por seu lado, deverão cumprir um plano estratégico elaborado em conjunto com esta, com objectivos concretos e métricas de avaliação bem definidas para que se possam aferir os resultados obtidos, recebendo instruções da AICEP quanto ao plano de trabalhos definido. Neste sentido, a AICEP passará, muito em breve, a comunicar directamente com a rede diplomática e consular, que orientará em matéria económica e comercial. Na minha perspectiva, o que muda fundamentalmente para melhor é a estratégia de reforço, consolidação e agilização da articulação que já existia no terreno entre a AICEP e as Embaixadas, uma realidade que tanto os nossos delegados no exterior como os nossos embaixadores confirmam estar a funcionar bem. Há que dar mais corpo a isso, institucionalizando os canais de comunicação e definindo claramente as responsabilidades. Qual o papel da Agência na promoção da imagem de Portugal e das suas marcas no exterior? A definição e promoção de uma imagem integrada e estável do país no exterior, a chamada “Marca Portugal”, é um dos grandes desafios que temos pela frente este ano, dado que esta tem que ser necessariamente o espelho do ADN do país e dos seus factores de diferenciação, caracterizados por séculos de história e cultura e com todos os factores de atractividade que nos distinguem dos outros povos e nações. Contudo, essa “Marca Portugal” deve resultar de um esforço de concertação de perspectivas diversas, especialmente ao nível da AICEP e do Turismo de Portugal, que se traduza numa mensagem estável e reconhecida por todos os quadrantes políticos, económicos e sociais relevantes da nossa sociedade. Portugal precisa de recuperar a sua credibilidade externa e a sua boa imagem internacional. Há, pois, que começar por “desconstruir” o valor negativo frequentemente associado à marca Portugal. Quais são as suas previsões, no contexto de um 2012 difícil, considerando a dinâmica das áreas de actuação da AICEP? Em termos de dinâmica da AICEP, há duas observações a fazer. A primeira, diz respeito à actual equipa directiva, que está a olhar cuidadosamente para o mapa da rede externa, analisando as necessidades de serviço e os objectivos geo-estratégicos e económicos, conjugando-os com a nova realidade do movimento diplomático anunciado há dias, em articulação com os mercados em que queremos apostar fortemente este ano. Estamos ainda a elaborar conceitos estratégicos e seguidamente vamos definir os perfis dos mercados em que é imperativo actuar. O mundo mudou muito neste último ano e coloca-nos, sem dúvida, novos desafios. A par dos mercados consolidados, há que definir um mapa de novas oportunidades de negócio para as empresas e, nesta medida, a AICEP tem que estar não só “A AICEP vai passar a comunicar directamente com a rede diplomática e consular, que orientará em matéria económica e comercial.” onde já estão as empresas portuguesas, como apoiar, com todos os meios ao seu alcance, o desejo, por parte destas, de descobrir novos mercados. O que é que se pode esperar da evolução da economia portuguesa no actual contexto europeu e mundial e em função dos desafios que esta enfrenta este ano? Sabemos que as perspectivas para 2012 são exigentes, mas tenho a certeza de que a situação transitória que vivemos, fruto da austeridade decorrente do plano de ajustamento implementado pelo Governo, trará resultados benéficos e será positivo para o futuro do país. A situação económica, transitória, não nos deve desencorajar, devendo antes servir de incentivo ao esforço de superação das dificuldades e levar-nos a dar o melhor de nós próprios em prol de Portugal nesta hora decisiva para o nosso futuro. Considerando a experiência e o know-how da AICEP em matéria de mercados, como é que esta contribuirá para potenciar novas oportunidades de negócio? Quais são os mercados considerados prioritários? Os mercados prioritários são, antes de mais, aqueles onde já estão as empresas portuguesas. Em relação a potenciar novas oportunidades de negócios, esse é justamente o core business da AICEP no exterior, que tem por missão central conhecer aprofundadamente os mercados, bem como os principais sectores de actividade empresarial e todos os pro- Portugalglobal // Janeiro 12 // 7 ENTREVISTA cedimentos administrativos e regulamentares que tenham a ver com a entrada de serviços ou bens portugueses nesses mercados. E, claro está, a Agência tem a obrigação de colocar essa intelligence com valor acrescentado ao serviço da exportação e da internacionalização das nossas empresas. Nesta medida, o que é que está a mudar na geografia das exportações portuguesas e como é que se conquistam e consolidam novos mercados estratégicos? Tenho sublinhado em diferentes ocasiões que as nossas exportações estão excessivamente dependentes do mercado europeu, o que agora nos obriga ao reforço da estratégia de diversificação de mercados levada a cabo pela AICEP. Essa diversificação tem que centrar-se na procura de mercados pujantes e em que se verifiquem taxas de crescimento elevadas. Contudo, se a AICEP pode contribuir para identificar tais mercados, apoiando com esse conhecimento e outros meios ao seu alcance as empresas, não lhe compete, no entanto, decidir quais os países para onde as empresas devem investir, decisão que tem que ver com as opções estratégicas “A definição e promoção de uma imagem integrada e estável do país no exterior, a chamada Marca Portugal, é um dos grandes desafios que temos pela frente este ano, dado que esta tem que ser necessariamente o espelho do ADN do país e dos seus factores de diferenciação, caracterizados por séculos de história e cultura e com todos os factores de atractividade que nos distinguem dos outros povos e nações.” de cada empresa acima de tudo. Tanto mais que há mercados que são uma boa aposta para um conjunto relevante de sectores, mas há também outros que só fazem sentido para um conjunto reduzido. Este conhecimento dos mercados torna-se essencial sobretudo para as apostas das pequenas e médias empresas, com menores recursos e dimensão. Em matéria de captação de investimento estrangeiro, qual será a actuação estratégica a seguir neste domínio e quais são os factores que, quanto a si, tornam Portugal claramente mais atractivo? Há que encontrar uma narrativa sólida, coerente e estável para os negócios com Portugal, que permita que o nosso país esteja permanentemente na mira dos investidores internacionais, apesar das dificuldades conjunturais que possa atravessar. A actuação e a eficácia estratégicas, em matéria de atracção de investimento, serão a partir de agora potenciadas pelo elevado nível de articulação institucional entre a AICEP, o ministério da tutela e outros ministérios e organismos do Estado, procurando eliminar custos de contexto e promovendo a criação das melhores condições para o investimento. Portugal oferece boas condições de atractividade para além dos benefícios fiscais de que al- 8 // Janeiro 12 // Portugalglobal guns investimentos podem beneficiar: membro pleno da União Europeia, com ligações profundas a África e ao Brasil e estabilidade política, Portugal é um país seguro, que possui uma excelente rede de infra-estruturas, bem como de óptimos acessos viários, ferroviários, fluviais e aéreos, de portos e logística portuária e de comunicações. Dotado de mão-de-obra qualificada e motivada, de bons centros de formação, de investigação científica e tecnológica, assim como de universidades reconhecidas internacionalmente e com centros de competências que são referência nas mais diversas áreas, Portugal proporciona ao investidor exigente além da excelência, inovação e competitividade, todos os meios para o desenvolvimento do seu negócio. Quais são as características, consideradas incontornáveis, de uma empresa exportadora, ou que o queira ser, no actual contexto da economia e da concorrência globais, seja ela uma grande empresa ou uma PME? Dados os actuais desafios do contexto nacional e internacional, o país precisa de exportar mais, através de mais empresas, de vender mais e melhores produtos ao exterior, com mais valor acrescentado, diversificando os seus mercados. Nesta medida, a exportação de bens e serviços assume-se como estratégica para o país e como um passo fundamental para a internacionalização da economia portuguesa. Mas, para que tal aconteça, é necessário que as empresas ganhem capacidade de concorrer globalmente. E isso exige planeamento de recursos e consistência empresarial, devendo esta pautar-se por uma correcta avaliação do potencial exportador e competitivo da empresa, por uma avaliação cuidada de quais os factores decisivos, como uma estratégia de internacionalização (que passa por uma análise do mercado, da concorrência, dos potenciais clientes e dos pontos fracos e fortes da estrutura da empresa), “As nossas exportações estão excessivamente dependentes do mercado europeu, o que agora obriga ao reforço da estratégia de diversificação de mercados levada a cabo pela AICEP, diversificação essa que deve centrar-se na procura de mercados pujantes e em que se verifiquem taxas de crescimento elevadas.” assim como a formação de quadros superiores e intermédios e mão-de-obra especializada e motivada, ou acesso a financiamento e garantias. É igualmente incontornável a aposta em marcas próprias e na diferenciação do serviço prestado ao cliente, bem como no marketing, no design e na implementação de programas de promoção adaptados aos mercados alvo. No processo de exportação e internacionalização, quais as vantagens e desvantagens de ser PME? No passado, a dimensão, pequena ou média, de uma empresa poderia constituir um obstáculo à sua activida- ENTREVISTA de exportadora. Mas hoje as PME com assumida vocação exportadora, têm vindo a melhorar a sua capacidade para satisfazer as expectativas do cliente final e neste sentido estão mais bem apetrechadas a vários níveis: têm cada vez mais uma boa relação qualidade/preço dos produtos, um adequado know-how e flexibilidade produtiva, diversidade de oferta qualificada, uma crescente capacidade de resposta técnica às exigências do consumidor externo. Por outro lado, encontram-se bem equipadas em termos de inovação e desenvolvimento tecnológico (I&D), apostam em altos padrões de diferenciação e qualidade, na criação e no aproveitamento de economias de escala e de gama. A certificação da qualidade dos produtos, que permite fazer a diferença, e dos processos de gestão, são hoje factores determinantes. Ou seja, a chave não está na dimensão da empresa mas sim na sua capacidade para vingar nos mercados externos. deve reunir condições de viabilidade estratégica, económica, financeira e técnica que permitam a expansão dos negócios, com sucesso, na economia global. Pode fazer um resumo, que fique na memória dos leitores, dos factores de sucesso que devem caracterizar uma empresa exportadora? Para uma grande empresa ou para uma PME ganhar o desafio da exportação, mesmo considerando que já domina os factores de competitividade mais importantes (inovação, qualidade, design, marca, imagem e marketing), esta deve reunir outros factores de sucesso, entre os quais um bom conhecimento dos mercados, ter uma clara percepção das áreas em que é fundamental ter excelência e deter vantagens competitivas face à concorrência, desenvolver capacidades de fazer/produzir diferente, transmitindo valor acrescentado ao cliente e afirmando uma imagem de solidez empresarial, bem como uma base financeira sólida para se abalançar para novos mercados. Ou seja: antes de uma empresa avançar para um processo de exportação regular, Na presente conjuntura da economia e com a crescente dificuldade dos recém-licenciados conseguirem emprego, o programa INOV Contacto – um programa que conquistou a popularidade junto do tecido empresarial – atrai cada vez mais jovens. O que está previsto nesta matéria? Uma das primeiras decisões que esta administração tomou quando tomou posse foi a de desbloquear o processo do INOV Contacto que se encontrava parado. Deu-se já início ao processo de escolha dos 250 jovens que iniciarão o seu estágio no próximo mês de Abril. É uma iniciativa para continuar, mas vamos avaliar em que moldes e com que modelo de financiamento. Admito que, no futuro, uma pequena componente da retribuição dos estagiários possa ser suportada pelas empresas, de forma a podermos continuar a assegurar a viabilidade do programa. “A actuação e a eficácia estratégicas, em matéria de atracção de investimento, serão potenciadas pelo elevado nível de articulação institucional entre a AICEP, o ministério da tutela e outros ministérios e organismos do Estado, procurando eliminar custos de contexto e promovendo a criação das melhores condições para o investimento.” Portugalglobal // Janeiro 12 // 9 AICEP NOVO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA AICEP Vogais António Almeida Lima, licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), era Cônsul-Geral de Portugal no Rio de Janeiro desde 2006, tendo um vasto percurso profissional ligado à carreira diplomática, que iniciou em 1983 como Adido de Embaixada. Entre os vários postos que ocupou contam-se a Representação Permanente de Portugal na ONU, em Nova Iorque, a Embaixada em Londres, a Delegação permanente junto da NATO, em Bruxelas, a Embaixada em Maputo, e as Direcções de Serviços da América do Norte e da África Subsariana do MNE, além de Subdirector Geral das Relações Bilaterais. Foi chefe de gabinete da ministra do Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas em 2003/2004. Presidente Pedro Reis, 43 anos, é licenciado em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa (1986-1992), tendo complementado o seu percurso académico com formações na Harvard Business School (EUA) em Strategic Finance (2005), no Insead (França) no AMP – Advanced Management Program (1995) e, também na Universidade Católica, no PAGE – Programa Avançado de Gestão para Executivos (1994-95). Autor do livro “Voltar a Crescer”, em que traça um diagnóstico da economia portuguesa com base num estudo feito junto de 55 empresários e gestores portugueses (Março de 2011), o novo presidente da AICEP era consultor na empresa Cunha Vaz & Associados com a função de vice-presidente. Do seu percurso profissional destacam-se igualmente os cargos que ocupou na Imago, como administrador, e no grupo Tubus e na Altamira, como presidente. Foi ainda colaborador de várias revistas especializadas em assuntos económicos e comentador na TVI24. Na AICEP, tem a seu cargo a representação externa da Agência, as participadas Capital Global e Global Parques, a Secretaria-geral, e a Verificação de Incentivos de GE e PME. Tem a seu cargo na AICEP as áreas da Diplomacia Económica e Relações Institucionais, Apoio à Rede, Relações Públicas, Comunicação, Contact Center e Sites, Programação e Gestão de Eventos e o relacionamento com o Turismo de Portugal. Manuel Brandão é licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto, formação a que acrescem os cursos de Direito Fiscal e Integração Europeia que concluiu na Portugalglobal // Janeiro 12 // 11 AICEP Universidade de Saarbrücken, na Alemanha, e o curso de pós-graduação de Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente que frequentou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Profissionalmente, e até integrar o CA da AICEP, exercia advocacia nas áreas de Corporate, Contratação Pública, Direito Marítimo e Portuário, Imobiliário e Publicidade na sociedade de advogados Albuquerque & Associados. O seu percurso está também ligado à OGMA, onde foi administra- dor não-executivo, e representante nacional junto do Nato Industrial Advisory Group (NIAG) na Bélgica. Foi também chefe de gabinete do ministro da Defesa Nacional entre 2003 e 2005. PME, Assessoria Jurídica, Capacitação, Conhecimento, Informação Internacional e Nacional e o relacionamento com o IAPMEI são os pelouros da sua responsabilidade na Agência. Pedro Pereira Gonçalves é licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e Mestre (MBA) pela Universidade Nova de Lisboa e pelo Scottish Doctoral Programme & Masters Degree in Economics. Trabalhava actualmente no Banco Espírito Santo, onde era Director Coordenador do Gabinete de Monetização e Crédito a Empresas, tendo, ao longo do seu percurso profissional, desempenhado funções na Companhia de Seguros Tranquilidade, e em diversos gabinetes governamentais entre 2002 e 2005. São da sua responsabilidade na AICEP as áreas das Grandes Empresas (GE), Angariação, Marketing Estratégico, Financeira, Incentivos PME e GE, Contratos GE, Auditoria interna, Custos de contexto e relacionamento com Capitais de Risco. 12 // Janeiro 12 // Portugalglobal José Vital Morgado é licenciado em engenharia civil pelo Instituto Superior Técnico, tendo ingressado no ICEP em 1987, onde foi director, em Portugal, e delegado em Nova Iorque e em Madrid, sendo vogal executivo da administração da AICEP desde a sua criação em Julho de 2007. O seu percurso profissional fez-se também em empresas do sector da construção como a Corul – Construções Urbanas, Lda., a Ilídio Monteiro Construções, Lda., e a Sogel – Sociedade Geral de Empreitadas, Lda. Tem actualmente a seu cargo os pelouros do INOV Contacto, dos Recursos Humanos, do Património, Logística e Compras, e dos Sistemas e Tecnologias de Informação. DESTAQUE VALE A PENA INVESTIR EM PORTUGAL Uma panorâmica do investimento em Portugal, com destaque para projectos bem sucedidos de investimento estrangeiro, mostra-se incontornável no actual contexto de crise global. Primeiro, porque reforça a imagem positiva do país e também porque confere confiança aos nossos parceiros económicos, mostrando-lhes de forma credível que há boas razões para investirem em Portugal. Segundo, porque sendo a AICEP, em matéria de investimento, parte indissociável da solução, torna-se fundamental realçar o seu papel e a sua experiência na captação, viabilização e acompanhamento do investimento estrangeiro, potenciador de desenvolvimento empresarial, de redução do défice da balança comercial e de criação de emprego. 14 // Janeiro 12 // Portugalglobal DESTAQUE FACTORES DE COMPETITIVIDADE Competência, qualificação e flexibilidade são alguns dos adjectivos que investidores estrangeiros em Portugal atribuem aos seus colaboradores. A existência de mão-deobra qualificada é, assim, um dos factores de atractividade de Portugal na captação de investimento directo estrangeiro. A localização estratégica do país, a existência de boas infra-estruturas de comunicação e até a hospitalidade dos portugueses e o clima agradável são outros factores que pesam na tomada de decisão de um investidor estrangeiro. Mas, afinal, quais são as vantagens competitivas de Portugal face aos seus mais directos concorrentes? Vários factores de competitividade colocam Portugal na rota do investimento directo estrangeiro, pese embora a conjuntura adversa particularmente sentida no mundo ocidental e que levou já a um decréscimo dos fluxos de IDE em muitos mercados. A localização geo-estratégica de Portugal, no cruzamento das rotas marítimas e aéreas que ligam a África, a Europa e as Américas, é uma das vantagens do país enquanto receptor de investimento estrangeiro. Igualmente, infra-estruturas portuárias como Sines, Lisboa ou Leixões e os aeroportos de Lisboa ou Porto podem ser pontos de apoio fundamentais para o transporte de pessoas e mercadorias que pretendam aceder ao mercado da União Europeia, hoje com cerca de 500 milhões de habitantes. No domínio das comunicações e telecomunicações, dos transportes e da logística, Portugal tem hoje infra-estruturas modernas e capazes de responder às necessidades de qualquer investidor, assegurando uma rápida ligação e comunicação com os mercados internacionais. A mão-de-obra portuguesa é reconhecida pela sua qualidade e flexibilidade, pela sua qualificação e pela sua produtividade, factores que a tornam altamente competitiva em relação a outros países também receptores de IDE. É de sublinhar que se trata de um país politicamente estável e seguro, pres- tigiado a nível internacional, pela sua Historia e pela sua politica externa, que dialoga facilmente com distintos países. Membro da União Europeia, é também o membro europeu da Comunida- “A mão-de-obra portuguesa é reconhecida pela sua qualidade e flexibilidade, pela sua qualificação e pela sua produtividade, factores que a tornam altamente competitiva em relação a outros países também receptores de IDE.” de dos Países de Língua Portuguesa e mantém um relacionamento cada vez mais importante não só com os países vizinhos do Norte de África, mas também com mercados com economias em rápido crescimento, como a China, a Índia, a África do Sul ou o México. Portugal, pela sua colocação no mundo pode ser, e já é em muitos casos, uma plataforma de parcerias no quadro das relações económicas internacionais. Portugal distingue-se também pelo investimento que tem vindo a efectuar em áreas de ponta, como as do ambiente e as energias renováveis, confirmando o esforço de modernização económica do país e dispondo de um know-how e experiência que fazem das empresas portuguesas destes sectores parceiros importantes para potenciais investidores. Portugal beneficia ainda da vantagem de ter um excelente clima, uma boa qualidade de vida e uma população hospitaleira e aberta ao estrangeiro, o que o torna atractivo e de fácil adaptação para os quadros expatriados. Onde investir Mais do que sectores, Portugal privilegia a atracção de projectos que sejam inovadores e tecnologicamente avançados que possam contribuir para o esforço de modernização e internacionalização da nossa base produtiva em diferentes áreas e sectores, contando para isso com a AICEP e a sua rede espalhada em mais de 40 países. Além das áreas do ambiente e das energias renováveis, já referidas, são de assinalar os sectores automóvel, onde existe um cluster de grande importância; a aeronáutica, que o recente investimento da Embraer veio impulsionar de forma decisiva; as TIC, onde se destaca um conjunto apreciável de empresas nacionais com projecção internacional; o turismo e as biotecnologias, entre outros. Os dados relativos ao investimento em Portugal, desde 2000, confirmam o crescente interesse de empresas estrangeiras em investir no país, com uma média anual de IDE da ordem dos 20 a 30 Portugalglobal // Janeiro 12 // 15 DESTAQUE mil milhões de euros. Mesmo em anos mais recentes e apesar da crise internacional, Portugal continua a ser um destino de IDE importante para empresas com estratégias de internacionalização globais. Por outro lado dado o crescente investimento de empresas portuguesas no estrangeiro, nomeadamente em países como a Espanha, Brasil ou Angola fazem de Portugal um parceiro potencial para empresas estrangeiras interessadas em aceder a esses mercados. Apoios A AICEP apoia, sobretudo, projectos de qualidade, virados para a exportação e que podem trazer valor acrescentado ao país em termos de tecnologia e inovação. São vários os exemplos de grandes empresas que investiram e continuam a investir em Portugal beneficiando de diferentes apoios. Mas há também projectos de PME que, pelo seu potencial interesse, podem ser apoiadas, em parceria com o IAPMEI (Instituto de Apoio as Pequenas e Médias Empresas Industriais). Tudo depende do projecto e das suas características, havendo um leque de apoios que vão desde o acompanhamento do investidor ao longo de todo o processo de instalação nas diversas componentes (contactos com entidades locais, apoio jurídico, informação, etc.) aos apoios de índole financeira, nos quais se incluem os apoios à formação de trabalhadores. PORTUGAL VERSUS DESTINOS CONCORRENTES De acordo com vários relatórios internacionais, Portugal encontra-se bem posicionado em diversos rankings de competitividade internacional no que se refere a factores relevantes para a tomada de decisão de localização de investimentos. Vejamos alguns destes indicadores. INFRA-ESTRUTURAS (físicas e tecnológicas) Qualidade global das infra-estruturas (ranking) Global Competitiveness Report 2011/2012 World Economic Forum (142 países) Qualidade global das infra-estruturas: Num universo de 142 países, Portugal ocupa a 12ª posição, à frente de países como Holanda, Bélgica, Espanha, Reino Unido, República Checa, Irlanda e Grécia. 16 // Janeiro 12 // Portugalglobal Qualidade das estradas The Global Enabling Trade Report 2010 World Economic Forum (125 países) Qualidade da rede rodoviária: De 125 países analisados, 9º lugar, à frente da Holanda, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Hungria, República Checa, Polónia, Roménia. Disponibilidade das tecnologias mais avançadas (ranking) Global Competitiveness Report 2011/2012 World Economic Forum (142 países) Disponibilidade das tecnologias mais avançadas: Em 142 economias avaliadas, 16º lugar, à frente do Luxemburgo, Alemanha, Espanha, Itália, Polónia. DESTAQUE INOVAÇÃO CUSTOS OPERACIONAIS Performance da inovação (Taxa de crescimento médio) Performance da inovação por dimensão (Innovators) Custos de electricidade para uso industrial Innovation Union Scoreboard 2010 PRO INNO Europe (40 países) Innovation Union Scoreboard 2010 PRO INNO Europe (40 países) Global Benchmark Report 2011 Confederation of Danish Industry (21 países da OCDE) Portugal apresenta a maior taxa de crescimento médio, de entre 40 países analisados, no que se refere à performance da inovação. A categoria em que Portugal melhor pontua no que se refere à performance da Inovação, é na “Innovators”, que traduz a capacidade de inovação empresarial (novos produtos, serviços, processos organizacionais e marketing). O lugar ocupado é o 3º deste ranking. Portugal posiciona-se em 5º lugar numa amostra de 21 países da OCDE, no que se refere ao custo da electricidade para uso industrial, à frente de países como a Grécia, a Espanha, a Polónia, a Irlanda, o Reino Unido, a Holanda, a República Checa. FORNECIMENTO DE SERVIÇOS Velocidade média de Internet de banda larga declarada (ranking) Qualidade do fornecimento de electricidade Crescimento anual nos custos unitários laborais (2005-2009) Estatísticas OCDE, Setembro 2010 (35 países) Global Competitiveness Report 2011/2012 World Economic Forum (142 países) Global Benchmark Report 2010 Confederation of Danish Industry (29 países da OCDE) Portugal ocupa o 2º melhor lugar no ranking de 35 países, relativamente à velocidade média de Internet de Banda Larga anunciada pelos operadores. À frente, por exemplo, da França, da Noruega, da Alemanha, entre outros. Qualidade de fornecimento de eletricidade: num universo de 142 países, 28º lugar, à frente de países como Espanha, Hungria, Itália, Polónia, Grécia. De entre 29 países da OCDE analisados, Portugal é o 4º país com menor crescimento nos custos unitários laborais entre 2005 e 2009, à frente da República Checa, Polónia, Hungria e Turquia, países habitualmente associados a baixos custos de mão-de-obra. Portugalglobal // Janeiro 12 // 17 DESTAQUE AMBIENTE DE NEGÓCIOS Checa (93º) e ainda mais distanciada da Holanda (109º). Pontuamos bem em aspectos como garantias de confidencialidade, favorecimento de responsabilização criminal de dirigentes em casos de má conduta de gestão ou proteção de acionistas minoritários, nomedamente no acesso a informação corporativa. Barreiras legislativas à criação de empresas Proteção de investidores (ranking) IMD Survey 2009 (28 países da OCDE) Doing Business 2011 Banco Mundial (183 países) De entre 28 países da OCDE analisados, Portugal é o 3º melhor classificado em termos de ausência de barreiras legislativas à criação de empresas. Melhor posicionado que, por exemplo, a Irlanda, a Holanda e o Reino Unido. Proteção aos investidores: Embora Portugal se situe apenas um pouco acima do meio da tabela (44º), está em igualdade de situação com países habitualmente conotados como muito competitivos como a Polónia e a Roménia. Mas está acima da República Duração de criação de empresa (em dias) Abertura da economia (comércio internacional) Doing Business 2011 Banco Mundial (183 países) Doing Business 2011 Banco Mundial (183 países) Tempo necessário para criar uma empresa: 6 dias, à frente de países como a Holanda (8 dias), Roménia (10 dias), Reino Unido e Irlanda (13), República Checa (20), Polónia (32), Espanha (47). 18 // Janeiro 12 // Portugalglobal Abertura da economia (comércio internacional): 27ª lugar, antes da Bélgica, Polónia, Espanha, Itália e Hungria. Eficiência dos procedimentos de importação/exportação The Global Enabling Trade Report 2010 World Economic Forum (125 países) Eficiência dos procedimentos de importação/exportação: 20º lugar antes de Luxemburgo, Suiça, Bélgica, Polónia, Itália, Espanha, Bulgária. DESTAQUE fazem habitualmente deslocar expatriados, Lisboa – num universo de 214 cidades mundiais analisadas – pontua melhor do Madrid, Praga, Istambul, Dublin, Amesterdão ou Londres, no que se refere ao índice de custo de vida. Facilidade em contratar estrangeiros Custo de vida The Global Enabling Trade Report 2010 World Economic Forum (125 países) Cost of living survey 2010 Mercer (214 países) Facilidade em contratar estran- Num indicador especialmente impor- geiros: 13º lugar, à frente do Reino tante para a instalação de actividades Unido, Hungria, República Checa, de serviços, em que as multinacionais Roménia, Holanda, Espanha, Polónia. escolhem muitas vezes as capitais e RECURSOS HUMANOS Percentagem de licenciados em Ciência e Engenharia Competências linguísticas Inscritos no ensino secundário World Competitiveness Yearbook 2009 IMD (58 países) Global Competitiveness Report 2011/2012 World Economic Forum (142 países) Global Benchmark Report 2011 Confederation of Danish Industry (35 países) Portugal obtem a 2ª melhor posição num ranking de 35 países avaliados quanto à percentagem de licenciados em Ciência e Engenharia. Competências linguísticas: Em 58 países avaliados, Portugal obtém 7 pontos, bastante à frente de países como a Polónia, a República Checa, a Irlanda, a Roménia, a Hungria, o Reino Unido e a Espanha. Estudantes inscritos no Ensino Secundário: 13ª posição, à frente de países como a Suiça, Hungria, Reino Unido, Polónia, Itália, Alemanha e Grécia. Portugalglobal // Janeiro 12 // 19 DESTAQUE A AICEP E A CAPTAÇÃO DE INVESTIMENTO Cabe à AICEP, enquanto agência pública responsável pela captação de investimento estrangeiro e promoção da internacionalização das empresas e das exportações nacionais, um papel fundamental na angariação de investimento estruturante para o país. A AICEP angaria e acompanha os projectos de investimento em todas as suas etapas, apoiando aqueles que melhor concorram para a competitividade e sustentabilidade da economia portuguesa, contribuindo para os objectivos de aumentar o valor acrescentado, reduzir o défice da balança comercial e criar emprego. A captação de investimento estrangeiro é globalmente considerada uma prioridade para o crescimento das economias, mesmo as mais desenvolvidas, pelos impactos directos que resultam desses fluxos: transferência de tecnologia, criação de emprego e geração de valor. Isto significa que praticamente todos os países têm uma política activa de captação de novos investimentos, tornando esta actividade extremamente competitiva. As decisões de investimento, especialmente no âmbito de grandes multinacionais, são baseadas numa avaliação competitiva e profissional dos factores de atracção de várias localizações. Nos últimos anos, por força das dificuldades globais de financiamento, constata-se que mesmo para projectos de menor dimensão, as multinacionais envolvem equipas especializadas na análise comparativa de várias localizações alternativas, avaliando um conjunto de requisitos relevante para o respectivo negócio e procedendo à eliminação sucessiva de localizações até chegarem a uma lista mais limitada, para decisão final. A experiência da Agência nesta matéria mostra que é comum um processo de escolha de localizações começar com de uma lista com dez a vinte alternativas (a “long list”), escolhida em função de indicadores macroeconómicos e da percepção que existe sobre localizações competitivas para uma determinada actividade. Em muitos casos, as multi- 20 // Janeiro 12 // Portugalglobal nacionais limitam-se a dar a oportunidade às suas filiais em vários mercados para concorrerem pela atribuição de um novo projecto de investimento. económicos. Ou o modelo de negócios ajustado a uma determinada localização atinge os critérios de decisão previamente definidos, ou não existe investimento. Este conjunto de localizações possíveis é depois reduzido a uma lista mais pequena (“short list”), essencialmente com base A actuação da AICEP na fase em que o nosso país se encontra numa “long list” para decisão de um projecto de investimento, inclui as seguintes actividades: “A passagem à “short list”, bem como a decisão final de localização, dependem essencialmente de factores micro económicos. Ou o modelo de negócios ajustado a uma determinada localização atinge os critérios de decisão previamente definidos, ou não existe investimento.” na resposta que as várias agências de promoção de investimento conseguem dar aos requisitos de localização do projecto ou por recomendação de consultores especializados. As últimas três a cinco localizações são então objecto de visita e de recolha de informação, construindo-se um plano de negócios que vai basear a decisão final da empresa. A passagem à “short list”, bem como a decisão final de localização, dependem essencialmente de factores micro • Recolha, tratamento e apresentação da informação requerida pelo investidor; • Identificação de localizações adequadas aos requisitos de negócio do projecto, envolvendo um contacto próximo com municípios, zonas industriais, parques empresariais, mediadoras imobiliárias, centros tecnológicos ou de investigação, universidades, centros de formação profissional, etc.; • Planeamento, preparação e acompanhamento de missões de prospecção a Portugal. A experiência demonstra que o sucesso destas missões depende da capacidade de as planear e preparar com rigor, devendo ser definidos roteiros adequados ao perfil dos visitantes; • Acompanhamento destas missões por colaboradores da Agência, com visitas a terrenos, empresas, entidades públicas, universidades, portos ou outros interlocutores relevantes para que o investidor faça uma avaliação completa da competitividade do nosso país. Nos casos em que não se consegue a passagem à “short list”, procura-se identificar qual a localização vencedora, quais DESTAQUE do que poderá vir a ser o pacote de apoios a negociar; • São identificados todos os aspectos em que a proposta portuguesa possa ser melhorada e são remetidos à empresa todos os elementos que permitam a construção do melhor plano de negócios, de entre as várias localizações que ainda estejam na corrida. as vantagens e de que forma é que se pode melhorar para uma próxima oportunidade. Quando chega a boa notícia de que Portugal continua na corrida, entra-se numa nova fase crítica, em que todos os dados se têm de alinhar para que a decisão final nos seja favorável: • Pode ser necessário preparar e acompanhar novas visitas, ainda mais detalhadas; • São normalmente solicitados dados mais específicos sobre os custos e a disponibilidade de utilities, os custos logísticos e a disponibilidade de rotas marítimas ou ferroviárias (onde aplicável); a disponibilidade e o custo de recursos humanos com as qualificações necessárias ao projecto, entre outros; • É avaliado o enquadramento do projecto nos sistemas de incentivos em vigor e são preparadas simulações “Uma forma eficaz de conseguir mais investimento é conseguir que os investidores que já se encontram no nosso país, sejam nacionais ou estrangeiros, alcancem resultados que os levem a reinvestir.” Esta fase é a mais sensível de todo o processo, procurando-se alcançar o equilíbrio entre o impacto económico que o projecto pode ter e uma utilização racional dos recursos públicos a alocar ao projecto, sem que se conheça em detalhe quais são as ofertas das localizações alternativas. No final, resta esperar – insistindo, persistindo, procurando sempre mais formas de melhorar a proposta de valor de Portugal – que chegue a decisão favorável. Refira-se que os clientes da AICEP, na vertente da captação de investimento, são empresas, em regra, de grande dimensão, com um volume de negócios anual na ordem dos 75 milhões de euros ou com projectos de investimento superiores a 25 milhões de euros. Mas está igualmente confiada à agência a missão de promover, captar e acompanhar projectos que, mesmo não cumprindo estes critérios qualitativos, possam, pelo respectivo mérito, contribuir significativamente para o desenvolvimento da economia nacional, através da criação ou expansão de actividades inovadoras e potenciadoras de efeitos relevantes na cadeia de valor e no emprego qualificado. Desenvolvendo mais investimento A máxima que diz que “é mais barato reter clientes do que conseguir clientes novos” também se aplica à promoção de investimento. Uma forma eficaz de conseguir mais investimento é conseguir que os investidores que já se encontram no nosso país, sejam nacionais ou estrangeiros, alcancem resultados que os levem a reinvestir. Sendo os impactos económicos entre projectos de raiz ou de expansão idênticos, mas com custos de transacção muito menores, até para as próprias empresas, é normal que as agências de promoção de investimento apliquem uma parte significativa dos seus recursos no acompanhamento dos investidores que têm presença nos respectivos países. Na AICEP, uma equipa de 15 gestores de clientes tem a responsabilidade de, no dia-a-dia, acompanhar as maiores empresas presentes no país, procurando identificar as dificuldades que possam estar a prejudicar a sua actividade actual, sem deixar de identificar novos projectos de investimento em Portugal. As grandes empresas estão normalmente inseridas em grandes grupos cuja estratégia global e cuja alocação de recursos e de novos projectos de investimento é muitas vezes decidida a nível central, em função de critérios que nem sempre seguem uma lógica estritamente económico-financeira. Daqui resulta que a possibilidade de acesso a informação relevante para a identificação de novas oportunidades ou ameaças depende normalmente do estabelecimento de uma relação de confiança entre essas empresas e o gestor de cliente da AICEP. Portugalglobal // Janeiro 12 // 21 DESTAQUE Esta equipa procura ainda aumentar o impacto económico destes investimentos, designadamente o aumento do recurso a fornecedores locais, a colaboração entre empresas e mesmo o desenvolvimento de estratégias de internacionalização concertadas. O conhecimento da oferta nacional, a capacidade de identificar potenciais fornecedores para uma determinada necessidade e a disponibilidade para apoiar o processo de qualificação destes fornecedores têm sido instrumentais na identificação de novas oportunidades de negócio que resultam na substituição de importações e em investidores mais satisfeitos com a sua presença em Portugal. Localizações de excelência à distância de um clique O Global Find é uma Plataforma desenvolvida pela aicep Global Parques que identifica de forma célere soluções de localização empresarial em Portugal continental, actuando como instrumento de apoio ao investimento. Disponível em www.globalparques.pt ou directamente em http://globalfind. globalparques.pt, o Global Find permite efectuar pesquisas livres em mapa e/ou identificar opções de localização através da selecção de distintos critérios prédefinidos infra-estruturais, demográficos e socioeconómicos. Basta seleccionar os requisitos pretendidos e esta ferramenta cruza-los-á, oferecendo os resultados correspondentes à pesquisa e permitindo o download de relatórios muito completos sobre a localização seleccionada. À distância de um clique, qualquer utilizador poderá aceder directamente no mapa à caracterização e descrição de diversos pontos de interesse de contextualização industrial ou logística tais como Portos e Terminais Portuários, Aeroportos, Plataformas Logísticas, Parques de Ciência e Tecnologia. Disponível em quatro línguas – português, inglês, espanhol e alemão –, o Global Find promove todos os sites livres para instalação empresarial, inseridos na Plataforma, no mercado internacional de localizações para investimento. O Global Find está em permanente actualização e desenvolvimento, quer da ferramenta quer dos dados nela constantes. Actualmente conta com 8.500 lotes, dos quais 3.600 disponíveis para ocupação, e mais de 200 parques empresariais. 22 // Janeiro 12 // Portugalglobal Custos de Contexto Um aspecto realmente crítico para a percepção que os investidores têm do nosso país é a forma como os seus processos são geridos pelas entidades da administração pública com que se relacionam. Nos casos em que os prazos não são cumpridos ou em que há omissão de decisões administrativas, conflitos de competência entre entidades públicas, decisões não fundamentadas ou obstáculos burocráticos que se traduzem em entraves ao desenvolvimento da actividade das empresas, a Agência disponibiliza o apoio da sua equipa de Custos de Contexto. Neste domínio, a AICEP actua ao nível da tramitação administrativa de muitos projectos de investimento, ajudando as empresas no encaminhamento mais adequado dos processos, através da articulação com outras entidades da administração pública. Nesta actividade, procura-se equilibrar o que resulta de um conhecimento muito detalhado da legislação aplicável com a capacidade de levar as entidades públicas e os privados a dialogarem com o objectivo de se identificarem todos os constrangimentos ao desenvolvimento de um determinado projecto. São assim identificadas as bases de um entendimento que, no respeito da legislação existente, permita ao investidor ter um cenário claro das condições em que pode ou não fazer o investimento e dos custos associados. DESTAQUE IDE EM PORTUGAL FACTOS E NÚMEROS Portugal continua a atrair elevados fluxos de investimento directo estrangeiro (IDE) bruto, devendo em 2011 ter, de novo, superado a barreira dos 30 mil milhões de euros, apesar da crise financeira vivida no país e na Europa. De realçar também que o stock de IDE tem vindo sucessivamente a aumentar, atingindo, em Setembro de 2011, o seu valor mais elevado de sempre: 83,9 mil milhões de euros. GRÁFICO I – FLUXOS DE IDE EM PORTUGAL, 1996-2011 (JAN/OUT) (MILHÕES EUR) Investimento Desinvestimento O período de crescimento significativo do IDE em Portugal teve início a partir de 1995 (54,5 por cento de crescimento médio anual em 1996-2000), aproveitando os efeitos do investimento da Autoeuropa (1991), que ajudou a dinamizar as indústrias automóvel, electrónica e metalomecânica e a retomar uma vertente mais industrialista do IDE, após uma fase anterior de aposta no sector dos serviços. Líquido A partir de 2000, os valores absolutos de IDE bruto atingiram patamares nunca antes observados, culminando em 2006-2010 com uma média anual de 34 mil milhões de euros (crescimento de 23 por cento face à média de 20012005), embora se verifique simultaneamente o aumento do desinvestimento. nos últimos cinco anos, que compara com 4,0 mil milhões de euros em 2001-2005. O valor máximo de IDE líquido captado por Portugal ocorreu em 2006 (8,7 mil milhões de euros), enquanto em 2009 e 2010 foi de 1,5 mil milhões (média anual). Deste modo, o IDE líquido foi de 3,4 mil milhões de euros em média anual De sublinhar, contudo, o facto de, pelo menos desde 1965, o valor absoluto GRÁFICO II – FLUXOS DE IDE BRUTO EM PORTUGAL, POR ACTIVIDADE, 1996-2011 (JAN/OUT) (MILHÕES EUR) Ind. Transformadora Comércio Act. Financeiras e de Seguros Portugalglobal // Janeiro 12 // 23 DESTAQUE GRÁFICO III – FLUXOS DE IDE BRUTO EM PORTUGAL, POR ORIGEM, 1996-2011 (JAN/OUT) (% IDE BRUTO TOTAL) UE27 Extra UE GRÁFICO IV – STOCK DE IDE EM PORTUGAL, 1996-2011 (JAN/SET) Stock IDE (Meur) Stock IDE/PIB (%) do IDE líquido nunca ter sido negativo, apesar de, ao longo dos anos, se terem verificado algumas oscilações na captação de investimento estrangeiro em determinados períodos. Em termos sectoriais, regista-se a perda de peso da Indústria Transformadora (média anual de 39 por cento em 1996-2000 contra 31 por cento em 2001-2005 e 26 por cento em 20062010), e o aumento do peso do Comércio (31 por cento em 2006-2010 contra 22 por cento em 2001-2005). Por tipo de operação, destaque para as operações em Empréstimos e Suprimentos (85 por cento em 2010 contra 56 por cento em 2000), e a diminuição do investimento em operações de Capital (10 por cento em 2010 contra 35,5 por cento em 2000). No que respeita à origem do investimento bruto em Portugal, a União Europeia tem sido a principal fonte de IDE, representando 86,6 por cento do total em 2010. Quanto ao stock de IDE, este tem vindo sucessivamente a aumentar, atingindo, GRÁFICO V – FLUXOS DE IDE LÍQUIDO MUNDIAL, NA EU27 E EM PORTUGAL, 1996-2010 (MILHÕES USD) Mundo UE27 24 // Janeiro 12 // Portugalglobal Portugal (eixo dir.) DESTAQUE GRÁFICO VI – FLUXOS DE IDE LÍQUIDO MÉDIO ANUAL, EM PORTUGAL E PECO, 1996-2010 (% IDE LÍQUIDO MUNDIAL NA EU27 TOTAL) Polónia Rep. Checa Eslováquia Letónia Roménia Portugal Estónia Eslováquia Bulgária Hungria Lituânia GRÁFICO VII – FLUXOS DE IDE LÍQUIDO MUNDIAL, 1970-2010 (MILHÕES USD) Desenvolvidos PVD em Setembro de 2011, o seu valor mais elevado de sempre: 83,9 mil milhões de euros (em 2010, o stock de IDE equivaleu a 47,8 por cento do PIB), o que revela a capacidade por parte de Portugal para valorizar os activos. Apesar do cenário menos favorável nos anos mais recentes quanto ao IDE em Portugal (e na União Europeia em geral), nomeadamente nos últimos cinco anos e sobretudo ao nível do IDE líquido), é de referir que, a nível mundial, 2008 marca o fim dum ciclo de crescimento iniciado em 2004 e que culminou em 2007 com o máximo de sempre: 1.971 mil milhões de dólares líquidos de investimento directo. Transição A reter também o facto de, no novo milénio, a Ásia ter ganho preponderância como centro económico mundial, nomeadamente a China e a Índia, com crescimentos económicos elevados, enquanto na Europa se verificou a abertura da União Europeia a Leste. mercados prioritários como destino dos investimentos das empresas transnacionais são a China, Índia e Brasil. No top 10 do ranking constam sete países asiáticos; o principal país comunitário é o Reino Unido, em sexto lugar no ranking geral. Outro aspecto que importa salientar é o facto de, pela primeira vez, em 2010, as economias em desenvolvimento e em transição terem captado mais de metade do ID líquido mundial (52 por cento), enquanto a Europa captou apenas 24,5 por cento do ID líquido total (43,2 por cento em 2007), e que segundo o World Investment Prospects Survey 2010-2012, da UNCTAD, os três Até 2013, a UNCTAD prevê que os fluxos mundiais de investimento directo retomem os valores anteriores ao início da crise financeira internacional. Face à forte concorrência internacional na captação de ID, caberá, assim, a Portugal desenvolver competências cada vez mais assentes na inovação e na economia do conhecimento, a par de alterações de natureza fiscal e da redução da dívida pública. Portugalglobal // Janeiro 12 // 25 DESTAQUE INVESTIR EM PORTUGAL OS PRÓS E OS CONTRAS VISTOS PELAS EMPRESAS É ponto assente que a captação e fixação de investimento em Portugal constitui um instrumento importante no processo de modernização, internacionalização e globalização do tecido empresarial e que por esta via contribui para a dinamização da economia, nomeadamente em matéria de competitividade. Porque investem as empresas estrangeiras em Portugal? As empresas respondem. Embora alguns dos factores de competitividade e de atractividade se tenham alterado com a crise das dívidas soberanas e dos mercados, Portugal continua a ser um destino apetecível para o investimento interno e externo mais consistente e sustentável, sem dúvida a melhor opção ao investimento circunstancial e mais volátil, que explora os custos mais baixos dos factores de produção, com fraca ou nula repercussão no desenvolvimento económico. Nesta medida, existem factores que importa realçar, dado que continuam a influenciar a decisão de investidores, nomeadamente estrangeiros, não só 26 // Janeiro 12 // Portugalglobal pela positiva como pela negativa. Face à crise económico-financeira europeia e internacional, a questão de como competir e captar investimento ganha ainda maior relevância. É certo que o investimento estrangeiro em Portugal acusou uma retracção em 2010/11, comparando com anos anteriores, o que é confirmado pela UNCTAD, a agência da ONU para o comércio e o investimento. Contudo, apesar deste factor de constrangimento, o país continua a contar com um ambiente empresarial favorável, de que desfrutam algumas das maiores empresas inter- nacionais, e também com um historial de sucesso em matéria de Investimento Directo Estrangeiro (IDE), de que são exemplo a Autoeuropa (indústria automóvel), a brasileira Embraer (sector aeronáutico) ou a alemã Siemens, que há mais de um século desempenha um papel activo no desenvolvimento económico do país, sendo líder nos seus sectores de indústria, energia e saúde. Não surpreende, pois, que uma empresa como a Cisco Portugal, líder mundial em soluções de rede, afirme que “é impossível encontrar aspectos negativos do investimento realizado”. DESTAQUE Quem o diz é Nuno Varandas, director do Centro Hércules da Cisco, que defende que Portugal tem neste momento as condições necessárias para ser a “Califórnia da Europa”. Também John Chambers, o CEO da multinacional nos EUA, reafirmou recentemente o interesse da empresa em continuar a investir em Portugal, uma vez que os “resultados deste investimento têm sido extremamente positivos”. peus e norte-americanos”. Em contrapartida, para a Continental Mabor, fabricante de pneus e câmaras-de-ar, “se o facto de Portugal estar localizado na União Europeia tem vantagens, já o situar-se geograficamente na periferia aumenta os custos de logística”. Pontos positivos Portugal é também um país dotado de um ambiente empresarial favorável ao investimento estrangeiro, tanto mais que tem feito apostas em medidas que fomentam a promoção da competitividade. São exemplo disso o Código de Trabalho, o Sistema Fiscal e Incentivos Fiscais, a Reforma Administrativa, as Infra-estruturas de Apoio à Actividade Económica e a Regulação do Mercado. Nesta medida, para a Huf Portuguesa (componentes para automóveis), “as relações institucionais com as entidades de apoio às empresas – AICEP, IAPMEI e IEFP e com entidades políticas e autárquicas – têm sido fluidas e muito positivas”.Também para a farmacêutica HIKMA, entre outros aspectos positivos para o investimento (localização geográfica, apoio institucional, qualidade dos serviços locais e da mão-de-obra), é a competitividade que se destaca: “Em função dos elevados padrões de qualidade apresentados, os custos de produção continuam a ser competitivos e isto é primordial quando se concorre, dentro do Grupo Hikma, com outras subsidiárias sedeadas em localizações ‘low cost’ “. Para as empresas que olham para Portugal como país e plataforma de investimento, são de destacar factores como a abertura económica portuguesa, bem como os fortes laços que unem o país à União Europeia, e por sua vez a União aos mercados mundiais, bem como a ligação do país com o continente africano, Brasil e EUA, relações que constituem uma base sólida para a internacionalização. Para a Xerox, por exemplo, o posicionamento geográfico de Portugal foi um factor decisivo quando optou por se instalar em Lisboa: “Para além da comparação entre factores como custo do emprego, disponibilidade de idiomas ou instalações, a acessibilidade foi determinante, dado que nos permite apoiar clientes euro- Por outro lado, a mão-de-obra portuguesa caracteriza-se por ser qualificada, versátil, empenhada e facilmente adaptável às novas práticas tecnológicas, comerciais e comunicacionais. É esta a opinião da Huawei Portugal, que sublinha a “responsabilidade, qualidade e empenho dos colaboradores locais, que cumprem de forma exemplar, as funções que lhe são atribuídas”. Para a Xerox, empresa de soluções tecnológicas para escritório, Portugal oferece “facilidade de recrutamento aliada à qualidade dos recursos humanos, com licenciados altamente motivados, produtividade elevada, domínio de línguas, adaptabilidade, facilidade de comunicar com diferentes culturas, serviço de elevada qualidade”, ou seja, “um con- Seja como for, nunca é demais potenciar a percepção de Portugal no exterior, pois numa sociedade competitiva não basta fazer bem, é essencial fazer melhor, de preferência primeiro, dando-se a conhecer pela excelência. E para isso, nada melhor que o testemunho de empresas que estão a investir em Portugal. “Apesar dos constrangimento conjunturais, o país continua a contar com um ambiente empresarial favorável, de que desfrutam algumas das maiores empresas internacionais, e também com um historial de sucesso em matéria de IDE.” junto de vantagens que permite uma estratégia de preço competitiva”. Os custos laborais em Portugal são considerados os mais competitivos da União Europeia, quer no sector dos serviços, quer na indústria. É este também o parecer da Renault Cacia, que realça que no contexto da Europa Ocidental, Portugal “É necessário mudar para melhor a percepção de Portugal no exterior, pois numa sociedade competitiva não basta fazer bem, é essencial fazer melhor, de preferência primeiro, dando-se a conhecer pela excelência.” conta “com uma mão-de-obra qualificada e com custos competitivos, o que a par dos incentivos ao investimento é um factor positivo e preponderante na decisão de investir”. A Continental Mabor sublinha igualmente os custos competitivos e a perfomance profissional dos seus colaboradores portugueses na sua fábrica do Lousado, “onde trabalham num ambiente industrial de elevada complexidade e com produtos de grande dificuldade tecnológica”. Rui Marques Dias, membro de gerência da Preh Portugal afirma que “é necessário acabar com o mito da falta de produtividade dos portugueses”. É neste sentido que levanta dúvidas quanto à competência de muitos empresários e gestores portugueses, quando se trata de gerir as suas próprias empresas: “A bem do futuro de Portugal é necessário resolver urgentemente o problema da falta de ‘produtividade’ de uma parte significativa de empresários e gestores portugueses”, responsabilizando-os directamente pela falta de competitividade das mesmas, que habitualmente recai sobre os colaboradores. O Grupo Nestlé, presente em Portugal há quase um século, não tem dúvidas quanto Portugalglobal // Janeiro 12 // 27 DESTAQUE à qualidade dos seus colaboradores: “continuamos a confiar na capacidade produtiva dos portugueses, no seu empenho, dedicação e exigência”. No âmbito técnico-científico, existe em Portugal uma comunidade científica e tecnológica internacionalizada, em que se destaca um conjunto de investigadores jovens, muitos dos quais com obra reconhecida a nível internacional, o que não tem passado despercebido aos investidores. Pontos negativos Mas nem tudo é fácil para as empresas que investem. Para os promotores do The Yeatman, um hotel de luxo localizado no centro de Vila Nova de Gaia, junto às antigas caves do vinho do Porto, “a frequente complexidade e morosidade dos procedimentos burocráticos constituíram um aspecto menos positivo da execução do projecto”. Um potencial entrave a alguns dos projectos futuros “é a falta de uma política totalmente integrada de desenvolvimento do turismo para toda a zona da Área Metropolitana do Porto”. Para a Huf Portuguesa, fábrica de componentes para automóvel, duas das principais causas de dificuldade para o investimento são o “excesso de legislação aplicável às empresas e a pouca qualidade da mesma em alguns casos” bem como “a falta de flexibilidade e desequilíbrio da legislação laboral”. Para a Preh Portugal, empresa especializada na produção de componentes electrónicos para automóveis, além dos obstáculos criados pela legislação laboral e pela burocracia, há a considerar para quem investe a “permanente alteração das leis fiscais, a morosidade da justiça e a localização periférica na Europa”. A Hikma, por sua vez, também sublinha o peso da carga fiscal, “o que é um factor negativo de atracção de investimento estrangeiro”. A Renault Cacia enfatiza que Portugal tem “uma burocracia exagerada que dificulta a aplicação prática do desejo de investir”. Também a Huawei Portu- 28 // Janeiro 12 // Portugalglobal Portugal em positivo e negativo Positivo • Ambiente de negócio favorável e em rápida evolução. • Apoio eficaz às empresas (AICEP, IAPMEI, IEFP, autarquias). • Boas infra-estruturas, de nível mundial. • Custos operacionais competitivos. • Capacidade de I&D. • Empresas inovadoras e bem sucedidas internacionalmente. • Localização geográfica estratégica. • Fácil acesso aos principais mercados. • Mão-de-obra qualificada em áreas-chave. • Facilidade de recrutamento e fácil domínio das línguas, em particular do inglês comercial. • Responsabilidade, qualidade e empenho dos colaboradores. Negativo • Burocracia exagerada desmotiva o investimento. • Economia em recessão. • Incumprimento de prazos de pagamento acordados, nomeadamente por parte do sector público. • Dificuldade na obtenção de financiamentos à exportação. • Excesso de legislação aplicável às empresas. • Excesso de complexidade e morosidade dos procedimentos burocráticos, nomeadamente na obtenção de vistos. • Desequilíbrios na legislação laboral. • Justiça excessivamente morosa. • Localização periférica na Europa. gal, líder nacional nas telecomunicações móveis, destaca a “complexidade e burocracia na obtenção de vistos”, que não facilita a vida aos especialistas da empresa que se deslocam com frequência entre a China e Portugal para apoiar os projectos em curso. Já para a Tegopi, empresa metalomecânica líder de mercado em Portugal em matéria de projecto e fabrico de pontes, pórticos, gruas e monorails, e também a maior produtora nacional de torres eólicas, as principais dificuldades residem fundamentalmente na “economia em recessão, no investimento estagnado e na escassez de financiamento à exportação”, aspectos partilhados pela Hikma, que refere não só a escassez mas também o actual custo do financiamento: “o que coloca em causa projectos geradores de valor”. Quer internacionalizar o seu negócio? Use a energia certa. A expansão nos mercados externos é uma possibilidade para inúmeras empresas, que estão preparadas e têm as condições necessárias para expandir as suas fronteiras e os seus limites. Amplie os seus mercados e aumente as suas exportações, com o nosso apoio. Somos parte de um grupo Bancário de grande dimensão, com capacidade financeira e reconhecido prestígio internacional. Estamos preparados e queremos apoiar o Negócio Internacional, dispomos de mais de 2300 agências bancárias na península ibérica, assim como de um conjunto de parcerias bancárias, para facilitar os seus negócios. www.bancopopular.pt EMPRESAS INVESTIMENTOS DE SUCESSO Estas são empresas que investiram e continuam a investir em Portugal. De forma consistente e sustentada. O seu sucesso deve-se à aposta que fizeram no País, na sua modernização e boas infra-estruturas, no seu ambiente empresarial favorável e nas suas oportunidades de negócio, nos seus apoios e incentivos, no seu fácil acesso aos mercados e na sua mão-deobra qualificada. Razões de sobra para investir em Portugal. THE YEATMAN HOTEL PROJECTO DE LUXO PROMOVE VINHOS E TURISMO NO DOURO Mais de 32 milhões de euros foi quanto custou o The Yeatman Hotel, em Gaia, à The Fladgate Partnership, uma empresa familiar de origem inglesa ligada ao vinho do Porto. Apresenta-se como hotel vínico de luxo e os seus mercados-alvo principais são Espanha, França, Reino Unido e América do Norte e do Sul. 30 // Janeiro 12 // Portugalglobal EMPRESAS Inaugurado em Setembro de 2010, o The Yeatman é um hotel vínico de luxo localizado em Gaia (Porto) que tem por objectivo redefinir a oferta hoteleira no Porto e tornar-se uma referência de qualidade, proporcionando aos hóspedes “a melhor e mais autêntica experiência da cidade, do vinho do Porto e dos vinhos portugueses”, como refere fonte da empresa, frisando tratar-se de um hotel de 5 estrelas diferente dos outros na região porque oferece “um pacote completo e autêntico”. Rodeado de espaços verdes e inserido em 2,6 hectares, o hotel disponibiliza apenas 82 quartos, todos com vista para o rio Douro e para a zona histórica do Porto. Com um edifício construído de raiz, o The Yeatman apostou no conforto, na tranquilidade e na hospitalidade, associados à qualidade, à gastronomia e ao vinho, que é também o mote do Spa de Vinotherapia® que o hotel disponibiliza aos hóspedes. É também de sublinhar que o restaurante do hotel foi recentemente reconhecido com a atribuição de uma estrela Michelin e com o Prémio de Melhor Carta de Vinhos (pela Revista dos Vinhos). e de carácter familiar, cresceu devido à consolidação do negócio do vinho do Porto, concretamente à marca Taylor’s que se mantém na família original desde a sua fundação, em 1692. A família continua a gerir o negócio que cresceu com a fusão das marcas Taylor’s com a Fonseca em 1949, e mais tarde com a Croft em 2001. Além disso, a procura de saúde e bemestar tem aumentado na Europa, apresentando um crescimento médio anual entre 5 e 10 por cento. Este é um tipo de turismo associado a um estilo de vida baseado no conceito de wellness, actualmente com maior e mais diversificada oferta e que deixou de estar associada ao turismo com fins medicinais. A The Fladgate Partnership tem ainda experiência como proprietária e gestora no sector hoteleiro: construiu e geriu o primeiro hotel de luxo na região do Douro, o The Vintage House no Pinhão. Com O The Yeatman tem como mercadosalvo Espanha, França, Reino Unido e América do Norte e Sul (onde as marcas TFP são fortes), bem como os países orientais, a Escandinávia e a Austrália. o The Yeatman é objectivo “apoiar em força os vinhos portugueses, tornando-o instantaneamente num forte cartão-devisita da qualidade desta importante indústria”, reforça a mesma fonte. Refira-se que o turismo é já a maior indústria a nível mundial. Em 2010, cerca de 940 milhões de pessoas visitaram países estrangeiros, estimando a OMT (Organização Mundial do Num investimento que ascendeu a 32,5 milhões de euros, procurou-se igualmente reduzir o seu impacto no meio ambiente, através da incorporação de tecnologias que promovem a poupança de energia. O The Yeatman utiliza painéis solares para aquecimento da água, células fotovoltaicas para produção de electricidade reduzindo a energia eléctrica consumida, e iluminação de baixo consumo em todo o edifício. Igualmente, através da captação das águas das chuvas, é possível fornecer água para uso sanitário e rega de jardins, tendo ainda sido adoptado um sistema de purificação de água da rede pública para tornar agradável o seu consumo e para contribuir para a redução de emissões de dióxido de carbono geradas com o transporte da água engarrafada e reciclagem do vidro. Na génese deste projecto esteve a intenção do grupo The Fladgate Partnership de criar um hotel vínico, beneficiando das raízes da indústria do vinho do Porto e da experiência dos proprietários neste sector. A empresa, de origem britânica Portugalglobal // Janeiro 12 // 31 EMPRESAS Turismo) que esse número duplique até 2030. enquanto destino turístico, projectando a sua imagem a nível internacional. emocionalmente, tornando-se embaixador do destino que visitou. Estratégia de promoção concertada A curto prazo o grupo pretende integrar a oferta do hotel com serviços Neste contexto pretende-se explorar duas áreas específicas, entre outras. A primeira é a oferta turística conjunta da cidade do Porto e da região do Douro, através do desenvolvimento de programas que abrangem as duas regiões. Segundo a fonte, “este conjunto de ofertas complementares oferece inúmeras sinergias e, desde que explorado e promovido com profissionalismo, representa um potencial considerável, não apenas no âmbito do turismo vinícola”. Portugal tem enorme potencial turístico e inúmeros factores de atracção, tais como as condições climatéricas, recursos naturais e culturais, onde se inclui o vinho do Porto e a região do vale do Douro. A actividade de promoção turística do vinho do Porto é responsável pelas novas dinâmicas locais, quer a nível económico quer a nível social, e, consequentemente, permite um aumento do número de visitantes e da procura de alojamento de qualidade. Por outro lado, a região do Porto e Douro deverá tornar-se o destino do país com um dos melhores desempenhos, prevendo-se que cresça anualmente a uma taxa de 8,5 por cento, atingindo mais de 1,7 milhões de dormidas de estrangeiros em 2015. Beneficiando da notoriedade dos vinhos do grupo The Fladgate Partnership, o novo hotel de luxo, localizado na zona histórica de Gaia, terá assim um papel de relevo na promoção e divulgação da região do Vale do Douro 32 // Janeiro 12 // Portugalglobal “O The Yeatman tem como mercados-alvo Espanha, França, Reino Unido e América do Norte e Sul (onde as marcas TFP são fortes), bem como os países orientais, a Escandinávia e a Austrália.” oferecidos por outros operadores, organismos e estabelecimentos na cidade do Porto e regiões envolventes de forma a enriquecer a experiência global do visitante. O objectivo é atrair um turismo de qualidade, com mais poder de compra e mais amplitude de interesses, e prolongar o tempo médio de estadia. Igualmente, pretende-se explorar o enorme potencial do chamado experiential tourism que proporciona ao visitante, não apenas um ambiente agradável, mas um conjunto de experiências memoráveis através das quais se sente enriquecido cultural, física ou A mais longo prazo, é objectivo explorar o considerável potencial do turismo marítimo que irá desenvolver-se com a abertura da nova marina da Afurada e sobretudo com a construção da nova gare marítima do porto de Leixões. O The Yeatman é membro da cadeia internacional Relais & Châteaux. Sendo apenas a oitava propriedade em Portugal a pertencer à Relais & Châteaux, o The Yeatman juntou-se ao exclusivo grupo dos 500 melhores hotéis e restaurantes do mundo, em 55 países. www.the-yeatman-hotel.com EMPRESAS XEROX SOLUÇÕES INOVADORAS AO SERVIÇO DA EXPECTATIVA E SATISFAÇÃO DOS CLIENTES A Xerox é uma empresa em desenvolvimento contínuo, integrada numa organização de nível mundial, líder em processos de negócios e gestão de documentos, avaliada em 22,5 mil milhões de dólares. Há duas décadas que a empresa identificou as tendências de mercado na área da tecnologia de impressão e, antecipando-se, investiu e assegurou o crescimento sustentado neste segmento de negócio. Nos anos 90, na Europa, a Xerox centralizou os serviços geridos de impressão, nomeadamente a estrutura delivery, numa plataforma integrada e especializada em Dublin, na Irlanda. Durante este período foi dada continuidade à expansão dos serviços e da capacidade instalada para reforçar o posicionamento no mercado, numa procura constante de novas tecnologias e soluções adequadas às necessidades e expectativas dos clientes. Mundialmente a Xerox dispõe ainda de mais três centros, dois nos Estados Unidos e um no Japão, resultante da parceria com a Fuji para a Ásia. Lisboa surge como a fase seguinte desta evolução e expansão das capa- “A localização do edifício da Xerox em Lisboa e a disponibilidade de recursos especializados e qualificados permitem uma estratégia de preço competitiva, os quais se adaptam facilmente a comunicar com diferentes culturas e a fornecer um serviço de elevada qualidade aos utilizadores finais.” cidades da empresa, tendo como foco o suporte ao crescimento exponencial do volume de contratos nesta área. O Global Delivery Centre de Lisboa foi criado em Março de 2010 para dar resposta às novas necessidades do negócio, e dar à Europa um espaço para alargar a sua base de contratos globais. Desde o seu lançamento, mais de um milhão de euros foi investido na criação do centro em Portugal, valor que somado aos custos em recursos humanos, rondará, até o final de 2012, os 2,5 milhões de euros. O Delivery Centre sedeado em Lisboa é uma parte fundamental de um conjunto de centros globais que disponibilizam um suporte à oferta em Managed Print Services (EPS e XPS/XPPS), 24horas por dia, sete dias por semana. O centro português tem como principal função o suporte a novos serviços para o mercado Portugalglobal // Janeiro 12 // 33 EMPRESAS empresarial, desde grandes corporações a pequenas e médias empresas. A relação qualidade/preço que Portugal oferece foi um factor determinante para a vinda desta estrutura para Portugal. A localização do edifício da Xerox em Lisboa e a disponibilidade de recursos especializados e qualificados permitem uma estratégia de preço competitiva, os quais se adaptam facilmente a comunicar com diferentes culturas e a fornecer um serviço de elevada qualidade aos utilizadores finais. Portugal tem as condições ideais para Serviço de Delivery e de Operações. Está englobado na estrutura da Xerox Europa e tem um mercado de trabalho com todas as línguas relevantes, juntamente com um equilíbrio muito interessante entre o custo/qualificações da sua população e também as competências necessárias para dotar o centro com a capacidade de resposta a uma oferta que é líder de mercado e muito mais do que uma central de atendimento. Num contexto económico em que as exportações são apontadas como uma forma de alavancar a economia, 90 por cento do volume de facturação do Global Delivery Centre de Lisboa são prestação de serviços para contratos globais a nível europeu em países como o Reino Unido, Irlanda, Holanda, França, Bélgica, Espanha, Itália, Luxemburgo, Suíça, Alemanha, Áustria e países nórdicos (Dinamarca, Suécia, Finlândia e Noruega), onde estão englobadas marcas como a Fiat, Roche, GE, GoodYear, Reuters, entre outras. No seu total, o centro em Lisboa gere actualmente cerca de 800 contratos multimarca. Actualmente, o GDC de Lisboa faz uma gestão pró-activa através do processamento de alertas electrónicos gerados pelos equipamentos instalados no ambiente de impressão dos nossos clientes, o que permite ao cliente libertar a sua área de IT de tarefas sem valor acrescentado para o negócio. www.xerox.pt Pregado ou Psetta Maxima, o seu nome científico, é o peixe que a Pescanova produz na sua unidade de aquicultura em Portugal, no âmbito do investimento concluído em Outubro de 2009 e que envolveu um montante global de cerca de 150 milhões de euros. Esta unidade da empresa galega tem uma capacidade de 7.000 toneladas por ano, encontrando-se em pleno funcionamento. O projecto, considerado como Projecto de Interesse Nacional (PIN) pela AICEP, envolve também uma fábrica de processamento de peixe, para aumentar a competitividade do projecto e a qualidade do produto final. Com este investimento, que decorre durante quatro anos, são criados 200 postos de trabalho directos (190 até ao final deste ano e 200 no final de 2012). 34 // Janeiro 12 // Portugalglobal EMPRESAS PESCANOVA EM PORTUGAL AQUICULTURA GALEGA PARA EXPORTAÇÃO A empresa espanhola Pescanova investiu cerca de 150 milhões de euros na criação de uma unidade de aquicultura de pregado com uma capacidade de 7.000 toneladas por ano. Localizado no concelho de Mira, foi considerado um projecto PIN pela AICEP e é já a maior unidade de aquicultura de pregado na Europa. A produção destina-se quase na totalidade para exportação, sobretudo para países da União Europeia, mas também para países terceiros. A capacidade total desta unidade corresponde ao actual volume de produção da aquicultura nacional, pelo que com este projecto Portugal irá duplicar a sua produção anual. As primeiras vendas ocorreram em 2010, com vendas de mais de 1.000 toneladas e totalmente destinadas ao mercado externo. A Pescanova foi fundada em 1960, junto ao porto de Vigo, devendo o seu sucesso, em grande parte, à tecnologia desenvolvida pela empresa, através da qual o peixe é limpo, cortado, ultracongelado e empacotado logo após a sua captura, o que permite manter as qualidades nutritivas do produto. Com esta inovação no mundo da pesca, a Pescanova conseguiu um rápido e sólido crescimento, tendo então começado a investir no processamento do peixe. A selecção de Portugal como país de localização deste novo investimento da Pescanova assenta nas boas condições existentes no nosso país para a aquicultura, nomeadamente, uma zona costeira vasta e com elevado potencial para implantação de instalações de aquicultura, água do mar sem poluição, com temperatura, salinidade e condições oceanográficas adequadas para a produção de pregado e disponibilidade de mão-de-obra com saber popular de pescado. A Pescanova é líder no mercado espanhol de congelados e uma das maiores empresas do sector pesqueiro a nível mundial. Na Europa, e além da Espanha, os seus principais mercados de penetração são Portugal, França e Itália. A sua divisão pesqueira conta com cerca de 120 embarcações de pesca nos mares da União Europeia, Moçambique, Argentina, Chile, Uruguai e Austrália. O grupo integra 57 sociedades que empregam perto de 3.399 pessoas e tem frigoríficos em oito países. A divisão industrial da Pescanova inclui 32 centros de produção, dos quais 11 estão em Espanha. Na aquicultura, a empresa tem unidades no Chile, Brasil, Nicarágua e Equador, sendo o investimento em Portugal o mais recente realizado nesta área. www.pescanova.es Portugalglobal // Janeiro 12 // 35 EMPRESAS PREH PORTUGAL CRESCER EM PORTUGUÊS Em Portugal desde 1969, a Preh é uma empresa de capital alemão, situada na Trofa, que produz componentes electrónicos para a indústria automóvel, exportando mais de 99 por cento da produção. Tem na Alemanha, na BMW e no grupo VW os seus principais clientes. A Preh Portugal produz componentes electrónicos para a indústria automóvel, nomeadamente painéis de comando centrais de climatização e multimédia (MMI). Com um volume de negócios de 125 milhões de euros em 2010 e uma estimativa de 137 milhões de euros em 2011, a empresa encontra-se tecnologicamente ao mais alto nível na sua área de actividade e tem nos seus 571 colaboradores o seu grande capital. A Preh instalou-se em Portugal em 1969, na Trofa, perto do Porto, e é hoje uma das maiores empresas industriais daquele concelho, contribuindo de forma determinante para a sua riqueza. Começou por produzir componentes electromecânicos (trimmers, potenciómetros, interruptores e fichas) para a indústria de grande consumo, tendo, em 1982, dado 36 // Janeiro 12 // Portugalglobal “Os objectivos de curto e médio prazo da Preh Portugal passam por garantir a manutenção do primeiro lugar como unidade produtiva do grupo, quer em actividade, quer em produtividade, quer em competitividade dos produtos produzidos naquela unidade.” início à produção de cablagens especiais destinadas à indústria informática, nomeadamente para transmissão de dados a alta velocidade, área entretanto já extinta. Actualmente, além dos componentes electrónicos para a indústria automóvel, a Preh Portugal tem nos moldes e equipamento industrial uma segunda área de negócio, embora em 2010 a área da electrónica tenha representado 98 por cento da actividade total da empresa. A entrada na área de negócio automóvel da fábrica portuguesa do grupo Preh deu-se em 1992, com a montagem dos primeiros painéis de controlo de ventilação e de aquecimento com tecnologia baseada em sistemas de comando mecânicos, para o cliente Volkswagen. Cinco anos mais tarde, foi instalada a primeira linha automática de inserção de componentes electrónicos (SMD), mas foi 2001 que marcou a grande viragem, quer na tecnologia utilizada, quer nos produtos fabricados, explica Rui Marques Dias, membro da gerência da empresa desde EMPRESAS 1999. Em 2005, iniciou-se o processo de tratamento de superfícies plásticas, o que permitiu à empresa preparar-se para a produção dos produtos hoje desenvolvidos. tugal exporta 99,5 por cento da sua produção. Também na compra de materiais, o mercado externo é de especial importância para a Preh, representando 75 por cento dos fornecedores. O mesmo responsável sublinha que a área da electrónica automóvel passou de 53 por cento das vendas em 2000 para, em 2010, representar cerca de 98 por cento. Ainda assim, a focalização nesta área de negócio não impediu um crescimento, em valor absoluto para o mesmo período, de cerca de 270 por cento (56 por cento de 2009 para 2010). Em cada uma destas áreas de negócio, a Preh Portugal desenvolve uma multiplicidade de produtos. O principal mercado da Preh Portugal é a União Europeia, no qual a Alemanha (país dos principais construtores de automóveis) se destaca de outros países como a Espanha, República Checa e Polónia. Contudo, o mercado extra comunitário já representou, em 2010, cerca de 8 por cento do total das exportações, segundo a mesma fonte. A área de moldes e equipamento industrial, que tem como actividade principal o desenvolvimento e construção de ferramentas e o desenvolvimento e construção de equipamento industrial, embora represente apenas 2 por cento do volume de negócios da Preh Portugal tem um impacto superior na organização, uma vez que esta área também desenvolve e produz ferra- mentas e equipamento industrial para a própria empresa. por cento) e Pierburg (3 por cento). De referir que as vendas à Behr em termos de OEM correspondem também a vendas ao grupo VW. A Preh Portugal produz componentes electrónicos para os maiores fabricantes mundiais de automóveis, de que se destacam a BWW, o grupo VW/Audi/ Seat/Skoda, a GM/Opel/Vauxhall e a Daimler. O grupo Preh, o grupo Behr, o grupo TRW e a Pierburg são os principais clientes intermédios. Quanto ao futuro, Rui Marques Dias refere que o grupo Preh continuará a concentrar esforços na área da electrónica automóvel, aproveitando as oportunidades de negócio que existem nomeadamente na América do Norte e na China, neste caso, explica a fonte, aproveitando o facto da maioria do capital do grupo ser desde o ano passado detido pelo grupo chinês Joyson, o que através da implementação da Preh China potenciará o desenvolvimento e a angariação de projectos a nível local. De referir que, “pese embora a maioria do capital tenha sido adquirido pelo grupo Joyson, a sede continuará a ser na Alemanha, mantendo-se a estrutura e a organização do grupo sem qualquer alteração”, acrescenta. Em 2010, o principal cliente foi a BMW, com um peso de cerca de 24 por cento do total das vendas do exercício. Exceptuando as vendas para o grupo Preh No que diz respeito à Preh Portugal, os objectivos de curto e médio prazo passam por garantir a manutenção do primeiro lugar como unidade produtiva (20 por cento), o grupo BEHR assumiu do grupo, quer em actividade, quer em produtividade, quer em competitividade dos produtos produzidos nesta unidade, conclui o mesmo responsável. igualmente um peso relevante no total das vendas (cerca de 17 por cento), Exportação quase total logo seguido da AUDI, com 14 por cen- Com um volume de vendas no mercado interno quase residual, a Preh Por- to. Mais abaixo aparecem o grupo GM (10 por cento), o resto do Grupo VW (3 www.preh.com Portugalglobal // Janeiro 12 // 37 EMPRESAS ARTLANT PTA INVESTIMENTO COM IMPACTOS MACROECONÓMICOS POSITIVOS A unidade industrial da Artlant PTA, em Sines, além de ter efeitos positivos na balança comercial e de pagamentos, irá dinamizar o Porto de Sines como plataforma logística e terá efeitos de consolidação na fileira petroquímica instalada em Portugal. Um investimento superior a 500 milhões de euros, com uma facturação anual de cerca de 600 milhões em velocidade de cruzeiro. Artlant PTA é o novo nome da Artenius Sines, designação que pretende reforçar a ligação da empresa à técnica, ao saber, ao talento e à competência, como características fundamentais para uma adaptação efectiva à mudança e aos desafios do mercado 38 // Janeiro 12 // Portugalglobal global, bem como estreitar o relacionamento da empresa com o ambiente, o mar e os recursos que são necessários proteger. Esta alteração surge na sequência da recente recomposição da estrutura accio- nista da empresa, operação financeira que envolveu um aumento de capital e a alienação de 59 por cento da participação da La Seda de Barcelona na Artenius Sines (cuja primeira pedra foi lançada em 2008), a três novas entidades – a ECS Capital, Caixa Capital e o fundo Inov Ca- EMPRESAS O mercado do PET (politereftalato de etileno) está em forte expansão, sendo um produto com características de commodity quando destinado à indústria de embalagem para o sector alimentar, mas que também tem aplicações em nichos de mercado, com maiores margens e valor acrescentado, como é o caso das indústrias farmacêutica, cosmética ou automóvel. “A Artlant faz um forte investimento em tecnologia e inovação e assume, como vantagem competitiva, a qualidade do produto e eficiência de produção, com inteiro respeito pelo ambiente e pela comunidade.“ Responsáveis da empresa enfatizam que esta fábrica será uma das instalações mais avançadas da Europa na produção de PTA e estimam uma facturação na ordem dos 600 milhões de euros, prevendo uma produção anual de 700 mil toneladas de PTA. Deste volume, 95 por cento destina-se à exportação. O paraxileno, destinado à produção de ácido tereftálico purificado (PTA) na fábrica da Artlant PTA em Sines, é uma matéria-prima base que é produzida pela refinaria da Galp Energia em Matosinhos, a única fornecedora deste produto em Portugal, tendo as empresas já firmado o acordo de fornecimento de 80 mil toneladas de paraxileno. A Galp tem actualmente uma capacidade de produzir 120 mil toneladas em Matosinhos. pital. A operação envolveu um aumento de capital e a entrada no projecto de 96,9 milhões de euros em fundos. A Artlant domina o processo químico de produção do PTA (ácido tereftálico purificado), que é utilizado como matéria-prima na produção do politereftalato de etileno (PET), material reciclável muito utilizado no fabrico de embalagens para o sector alimentar (garrafas de água, refrigerantes e outras bebidas) e na produção de fibras de poliéster utilizadas no sector têxtil. A fábrica da Artlant situa-se na ZILS (Zona Industrial e Logística de Sines), uma localização estratégica que permite escoar a produção de PTA com rapidez e facilidade para todos os pontos do mundo. Na zona portuária, a Artlant procederá às operações de descarga de paraxileno e ácido acético, utilizando o terminal portuário, especializado na movimentação de granéis líquidos, bem como à armazenagem dos mesmos, em três tanques de construção metálica, para posterior expedição através de pipeline para a sua fábrica na ZILS. O produto resultante das operações de transformação na fábrica da Artlant PTA constitui a matéria-prima para a produção de poliésteres – onde se incluem as garrafas de PET (polímero termoplástico utilizado em embalagens para bebidas e outras aplicações da indústria alimentar) –, a qual será expedida a partir do terminal de contentores do porto de Sines (Terminal XXI). Em Portugal, a Artlant tem como único cliente a Selenis Portugal, em Portalegre, ao qual se estima que forneça cerca de 40 milhões de euros de produto ao ano, um reforço para a consolidação do cluster do PET no país. Por outro lado, potencia sinergias significativas na fileira petroquímica instalada em Portugal, decorrentes da aquisição de um volume considerável de matériaprima e utilities no âmbito nacional. A empresa, que dispõe de uma equipa de 150 colaboradores com competências técnicas e comportamentais, experiente e motivada, faz um forte investimento em tecnologia e inovação e assume, como vantagem competitiva, a qualidade do produto e eficiência de produção, com inteiro respeito pelo ambiente e pela comunidade. www.artlantpta.com Artlant PTA em números Investimento: superior a 500 milhões de euros Área total: cerca de 170.000 m2 Produção PTA: 700. 000 ton/ano Colaboradores: 150 postos de trabalho directos e 200 indirectos Exportações: 95 por cento da produção Redução de custos energéticos: em 25 por cento Facturação anual prevista: cerca de 600 milhões de euros Portugalglobal // Janeiro 12 // 39 EMPRESAS CISCO SUCESSO CONDUZ A NOVOS INVESTIMENTOS Sessão de Telepresença entre o Presidente da República nos Headquarters da Cisco em Silicon Valley e a equipa de gestão da Cisco Portugal, nos escritorios em Lisboa A Cisco Systems está em Portugal desde 1997, mas foi a abertura, dez anos depois, do Centro Hércules, um centro de operações de suporte a vendas para toda a Europa, que deu maior impulso aos investimentos do gigante norte-americano no nosso país. A presença da Cisco em Portugal foi reforçada com a abertura de novos centros, onde se destaca a qualidade dos recursos existentes no país. O CEO da Cisco Systems, John Chambers, não tem dúvidas em afirmar que o sucesso da aposta da empresa no nosso país poderá conduzir a novos investimentos. Ainda recentemente, por ocasião da visita do Presidente da República português aos Estados Unidos e, em concreto, a Silicon Valley onde está sedeada a Cisco Systems, Chambers reafirmou o interesse da empresa em continuar a investir em Portugal, já que os resultados dos investimentos efectuados têm sido “extremamente positivos”. Também Nuno Varandas, Director do Centro Hércules, considera que Portugal tem condições para ser a “Califórnia da Europa”. 40 // Janeiro 12 // Portugalglobal A Cisco veio para Portugal em 1997, onde criou uma história de sucesso através da presença no mercado com soluções inovadoras, dirigidas a diferentes segmentos. Em 2007, a Cisco International decidiu localizar em Portugal o seu centro de operações de suporte a vendas para toda a Europa. Conhecido como Centro Hércules, a abertura desta unidade implicou a contratação imediata em Portugal de 60 novos colaboradores qualificados. De acordo com Nuno Varandas, a opção da Cisco de abrir em Portugal este centro teve como principais factores a disponibilidade de recursos qualificados, o domínio de idiomas estrangeiros, as infra-estruturas de telecomunicações existentes, e outros factores característicos dos portugueses como a hospitalidade, a fácil integração de estrangeiros em Portugal e a própria imagem de segurança do país. O sucesso deste centro colocou Portugal no centro das decisões da Cisco, levando a que a empresa fizesse novos investimentos no país. Assim, surgiram novos centros que vieram reforçar a predominância da Cisco Portugal na Europa e a imagem de qualidade dos EMPRESAS recursos existentes no país. Assistiu-se também à vinda de alguns colaboradores internacionais para Portugal, provocada pela existência de condições favoráveis para a colocação de elementos estrangeiros no país. Os 180 colaboradores actuais dos centros instalados em Portugal apresentam uma média de idades de 30 anos, 95 por cento são licenciados (de 16 perfis académicos diferentes) e 66 por cento são mulheres. Para 12 por cento destes colaboradores, trata-se do seu primeiro emprego, enquanto 22 por cento dos contratados estavam desempregados. Sublinha Nuno Varandas que “existem 25 diferentes nacionalidades e falamse sete idiomas diariamente no escritório, contribuindo para uma diversidade cultural extremamente rica”. Hoje a realidade da Cisco Portugal (depois de cinco centros inaugurados nos últimos quatro anos) é uma plataforma de Centros de Excelência que dão apoio a clientes, parceiros e colaboradores internos da Cisco. Tudo funciona a partir das instalações da empresa no Lagoas Park. De 50 colaboradores em 2007, a Cisco em Portugal tem hoje cerca de 250 colaboradores, o que revela o grande investimento em recursos humanos realizado nos últimos quatro anos. seja, na aposta contínua nos clientes e na evolução da sua infra-estrutura, de forma a suportar as necessidades actuais e futuras; no Partner Centric Approach em que aposta na rede de parcerias existente como uma forma de potenciar as soluções da Cisco no mercado; e na Next Generation Company, onde se posiciona como a melhor e mais completa empresa, quer na vertente da qualidade dos seus produtos quer pela vasta oferta de soluções end-to-end. “O sucesso do centro Hércules colocou Portugal no centro das decisões da Cisco, levando a que a empresa fizesse novos investimentos no país, tendo surgido novos centros que vieram reforçar a predominância da Cisco Portugal na Europa e a imagem de qualidade dos recursos existentes no país.” A Cisco aposta continuamente na inovação, lançando, todos os anos no mercado, soluções diferenciadoras. Além dos equipamentos de routing e switching, que constituem o core da empresa, as soluções de collaboration, por exemplo, onde a Cisco possui já uma experiência de largos anos, abrangem hoje diversas vertentes da comunicação. Disso é exemplo a telepresença, uma solução que estende esta comunicação ao vídeo, numa experiência única e que ultrapassa a vídeo-conferência. A empresa tem também feito uma grande aposta na área de data center e virtualização, tendo lançado ainda uma nova área de servidores, refere o mesmo responsável. Nuno Varandas realça o papel actualmente desempenhado pela Cisco no desenvolvimento da sociedade de informação, revelando-se uma empresa completa que apresenta soluções para todos os mercados (do mercado empresarial ao residencial), destacando-se ainda pelo desenvolvimento de projectos como as Networking Academies, em que a empresa certifica jovens na sua tecnologia, e a parceria que tem com organismos locais de modo a formar jovens na casa-mãe em Silicon Valley. www.cisco.pt www.cisco.com Em 2011, a empresa foi considerada pelo Great Place to Work Institute a melhor empresa para trabalhar em Portugal, a melhor empresa para as mulheres trabalharem, além de ter recebido ainda uma menção honrosa pelos seus esforços na área da solidariedade. A Cisco Systems, Inc. é líder mundial em soluções de rede de banda larga. Criada em 1984 por um casal de cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, a empresa conta hoje com mais de 72.000 colaboradores em todo o mundo. As soluções de rede da Cisco baseadas no protocolo da Internet (IP) são a base operacional da maioria das redes empresariais, educacionais e da administração pública, de operadores fixos, móveis e de cabo, em todo o mundo. A estratégia da Cisco assenta em três pilares: no Customer Transformation, ou Cavaco Silva com John Chambers, President & CEO da Cisco Portugalglobal // Janeiro 12 // 41 EMPRESAS EMBRAER INVESTIMENTO EM ÉVORA AVANÇA COM NOVOS PROJECTOS NA MIRA A Embraer é hoje uma das três maiores construtoras mundias de aviões comerciais, dispondo de uma base global de clientes, de importantes parceiros de renome internacional e de unidades instaladas no Brasil, EUA, Ásia e Europa. É no âmbito desta geografia de negócios, que a empresa assume o mercado português como estratégico na sua relação com os mercados da União Europeia. A Embraer e Portugal têm uma história de boas relações. Investiu inicialmente no mercado português de aeronáutica através da sua participação na OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, S.A., uma empresa com prestígio internacional, que se dedica à manutenção de aeronaves, bem como ao fabrico de componentes e ao suporte logístico e de engenharia. O seu capital é detido em 65 por cento pelo consórcio Airhol- 42 // Janeiro 12 // Portugalglobal ding SGPS, composto pela Embraer e pela EADS, sendo os restantes 35 por cento detidos pelo Estado português (Empordef). Para a empresa brasileira, instalada desde 1983 em Le Bourget, em França, a OGMA representa um reforço significativo da sua imagem e presença na Europa. Também no âmbito do seu projecto de investimento em Portugal, a Embraer está a construir duas fábricas na cidade de Évora, destinadas à produção de estruturas metálicas (Embraer Metálicas) e de estruturas em materiais compósitos (Embraer Compósitos), as quais começarão a produzir em 2012. A concretização destes dois projectos em Portugal, com um investimento superior a 148 milhões de euros, decorrerá ao longo de seis anos, estando EMPRESAS previsto que gerará cerca de 2.000 empregos entre directos e indirectos, sendo objectivo da casa-mãe ter o máximo possível de portugueses a trabalhar nas duas unidades. A Embraer está também a apostar em fornecedores portugueses. Desde 2009 que está a apoiar um grupo de empresas no desenvolvimento de competências neste sector e já qualificou algumas como fornecedores. A sua aposta em Portugal foi determinada não só pelo factor de proximidade cultural mas também pelas competências nacionais. A Embraer Compósitos conta com um investimento inicial previsto de 48 milhões de euros e a Embraer Metálicas de cerca de 100 milhões de euros. Em Évora, a Embraer vai produzir inicialmente componentes de duas novas aeronaves para a aviação executiva, o Legacy 500 e o Legacy 450, estando o primeiro mais avançado, com os primeiros protótipos já a serem produzidos no Brasil, os quais já incorporam componentes produzidos por empresas em Portugal. Estas duas fábricas que o gigante brasileiro está a construir constituem não apenas um importante papel para a mobilização do investimento produtivo em Portugal, como contribui decisivamente para a formação e consolidação de um cluster aeronáutico no país, po- “A Embraer está a construir duas fábricas na cidade de Évora, destinadas à produção de estruturas metálicas (Embraer Metálicas) e de estruturas em materiais compósitos (Embraer Compósitos), as quais começarão a produzir em 2012.“ tenciador de excelência industrial, de desenvolvimento tecnológico e inovação, e de qualificação das empresas, especialmente das PME com maior desempenho tecnológico, e dos seus co- laboradores. É de assinalar que outras empresas do sector já manifestaram a intenção de também se instalar no parque industrial aeronáutico da cidade, uma tendência que demonstra o efeito de arrastamento e de âncora destes dois grandes projectos. As duas novas unidades serão Centros de Excelência nas suas áreas. Contarão com tecnologias e processos de última geração, seguindo os conceitos lean manufacturing, ou produção optimizada, implementando uma dinâmica de eliminação dos desperdícios e de maximização do valor acrescentado. Neste sentido e com o objectivo de manter e aprimorar as competências do seu centro de excelência em materiais compósitos, a Embraer continua a estabelecer contactos e parcerias com organizações locais, tais como potenciais fornecedores, centros de pesquisa e universidades. É ainda no capítulo da excelência que se celebrou o contrato de parceria assinado recentemente entre a Embraer e as portuguesas OGMA e Empresa de Engenharia Aeronáutica (uma participada do IAPMEI), que prevê a concepção, testes e produção de partes do novo avião militar KC-390, que deverá estar a voar em 2014. A OGMA deverão investir cerca de 3,8 milhões de euros para concretizar esta aposta na aeronáutica e capacidade tecnológica nacionais. O KC390 é um jacto de transporte militar de última geração, havendo já empresas portuguesas, como a OGMA e a Critical Software, a posicionar-se como fornecedoras de sistemas de software para produzir o “cérebro” desta aeronave. No âmbito da sua estratégia de mercado, a fabricante brasileira tem negociado com vários países a repartição da produção dos diferentes componentes deste avião militar, procurando assegurar, por outro lado, a venda destes aviões aos países envolvidos no projecto, substituindo assim aeronaves de transporte obsoletas. É de sublinhar que em anos recentes, a cidade de Évora – que é considerada Património Mundial pela Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas – incentivou o desenvolvimento do sector aeroespacial, criando um parque industrial com 873.290 metros quadrados, contíguo ao aerodromo municipal, que terá a Embraer como principal parceiro. Esta nova dinâmica em torno do sector aeronáutico nacional levou Portugal a estar com a maior representação alguma vez feita, com um pavilhão no Salão de Le Bourget 2011 e no Salão de Farnborough 2010, com a presença de cerca de 40 entidades em cada certame, os mais importantes e mais antigos certames do sector a nível mundial. www.embraer.com Portugalglobal // Janeiro 12 // 43 EMPRESAS NESTLÉ PORTUGAL INVESTIMENTO DE SUCESSO NUM RELACIONAMENTO DURADOURO Em Portugal há quase 90 anos, a suíça Nestlé tem em curso um novo investimento na modernização da sua principal unidade industrial em Portugal, superior a 9 milhões de euros. É da fábrica de Avanca que saem os produtos que abastecem o mercado nacional, mas também Espanha e Itália. O novo investimento reforça os laços já históricos que unem a Nestlé ao nosso país. A Nestlé está presente em Portugal desde 1923 e industrialmente desde 1933, quando a Nestlé Suíça (então Nestlé & Anglo-Swiss Condensed Milk, Co.) demonstrou interesse numa pequena mas, na altura, avançada e qualificada unidade de processamento de leite, localizada em Avanca (distrito de Aveiro), então propriedade da Sociedade de Produtos Lácteos, Lda. Esta sociedade tinha sido fundada em 1923 pelo Prof. Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina em 1949. A fábrica de Avanca é ainda hoje a principal unidade de produção da Nestlé em Portugal, que detém também uma fábrica de cafés torrados no Porto, uma unidade industrial de recolha e enchimento de garrafões de água em Coruche e uma unidade, sedeada nos Açores, dedicada à produção de leite em pó. Com um importante e largo percurso histórico no universo do grupo Nestlé, a fábrica de Avanca produz actualmente um conjunto diversificado de produtos de gamas sobejamente conhecidas no mercado, como sejam as farinhas Cerelac e Nestum, os cereais de pequeno-almoço Estrelitas e Chocapic, as bebidas solúveis Tofina, Brasa, Bolero, Mokambo e Pensal, bem como produtos destinados à restauração na gama 44 // Janeiro 12 // Portugalglobal Professional (pudins, mousses, CLIC), e natas para o negócio de refrigerados. Esta unidade produtiva conta, presentemente, com um total de 311 colaboradores e produz anualmente cerca de 33.000 toneladas de produtos, oriundos de cinco áreas distintas de produção (farinhas infantis, cereais de pequeno-almoço, bebidas solúveis, leite em pó e professional), cada qual com diferentes processos produtivos inerentes. Estes produtos destinam-se em partes iguais ao consumo do mercado português e internacional, nomeadamente Espanha e Itália, segundo refere fonte da empresa. A mesma fonte sublinha que, apesar da “instabilidade da actual conjuntura macroeconómica, a Nestlé Portugal tem sabido manter, ao longo dos últimos anos, um significativo crescimento, verificável pela consolidação da sua actividade económica em território nacional e reforço da sua liderança no mercado”. A este nível, refira-se que, em 2010, contando com cerca de 1.749 colaboradores, a Nestlé em Portugal atingiu um volume de negócios de mais de 600 milhões de euros, sendo a terceira maior empresa a actuar no sector alimentar em Portugal. EMPRESAS No âmbito das decisões estratégicas da Nestlé Portugal para a sustentabilidade da sua actividade a médio e longo prazo, está a ser actualmente concretizado (biénio 2011/2012) um importante plano de investimento na fábrica de Avanca, que ascende a mais de 9 milhões de euros. Do montante total do investimento, adianta a mesma fonte, 2 milhões de euros foram aplicados na introdução de um novo produto, através da deslocação da produção de cereais Nesquik, até agora produzido em Itancourt (França) para Avanca. Com esta nova linha de produção, a capacidade total de produção instalada referente a cereais de pequeno-almoço aumentará em mais de 40 por cento, sendo que mais de 60 por cento da nova produção será para exportação. Ao incremento da eficiência e capacidade produtiva foram afectos 2,2 mi- “No âmbito das decisões estratégicas da Nestlé Portugal para a sustentabilidade da sua actividade a médio e longo prazo, está a ser actualmente concretizado (biénio 2011/2012) um importante plano de investimento na fábrica de Avanca, que ascende a mais de 9 milhões de euros.” lhões de euros, através da implementação de melhorias significativas nos actuais processos, destacando-se pela sua importância transversal os novos calibradores (num custo que ascende a mais de 400.000 euros) e o novo evaporador, que permitirá aumentar a capacidade do icechiller instalado e a substituição do gás refrigerante R22 para um composto menos agressivo. Ainda foram investidos 4,8 milhões de euros no reforço dos níveis de segurança, higiene e ambiente. Destacase aqui o investimento superior a 2,5 milhões de euros numa torre “Egron”, que permitirá a instalação de um filtro para reduzir significativamente as emissões poluentes de pó, originando igualmente uma poupança de 50.000 euros/ano em perdas de produto. De acordo com a fonte da empresa, o investimento na modernização da principal unidade industrial detida pela Nestlé em Portugal demonstra, acima de tudo, a preocupação constante da empresa em fornecer aos consumidores produtos ainda melhores e mais saudáveis, mas é também “uma demonstração clara e inequívoca da forma como o grupo Nestlé olha para Portugal, no modo como continua a confiar na capacidade produtiva dos portugueses, no seu empenho, dedicação e exigência, tal como sempre o fez nos seus 90 anos (a comemorar em 2013) de existência em Portugal”. Os laços (já históricos) que unem a Nestlé a Portugal, “a excelente reputação não só dos seus produtos, como da própria imagem da empresa no nosso país, permitem aferir que esta é uma relação douradora, com um elevado grau de satisfação para todos que permitirá, certamente, a contínua aposta da Nestlé em fornecer aos consumidores portugueses produtos cada vez mais saborosos e saudáveis”, conclui a mesma fonte. A colocação no mercado de produtos saborosos, diversificados e saudáveis, a par de princípios corporativos que a empresa considera fundamentais para o desenvolvimento da sua actividade, como a liderança e responsabilidade social dos seus colaboradores, as relações de exigência com os fornecedores e clientes, uma política de efectivo apoio ao desenvolvimento rural, a optimização dos recursos hídricos e a sustentabilidade ambiental das suas práticas empresariais, orientam toda a actividade da Nestlé. O grupo tem um volume de negócios anual de cerca de 86 mil milhões de euros, emprega mais de 280.000 colaboradores, está presente em mais de 150 países (tendo 443 unidades industriais em 83 desses países) e gere mais de 10.000 marcas a nível mundial. www.nestle.pt Portugalglobal // Janeiro 12 // 45 EMPRESAS AUTOEUROPA SUCESSO EM QUATRO RODAS A Autoeuropa nasceu há 20 anos. E continua a ser a maior fábrica de automóveis de Portugal, sendo reconhecida internacionalmente como uma das melhores do grupo alemão Volkswagen, que já a partir deste ano vai investir mais de 200 milhões de euros na modernização das suas instalações fabris de Palmela. A Autoeuropa exporta 99 por cento da produção, principalmente para a Europa, com grande destaque para o mercado alemão, bem como para os Estados Unidos e China, representando este fluxo exportador cerca de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB) português. Para responder ao crescimento da procura, a empresa produziu nos primeiros 11 meses de 2011 um total de 126.256 viaturas, números que incluem a entrada do modelo Volkswagen Sharan no mercado chinês. A dinâmica da unidade de Palmela, que emprega mais de 3.000 pessoas, tem uma estratégia sustentada de crescimento, e faz neste sentido uma aposta 46 // Janeiro 12 // Portugalglobal “A AUTOEUROPA exporta 99 por cento da produção, principalmente para a Europa, com grande destaque para o mercado alemão, bem como para os Estados Unidos e China, representando este fluxo exportador cerca de um por cento do Produto Interno Bruto português.” continuada em produtos de sucesso, na qualidade, na produtividade, no emprego, na formação e na estabilida- de social da empresa. É de referir que a Autoeuropa investiu nos últimos anos mais de 7 milhões de horas em formação no posto de trabalho e em sala, sendo que cerca de 1.000 colaboradores tiveram formação no estrangeiro. Em 2011, dado o incremento das encomendas, a Autoeuropa reforçou os níveis de produtividade e de qualidade final dos seus produtos, bem como o aumento de eficiência do sistema logístico e redução de custos dos transportes, dado que a empresa tem montado um sistema de transporte por comboio até Barcelona, o que permite reduzir significativamente o transporte rodoviário de e para a Autoeuropa. EMPRESAS Por outro lado, a empresa de Palmela está a investir igualmente no reforço da rede de fornecedores em Portugal. Dos quatro modelos produzidos na fábrica da Volkswagen de Palmela, três registaram aumentos na produção (Sharan, Seat Alhambra e EOS) e um registou um ligeiro decréscimo (Scirocco). A maior subida na produção pertenceu à Volkswagen Sharan, com 47.483 viaturas, mais 147 por cento do que as 19.210 produzidas entre Janeiro e Novembro de 2010. Segue-se o Seat Alhambra, com 16.003 viaturas produzidas, mais 73 por cento em relação às 9.250 do ano passado. A produção do Volkswagen EOS registou um crescimento de 12 por cento nos primeiros 11 meses do ano transacto, fixando-se em 21.907 viaturas, contra 19.500, em 2010. Um pouco de história A primeira pedra da Autoeuropa foi lançada em Dezembro de 1991, em Palmela, constituindo o maior investimento estrangeiro de sempre em Portugal, no montante de 1,9 mil milhões de euros. A fábrica foi construída no âmbito de uma parceria entre a Ford e a Volkswagen, para a produção do MPV (Multi-Purpose Vehicle) nos anos 90. Este investimento permitiu desenvolver os seus três modelos iniciais: os monovolumes Volkswagen Sharan, Seat Alhambra e Ford Galaxy. Em 1999, o Grupo Volkswagen assumiu os 100 por cento do capital social da Autoeuropa, mas a Ford e a Volkswagen continuaram a cooperar na fábrica de Palmela, mantendo-se a produção dos monovolumes das duas marcas. Considerada uma das melhores e mais modernas unidades de produção de automóveis do espaço europeu, a Autoeuropa atingiu a produção de um milhão de unidades em 2003, ano em que foi feito um novo investimento de 600 milhões de euros, que permitiu preparar a produção de um Autoeuropa em números (Fonte: Volkswagen Autoeuropa) Localização: Concelho de Palmela, Distrito de Setúbal Áreas do projecto, em m² Área de produção: 1.100. 000 Parque industrial: 900.000 Área total: 2. 000.000 Inauguração: 26 de Abril de 1995 Início da produção em série: Maio de 1995 Investimento inicial (em milhões de EUR) Implementação da fábrica: 1.282 Desenvolvimento do produto: 479 Fornecedores Total: 671 Europeus: 660 Não europeus: 11 Produto VW Sharan VW Eos (Desde Fev. 2006) Seat Alhambra Ford Galaxy (Até Fev. 2006) VW Scirocco (Desde Jun. 2008) novo modelo, o Volkswagen Eos, um cabriolet com capota rígida e o primeiro carro de luxo da marca Volkswagen a ser produzido em Portugal. Em 2006 foi anunciada a construção de um outro modelo, o Scirocco. Em 2007, a fábrica de Palmela atinge a produção de um milhão e meio de veículos. A Volkswagen anuncia então mais um investimento de 541 milhões de euros, agora direccionado para uma reestruturação e uma melhoria tecnológica, de forma a permitir diferentes produtos numa única linha de produção. Cinco anos depois, quando celebra os 20 anos de início de construção da fábrica, o grupo Volkswagen irá investir um montante superior a 200 milhões de euros, destinados à modernização da sua fábrica. www.volkswagenautoeuropa.pt Portugalglobal // Janeiro 12 // 47 EMPRESAS RENAULT CACIA FORTE INVESTIMENTO NA DIVERSIDADE DOS PRODUTOS E DOS MERCADOS A RENAULT CACIA, fábrica de mecânica do Grupo Renault, iniciou a sua actividade em 1981. Tem por missão fabricar órgãos e componentes para veículos Renault/Nissan, os seus principais clientes. Entre 2011 e 2013, prevê investimentos em novas linhas de montagem no valor total de 35 milhões de euros. Em Setembro de 2011, a RENAULT CACIA, cuja ambição é tornar-se uma referência em matéria de competitividade no sector automóvel, celebrou 30 anos de actividade. Só na última década investiu na sua fábrica de Aveiro mais de 220 milhões de euros, não apenas na instalação de novas linhas e renovação de outras, mas também na formação dos colaboradores, melhoria das condições do ambiente de 48 // Janeiro 12 // Portugalglobal trabalho, reforço da responsabilidade ambiental da empresa. O investimento dos últimos anos foi especialmente direccionado para as actividades de I&D (investigação e desenvolvimento) no âmbito de uma série de projectos produto/processo, desenvolvidos com o objectivo de melhor adaptar a empresa à nova realidade do mercado automóvel mundial, cuja experiência de exportação passa por países como França, Espanha, Roménia, Reino Unido, África do Sul, Brasil, Chile, Irão, Índia, Marrocos e Rússia. Refira-se que a produção da RENAULT CACIA, que emprega mais de 1.000 colaboradores, se destina na totalidade à exportação. No final do ano passado, a fábrica de Aveiro passou também a exportar peças para mercados como o EMPRESAS México, Colômbia, Japão, China, Malásia e Tailândia. A RENAULT CACIA fabrica um vasto leque de produtos: dois tipos de caixas de velocidades (com 6 velocidades, para utilização em veículos de gama superior, e com 5 velocidades, para veículos de gama média), assim como vários componentes para motores, nomeadamente bombas de óleo (para 90 por cento da gama de motores), árvores de equilibragem, volantes, colectores e outros componentes para diversos tipos de motores, e ainda componentes para caixas, como os cárteres, pinhões, árvores, entre outros. “O investimento dos últimos anos foi especialmente direccionado para as actividades de I&D no âmbito de uma série de projectos produto/processo, desenvolvidos com o objectivo de melhor adaptar a empresa à nova realidade do mercado automóvel mundial.” Na realidade, a Renault desenvolve veículos que respondem às necessidades dos mercados e dos clientes, o que faz com que a gama mecânica permita uma centena de combinações entre motores e caixas de velocidades, portanto uma grande diversidade de produto. Neste universo, as caixas de velocidades montadas na RENAULT CACIA são destinadas a fábricas de carroçaria-montagem e os componentes, tanto de motores como de caixas para outras fábricas de mecânica, situadas em países como França, Espanha, Roménia. As caixas de velocidades fabricadas na RENAULT CACIA em conjunto com os novos motores, são os últimos grupos moto-propulsores desenvolvidos pelo grupo Renault, adaptados à evolução das normas ambientais da União Europeia e equipam toda a gama Dacia e Renault, desde o Logan até à gama alta e veículos utilitários. Trata-se, pois, de um investimento no desenvolvimento sustentável, fabricando produtos para veículos mais económicos e mais ecológicos, que contribuem para a redução do impacto ambiental na sua actividade de fabricação de caixas de velocidades com a assinatura ECO2 (Ecológico e Económico), reduzindo as emissões de CO2, logo amigos do ambiente. www.renault.pt www.renault.pt/descubra-a-renault/ cacia/ Portugalglobal // Janeiro 12 // 49 EMPRESAS TEGOPI EXEMPLO DE EXCELÊNCIA A TEGOPI, uma empresa portuguesa com 65 anos, é especializada em metalomecânica pesada. Nos anos 90, investiu no fabrico de torres eólicas e é hoje o maior fabricante nacional destes equipamentos, exportando 95 por cento da sua produção. Com uma internacionalização bem sucedida e em expansão, a empresa elege a qualidade e a inovação como importantes factores que contribuiriam para este sucesso. Fundada em 1946, a TEGOPI desenvolve a sua actividade no ramo da metalomecânica pesada, sendo líder do mercado, nomeadamente em equipamentos de elevação e edifícios metálicos. A empresa, adquirida pelo grupo Quintas & Quintas nos anos 90, iniciou em 1997 o fabrico de torres eólicas, sendo hoje o maior fabricante nacional deste tipo de equipamentos e exportando cerca de 95 por cento da sua produção. A actividade da TEGOPI desenvolve-se em torno de três áreas de negócio: torres eólicas, equipamentos de elevação e movimentação e mecano soldados. Ao longo da sua história, a empresa desen- 50 // Janeiro 12 // Portugalglobal “A Tegopi pretende reforçar alianças e parcerias, com clientes e parceiros de desenvolvimento no sentido de poder vir a apostar em novos segmentos de mercado, como sejam a produção de torres eólicas com tecnologia offshore, uma área de crescimento exponencial expectável a partir de 2013/2014.” volveu reconhecidas competências em tecnologia de soldadura que lhe permitiram conquistar posições em mercados de elevada exigência como o das energias renováveis (eólica, hídrica e das ondas). Os seus principais mercados são a Alemanha, a França, Portugal e o Reino Unido e os seus maiores clientes são a GE, Nordex, Enercon, Efacec e TEREX. O processo de internacionalização da TEGOPI arrancou em 2009, através da constituição de uma joint-venture na Turquia para produzir e comercializar torres eólicas na região do Mar Negro. A unidade da Turquia (ALKEG-TEGOPI) iniciou a laboração em Outubro de 2010. Os objec- EMPRESAS tivos da empresa passam agora por chegar à África do Sul e ao Brasil no âmbito da sua estratégia de internacionalização. A empresa orgulha-se do sucesso que a internacionalização da TEGOPI alcançou na última década, afirma fonte da empresa, frisando que esse orgulho é partilhado “por todo o sector empresarial português, já que temos contribuído para expandir positivamente a marca Portugal no estrangeiro”. bém um objectivo estratégico para a TEGOPI a aposta constante na inovação e no desenvolvimento ao nível de novos processos produtivos e no reforço de competências de fabrico e produção. O volume de negócios da empresa terá atingido os 39 milhões de euros em 2011 (EBITDA estimado de 3 milhões de euros), prevendo-se que esse valor aumente para 42 milhões de euros em 2012 (EBITDA para 2012 é de cerca de 50 por cento, aumentando para 6 milhões de euros o respectivo volume de negócios. Quanto aos planos para o futuro, de acordo com a mesma fonte, a empresa aposta na internacionalização para espaços com forte crescimento ao nível do consumo de energia sustentável, de forma a rentabilizar as competências específicas entretanto adquiridas, reforçando expressivamente a dimensão da empresa. Deslocalizar as instalações estimado de 3,6 milhões de euros). A exportação deverá continuar a representar 95 por cento do volume de negócios. Três áreas em crescimento fabris da TEGOPI para uma nova unidade dotada de um layout produtivo apropriado, permitindo incrementos ao nível da eficiência produtiva, é também um objectivo estratégico da empresa. Em 1997, a TEGOPI produziu a primeira torre eólica made in Portugal, sendo hoje fornecedora dos maiores produtores mundiais de aerogeradores. Na área das torres eólicas há perspectivas de forte crescimento nos próximos anos, sendo um sector onde a TEGOPI mantém uma forte aposta, também no seguimento da abertura de uma unidade de produção na Turquia. A empresa investiu de 19 milhões de euros neste projecto, dos quais cerca de 12 milhões de euros em equipamentos que visam aumentar a capacidade produtiva e a introdução de novas tecnologias de produção. O aumento de capital, em 2009, para 7,8 milhões de euros com a entrada da PME Investimentos, veio contribuir para a realização deste investimento. A entrada da TEGOPI no sector dos equipamentos de elevação e movimentação ocorreu em 1958, sendo actualmente líder de mercado em Portugal com cerca de 50 por cento de quota. Nesta área de negócio, destaca-se a recente participação da TEGOPI nos projectos de geração de energia hídrica de Picote II, Bemposta II, Alqueva II, Venda Nova e Salamonde, e o fornecimento de equipamentos para a nova fábrica da Portucel. No médio prazo, a empresa pretende reforçar alianças e parcerias, com clientes e parceiros de desenvolvimento no sentido de poder vir a apostar em novos segmentos de mercado, como sejam a produção de torres eólicas com tecnologia offshore, uma área de crescimento exponencial expectável a partir de 2013/2014. É tam- Outra área em franco crescimento é a dos mecano soldados. A TEGOPI produz e comercializa vários tipos de estruturas (chassis, flechas e charriots) para equipamentos de movimentação, nomeadamente stackers, fornecendo os maiores fabricantes de âmbito internacional. O crescimento estimado Fruto da experiência e know-how adquiridos ao longo de décadas, a TEGOPI é hoje uma referência mundial na montagem de estruturas metálicas e na produção de equipamentos de elevação e torres eólicas, sendo de realçar o acompanhamento do cliente para lá da fase de montagem. A TEGOPI tem “uma grande tradição metalomecânica, recheada de exemplos de excelência, com reconhecimento alémfronteiras”, reforça a mesma fonte. Para esse reconhecimento tem contribuído a aposta permanente da empresa na inovação tecnológica e a realização dos necessários investimentos para garantir a optimização dos processos. A qualidade é também uma atitude de princípio para a empresa e uma prática de rotina quotidiana. A utilização de metodologias Lean nos processos produtivos, a melhoria contínua dos processos de soldadura e a aposta constante na inovação, têm permitido à empresa atingir padrões de qualidade elevados que se traduzem numa característica diferenciadora face a outras empresas do sector, conclui a fonte da TEGOPI. www.tegopi.pt Portugalglobal // Janeiro 12 // 51 EMPRESAS HUF COM NOVO INVESTIMENTO EM PORTUGAL Em Portugal há mais de 20 anos, a Huf tem um projecto de investimento para a produção de novos componentes para o sector automóvel, no montante de 9,4 milhões de euros. A Huf é de origem alemã e tem como principal actividade o fabrico de sistemas de acesso, segurança e imobilização para a indústria automóvel. O novo projecto de investimento é considerado fundamental para a continuidade da Huf em Portugal, e envolve a criação de um produto novo – o Rear View Camera para o grupo Volkswagen –, o aumento da componente electrónica em produtos já existentes (chaves para a GM EMMA), e a entrada no segmento premium do mercado automóvel, passando a fornecer marcas como a BMW e a Daimler. Orçado em 9,4 milhões de euros, o investimento está em curso e a empresa 52 // Janeiro 12 // Portugalglobal “A Huf Portuguesa exporta para os cinco continentes, fornecendo componentes para dez fábricas da PSA (Peugeot Citroën), sete fábricas da VW, 13 fábricas da GM e 12 fábricas da Ford.” já está a fornecer os projectos referidos (VW, BMW, Daimler e GM), segundo adianta fonte da empresa. A Huf Portuguesa, criada em 1991, é uma empresa do grupo Huf Hülsbeck & Fürst, com sede em Velbert (Alemanha). Em Portugal, os primeiros componentes produzidos, há 20 anos, foram sistemas de fechaduras para a Ford e para a GM, seguindo-se o fornecimento de componentes para os modelos da Autoeuropa. A Huf Portuguesa foi o 4º investimento estrangeiro da Huf e a primeira empresa do grupo a produzir sistemas de fechaduras para o mercado francês (cliente PSA). Em 2002 foi adjudicado à Huf Portuguesa um novo con- EMPRESAS ceito de chaves o que originou a implementação da 1ª linha de electrónica. Ao longo dos seus 20 anos, já forneceu componentes a mais de 50 milhões de veículos, tendo como principal actividade o fabrico de sistemas de acesso, segurança e imobilização para a indústria automóvel – CASIM. Dentro da sua gama de produtos, destacam-se o Driver Authorization Systems (sistemas de acesso e funcionamento do automóvel); o Car Access Authorization Systems (sistemas de chaves e dispositivos de rádio frequência), o Power Tailgate Systems (puxadores de porta-bagagens com e sem câmara de visão incorporada), o Mechanical Locking Systems (sistemas de fechaduras e sistemas de bloqueio da coluna da direcção) e o Door Handles Systems (puxadores externos de portas). O grupo Huf tem uma presença global em 16 países de quatro continentes, contando com fábricas de produção, escritórios de vendas e engenharia de desenvolvimento globalizadas. Inicialmente especializada no desenvolvimento e no fabrico de produtos mecânicos, a Huf integrou, no início dos anos 80, um novo know-how na área da electrónica. A aquisição de duas empresas especializadas em electrónica para o automóvel, sedeadas na Alemanha, assegurou ao grupo Huf a liderança actual, no desenvolvimento de produtos mecatrónicos no segmento CASIM (Car Access, Security and Immobilization). “Ao longo dos seus 20 anos, a Huf já forneceu componentes a mais de 50 milhões de veículos, tendo como principal actividade o fabrico de sistemas de acesso, segurança e imobilização para a indústria automóvel.” O volume de negócios da empresa atingiu o valor de 70,5 milhões de euros em 2010, mais 4 milhões do que em 2009, o que representa um crescimento de 7 por cento, ou seja, sublinha a mesma fonte, verificou-se uma ligeira recuperação depois da forte descida originada pela crise económica. As previsões para 2011 apontam para um volume de negócios de 76 milhões de euros. Relativamente à distribuição geográfica dos mercados, ganham importância a Alemanha (30 por cento), França e Espanha (27 por cento), destacando-se ainda os 5 por cento da Eslováquia e os 4 por cento da Bélgica. Mais de 90 por cento da produção é destinada ao mercado europeu. A Huf Portuguesa exporta para os cinco continentes, fornecendo componentes para dez fábricas da PSA (Peugeot Citroën), sete fábricas da VW, 13 fábricas da GM e 12 fábricas da Ford. A PSA é o maior cliente com 29 por cento das vendas totais, seguindo-se a Ford com uma quota de 22 por cento, a GM com 17 por cento e o grupo Volkswagen com 11 por cento. Estes quatro clientes representam 79 por cento da facturação. As vendas nos “Tier 1 Suppliers” situam-se nos 11 por cento (produtos para veículos GM/ Opel e produtos para veículos VW). O grupo Huf representa uma percentagem de 6 por cento do valor total de vendas. A mesma fonte refere ainda que a Huf Portuguesa foi pioneira na avaliação da satisfação dos colaboradores através da implementação de Estudos de Opinião internos e externos. É best in class na área da Saúde e Segurança, tendo os índices de frequência e gravidade mais baixos do sector, atingido um recorde de 384 dias sem acidentes de trabalho. Mais recentemente foi escolhida pela European Commission (Employment Social Affairs and Equal Opportunities) and International Training Centre – ILO – como empresa modelo no que respeita às boas práticas nas medidas antecipadoras de reestruturação (participação em seminários em Lisboa e Bruxelas). www.huf-group.com Portugalglobal // Janeiro 12 // 53 EMPRESAS inovadores que possibilitaram a massificação da Banda Larga no nosso país. Dos inúmeros projectos em que participou, a empresa destaca as parcerias efectuadas no âmbito do programa eEscolas com o fornecimento de Datacards com a TMN, Vodafone e Optimus; no fornecimento da tecnologia das redes de comunicações em fibra óptica nos projectos “Meo-Fibra” da PT e “Fibra-Clix” da Optimus; e nos pilotos tecnológicos em Redes Móveis de “Nova Geração” Tecnologia LTE para a Optimus e TMN. HUAWEI UMA APOSTA DE SUCESSO NO SECTOR DAS TECNOLOGIAS, SISTEMAS E INFORMAÇÃO A Huawei, empresa de tecnologias, sistemas e soluções de comunicação e informação de origem chinesa, está em Portugal desde 2004 e é um dos fornecedores de equipamentos e soluções para os principais operadores de telecomunicações no nosso país. Já investiu em Portugal 40 milhões de euros e irá brevemente inaugurar um Centro de Suporte Técnico para apoio aos projectos implementados, num investimento que ascende a 10 milhões de euros. Em Portugal desde 2004, a Huawei tem fornecido equipamentos e soluções para os principais operadores de telecomunicações: PT, Vodafone, Sonaecom e Zon. Dispondo de soluções integradas “end-to-end” para redes 54 // Janeiro 12 // Portugalglobal de comunicações, bem como serviços, a Huawei tem sido uma referência em Portugal em áreas tão importantes como as Redes de Nova Geração; Redes de Banda Larga Móvel e Fixa, disponibilizando equipamentos terminais Até 2010, a Huawei investiu em Portugal cerca de 40 milhões de euros na criação da Huawei Portugal, Lda., onde conta actualmente com cerca de 100 colaboradores, directos e indirectos. No início de 2012 a Huawei irá inaugurar um Centro de Suporte Técnico para apoio aos projectos implementados, cujo investimento ascende a 10 milhões de euros. Este Centro irá dispor de um laboratório multi-tecnologia e de equipas com as competências necessárias para, numa primeira fase, dar suporte aos projectos em curso em Portugal. Equipado com as diversas soluções e equipamentos Huawei, esta infra-estrutura poderá vir a evoluir para um Training Center e um Centro de Demonstração, caso as competências locais se desenvolvam conforme esperado, de acordo com fonte da empresa. Com sede em Lisboa, no Parque das Nações, e escritórios no Porto, com um EMPRESAS centro Logístico em Alverca e um Centro Tecnológico também em Lisboa, o “crescimento sustentado da empresa tem sido uma realidade que permite transmitir ao mercado e aos nossos clientes confiança na sua escolha”, afirma a mesma fonte, adiantado que a decisão da Huawei de investir em Portugal foi tomada de forma global, no seguimento da definição da estratégia de internacionalização da empresa, em meados de 2002. “Os resultados que temos obtido ao longo dos anos, com base no rigor do nosso trabalho, na qualidade dos nossos produtos e soluções e com a confiança que temos vindo a granjear junto dos nossos clientes, permite-nos afirmar que foi uma aposta ganha”, frisa. SUGALIDAL MEIO SÉCULO A EXPORTAR 100 POR CENTO PORTUGUÊS O volume de negócios da Huawei Portugal deverá ter atingido, em 2011, os 70 milhões de euros. Além do mercado das telecomunicações, já referido, a empresa tem vindo gradualmente a estender a oferta ao sector das TIC, nomeadamente ao sector empresarial com soluções IP, telepresença, videoconferência e soluções unificadas de comunicações. Fundada em 1988 em Shenzhen, na China, a Huawei tem hoje operações em mais de 160 países nos cinco continentes, e conta com mais de 120 mil colaboradores. Em 2010, registou um volume de negócios de 28 mil milhões de dólares, sendo actualmente a segunda maior empresa do mundo no sector das tecnologias, sistemas e soluções de comunicação e informação. A empresa aposta fortemente na Investigação e Desenvolvimento, afectando 40 por cento dos seus funcionários e reinvestindo 20 por cento dos lucros em I&D, de forma a poder colocar no mercado produtos e soluções inovadores. A Huawei disponibiliza um vasto portfolio de equipamentos e soluções na área das comunicações e tecnologias de informação, apresentando como principal vantagem o facto de dispor soluções “end-to-end” e “IP-Convergents” para a maior parte das solicitações, apresentando soluções integradas, eficientes e inovadoras, conclui a mesma fonte. www.huawei.com A Sugalidal, S.A. é a maior empresa nacional do sector de produção de concentrado de tomate. Com um volume de negócios de 88 milhões de euros em 2010, a empresa é uma referência pela sua ligação quer ao sector agrícola português, quer ao maior produtor mundial de produtos alimentares à base de tomate, a multinacional Heinz. Com o objectivo de manter a sua competitividade global, pois exporta mais de 95 por cento da produção, a empresa aposta numa estratégia de rigorosa qualidade e de desenvolvimento e inovação contínuos. Portugalglobal // Janeiro 12 // 55 EMPRESAS A Sugalidal, resultado da fusão, em 2009, entre a Sugal Alimentos, em Azambuja, e a Idal de Benavente, processo que veio reforçar a competitividade das duas empresas no mercado global, permanece uma empresa familiar, não obstante ser hoje a maior empresa do sector na Europa e uma das maiores a nível mundial. O crescimento ao longo das últimas cinco décadas tem sido fruto do trabalho e dedicação de uma equipa que transmite os valores e conhecimentos de geração em geração, e que tem procurado apostar sempre mais na qualidade e inovação dos seus produtos, que têm origem numa matéria-prima 100 por cento nacional. “A Sugalidal concluiu em 2010 um projecto de investimento na unidade de Benavente, que ascendeu a 9 milhões de euros, e que consiste na reformulação de todo o processo de fabrico de concentrado de tomate.” Situada na região do Ribatejo, a Sugalidal possui duas instalações fabris, em Azambuja e em Benavente, que processam anualmente 500 mil toneladas de tomate fresco. A fábrica da Azambuja está vocacionada para a primeira transformação, ou seja, na produção de concentrado de tomate. A fábrica de Benavente, para além da primeira transformação, dedica-se também à 2ª transformação, onde são produzidos os produtos Guloso. Actualmente, mais de 95 por cento da produção de ambas as fábricas destinase aos mercados europeus e asiáticos, utilizando apenas matéria-prima nacional. Os seus produtos são vendidos sob as mais conceituadas marcas, sendo de destacar a Heinz, a McDonalds e a Burger King. No mercado nacional, os produtos são vendidos sob a marca Guloso de que é proprietária. A unidade fabril de Benavente é o maior empregador individual no eixo Vila Franca de Xira/Santarém, naquela margem do Tejo. A origem da sua 56 // Janeiro 12 // Portugalglobal matéria-prima reside no próprio concelho de Benavente e áreas limítrofes, contribuindo assim fortemente para a redução das assimetrias regionais por duas vias: assegurando o escoamento da matéria-prima produzida pelos agricultores desta região e sendo responsável por um conjunto muito importante de postos de trabalho directos e indirectos, permite fixar a população que depois contribuirá para a sustentabilidade dos restantes sectores da economia local. Na Sugalidal são transformadas mais de 500 milhões de quilogramas de tomate fresco, recorrendo a empresa a mais de 6.000 hectares de plantações de tomate, numa lógica de parceria com os produtores, assente em práticas agrícolas de agricultura sustentável e de responsabilidade social. No campo, os técnicos agrícolas da empresa acompanham todas as etapas de crescimento da cultura, zelando pelo cumprimento dos cadernos de encargos dos seus clientes, bem como pelas boas práticas agrícolas. “A proximidade entre o campo e os locais de laboração é fundamental para a obtenção de frutos frescos de qualidade, que proporcionam produtos finais de excelência”, sublinha fonte da empresa. A Sugalidal concluiu em 2010 um projecto de investimento na unidade de Benavente, que ascendeu a 9 milhões de euros, e que consiste na reformulação de todo o processo de fabrico de concentrado de tomate, desde a descarga até ao acondicionamento do concentrado em recipientes próprios. Este investimento permitiu à Sugalidal adoptar a mais moderna tecnologia existente mundialmente no sector, e teve como objectivo melhorar a eficiência na produção de concentrado de tomate, tornando-a numa unidade produtiva com uma eficiência que lhe permita competir, num mercado que é global, com os produtores mais eficientes do mundo. Com uma estratégia de investimento, desenvolvimento e inovação constantes, a nível da tecnologia e dos processos, a Sugalidal pretende ser parceira em todos os segmentos de mercado: industrial, food service e retalho. Se- “Com uma estratégia de investimento, desenvolvimento e inovação constantes, a nível da tecnologia e dos processos, a Sugalidal pretende ser parceira em todos os segmentos de mercado: industrial, food service e retalho.” gundo a mesma fonte, “a nossa estratégia tem passado pelo investimento e diversificação no portefólio de produtos e apostar na eficiência produtiva de forma a oferecer produtos derivados de tomate competitivamente – a mais alta qualidade, ao melhor preço”. A combinação de um produto que é alimentar, com o facto de os respectivos clientes se encontrarem entre os mais exigentes a nível mundial, obriga a empresa a manter e a desenvolver permanentemente técnicas e práticas de EMPRESAS investigação que reduzam ao mínimo os riscos para a saúde dos consumidores finais. Tal só é possível com um permanente investimento em equipamentos e formação em práticas exigentes, que permitam a evolução dos produtos e processos sem comprometer a segurança dos seus consumidores finais. Neste sentido, dispõe de um moderno e bem equipado laboratório onde são analisadas as amostras de produto regularmente retiradas ao longo de todo o processo produtivo para respectiva avaliação e garantia de cumprimento das especificações definidas relativamente às características físico-químicas tais como a cor, sal, pH, consistência e características microbiológicas, presença de resíduos de pesticidas, entre outras. “Através do controlo dos nossos fornecedores de ingredientes e materiais de embalagem, procuramos garantir que os nossos produtos correspondam às expectativas dos nossos clientes e consumidores. A Sugalidal tem implementado em todas as suas linhas de produção o sistema de auto-controlo HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), onde estão identificados todos os possíveis riscos bem como as medidas de controlo”, acrescentou a fonte da empresa. A combinação de rentabilidades com uma unidade moderna e competitiva em custos, como a de Benavente, permite à Sugalidal potenciar a competitividade e o incremento significativo da produção, satisfazendo deste modo as necessidades dos seus clientes nacionais e internacionais. www.sugalidal.pt CONTINENTAL MABOR EXPANSÃO EM PORTUGAL PARA PRODUTOS TOPO DE GAMA A Continental Mabor tem em curso um investimento de expansão da fábrica de Lousado, em Famalicão, para aumentar a capacidade produtiva e tecnológica na gama de pneus de alta performance. A multinacional alemã está em Portugal desde 1989 e emprega 1.600 pessoas só nesta fábrica. Fundada em finais de 1989, a Continental Mabor produz pneus para veículos automóveis ligeiros, para SUV (Sport Utility Vehicles) e pneus antifuro (ou selados, os ContiSeal), em gama variada quer em medidas, quer em tipos, quer em marcas. Ao todo, tem 800 artigos em produção de 20 diferentes marcas. Exporta 97 por cento da sua produção e tem como principais mercados a Alemanha, os países do Benelux, Espanha, França, Reino Unido e Itália. Em 2010 registou um volume de negócios de perto de 600 milhões de euros, prevendo-se que este valor tenha sido largamente ultrapassado no exercício de 2011, segundo revelou fonte da Continental Mabor. Portugalglobal // Janeiro 12 // 57 EMPRESAS A empresa tem-se distinguido pelo bom desempenho no grupo Continental, nomeadamente no que respeita a inovações tecnológicas, tendo em curso um investimento de cerca de 80 milhões de euros destinado ao aumento da capacidade produtiva da fábrica de Lousado e consequente adaptação a uma maior complexidade na gama de pneus de alta performance. Este investimento deverá estar concluído até final de 2013 e, segundo a mesma fonte, a empresa espera ainda obter aprovação para novos investimentos a realizar a partir de 2014, para elevar a sua capacidade de produção “A empresa tem-se distinguido pelo bom desempenho no grupo Continental, nomeadamente no que respeita a inovações tecnológicas, tendo em curso um investimento de cerca de 80 milhões de euros destinado ao aumento da capacidade produtiva da fábrica de Lousado e consequente adaptação a uma maior complexidade na gama de pneus de alta performance.” acima de 20 milhões de pneus anuais. Ambos os projectos visam reforçar a produção de pneus de topo de gama (alta performance). A aposta da multinacional alemã em Portugal resulta da “boa experiência de investimento” em Lousado. A Continental realça a “experiência da equipa na concretização dos investimentos, a rapidez na transformação do investimento em produtos transaccionáveis e a capacidade da equipa de Lousado em trabalhar num ambiente industrial de elevada complexidade e com produtos de grande dificuldade tecnológica”, refere a fonte. A Continental Mabor é resultado de uma joint-venture, firmada em 1989, entre a Mabor Manufactura Nacional de Borracha, S.A. – empresa portuguesa com assistência técnica da General Tire, a sua associada americana, que fabricava e comercializava pneus e câmaras de ar para veículos automóveis – e a Continental AG, de Hanôver, a maior produtora de artigos de borracha da Alemanha e o quarto fabricante de pneus no mundo. Em 1993 a Continental adquiriu os restantes 40 por cento da empresa, tornando-se assim o seu único accionista. A unidade da Continental em Lousado é hoje uma das mais modernas do grupo Continental. O processo de modernização da fábrica da Mabor teve início em 1990, num investimento global superior a 100 milhões de euros efectuado durante um período de cinco anos (1990-95). Este projecto redimensionou a capacidade produtiva da empresa, com a instalação de equipamento sofisticado e eficiente que permitiu racionalizar a produção, introduzindo novas tecnologias, novos métodos e processos. A Continental Mabor tem actualmente um capital social superior a 30 milhões de euros e emprega 1.600 trabalhadores na fábrica de Lousado. www.continental-corporation.com 58 // Janeiro 12 // Portugalglobal EMPRESAS PETROGAL S.A. COMBUSTÍVEIS GLOBAIS A Petróleos de Portugal - Petrogal, SA, constituída em 1976, desenvolve a sua actividade nas áreas de exploração, produção, refinação e distribuição de produtos petrolíferos. Detida a 100 por cento pela Galp Energia, a empresa atingiu, em 2010, um volume de negócios de 12,5 mil milhões euros. A Petrogal possui as únicas refinarias existentes em Portugal – Sines e Matosinhos – onde a empresa processa petróleo bruto. No seu conjunto estas refinarias possuem uma capacidade de refinação total de 330 mil barris de petróleo bruto por dia, 20 por cento da capacidade de refinação ibérica. A Galp Energia é o único grupo integrado de produtos petrolíferos e gás natural de Portugal, com actividades que se estendem da exploração e produção de petróleo e gás natural, até à refinação e distribuição dos seus produtos, bem como à distribuição e venda de gás natural e à geração de energia eléctrica. As actividades da Galp Energia estão em forte expansão à escala global e desenvolvem-se, essencialmente, em Portugal, Espanha, Brasil, Angola, Venezuela, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Suazilândia, Gambia, Timor-Leste, Uruguai e Guiné-Equatorial. O programa de investimentos da Petrogal para a área de refinação, entre os anos 2006 e 2012, ascende a cerca de 500 milhões de euros, contemplando, entre outros, a modernização do terminal petrolífero de Leixões, a monobóia para descarga de crude (já em funcionamento), para além dos investimentos na renovação dos parques de tanques e dos pipelines e investimentos de melhoria ambiental e eficiência energética em ambas as refinarias. Adicionalmente, e com vista a ajustar o perfil de produção às necessidades do mercado ibérico, onde existe um défice de gasóleo e uma contínua diminuição do consumo de fuel oil, a Petrogal iniciou, em 2008, o processo de reconfiguração do seu complexo refinador, que representa um custo total superior a 1.400 milhões de euros, sendo o maior investimento industrial já efectuado em Portugal. O valor global do investimento atinge, assim, um valor próximo de 2 mil milhões de euros. Este projecto de reconfiguração consiste no aumento da capacidade de conversão das duas refinarias, anteriormente mais direccionadas para a produção de gasolina, dotando-as de unidades de conversão vocacionadas para a transformação de fracções pesadas de petróleo bruto em destilados de petróleo médios, nomeadamente gasóleo. Após a conclusão do projecto a actividade de refinação em Portugal passa a poder transformar crudes mais pesados, com maior oferta no mercado internacional, de que resulta uma maior autonomia estratégica quanto às respectivas fontes de abastecimento. A Petrogal optimiza, deste modo, a sua gama de matérias-primas e produtos e melhorou a integração das duas refinarias. De referir que o projecto de reconfiguração do aparelho refinador, para além de ser gerador de emprego, cumpre apertados critérios de ordem ambiental e de segurança. www.petrogal.pt Portugalglobal // Janeiro 12 // 59 EMPRESAS HIKMA FARMACÊUTICA APOSTA EM PORTUGAL E INAUGURA NOVA FÁBRICA Presente em Portugal desde 1989, a farmacêutica Hikma reforçou a aposta no nosso país e inaugurou recentemente uma nova fábrica, num investimento de 12 milhões de euros que irá permitir aumentar as vendas em 4,5 milhões de euros. Originária da Jordânia, a Hikma possui uma dimensão à escala global, mas foi em Portugal que iniciou o seu processo de internacionalização. Fundada em 1978, na Jordânia, a Hikma é um grupo farmacêutico multinacional focado no desenvolvimento, fabrico e comercialização de uma vasta gama de medicamentos genéricos e sob licença. Actualmente a Hikma possui uma dimensão à escala global, estando presente na Europa, nos Estados Unidos, Médio Oriente e Norte de África, com uma facturação consolidada superior a mil milhões de dólares e empregando mais de 6.000 pessoas. A subsidiária portuguesa do grupo, a Hikma Farmacêutica (Portugal), S.A., foi fundada em 1989 e marcou o início do processo de internacionalização da empresa. A Hikma Portugal é o centro de decisão do segmento de injectáveis ao nível do grupo, sendo responsável por um volume de negócios global superior a 190 milhões de dólares. 60 // Janeiro 12 // Portugalglobal A Hikma Farmacêutica dedica-se à produção e comercialização especializada de medicamentos genéricos, para uso exclusivo hospitalar, quer para o mercado nacional quer para o mercado internacional. O parque industrial, situado em Sintra, foi inaugurado em 9 de Junho de 1994, e tem, desde essa data, sido alvo de contínuos investimentos no sentido da sua ampliação e modernização. Com uma área de construção de 9.500 metros quadrados, as valências instaladas incorporam áreas de produção, embalagem e armazenamento, bem como áreas dedicadas a laboratórios equipados com as mais recentes tecnologias. Os medicamentos produzidos nesta unidade destinam-se exclusivamente ao mercado hospitalar e cobrem um vasto leque de categorias terapêuticas entre as quais: anti-infecciosos, anestésicos, sistema nervoso central, analgésicos e cardiovasculares. A Hikma emprega em Portugal 322 colaboradores directos. De acordo com Riad Mechlaoui, director geral da empresa, o grupo Hikma vai continuar a investir em Portugal, quer na expansão e melhoria das suas instalações produtivas quer na formação e qualificação dos nossos profissionais. “Pese a conjuntura depressiva, a empresa espera continuar a ter crescimentos de dois dígitos no seu volume de negócios”, afirma a mesma fonte. Essa aposta traduziu-se na recente inauguração de uma nova unidade industrial de liofilização em Sintra, no seguimento de um contrato de investimento celebrado com o Estado português e no âmbito de um projecto de investimento iniciado em 2005 e cuja primeira fase agora foi concluída. A nova fábrica, que tem uma área bruta de 4.000 metros quadrados, EMPRESAS representou um investimento de 12 milhões de euros, criou 32 novos postos de trabalho directos e irá contribuir para um aumento de vendas na ordem dos 4,5 milhões euros. O Ministro da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, esteve presente na inauguração desta nova unidade de liofilização. No curto prazo, a Hikma Portugal vai continuar a investir na expansão da sua capacidade produtiva e na melhoria dos seus níveis de eficiência. Está já em curso a construção de uma nova área de armazenamento, num investimento total de 1,2 milhões de euros, que vai permitir ultrapassar alguns constrangimentos logísticos, adianta Riad Mechlaoui. Para 2012 está previsto o início da expansão das áreas de embalagem, completando a segunda fase de expansão do parque industrial. A médio prazo está ainda previsto a construção de mais uma unidade de produção com o intuito de aumentar a gama de produtos da Hikma. Estes investimentos serão acompanhados de um aumento no número de colaboradores, que se estima que durante o ano de 2012 venha a ultrapassar os 350, acrescenta. Uma empresa exportadora Sendo a Hikma uma empresa exportadora por excelência, a conjuntura macroeconómica que se vive no país não tem tido reflexos significativos no desempenho financeiro e operacional da empresa. O mesmo responsável revelou que a Hikma Portugal terá ultrapassado, pela primeira vez em 2011, a barreira dos 50 milhões de euros de facturação. “Olhando para o passado recente, desde o início do projecto de investimento em 2004 até ao presente exercício o volume de negócios tem crescido a uma taxa média anual constante de 15 por cento”, explica, acrescentando que cerca de 90 por cento deste volume de negócios serão exportações, estando aproximadamente 47 milhões de euros estimados para 2011. Os resultados operacionais têm vindo a acompanhar este crescimento na facturação, pelo que o resultado operacional do presente exercício será superior a 6 milhões de euros, que compara com 4 milhões de euros em 2010 e 1,7 milhões em 2009, adianta Riad Mechlaoui, sublinhando que as pers- pectivas para 2012 são “animadoras”, esperando-se um aumento do volume de negócios superior a 10 por cento, com um reforço claro das exportações, sobretudo para o Médio Oriente e para o mercado americano. “Grande parte das exportações resulta da procura interna do grupo, com um peso aproximado de 60 por cento do total da procura internacional. A Hikma Portugal é o centro de excelência para a produção de medicamentos injectáveis e este facto sustenta toda nossa estratégia de internacionalização. Posteriormente são as diferentes subsidiárias espalhadas pelo mundo que fazem a distribuição do produto final”, diz ainda o director geral da empresa. Actualmente a Hikma exporta para 13 mercados externos, sendo os principais destinos da sua produção: a Jordânia, os Estados Unidos da América, a Alemanha, a Finlândia, a Arábia Saudita e a Argélia. A Hikma investe anualmente mais de 4 por cento do seu volume de negócios em despesas de Investigação e desenvolvimento. A empresa aposta também em elevados padrões de qualidade dos seus produtos, sendo de referir que as instalações produtivas em Sintra estão aprovadas pela FDA (“Food and Drug Administration”, a autoridade norteamericana para o sector) desde 1997. Outro factor de diferenciação é a equipa de profissionais altamente qualificados e com elevado grau de especialização que está ao serviço da Hikma em Portugal, correspondendo aos requisitos regulamentares mais elevados da indústria determinados quer pelos standards do grupo Hikma quer pelas normas nacionais e internacionais (GMP - Good Manufacturing Practices), conclui o director geral da empresa. www.hikma.com Ministro da Economia e do Emprego na visita à nova fábrica da Hikma Portugalglobal // Janeiro 12 // 61 OPINIÃO TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO INVESTIMENTO EM PORTUGAL >POR JOSÉ GALAMBA DE OLIVEIRA, PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGAL OUTSOURCING A Associação Portugal Outsourcing foi constituída em Setembro de 2008 com o fim último de contribuir para o desenvolvimento do sector português de Outsourcing de Tecnologias de Informação e Comunicação, nomeadamente através da sua divulgação nacional e internacional, da promoção de melhores práticas, da dinamização da discussão de temas relevantes para o desenvolvimento do sector e do apoio ao desenvolvimento de estudos estratégicos sobre o mesmo. Sendo a percepção interna hoje existente da actividade e oferta do outsourcing em Portugal bem diferente daquela que existia antes de se iniciar este trajecto, fruto do trabalho realizado desde então, é igualmente verdade que na perspectiva externa, como resultado do empenho do conjunto de empresas que compõem a Portugal Outsourcing, o nosso país foi reconhecido em 2011, pela primeira vez, como um dos 11 países desenvolvidos do mundo a serem ponderados para a realização de outsourcing de tecnologias de informação e processos, logo após uma lista de 30 países dominada pelos mercados emergentes. Porém, e se ainda que este reconhecimento internacional muito deveria contribuir, num cenário económico de maior estabilidade, para um mais fácil potenciar do nosso país no processo de promoção e de captação internacional de investimento estrangeiro na área dos serviços de outsourcing de base tecnológica, a verdade é que, face à significativa alteração da realidade do país nos tempos mais recentes e ao cenário de grave crise económica que 62 // Janeiro 12 // Portugalglobal OPINIÃO nos afecta, a percepção dos principais investidores e analistas internacionais têm da imagem de Portugal deixou de ser tão positiva também neste sector. Ainda assim, e justamente porque Portugal reúne efectivamente um conjunto de factores muito vantajosos face a destinos concorrentes numa perspectiva de nearshore, a Associação Portugal Outsourcing continuará em 2012 a apostar na sua promoção e divulgação internacional, com destaque para a existência de diversas infra-estruturas de comunicação de altíssima qualidade, essenciais às operações, para o facto de o nosso país ser um destino de referência no domínio de línguas estrangeiras e para a capacidade inata dos profissionais portugueses para trabalhar em diferentes países e em ambientes multiculturais, estando aliás a comunidade portuguesa de profissionais do sector das TIC entre as mais competentes, criativas e empenhadas quando comparadas com os seus pares numa perspectiva internacional. “Portugal reúne um conjunto de factores muito vantajosos face a destinos concorrentes numa perspectiva de nearshore, pelo que a Associação Portugal Outsourcing continuará em 2012 a apostar na sua promoção e divulgação internacional, com destaque para a existência de diversas infra-estruturas de comunicação de altíssima qualidade, essenciais às operações, para o facto de o nosso país ser um destino de referência no domínio de línguas estrangeiras e para a capacidade inata dos profissionais portugueses para trabalhar em diferentes países e em ambientes multiculturais.” Outras das vantagens a destacar assentam no facto de Portugal ainda se apresentar como um destino competitivo em termos de custos/valor face aos seus concorrentes, e o facto de se ter assistido, em Portugal, a uma recente forte aposta na Educação, com foco crescente em I&D e aplicações comerciais, por exemplo, sendo Portugal considerado líder em eGovernment e dispor de serviços públicos informatizados de altíssima qualidade, factos positivamente observados pelas entidades que avaliam o nosso país. Já na perspectiva interna, a Portugal Outsourcing acredita que o sector pode efectivamente, de forma concreta e consistente, contribuir para o cumprimento de algumas das medidas estruturantes que se impõem no país, devendo as reformas profundas que se avizinham ao nível, entre outros, dos serviços partilhados do Estado, passar também pela disponibilidade das nossas empresas e sua própria capacidade de investimento para trabalhar conjuntamente com o Governo português na definição das melhores soluções nas áreas nas que a nossa proposta de valor se adeque. E é assim, crente no papel que este sector poderá desempenhar no que respeita à redução de custos, à melhoria da produtividade e à eficiência dos processos dos serviços públicos, que a Portugal Outsourcing está neste momento a trabalhar na organização de um Seminário totalmente orientado à Administração Pública, a decorrer em Janeiro de 2012, que dará grande destaque e visibilidade ao nosso sector enquanto parte da solução da actual crise em que nos encontramos. www.portugaloutsourcing.pt Portugalglobal // Janeiro 12 // 63 ANÁLISE DE RISCO - PAÍS COSEC Políticas de cobertura para mercados No âmbito de apólices individuais África do Sul* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Angola C Caso a caso numa base restritiva. M/L Garantia soberana. Limite total de responsabilidades. Antilhas Holandesas C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Arábia Saudita C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Caso a caso. Argélia C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: eventual exigência de carta de crédito irrevogável. M/L Em princípio, exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Argentina T Caso a caso. Barein C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Benim C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, e com exigência de garantia soberana ou bancária. Brasil* C Aberta sem condições restritivas. M/L Clientes soberanos: Aberta sem condições restritivas. Outros Clientes públicos e privados: Aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária. Bulgária C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Cabo Verde C Aberta sem condições restritivas. M/L Eventual exigência de garantia bancária ou de garantia soberana (decisão casuística). Camarões T Caso a caso, numa base muito restritiva. Cazaquistão Temporariamente fora de cobertura. Chile C M/L Aberta sem restrições. Clientes públicos: aberta sem condições restritivas. Clientes privados: em princípio, aberta sem condições restritivas. Eventual exigência de garantia bancária numa base casuística. China* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Chipre C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Colômbia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Coreia do Sul C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Geórgia C Caso a caso numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L Guiné-Bissau T Fora de cobertura. Guiné Equatorial C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Costa do Marfim T Decisão casuística. Costa Rica C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Croácia C Carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Extensão do prazo constitutivo de sinistro para 12 meses. Redução da percentagem de cobertura para 90 por cento. Limite por operação. Cuba T Fora de cobertura. Egipto C Carta de crédito irrevogável M/L Caso a caso. Emirados Árabes Unidos C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Eslováquia C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Não definida. Eslovénia C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Estónia C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. aso a caso, numa base muito C restritiva e com a exigência de contra garantias. Clientes públicos e soberanos: caso a caso, mediante análise das garantias oferecidas, designadamente contrapartidas do petróleo. Clientes privados: caso a caso, numa base muito restritiva, condicionada a eventuais contrapartidas (garantia de banco comercial aceite pela COSEC ou contrapartidas do petróleo). Hong-Kong C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Hungria C Aberta sem condições restritivas. M/L arantia bancária (decisão G casuística). Iémen C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Caso a caso, numa base muito restritiva. Índia C M/L Aberta sem condições restritivas. Garantia bancária. Indonésia C Caso a caso, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. M/L aso a caso, com eventual exiC gência de garantia bancária ou garantia soberana. Irão C M/L arta de crédito irrevogável ou C garantia bancária. Garantia soberana. Iraque T Fora de cobertura. Etiópia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso numa base muito restritiva. Israel C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). Filipinas C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Jordânia C Caso a caso. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Gana C Caso a caso numa base muito restritiva. Koweit C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). M/L 64 // Janeiro 12 // Portugalglobal Fora de cobertura. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Letónia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária. Líbano C Clientes públicos: caso a caso numa base muito restritiva. Clientes privados: carta de crédito irrevogável ou garantia bancária. M/L Clientes públicos: fora de cobertura. Clientes privados: caso a caso numa base muito restritiva. Líbia T Fora de cobertura. Lituânia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária. Macau C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Malásia C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Malawi C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Clientes públicos: fora de cobertura, excepto para operações de interesse nacional. Clientes privados: análise casuística, numa base muito restritiva. Malta C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Marrocos* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Martinica C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. México* C Aberta sem restrições. M/L Em princípio aberta sem restrições. A eventual exigência de garantia bancária, para clientes privados, será decidida casuisticamente. Moçambique C Caso a caso, numa base restritiva (eventualmente com a exigência de carta de crédito irrevogável, garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e aumento do prazo constitutivo de sinistro). M/L Aumento do prazo constitutivo de sinistro. Sector privado: caso a caso numa base muito restritiva. Operações relativas a projectos geradores de divisas e/ou que admitam a afectação prioritária de receitas ao pagamento dos créditos garantidos, terão uma ponderação positiva na análise do risco; sector público: caso a caso numa base muito restritiva. ANÁLISE DE RISCO - PAÍS de destino das exportações portuguesas No âmbito de apólices globais Montenegro C Caso a caso, numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L Caso a caso, com exigência de garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante. Nigéria C Caso a caso, numa base restritiva (designadamente em termos de alargamento do prazo constitutivo de sinistro e exigência de garantia bancária). M/L Caso a caso, numa base muito restritiva, condicionado a eventuais garantias (bancárias ou contrapartidas do petróleo) e ao alargamento do prazo contitutivo de sinistro. Oman C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Panamá C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Roménia C Exigência de carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Rússia C Sector público: aberta sem restrições. Sector privado: caso a caso. M/L Senegal C Em princípio, exigência de garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC e eventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. M/L Paraguai C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. Peru C Aberta sem condições restritivas. lientes soberanos: aberta sem C condições restritivas. Clientes públicos e privados: aberta, caso a caso, com eventual exigência de garantia soberana ou bancária. Polónia* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Qatar C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). Quénia C Carta de crédito irrevogável. M/L Caso a caso, numa base restritiva. República Checa C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária (decisão casuística). República Dominicana C Aberta caso a caso, com eventual exigência de carta de crédito irrevogável ou garantia bancária emitida por um banco aceite pela COSEC. M/L berta caso a caso com exigência A de garantia soberana (emitida pela Secretaria de Finanzas ou pelo Banco Central) ou garantia bancária. Sector público: aberta sem restrições, com eventual exigência de garantia bancária ou garantia soberana. Sector privado: caso a caso. S. Tomé e Príncipe T Fora de cobertura. Paquistão Temporariamente fora de cobertura. M/L E xigência de garantia bancária ou garantia soberana (decisão casuística). E ventual alargamento do prazo constitutivo de sinistro. Sector público: caso a caso, com exigência de garantia de pagamento e transferência emitida pela Autoridade Monetária (BCEAO); sector privado: exigência de garantia bancária ou garantia emitida pela Autoridade Monetária (preferência a projectos que permitam a alocação prioritária dos cash-flows ao reembolso do crédito). Sérvia C C aso a caso, numa base restritiva, privilegiando-se operações de pequeno montante. M/L aso a caso, com exigência de C garantia soberana ou bancária, para operações de pequeno montante. Singapura C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Síria T aso a caso, numa base muito C restritiva. Suazilândia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Tailândia C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Não definida. Taiwan C Aberta sem condições restritivas. M/L Não definida. Tanzânia T Caso a caso, numa base muito restritiva. Na apólice individual está em causa a cobertura de uma única transação para um determinado mercado, enquanto a apólice global cobre todas as transações em todos os países para onde o empresário exporta os seus produtos ou serviços. As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem bens de consumo e intermédio, cujas transações envolvem créditos de curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo um ano, e que se repetem com alguma frequência. Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices, a política de cobertura é casuística e, em geral, mais flexível do que a indicada para as transações no âmbito das apólices individuais. Encontram-se também fora de cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque e S. Tomé e Príncipe. Tunísia* C Aberta sem condições restritivas. M/L Garantia bancária. Turquia C Carta de crédito irrevogável. M/L Garantia bancária ou garantia soberana. Advertência: A lista e as políticas de cobertura são indicativas e podem ser alteradas sempre que se justifique. Os países que constam da lista são os mais representativos em termos de consultas e responsabilidades assumidas. Todas as operações são objecto de análise e decisão específicas. Ucrânia C Clientes públicos: eventual exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de carta de crédito irrevogável. M/L Zimbabwe C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L Fora de cobertura. lientes públicos: eventual C exigência de garantia soberana. Clientes privados: eventual exigência de garantia bancária. Legenda: C M/L Para todas as operações, o prazo constitutivo de sinistro é definido caso a caso. Uganda C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L T Curto Prazo Médio / Longo Prazo Todos os Prazos * Mercado prioritário. Fora de cobertura. Uruguai C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). M/L Não definida. Venezuela C Clientes públicos: aberta caso a caso com eventual exigência de garantia de transferência ou soberana. Clientes privados: aberta caso a caso com eventual exigência de carta de crédito irrevogável e/ou garantia de transferência. M/L berta caso a caso com exigência A de garantia soberana. Zâmbia C Caso a caso, numa base muito restritiva. M/L COSEC Companhia de Seguro de Créditos, S. A. Direcção Internacional Avenida da República, 58 1069-057 Lisboa Tel.: +351 217 913 832 Fax: +351 217 913 839 [email protected] www.cosec.pt Fora de cobertura. Portugalglobal // Janeiro 12 // 65 TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES COSEC Tabela classificativa de países Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Classificativa de Países com a graduação dos mercados em função do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corresGrupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Alemanha * Andorra * Austrália * Áustria * Bélgica * Canadá * Checa, Rep. * Chipre Coreia do Sul * Dinamarca * Eslováquia * Eslovénia * Espanha * Estónia EUA * Finlândia * França * Grécia * Holanda * Hong-Kong Hungria * Irlanda * Islândia * Israel * Itália * Japão * Liechtenstein * Luxemburgo * Malta * Mónaco * Noruega * Nova Zelândia * Polónia * Portugal * Reino Unido * São Marino * Singapura * Suécia * Suiça * Taiwan Vaticano * Arábia Saudita Brunei Chile China • Gibraltar Koweit Macau Malásia Oman Qatar Trind. e Tobago África do Sul • Argélia Bahamas Barbados Botswana Brasil • Costa Rica Dep/ter Austr.b Dep/ter Din.c Dep/ter Esp.d Dep/ter EUAe Dep/ter Fra.f Dep/ter N. Z.g Dep/ter RUh EAUa Ilhas Marshall Índia Marrocos • Maurícias México • Micronésia Namíbia Palau Panamá Peru Rússia Tailândia Tunísia • Uruguai Grupo 4 Aruba Barein Bulgária Colômbia Egipto El Salvador Fidji Filipinas Indonésia Lituânia Roménia Turquia pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento e o grupo 7 à maior. As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de prémio aplicáveis. Grupo 5 Grupo 6 Azerbeijão Cabo Verde Cazaquistão Croácia Dominicana, Rep. Gabão Gana Guatemala Jordânia Lesoto Letónia Macedónia Mongólia Nigéria Papua–Nova Guiné Paraguai S. Vic. e Gren. Santa Lúcia Vietname Albânia Angola Ant. e Barbuda Arménia Bangladesh Belize Benin Bolívia Butão Camarões Camboja Comores Congo Djibouti Dominica Geórgia Honduras Irão Jamaica Kiribati Mali Moçambique Montenegro Nauru Quénia Samoa Oc. Senegal Sérvia Sri Lanka Suazilândia Tanzânia Turquemenistão Tuvalu Uganda Uzbequistão Vanuatu Zâmbia Grupo 7 Afeganistão Argentina Bielorussia Bósnia e Herzegovina Burkina Faso Burundi Campuchea Cent. Af, Rep. Chade Congo, Rep. Dem. Coreia do Norte C. do Marfim Cuba • Equador Eritreia Etiópia Gâmbia Grenada Guiana Guiné Equatorial Guiné, Rep. da Guiné-Bissau • Haiti Iemen Iraque • Quirguistão Ruanda S. Crist. e Nevis S. Tomé e Príncipe • Salomão Seicheles Serra Leoa Síria Somália Sudão Suriname Tadzequistão Togo Tonga Ucrânia Venezuela Zimbabué Kosovo Laos Líbano Libéria Líbia Madagáscar Malawi Maldivas Mauritânia Moldávia Myanmar Nepal Nicarágua Níger Paquistão Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos, S.A. * País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos, à excepção do Chipre, Hong-Kong e Taiwan. • Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura • Fora de cobertura, excepto operações de relevante interesse nacional NOTAS a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma b) Ilhas Norfolk c) Ilhas Faroe e Gronelândia d) Ceuta e Melilha e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico 66 // Janeiro 12 // Portugalglobal f) G uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive h) A nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta. Helena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos ESTATÍSTICAS INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO >PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE), EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES. INVESTIMENTO DIRECTO COM O EXTERIOR INVESTIMENTO DIRECTO DO EXTERIOR EM PORTUGAL 2010 tvh 10/09 2010 Jan./Nov. 2011 Jan./Nov. tvh 11/10 Jan./Nov. tvh 11/10 Nov./Nov. tvc 11/11 Nov./Out. IDE bruto 35.099 9,6% 31.753 30.792 -3,0% 15,4% 5,5% IDE desinvestimento 34.002 13,1% 29.619 28.041 -5,3% 11,4% 7,2% IDE líquido 1.097 -43,7% 2.135 2.751 28,8% 150,6% -15,4% IDE Intra UE 30.380 3,2% 27.527 27.309 -0,8% 13,5% 0,3% IDE Extra UE 4.719 82,3% 4.226 3.483 -17,6% 28,6% 55,6% IDE Intra UE 86,6% – 86,7% 88,7% – – – IDE Extra UE 13,4% – 13,3% 11,3% – – – Unidade: Milhões de euros % Total IDE bruto % Total tvh 11/10 % Total tvh 11/10 Espanha IDE bruto - Origens 2011 Jan./Nov. 20,3% 46,3% Comércio 44,9% 11,2% França 16,8% -3,0% Ind. Transformadoras 23,9% -6,0% Reino Unido 16,1% 12,1% Activ. Financeiras e de Seguros 9,6% -50,1% Países Baixos 13,4% 27,8% Activ. de Informação e Comunicação 6,5% 7,4% Alemanha 11,2% -41,9% Act. de Consultoria e Técnicas 3,2% -1,7% 2010 tvh 10/09 2010 Jan./Nov. 2011 Jan./Nov. tvh 11/10 Jan./Nov. tvh 11/10 Nov./Nov. tvc 11/11 Nov./Out. IDPE bruto 6.866 -11,6% 6.185 10.214 65,1% -1,0% 46,4% IDPE desinvestimento 13.191 83,7% 10.811 5.512 -49,0% 79,1% -44,9% IDPE líquido -6.325 -1.176,2% -4.626 4.702 201,7% -27,0% 549,0% IDPE Intra UE 3.932 -28,5% 3.645 8.722 139,3% 204,5% 80,6% IDPE Extra UE 2.934 29,3% 2.540 1.493 -41,2% -79,1% -28,4% IDPE Intra UE 57,3% – 58,9% 85,4% – – – IDPE Extra UE 42,7% – 41,1% 14,6% – – – % Total tvh 11/10 % Total tvh 11/010 Países Baixos 66,4% 784,9% Activ. Financeiras e de Seguros 76,4% 94,1% Espanha 13,1% 74,5% Ind. Transformadoras 5,8% 108,8% Brasil 4,9% -54,9% Electricidade, Gás, Água 5,2% 1.105,9% Angola 2,0% n.d. Activ. de Consultoria e Técnicas 3,9% -38,5% Estados Unidos 1,4% -15,3% Construção 2,9% -13,9% 2009 Dez. 2010 Dez. tvh 10/09 2010 Set. 2011 Set. tvh 11/10 Set./Set. tvc 11/11 Set./Jun. Stock IDE 79.626 82.504 3,6% 81.908 83.939 2,5% -2,1% Stock IDPE 47.530 48.352 1,7% 48.693 52.835 8,5% 1,0% INVESTIMENTO DIRECTO DE PORTUGAL NO EXTERIOR IDE bruto - Sector 2011 Jan./Nov. Unidade: Milhões de euros % Total IDPE bruto IDPE bruto - Destinos 2011 Jan./Nov. IDPE bruto - Sector 2011 Jan./Nov. n.d. – não disponível Unidade: Milhões de euros Fonte: Banco de Portugal Portugalglobal // Janeiro 12 // 67 ESTATÍSTICAS COMÉRCIO INTERNACIONAL 2010 tvh 10/09 2010 Jan./Nov. 2011 Jan./Nov. tvh 11/10 Jan./Nov. tvh 11/10 Nov./Nov. tvc 11/11 Nov./Out. Exportações bens 36.762 16,0% 33.630 39.049 16,1% 15,4% 1,4% Exportações bens UE27 27.573 15,4% 25.280 29.059 14,9% 8,7% -0,5% Exportações bens Extra UE27 9.189 17,7% 8.349 9.990 19,7% 37,0% 6,8% Exportações bens UE27 75,0% – 75,2% 74,4% – – – Exportações bens Extra UE27 25,0% – 24,8% 25,6% – – – BENS (Exportação) Unidade: Milhões de euros Unidade: % do total Exp. Bens - Clientes 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p. Espanha 25,0% 8,7% Alemanha 1.018 3,0 Alemanha 13,8% 23,3% Espanha 783 2,3 França 12,1% 18,4% França 734 2,2 Angola 5,4% 22,2% Angola 382 1,1 Reino Unido 5,1% 6,7% Bélgica 273 0,8 Países Baixos 4,0% 19,1% Países Baixos 247 0,7 Itália 3,7% 11,6% Líbia -22 -0,1 % Total tvh 11/10 Exp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p. Máquinas; Aparelhos 14,5% 12,6% Veículos, Out. Mat. Transporte 1.106 3,3 Veículos, Out. Mat. Transporte 13,4% 26,8% Máquinas; Aparelhos 636 1,9 Metais Comuns 8,1% 18,5% Químicos 530 1,6 Combustíveis Minerais 7,1% 21,3% Metais Comuns 495 1,5 Plásticos, Borracha 6,9% 15,1% Combustíveis Minerais 485 1,4 Exp. Bens - Produtos 2011 Jan./Nov. 2010 tvh 10/09 2010 Jan./Nov. 2011 Jan./Nov. tvh 11/10 Jan./Nov. tvh 11/10 Nov./Nov. tvc 11/11 Nov./Out. Exportações totais de serviços 17.572 7,7% 16.044 17.551 9,4% 6,0% -13,2% Exportações serviços UE27 12.688 5,8% 11.623 12.594 8,4% 5,9% -14,8% Exportações serviços extra UE27 4.884 13,0% 4.421 4.957 12,1% 6,5% -9,3% Exportações serviços UE27 72,2% – 72,4% 71,8% – – – Exportações serviços extra UE27 27,8% – 27,6% 28,2% – – – SERVIÇOS Unidade: Milhões de euros Unidade: % do total 68 // Janeiro 12 // Portugalglobal ESTATÍSTICAS 2010 tvh 10/09 2010 Jan./Nov. 2011 Jan./Nov. Importações bens 57.053 11,0% 51.863 53.275 2,7% -7,3% 0,5% Importações bens UE27 43.205 7,0% 39.069 38.820 -0,6% -13,8% -2,6% Importações bens Extra UE27 13.849 25,9% 12.795 14.455 13,0% 16,5% 10,0% Importações bens UE27 75,4% – 75,3% 72,9% – – – Importações bens Extra UE27 24,3% – 24,7% 27,1% – – – BENS (Importação) tvh 11/10 Jan./Nov. tvh 11/10 Nov./Nov. tvc 11/11 Nov./Out. Unidade: Milhões de euros Unidade: % do total Imp. Bens - Fornecedores 2011 Jan./Nov. % Total tvh 11/10 Espanha 31,4% 3,2% Alemanha 12,4% França 6,9% Itália Países Baixos Reino Unido Nigéria Meur Cont. p. p. Argélia 590 1,1 -3,3% Espanha 520 1,0 -3,6% Angola 466 0,9 5,3% -4,1% Brasil 414 0,8 4,8% -5,1% Arábia Saudita 381 0,7 3,4% -9,1% EUA 263 0,5 2,7% 14,2% Líbia -722 -1,4 % Total tvh 11/10 Imp. Bens - Var. Valor (11/10) Meur Cont. p. p. Combustíveis Minerais 17,8% 23,3% Combustíveis Minerais 1.791 3,5 Máquinas, Aparelhos 15,0% -6,6% Agrícolas 554 1,1 Veículos, Out. Mat. Transporte 10,8% -17,9% Plásticos, Borracha 295 0,6 Químicos 10,4% 5,3% Máquinas, Aparelhos -561 -1,1 Agrícolas 10,3% 11,2% Veículos, Out. Mat. Transporte -1.251 -2,4 Imp. Bens - Produtos 2011 Jan./Nov. Imp. Bens - Var. Valor (11/10) 2010 tvh 10/09 2010 Jan./Nov. 2011 Jan./Nov. tvh 11/10 Jan./Nov. tvh 11/10 Nov./Nov. tvc 11/11 Nov./Out. Importações totais de serviços 10.866 5,2% 9.914 10.472 5,6% 7,5% 1,6% Importações serviços UE27 7.678 2,8% 7.009 7.402 5,6% 1,6% -1,1% Importações serviços extra UE27 3.188 11,2% 2.905 3.070 5,7% 22,7% 8,0% Importações serviços UE27 41,5% – 70,7% 70,7% – – – Importações serviços extra UE27 58,5% – 29,3% 29,3% – – – FMI CE OCDE Min. Finanças BdP SERVIÇOS Unidade: Milhões de euros Unidade: % do total PREVISÕES 2011 : 2012 (tvh real %) 2010 2011 (Jan./Set.) INE INE Set. 11 Nov. 11 Nov. 11 Out. 11 Jan. 12 PIB 1,4 -1,1 -2,2 : -1,8 -1,9 : -3,0 -1,6 : -3,2 -2,2 : -2,8 -1,6 : -3,1 Exportações Bens e Serviços 8,8 7,8 6,6 : 6,5 6,6 : 4,2 7,2 : 4,0 6,7 : 4,8 7,3 : 4,1 Fontes: INE/Banco de Portugal Notas e siglas: Meur - Milhões de euros tvc - Taxa de variação em cadeia Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga Portugalglobal // Janeiro 12 // 69 REDE EXTERNA DA AICEP ÁFRICA DO SUL / Joanesburgo BRASIL / São Paulo ALEMANHA / Berlim CABO VERDE / Praia CANADÁ / Toronto ANGOLA / Benguela CHILE / Santiago do Chile ANGOLA / Luanda CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA / Macau ARGÉLIA / Argel ARGENTINA / Buenos Aires CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA / Pequim ÁUSTRIA / Viena CHINA, REPÚBLICA POPULAR DA / Xangai BÉLGICA / Bruxelas Copenhaga Berlim Haia Bruxelas Dublin Londres Paris Milão Toronto Nova Iorque Vigo Barcelona S. Francisco Madrid Rabat Mérida Praia Cidade do México Caracas São Paulo Santiago do Chile Centro de Negócios Escritórios Representações 70 // Janeiro 12 // Portugalglobal Buenos Aires Argel DINAMARCA / Copenhaga FINLÂNDIA / Helsínquia JAPÃO / Tóquio ROMÉNIA / Bucareste ESPANHA / Madrid FRANÇA / Paris LÍBIA / Tripoli RÚSSIA / Moscovo GRÉCIA/ Atenas MALÁSIA/ Kuala Lumpur SINGAPURA / Singapura HOLANDA / Haia MARROCOS / Rabat SUÉCIA / Estocolmo HUNGRIA / Budapeste MÉXICO / Cidade do México SUÍÇA / Zurique ÍNDIA, REPÚBLICA DA / Nova Deli MOÇAMBIQUE / Maputo TUNÍSIA / Tunes INDONÉSIA / Jacarta POLÓNIA / Varsóvia TURQUIA / Ancara IRLANDA / Dublin REINO UNIDO / Londres TURQUIA / Istambul ITÁLIA / Milão REPÚBLICA CHECA / Praga VENEZUELA / Caracas ESPANHA / Barcelona ESPANHA / Mérida ESPANHA / Vigo ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / Nova Iorque ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA / S. Francisco Helsínquia Estocolmo Zurique Moscovo Varsóvia Praga Budapeste Viena Bucareste Pequim Ancara Istambul Atenas Tunes Tóquio Tripoli Nova Deli Xangai Macau Kuala Lumpur Singapura Jacarta Luanda Benguela Maputo Joanesburgo Portugalglobal // Janeiro 12 // 71 BOOKMARKS GESTÃO ESTRATÉGICA A gestão estratégica, uma das áreas da gestão em que se verifica um maior dinamismo quer no seu desenvolvimento teórico quer no que respeita à sua aplicação prática é, geralmente, vista como a cúpula das diversas áreas em que se pode decompor a gestão de uma empresa. O livro vai ao encontro das necessidades desses dois grupos de estudantes (de graduação e pós-graduação) bem como dos gestores que exercem ou perspectivam vir a assumir funções de gestão nos níveis superiores, ou consultores e outros técnicos que pretendam desenvolver ou reciclar conhecimentos nesta área. Parte-se do princípio de que não existem receitas para resolver os problemas de gestão estratégica e que um seguro domínio da diversidade de teorias e abordagens facilita a tomada das decisões que traduzem a concretização da estratégia pensada. Sem prejuízo da procura do equilíbrio entre a teoria e a prática, atribui-se, intencionalmente, um peso mais significa- tivo do que é habitual à implementação e controlo da estratégia, isto é, à acção estratégica propriamente dita, pois só pela acção a estratégia se concretiza. Sebastião Leite Teixeira é Doutor em Gestão Industrial pela Universidade de Aveiro e Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. É Professor Associado no Instituto Superior da Maia onde coordena a licenciatura em Gestão de Empresas e lecciona Gestão. Foi quadro bancário e administrador executivo de várias empresas industriais e de serviços, nomeadamente Vinhos Borges, Mabor e Leasinvest. Tem várias publicações sobre Gestão Estratégica e Organização de Empresas. Autores: S ebastião Teixeira Editor: Escolar Editora Nº de páginas: 456 Ano: 2011 Preço: 29.50€ A CRISE MUNDIAL Daniel Altman, professor de economia na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque, e um especialista no campo do desenvolvimento internacional, defende, nesta obra reveladora e bem fundamentada, que é urgente adoptar uma visão do futuro alargada, que nos permita perceber as tendências globais ocultas, mais profundas, que irão determinar os limites, os obstáculos, os desafios, os riscos e as oportunidades que nos esperam nos próximos anos, e que ditarão o desenvolvimento da economia global num futuro a longo prazo. Nesse sentido, Altman apresentanos, numa análise lógica, incisiva e arrojada, um conjunto de doze tendências que nos proporciona insights essenciais e nos aponta o caminho a seguir nos tempos conturbados que atravessamos. 72 // Janeiro 12 // Portugalglobal Daniel Altman licenciou-se em Economia pela Universidade de Harvard, onde fez também o doutoramento. Colaborou, enquanto colunista de assuntos económicos, com a revista The Economist e os jornais International Herald Tribune e The New York Times. É o fundador e presidente da North Yard Economics. Autor: Daniel Altman Editor: Editorial Presença Nº de páginas: 320 Ano: 2011 Preço: 16.90€