PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÕES DE UM ARRANJO FÍSICO (LAYOUT) Edilaine Cristina Duarte de Souza Flávia Galdino Silva RESUMO Com a concorrência acirrada nos dias de hoje, com grandes mudanças a todo tempo, as empresas cada vez mais precisam investir em qualidade de seus produtos e serviços. Buscando com isso diminuir os custos e aumentar seus lucros com a finalidade de permanecerem no mercado competitivo. O layout é uma das ferramentas indispensáveis nesse mercado tão concorrido, pois através dele é possível detectar falhas buscando um melhor feedback para seus clientes.Pois o layout nada mais é do que a fotografia do ambiente. Para planejarmos a implantação de um layout, é importante definir quais são os objetivos específicos, uma vez que decidido o tipo de layout, deverá decidir o projeto do trabalho, a localização física, os equipamentos, máquinas,o pessoal que irá constitui o trabalho , o espaço determinado a serem executadas as tarefas. O layout determina a forma e a aparência da operação produtiva. Palavras chaves: Layout. Planejamento. Vantagens. 1.INTRODUÇÃO Há muitas razões pela qual um arranjo físico é essencial para uma empresa, mas escolher um deles é de grande responsabilidade. E para que a escolha seja correta, é necessário coletar informações sobre todo o processo desde a entrada dos materiais até seu acabamento e também o seu transporte, pois não havendo uma elaboração inicial afetará todo o seu fluxo, tornando assim processo demorado, tendo um acumulo excessivo de trabalho, perda de tempo, entre outros. Para isso, serão apontados fatores favoráveis e desfavoráveis em todos os arranjos físicos, para que cada empresa tenha a opção de escolher o seu layout e de se comprometer com suas desvantagens, tendo em vista que escolher o arranjo assume-se obrigatoriamente um compromisso com o custo e seus pontos negativos, e ainda conseguir o objetivo que é utilizar racionalmente o espaço físico disponível, reduzir as movimentações de materiais, produtos e pessoas padronizar fluxos, estoques, evitar filas, inconveniências para clientes entre outras coisas. O artigo foi elaborado através da revisão bibliográfica onde foram abordados os seguintes autores: Martins, Laugeni (2006), Araújo (2001), e Rocha (1995). 2 INFORMAÇÃO PARA LAYOUT Segundo Martins(2006) para elaboração do layout, são necessárias informações sobre especificações e características do produto, quantidades de produtos e de materiais, seqüências de operações e de montagem, espaço necessário para cada equipamento, incluindo espaço para movimentação do operador, estoques e manutenção e informação sobre o recebimento, expedição, estocagem de matérias primas e produtos acabados e transportes. 2.1 Quem elabora o layout deve: 2 a) deixar espaço suficiente para acesso às máquinas, para transporte e serviços auxiliares (manutenção, controle de qualidade, etc.); b) reservar áreas pensando em possíveis pequenas alterações no produto ou processo; c) permitir fluxo progressivo e contínuo; d) muito material em processo, congestionando o ambiente; e) espaço mal aproveitado; f) cruzamento excessivo na movimentação de materiais e pessoas; g) produção ineficiente; h) dificuldade de supervisão e controle. Conforme Araújo (2001), o estudo do layout pode trazer conseqüências desastrosas se não forem observadas algumas recomendações. A melhor justificativa para todo cuidado em estudos dessa natureza é o fato de que a mudança de uma mesa e cadeira de um ponto da sala para outro pode causar um conflito maior do que a transformação estrutural de uma organização. É certo que o espaço físico que utilizamos é de muita importância para nós mesmos. É possível considerar que o brasileiro, em zela, zela muito pelo espaço que utiliza e cada vez mais tem necessidade de maior conforto. Contudo não é apenas o aspecto visual e de conforto. Contudo não é apenas o aspecto visual e de conforto que deve prevalecer no estudo de aproveitamento do espaço físico, mais do que isso importa o fluxo inexistente entre pessoas e papéis. A função do gerente é justamente investir nas questões de espaço físico que envolve a burocracia. Lener (1996), por exemplo, considera que o arranjo físico deve ser estabelecido a partir do estudo planejado do sistema de informações relacionando com a distribuição de móveis, equipamentos e pessoas pelo espaço disponível, da forma mais racional possível. Considera também, que o arranjo físico acaba por influir na motivação, gerando maior ou menor eficiência no trabalho. Segundo Petrônio Martins para elaboração do layout, são necessárias informações sobre especificações e características do produto, quantidades de produtos e de materiais, seqüências de operações e de montagem, espaço necessário para cada equipamento, incluindo espaço para movimentação do operador, estoques e manutenção e informação sobre o recebimento, expedição, estocagem de matérias primas e produtos acabados e transportes. 3.TIPOS DE LAYOUT 3.1-Layout por processo ou funcional O layout por processo ou funcional, todos os processos e os equipamentos do mesmo tipo são desenvolvidos na mesma área, o material se desloca buscando os diferentes processos. O layout é flexível para atender as mudanças de mercado, apresenta um fluxo longo dentro da fábrica que é adequado a produção diversificada em pequenas e médias quantidades e também possibilita uma relativa satisfação no trabalho. S1 T1 P1 S2 T2 P2 S3 T3 P3 F1 F3 3 F2 S = Seção de soldar P = Seção de pintar T = Seção de tornear F = Seção de furar Figura 1: layout por processo Fonte: Rocha,1995 3.2 Layout em Linha No layout em linhas, as máquinas, as estações de trabalho são colocadas de acordo com a seqüência das operações e são executados de acordo com a seqüência estabelecida sem caminhos alternativos. É indicado com pouca ou nenhuma diversificação em quantidade ao longo do tempo e em grande quantidade. Requer um alto investimento em máquinas e pode apresentar problemas com relação à quantidade dos produtos fabricados. Para os operadores costuma gerar monotonia e estresse. Máquina 1 Máquina 2 Máquina 3 Máquina 4 Figura 2: layout em linha Fonte: Rocha, 1995. 3.3 Layout celular O layout celular ou cédula de manufatura consiste em arranjar em um só local, máquinas deficientes que possam fabricar o produto inteiro. Sua principal característica é a relativa flexibilidade quanto ao tamanho de lotes por produtos, isso permite elevado nível de qualidade e de produtividade, diminui também o transporte do material e os estoques a responsabilidade, sobre o produto fabricado é centralizado e enseja satisfação no trabalho. Montagem 8 10 9 Célula 1 4 12 Célula 2 11 6 Célula 3 7 4 2 1 Matérias-primas e componentes 3 5 A C B Figura 3: layout celular Rocha, 1995 3.4 Layout por posição fixa Nesse layout o material permanece fixo em uma determinada posição e as máquinas se deslocam até o local executando as operações necessárias. É recomendado para um produto único em quantidade pequena ou unificada e em geral não repetitiva. É o caso da fabricação de navios, turbinas, pontes rolantes, grandes transformadores elétricos e outros produtos de grandes dimensões físicas. Turbinas Reparos Guincho Pintura Figura 4: layout por posição fixa Fonte: Rocha, 1995 De acordo com Rocha (1995), layout é a disposição física de máquinas, postos de trabalho, equipamentos homens, áreas de circulação, unidades de apoio e tudo mais que ocupa espaço na fábrica, distribuindo-os de forma a maximizar a funcionalidade do processo produtivo e otimizar o ambiente de trabalho. O estudo do layout busca encontrar a melhor maneira de dispor fisicamente todos os meios de produção, arrumando o espaço de trabalho a fim de otimizar a funcionalidade do sistema, reduzir manuseio, transporte do material e circulação de pessoas. O arranjo físico pode ser estudado partindo-se da situação de implantação da fábrica, portanto do instante inicial, como também para melhorar uma organização fabril já implantada. De acordo com o autor Rocha (1995) objetivo principal do arranjo físico é obter operações econômicas, a fim de: b) utilizar racionalmente o espaço físico disponível; c) reduzir ao mínimo as movimentações de materiais, produtos e pessoas; d) oferecer melhores condições de trabalho aos funcionários; e) evitar investimentos desnecessários; f) permitir manutenção; g) possibilitar supervisão e obtenção da qualidade; 5 h) obter soluções flexíveis, isto é, possíveis de serem modificadas sem maiores atropelos 4.Fatores que influenciam no arranjo físico Ao efetuar em arranjo físico é necessário considerar uma série de fatores que vão influir na determinação da área a ser ocupada e na melhor disposição a ser utilizadas são itens importantes que estão ligados à definição do tipo do arranjo físico, área de circulação etc. Os fatores variam entre uma fábrica e outra. Os principais fatores segundo o autor Rocha(1995) são: a) produto e matéria-prima, duas dimensões que influenciam na estrutura a ser utilizada no ambiente de trabalho interferindo também nos meios usados; b) máquinas e equipamentos são qualificados em função das suas capacidades, da eficiência e da quantidade a ser fabricada as dimensões e o espaço para operação vão exigir área proporcional a ser ocupada; c) homem, tanto na movimentação ao realizar tarefas junto às máquinas como no serviço de supervisão, requer espaço compatível com seu bemestar no trabalho; d) transporte interno, o tipo de transporte utilizado nas seções e entre elas (esteiras, transportadoras, correias, empilhadeiras, etc.) irá influir na área reservada à circulação e está no arranjo final. Desconsiderar alguns desses fatores pode comprometer a funcionalidade do arranjo final vão reservar espaço físico correspondente acarreta prejuízos ao arranjo, provocando perdas à funcionalidade do sistema. 3.5 Layout em corredor Talvez o mais conhecido arranjo físico. É considerado muito bom, para incentivar relações de grupo, principalmente quando o trabalho exige formação de equipes. Melhor ainda quando a exigência é a realização do trabalho em pequenas equipes. Logicamente, a forma de estruturação da organização vai influir nesse os outros tipos de arranjo físico. De qualquer maneira, a formação de unidades terá uma relação intima com a distribuição das pessoas pelo espaço existente. 3.6 Layout em espaço aberto Em geral esse tipo de layout é encontrado em grandes áreas, com grande concentração humana. Por evidencia, o trabalho desenvolvido nesse tipo de arranjo só é válido para tarefas que não exijam grande grau de concentração. Fica difícil imaginar 25 assessores de todos as áreas preparando o planejamento para o ano seguinte. 3.7 Layout Panorâmico A pala individual é imaginar pela maioria das pessoas como a melhor para se trabalhar, à medida que o layout panorâmico é pouco difundido no Brasil e o 6 envolvimento pessoal apenas quando isso é desejado ou aceitado pela burocracia da organização são as vantagens que identificamos para o uso desse tipo de layout. O layout panorâmico distingue-se pela simples colocação de divisores (não há paredes, no sentido convencional do termo). De acordo com autor Chamberts e Johnston (2002) o arranjo físico de uma operação produtiva preocupa-se com o posicionamento físico dos recursos de transformação colocando de forma simples. Definir o arranjo físico é uma das características mais evidentes de uma operação produtiva porque determina sua forma e aparência. É aquilo que a maioria de nós notaria em primeiro lugar quando entrasse pela primeira vez em uma unidade produtiva. Mudanças relativamente pequenas na localização de uma máquina numa fábrica ou dos produtos em um supermercado ou a mudança de salas em um centro esportivo podem afetar o fluxo de materiais e pessoas por meio da operação. Isso por sua vez pode afetar os custos e a eficácia geral da produção. 5 PROCEDIMENTO DE ARRANJO FÍSICO Conforme o autor araújo (2001) há algumas razões práticas pelas quais as decisões de arranjo físico são importantes na maioria dos tipos de produção: a) mudanças de arranjo físico é freqüentemente uma atividade difícil e de longa duração por causa das dimensões físicas dos recursos de transformação movidos; b) o rearranjo físico de uma operação existente pode interromper seu funcionamento suave, levando à insatisfação do cliente ou a perdas na produção; c) se o arranjo físico está errado, pode levar a padrão de fluxos longos ou confusos, estoques de materiais, filas de clientes, tempos de processamento longos, operações inflexíveis, fluxos imprevisíveis e altos custos. De fato há uma dupla pressão para a decisão sobre o arranjo físico. A mudança de arranjo físico pode ser de execução difícil e cara e, portanto os gerentes de produção podem relutar em fazê-la com freqüência. Ao mesmo tempo, eles não podem errar em sua decisão. A conseqüência de qualquer mau julgamento na definição do arranjo físico terá efeitos de longo prazo considerando na operação. Projetar o arranjo físico de uma operação produtiva, assim como qualquer atividade de projeto, deve iniciar-se com os objetivos estratégicos da produção. Entretanto, isso é apenas o ponto de partida do que é um processo de múltiplos estágios que leva ao arranjo físico final de uma operação. 6 CONCLUSÃO Conhecendo somente as vantagens e desvantagens de cada arranjo físico, não é a forma mais acertada de se escolher um layout adequado para cada empresa, e também não basta saber como se funciona de cada um deles. Para que cada empresa possa fazer a melhor escolha é necessário conhecer os meios internos e externos que influenciam a empresa, para em seguida fazer um planejamento do 7 todo, depois as partes, planejar o ideal e depois o prático. Dessa forma inicia-se o layout com uma visão global, que posteriormente será detalhada e trabalhada Referência Bibliográfica ARAUJO, L. C. G. Organização, Sistemas e Métodos. São Paulo: Atlas, 2001. MARTINS, P. G. e LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 2ed. São Paulo: Saraiva, 2006. ROCHA, D. Fundamentos Técnicos da Produção. São Paulo: Makron Books, 1995. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JONHSTON, R. Administração da Produção. 2ed. São Paulo: Atlas, 2002 This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.