A ALFABETIZAÇÃO DA PESSOA IDOSA: UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO Danielli Cristina de Lima Silva1 Discente UFPB [email protected] Ligiane de Oliveira Silva1 Discente UFPB [email protected] Sidcley Horácio Galdino1 Discente UFPB [email protected] Profª Ms.Tânia Lucia Amorim Colella2 Docente [email protected] Profª Ms. Marcia Paiva de Oliveira2 Docente UFPB [email protected] Introdução Dados estatísticos divulgados pela ONU apresentam projeção de um crescimento da população idosa que, em outros termos absolutos deverá ocupar 50% da população brasileira até 2050. Tal fenômeno deverá ocorrer em decorrência da taxa de crescimento vegetativo negativo (taxa de natalidades, nascimentos e óbitos, taxa de mortalidade). Atualmente percebe-se que as mulheres, em função de novos papéis sociais, optam por ter menos filhos, fator que implica o aumento percentual da população idosa. Considerando o desenvolvimento populacional brasileiro, e a realidade para a qual o nosso país está se encaminhando em relação ao aumento gradativo da população idosa, faz-se necessária a elaboração de políticas públicas voltadas para essa problemática. O idoso enquanto ser em processo de desenvolvimento, de acordo com o estatuto do idoso nas disposições preliminares da (Lei 10.741 de Outubro de 2003), no Art. 2° diz que o idoso tem direito às oportunidades e facilidades a fim de garantir o aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social. Portanto, é preciso oportunizar ao idoso o acesso ao lazer e conhecimentos valorizando-o socialmente por meio de práticas de atividades físicas, qualidades da alimentação e incentivos no que diz respeito às diversas formas de prevenção. Na busca pela qualidade de vida podemos destacar a importância do processo de aprendizagem com a pessoa idosa, pois por diversos fatores, muitas dessas pessoas deixaram de comparecer ou nunca frequentaram uma instituição escolar. Ao considerar a importância da educação para o idoso, esse estudo buscou oferecer contribuições aos profissionais que atuam diretamente no processo de alfabetização - em especifico o profissional da psicopedagogia - para que esse grupo de indivíduos tenha acesso aos conhecimentos escolares. Nesse sentido, se e faz necessário desenvolver técnicas e metodologias desse setor populacional, objetivando promover o regresso destes ao ambiente escolar, não só com o intuito de adquirir conhecimentos escolares, mas também a formação necessária aos ajustes exigidos pela sociedade do conhecimento, e promoção da autoestima – que refletem positivamente nas questões psicoemocionais – a partir do convívio social externo ao contexto familiar, em que é possível compartilhar experiências vivenciadas durante o curso de suas vidas. No processo de aprendizagem gerontológica devem-se levar em consideração os aspectos emocionais, pois como em todas as fases do desenvolvimento humano é de grande importância para a compreensão/absorção de novos conhecimentos. Em especifico nos estudantes da terceira idade deve se ter uma atenção especial, pois na maioria dos casos quando crianças frequentaram escolas onde a metodologia era baseada em um modelo de aprendizagem em que o docente era detentor de todo saber restando aos aprendentes apenas reproduzir os conhecimentos apresentados impedindo os indivíduos de expressarem suas ideias/opiniões. Mediante as leituras de Silveira (2009) é perceptível a importância de um trabalho interdisciplinar entre o pedagogo e psicopedagogo a fim de promover a inserção do aprendiz da terceira idade no ambiente institucional. Metodologia Segundo os objetivos, o estudo feito é exploratório por ter buscado informações e dados como possibilidade de primeira aproximação do tema. Segundo as fontes de dados, é uma pesquisa bibliográfica por ter feito uso de um conjunto de material escrito, em formato impresso ou digital, em forma de livros, periódicos e artigos científicos. Resultados e Discussão A partir dos achados no presente estudo, utilizando-se das obras literárias de diversos autores como ALENCAR (2002), ALMEIDA e CUNHA (2003), BORTOLANZA; KRAHL dentre outros, foi possível compreender que o processo de ensino-aprendizagem voltado para a pessoa idosa deve ser realizado de maneira contextualizada, levando em consideração suas vivências, de modo que estes aprendentes sintam-se contemplados e valorizados no ambiente escolar. Esses aspectos podem ser postos em prática através da promoção de estímulos/incentivos por parte dos educadores para que estes indivíduos possam obter novos conhecimentos, provocando assim o desejo de aprender. Os profissionais da educação das pessoas em envelhecimento devem estimulá-los para o desenvolvimento de interesse pelo aprendizado, provocando situações que o faça confrontar o que lhe é ensinado com a a realidade, empoderando-o, tornando-o independente e autonomo, e assim produzir significativa melhoria na qualidade de vida. O assessoramento psicopedagógico ao docente pode orientar técnicas e ações pedagógicas possibilitadoras do desenvolvimento de capacidades e habilidades cognitivas em declínio, ao mesmo tempo em que estimula o acesso e permanência da pessoa idosa no ambiente escolar, dessa forma preparandoo para fazer a gestão de uma vida mais produtiva e feliz. Os levantamentos obtidos a partir do presente estudo evidenciaram que um dos maiores causadores da evaão escolar do público aqui pesquisado, é justamente a falta de estímulo/incentivo para que estes possam frequentar a instituição escolar tendo como desestímulo maior a falta de metodologias adequadas às necessidades desse público aprendente. O educador necessário à inclusão escolar de idosos precisa de uma formação que o prepare para as práticas contextualizadas e dinâmica A formação para a terceira idade deve reforçar a capacidade realizadora do idoso, seu conhecimento e sua sabedoria. Portanto é relevante considerar o contexto social do idoso e usá-lo como base para que o ensino funcione mediante as necessidades apresentadas, priorizando suas experiências vividas para que assim haja o prazer de buscar novas aprendizagens. Conclusão A partir da abordagem discutida sobre o conteúdo pesquisado podemos perceber que através de um trabalho de incentivo/estimulo para com a pessoa idosa torna-se possível promover a aprendizagem nesses indivíduos. Tendo em vista as capacidades deste perfil de sujeito aprendente pode-se através de metodologias inclusivas e dinâmicas, oferecer métodos para que estes possam adquirir novos conhecimentos e promover melhorias na qualidade de vida em diferentes aspectos contextuais como na sociedade e no ambiente familiar, dentre outros. A pessoa idosa ao perceber-se inserido em uma sociedade que valoriza o saber letrado e a crença no idoso como alguém que tem muito a ensinar e aprender, busca hipóteses existentes mobilizadoras de motivação para a entrada ou retorno à escolarização. Portanto É indispensável o assessoramento psicopedagógico para auxiliar os profissionais envolvidos no contexto escolar a motivar seus alunos da terceira idade. A psicopedagogia é uma área do conhecimento que possui recursos capazes de tratar, prevenir e minimizar os efeitos do declínio de capacidades cognitivas, Melhorando a condição de aprendência do ser em envelhecimento. Bem como fortalecer a crença no poder de aprendência que cada idoso tem, ajudando-o na construção da autoimagem e autoestima . A partir da discussão apresentada pode-se perceber que assim como em outras etapas do desenvolvimento humano, na terceira idade - ultima etapa da vida dos seres humanos – também se faz necessário a construção do novo, de descobertas e conhecimentos, experiência que contribui para a elevação da autoestima dessas pessoas tornando sujeitos independentes e autônomos. BORTOLANZA, Maria Lourdes. KRAHL, Simone. BIASUS, Psicopedagogia e velhice. Ed. 22, vol.68. (p. 162 – 70), 2005. Felipe. NÓBREGA, Carmen Verônica de Almeida Ribeiro. A Alfabetização de Adultos e Idosos: novos horizontes ANO. Acesso em: 04/04/2013. Disponível em: <http://www.ce.ufpb.br/ppge/Dissertacoes/dissert06/Carmem%20%20Veronica/ A%20alfabetiza%E7%E3o%20de%20adultos%20e%20idosos%20novos%20ho rizontes.pdf>. SILVEIRA, Nadia Dumararuiza. Pessoa idosa: educação e cidadania. Secretaria estadual de assistência e Desenvolvimento Social: Fundação Padre,http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documen tos/biblioteca/publicacoes/volume7_Educacao_e_cidadania.pdf>. ALENCAR, Raimunda Silva D. Ensinar a viver, ensinar a envelhecer: desafios para a educação de idosos. Estudos Interdisciplinares do Envelhecimento, vol. 4, p. 61-83, Porto Alegre, 2002. Acesso em: 10/04/2013. Disponível em: <http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/a-onu-eas-pessoas-idosas/>. CARVALHO, L. F.; BARTHOLOMEU, D.; SILVA, M. C. R. Instrumentos para avaliação dos transtornos da personalidade no Brasil. Avaliação psicológica, vol.9, no.2. Porto Alegre, ago. 2010.