IMPACTES AMBIENTAIS 5º Ano, 1º Semestre, 2004/2005 Eng.ª Ambiente 5ª aula Manuel Pinheiro / Ana Galvão 1 ÁGUA Manuel Pinheiro / Ana Galvão 2 Avaliação da Qualidade da Água Classificação das fontes de poluição da água Pontuais – ex.: fábricas, ETAR, indústria Difusas – ex.: agricultura, gado Manuel Pinheiro / Ana Galvão 3 Avaliação da Qualidade da Água Exemplos de aplicação da modelação da qualidade da água: Tipos de modelos matemáticos Eutrofização Bioacumulação Lixos tóxicos Descargas 1D (unidimensionais) – modelação segundo a direcção do escoamento 2D (bidimensionais) – modelação segundo duas dimensões 3D (tridimensionais) – modelação segundo 3 dimensões – mais complexos Modelos de regime permanente – não consideram variações no tempo Manuel Pinheiro / Ana Galvão 4 Modelos Simples - Zona de mistura Substâncias conservativas Baixos caudais Linhas de água estreitas Complexos – Streeter-Phelps Cj Cef Qef CmQm Qj C – concentração; Q – caudal j – jusante; m – montante ef - efluente Sistema unidimensional Caudal e secção constantes no espaço e no tempo Descarga pontual Curso de água infinito Manuel Pinheiro / Ana Galvão 5 Modelo de Streeter-Phelps Conceitos OD – oxigénio dissolvido [mg/l] ODsat – conc. de saturação de oxigénio dissolvido [mg/l] ODsat ,T 14,652 0,41022 T 0,007991 T 2 0,000077774 T 3 D ODsat ,T OD D – défice de oxigénio [mg/l] CBO520º – carência bioquímica de oxigénio a 20º, durante 5 dias - consumo de oxigénio para a oxidação da matéria orgânica por via biológica CBOL – CBO último – consumo de oxigénio necessário para a oxidação de toda a matéria orgânica biodegradável CBO520 CBOL 1 e 5 K1 K120º – constante de desoxigenação, a 20ºC Manuel Pinheiro / Ana Galvão 6 Modelo de Streeter-Phelps Balanço de massa a um volume de controlo Fontes Volume de controlo Principais fontes: Rearejamento Fotossíntese OD proveniente do efluente Principais sumidouros: Sumidouros dL K 1 L dt dD K 2 D dt Oxidação de substâncias carbonatadas Oxidação de substâncias azotadas Oxidação dos sedimentos do curso de água Respiração das plantas aquáticas K220º – constante de rearejamento, a 20ºC Manuel Pinheiro / Ana Galvão 7 Modelo de Streeter-Phelps dD K1 L K 2 D dt K1CBOLi K1t K 2t K 2t e D(t ) e Di e K2 K1 D(t) – défice de oxigénio no instante t [mg/l] Di – défice de oxigénio no instante inicial (após a descarga) [mg/l] K1, K2 – constantes à temperatura da mistura CBOLi – CBO último inicial (após a descarga) [mg/l] Manuel Pinheiro / Ana Galvão 8 Modelo de Streeter-Phelps Determinação dos valores após a descarga Médias ponderadas pelo caudal CBO520 mistura ODmistura Tmistura CBO5201Q1 CBO520 2Q2 Q1 Q2 OD1Q1 OD2Q2 Q1 Q2 T1Q1 T2Q2 Q1 Q2 Manuel Pinheiro / Ana Galvão 1 – valor do parâmetro no rio 2 – valor do parâmetro na descarga 9 Curva SAG Evolução da concentração de OD no espaço x V t – através da velocidade do rio OD [mg/l] Ponto crítico: (xc, ODc) ODc Descarga No ponto crítico tc K2 K 1 ln 2 K1 K1 Manuel Pinheiro / Ana Galvão xc x [m] dD 0 dt D (K 2 K 1 1 i K 1CBO u K1CBOL K1tc Dc e K2 10 Modelo de Streeter-Phelps Correcção das constantes K1 e K2 em função da temperatura T 20 K 1,T 1047 , K 120 , K 2,T 0,5 DmV onde h1,5 Dm (0,177103 ) 1,037T 20 Dm - coeficiente de difusão molecular m3/dia T - Temperatura ºC V - Velocidade média do escoamento m/dia h - Profundidade média do escoamento m Manuel Pinheiro / Ana Galvão 11 Legislação DL 236/98, de 1 de Agosto - estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos DL 46/94, 22 de Fevereiro – estabelece o regime de utilização do domínio hídrico Manuel Pinheiro / Ana Galvão 12 Medidas - exemplos Objectivo Medida Reduzir o uso de água e produção de águas residuais Promoção d emedidas de conservação da água e de tratamento e reutilização de efluentes. Pré-tratamento antes da descarga Minimizar a erosão durante a fase de construção e operação Utilização de bacias de retenção e planeamento de vegetação de crescimento rápido Reduzir a aplicação de químicos agrícolas Planeamento do tempo, taxa e extensão de aplicação; gestão integrada de pragas (meio biológicos, químicos, físicos, mecânicos) e repercussão em termos de erosão e poluição difusa Controlo de escorrências – nutrientes, pesticidas e sedimentos Utilização de zonas húmidas Alternativas de tratamento Poluição por susbstâncias dissolvidas, fontes pontuais – Sistemas de tratamento de águas residuais Poluição térmica – utilização do efluente em estufas (arrefecimento) Utilização de créditos de descarga Permitir manter cargas em níveis definidos – troca e negociações entre partes Manuel Pinheiro / Ana Galvão 13 AR Manuel Pinheiro / Ana Galvão 14 Avaliação da Qualidade do Ar Composição da atmosfera O2 21% Outros 1% Principais poluentes atmosféricos N2 78% Partículas Dióxido de Enxofre (SO2) Monóxido de Carbono (CO) Óxidos de Azoto (NOx) Ozono (O3) Manuel Pinheiro / Ana Galvão 15 Avaliação da Qualidade do Ar Classificação dos poluentes Primários – emitidos directamente pelas fontes. Ex: CO, SO2, NO2 Secundários – formados por processos químicos na atmosfera. Ex: HNO3, SO3 Estáveis – não participam nos processos químicos da atmosfera. Ex: CO, SO2, partículas Instáveis – participam na formação de poluentes secundários. Ex: NO, NO2, O3 Manuel Pinheiro / Ana Galvão 16 Avaliação da Qualidade do Ar Fontes Naturais Fontes Domésticas matadouros e zonas de criação intensiva de animais, utilização de pesticidas e insecticidas, queimadas Principais poluentes – partículas, CO,CO2 Fontes Industriais Actividades: limpezas a seco, restaurantes, escolas,... Principais poluentes - associados ao tratamento dos resíduos produzidos Fontes Agrícolas aquecimento, cozinha, limpeza, jardinagem, pintura Principais poluentes: CO,CO2; Nox, solventes orgânicos Fontes Comerciais Vulcões (SO2), Raios (NO), Oceanos (CH3Cl), Incêndios (CO2,CO) NOx e SOx – processos de combustão H2S – industria de papel, refinarias de petróleo,... … Transportes 1/3 do NOx, Pb e 2/3 do CO Manuel Pinheiro / Ana Galvão 17 Modelos Modelos simples Box Model Fontes junto ao solo, uniformemente distribuidas Aplicável a uma pequena área Adequado a cálculos preliminares Não considera dispersão lateral nem vertical Cj Qj u WD C – concentração no compartimento Q – caudal U – velocidade média do vento W,D – dimensões do compartimento perpendiculares à velocidade do vento Modelos complexos Modelos de dispersão Consideram transporte, dispersão, geração e extracção em qualquer ponto Permitem analisar variações espaciais e temporais Necessitam capacidade computacional Manuel Pinheiro / Ana Galvão 18 Modelo Gaussiano Emissão pontual elevada Concentração média do poluente (estado estacionário) Velocidade de emissão Velocidade do vento uniforme no espaço e invariante no tempo Altura efectiva da chaminé Condições atmosféricas Manuel Pinheiro / Ana Galvão 19 Modelo Gaussiano A estabilidade influencia o tipo de pluma Manuel Pinheiro / Ana Galvão 20 Modelo Gaussiano – emissão pontual C j ( x, y ,z ) ( z H )2 y 22 ( z H )2 2 Qj 2 y 2 z2 2 z e e e 2 u y z Cj(x,y,z) – concentração do contaminante j no ponto (x,y,z) [mg/m3] Qj – caudal de saída do gás j [mg/s] u – velocidade média do vento ao nível do eixo da pluma [m/s] σy, σz – coeficientes de dispersão gaussiana segundo y e z z – cota altimétrica [m] H – altura do eixo da pluma [m] Coeficientes de dispersão y a xp z b xq Manuel Pinheiro / Ana Galvão Condições Classe a p b q A 0,40 0,91 0,41 0,91 B 0,36 0,86 0,33 0,86 C 0,36 0,86 0,30 0,86 Neutras D 0,32 0,78 0,22 0,78 Estáveis E 0,31 0,74 0,16 0,74 F 0,31 0,71 0,06 0,71 Instáveis 21 Modelo Gaussiano Sobre-elevação da pluma – Δh Atmosfera Estável 1 x 3,14u S 12 x 3,14u S 12 1,6 F 3 x h u 2 3 1 3 F h 2,9 uS x f 3,14u S 2 1 D 2 Ta 1 F gVs 4 Ts F – parâmetro de flutuabilidade [m4/s3] Vs – velocidade de saída do gás [m/s] D – diâmetro da chaminé [m] Ta – temperatura ambiente [ºK] Ts – temperatura de saída do gás [ºK] T [º K ] T [º C ] 273,15 S – Parâmetro de estabilidade S Manuel Pinheiro / Ana Galvão 9,8 T 0 , 98 Ta z 22 Modelo Gaussiano Atmosfera Instável ou Neutra 1 1,6 F 3 x h u x xf 1 h x xf 1,6 F 3 x f 3 3 u x – distância em relação à chaminé medida na direcção do vento [m] x f 49F F 55 xf – valor de x para o qual Δh se mantém constante 2 2 z u ur zr 8 x f 119F F 55 velocidade média do vento ao nível do eixo da pluma 5 2 n ur - velocidade do vento à cota zr [m/s] z – cota no eixo da pluma [m] Classe n Manuel Pinheiro / Ana Galvão A B C D E F 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,30 23 5 Modelo Gaussiano Classes de Estabilidade Vento (a 10 m) [m/s] <2 2-3 3-5 5-6 >6 Manuel Pinheiro / Ana Galvão Insolação diurna Forte Moderada Fraca A A-B B A-B B C B B-C C C C-D D C D D Cobertura nocturna de núvens >4/8 <3/8 E F D E D D D D 24 Legislação DL 352/90, 1 Agosto – estabelece o regime de protecção e controlo da qualidade do ar Portaria 286/93, 12 Março – estabelece os valores limites e valores guias para o dióxido de enxofre, partículas em suspensão, dióxido de azoto e monóxido de carbono, o valor limite para o chumbo e os valores guia para o ozono DL 111/2002, 16 Abril – estabelece os valores limite das concentrações no ar ambiente do dióxido de enxofre, dióxido de azoto e óxidos de azoto, partículas em suspensão, chumbo, benzeno e monóxido de carbono, bem como as regras de gestão da qualidade do ar aplicáveis a estes poluentes, em execução do disposto nos artigos 4º e 5º do DL 276/99, 23 Julho, transpondo para a ordem interna as Directivas Comunitárias 1999/30/CE do Conselho, 22 Abril e 2000/69/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, 16 Novembro Manuel Pinheiro / Ana Galvão 25 Legislação DL 279/99, 23 Julho – define as linhas de orientação da política de gestão da qualidade do ar e transpõem para a ordem interna a Directiva 96/62/CE do Conselho, 27 Setembro, relativa à avaliação e gestão da qualidade do ar ambiente DL 432/99, 25 de Outubro – fixa os padrões de emissão e os processos de homologação dos motores a instalar em máquinas móveis não rodoviárias Portaria 299/97, 18 Junho – altera a Portaria 286/93, 12 Março Portaria 125/97, 21 Fevereiro – altera a portaria 286/93, 12 Março Manuel Pinheiro / Ana Galvão 26 Medidas Objectivo Medida Reduzir a erosão eólica em terrenos abertos Humedecimento, utilização de estabilizadores químicos, revegetação Controlo de emissões de estradas não pavimentadas Pavimentação, humedecimento, utilização de estabilizadores químicos, controlo de tráfego Controlo de emissões de transportes Utilização de combustíveis alternativos Controlo de emissões de indústrias Utilização de equipamentos de tratamento de gases Manuel Pinheiro / Ana Galvão 27 SOLO Manuel Pinheiro / Ana Galvão 28 Solo Principais vertentes Topografia Usos actuais do solo e capacidade de uso RAN REN Áreas protegidas Áreas de protecção da natureza e protecção da paisagem Povoamentos objecto de protecção específica Zonas afectas a servidões administrativas Ordenamento proposto Outras características: Acidez e alcalinidade dos solos Teor de sulfatos Teor de cloretos … Manuel Pinheiro / Ana Galvão 29 Legislação REN DL 93/90, 19 Março –Revê o regime jurídico da REN, estabelecido pelo DL 321/83, 5 Junho DL 79/95, 20 Abril – altera o DL 93/90, 19 Março (REN) DL 213/92, 12 Outubro – altera o DL 93/90, 19 Março (REN) DL 316/90, 13 Outubro – prevê a intervenção do MARN na gestão da REN. altera o DL 93/90, 19 Março (REN) RAN DL 196/89, 14 Junho –estabelece o novo regime jurídico da RAN. Revoga o DL 451/82, 16 Novembro DL 274/92, 12 Dezembro – altera o DL 196/89, 14 Junho, que define o regime jurídico da RAN Manuel Pinheiro / Ana Galvão 30 Medidas Principais impactes: Alteração por destruição directa Compactação Pavimentação Medidas Evitar ou atenuar afectação Aplicar medidas de protecção … Manuel Pinheiro / Ana Galvão 31 BIOECOLOGIA Manuel Pinheiro / Ana Galvão 32 Sistemas ecológicos Diversidade de Sistemas Ecológicos – abordagens específicas (Ex. terrestres, zonas húmidas, …) Levantamento base: Tipo de comunidades/habitats Espécies presentes Factores ambientais A capacidade de prever impactes ecológicos depende não só das característicos estruturais dos habitats mas também dos processos ecológicos críticos que aí existem Analisar processos ecológicos (abióticos e bióticos) Abordagens geralmente ao nível das populações, numa gama espacio-temporal definida Manuel Pinheiro / Ana Galvão 33 Aspectos a ter em conta Dinâmica sazonal Interrelações Funcionalidade Diversidade Raridade Estatuto de protecção Manuel Pinheiro / Ana Galvão 34 Legislação DL 140/99, 24 Abril – revê a transposição para a ordem jurídica interna da Directiva 79/409/CEE do conselho, 2 Abril (directiva aves) e da Directiva 92/42/CEE do conselho, 21 Maio (directiva habitats) DL 384-B/99, 23 Setembro – Cria diversas zonas de protecção especial e revê a transposição para a ordem jurídica interna das Directivas nºs 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de Abril, e 92/43/CE, do Conselho, de 21 de Maio DL 19/93, 23 Janeiro - Define as áreas protegidas ao abrigo da Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) DL 213/97, 16 Agosto – altera o DL 19/93, 23 Janeiro … Manuel Pinheiro / Ana Galvão 35 Medidas Impactes: Destruição ou perda de habitats Mortalidade directa Barreira física Poluição local Medidas Passagens para minimizar efeito barreira Revegetação Controlo da poluição … Manuel Pinheiro / Ana Galvão 36