A
C R I A N Ç A ,
P A P E L
A S
D O S
“ B I R R A S ”
E
O
E D U C A D O R E S
Orador: Dr. Vasco Catarino Soares*
Promoção: Insight Psicologia
* Psicoterapeuta da
Neuropsicologia Clínica
INSIGHT;
Prof.
Universitário;
Psicólogo
INSIGHT – Psicologia e Recursos Humanos, Lda.
Clínico;
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Doutorando
Em
A Criança, as “Birras” e o Papel dos Pais
INSIGHT-Psicologia
A CRIANÇA, AS BIRRAS E O PAPEL DOS PAIS
INTRODUÇÃO
Entre o 2º e o 3º ano de vida da criança ocorrem 3 aquisições fundamentais e
determinantes para o desenvolvimento emocional da criança:
• Aquisição da marcha;
• Emergência da linguagem;
• Controlo dos esfíncteres.
A aquisição da marcha permite à criança uma maior autonomia
relativamente aos cuidadores (“posso afastar-me quando eu quero e com
isso consigo avaliar os outros. Preocupá-los ou agradá-los”).
Com o início da linguagem a criança pode exprimir aquilo que quer.
Associada a esta aquisição está a aprendizagem da palavra “NÃO”, e com
isso
pode,
finalmente,
manifestar-se
relativamente
aquilo
que
lhe
desagrada, dando-lhe uma sensação de poder.
Dr. Vasco Catarino Soares
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A Criança, as “Birras” e o Papel dos Pais
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O controlo dos esfíncteres permitem à criança a capacidade de retenção
ou expulsão, que esta vai usar para dominar na relação com os pais.
Ex. Os pais à espera enquanto a criança no bacio demora uma eternidade;
ou os “presentes” que aparecem atrás de uma porta lá de casa, etc.
Ao nível do seu desenvolvimento cognitivo, durante este período de vida, a
criança encontra-se numa fase marcada pelo egocentrismo, que a leva a sentirse o centro do mundo e das atenções, ainda sem qualquer possibilidade de
perceber ou sentir empatia pela opinião ou desejo dos outros. Aliás, nesta idade
a criança não imagina que o mundo existe nos sítios onde ela não está.
É então nesta panóplia de acontecimentos e capacidades adquiridas que
surgem as temidas BIRRAS.
Considerando-se o centro das atenções, e agora com possibilidade de
manifestar a sua vontade (sobretudo através do NÃO), de se poder afastar,
espernear ou correr, a criança vai usar e abusar desses meios com o intuito de
nunca ser contrariada, pois nesta idade continua a prevalecer o principio do
prazer.
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QUAL É AFINAL O PAPEL DOS PAIS NO MEIO DE TUDO ISTO?
Para a maioria dos pais esta fase do crescimento é bastante complicada devido
às confrontações diárias com os seus filhos, e às cada vez maiores exigências
destas crianças. O NÃO surge antes dos pais terminarem a pergunta ou
afirmação: não se querem vestir; não querem aquela comida; querem
determinado brinquedo e não outro; não querem ir ao colégio; querem ficar a
ver televisão; não se querem deitar. Enfim, “Quero, posso e mando” é o que
parecem dizer a todo o momento.
Por vezes, as BIRRAS vêm e vão rapidamente. Noutras alturas, duram muito
tempo e são associadas a grandes crises de choro convulsivo, gritos
estridentes, com derrube de objectos, chegando, algumas crianças, a atirar-se
elas próprias ao chão. Estas BIRRAS surgem dentro e fora de casa e sobretudo
com as pessoas mais próximas da criança.
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O QUE AS POTENCIA
Considerando que todas as crianças passam por esta fase, e que os pais têm de
estar prevenidos, pois não acontece só aos outros, as BIRRAS são, no entanto,
agravadas quando os pais se tornam permissivos e acabam por ceder quase
sempre às exigências dos pequenos “ditadores”.
Muitas das vezes é o medo de criar traumas, de ouvi-los chorar, ou por que
estão demasiado cansados e acham que se desta vez lhe fizerem a vontade
acabam por acalmar.
Também acontece os pais fazerem as vontades todas fora de casa por causa da
vergonha (eles têm as cordas vocais poderosas e afinadas) ou com receio de
serem olhados de lado como maus pais (“coitada da criança que é tão
contrariada”).
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COMO LIDAR COM ELES PARA QUE AS BIRRAS DIMINUAM
1- Primeiro é preciso tempo. A criança precisa deste confronto com o adulto
para aprender os seus limites e a lidar com a frustração de não ter tudo aquilo
que quer. E estas duas aquisições (resultantes das birras e do modo como são
geridas) vão ser muito importantes para o seu desenvolvimento pessoal.
2- Torna-se necessário fazer uma selecção das BIRRAS. A criança deve poder
ganhar em pequenas coisas (Não quero que me leias este livro! Quero o outro!
Não quero banana! Não quero cumprimentar o teu amigo! ...) ao mesmo tempo
que é estimulada a argumentar porquê.
No entanto, deve ser contrariada relativamente a tudo o que a ponha em
perigo (andar de carro sem cadeirinha, mexer na gaveta dos talheres), que a
prejudique (deitar-se tarde, comer demasiados doces e salgadinhos, usar
sandálias em pleno inverno, ...), e tudo que faça a criança sentir-se o dono lá
de casa e dos pais (dar pontapés à mãe durante a birra, obrigar o pai a dar-lhe
o telemóvel, exigir brinquedos e guloseimas ...).
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3- Não entrar em grandes explicações morais do porque é que a criança não
pode fazer o que quer, nem apelar aos sentimentos da criança (Olha que a mãe
fica triste! Olha que a avó chora!). Esta atitude só enerva mais a criança, uma
vez que já está exaltada, e dá-lhe mais espaço para armar a BIRRA.
4- Nunca ceder a meio de uma BIRRA. Se os pais concluem que não é para
fazer a vontade, então devem conter a BIRRA até ao fim sem ceder.
5- Demonstrar à criança que pode chorar (até faz bem), queixar-se e tentar
consolar-se no seu colo ou com algum objecto de conforto.
6- Nunca humilhar a criança por se descontrolar ou por chorar (por exemplo,
“mariquinhas” ou “pareces um bebé...”).
7- Depois dos ânimos acalmarem a criança deve ser valorizada por ter
conseguido acalmar-se sem o seu desejo ter sido satisfeito.
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Em situações extremas, em que os pais tenham a sensação de que já não
controlam a situação e que os petizes fazem o que querem e cada vez exigem
mais, não hesitem em procurar um psicólogo da INSIGHT-Psicologia que vos
ajudará a lidar com a situação.
FIM
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