TÉCNICA UP DE PREPARO PARA COROA METALO-CERÂMICA (CMC) POSTERIOR E ANTERIOR LEÃO MP* MEIRA EAC, SANTOS JF. Curso de Odontologia, Universidade Positivo, Curitiba – PR email: [email protected] INTRODUÇÃO A coroa metalo-cerâmica é uma das restaurações fixas mais amplamente usadas em clínicas odontológicas e, para se obter sucesso com este tipo de prótese,o preparo requer considerável redução do dente, pois somente uma espessura suficiente poderá mascarar a cor mais escura da subestrutura metálica e a faceta reproduzir a aparência de um dente natural, sendo assim, o preparo para metalo-cerâmica um dos menos conservadores das estruturas dentais. O preparo dentário é uma das fases mais importante do tratamento reabilitador bucal e, atenção especial aos detalhes e precisão deve ser sempre uma constante para que se consiga um maior índice de sucesso. OBJETIVOS Apresentar uma nova técnica utilizada desde o ano de 2004 na disciplina de Prótese Odontológica da Universidade Positivo, que tem por finalidade orientar os acadêmicos na aprendizagem da realização dos preparos dentais para confecção de próteses metalo-cerâmicas.A técnica proposta segue os princípios da consagrada Técnica da Silhueta, entretanto, propõe modificações fundamentais para a correção de erros clínicos potenciais. Descrição da Técnica UP de preparo para CMC- Posterior: Passo (Step 1. Sulco oclusal Objetivo Estabelecer a profundidade de desgaste na superfície oclusal e assim garantir o espaço necessário para promover a rigidez estrutural e o desenho anatômico oclusal da peça protética.. 2. Sulcos de Estabelecer a profundidade de desgaste orientação: nestas superfícies. Primeiramente apenas na vestibular, metade a ser desgastada (silhueta). lingual e oclusal 3. Desgastes proximais Eliminar a convexidade da área proximal (mesial e distal) – corte em fatia, promovendo a separação com o(s) dente(s) contíguos. 4. União dos sulcos de orientação Desgastar oremanescente dentário entre os sulcos e avaliar o preparo em relação à outra metade,ainda não desgastada.. 5. Preparo da outra metade do dente. 6. Redução da cúspide funcional Realizar o desgaste da outra metade do dente. 7. Preparo subgengival e acabamento Obter maior espaço para que a prótese tenha uma maior rigidez estrutural na área de maior esforço durante a mastigação.. Regularizar a linha de término para facilitar os procedimentos de moldagem, confecção do modelo e adaptação da peça protética. Eliminar áreas retentivas e suavizar as “ ranhuras ” deixadas pelo uso das pontas diamantadas em alta rotação.. DESCRIÇÃO DA TÉCNICA Passo (Step) Técnica Com a ponta diamantada esférica 1014 (KG Sorensen®) confeccionar um sulco de orientaçãono sulco oclusal principal de mesial à distal, com 1,4 mm de profundidade (uma ponta ativa) estando a ponta diamantada 90º em relação à superfície a ser desgastada.. Com a ponta diamantada 2215(KG Sorensen®) paralela às superfícies a serem desgastadas(vestibular, lingual e oclusal) são feitos os sulcos de orientações sempre respeitando as 2 inclinações do preparo. Terço gengival – inclinação de 2° a 5°;terço oclusal de 5° a 10°. Os sulcos devem ter1,4 mm de profundidade (uma ponta ativa). Dentes com coroa clínica alta utilizar a ponta diamantada 3216 (KG Sorensen®) em substituição à 2215. Deve-se proteger o dente vizinho com matriz de aço e proceder ao preparo em 2 etapas: 1º etapa: com a ponta diamantada 2200 (KG Sorensen®), deve-se romper os pontos de contato (M e D) e criar espaço para a ponta diamantada seguinte. 2º etapa: Com a ponta diamantada 2215 (KG Sorensen®), 1,4 mm de profundidade (uma ponta ativa) paralela em relação à superfície à ser preparada. Com a ponta diamantada 2215 (KG Sorensen®) desgastar 1,4 mm de profundidade colocando a ponta ativa paralela à superfície a ser preparada, respeitando sempre as 2 inclinações. Repetir os passos 2, 3 (2º etapa) e4 desta técnica na metade do dente a ser desgastada e, realizar o preparo total da coroa. Deve-se reduzir a cúspide funcional com a ponta diamantada 2215(KG Sorensen®). Objetivo 1. Sulcos de orientação Estabelecer a profundidade vestibular, lingual desgaste nestas superfícies. e incisal. 2. Desgastes proximais Técnica Primeiramente apenas na metade a ser desgastada (silhueta). Com a ponta diamantada 3216 (KG de Sorensen®),desgastar 1,4 mm de profundidade (uma ponta ativa). Posicionar a ponta diamantada paralela em relação à superfície a ser preparada, respeitando as 2 inclinações (V) do dente. Proteger o dente vizinho com matriz de aço e realizar os desgastes em 2 etapas: Eliminar a convexidade da área 1º etapa: Com a ponta diamantada 2200 (KG proximal (mesial e distal) – corte em Sorensen®), deve-se romper os pontos de contato (M e fatia, promovendo a separação com D) e criar espaço para a broca seguinte.2º etapa: Com a o(s) dente(s) contíguos. ponta diamantada 3216 (KG Sorensen®), desgastar 1,4 mm de profundidade (uma ponta ativa). Desgastar o remanescente dentário entre os sulcos e avaliar o preparo em relação à outra metade, que ainda não está desgastada. Com a broca 3216 (KG Sorensen®), desgastar 1,4 mm de profundidade, posicionar a ponta diamantada paralela em relação à superfície a ser preparada, respeitando sempre as 2 inclinações do dente (V). 4. Preparo da Remover o remanescente dentário da outra metade do outra metade do dente realizando o dente. preparo total da coroa. Desgastar a concavidade palatina 5. Preparo da acompanhando aanatomia do dente e concavidade respeitando a quantidade mínima de palatina. desgaste, recomendada para manter a rigidez estrutural eestética para o material selecionado.. Repetir os passos 1, 2 e 3 desta técnica e completar o desgaste em todas as superfícies do dente. 3. União dos sulcos de orientação Quando necessário o preparo pode ser levado para o interior do sulco gengival em 0,5mm, usando-se as pontas diamantadas: 2215; 3113; 2136 (KG Sorensen®) ou a multilaminada 283 (KG Sorensen®). Tomar cuidado com o posicionamento da ponta diamantada evitando-se a formação de “ cabos de guarda-chuva ” na linha de término. Respeitar a área do col (papila interdental). Usar um fio retrator 000 (Ultrapack®) intra-sulcular para preservar as distâncias biológicas. O acabamento final deve ser feito com as mesmas pontas diamantadas, porém, em baixa rotação. O uso de um recortador de na área próxima à gengiva. margem cervical manual pode ser útil especialmente Tabela I – Descrição da Técnica UP de preparo para CMC – Posterior. Descrição da Técnica UP de preparo para CMC- Anterior: 6. Preparo subgengival e acabamento Regularizar a linha de término para facilitar os procedimentos de moldagem, confecção do modelo e adaptação da peça protética. Eliminar áreas retentivas e suavizar as “ranhuras” deixadas pelo uso das pontas diamantadas em alta rotação.. Com a ponta diamantada 3118 (KG Sorensen®), desgasta-se aproximadamente 1,4 mm, seguindo-se a anatomia natural do dente. Acompanhar o desgaste avaliando o espaço interoclusal. Quando necessário o preparo pode ser levado para o interior do sulco gengival em 0,5mm, usando-se as pontas diamantadas: 2215; 3113; 2136 (KG Sorensen®) ou a multilaminada 283 (KG Sorensen®). Tomar cuidado com o posicionamento da ponta diamantada evitando-se a formação de “ cabos de guarda-chuva ” na linha de término. Respeitar a área da papila interdental. Usar um fio retrator 000 (Ultrapack®) intrasulcular para preservar as distâncias biológicas. O acabamento final deve ser feito com as mesmas pontas diamantadas, porém, em baixa rotação. O uso de um recortador de margem cervical manual pode ser útil especialmente na área próxima à gengiva. Tabela II - Descrição da Técnica UP de preparo para CMC – Anterior. F Figura I- Passo a passo da Ténica de preparo para CMC - Posterior A: pontas diamantadas 1- 1014; 2- 2215; 3-3216; 4-2200; 52136 (KG Sorensen®). B e C: sulco oclusal. D e E: sulco de orientações vestibular. F:sulcos realizados. G: sulco de orientação lingual. H: sulcos de orientação oclusal. I: metade do dente com os sulcos realizados. J: desgaste proximal. L: união dos sulcos e preparo de metade do dente. M: preparo da outra metade do dente. N: coroa previamente preparada. O: redução das cúspides funcionais. P: após acabamento, dente preparado visto por vestibular. Q: dente preparado visto oclusal. Figura II- Passo a passo da Técnica UP de preparo para CMC – Anterior. A: pontas diamantadas 1- 1014; 2- 2215; 3-3216; 42200; 5- 2138; 6-2136 (KG Sorensen®). B e C: sulcos de orientações vestibular (1ªinclinação). D: sulco de orientação vestibular (2ª inclinação).lE: sulco de orientação incisal. F:sulcos de orientção vestibular e incisal realizados. G::sulcos de orientção palatino realizados H: desgastes proximais . I: desgastes proximais realizados. J: união dos sulcos e metade do dente preparada. K: preparo da outra metade do dente. L:preparo da concavidade palatina. M: após acabamento, dente preparado visto por incisal. N: após acabamento, dente preparado visto por vestibular. DISCUSSÃO As técnicas de preparo foram apresentadas por inúmeros autores ao longo dos anos. As mesmas sofreram modificações, adaptações para se obter um preparo ideal com finalidade de receber uma prótese fixa. Através desta revisão de literatura pode-se constatar que a técnica de silhueta, é bastante difundida no ensino acadêmico dos preparos para CMC nas Instituições brasileiras. CONCLUSÕES Com base na literatura consultada e os resultados obtidos no ensino dos preparos dentários para coroas totais do tipo metalo-cerâmica foi possível concluir que: As alterações propostas pela Técnica UP de Preparo para CMC - posterior anterior corrige deficiências técnicas e incorpora vantagens acadêmicas pois possibilita um aprendizado de excelência mesmo para iniciantes. REFERÊNCIAS Pegoraro LF, Valle AL, Araújo CRP, Bonfante G, Conti PCR, Bonachela V. Preparo de dentes com finalidade protética. In: Prótese fixa. São Paulo: artes médicas; 2004.p.45-67. Rosenstiel SF, Land MF, Fujimoto J. Prótese Fixa Contemporânea. Terceira edição. Editora Santos. Cap 9. Pag 216-229. Saito T. Preparos Dentais Funcionais em Prótese Fixa. Rio de Janeiro, Quintessence,1990.185p. Shillingburg Jr, HT, Hobo S, Whistsett LD, Jacobi R, Brackett SE. Fundamentos de prótese fixa. Terceira edição. Quintessence. 1998. Pag99-114 e 115-127.