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David Cottrell
FAÇA AS
ESCOLHAS
CERTAS
e corrija com
rapidez as erradas
Sumário
Prólogo, 7
1. O sucesso está além dos obstáculos, 12
2. Não permita que a prioridade deixe de ser prioridade, 24
3. Fuja da Terra da Gerência, 32
4. A crítica como uma ferramenta de aprendizado, 48
5. A regra “Faça o que é certo”, 59
6. Contrate com rigor, 70
7. Entradas e saídas: como lidar com as mudanças, 79
8. Faça menos tarefas ou as realize mais depressa, 90
9. A importância do feedback e da motivação, 106
10. A dádiva do seu legado, 118
Epílogo, 143
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Capítulo 1
O sucesso está além dos obstáculos
C
hovia muito no dia em que saí de casa para minha primeira
reunião com Tony.
Para ser franco, eu não acreditava muito que aqueles encontros fossem mudar alguma coisa no meu dia a dia no trabalho.
Na melhor das hipóteses, as reuniões provavelmente fariam com
que eu me sentisse melhor. Duvidava que ele pudesse fazer algo
sobre meu estilo de gerenciar. Afinal, eu trabalhava para uma das
melhores empresas do mundo e participara de inúmeros cursos de
aperfeiçoamento. E todos sabem que o impacto dessas sessões de
treinamento dura pouco.
Precisei lembrar a mim mesmo que, se tudo estivesse correndo às mil maravilhas, eu não teria precisado pedir ajuda a Tony.
A verdade é que eu me encontrava numa sinuca profissional. No
fundo, sabia que algo teria de mudar, de um jeito ou de outro.
“Não pense assim”, repreendia-me. “Executivos do país inteiro
pedem conselhos a Tony. Você devia ficar grato por ele ter tempo
para você.”
Tínhamos combinado de nos encontrar às 8h30. Por causa da
chuva, estacionei em frente à casa de Tony às 8h40. Ele me esperava
à porta, elegantemente vestido.
– Oi, Jeff, seja bem-vindo! – disse ele, estendendo a mão e me
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puxando para um abraço caloroso. – É um prazer e uma honra você
ter vindo me ver.
Tony me convidou a entrar e me mostrou rapidamente sua casa,
que era incrível, ampla, com uma atmosfera convidativa e agradável. Sua mulher morrera havia pouco mais de um ano, e ele me
mostrou, cheio de orgulho, várias fotografias deles dois em diversos
lugares do mundo. Então fomos para a biblioteca onde ele disse que
nos reuniríamos todas as semanas.
Devia haver mais de mil livros nas estantes. Reparei em várias
fotos de Tony junto de famosos executivos que logo reconheci. Algumas tinham sido tiradas ali mesmo naquela biblioteca onde eu
me encontrava. Admito que fiquei um tanto intimidado.
Depois de uma breve conversa, ele disse que estava na hora de
iniciarmos nossa sessão.
– Seu tempo é valioso, Jeff – começou ele –, por isso precisamos
estabelecer algumas regras básicas para que você aproveite ao máximo nossos encontros. Tomei a liberdade de formulá-las enquanto
pensava nas nossas reuniões. Veja o que acha.
Ele me passou uma folha de papel em que constavam apenas
três regras simples:
Começar e terminar na hora
Dizer a verdade
Experimentar algo diferente
Muito simples, pensei. Posso perfeitamente seguir essas regras.
Olhei para Tony e disse:
– Estou de pleno acordo. Podemos ir em frente.
– Muito bem – respondeu Tony. – Então me conte o que o
trouxe aqui depois de tanto tempo.
Durante a hora que se seguiu, só eu falei e Tony me escutou sem
fazer muitos comentários.
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Comecei pela minha formatura na universidade. Na época, o
futuro era uma perspectiva empolgante para mim. Como a maioria
dos formandos, eu tinha a sensação de que nada me impediria de
ser bem-sucedido e estava cheio de energia e otimismo.
Nos primeiros anos da minha carreira, o sucesso veio com facilidade e fui promovido com frequência. Trabalhei no setor de vendas
de uma das mais respeitadas empresas de tecnologia do mundo. Em
seguida, me tornei gerente – minha primeira grande oportunidade
– e adorei a experiência. Os negócios eram bons. As viagens que
eu fazia eram ótimas. Participei de algumas decisões importantes e
aprendi muito desde cedo.
Minha equipe não tinha um desempenho excepcional, mas
nossos resultados eram respeitáveis.
Alguns dos profissionais que eu gerenciava não trabalhavam
com o mesmo afinco que eu, mas os negócios iam tão bem que
não me preocupava com eles. Na verdade, talvez eu tenha ignorado
questões relacionadas ao desempenho que podem ter contribuído
para as dificuldades que enfrentava no momento.
Eu me empenhava em ser “parte da turma”. Queria que minha equipe gostasse de mim e sentisse prazer em trabalhar comigo.
Costumava levá-los para jantar ou tomar uns drinques e, às vezes,
até trocava ideias com eles sobre os problemas com os quais estava
lidando. Na ocasião, aquela me parecia uma boa estratégia.
Mais ou menos na mesma época, eu não tinha uma opinião
muito favorável sobre o trabalho realizado pelos diretores da companhia. Chegava a dizer à minha equipe que, se seguíssemos os
exemplos deles, a empresa iria por água abaixo. Nós ríamos disso.
Bons tempos, aqueles. Nos anos que se seguiram, porém, os
negócios ficaram mais difíceis. A maior parte da equipe permanecia na mesma, mas algumas das questões a que eu antes não
dera grande importância agora afetavam, de modo considerável, o
desempenho coletivo do departamento a ponto de ameaçar meu
emprego.
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Minha jornada de trabalho era longa e eu me dedicava muito,
mas os indicadores de negócios informavam que a situação estava
complicada. Nem eu nem os integrantes da equipe estávamos satisfeitos. Os resultados refletiam nossas frustrações e a insatisfação
também estava presente na minha vida pessoal.
– Procurei você, Tony, para aprender com sua experiência –
falei num tom melancólico. – Não sei mais o que fazer e só espero
que não seja tarde demais para conseguir mudar o rumo da situação.
Depois de me escutar por quase uma hora, Tony finalmente
começou a falar.
– Bom, em primeiro lugar, sei que você pensa que esses problemas ocorrem apenas em sua equipe. Mas está enganado. Há poucos
líderes, aliás, muito poucos, se é que existem, que ainda não enfrentaram as mesmas questões que você relatou. Eu mesmo já passei
por isso. Quando se trata de liderar pessoas, não existe problema
que seja exclusivamente seu. Pergunte a qualquer executivo e descobrirá que ele também passou pelas mesmas frustrações. Então, não
se lamente tanto, não vale a pena, é uma perda de tempo valioso.
Concentre-se em fazer planos para melhorar a situação – tranquilizou-me Tony.
Eu o ouvia com atenção. Ele prosseguiu:
– Em segundo lugar, não é tarde demais para mudar. Você ainda
é jovem, apesar de ter tanta experiência. Admiro-o por me telefonar procurando orientação. Poucas pessoas têm a coragem de dar
até mesmo esse primeiro passo. Muitos que deparam com desafios
como esses logo desistem, antes de darem a virada que os levará ao
sucesso profissional. Os bem-sucedidos são os que não esmorecem,
mesmo quando estão desanimados e sabem que cometeram erros.
Jeff, você está vivendo uma situação pela qual quase todo mundo
passa. Para onde quer que se vire, parece que dá de cara com uma
parede.
Assenti movendo a cabeça.
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– Exatamente. Tenho a impressão de que, cada vez mais, essas
paredes estão se fechando à minha volta. Não consigo detê-las.
Tony se recostou na cadeira e me olhou com ar pensativo.
– Jeff, você se encontra no que chamo de “ponto de explosão”.
– “Ponto de explosão”? Nunca ouvi falar disso.
– Não é gíria de consultor. É um ponto a que quase todo mundo chega em algum momento da carreira. Vou explicar. Certa vez,
ouvi uma fábula sobre um homem que encontrou um guru no
meio de uma estrada. O homem perguntou ao sábio: “Qual é o
caminho para o sucesso?” O sábio não disse uma palavra sequer,
mas apontou para um lugar a distância. O homem, entusiasmado
com a perspectiva de sucesso rápido e fácil, saiu correndo na direção indicada. De repente, ouviu-se um estrondo. Pouco depois, o
homem voltou mancando, a roupa em farrapos, zonzo. Supondo
que tinha tomado o rumo errado, dirigiu-se novamente ao guru
e repetiu a pergunta: “Qual é o caminho para o sucesso?” O sábio mais uma vez apontou, em silêncio, para a mesma direção. O
homem, obediente, seguiu o rumo indicado, mas dessa vez o estrondo foi ensurdecedor. Quando o homem voltou se arrastando,
ensanguentado, abatido e irritado, gritou para o guru: “Eu lhe perguntei qual era o caminho para o sucesso, segui a direção que você
indicou e só ouvi estrondos! Chega de apontar! Fale!” Só então o
guru disse: “O sucesso está bem ali. Logo depois da explosão.” – E
Tony concluiu: – Neste momento, você está no ponto de explosão:
atordoado, abalado e talvez até irritado. Mas se tiver persistência
e dedicação, podemos trabalhar juntos para fazer você ir além do
estrondo.
– Para mim, já basta – respondi. – Sinto que tenho estado no
meio da explosão há algum tempo e estou cansado de viver atordoado.
– Você está enfrentando alguns desafios difíceis. Procurar a ajuda de alguém de fora da empresa é uma boa decisão. Todos nós precisamos de pessoas que possam nos ajudar a enxergar as situações
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de uma perspectiva diferente – disse Tony. – Na verdade, diversas
pessoas atuam como meus mentores, gente que me ajudou a ter
uma nova percepção das situações e que continua me aconselhando
depois de todos esses anos. Não é tarde demais para fazer mudanças, mas, para obter progressos, você terá muito trabalho pela frente. No entanto, não deve esquecer: você não é o único. A maioria
das pessoas tem dificuldades em fazer a transição de subordinado
a gerente e de gerente a líder. Seu pai certa vez mencionou algo
que nunca vou esquecer. Ele disse que, quando alguém quer ser
extraordinário, a primeira coisa a fazer é deixar de ser ordinário,
isto é, comum, banal. Querer ser estimado e “fazer parte da turma”
é natural. Como líder, porém, sua equipe deve admirar e respeitar
você pelas razões certas.
Os conselhos de Tony eram objetivos e eu o ouvia com muito
interesse. Ele continuou:
– Se todos gostam de você porque é justo, coerente, solidário e
positivo, então isso é ótimo. Mas se gostam de você só porque lhes
oferece jantares e bebidas, o que ganha com isso? Na verdade, ao
agir dessa forma, você está tomando a direção do fracasso. Por quê?
Porque se o seu objetivo é fazer todos gostarem de você, vai acabar
se esquivando de decisões difíceis para não aborrecer seus “amigos”.
A transição de subordinado a gerente e de gerente a líder exige que
você tome decisões diferentes e, muitas vezes, difíceis. Acredite, essas transições podem vir a criar problemas também em outras áreas
de sua vida.
Seu tom era calmo e firme. Ele prosseguiu:
– Eu me recordo de você adolescente, Jeff. Ficou empolgadíssimo quando completou 16 anos e tirou a carteira de motorista,
lembra? A vida toda viu seus pais dirigirem e, assim que teve idade suficiente, você começou as aulas na autoescola. Lembra-se de
como se sentiu confiante naquela época? Você achava que seria o
melhor motorista do mundo e chegou a dizer isso a seu pai.
– Claro que me lembro – respondi. – Eu me lembro ainda me17
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lhor do dia seguinte após tirar a carteira de motorista. Bati com o
carro pela primeira vez. Por sorte, ninguém se machucou.
– Também me lembro disso – disse Tony. – Quase todo o seu
time de futebol estava no carro. Mas o que você não sabe é que, uns
dias depois, seu pai e eu conversamos sobre a principal causa do
acidente: o fato de você não ter compreendido a diferença entre ser
um mero passageiro e ter a responsabilidade de ser o motorista do
carro. O passageiro está livre para fazer uma porção de coisas que
o motorista não pode fazer. Quando você é o motorista, o foco de
sua atenção deve estar na rua, não nas distrações. Se está dirigindo,
não tem o direito de fazer o que lhe dá na telha – por exemplo,
ouvir música alta, o que um passageiro pode muito bem fazer, se
quiser. O mesmo princípio se aplica à liderança. Você não é mais
um passageiro. Agora, é o motorista. E, no entanto, embora suas
responsabilidades aumentem quando se torna chefe, você perde alguns direitos e algumas liberdades de que desfrutava quando era
conduzido por alguém.
– Você pode me dizer, na prática, como este princípio se aplica
à liderança? – perguntei, confuso.
– Por exemplo, se quiser ser bem-sucedido como líder, não tem
o direito de participar dos bate-papos em que os funcionários falam
mal da direção. Quando você é o chefe, perde o direito de culpar
os outros por algum problema em seu departamento. E também
não tem mais o direito de ser negativo ou debochado. Não pode
mais se esquivar de certas questões nem deixar de tomar decisões.
Como gerente e líder, a responsabilidade final é sua. Você é a pessoa
responsável por tudo o que acontece em seu departamento, e esse é
um passo gigantesco que muitas vezes se revela doloroso durante a
transição. Você perde até o direito a uma parte do seu tempo porque é responsável pelo tempo das outras pessoas, assim como pelo
seu – disse ele, parando para verificar o relógio. – Por falar nisso, a
que horas você chegou aqui hoje?
– Pouco depois de 8h30 – respondi, inocentemente.
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– E a que horas combinamos começar? – perguntou Tony.
– Às 8h30, mas havia muito trânsito e estava chovendo. Achei
que tinha saído de casa com tempo de sobra – gaguejei.
– Realmente, estava chovendo – Tony concordou –, mas não foi
a chuva que atrasou você. Sabe, Jeff, quando assume uma responsabilidade total, não importa o que aconteça ou as condições relacionadas aos acontecimentos, você tem de fazer ajustes. Quando está
chovendo, ou você sai mais cedo, ou toma um caminho diferente,
ou telefona e muda o horário da reunião. É você quem controla
o fato de estar na hora ou não. A chuva apenas o obriga a tomar
decisões diferentes.
– Vou me lembrar disso – prometi.
– Muito bem, vamos em frente – prosseguiu Tony. – O oposto
de aceitar uma responsabilidade é encontrar alguém ou algo a que
atribuir a culpa quando surge um questionamento ou uma crise. É
claro que sempre existe a quem culpar, mas um verdadeiro líder usa
seu tempo para resolver o problema, em vez de ficar procurando
culpados. – Tony foi enfático: – Encontrar desculpas em vez de
aceitar a responsabilidade por seus atos vai destruir a sua eficiência como líder. Você não foi escolhido para o cargo simplesmente
para preencher uma posição no organograma da empresa, mas para
assumir uma responsabilidade. Ninguém precisa de um líder para
encontrar desculpas ou procurar culpados pelas falhas e pelos fracassos. Cada um pode fazer isso por conta própria. Quando você
atribui a culpa a alguém ou a algo, está se voltando para o passado.
Quando aceita uma responsabilidade, volta-se para o futuro. Jeff,
enquanto você não assumir total responsabilidade, seja ela qual for,
não será capaz de estabelecer planos para realizar seus objetivos.
Tony me deu algum tempo para refletir sobre o que acabara de
dizer. O que ele disse teve um grande impacto em mim, mas era
algo que eu precisava aceitar como verdade.
– Uma das primeiras coisas que quero que compreenda é que
você tem o poder de escolher se quer assumir a responsabilidade
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de melhorar a situação – prosseguiu Tony. – Você tem o controle
sobre a maneira como reage aos acontecimentos, mas vou lhe pedir
que exclua a culpa do seu estilo de gerenciamento. Melhor ainda:
elimine essa palavra de seu vocabulário, para então poder fazer algumas mudanças positivas. Porque, veja bem, Jeff, nós temos controle
sobre nossas escolhas. Descobri que o sucesso, em última análise, é
alcançado pelas pessoas que fazem mais escolhas certas... e que se
recuperam depressa das escolhas erradas.
Bebeu um gole de café antes de continuar. Eu era todo ouvidos.
– As escolhas que você faz o levam na direção do objetivo que
está tentando atingir ou o afastam dele. Dia após dia, seu sucesso pessoal e profissional depende de fazer sempre boas escolhas e
evitar as erradas. Pense nas pessoas bem-sucedidas que conhece
no trabalho, no seu bairro, na sua cidade ou na sua família. Sem
exceção, o sucesso delas foi gerado pelas escolhas que fizeram. Não
tem nada a ver com sorte, condições ou anjo da guarda. Em seguida, observando-as de perto, vai verificar que têm certas características em comum. Mas, acredite se quiser, não há nenhuma
diferença considerável entre os indivíduos muito bem-sucedidos e
os que não têm tanto sucesso assim. Por exemplo, você acha que
o vendedor que ganha US$ 250 mil por ano tem cinco vezes o
intelecto ou a capacidade de outro que ganha US$ 50 mil por ano
vendendo o mesmo produto em um território semelhante?
– Claro que não – respondi.
– Então, qual é a diferença?
– Acho que quer que eu responda que as pessoas mais bem-sucedidas fizeram escolhas melhores e se recuperaram mais depressa de suas escolhas erradas – disse eu.
– Isso mesmo! – respondeu Tony. E acrescentou: – Outra diferença importante é que as pessoas bem-sucedidas fazem escolhas
que as outras não gostam de fazer. Se lhes perguntarmos isso, provavelmente vão dizer que podem até não querer fazê-las, mas percebem que, em geral, há propósitos maiores quando se escolhe tomar
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certas medidas indesejadas. Quando você assume a responsabilidade
de fazer escolhas conscientes para o sucesso, toma para si o poder
que tais escolhas oferecem e deixa de ser o indivíduo desafortunado
para quem a vida meramente acontece. Com boas escolhas, você
assume o controle de seu sucesso.
Tony voltou a olhar para o relógio.
– Bom, estou vendo que nossa sessão está quase acabando, conforme o horário combinado – disse ele, me entregando um caderno
azul de espiral com as palavras “Manhãs de segunda com Tony”
escritas à mão na capa. – Leve este caderno e comece a anotar o
que conversamos – recomendou. – Se mantiver um registro dos
nossos encontros, será mais fácil para você rever os pontos que debatemos.
Ele se levantou e me acompanhou até a porta.
– Então, há algo que vá fazer esta semana para melhorar a sua
situação?
– Bem, o que você disse sobre assumir responsabilidades faz
sentido, mas há tantos fatores externos agindo sobre minha equipe
que não tenho muita certeza de poder dar conta da responsabilidade total – respondi, reticente. – Mas o que posso fazer, sem dúvida,
é parar de falar mal da direção da empresa nos bate-papos dos funcionários e não culpar a diretoria por nossos problemas, além de
tentar fazer escolhas melhores, assumir responsabilidade por tudo e
ver o que acontece – prometi.
– Escreva isso no caderno e lembre-se: quando registrar algo
nele, assuma o compromisso de realizá-lo. Se você se limitar a me
dizer o que quer fazer, não estará se comprometendo realmente a
fazer coisa alguma.
Concordei e garanti que chegaria às 8h30 em ponto na segunda-feira seguinte.
A caminho do escritório naquele dia, me senti ainda mais frustrado. Seria um tanto difícil assumir a responsabilidade por tudo o
que acontecia no meu departamento. Não tinha certeza se aquilo
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era muito realista. E todos os problemas que eu estava enfrentando
não eram resultado de minhas escolhas erradas. Era difícil engolir
aquele comentário sobre o “indivíduo desafortunado para quem a
vida meramente acontece”.
Algumas das coisas que Tony dissera faziam sentido, mas eu
me perguntava se a filosofia dele era coerente com o que se pratica
atualmente. Entretanto, eu havia feito uma promessa. Tentaria agir
de modo diferente para ver o que aconteceria.
Mais tarde, no mesmo dia, resolvi registrar as lições que aprendera. Ao abrir o caderno, encontrei uma carta de Tony com a seguinte mensagem:
Jeff,
Parabéns pela coragem de procurar aconselhamento. Esse passo, por si só, demonstra
que você tem um tremendo orgulho de seu
trabalho e, o mais importante, que está disposto a assumir a responsabilidade por seus
atos. Ao virar esta página, permita que as
palavras que registrar neste caderno se tornem um novo modelo para seu sucesso, tanto
no trabalho quanto na vida pessoal.
É um prazer e uma honra para mim compartilhar minhas experiências com você. Aguardo sua visita na próxima segunda-feira.
Meus melhores votos de boa sorte.
Tony
Ao ler o bilhete, senti a sinceridade das palavras de Tony. Ele desejava genuinamente que eu me saísse bem. Então comecei a sentir
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uma confiança que não experimentava havia anos, pois surgia no
horizonte uma mudança para melhor.
O sucesso está além dos obstáculos
Meu sucesso depende da minha
coragem e persistência de ir além
dos obstáculos.
Sou eu quem está no comando do meu
sucesso e da minha felicidade.
Enquanto eu não assumir total
responsabilidade – qualquer que seja
ela –, não serei capaz de estabelecer
planos para realizar meus objetivos.
A transição de gerente a líder requer
que eu tome decisões diferentes.
Meu sucesso é o resultado de fazer
escolhas melhores e de me recuperar
depressa das erradas.
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