DESIGN DO SISTEMA PARA TRANSPORTE DE ROUPAS DE UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO
DESIGN FOR CLOTHS TRANSPORT SYSTEM OF A UNIVERSITY HOSPITAL
Elton Moura Nickel ¹
Marcelo Gitirana Gomes Ferreira ²
RESUMO: Este artigo tem por objetivo evidenciar a importância de um processo estruturado e apoiado
pela metodologia em design para o sucesso de novos produtos. Com essa finalidade, são apresentadas
ferramentas e métodos de apoio utilizados no projeto de um sistema para transporte de roupas de um
hospital universitário brasileiro. As melhorias contemplaram principalmente aspectos funcionais,
ergonômicos e de fabricação. O novo sistema é composto de partes de lona removíveis que, além de
trazer uma sensação visual e real de leveza, também facilitam a lavagem e manutenção do produto. Esse
aspecto também foi pensado com base no ciclo de vida do produto, já que esse material pode ser
reutilizado até mesmo dentro do hospital, para a confecção de outros sacos para roupa suja quando se
esgotar a sua utilização primária. Concluiu-se que a utilização de métodos específicos de projeto para a
correta geração e avaliação de alternativas propostas à solução de um problema existente deve ser o
fundamento da prática projetual do designer de produtos que visa avançar em áreas como inovação,
tecnologia e sustentabilidade.
PALAVRAS-CHAVE: Lavanderia hospitalar. Metodologia de projeto. Design de produtos.
ABSTRACT: This paper has the purpose to highlight the importance of a structured process and
supported by the design methodology to the success of new products. For this purpose, are given tools and
support methods used in the design for cloths transport system of a Brazilian university hospital. The
improvements contemplated mainly functional, ergonomic and manufacturing aspects. The new system
consists of canvas removable parts that, besides bringing a real and visual sense of lightness and also
facilitates cleaning and maintenance of the product. This aspect was also considered based on the life
cycle of the product, since this material can be reused even inside the hospital, for the manufacture of
other bags for dirty clothes when they exhaust their primary use. It was concluded that the use of design
specific methods for the correct generation and evaluation alternative proposals for solving an existing
problem should be the basis for the product designer practice aimed at advancing in such areas as
innovation, technology and sustainability.
KEY-WORDS: Hospital laundry. Design methodology. Product design.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa está inserida na área de conhecimento do design de produtos e
descreve a metodologia de projeto empregada para desenvolver um novo sistema para transporte
de roupas de um hospital universitário (HU) do Brasil.
Durante a realização do trabalho, que envolveu visitas a hospitais, foi constatada uma
série de possibilidades para intervenção do design no sistema público de saúde nos seus mais
______________________________________________________________________________________________
¹ Mestre em Engenharia | UFSC | [email protected]
² Doutor em Engenharia | UDESC/UFSC | [email protected]
variados aspectos e setores. Especialmente, um setor que chamou à atenção, devido sua
importância para o bom funcionamento de um hospital e pelo fato de ser considerada uma área
crítica e capaz de oferecer riscos à saúde de funcionários e pacientes, foi o setor de
processamento de roupas, ou lavanderia hospitalar.
Especificamente, o estudo de caso descrito neste artigo teve como foco o sistema de
transporte de roupas hospitalares, propriamente dito. Em uma primeira análise, os carrinhos
destinados ao transporte das roupas pelo HU, tanto roupas limpas quanto sujas, necessitavam de
intervenções ergonômicas e em outros aspectos de projeto, motivos pelos quais se destacam a
relevância e viabilidade do estudo.
OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é descrever as etapas abrangidas para desenvolver o projeto de
um sistema para transporte de roupas de um hospital universitário (HU) do Brasil, ao passo que
se apresentam as ferramentas, métodos e outros materiais de apoio utilizados no processo.
Espera-se ainda que, ao final da discussão, este artigo evidencie a importância de um processo
estruturado e apoiado pela metodologia de projeto em design para o sucesso do desenvolvimento
de produtos industriais.
MÉTODO
O projeto do sistema para transporte de roupas do hospital universitário em questão se
iniciou com a elaboração de um escopo de projeto, redigido em duas páginas, contendo os
seguintes itens: identificação; tema/subtema; objeto de design; contextualização; justificativa;
objetivos; estratégia e cronograma. Segundo Rozenfeld et al. (2006, p.159), o escopo deve ser um
documento que sintetiza as características do produto e o conjunto de trabalhos que serão
executados e é a primeira atividade de planejamento executada por um gerente de projeto.
Em seguida, quatros hospitais da mesma cidade foram visitados com o intuito de se
analisar a organização do trabalho de cada um, além de maior aprofundamento bibliográfico em
autores como Bartolomeu (1998) e Souza (2001). O principal objetivo das visitas e dos estudos
foi fornecer uma melhor compreensão de quais são os procedimentos de rotina de uma lavanderia
hospitalar, ao invés de limitar a análise ao HU. É importante ressaltar que a visão sistêmica
esteve presente em todas as etapas do projeto.
De posse de um maior volume de informações, pôde-se elaborar uma melhor estratégia de
coleta de dados, que envolveu a observação direta e a aplicação de um check-list com o
profissional responsável pela lavanderia do HU. Cerca de quatro páginas de informação foram
obtidas a partir dos seguintes itens constantes no check-list:
a) Descrição do fluxo das roupas dentro da lavanderia (processo de lavagem);
b) Descrição e relação das diferenças existentes entre os carrinhos atualmente utilizados pela
lavanderia;
c) Tipo de roupa transportada;
d) Quantidade de roupa a ser transportada;
e) Capacidade dos carrinhos;
f) Forma como a roupa é acomodada;
g) Forma como a roupa é retirada dos carrinhos;
h) Forma como a roupa é recolhida (roupa suja);
i) Trajetória dos carrinhos pelo prédio;
j) Horários de recolhimento (roupa suja) ou distribuição (roupa limpa);
k) Setores do hospital envolvidos;
l) Quem transporta;
m) Outras informações.
Em resumo, constatou-se que, no atual sistema de transporte de rouparia do HU, são
utilizados basicamente dois tipos de carrinhos. Há cerca de vinte e três carrinhos do tipo que
transporta a roupa já lavada e passada novamente para os diversos setores do hospital. Além
disso, esse tipo de carrinho também é usado para transportar a roupa durante os processos dentro
da lavanderia, de uma máquina para outra. Esses carrinhos são destampados, fabricados em fibra
de vidro e com quatro rodas de um material sintético rígido. Suas dimensões são: cerca de 0,90m
de altura, 0,60m de largura e 1m de comprimento, lembrando que a profundidade dos carrinhos
desconta apenas a altura das rodas, fazendo com que o fundo fique praticamente no mesmo nível
do piso. Há também um carrinho específico para o transporte de roupa suja, tratando-se, na
verdade, de dois carrinhos para roupa limpa, um sobre o outro, acoplados, com o de cima
servindo como tampa ou cobertura, provido de uma pequena cortina em uma janela improvisada,
por onde é inserida a roupa suja recolhida. Há apenas uma unidade desse tipo de carrinho
disponível para todo o hospital.
Normalmente, os carrinhos são transportados sempre cheios. No caso da roupa suja, são
necessárias três ou quatro viagens para que toda a roupa seja recolhida por todo o hospital, apesar
de a capacidade do carrinho para roupa suja ser de aproximadamente o dobro da capacidade do
carrinho destinado ao transporte de roupa limpa. Isso se deve ao fato de haver apenas um carrinho
disponível para esse fim. A roupa suja fica acomodada nas unidades do hospital em sacos fixos
em carrinhos metálicos chamados ‘hampers’. Feitos de tecido, esses sacos são amontoados dentro
do carro que recolhe a roupa suja. Fotos dos dois tipos de equipamento de transporte e de um
saco de hamper encontram-se na Figura 1.
Figura 1 – Veículos para transporte de roupa limpa, de roupa suja e saco de hamper do HU.
Ao mesmo tempo em que o conhecimento a respeito do funcionamento da lavanderia do
hospital era construído, também se realizou uma pesquisa em busca de produtos existentes no
mercado nacional e internacional, semelhantes ao objeto de design a ser reprojetado. Apesar de
algumas alternativas apresentadas pelo mercado terem preocupações ergonômicas, funcionais e
serem mais apropriadas para a utilização em lavanderias hospitalares brasileiras, a realidade é que
praticamente a totalidade das lavanderias pesquisadas na realização deste trabalho utiliza o
mesmo modelo de carro de transporte utilizado pelo hospital universitário.
RESULTADOS
Depois de estabelecido o método da pesquisa e compreendido o problema de projeto,
utilizou-se uma ferramenta de preparação ao pré-projeto, conhecida como redefinição heurística
(KING & SCHLICKSUPP, 1999). Essa ferramenta possui três passos. O primeiro é: ‘estabelecer
o problema em termos de meta’. Para este projeto definiu-se a seguinte meta: ‘como podemos
proporcionar um transporte de baixo custo, eficaz e que não ofereça desconforto ou riscos à saúde
de nenhum dos envolvidos no processo de transporte de roupas do hospital universitário?’. O
segundo passo proposto pela ferramenta é: ‘visualizar o problema como parte de um sistema’. A
representação gráfica dos elementos constituintes do sistema para transporte de roupas do HU
encontra-se na Figura 2.
Figura 2 - Representação gráfica dos elementos constituintes do sistema para transporte de roupas do HU.
O terceiro passo envolve ‘construir uma matriz de classificação dos enunciados’, que
contempla cada uma das metas de projeto, a probabilidade de alcançar a meta, a facilidade de
implementação e o impacto esperado sobre a meta. Cada item deve receber pesos de ‘1’ a ‘3’,
conforme o projeto específico. Os dados tabulados para este trabalho encontram-se na Tabela 1.
“Como Podemos Assegurar
Que...”
1 ... as irregularidades no piso do
hospital
não prejudiquem o deslocamento
das roupas?
Probabilidade
de alcançar a
meta
Facilidade de
implementação
Impacto
esperado
Total
2
2
3
7
2 ... o uso e o contato com o
equipamento
não prejudiquem a saúde do
transportador?
3 ... os sacos de hamper estejam
localizados de forma a contribuir
para um transporte eficaz?
4 ... a quantidade de roupa não
exceda a
capacidade de transporte do
trabalhador?
5 ... os corredores estreitos, portas
e elevadores prejudiquem o
mínimo possível o transporte?
6 ... a distribuição dos setores da
lavanderia contribua para um
transporte mais eficaz?
7 ... as roupas sujas fiquem
condicionadas
durante o transporte para evitar
contaminação?
8 ... a correta organização das
máquinas e
bancadas da lavanderia contribua
para o transporte?
9 ... não existam acidentes ou
queda das roupas no chão durante
o transporte?
10 ... as roupas sejam manuseadas
de forma prática e sem oferecer
riscos para a saúde do trabalhador?
3
3
3
9
2
1
2
5
2
3
2
7
2
2
2
6
1
1
2
4
3
2
3
8
1
1
2
4
3
2
3
8
3
3
3
9
Tabela 1 – Matriz de classificação dos enunciados para o projeto.
A aplicação da ferramenta indicou que os carros de transporte de roupas, tanto para roupa
suja quanto para roupa limpa, devem ser reprojetados com um forte enfoque em sua função
utilitária e de relação física com o transportador, o que envolve os manejos, pegas,
dimensionamentos, retirada e colocação das roupas, enfim, todo o contato físico que houver entre
o usuário e o carrinho deve ser priorizado no projeto. Outro aspecto que deve ser considerado
com atenção é a questão do deslocamento do produto, o que envolve intervenções no rodízio e
também na estrutura do carro como um todo, com o objetivo de garantir estabilidade durante o
transporte.
Após a aplicação da ferramenta de redefinição heurística, realizou-se uma Análise
Ergonômica do Trabalho (AET), voltada às diversas interações e movimentos realizados pelos
trabalhadores da lavanderia hospitalar, ao utilizarem os produtos disponíveis em seu ambiente de
trabalho. Para tal, realizaram-se as análises da demanda, da tarefa e descrição das componentes
do sistema homem-tarefa, que envolve: dados referentes ao homem, à máquina, às ações, às
exigências físicas, às exigências mentais e sensoriais, ao ambiente de trabalho e às condições
organizacionais do trabalho. Tal análise gerou, aproximadamente, dez páginas de resultados, já
tendo sido publicada e premiada em um congresso internacional de Ergonomia (NICKEL;
GOMES FERREIRA, 2009).
Com as análises realizadas até aqui, iniciou-se a etapa de ante-projeto. Para auxiliar na
geração de alternativas, utilizou-se o quadro morfológico. De acordo com Baxter (1995, p. 77), “a
análise morfológica estuda todas as combinações possíveis entre os elementos ou componentes
de um produto ou sistema”. O quadro morfológico direcionado ao sistema a ser projetado pode
ser visualizado na Figura 3, tanto para o sistema de transporte de roupa limpa como para o
sistema de transporte de roupa suja.
Figura 3 - Quadro morfológico para o projeto.
Na área do Design, a utilização do quadro morfológico tem se mostrado particularmente
útil quando o projeto se direciona a novos produtos, extrapolando soluções convencionais e
explorando o uso de novos materiais, formas e funções. Sem esta ferramenta, provavelmente o
projetista se restringiria a examinar apenas um número reduzido de soluções e combinações,
esquecendo-se das demais (BAXTER, 1995).
Conforme a Figura 3, a partir de todo o conhecimento gerado até esta etapa do
desenvolvimento, foi possível estabelecer algumas variáveis, consideradas as mais importantes
para o atendimento dos requisitos dos clientes. Para cada variável selecionou-se a opção que
melhor atendesse às expectativas do projeto. As alternativas eleitas estão destacadas no quadro
morfológico. Com isso, passou-se a gerar alternativas representadas em desenhos à mão livre,
que contemplassem os requisitos de projeto levantados. Por fim, os conceitos selecionados para o
novo sistema de transporte de roupas hospitalares podem ser observados na Figura 4.
Figura 4 – Alternativas de projeto selecionadas para os dois tipos de equipamento.
Na
seqüência,
os
dois
conceitos
gerados
foram
detalhados
e
modelados
tridimensionalmente em software técnico específico de modelagem virtual. A Figura 5 apresenta
o novo equipamento desenvolvido para o transporte de roupa limpa, com os apontamentos das
melhorias propostas.
Figura 5 – Apresentação final do novo sistema para transporte de roupa limpa.
Da mesma maneira, a Figura 6 apresenta o novo equipamento desenvolvido para o transporte de
roupa suja.
Figura 6 - Apresentação final do novo sistema para transporte de roupa suja.
Conforme observado, as melhorias abrangem principalmente aspectos funcionais,
ergonômicos e de fabricação. Os dois produtos possuem praticamente a mesma estrutura básica,
com o objetivo de se diminuir os custos e facilitar a produção dos mesmos. No caso do novo
sistema, as partes de lona são removíveis para que, além de trazer uma sensação visual e real de
leveza, também possam facilitar a lavagem e a manutenção do produto. Esse aspecto também foi
pensado com base no ciclo de vida do produto, já que esse material pode ser reutilizado até
mesmo dentro do hospital, como a confecção de outros sacos para roupa suja quando se esgotar a
sua utilização primária, por exemplo.
Tratando-se especificamente do carro para roupa limpa, a principal intervenção de projeto
foi ergonômica, visando a correção da postura de seus usuários, ao colocarem ou retirarem as
roupas limpas dobradas. Para que não fosse mais preciso inclinar excessivamente a coluna para se
usar o fundo do carrinho, foi proposto um conjunto de molas calculadas para que uma superfície
anexa a elas esteja sempre em um nível/altura de conforto.
O caso do veículo de transporte para roupa suja é semelhante. Um sério problema é a
retirada dos sacos de hamper de dentro do carro. No produto atualmente utilizado pelo HU, o
funcionário precisa inserir grande parte do corpo dentro do carro para retirar os sacos de hamper
do fundo, o que, além de trazer dores à região lombar, também expõe o funcionário a riscos
biológicos. Outro problema é o peso do equipamento, em função do volume de roupa que precisa
ser recolhido. Há apenas um carro para recolhimento, como já comentado, e o funcionário precisa
fazer diversos ciclos de trabalho, dependendo do dia e do horário. Reclamações de dores no
ombro são freqüentes, mesmo porque, além do peso excessivo, o operador ainda costuma
transportar o carro puxando-o com uma mão, ao invés de empurrar com as duas mãos, muitas
vezes com a justificativa de que a altura excessiva do produto bloqueia sua visão.
A primeira medida apontada em projeto para solucionar esses problemas foi a diminuição
da capacidade do carro em cerca de 50% do seu volume, tornando-se mais leve e eliminando o
problema de se obstruir a visão do operador. A pega existe apenas de um dos lados, o que impede
que o usuário puxe o carro, mas o utilize no lado correto de deslocamento. Conseqüentemente, a
recomendação é que devem ser utilizados, no mínimo, dois carros desse tipo para o recolhimento
da roupa suja, para que um mesmo funcionário não seja sobrecarregado.
DISCUSSÃO
A metodologia proposta, bem como os resultados do projeto apresentado, evidenciaram
que, basicamente, o objeto de conhecimento que define um profissional da área do design é a
linguagem do produto. Sua atividade prática é trabalhar essa linguagem e a relação com o usuário
abrangendo as funções estéticas, indicativas e simbólicas, quer o produto seja gráfico ou
industrial. Mais detalhadamente, o designer industrial desempenha seu trabalho como um meio
através do qual pode alcançar uma lista de objetivos que Gui Bonsiepe, citado por Bürdek (1994,
p. 17), relaciona:
Melhorar a qualidade do meio ambiente, sempre que isto esteja relacionado com os
objetos;
Aumentar a produtividade;
Aumentar a qualidade de uso dos produtos industriais;
Melhorar a qualidade visual ou estética do objeto;
Aumentar o volume de vendas da empresa e;
Fomentar a industrialização nos países de terceiro mundo.
De fato, muitas empresas, atualmente, estão compreendendo o potencial valor
significativo que poderia ser criado para si mesmas e seus clientes por se expandir o papel das
atividades relacionadas ao design em seus processos de decisões estratégicas (SANCHEZ, 2006).
Contudo, para alcançar os objetivos citados acima, hoje se entende a necessidade da aplicação de
métodos de projeto em design, cujos primeiros estudos remontam a princípios dos anos sessenta.
A metodologia é necessária devido às complexidades que surgem em torno de um projeto e,
assim, de forma puramente intuitiva, uma só pessoa teria dificuldades em reunir todas as
informações e elaborar a solução para um determinado problema de design (BOMFIM, 1995).
O projeto do novo sistema para transporte de roupas hospitalares apresentado, portanto,
contribuiu para apoiar essas afirmações encontradas na literatura. A utilização de metodologia
específica em design deve ser o embasamento para justificar os conceitos gerados e as decisões
tomadas pela equipe de projeto em qualquer ramo da indústria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos procedimentos sistematizados de projeto utilizados no estudo em questão,
com base nos resultados obtidos a partir da ferramenta de redefinição heurística, do quadro
morfológico e das soluções propostas nas gerações de alternativas, pôde-se desenvolver um novo
sistema para transporte de roupas, que melhor atendeu às necessidades da lavanderia hospitalar
considerada.
Portanto, conclui-se, através de mais um estudo de caso na área, que a utilização de
métodos específicos de design para a correta geração e avaliação de alternativas propostas à
solução de um problema existente deve ser o fundamento do trabalho do designer de produtos
que visa avançar em áreas como inovação, tecnologia e sustentabilidade em seus projetos.
REFERÊNCIAS
BARTOLOMEU, T. A. Identificação e avaliação dos principais fatores que determinam a qualidade
de uma lavanderia hospitalar: um estudo de caso no setor de processamento de roupas do hospital
universitário da UFSC. 145 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – PPGEP, UFSC,
Florianópolis, 1998.
BAXTER, M. Product design – a pratical guide to systematic methods of new product development.
London: Chapman & Hall, 1995.
BOMFIM, G. A. Metodologia para desenvolvimento de projetos. João Pessoa: Editora
Universitária/UFPB, 1995.
BÜRDEK, B. E. Diseño: Historia, Teoría y Práctica del Diseño Industrial. Barcelona: Gustavo Gili, 1994.
KING, B.; SCHLICKSUPP, H. Criatividade: uma vantagem competitiva. QualityMark, 1999.
NICKEL, E. M. & GOMES FERREIRA, M. G. Análise ergonômica do trabalho em uma lavanderia
hospitalar visando o design de um novo sistema para transporte de roupas. In: Anais do 9º Congresso
Internacional de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces Humano-Tecnologia, Curitiba, 2009.
ROZENFELD, H. et. al. Gestão de Desenvolvimento de Produtos: Uma Referência para a Melhoria do
Processo. São Paulo: Saraiva, 2006.
SANCHEZ, R. Integrating Design into Strategic Management Processes. In: Design Management
Review; Fall; 17, 4; ABI/INFORM Global, pg. 10, 2006.
SOUZA, M. A. S. Proposta de sistemática para a melhoria do desempenho ambiental em processos
hospitalares. 170 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – PPGEP, UFSC, Florianópolis,
2001.
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