http://portaldaindustria.com.br/agenciacni/
09 SET 2015
57% dos brasileiros alteraram hábitos de consumo ou planejamento
financeiro em função da crise
Pesquisa feita pela CNI com 2.002 pessoas em todo o país mostra como o momento econômico está afetando a vida
da população. Dois em cada três entrevistados consideram a situação do Brasil ruim ou péssima
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) (http://www.portaldaindustria.com.br/cni) aponta que as turbulências econômicas estão afetando a vida da
população brasileira. Para 86% dos entrevistados, o Brasil está vivendo uma crise econômica e 66% consideram a situação ruim ou péssima. Sentindo no bolso as
consequências - 59% disseram ter perdido poder de compra nos últimos 12 meses - as pessoas estão fazendo ajustes em suas vidas. O estudo mostra, por
exemplo, que 16% das pessoas mudaram de residência para reduzir custos e 13% trocaram os filhos de escola privada para escola pública nos últimos 12 meses.
O levantamento da CNI (http://publica.portaldaindustria.com.br/retratos_da_sociedade,1201,1.html) ouviu 2.002 pessoas, em 141 municípios, entre os dias 18 e 21
de junho.
Segundo a pesquisa, mais brasileiros estão ajustando seus hábitos do que na crise de 2008/2009. Mais da metade (57%) alterou hábitos de consumo ou
planejamento financeiro. E outros 21% disseram que pretendem alterar. Na crise anterior, o maior percentual dos que ajustaram seus hábitos foi de 30% e no
máximo 27% pretendiam alterar.
"A crise de 2008/2009 afetou particularmente a indústria, mas o consumo doméstico ainda estava em crescimento e ajudou na recuperação. Já a crise atual atinge
toda a economia e vem afetando o emprego e a renda da população bem mais significativamente. Tanto o investimento como o consumo das famílias estão
diminuindo. Além disso, a crise política, que não existia na crise anterior, tem aumentado a incerteza com relação à recuperação", afirma o gerente-executivo de
Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
MERCADO DE TRABALHO - O desemprego está batendo à porta da população. Um total de 44% das pessoas disse que alguém da família ficou desempregado nos
últimos 12 meses. E 76% estão preocupados ou muito preocupados em ficar sem emprego ou ter que fechar o negócio nos próximos 12 meses. Quanto menor a
renda, maior o medo. Entre os que possuem renda familiar de até um salário mínimo, 67% estão muito preocupados. No outro extremo, entre os que possuem renda
acima de cinco salários mínimos, o percentual cai para 54%.
Quase metade da população (48%) buscou trabalho extra no último ano. Em setembro de 2013, o percentual era menor, de 25%. Os que possuem salários menores
também são os que mais recorrem a um segundo trabalho para complementar a renda. Os dados mostram que 58% dos que ganham até um salário mínimo
buscaram trabalho extra, contra 36% dos que têm renda acima de cinco salários mínimos.
Em 40% das famílias, pessoas que não trabalhavam tiveram que entrar no mercado de trabalho para colaborar com as contas da casa. E 24% das pessoas
voltaram a estudar com medo de ficar desempregadas. O volume é maior entre os que possuem ensino superior (30%). Na outra ponta, 15% dos que estudaram até
a quarta série do ensino fundamental voltaram a estudar.
RENDA E ENDIVIDAMENTO - Seis em cada dez brasileiros disseram ter perdido poder de compra nos últimos 12 meses. Os moradores das regiões Sudeste e Sul
foram os que mais sentiram a perda - 65% nos dois casos. Em seguida, aparecem as regiões Norte e Centro-Oeste (56%), e Nordeste (51%). E 83% se preocupam
com a possibilidade de perder o padrão de vida que têm hoje.
Dos entrevistados, 37% disseram que se endividaram para pagar despesas pessoais e 48% consideram difícil ou muito difícil pagar seus empréstimos e
financiamentos com sua renda atual. Mais da metade (53%) se endividou sem planejamento. Do total, 60% disseram ter passado por dificuldade para pagar as
contas ou compras a crédito. A dificuldade para pagar aluguel ou prestação da casa própria, por exemplo, passou de 19%, em 2012, para 29%, em 2015. Um em
cada cinco venderam bens para pagar dívidas.
INFLAÇÃO E CONSUMO - As mulheres alteraram mais seus hábitos de consumo do que os homens. Enquanto 61% delas disseram ter mudado a rotina, 53% deles
fizeram o mesmo. Elas estão poupando mais do que eles. Com medo das dificuldades futuras, 78% das mulheres garantiram que estão economizando mais, contra
72% dos homens.
O estudo aponta, ainda, que 90% das pessoas passaram a pesquisar mais os preços antes das compras, 77% mudaram os locais de consumo, 72% trocaram
produtos por similares mais baratos, 63% adiaram a compra de produtos de bens de maior valor e 74% reduziram as despesas da casa porque o dinheiro estava
mais curto.
SAIBA MAIS - Acesse a página da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira (http://publica.portaldaindustria.com.br/retratos_da_sociedade,1201,1.html) para
conhecer os detalhes dos três documentos.
Por Mariana Flores
Foto: José Paulo Lacerda
Infografia: Daniel Castro
Da Agência CNI de Notícias (http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni)
http://www.portaldaindustria.com.br/cni/imprensa/2015/09/1,71318/57-dos-brasileiros-alteraram-habitos-de-consumo-ou-planejamento-financeiro-em-funcao-dacrise.html
Download

57% dos brasileiros alteraram hábitos de