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22 AGO 2012
CNI diz que ampliação da cadeia de petróleo exige incentivos à
inovação
Brasília - O desenvolvimento de uma cadeia industrial de petróleo e gás inovadora e competitiva depende da adoção de uma política industrial que incentive a
inovação e o aumento da produção no setor. O alerta foi feito pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, nesta quartafeira, 23 de agosto,na abertura do seminário Conteúdo Local e Políticas para Competitividade na Cadeia de Petróleo e Gás, no auditório do BNDES, no Rio de
Janeiro.
“O setor precisa de uma política industrial robusta, que integre instrumentos de crédito, subvenções e regime tributário”, disse Andrade. Destacou que a exploração
do pré-sal abre uma série de oportunidades para a indústria e que o Brasil deve aproveitar esse momento para consolidar sua presença no mercado internacional.
“A construção de uma cadeia de petróleo e gás competitiva terá efeitos positivos sobre toda a indústria e a economia brasileira”, acrescentou.
O presidente da CNI afirmou que a política de conteúdo local é um poderoso instrumento para fortalecer as empresas do setor. Na sua avaliação, essa política
precisa ter visão de longo prazo e compatibilizar o ritmo de exploração de petróleo com a expansão das indústrias do setor. Assinalou, contudo, que a política de
conteúdo local isolada é insuficiente para promover o desenvolvimento tecnológico e o crescimento da produção na cadeia de petróleo e gás. “O conteúdo local é um
instrumento positivo que precisa ser acompanhado de uma política industrial específica para o setor”, completou.
Liderando os investimentos - A mesma avaliação foi feita pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que também participou da abertura do seminário. “A
política de conteúdo local é uma ferramenta entre um conjunto de medidas nas áreas de tributação, crédito, financiamento e de estímulo à inovação, necessárias
para a cadeia de petróleo e gás”, disse Coutinho.
Segundo ele, os investimentos no setor saltarão de R$ 238 bilhões no período de 2007 a 2010 para R$ 354 bilhões entre 2012 e 2015. O valor que será investido
até 2015 representa pouco mais de 59% dos R$ 597 bilhões que serão aplicados no total da indústria no período. “O setor de petróleo e gás vai liderar os
investimentos nos próximos anos”, previu Coutinho.
O presidente do BNDES informou ainda que 60% das empresas do setor são de pequeno e médio portes. Disse que essas indústrias precisarão investir em
desenvolvimento tecnológico para produzir equipamentos, máquinas, sondas plataformas, navios e as inovações submarinas com as características e os rigorosos
sistemas de segurança requeridos para exploração do pré-sal.
“Precisamos organizar um grande sistema setorial de inovação, que inclui a qualificação dos trabalhadores, a estruturação de laboratórios de pesquisa e
desenvolvimento e a produção de produtos e serviços inovadores”, recomendou o presidente do BNDES.
O seminário, que prossegue até às 17h30, reúne
técnicos, acadêmicos e empresários brasileiros e da Noruega.
No evento, dirigentes da NHO, a confederação que reúne as empresas norueguesas, apresentam as políticas daquele país, que combinaram o ritmo de exploração
do petróleo com a expansão das empresas do setor. Foram essas políticas que fizeram da Noruega um dos principais fornecedores internacionais de tecnologia para
exploração de petróleo.
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