XIII Congresso dos Pós-Graduandos da UFLA 14 a 17 de setembro de 2004 AVALIAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE FÓSFORO E ADUBAÇÃO FOLIAR COM ZINCO, BORO E SACAROSE EM CULTIVO DE BROMÉLIA IMPERIAL ELKA FABIANA APARECIDA ALMEIDA1, JOSÉ ZILTON LOPES SANTOS1 PATRÍCIA DUARTE DE OLIVEIRA PAIVA2, NEWTON DOS SANTOS 3 CARVALHO, JANICE GUEDES CARVALHO DE OLIVEIRA4, ALEX SANDRO MALHEIROS DUARTE3 1 Mestrandos /Universidade Federal de Lavras /UFLA [email protected] RESUMO O cultivo da bromélia imperial é de interesse agronômico e o estudo da adubação importante para o sucesso da produção. Este trabalho objetivou avaliar o desenvolvimento de Alcantarea imperialis submetida a diferentes doses de fósforo e adubação foliar com zinco, boro e sacarose. O experimento foi composto por 8 tratamentos com duas doses de fósforo (200 e 300 mg.L-1) aplicadas diretamente no substrato (50% casca de arroz carbonizada e 50% terra) e quatro tipos de adubação foliar (B, B + Zn, B + açúcar e B + Zn + açúcar). As avaliações foram realizadas 150 dias após a implantação do ensaio, observando-se o incremento do número de folhas e do diâmetro da base da planta. Observou-se que a menor dose de fósforo proporcionou um incremento maior ao diâmetro da base da planta, ou seja, 0,85 cm e a maior dose promoveu um menor desenvolvimento, 0,61 cm. Os tratamentos com B, B + açúcar, B + Zn + açúcar proporcionaram um maior incremento do diâmetro da base da planta com médias de 0,85, 0,82 e 0,81 cm respectivamente. A menor dose de P proporcionou um maior incremento no número de folhas (3,47) e a maior dose proporcionou um menor incremento (2,75). PALAVRAS-CHAVE: Alcantarea imperialis, nutrição mineral, produção 2 3 4 Professora Adjunto, Dra, Departamento de Agricultura/UFLA Engenheiros Agrônomos Professora, Dra, Departamento Ciências do Solo/UFLA 112 XIII Congresso dos Pós-Graduandos da UFLA 14 a 17 de setembro de 2004 INTRODUÇÃO As bromélias são plantas muito resistentes e apreciadas tanto pelas coloridas e exuberantes inflorescências, quanto pelo vigor de suas folhas. Além da beleza proporcionada pela harmonia de suas folhas, as bromélias são facilmente cultivadas e se adaptam a diversos ambientes. (Brickell, 1996). Muitos paisagistas e floriculturas não hesitam em utilizar plantas colhidas diretamente da floresta, dos rochedos à beira mar ou das matas de restinga, onde elas têm um papel importantíssimo para a fauna e para o meio físico. A extração ilegal de bromélias repercute no declínio da riqueza de espécies de animais e de outras espécies de plantas (Carvalho e Fonseca, 2001). Dessa forma, muitas espécies de bromélias são oferecidas para comercialização provenientes de extrativismo. Em muitos casos, essas espécies são retiradas de populações com poucos representantes, como é o caso da Alcantarea imperialis, que ocorre em campos de altitude, e por ser amplamente utilizada em projetos paisagísticos, vem sendo alvo do extrativismo. A cultura de bromélias para fins comerciais é recente em nosso meio agrícola, carecendo de informações técnicas que possam promover o incremento da produtividade e da qualidade (Kanashiro, 2001). A maioria dos produtores comerciais de bromélia realizam adubações freqüentes, principalmente a adubação foliar, que em muitos casos é aplicada semanalmente. Quando a adubação radicular, geralmente é realizada quando as plantas são envasadas ou no reenvasamento. Apesar da constante adubação fornecida nos cultivos comerciais, ainda há uma carência de informações pelos produtores, por isso é necessário a realização e a divulgação de pesquisas relacionadas a nutrição mineral de bromélias (Andrade & Demattê, 1999). A bromélia imperial (Alcantarea imperialis) possui grande importância comercial pela beleza de suas folhas. A adubação mineral no cultivo da bromélia é muito favorável, pois diminui o tempo necessário para que essas plantas atinjam padrão comercial (Rodrigues, 2003). MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido sob telado no campo experimental do viveiro de flores e plantas ornamentais do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras – MG. Foram utilizadas mudas produzidas em laboratório de cultura de tecidos provenientes de sementes e já aclimatizadas. O substrato utilizado foi preparado com 50% de casca de arroz carbonizada e 50% de terra. 113 XIII Congresso dos Pós-Graduandos da UFLA 14 a 17 de setembro de 2004 O experimento foi composto por 8 tratamentos com duas doses de fósforo (200 e 300 mg.L-1) e três tipos de adubação foliar ( Boro, Boro + Zinco, Boro + Açúcar e Boro + Zinco + Açúcar). O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados em parcelas subdivididas (fósforo nas parcelas e adubação foliar nas subparcelas) com quatro repetições e dois vasos por parcela. Após o preparo do substrato realizou-se a adubação fosfatada com fosfato de cálcio nas doses referentes aos tratamentos, sendo incorporada ao solo. Uma semana após a adubação fosfatada realizou-se o plantio das mudas que previamente tiveram as raízes cortadas para padronização. Sete dias após o plantio iniciou-se a adubação básica via solo para todos os vasos sendo 0,31g.L-1 de sulfato de magnésio, 0,22 g.L-1 de sulfato de zinco, 0,006 g.L-1 de sulfato de cobre, 0,19 g.L-1 de molibdato de amônio. A adubação nitrogenada foi realizada com sulfato de amônia, com 0,47 g.L-1 Depois de 38 dias do plantio realizou-se a adubação foliar com os tratamentos. Para o tratamento que se aplicou apenas Boro, utilizou-se 1g.L-1 de ácido bórico (H2BO3), para o tratamento com aplicação de Boro e Zinco utilizou-se 1g.L-1 de ácido bórico e 1 g.L-1 de sulfato de zinco (ZnSO4.) e para o tratamento com B e Sacarose utilizou-se 1g.L-1 de ácido bórico e 0,5g.L-1 de açúcar cristal. Já para o tratamento que teve Boro, Zinco e Sacarose utilizouse 1g.L-1 de ácido bórico, g.L-1 de sulfato de zinco e 0,5g.L-1 de açúcar cristal. A adubação foliar foi realizada pulverizando as plantas no final da tarde, momento em que a temperatura estava mais amena. As avaliações foram realizadas 150 dias após a implantação do ensaio, observando-se o incremento do número de folhas e do diâmetro da base da planta. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se que a menor dose de fósforo proporcionou um incremento maior ao diâmetro da base da planta, ou seja, 0,85 cm e a maior dose promoveu um menor desenvolvimento, 0,61 cm (Figura 1). Quanto ao incremento no número de folhas, a menor dose de fósforo também foi mais eficiente. A adubação com a menor dose de fósforo proporcionou um incremento no número de folhas de 3,47 e a maior dose proporcionou um incremento significativamente menor, ou seja, 2,75 folhas (Figura 2). Quanto às adubações foliares estudadas, observou-se que não houve diferença significativa para a variável número de folhas. 114 XIII Congresso dos Pós-Graduandos da UFLA 14 a 17 de setembro de 2004 Doses P x Diâmetro da base Diâmetro da base 1,0000 0,8000 0,6000 0,4000 0,2000 0,0000 200 300 Doses de P Figura 1: Incremento no diâmetro da base da bromélia imperial em função do fator doses de fósforo (mg.L-1). Lavras, UFLA, 2004. N º Folhas x Doses P Nº folhas 4,0000 3,0000 2,0000 1,0000 0,0000 200 300 Doses de P Figura 2: Incremento no diâmetro da base da bromélia imperial em função do fator doses de fósforo (mg.L-1). Lavras, UFLA, 2004. Dentre as adubações foliares estudadas, observou-se que a utilização de boro + zinco proporcionou um menor incremento no diâmetro da base, ou seja, 0,43 cm. Não houve diferença significativa entre os demais tratamentos sendo que a adubação foliar realizada com com B, B + açúcar, B + Zn + açúcar proporcionaram incremento do diâmetro da base da planta de 0,85, 0,82 e 0,81 cm respectivamente (Figura 3). 115 XIII Congresso dos Pós-Graduandos da UFLA 14 a 17 de setembro de 2004 Diâm. base Adubação Foliar x Diâmetro da base 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 BZ BZA BA B Adubação Foliar Figura 3: Incremento no diâmetro da base da bromélia imperial em função de diferentes tipos de adubações foliares. Lavras, UFLA, 2004. CONCLUSÃO Entre as adubações foliares estudadas, o menor desenvolvimento da bromélia imperial foi observado utilizando-se boro + zinco. Quanto ao fornecimento de fósforo, foi possível concluir que a dose de 200 mg. L-1 foi mais eficiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, F.S.A.; DEMATTÊ. M,E,S,P. Estudo sobre a produção e comercialização de bromélias nas regiões sul e sudeste do Brasil. Revista brasileira de horticultura ornamental, v.5, n.2, 1999. p. 97-110. BRICKELL, C. The Royal horticultural society A-Z encicyclopedia of garden plants,v.1, London, 1996, 576 p. CARVALHO, L.C.; FONSECA, S.M.. Biodiversidade. Agência do estado de São Paulo, 2001. Disponível em: <http.//www.anbio.org.br/bio/biodiver-art1htm>. Acesso em: 10 de janeiro de 2002. KANASHIRO, S.Efeito de diferentes substratos na produção da espécie Aechmea fasciata (Lindley) Baker em vasos. Piracicaba : ESALQ, 1999. 79p 116 XIII Congresso dos Pós-Graduandos da UFLA 14 a 17 de setembro de 2004 RODRIGUES, T.M. Substratos e adubação na aclimatização e desenvolvimento inicial de mudas de bromélia imperial. Lavras: UFLA, 2003. 69p. 117