Sustentabilidade: o futuro dos grandes negócios O MUNDO, DAQUI PARA FRENTE, VAI FOCAR EM ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS, ANTES QUE NOSSOS RECURSOS SE ESGOTEM. A MENOR ATITUDE SUSTENTÁVEL QUE VOCÊ POSSA ADOTAR PARA SUA VIDA PODE REPERCUTIR E TORNAR-SE ALGO GRANDIOSO. COMECE A PENSAR SOBRE ISSO E ENCONTRE SEUS PRÓPRIOS CAMINHOS. _14 Por Sabrina Generali Fotos Acauã Araújo O padrão de vida urbano está mudando como um todo e, com ele, as formas de trabalho. Com o passar dos anos, a produção industrial escoou para cidades do interior dos estados e as capitais passaram a ser grandes centros comerciais, financeiros e de prestação de serviços. Essa nova configuração regional do trabalho mudou também as formas de se trabalhar nas maiores cidades do mundo. A internet foi um grande facilitador. Com ela, seu escritório pode estar em diferentes lugares do planeta, independente da distância ou do fuso horário. Algumas pessoas são suficientemente disciplinadas para trabalhar em casa, como uma forma de interação concreta e realista. Este espaço é, simplesmente, uma reunião de pessoas empreendedoras que visam investir em inovação e sustentabilidade, sem seguir passos pré-definidos. Para elas, o Hub viabiliza novas conexões e compartilhamento de conhecimentos. Laís Granemann diz que o projeto começou em Londres, onde hoje há dois espaços. No Brasil, o Hub foi fundado por Pablo Handl e Henrique Bussacos, em 2007. Atualmente, a rede está se expandindo no país, com iniciativas em fase de implementação nas cidades de Curitiba, Belo Hori- e acham até mais confortável fazê-lo solitariamente, principalmente porque o aluguel de um escritório, em uma cidade como São Paulo, não cabe em qualquer bolso. Para aqueles que, ao contrário, gostam do ambiente de escritório e de ter pessoas ao redor para compartilhar e desenvolver ideias, mas que também não queiram locar um espaço comercial apenas para si, já existe uma solução. Aqui em São Paulo, esse espaço chama-se Hub, e está localizado na região da Consolação. A ideia é criar um ecossistema de trabalho, sem zonte e Rio de Janeiro. “O Hub é uma rede de pessoas que trabalham em seus negócios e projetos com algum impacto social ou forte fator de inovação”, explica Laís. Mas, não é qualquer pessoa ou empresa que pode participar. Para ser membro do Hub é preciso, primeiramente, fazer uma visita e receber algumas instruções. Depois, deve-se apresentar o projeto ou a empresa que se pretende sediar no local, para ser submetido a uma seleção. O objetivo dessa triagem é verificar se o negócio está alinhado à proposta do Hub. que as pessoas envolvidas estejam trabalhando para uma mesma empresa ou subordinadas umas às outras, viabilizando, assim, espaço para estimular a criatividade em prol de um mundo melhor. Muitas das pessoas que trabalham no Hub optaram pelo local devido à interação que o espaço propõe. Dali podem sair novos negócios e parcerias. “O maior valor agregado aqui é essa rede. São pessoas com interesses em comum, e acabam surgindo muitas parcerias: um vira cliente do outro, fornecedor do outro ou parceiro. A rede é muito forte, porque o Hub está no mundo inteiro. Tivemos uma Rodada de Negócios no ano passado e vieram pessoas da Holanda para participar”, conta Laís Granemann, responsável pelo departamento de Relações Exteriores do Hub. Em uma era tão virtual como a atual, o Hub também propõe esse local “As empresas que a gente tem aqui hoje trabalham com mobilidade urbana, têm jornalistas que trabalham com web, pessoas ligadas à consultoria em plano de negócios e gestão, investidores, pessoas ligadas ao mercado financeiro etc.” Outros dois pontos importantes da proposta são a flexibilidade de horários de uso e o custo da locação. Esse “escritório” é adaptável para diferentes ritmos de trabalho. Seu horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 20h. Para os empreendedores que fizerem o plano Hub Sem Limites, por exemplo, pagarão R$ 665 e poderão utilizar o espaço, à vontade, dentro desse horário. Mas, para quem não tem necessidade de locar um espaço para usar durante tanto tempo, pode fazer planos mais enxutos, no tempo e no preço. O Hub oferece planos de 100, 50, 25 e 5 Vila Vil V iila la Olímpia la Olímpia Olímp Olím mp m pia a Consumer Consum Consum nsume sum um me er Magazine Mag agaz azzine azine zin ine in ne - Abril/Maio A Ab Abr bril/ ril/M ilil/M /M Ma aio o 2011 2011 Vila Vila la Olímpia Olím Ol O Olí lííímp límp m mp pia ia Consumer Con Co nsume nsu ns sum ssu ume um u me m er Magazine Mag Ma M ag a ga azine az zine zine ne - Abril/Maio A Ab bri rril/M il/ il/M l//M Maio aio a io o 2011 20 01 011 11 11 horas, ou uma diária. O espaço também pode ser utilizado apenas para a realização de uma reunião ou organização de um evento, por exemplo. De acordo com Ivan Boscariol, responsável pela organização de atrações, community building e eventos do Hub, afirma que mesmo que um membro tenha um pacote limitado de horas de uso, não há um controle. Segundo ele, é uma premissa do HUB confiar em seus membros. Além disso, aqueles Sérgio tornou-se membro em novembro de 2010 e já fez alguns contatos que, segundo ele, podem se tornar negócios em um futuro próximo. Disse ainda que, cerca de um mês após se agregar, fez uma apresentação da sua empresa para outros membros e, a partir disso, já começou a firmar uma sólida rede de contatos. Outro membro do Hub é Franco Fondor, que trabalhou como Diretor de promovemos um happy hour, que a gente chama de ‘Factorando no Hub’. Convidamos um time de profissionais e empreendedores para promover networking”. Tais eventos, segundo Laís Granemann, são comuns, pois eles reforçam a integração da rede. que já participam nem se preocupam com superlotação. No decorrer desses cinco anos de existência, a administração criou um sistema de inteligência próprio para organização, que evita sobrecarregar o espaço. Hoje, são quase 200 membros, mas Ivan conta que a adesão de possíveis novos membros já foi recusada por não haver mais espaço. Operações na America Latina da Jaguar e da Land Rover, e também morou em Dubai para cuidar das operações dessas empresas no Oriente Médio. No total, foram 20 anos trabalhando na indústria automobilística. Seu sócio, Eduardo Strang trabalhava com finanças, em uma das diretorias do Unibanco. Ao chegarem aos 40 anos de idade, em 2009, começaram a pensar se realmente queriam continuar trabalhando nas áreas em que estavam, pois já tinham atingido altos postos, e começavam a questionar suas próprias satisfações profissionais. Os colegas de faculdade, então, decidiram unir forças para começar um novo negócio. Da parceria nasceu a Factor 4 Consulting, uma consultoria, voltada especialmente para empreendedores, com o objetivo de desenvolver ideias de negócios em diferentes áreas. O projeto que começou apenas com os dois, hoje se transformou em um trabalho de equipe. Apesar de estarem crescendo e, possivelmente, terem de encontrar outro local como sede com a progressão da expansão, Franco conta que escolheu o Hub como escritório da Factor 4 por ser um lugar de concentração de empreendedores, seus clientes diretos, além de ter o pró- Eventos Membros O empresário Sérgio Monteiro, que desenvolve aplicativos e soluções para web, decidiu sediar seu Start-Up, a Core Factory, no Hub por ter uma equipe reduzida – apenas ele e uma funcionária –, pela boa localização do “escritório” e pelo baixo valor do aluguel. Sérgio ficou sabendo da existência do Hub por meio de um desenvolvedor de web, em um evento de tecnologia, e decidiu ir atrás para ver se conseguia enquadrar seu negócio ao perfil. Segundo ele, a Agile Trend foi aprovada pelo quesito inovação: “na triagem, como argumento, disse que a tecnologia está totalmente ligada à sustentabilidade. Com tecnologia você consegue diminuir gastos de vários itens que impactam na natureza. E, o que eu prego na empresa é a mesma proposta do Hub: colaboração e gestão plana, sem hierarquia.” Os membros organizam diversos tipos de encontros para cada vez mais fortalecer o networking, buscar novas ideias e firmar novas parcerias. O Hub, por sua vez, também colabora para ampliar o contato entre os negócios e aproximar profissionais e empresas externas também. Um desses eventos é o Hub Escola, que acontece duas vezes ao ano, e começou no inverno brasileiro de 2010, em paralelo a Hub Summerschool no Hub Holanda. A Hub Escola tem a intenção de criar um ambiente de aprendizado para criar novas ideias e negócios. O objetivo é transformar o mundo por meio prio Hub como cliente. Por ser uma empresa Start-Up, também necessita de co-working a um custo competitivo. “A intenção da empresa é impulsionar de “negócios sociais” que obtenham resultado econômico e impacto social positivos, apoiando iniciativas empreendedoras e criativas. Para participar, a pessoa interessada deve comprar “moedas”, chamadas Hub Horas. A intenção é demonstrar que as moedas representam horas de aprendizado, horas de conhecimento e horas de investimento em si próprio. Por enquanto, ainda não há data divulgada do Hub Escola de o empreendedorismo no país”, afirma o empresário. Por isso, além de estar sediado em um local que estimula a criatividade e a interação, a Factor Inverno. Outra iniciativa do Hub, em parceria com a Artemisia – empresa voltada 4 também promove eventos e workshops: “uma vez a cada três meses, para negócios sociais –, é o Start-Up Lab. Em sua quinta edição em São Vila Olímpia Consumer Magazine - Abril/Maio 2011 Vila Olímpia Consumer Magazine - Abril/Maio 2011 Paulo, no próximo dia 27 de abril, empreendedores de negócios sociais apresentarão seus negócios – ou, simplesmente suas ideias – a uma banca de especialistas e interessados para testar seus modelos, obter sugestões de melhoria e fazer contato com indivíduos que possam contribuir para o empreendimento. Cada pessoa/apresentador – ou “pitcher”, como são chamados – terá cinco minutos para fazer sua exposição a uma banca formada por investidores, empreendedores, acadêmicos e profissionais de comunicação, além de uma plateia de interessados em negócios sociais. Os pitchers devem deixar claro o modelo de seu negócio, histórico e perfil do empreendedor, e expor qual sua necessidade para o empreendimento, como investimento, sociedade, recursos físicos e clientes. A banca (composta por 4 membros), por sua vez, tem também cinco minutos para expor suas avaliações, fazendo críticas sobre o negócio e à apresentação, e oferecer sugestões de melhoria e contatos. A plateia também contribui com ideias aos empreendedores, por meio de sugestões escritas que são entregues posteriormente. Além de testar seus negócios e receber insumos para melhoria, outra grande oportunidade do evento é a possibilidade dos empreendedores conhecerem pessoas e iniciar o relacionamento após a apresentação dos pitchs. É o momento para que potenciais investidores, sócios, clientes, etc. iniciem uma conversa com os pitchers, para futuros desdobramentos. As inscrições para pitcher já estão encerradas. Mas ouvintes ainda podem se inscrever pelo site saopaulo.the-hub.net.