O ENSINO DE MATEMÁTICA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO DE SURDOS Eliane Maria de Menezes Maciel - UFPB ([email protected]) A escola pública, cada vez mais, tem sido alvo de várias políticas, que se investem da intenção de minimizar os graves problemas de exclusão social das sociedades contemporâneas. No entanto, temos assistido a um discurso oficial que nem sempre vem sendo posto em prática. Essa crítica é duplamente válida quando se trata do ensino para surdos. A inclusão de surdos tem se resumido ao intérprete em sala de aula, mas para que esses sujeitos construam conhecimento desenvolvam competências é preciso mais que isso. Sabe-se que, para que se realize uma aprendizagem significativa da matemática em classe de surdos, o educador deve estar apoiado em um tripé educacional: língua de sinais, o conhecimento matemático e uma metodologia apropriada. Foi o com o propósito de poder vir a contribuir com a produção de conhecimentos, numa área tão escassa de produção, como é o ensino da matemática voltado para essa população que escolhemos como temática de estudo a relação Educação Matemática e Surdez, na intenção de investigar como a criança surda estabelece relação entre os números presentes em seu cotidiano, fora da escola, e os números apresentados pela escola em seus diferentes aspectos: representação da língua de sinais, ordinal e cardinal, particularmente, no que se refere à representação escrita do número, e as operações; e analisar os efeitos do ensino da matemática para surdos por meio dos jogos matemáticos. Para isso, estamos mergulhando na vivência da sala de aula, estabelecendo relações com ela e fazendo desta investigação uma possibilidade de contribuição para minorar os problemas atuais do ensino de Matemática para os surdos nos diferentes espaços escolares envolvidos com a educação de surdos, tanto nas escolas específicas de surdos, como também naquelas que atendem as especificações das Políticas de Inclusão preconizadas, na atualidade, pelo Ministério da Educação. A escola pública, cada vez mais, tem sido alvo de várias políticas, que se investem da intenção de minimizar os graves problemas de exclusão social das sociedades contemporâneas. No entanto, temos assistido a um discurso oficial que nem sempre vem sendo posto em prática. Nesse contexto paradoxal, a escola pública exibe, no Brasil, um sistema educacional que se diz mais homogêneo e nãoexcludente, mas não consegue promover verdadeiramente a aprendizagem de conceitos básicos, com vistas a uma formação cidadã dos alunos nela matriculados, tornando-os aptos a compreenderem e participarem intensa e qualitativamente da sociedade em que vivem. Os indicadores de qualidade da educação do governo federal mostram que a Paraíba se encontra entre os estados que estão em nível insatisfatório. O baixo rendimento dos alunos paraibanos em língua portuguesa e matemática, obtidos nos exame oficial Prova Brasil-2005, nos tem feito refletir também sobre como tem se dado o ensino para as parcelas da população que apresentam peculiaridades que precisam ser consideradas, como é o caso dos alunos surdos1 . Estudos apontam que os surdos são intensamente afetados, em relação à aquisição dos conhecimentos escolares, devido às limitações impostas historicamente pela sociedade que não considera suas possibilidades lingüísticoculturais. A imposição da língua majoritária, no Brasil da língua portuguesa, como língua oficial de transmissão dos conhecimentos, acarretou problemas cognitivos graves, dificultando a aquisição de grande parte das informações necessárias à vivência em sociedade e à construção de conhecimento. A leitura do mundo que é, na perspectiva freireana, base para a cidadania, porque permite uma maior e melhor compreensão do mesmo, e deve estar intrinsecamente relacionada aos processos de domínio da leitura e da escrita, foi, no caso dos surdos, desconsiderada, uma vez que não passava pela forma visual-gestual expressa através da língua de sinais. Na rede pública de ensino brasileira, vigora diferentes concepções para explicar o fracasso escolar, entre elas: a Teoria da Carência Cultural e as Teorias Crítico-Reprodutivistas. Considerando que 80% a 90% dos surdos do país não concluem/concluíram o ensino fundamental, Melo (2007) afirma que junto com o agravante da surdez, essas teorias desvelam fatores a mais que comprometem o 1 Aqui consideraremos alunos surdos aqueles que apreendem o mundo por meio das experiências visuais e que partilham do conhecimento de mundo com seus pares através da Língua Brasileira de Sinais – Libras, como meio mais eficaz de desenvolvimento cognitivo, emocional e social. 2 desempenho escolar dos surdos. Ela também chama atenção para a existência de uma abordagem “omissa” da Educação acerca das diferenças culturais e características individuais generalizadas entre surdos oralizados e não oralizados, já que para cada um dos grandes grupos de surdos requer-se práticas pedagógicas diferenciadas; e, portanto formas avaliativas diferentes. Entretanto, parece ser unânime entre os pesquisadores da área que o fator agravante que contribui realmente para o fracasso escolar dos surdos são os problemas lingüístico-cognitivos. Gesuelli e Góes (2007) citam os estudos de Lacerda (1996); Souza (1996) e Góes e Souza (1997), para afirmar com base nas considerações teóricas a importância do papel da linguagem no processo de interação e nos processos cognitivos, e dizem que, em geral, a criança surda encontra-se por demais prejudicada, em função das insuficientes oportunidades oferecidas pelo grupo social e, em termos da experiência escolar, em função do fato de professor e aluno não partilharem a mesma linguagem. Kessler (2007), por sua vez, toma Giroux e McLaren (1993) como fundamento, para afirmar que a linguagem é geradora da realidade que evoca e à qual se dirige e não apenas um elemento de mediação, e que o conhecimento é construído simbolicamente pela mente e pelo corpo através da interação social, sendo fortemente dependente da cultura, do contexto, do costume e da especificidade histórica. Considerando a importância da língua de sinais para os alunos surdos, as políticas educacionais voltadas para eles atualmente prevêem sua inclusão no sistema regular de ensino, principalmente em classes regulares, com a participação do intérprete de Libras. Segundo Dorziat (2007), essas iniciativas orquestradas pelas políticas públicas têm sido instituídas por um discurso de solidariedade e de multiculturalismo, materializado em documentos oficiais, como: Inciso III do Art. 208 da Constituição Brasileira; Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEEP, 1994); Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n°. 9.394/96), e Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (CNE / CEB, 2001). Ela afirma que: a recomendação de inclusão tem levado em conta sua forma de comunicação: a língua de sinais. Entretanto, essa fica restrita ao intérprete e ao surdo, desconsidera a interação com o professor e com os demais colegas, a importância das relações humanas, dos processos de formação de identidade 3 e do estabelecimento de conexão entre os conteúdos escolares e as formas particulares (visuais) de apreensão e de construção de conhecimentos (DORZIAT, 2007 p.1). Tendo em vista essas argumentações, as políticas de inclusão admitem a importância do estabelecimento de formas de ensino em que a língua de sinais dêse da forma mais natural possível, em ambientes inclusivos (escolas regulares), mas em classes especiais para surdos, com um professor proficiente em língua de sinais. Acreditamos que a relação estabelecida, por meio da língua de sinais, em todas as disciplinas escolares, pode vir a promover um maior aprendizado dos alunos surdos. Em relação aos conhecimentos matemáticos, especificamente, essa idéia é reforçada pela afirmação de Schliemann e Carraher (1988), ao dizerem que as dificuldades com a aritmética escolar não se devem à incapacidade de raciocinar matematicamente, mas sim a não compreensão dos sistemas simbólicos e das convenções ensinadas na escola. Também encontramos em Kamii (1995) a justificativa para isso, quando a pesquisadora coloca que a aritmética é aquilo que as crianças constroem a partir de suas experiências na vida real e não algo que é colocado em suas cabeças a partir dos livros. Vários estudos indicam que as crianças utilizam números fora da escola, compreendem e exemplificam os diferentes significados do número, no contexto extra-classe, e, a partir da interação com o meio, reconhecem os algarismos, sabem nomeá-los, elaboram conjecturas “riquíssimas” sobre sua escrita numérica e atribuem significados coerentes a essas escritas, porém vêem pouco significado nos “números da escola”, indicando que a ação pedagógica com os números, apesar das recomendações dos documentos oficiais, não consegue aproximar estes últimos do repertório numérico da criança. Uma das respostas para esse descompasso aparece nos resultados de algumas pesquisas sobre a compreensão do valor posicional presente no Sistema de Numeração Decimal, de origem indo arábica, os quais indicam que este não é de fácil apreensão pelas crianças. Apesar dos aspectos de natureza arbitrária, o valor posicional não pode ser simplesmente transmitido, mesmo considerando as convenções que exigem transmissão, como por exemplo, os nomes dos números e a organização de uma estrutura de base e posição. Nunes e Bryant (1997) afirmam que essa compreensão não se estabelece por simples transmissão, visto que elas se tornam presentes, mais ou menos explicitadas, nos diferentes registros de 4 representação que são dotados de conteúdos próprios e distintos do objeto de conhecimento. Tendo em vista essas questões e considerando nossa experiência de extensão em uma escola de surdos, juntamente a nossa prática docente em matemática no curso de Pedagogia, buscamos investigar como vem se dando a apreensão desses conteúdos em um ambiente inclusivo de classe especial e, sobretudo, avaliarmos o desenvolvimento de uma proposta de ensino de matemática desenvolvida com alunos surdos. Com isso, visamos contribuir para superar a forma tradicional, desinteressante e, principalmente, descontextualizada da prática em matemática com surdos nessa realidade. Mais uma vez, buscamos em Freire (1998) o argumento para contestar esse tipo de ensino, na sua criticidade quanto ao caráter expositivo e narrador do ensino tradicional, marcado por um conhecimento dissociado de sentido para os aprendizes. Essa crítica é duplamente válida quando se trata do ensino para surdos, porque o conteúdo ensinado não tem levado em consideração o significado que eles assumem na vida desses alunos. Oliveira (2007) explica que, para que se realize uma aprendizagem significativa da matemática em classe de surdos, o educador deve estar apoiado em um tripé educacional: língua de sinais, o conhecimento matemático e uma metodologia apropriada. Ele também precisa levar em consideração o conhecimento prévio sobre diferentes conceitos que o aluno surdo leva para sala de aula e deve incentivar a dizer, por sinal ou por escrito, o que sabe sobre o que está sendo ensinado, estabelecendo assim um diálogo no processo de construção do conhecimento. Muitas são as situações que podem favorecer a iniciação significativa matemática para os surdos. Os jogos, segundo a Sociedade Brasileira de Educação Matemática, estão entre as principais tendências para o ensino de matemática nas séries inicias. O jogo também se constitui um recurso que permite a criança surda vivenciar uma relação não passiva com a linguagem escrita e sinalizada. Para Dorziat (2004), as implicações educacionais da surdez precisam ser consideradas, superando o momento atual, em que a atenção de muitos profissionais envolvidos no ensino de surdos, numa perspectiva bilíngüe, tem ficado restrita aos componentes lingüísticos de forma isolada. Tem-se deixado de lado o desvendamento do fenômeno na sua totalidade, e, em conseqüência disso, diferentes posturas pedagógicas terminam convivendo no processo pedagógico, de 5 forma a-crítica, reproduzindo no cotidiano de sala de aula estratégias consideradas eficazes no ensino de pessoas ouvintes ou mesmo práticas adaptadas aos surdos, sem uma base epistemológica que dê sentido às ações. Para mudar essa realidade, buscamos nos basear na perspectiva de Vygotsky, para quem construir conhecimentos implica uma ação partilhada, já que é através dos outros, que as relações entre sujeito e objeto de conhecimento são estabelecidas. Tomamos por base as teses gerais da abordagem histórico-cultural, em especial as proposições de Vygotsky (1984, 1993, 2001), que têm como pressuposto que a relação do sujeito com o mundo não é direta, mas mediada, e que as ocorrências de mediação vão emergir através de outrem e, depois, orientar-se para o próprio sujeito. Nesse sentido, o processo de desenvolvimento do sujeito, a linguagem toma um lugar central, como mediadora das interações e como instância de significação por excelência; ou seja, ela não pode ser reduzida, meramente, a um instrumento de comunicação. Vygotsky (1993) encarou o jogo como uma representação social da realidade, uma atividade lúdica na qual a criança resolve a contradição entre a necessidade de agir e a impossibilidade de executar as operações exigidas pelas ações. Portanto, considera o jogo como um comportamento basicamente social, que tem sua origem na ação da criança, que é orientada socialmente e o vê como um conhecimento feito ou se fazendo, que se encontra impregnado do conteúdo cultural que emana da própria da atividade. Vygotsky (1993, p.89) diz: Assim como os instrumentos de trabalho mudam historicamente, os instrumentos do pensamento também se transformam historicamente. E assim como novos instrumentos de trabalho dão origem a novas estruturas sociais novos instrumentos do pensamento dão origem a novas estruturas mentais. Vygotsky afirma que o desenvolvimento de conceitos pressupõe o desenvolvimento de funções intelectuais, permitindo também o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social, moral e aprendizagem de conceitos. Por meio do jogo a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades, estimulando a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança, proporcionando assim a aprendizagem de comparar e de diferenciar; e das funções extralógicas (atenção voluntária e memória lógica). 6 Vygotsky assevera que construir conhecimento decorre de uma ação partilhada, que implica num processo de mediação entre sujeitos. Nessa perspectiva, a interação social é condição indispensável para a aprendizagem. A heterogeneidade do grupo enriquece o diálogo, a cooperação e a informação, ampliando conseqüentemente as capacidades individuais. As relações sociais se convergem em funções mentais. Com os estudos de Vygotsky (2001) e seus colaboradores, que se centraram nas leis do desenvolvimento e do processo de ensino-aprendizagem a partir da teoria sócio-histórico-cultural, é lançado um conceito básico para a educação: a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) que é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (idem 2001, p. 112). Em consonância com este conceito de Vygotsky e os novos estudos sobre ensino-aprendizagem da Matemática, realizados por pesquisadores da Didática da Matemática e divulgados por intermédio de publicação dos Referenciais Curriculares Nacionais, faz-se necessário repensar o papel do professor a partir da inter-relação professor-aluno-saber no âmbito escolar, num ambiente interativo e desafiador. Por isso, tomamos também como base a fundamentação teórica da Teoria dos Campos Conceituais (TCC), de Gerard Vergnaud (apud FÁVERO e OLIVEIRA, 2005). De acordo com Vergnaud (1993), as concepções dos alunos são moldadas por situações que se encontram em contextos significativos. Daí a relevância do tratamento de todos os conteúdos matemáticos - sistema de numeração, grandezas, medidas, espaço e forma - acontecerem simultaneamente e estarem conectados com a sua função social. A questão do ensino de Matemática para os alunos surdos ainda não foi investigada suficientemente. Mas pesquisadores, como os citados anteriormente, chamam a atenção de professores e profissionais que trabalham com surdos para a necessidade de reavaliar e tecer considerações a respeito da forma como estão sendo ensinados os conceitos matemáticos para os alunos surdos, de modo à resignificar o trabalho pedagógico realizado nas instituições escolares, sobretudo nos ambientes considerados inclusivos. 7 Por isso, escolhemos como temática de estudo a relação Educação Matemática e Surdez, na intenção de investigar como a criança surda estabelece relação entre os números presentes em seu cotidiano, fora da escola, e os números apresentados pela escola em seus diferentes aspectos: representação da língua de sinais, ordinal e cardinal, particularmente, no que se refere à representação escrita do número, e as operações; e analisar os efeitos do ensino da matemática para surdos por meio dos jogos matemáticos. Para isso, estamos mergulhando na vivência da sala de aula, estabelecendo relações com ela e fazendo desta investigação uma possibilidade de contribuição para minorar os problemas atuais do ensino de Matemática para os surdos nos diferentes espaços escolares envolvidos com a educação de surdos, tanto nas escolas específicas de surdos, como também naquelas que atendem as especificações das Políticas de Inclusão preconizadas, na atualidade, pelo Ministério da Educação. Os principais questinamentos que nos levaram a esse posicionamento foram: Como administrar o descompasso entre como o aluno surdo aprende os conceitos matemáticos e a apresentação dos conteúdos didáticos que quase sempre são apresentados apenas por meio dos livros didáticos e quadro de giz?; Como trabalhar com o aluno surdo de maneira a atender as exigências dos programas oficiais de ensino?; Como efetivamente desenvolver numa prática de ensino de Matemática também relações coletivas e solidárias? D’Ambrosio (1997) diz que os alunos são muito mais importantes que o conhecimento e, junto conosco, tornam-se os sujeitos. Nesse sentido, nos colocaremos também como sujeito da experiência, como descreve Larrosa (2002, p.99): “um sujeito sem estatuto de conduta, sem verdades constituidas, mas aberto a aprender a partir das experiências vivenciadas, por sua receptividade e disponibilidade”. Escolhemos fazer uma investigação-ação que, segundo Ludke e André (1986), é uma pesquisa voltada para as experiências e vivências dos indivíduos e grupos que participam e constroem o ambiente (cotidiano escolar), de origem etnográfica, como diz André (1995), pois dá mais ênfase ao processo de investigação do que ao resultado final ou produto da investigação. Para a intervenção, propomos desenvolver uma estratégia que evidencie a interação professora-aluno-pesquisadora, aluno-aluno, aluno-professora na tarefa de 8 "construir" conhecimentos, explicitando co-responsabilidades, uma vez que acreditamos ser necessário que professor e aluno tenham consciência de que ambos são responsáveis pelo processo. Para irmos ao encontro dos nossos objetivos, estruturamos uma proposta de intervenção didática para uma classe especial de alunos surdos de uma escola regular, na qual o jogo será concebido de maneira construtiva na programação diária das atividades pedagógicas, visando alcançar os objetivos de ensino em função da necessidade de desenvolvimento das estruturas aritméticas e da matemática em geral. Serão propostas situações em que as crianças serão estimuladas a fazer relações de naturezas diversas, focalizando o aspecto cognitivo, bem como a dimensão afetiva, relativa à auto-estima das crianças, levando-as a descobrirem-se capazes de aprender a aprender, e a dimensão social, relacionada à convivência e respeito ao outro. A seleção da instituição de ensino e, conseqüentemente, do grupo a ser investigado, seguirá os seguintes critérios: pertencer à rede pública de ensino; oferecer funcionamento de sala especialmente direcionada para alunos surdos; contar com professores disponíveis a colaborar com a investigação; adotar o bilingüismo (língua de sinais na sua forma genuína, como primeira língua, e a aprendizagem da língua majoritária ou oficial, no caso do Brasil, a língua portuguesa, como segunda língua). A investigação-ação compreenderá as seguintes etapas: aprofundamento teórico acerca da Educação Matemática para as séries iniciais; estudo de Libras; levantamento do espaço físico; entrevista com a professora; estudo exploratório; avaliação diagnóstica; planejamento, organização e ministração de um curso para a professora sobre o conteúdo a ser trabalhado; intervenção; avaliação somativa; análise dos resultados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDRÉ, Marli E. D. A. (1995). Etnografia da prática escolar. São Paulo: Papirus. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado 9 ________. Ministério da Educação. (1994) Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: SEESP. ________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (1996) Lei nº 9394/96.. ________. Plano Nacional de Educação. (2001) Lei nº 10.172/01. ________. Conselho Nacional de Educação / Câmara de Ensino Básico. 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