NR-32 1801 a) Preto: Líquidos inflamáveis e combustíveis; b) Amarelo: Gás não liquefeito (ex: gás natural); c) Azul: Ar comprimido; d) Verde: Mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica) e água industrial; e) Laranja: Ácidos; f) Púrpura: Materiais radioativos; g) Lilás: Álcalis; h) Cinza-claro: Vácuo; i) Marrom: Usado para qualquer fluido não identificado pelas demais cores; j) Vermelho: Água de incêndio e mangueira de acetileno. A identificação dos cilindros por cores varia entre os países do Mercosul e de outras partes do mundo. Por isso, deve-se tomar cuidado com os cilindros importados. No quadro abaixo, é possível encontrar as cores que permitem identificar os principais gases comercializados no Brasil. “Gases Medicinais” é uma expressão muito utilizada em serviços de saúde, que se refere ao oxigênio, ao óxido nitroso e ao ar comprimido. Não existe diferença na composição de um oxigênio industrial de um medicinal. Entretanto, existem tratamentos diferenciados de limpeza e conservação. A NBR 12.176 - Identificação de Gases em Cilindros - estabelece a cor verde para o cilindro medicinal e preto para o industrial. O ar comprimido será cinza com uma tarja verde no corpo do cilindro. A cor do óxido de etileno é azul-escuro. Referências - Item 32.3.8 / Subitem 32.3.8.1.1 - Dos Gases Medicinais Recentemente, a ABNT publicou a NBR 14.725 que trata da elaboração de Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico (FISPQ). O objetivo é o de padronizar as informações referentes à proteção, segurança, saúde e ao meio ambiente. A obrigatoriedade da elaboração da FISPQ está presente na legislação de vários países. No Brasil, a CLT (Cap. V - art. 197 e 200), NR 1, NR 5, NR 7, NR 9, NR 26 e Código do Consumidor fazem menção sobre a necessidade deste documento para orientar sobre os riscos dos produtos. Estes documentos, porém, não regulamentam a forma de transmitir estas informações, recentemente estabelecidas pela NBR 14.725. A elaboração da FISPQ tem sua aplicação prevista na Convenção OIT 170, adotada na 77ª Conferência Internacional do Trabalho, Genebra 1990, e ratificada pelo Brasil pelo Decreto 67/95 e Decreto 2.657/98, tornando sua utilização obrigatória. Muitas empresas têm fornecido erradamente aos seus clientes a ficha de emergência, documento de porte obrigatório para o transporte de produtos perigosos, em substituição à FISPQ. Vale lembrar que as fichas de emergência não possuem todas as informações NR-32 Existem normas ISO que determinam análise e recomendações especiais para o oxigênio medicinal e ar comprimido. Recomenda-se que o serviço de saúde requisite do fabricante de gás o certificado de análise do gás adquirido. 1802 Normas Regulamentadoras Comentadas previstas na NBR 14.725 e devem retornar no caminhão que foi descarregado e não passou por processo de limpeza e descontaminação. A utilização da FISPQ é obrigatória desde 28/01/2002, sendo fiscalizada pelo Ministério do Trabalho através dos Auditores - AFT. É muito comum o uso do padrão utilizado pela Osha (Occupational Safety and Health Administration), dos Estados Unidos, e formas de identificação conhecidas como “Diamante de Hommel”, que permitem identificar as propriedades do produto químico em relação à inflamabilidade, reatividade, perigo à saúde e risco de incêndio. Classe - Gases Comprimidos Diamante de Hommel Referências - Item 32.3.8 / Subitem 32.3.8.2 - Dos Gases Medicinais Os gases podem ser acondicionados em cilindros ou tanques, na forma gasosa (gases permanentes), liquefeitos (por pressão ou por abaixamento de temperatura) ou dissolvidos sob pressão. Associado ao risco característico de cada gás, seu estado físico necessita de uma atenção especial, uma vez que os gases expandem-se indefinidamente, até ocuparem todo o ambiente em que eles estejam presentes, independentemente de sua densidade em relação ao ar. Riscos adicionais, como a inflamabilidade, toxicidade, potencial de oxidação, corrosividade e reatividade, devem ser observados previamente, durante o atendimento de um acidente envolvendo este tipo de produto. Alguns gases possuem odor e cor característicos, porém estas não são características comuns para todos os gases. O monóxido de carbono e o nitrogênio são dois exemplos de difícil identificação no ambiente, sem o auxílio de instrumentos. Quando submetidos a determinadas pressões e/ou temperaturas, os gases podem ser liquefeitos (Ex.: nitrogênio líquido, dióxido de carbono, cloro). Porém, no caso de vazamento, o gás liquefeito se expande, liberando grandes quantidades de produto na forma gasosa, ocupando volumes maiores que o volume ocupado pelo líquido. Para se ter uma idéia, um litro de oxigênio líquido, quando evapora, gera 860 litros de gás no ambiente. Isto se chama taxa de expansão. Os gases, quando altamente refrigerados, possuem densidade muito baixa, tendendo a se acumular no nível do solo, até sua dispersão total. Isto merece uma atenção especial na ocorrência de vazamentos de nitrogênio e argônio na forma líquida, devido à possibilidade de deslocamento do oxigênio do ar. NR-32 1803 No caso de vazamento de oxigênio líquido, sempre existirá o risco da hiperoxigenação do ambiente, aumentando a probabilidade de ignição de materiais inflamáveis, tais como mato, madeira e o combustível do veículo. Desta forma, durante o vazamento de um gás altamente refrigerado, procure agir da seguinte forma: a) Não entrar na neblina, pois certamente a concentração do gás será muito alta. A neblina que se vê é vapor d’água condensado, mas dá uma idéia da área de risco; b) Usar um oxímetro para liberar área com deficiência de oxigênio; c) Utilizar equipamentos de proteção autônoma e procure saber a direção do vento, caso exista necessidade de entrar na nuvem de gás, d) Trabalhar fora da área do vazamento; e) Utilizar água na forma de neblina, para dispersar a nuvem de gás; f) Nunca esquecer que as válvulas poderão estar congeladas. Jogue água, antes de efetuar qualquer manobra para estancar o vazamento; g) Lavar a área afetada com água morna em caso de queimadura. Afrouxar as roupas e encaminhar a vítima ao hospital mais próximo. Os gases estão acondicionados a pressões diversas. Os gases permanentes (ex: oxigênio, ar comprimido, hélio, nitrogênio, GNV) estão acondicionados a pressões comercias que variam de 150 a 200 atm. O gás dissolvido acetileno pode variar em torno de 18 a 20 atm dependendo da tempratura ambiente. Independente da pressão, nenhum gás comprimido pode ser utilzado sem um regulador de pressão, mangueiras certificadas e adequadas ao uso. Os cilindros dentro das salas dos estabelecimentos de saúde e nos locais de armazenagem devem ser mantidos presos por correntes de forma a evitar tombameto em cima do trabalhador e dos pacientes. Os cilindors são pesados podendo chegar a mais de 60 kg (cilindros de 50 litros de capacidade volumétrica em água. O item 32.3.8.2 alínea “i” trata da proibição da transferência de gás de um cilindro para outro. Esta prática realizadas por pessoas não qualificadas é ilegal e perigosa chamada de “transvazamento”. Somente as empresas fornecedoras de gás possuem equipamentos e procedimentos para realziar esta operação com segurança. Realizar esta operação pode resultar na explosão do cilindro com ocorrência de acidente fatal. O item 32.3.8.2 alínea “j” trata das condições de transporte. A armazenagem de qualquer cilindro de gás deve ser feita em pé e bem fixado com seu capete (fixo ou móvel fixado), NR-32 Os gases liquefeitos estão acondicionados a pressões diversas, o óxido nitroso e o dióxido de carbono, por exemplo, variam em torno de 50 atm a 70 atm enquanto o GLP pode variar de 5 atm a 8 atm dependendo da tempratura ambiente. 1804 Normas Regulamentadoras Comentadas Entretanto, o transporte interno dos cilindros de gases permanentes (oxigênio, nitrogênio, ar comprimido, GNV) em veículos de serviço (caminhonetes) pode ser feito deitado e devidamente fixado para que não se movimentem durante a operação. Por outro lado, o transporte e armazenagem de cilindros de gases liquefeitos (ex: óxido nitroso, GLP, dióxido de caqrbono) e acetileno devem ser feitos somente em pé. Com relação aos gases liquefeitos a razão é que o líquido pode ocupar o local dos dispositivos de segurança (disco de ruptura ou válvula de segurança) dificultando a saída de gás. Lembre-se dispositivos de segurança foram projetados para liberar gás em caso de sobrepressão, a presença de líquido reduz a eficácia do dispositivo de segurança. Referências - Item 32.3.8 / Subitem 32.3.8.3 - Dos Gases Medicinais O comportamento dos gases no ambiente, em caso de vazamento, depende do tipo de gás. A densidade pode variar significativamente com a temperatura em que ele se encontra no momento do vazamento e, até mesmo, com a temperatura ambiente. Desta forma, é muito importante saber qual é a densidade do gás em relação ao ar. Gases mais densos que o ar (densidade relativa - dr > 1) tendem a se acumular nas partes baixas do solo e possuem uma grande dificuldade de dispersão. O item 23.3.8.3 estabelece 8 m a distância mínima de separação dos gaes hidrogênio e acetileno dos gases oxidantes (ex: oxigênio e ar comprimido). Este item é divergente da prática das indústrias de gases responsáveis pelo projeto de armazenagem de gases nas instalações em serviços de saúde. As empresas adotam a distância mímia de 6 m do acedtileno e demais gases inflamáveis dos demais gases. Em caso de divergência vale o que está escrito no item 32.8.3. Embora não esteja escrito no item 32.8.3.4, normas nacionais e internacionais estabelecem que a utilização de paredes a prova de explosão possibilita a eliminação destas distâncias. NR-32 1805 Muitas vezes os locais não permitem o estabelecimento destas distâncias, neste caso a construção de paredes a prova de explosão será a única alternativa. Ao lado é possível ver uma área típica de armazenamento de gases. Referências - Item 32.3 8 / Subitem 32.3.8.4 - Dos Gases Medicinais Central de Gás é o nome dado ao ambiente onde fica o sistema de cilindros conectados a uma rede de tubulação que levará o gás até o ponto de utlização dentro do sistema de saúde. Normalmente são encontradas, nestes locais, centrais de oxigênio, ar comprimido, nitrogênio, óxido nitroso. Nos ambientes hospitalares estas centrais de gases podem ser sistemas auxiliares do abastecimento de gases altamente refrigerados. NR-32 Para o trabalho de cozinha e soldagem podem existir sistemas centralizados de gás GLP e acetileno. Abaixo está exemplificado um sistema de distribuição de gás centralizado. São três os sistemas de abastecimento, para gases medicinais: cilindros transportáveis, tanques pequenos e grandes criogênicos.