Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas - 29 e 30 de setembro de 2009 ISSN 1982-0178 MODELAGEM MATEMÁTICA NA DISCIPLINA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Paola Colombo Franzini Engenharia de Computação CEATEC [email protected] Resumo: Muitas pesquisas têm mostrado que os alunos do curso das engenharias normalmente apresentam muitas dificuldades na disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I. As causas dessas dificuldades podem ser provenientes do ensino e aprendizagem de conteúdos matemáticos que trazem consigo de séries anteriores, e também por vivenciarem muitas vezes um ensino descontextualizado da realidade. Nesse sentido, abordamos algumas aplicações do curso de Engenharia Elétrica relacionadas à disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I, de forma que o aluno possa visualizar a vinculação dos conteúdos da disciplina com o curso escolhido e, além disso, auxiliar o professor em suas atividades pedagógicas. Palavras-chave: Ensino e aprendizagem, Cálculo I, Engenharia Elétrica. Área do Conhecimento: Ciências Exatas e da Terra – Matemática. 1. INTRODUÇÃO Alunos de todos os níveis de escolaridade em geral apresentam dificuldades de aprendizagem nos conteúdos matemáticos. Encontramos na literatura estudos que buscam entender as razões dessas dificuldades e, ao mesmo tempo, encontrar alternativas no sentido de contribuir para a aprendizagem dos conteúdos estudados nas disciplinas de Matemática [1, 2, 3]. Embora cursos da área de exatas demandem uma grande necessidade de disciplinas de Matemática, é comum encontrarmos alunos desses cursos com dificuldades na manipulação com os conteúdos matemáticos. Experiências comprovam que é quase uma regra encontrarmos um elevado número de reprovações pelos alunos da área de engenharias que cursam a disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I. É emergente a necessidade da adoção de novos comportamentos no que diz respeito à prática docente dessa disciplina, com intuito de promover um aprendizado mais significativo. Uma possibilidade é fazer uso de problemas relacionados com a área de engenharias. Isso ocorre naturalmente quando Denise Helena Lombardo Ferreira Modelagem Matemática CEATEC [email protected] fazemos uso da estratégia de ensino e aprendizagem Modelagem Matemática, pois a utilização dessa estratégia possibilita o tratamento de situações reais, resgatando a investigação, a construção dos conteúdos matemáticos, a reflexão e a argumentação crítica. Para Bassanezi [4] “A Modelagem Matemática consiste na arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los, interpretando suas soluções na linguagem do mundo real”. Nesse ambiente, as ações são voltadas à experimentação, visualização, interpretação, previsão. Além disso, a Modelagem Matemática pode auxiliar os alunos a identificarem aplicações em outras áreas do conhecimento e em diferentes contextos. Zbiek e Conner [5] destacam alguns objetivos a serem alcançados ao se trabalhar com a Modelagem Matemática em sala de aula, como, por exemplo, preparar os alunos para trabalhar profissionalmente com a Modelagem, motivar os alunos mostrando para eles as aplicabilidades das idéias matemáticas no mundo real e fornecer oportunidades para que os estudantes a integrem com outras áreas do currículo. Muitas das habilidades requeridas para o engenheiro, tais como: raciocinar, analisar e argumentar com clareza, demonstrar idéias, lidar com informação e tecnologia podem ser favorecidas pelo desenvolvimento de atividades com a Modelagem Matemática, pois requer interação, colaboração, cooperação, participação ativa, envolvimento em atividades de estudo, socialização de idéias, capacidade de argumentação e síntese, capacidade de expressar idéias próprias e disposição para rever resultados obtidos. Nos últimos anos, alguns livros de Cálculo Diferencial e Integral como os de [6, 7, 8] abordam aplicações da matemática em situações do cotidiano. Sobretudo para o aluno de Engenharia, a aprendizagem de conceitos matemáticos pode ser auxiliada ao trabalhar com a aplicação desses conceitos em problemas reais através do uso da tecnologia, dando mais sentido para essa aprendizagem. Stewart [7], ao enfatizar a compreensão dos conceitos no ensino de Cálculo, Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas - 29 e 30 de setembro de 2009 ISSN 1982-0178 lembra que a visualização e as experiências numéricas e gráficas, entre outras ferramentas, alteram fundamentalmente a forma como ensinamos os raciocínios conceituais. Quando o professor e seus alunos envolvem-se conjuntamente nos procedimentos relacionados diretamente com a modelagem (seleção dos temas, coleta dos dados e escolha dos modelos matemáticos), e na abordagem dos conteúdos matemáticos, essa forma pedagógica de atuar com a modelagem se aproxima do que Barbosa [2] considera como sendo de terceiro nível, quando, a partir de um tema gerador, os alunos coletam informações qualitativas e quantitativas relacionadas com o assunto de interesse, formulam e solucionam problemas. Entretanto, essa forma de atuar com a Modelagem Matemática exige do estudante muitas horas extraclasse, o que torna inviável para alunos que frequentam a sala de aula em períodos noturnos. Barbosa [2] considera igualmente outras duas possibilidades: nível 1 - aborda a “problematização” de algum episódio “real”, quando a uma dada situação (que pode até ter sido extraída de um livro texto), associam-se problemas; nível 2 – aborda o cenário no qual o professor apresenta um problema aplicado e os dados necessários para a solução desse problema são coletados pelos próprios alunos durante o processo de investigação. Dando prioridade ao nível 1 na classificação de Barbosa, interagimos com professores para levantar dados, informações e problemas relacionados especificamente com a área de Engenharia Elétrica com a finalidade de construir modelos matemáticos que utilizam conceitos do Cálculo Integral e Diferencial I. Essa forma de trabalhar favoreceu um ambiente de colaboração docente, que embora desejável, não é usual, pois é comum os professores trabalharem sozinhos no desenvolvimento de suas disciplinas, como afirma Kenski [6] professores isolados desenvolvem disciplinas isoladas, sem maiores articulações com temas e assuntos que têm tudo a ver um com o outro, mas que fazem parte dos conteúdos de uma outra disciplina, ministrada por um outro professor. Na mesma direção, Goddard; Goddard e Tschannen-Moran [8] assinalam que são raros os exemplos de colaboração docente entre professores, quer estejam eles ministrando a mesma disciplina em turmas diferentes, quer sejam eles professores responsáveis por disciplinas diferentes ministradas para um mesmo grupo de alunos. Nessa pesquisa, além da colaboração que ocorreu entre os professores, também houve uma forte interação entre os alunos de Iniciação Científica. Além dos fatores apontados acima, é interessante destacar a inclusão da tecnologia presente nesta pesquisa, tanto na aquisição dos dados por meio de sensores, ou mesmo pelo uso da planilha Excel na manipulação com os dados. Nessa linha, Lévy [7] ressalta as possibilidades de novas estratégias e critérios que são necessários “para a construção do conhecimento, um conhecimento por simulação, típico da cultura da informática”. Para o autor, o conhecimento é produzido pela simulação e experimentação. Dessa forma, a utilização desses recursos, particularmente na educação, ocupa uma posição central, e por isso é importante refletir sobre as mudanças educacionais provocadas por essas tecnologias, propondo novas práticas docentes e buscando proporcionar experiências de aprendizagem significativas para os alunos. É desejável um ensino que demande desafios constantes aos alunos, onde o professor atue apenas como mediador. Temos como objetivo ilustrar algumas aplicações de Cálculo Diferencial e Integral I relacionadas ao curso de Engenharia Elétrica tornando a aprendizagem dos conteúdos da disciplina mais significativa. 2. APLICAÇÕES DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Nessa seção, vamos apresentar um resumo de três aplicações da disciplina Cálculo Diferencial e Integral I no curso de Engenharia Elétrica. São elas: sinais digitais, movimento harmônico simples, dados de temperatura e intensidade de sinal obtidos por um sensor e consumo de energia elétrica do Brasil no ano de 2008. 2.1. Sinais digitais Sinais digitais são um dos tipos de sinais elétricos, em que suas características principais são: apresentam alguns níveis, os quais variam em um ritmo (cadência) constante e sua função apresenta valores fixos, constantes em intervalos de tempo. Percebemos assim, que é comum a aplicação de função por partes. Exemplo: Construa o gráfico do sinal digital representado por (1). 2, 0 ≤ t < 2 f(t) = 1, 2 ≤ t < 3 0, 3 ≤ t ≤ 4 (1) com f(t+4) = f(t) , ∀ t ∈ Dom f Esta é uma função contínua por partes, onde f(t) são os sinais emitidos em cada t de seu intervalo de transmissão. Ela repete-se em intervalos de 4 s, por isso f(t+4). Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas - 29 e 30 de setembro de 2009 ISSN 1982-0178 2, 5 2 [ 1, 5 ] x 4 u.m. Figura 2. Partícula deslocando-se em um movimento de “vai-vem” 1 0, 5 0 0 0, 5 1 1, 5 2 2, 5 3 3, 5 4 Figura 1. Gráfico da função representada por (1) a) Sabendo-se que o sinal se repete a cada 4 seg. , determine f(t) para t = 5 seg, t = 6,5 seg, t =7,5 seg, t = 15 seg. Para t = 5s, f(1+4) = f(1)=2 Para t = 6,5s, f(2,5+4) = f(2,5) =1 Para t =7, 5s, f(3,5+4) = f(3,5) = 0 (não há sinal) Para t = 15s, f(11+4) = f(11) f(7+4) = f(7) f(3+4) = f(3) =0 (não há sinal) b) Descreva o comportamento do sinal em torno de t0 = 3. Idem para t no intervalo ]3,4[. Para um t0 = 3, a emissão de sinal é alterada. Para um t no intervalo ]3,4[,a função é nula, logo não se verifica a existência de sinal. c) Em que instantes de transmissão a emissão de sinal é alterada? Há intervalo em que não há transmissão de sinal? Os instantes em que há alteração da emissão de sinais são: t =2, t =3 nos primeiros 4s. Já no intervalo ]3,4[, a transmissão é nula. 2.2. Movimento Harmônico Simples O conhecimento das características de um movimento oscilatório (ou vibratório) é essencial na compreensão de fenômenos relacionados à propagação do som e luz, pois esta se dá através de ondas que se deslocam por um meio, fazendo com que os pontos deste meio oscilem, descrevendo um movimento de "vai-vem" à medida que as ondas passam por ele. Exemplo: Considere uma partícula que se desloca, sem atrito, sobre um eixo horizontal, segundo um movimento de "vai-vem" constante, com deslocamento máximo de 4 unidades de medida (u.m.),veja a Figura 2. 4, 5 Suponha que a função que descreve a sua posição ao longo do intervalo de deslocamento (com origem no ponto médio) seja x(t)=2cos (3t) (2) para t > 0, tempo em segundos. a) Construa uma tabela da posição ocupada pela partícula nos instantes t = 0, t = π/6, t= π/3, t = π/2 , t = 2π/3 , t = 5π/3, sendo t em segundos. t 0 π/6 π/3 π/2 2π/3 5π/3 x(t) 2 0 -2 0 2 0 Para achar a posição da partícula, substitua os valores dos instantes de tempo em (2). b) Em que instante(s) a partícula passa pela posição x = -2, x = 0 e x = 2? Queremos saber o instante em que a bolinha passa em cada uma das posições, logo temos que substituir em (2). x(t) = 2 cos (3t) 2 cos (3t) = 2 cos (3t) = 2/2 cos (3t) = 1 Sabemos que o ângulo que resulta em cosseno de 1 é 0 ou 2π, logo devemos fazer a seguinte passagem para achar o instante que a bolinha passa em x = 2: 3t = 0, t = 0 ou 3t = 2π, t = 2π/3 Então, descobrimos os instantes que a bolinha passa em x = 2; eles são: t = 0 ou t = 2π/3. Os cálculos seguintes serão seguindo o mesmo raciocínio do exercício já resolvido. Para x = 0; 2 cos (3t) = 0 cos (3t) = 0 Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas - 29 e 30 de setembro de 2009 ISSN 1982-0178 Sabemos que o ângulo que resulta em cosseno de 0 é π/2 ou 3π/2, logo devemos fazer a seguinte passagem para achar o instante que a bolinha passa em x = 0: 3t = π/2, t = π/6 ou 3t = 3π/2, t = π/2 Então, descobrimos os instantes que a bolinha passa em x = 0; eles são: t = π/6 ou t = π/2. Para x = -2; 2 cos (3t) = -2 cos (3t) = -2/2 cos (3t) = -1 Sabemos que o ângulo que resulta em cosseno de 1 é π, logo devemos fazer a seguinte passagem para achar o instante que a bolinha passa em x = -2: 3t = π, t = π/3 Então, descobrimos o instante que a bolinha passa em x = -2; ele é t = π/3. c) Qual o menor intervalo de tempo para que o movimento volte a se repetir? Qual a distância percorrida pela partícula até que o movimento se repita? O menor intervalo de tempo para que o movimento comece a se repetir novamente é 2π/3 (período do movimento).A distância percorrida até que o movimento se repita é de 8 u.m. (sendo 4 u.m.na ida e 4 na volta). 2.3. Dados de temperatura e de intensidade de sinal Por intermédio do sensor DS1820, os alunos do curso de Engenharia Elétrica obtiveram dados de temperatura e intensidade de sinal medidos na praça de alimentação da universidade no dia 08 de outubro de 2008 no período de 17h26 (evento 0) a 18h14 (evento 49), com intervalo de um minuto, Figura 3, Figura 4, respectivamente. 0 0 10 20 30 40 50 60 -10 -20 -30 -40 -50 -60 -70 -80 -90 -100 Figura 4. Gráfico relacionando a potência (intensidade de sinal) ao longo do tempo Com os dados em mãos, foi possível usar vários conteúdos matemáticos listados abaixo. a) Ajuste dos dados tanto os de temperatura como os da intensidade de sinal por uma curva. Para isso, usamos a ferramenta Análise de Tendência do Excel. b) Calcular a taxa de variação média para diversos pontos do conjunto de dados, observando onde há acréscimo ou decréscimo para os dados de temperatura e de intensidade de sinal. c) Encontrar valores máximos e mínimos locais. d) Calcular o valor médio da temperatura e da intensidade de sinal usando o Teorema do Valor Médio para Integrais. Definição. Valor Médio (Média) Se f for integrável em [a, b], então seu valor médio (média) em [a, b] é definida por (3) b 1 M( f ) = f ( x )dx b − a ∫a (3) Teorema. O teorema do Valor Médio para Integrais Definidas 22.2 Seja f(x) contínua no intervalo em [a, b], então em algum ponto c em [a, b] [11]. 22 21.8 b f (c) = 21.6 21.4 1 f ( x )dx b − a ∫a (4) 21.2 21 20.8 0 10 20 30 40 50 60 Figura 3. Gráfico relacionando a temperatura ao longo do tempo Como não temos a fórmula analítica da função f(x), usamos a Regra do Trapézio Generalizada (5) para encontrar o valor da integral [10]. Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas - 29 e 30 de setembro de 2009 ISSN 1982-0178 b ∫ f ( x)dx ≅ a Δx ( f (x 0 ) + 2 f (x1 ) + 2 f (x 2 ) + ... + 2 f (x n −1 ) + f (x n )) 2 25.500.000 (5) F onde Δx = (b – a)/n, n é o número de subintervalos. 25.000.000 O valor médio da temperatura é 21,2834 C, a temperatura média obtida pelo teorema do Valor Médio, usando a equação (3) com os cálculos obtidos no Excel foi de 21, 1702 oC. O valor médio da intensidade de sinal é -59,5605 dBm1, a intensidade de sinal média obtida pelo teorema do Valor Médio, usando a equação (3) com os cálculos obtidos no Excel foi de -59,5605 dBm. Consumo de energia (MWh) o 24.500.000 G 24.000.000 B D C A 23.500.000 E 23.000.000 0 2.4. Consumo de energia Pontos de máximo e de mínimo dos dados referentes ao consumo de energia elétrica do Brasil. Exemplo: Pontos de máximo e mínimo da Figura 5. A Tabela 1 e o gráfico da Figura 5 mostram o consumo de energia elétrica mensal no Brasil, segundo alguns dos relatórios do SAD (Secretaria de Administração) disponíveis na Internet2. Isso só foi possível, pois a Annel (Agência Nacional de Energia Elétrica) percebeu as necessidades dos diversos públicos do setor elétrico pelo acesso a essas informações que antes só eram disponíveis ao público interno. Tabela 1. Relaciona mês e energia consumida no ano de 2008 Mês de 2008 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Consumo elétrico (MWh)3 23.609.608 23.925.750 23.662.392 23.684.453 23.909.649 23.269.809 23.529.427 24.323.937 24.520.386 25.107.141 25.234.071 24.114.214 1 dBm = 10 log Potência(em watts)/watts.10-3 . 2 http://rad.aneel.gov.br/ReportServerSAD?%2f SAD_REPORTS%2fConsumidoresConsumoReceitaTarifaMedia -ClasseConsumo&rs:Command=Render. 3 MWh = quantidade de energia utilizada para alimentar uma carga com potência de 1.000.000 watt pelo período de uma hora. 2 4 6 8 10 12 Figura 5. Gráfico relacionando consumo e tempo com retas tangentes nos pontos máximos e mínimos Na Figura 5, observamos que a curva y = f (x) está subindo nos pontos de A para B, de C para D e de E para F.Logo, a função é crescente nos intervalos a A < x < B, C < x < D e E < x < F. Analogamente, a curva está descendo de B para C, de D para E e de F para G, neste caso então, ela é decrescente nos intervalos B < x < C, D < x < E e F < x < G. Podemos deduzir, então, que uma função é crescente quando os valores de y = f (x) aumentame que ela é decrescente, quando y = f (x) diminui. Então, B, D e F são pontos máximos e suas ordenadas são valores máximos da função correspondente. Do mesmo modo, C e E são pontos mínimos e suas ordenadas são valores mínimos da função. A partir desse estudo, podemos obter algumas conclusões: em meados de abril a junho, há uma queda de consumo de energia, por serem dias frios (outono e inverno), nota-se nesse período que o consumo de alguns aparelhos domésticos de alta potência, por exemplo, diminuem. Já de junho para frente, observamos um aumento no consumo, isso se deve as épocas de primavera e verão começando. 3. COMENTÁRIOS FINAIS Relacionar o conteúdo matemático com situações do cotidiano do aluno não é uma tarefa fácil, já que, além da rigidez que em geral caracteriza os currículos, tal relacionamento exige, dos alunos, tempo disponível para atividades externas (pesquisas, trabalhos em grupo, visitas a empresas ou entidades, etc.) que extrapolam o cotidiano da sala de aula. Essa situação se agrava em cursos noturnos, onde a maioria dos alunos trabalha durante o dia e não dispõe de tempo para atividades extraclasse. Acreditamos, entretanto, que, mesmo com essas dificuldades, esse relacionamento entre a matemática curricular e a realidade do aluno, além de atender a alguns dos anseios da comunidade estudantil, con- 14 Anais do XIV Encontro de Iniciação Científica da PUC-Campinas - 29 e 30 de setembro de 2009 ISSN 1982-0178 tribui para tornar a aprendizagem mais significativa e, conseqüentemente, proporciona melhores resultados acadêmicos. 4. REFERÊNCIAS [1] CURY, H. N. 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