Aon Risk Solutions
Energia
Boletim de Energia
Nesta edição
Mensagem do Presidente para Energia Global
Visto de fora, talvez o setor energético parecesse adormecido em
2014. No entanto, olhando com cuidado, constatamos que esse
mercado teve atividade considerável, com diversos acontecimentos
animadores nos últimos 12 meses.
Nos EUA, o óleo e o gás de xisto trouxeram benefícios notáveis à
economia, recuperando assim o setor energético, que mal estava
sobrevivendo com a geração de energia nuclear e de carvão. Pela
primeira vez na história, os EUA não aumentaram a capacidade de
geração de energia de carvão, ao passo que energias renováveis e
gás natural representaram, respectivamente, 44% e 54% dos quase
10 GW de aumento na capacidade de geração obtido em 2014.
01 Mensagem do Presidente para
Energia Global
02 Responsabilidade civil nuclear:
um cenário em mudança
04 O que pensamos sobre risco
nuclear
04 Cobertura para interrupção
forçada no fornecimento de
geradores de energia
05 Desafios específicos
apresentados por usina
israelense
05 Equipe global nomeia novo
Líder de Desenvolvimento de
Estratégias
4º trimestre de 2014
Na Europa o cenário é muito menos promissor, pois a região vem enfrentando uma grave crise
energética nos últimos três anos. As únicas boas notícias vieram de iniciativas de energia eólica
marítima no Mar do Norte e projetos de energia solar no sul do continente. Enquanto isso,
governos e lobbies interessados em energia e infraestrutura deixaram clara a necessidade
urgente de investimentos - privados, de preferência - de diversos bilhões de euros em nova
capacidade de geração de energia mais limpa e em infraestrutura antes de 2020, para impedir
o colapso do setor de geração e transmissão de energia na região. A questão é saber se os
Estados-membros da União Europeia precisam de um apagão durante o inverno para mudar
suas políticas energéticas e tornar mais atraente o investimento de capital em geração de
energia. O mais recente acordo britânico sobre tarifas de energia elétrica para a nova
capacidade nuclear pode ajudar a abrir caminho para desdobramentos favoráveis. O interesse
demonstrado recentemente por China, Japão e Arábia Saudita em projetos de construção de
usinas nucleares no Reino Unidos são um indicador positivo. A questão é se outros países
seguirão ou não seus passos.
A área da tecnologia continua evoluindo rapidamente, com a indústria energética entoando o
mantra "grande é bom". Existem agora painéis solares concentrados que geram mais de 150
MW, campos fotovoltaicos gerando mais de 300 MW, geradores de turbinas eólicas de 10
MW, projetos geotérmicos que geram 500 MW e plataformas marítimas de transformadores
do tamanho de plataformas de perfuração. Porém, estruturas grandes têm alto custo de
produção, e as últimas tendências apontam para fabricação com maior eficiência,
matérias-primas mais leves e em menor quantidade, tudo isso a um custo menor. Para
responder a essa demanda, os fabricantes de equipamentos terão que investir em tecnologias
emergentes como a nanotecnologia e a impressão 3D.
Nossos especialistas em Energia Global estão trabalhando em estreita colaboração para
responder a esses desdobramentos, criando soluções que permitirão que clientes e prospects
possam reagir bem a esse ambiente em mudança. Agora o setor está totalmente desperto, e
acreditamos que o mercado de seguros para o setor energético enfrentará desafios
estimulantes em 2015.
Denis Waerseggers
Risk. Reinsurance. Human Resources.
Responsabilidade Civil
Nuclear: um cenário
em mudança
Em 21 de novembro de 2014, o Japão aprovou uma lei
que provavelmente tornará realidade sua adesão à
Convenção sobre Compensação Complementar por
Danos Nucleares (CSC) em 2015. Com isso, quase
40% dos reatores nucleares do mundo estarão no
âmbito da CSC.
Até o momento, cinco países assinaram o
tratado: EUA, Argentina, Marrocos,
Romênia e Emirados Árabes Unidos, e é
possível que o Japão faça o mesmo. Embora
no momento a convenção conte com
poucos signatários, seus defensores
preveem que seus números chegarão aos
mesmos das Convenções de Paris e Viena.
A convenção determina que os signatários
concordem com dois níveis de compensação pública após um acidente nuclear. Ao
mesmo tempo, o tratado oferece a
operadores e fornecedores proteção contra
alegações de responsabilidade civil em
ações judiciais apresentadas contra eles no
caso de sinistros ocorridos em outros países
signatários. No entanto, se ocorrer um
acidente em um país que não seja signatário da CSC, os operadores e fornecedores
não terão direito a essa proteção. Portanto,
a aplicabilidade da convenção é limitada e,
na sua forma atual, seu alcance geográfico
é extremamente restrito.
Boletim de Energia | 4º trimestre de 2014
Competência do tribunal questionada no
caso de Fukushima
As limitações da convenção ficaram
evidentes em um processo recente
do tribunal distrital norte-americano
em San Diego, na Califórnia, contra
o operador planta de Fukushima
Daiichi, a TEPCO, e também contra
fornecedores, aberto por supostas
vítimas americanas do desastre
nuclear. Em 28 de outubro de 2014,
o tribunal negou o pedido da
TEPCO de rejeitar a ação judicial.
O juiz declarou que, embora os EUA
tenham expresso sua preferência
por centralizar todas as ações
judiciais no local do acidente
nuclear ao assinar a CSC, o tratado
ainda não havia sido assinado pelo
Japão. Além disso, o juiz permitiu
que os autores emendassem sua
petição inicial, que passou a
incluir como réus os fornecedores
General Electric, EBASCO,
Toshiba e Hitachi. Os autores
alegam que tais fornecedores
foram responsáveis, em parte,
pelo projeto, processo de
compras, manutenção, gerenciamento, consertos – e, em última
análise, pela falha – da planta de
Fukushima. Se o Japão e o EUA
fossem Estados-membros da CSC
antes do acidente, as ações teriam
sido centralizadas no país onde
ocorreu o acidente. No entanto,
agora é incerto se a responsabilidade civil será direcionada apenas
aos operadores.
02
Novas obrigações financeiras para fornecedores nos termos da CSC
O Ministério de Energia dos EUA está para publicar um novo
decreto em relação a suas obrigações, nos termos da CSC, de
contribuir para um fundo complementar internacional para o
caso de certos acidentes nucleares. A proposta é estabelecer
um programa de pagamentos de contingência pelo qual os
fornecedores de energia nuclear reembolsarão o governo
dos EUA por sua contribuição ao fundo internacional.
Com o novo decreto, a situação dos operadores e fornecedores passou de responsabilidade civil potencialmente ilimitada
a uma responsabilidade civil com limite determinado e
parcialmente financiada por eles mesmos. Os fundos serão
usados para cobrir custos de contingência associados a
acidentes nucleares que ocorram fora dos EUA e que não
estejam no âmbito da lei Price-Anderson. A fórmula para o
cálculo da quantia a ser depositada no fundo complementar
internacional usa a energia térmica dos EUA na data do
acidente nuclear e a taxa de avaliação da ONU. Ainda não foi
determinado o método exato de alocação e aplicabilidade
que será usado para determinar quais empresas serão
consideradas “fornecedores de energia nuclear” .
As atuais apólices de responsabilidade civil nuclear publicadas pelo pool norte-americano de seguros para energia
nuclear, a American Nuclear Insurers, contêm exclusões
específicas ligadas aos pagamentos de contingência previstos
pela CSC. Como o sistema de pools para seguros de energia
nuclear foi criado para impedir o acúmulo de responsabilidades civis no caso de uma catástrofe nuclear, é pouco provável
que tais pools disponibilizem seguros comerciais para cobrir
os custos de contingência incorridos pelos fornecedores.
Conclusões e medidas recomendadas
Recomendamos que operadores e fornecedores do setor
nuclear examinem sua exposição a potenciais acidentes
nucleares que não seriam cobertos pela CSC. Sugerimos um
exame do seguro disponível, bem como estratégias
contratuais e outras estratégias de mitigação de riscos.
Se tiver qualquer dúvida sobre como a Aon pode auxiliá-lo
na avaliação de risco ou sobre o conteúdo deste relato, não
hesite em nos contatar.
J. Brian De Bruin
Diretor-gerente,
Segmento de Clientes Globais
Grupo de Serviços de Construção
Nova York, EUA
+1 212.441.1372
[email protected]
Canadá à frente de iniciativas de responsabilidade civil nuclear
Tramita no parlamento canadense um projeto de lei que,
caso aprovado, terá enorme impacto sobre o setor nuclear
do país. O projeto de lei C-22 aumentará a exigência de
limite de responsabilidade civil nuclear dos operadores no
Canadá de 75 milhões para um bilhão de dólares
canadenses. A expectativa é que a aprovação ocorra no
primeiro trimestre de 2015, com o limite aumentando
imediatamente para 650 milhões de dólares canadenses e
apresentando crescimento acentuado nos três a quatro
anos seguintes, chegando a um bilhão de dólares
canadenses.
Espera-se que a Associação de Seguro Nuclear do Canadá
(NIAC) aumente os limites disponíveis, mas a necessidade
de aumentar a capacidade global para atender à demanda
Boletim de Energia | 4º trimestre de 2014
é evidente. A ELINI, Seguro Europeu de Responsabilidade
Civil para o Setor Nuclear, cuja aplicação é aprovada no
Canadá, também deverá ver um aumento na demanda por
capacidade. Muitos olhares se voltam agora para o país,
indagando como serão atingidos os novos limites.
Terry Dodsworth
Vice-presidente sênior
Centro Nacional de Excelência
Gerente de Energia e Serviços Públicos
Toronto, Canadá
+1.416.868.5628
[email protected]
03
O que pensamos sobre risco nuclear
A equipe de energia nuclear da Aon
sempre esta à frente do que acontece
em gestão de risco nuclear, das
mudanças no cenário da responsabilidade civil nuclear ao apetite cada vez
maior pelo uso de energia nuclear.
Para compartilhar nossas ideias, nosso
líderes em energia nuclear participam
regularmente de importantes
conferências internacionais como
palestrantes e painelistas. Em outubro,
Denis Waerseggers, líder global de
energia, foi painelista na Conferência da
Associação Internacional de Direito
Nuclear (INLA) em Buenos Aires, que
abordou questões ligadas a seguros e
responsabilidade civil em energia
nuclear. Ele fez um apelo por uma visão
global mais agressiva da responsabilidade civil nuclear, uma visão que fosse
além do pensamento compartimentado, tão característico do mundo dos
seguros para energia nuclear. Em
novembro, Brian DeBruin, líder de
energia nuclear da Aon, foi painelista no
6º seminário anual de Comercialização e
Investimento Nuclear do Instituto de
Energia Nuclear (NEI) e da Pillsbury em
Washington, EUA. Ele falou das
mudanças no cenário internacional de
responsabilidade civil nuclear, mais
especificamente sobre a implementação
da Convenção sobre Compensação
Complementar, que os EUA haviam
assinado recentemente.
Cobertura para interrupção forçada no
fornecimento de geradores de energia
costuma ocorrer em até 48 horas após a interrupção forçada.
O seguro contra interrupção forçada é uma opção atraente de
gestão de risco, especialmente porque se trata de uma
despesa fixa dedutível do imposto de renda, e não de um
investimento cujo valor sofrerá alterações. Além disso, uma
apólice de seguro contra interrupção forçada sai mais em
conta do que um contrato de derivativo e não representa
risco de crédito de contraparte.
A proteção do seguro para interrupção forçada do
fornecimento de energia pode reduzir significativamente a
exposição das contrapartes e a exposição ao risco de crédito
que costuma ocorrer no mundo da cobertura (hedge) do
setor elétrico.
O preço do megawatt de energia elétrica no atacado pode
subir ou cair rapidamente, principalmente durante ondas de
calor no verão ou fortes tempestades no inverno. Se um
gerador não conseguir atender à demanda por eletricidade,
pode sofrer exposições com exigência da substituição
daquela energia no mercado à vista. Na última década,
diversos mercados de energia instituíram tetos mais altos para
os preços, com alguns chegando a 9 mil dólares por
megawatt em 2015. Outros instituíram leilões de capacidade
que aplicam multas por falta de energia.
Nos casos de falta de energia e aumento repentino no preço
no curto prazo, as apólices de seguro convencionais para
propriedade, caldeiras e maquinário têm pouca utilidade,
principalmente porque costuma haver um prazo de carência
de, no mínimo, 30 dias. O prejuízo econômico, no entanto,
Boletim de Energia | 4º trimestre de 2014
É verdade que as empresas de seguro podem tornar-se
insolventes, mas o comprador pode gerenciar esse risco
excluindo seguradoras que não tenham uma classificação
A.M. Best aceitável.
Marshall Nadel e Rob Battenfield são os líderes para esse tipo
de cobertura nos EUA e podem ajudar na avaliação de
proteções (hedges) ou contratos de venda de energia em
que você tenha se comprometido a vender, mas mantenha a
exposição ao mercado.
Rob Battenfield
Vice-presidente sênior de Especialistas
Aon em Energia Global
Aon Risk Services Southwest, Inc.
Dallas, EUA
+1 214.989.2134
[email protected]
Marshall Nadel, CPCU
Diretor-gerente
Especialistas Aon em Energia Global
Dallas, EUA
+1 214.989.2220
[email protected]
04
Desafios específicos apresentados
por usina israelense
Desafios específicos
Análise de risco
Tecnologia: A energia solar concentrada vem
apresentando crescimento significativo nos
últimos anos, especialmente nas áreas da
tecnologia de torres solares e coletores
cilindro-parabólicos. Porém, trata-se de um
setor relativamente novo, com experiência
operacional limitada. O mercado de seguros
sofreu diversos prejuízos grandes e, como
resultado, os mercados veem a nova
tecnologia com cautela.
A estrutura da joint venture nos permitiu
convencer os mercados a eliminar as exclusões
sobre danos liquidados na seção do contrato
referente a atraso no início das operações por
um prêmio razoável. Foi necessário um
clausulado da apólice feito sob medida para
cobrir plenamente esse risco. Além disso, foi
realizada uma análise detalhada para ajudar os
seguradores a quantificar sua exposição.
Território: As negociações com os mercados
começaram em julho de 2014, um mês antes
do início do conflito entre Gaza e Israel.
Portanto, o clima político era desafiador.
Clausulado: O cliente queria clausulado e
cobertura amplos, incluindo atraso em danos
liquidados e atraso no início das operações.
O programa de construção teve o apoio dos
mercados do Reino Unido e da Espanha.
Helena Fernandez de Bobadilla
Corretora, Centro Global de
Corretagem
Londres, Reino Unido
[email protected]
+44 (0)20 7086 3793
Recentemente, a Aon
foi escolhida para
determinar os riscos de
construção por uma
joint venture
Espanha-Israel que
venceu licitação para
projetar, construir e
operar uma usina de
energia solar térmica.
Equipe global nomeia novo Líder de
Desenvolvimento de Estratégias
Mark Potter
Líder de Desenvolvimento de Estratégias - Aon Global Power Practice
O Mark nos traz sólida experiência em marketing, gestão de redes e desenvolvimento de produto. É ótimo poder
contar com ele no comitê executivo, o que vai consolidar ainda mais essa equipe robusta com base em Londres,
Oriente Médio, Ásia e América do Norte.”
Denis Waerseggers – Presidente para Energia Global
Boletim de Energia | 4º trimestre de 2014
“
“
Mark Potter foi nomeado líder de desenvolvimento de estratégias na equipe de Especialistas Aon em Energia
Global e será membro do Comitê Executivo para Energia Global. Mark tem ampla experiência no setor de energia:
trabalhou na RSA no Reino Unido e em Singapura como Líder Global de Desenvolvimento de Negócios na área de
energias renováveis. Enquanto estava na empresa, Mark trabalhou com estratégia empresarial, gestão de pipeline
e portfólio e relatórios financeiros. Além disso, ele conta com bastante experiência em vendas, marketing e
desenvolvimento de canais de distribuição, adquirida durante seu período na RSA.
05
Sobre a Aon
A Aon plc (NYSE:AON) é fornecedora global líder de gestão de risco,
corretagem de seguros e resseguros, bem como serviços de terceirização
e soluções para recursos humanos. Por meio de seus mais de 66 mil
colaboradores no mundo todo, a Aon se une para dar os melhores
resultados aos clientes em mais de 120 países. Para isso, oferecemos
soluções inovadoras e eficazes para riscos e pessoas, além de
conhecimentos técnicos e recursos globais líderes no setor. Diversas
vezes, a Aon foi considerada por várias fontes do mercado a melhor
corretora, a melhor intermediária de seguros, a melhor intermediária de
resseguros, a melhor gerente de cativos e a melhor consultoria para
benefícios a funcionários. Acesse aon.com para mais informações sobre a
Aon e aon.com/manchesterunited para saber mais sobre a parceria global
da Aon com o Manchester United.
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As informações contidas neste comunicado, bem como as declarações
feitas, são de natureza genérica e não se referem às circunstâncias de
qualquer indivíduo ou entidade. Embora busquemos fornecer informações
precisas e atualizadas e usemos fontes que consideramos confiáveis, não há
garantias de que tais informações sejam precisas na data em que foram
recebidas nem que continuarão sendo precisas no futuro. Ninguém deverá
agir com base em tais informações sem o aconselhamento profissional
pertinente, após minucioso exame da situação específica em questão.
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