FACULDADE UNIVÉRTIX - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: BIOQUÍMICA II – 3º PERÍODO PROFESSORA: RENATA FONTES EVITANDO ERROS PRÉ-ANALÍTICOS O resultado correto dos exames laboratoriais dependem do controle de três tipos de variáveis: as pré-analíticas, as analíticas e as pós analíticas. A fase pré-analítica consiste na preparação do paciente, na escolha do recipiente no qual a amostra será encaminhada e de que maneira esse material tem que ser armazenado até sua análise. A fase analítica corresponde à etapa de execução do teste propriamente dita. A fase pós-analítica inicia-se no laboratório e envolve os processos de liberação de laudos, encerrando-se após o médico receber o resultado final, interpretá-lo e tomar sua decisão. Quando avaliados os cuidados com a amostra na fase pré-analitica, ou seja, que ocorre antes do processamento, estamos nos referindo desde a seleção do exame que será realizado, como paciente será preparado para a coleta, identificação correta do material (nome do animal e proprietário) e acondicionamento desta amostra. A padronização dos métodos de coleta e manuseio de amostras biológicas é a maneira com que o médico veterinário pode diminuir os erros na fase de pré-análise que são responsáveis por aproximadamente 70 % dos problemas com resultados dos exames laboratoriais. Fatores como Jejum, exercícios e relacionados estado de estresse e medo podem alterar a análises de química sérica e avaliação hematológica de muitos pacientes animais. Um exemplo comum é de quando o animal é submetido a exercícios e coleta-se logo após seu sangue para análise. O hematócrito apresenta-se elevado, principalmente naqueles que apresentam maior resposta a esplenocontração. Os animais muito agitados pode também liberar epinefrina e os níveis elevados desse hormônio acarretam na elevação dos níveis séricos de glicose e alterações no leucograma, nestes casos caracteriza-se pelo aumento numérico de linfócitos e neutrófilos circulantes. Em outras situações quando a presença de corticóides exógenos ou endógenos, na corrente sanguínea é observado frequentemente o "leucograma de estress" sendo notado neutrofilia madura com linfopenia e eosinopenia. A administração de glicocorticóides pode alterar a contagem total e diferencial. A bioquímica sérica é comprometida por aumento de enzimas dosadas para avaliação hepática como aminoácidos Fosfatase alcalina sérica e a Alanina amino transferase. A administração prolongada de corticosteóides interferem no catabolismo proteico o que pode alterar os níveis de ureia circulante. O jejum é indicado para os principais exames, o hemograma e testes bioquímicos são exemplos comuns. O paciente deve ficar de jejum de 8 a 10 horas para que seja evitado o envio de amostras que apresentem lipemia. As amostras lipêmicas possuem níveis elevados de glicose e lipídeos. A análise dessas amostras é mais difícil, necessitando muitas vezes de diluição e provocam elevação da atividade de enzimas como a AST, lactato desidrogenase e bilirrubinas, além de predispor a hemólise in vitro. Saber selecionar o local adequado para coleta, a identificação, o acondicionamento e armazento são de responsabilidade do clínico até as amostras sejam encaminhadas ao laboratório. A coleta de sangue na maioria das espécie se faz pela veia jugular por exemplo. Na identificação deve sempre constar nome do proprietário, do paciente e informações que identifiquem a clínica veterinária solicitante. O tipo de anticoagulante utilizar na amostra sanguínea depende do teste que será solicitado, existem basicamente quatro tipos de anticogulantes: EDTA, heparina, fluoreto e citrato. O manuseio da amostra sanguínea deve ser cauteloso visando a prevenção de hemólise, uma vez que substâncias presentes no plasma ou soro estão presentes em maior concentração dentro das hemácias. A conservação da amostra depende muito do tipo de análise que será realizada. Os exames que devem ser conservados a temperatura de a 4-8 graus como a análise hematológica deve ser efetuada em até três horas a partir da coleta, a maioria das análises químicas são estáveis por três dias (desde que o soro seja separado), a dosagem de glicose plasmática conservada em fluoreto pode ser realizada em até 8 horas. A análise de amostras como líquidos cavitários, líquido celaforraquidiano e urina devem ser realizados o mais rápido possível, uma exceção para amostras urinárias refrigeradas e protegidas da luz que podem ser analisadas em até 6 horas. REFERÊNCIAS GUIMARÃES, A. C.; WOLFART, M.; BRISOLARA, M. L. L.; DANI, C. O Laboratório clínico e os erros pré-analíticos. Revista Hospital de Clínica de Porto Alegre. ed 31, p.66-72, 2011. MEYER, D. J.; COLES, E. H. RICH, L. J. Medicina Laboratorial Veterinária- Interpretação e diagnóstico. São Paulo:Roca, 1995. KERR, M. G. Exames Laboratoriais em Medicina Veterinária. São Paulo: Roca, 2003. Atividade 1. Discorra detalhadamente sobre a importância da etapa pré-analítica e a fatores que podem influenciar os resultados de exames laboratoriais. 2. Discorra detalhadamente sobre a importância da etapa analítica e a fatores que podem influenciar os resultados de exames laboratoriais. 3. Discorra detalhadamente sobre a importância da etapa pós-analítica e a fatores que podem influenciar os resultados de exames laboratoriais. 4. Busque 2 artigos referentes a aplicações da bioquímica clínica em medicina veterinária. 5. Faça um resumo explicando como a avaliação laboratoriais foi importante nos artigos que foram encontrados. (Os artigos não precisam ser entregues, colocar apenas a referência). Os resumos serão apresentados em sala de aula. Obs: Normas para apresentação de referências: 1) Artigos de Periódicos: SOBRENOME, Nome do autor. Título do artigo. Título do periódico, Local de publicação (cidade), nº volume e/ou ano, nº fascículo, páginas inicial-final do artigo, mês. ano. 2) Textos científicos retirados da internet SOBRENOME, Nome do autor. Título do serviço ou produto. Versão (se houver), data. Descrição física do meio eletrônico. Disponível em: <endereço eletrônico> Acesso em: data. (dia, mês, ano). MELLO, R. F. L. de. Vislumbre para a sustentabilidade planetária. Revista de gestão integrada em saúde do trabalho e meio ambiente. Disponível em: http://www.interfacehs.sp.senac.br. Acesso em: 10.abr.2008.