ASSESSORIA PARLAMENTAR INFORMATIVO 10 DE SETEMBRO DE 2014 SENADO FEDERAL Procurador-geral informa que não recebeu processo com menções a parlamentares Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) foram recebidos, nesta quarta-feira (10), pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A intenção era confirmar o eventual envolvimento de membros do Congresso Nacional em suposto pagamento de propina intermediado pelo ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo Randolfe, Janot disse não ter recebido o processo aberto no Paraná para apurar denúncias do ex-dirigente da Petrobras, mas ressaltou que, de qualquer maneira, não poderia divulgar seus nomes caso as revelações feitas por Paulo Roberto Costa estejam condicionadas ao instituto da delação premiada. Ainda de acordo com Randolfe, Janot assumiu o compromisso de, no caso de não haver sigilo, liberar os nomes de eventuais parlamentares citados por Paulo Roberto Costa assim que o processo chegar a suas mãos. O senador disse que, enquanto isso, pretende acompanhar de perto todos os desdobramentos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, inclusive a futura remessa do processo à Procuradoria-Geral da República. Randolfe descartou qualquer pedido de providência no âmbito do Senado enquanto não tiver acesso aos dados dos depoimentos. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Em discurso de posse, presidente Lewandowski traça metas para uma Justiça eficaz Em seu discurso de posse, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, abordou o duplo desafio de promover uma Justiça célere, eficaz, e de atuar à frente de um dos poderes da República, muitas vezes chamado a interferir em questões 1 sensíveis da vida nacional. Como resposta, traçou metas para aprimorar o funcionamento da Justiça, e assegurou o respeito à harmonia e à independência entre os poderes. À frente também do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o presidente propôs reforçar sua atuação como órgão de planejamento estratégico, garantindo sua permanente interlocução com os juízes de todos os graus de jurisdição. Defendeu ainda melhores condições de trabalho e remuneração digna aos magistrados, necessárias para valorizar a carreira e a própria Justiça. “Nós temos um sonho: o sonho de ver um Judiciário forte, unido e prestigiado, que possa ocupar o lugar que merece no cenário social e político deste País. Um Judiciário que esteja à altura de seus valorosos integrantes, e que possa colaborar efetivamente na construção de uma sociedade mais livre, mais justa e mais solidária”, afirmou o ministro. Metas Entre as metas traçadas para garantir uma melhor prestação jurisdicional, o ministro Ricardo Lewandowski propôs o maior uso de meios eletrônicos para a tomada de decisões e o estímulo a formas alternativas de solução de conflitos, como a conciliação, a mediação e a arbitragem. Também destacou os instrumentos processuais à disposição do STF, propondo prioridade ao julgamento dos casos com repercussão geral reconhecida e defendendo a ampliação do instituto das súmulas vinculantes. Na área penal, destacou a ênfase à “justiça restaurativa”, segundo a qual a atenção do Estado e da sociedade não se dirigem exclusivamente à punição do infrator, mas à mitigação das lesões sofridas pelas vítimas. Dados do Judiciário Para ilustrar o desafio à frente do Poder Judiciário, o presidente do STF citou dados do CNJ, segundo os quais tramitavam, em 2013, 95 milhões de processos no país. Neste ano, foram ajuizadas 28 milhões de novas ações, e proferidas 25 milhões de decisões. Como existem certa de 16.500 magistrados no Brasil, isso significa uma média de 1,6 mil decisões proferidas por cada um deles, um desempenho, ainda que excepcional, insuficiente para aliviar o congestionamento processual. No Supremo, foram proferidas 85 mil decisões em 2013, entre decisões monocráticas e colegiadas, e distribuídos 44 mil novos processos. - Leia a íntegra do discurso do ministro Ricardo Lewandowski. Proatividade e abertura para diálogo são qualidades do novo presidente do STF, afirma Janot Ao prestar homenagem pela posse do ministro Ricardo Lewandowski na Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontou a proatividade e abertura para o diálogo como principais qualidades do novo presidente do Supremo, e disse que o Ministério Público está pronto para contribuir para que a gestão que se inicia seja marcada por resultados expressivos. Segundo ele, a presença de altos representantes dos três Poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário – na cerimônia de posse mostra a importância e a envergadura da missão assumida nesta data pelo ministro Lewandowski. 2 Janot apontou como qualidades do novo presidente a busca do diálogo como forma de encontrar o equilíbrio entre os Poderes. Segundo ele, dialogar não implica em abrir mão dos deveres e da autonomia da instituição, representando, na verdade, amálgama necessário à estabilidade institucional para garantir o avanço da democracia. A fluidez com que o ministro Lewandowski exerceu a Presidência interina, segundo Janot, trazem convicção de que a gestão que se inicia será alvissareira. A proatividade na gestão dos trabalhos da Corte e o reconhecimento de que o Ministério Público é um parceiro do Judiciário “trazem a certeza de que frutos significativos serão colhidos nesse biênio”. O procurador estendeu os cumprimentos à vice-presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, cuja competência, nas palavras de Janot, muitos contribuirão para a gestão que se inicia. Ministro Marco Aurélio ressalta perfil seguro e cordial do novo presidente O ministro Marco Aurélio Mello fez, em nome da Corte, a saudação ao novo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, assinalando a importância institucional da Corte e o perfil de seu novo dirigente – que, destacou, “possui os atributos necessários: responsabilidade institucional, independência, sentido de liderança, dinamismo, estima, segurança e, sobretudo, sensibilidade de compreender as diferentes personalidades que o cercam”. O ministro lembrou a importância institucional do STF no atual momento. “As matérias enfrentadas e as decisões proferidas repercutem não apenas na dinâmica dos Poderes e das instituições republicanas, mas alcançam o modo de vida dos brasileiros”, afirmou. “Ao Supremo incumbe a chefia do Judiciário nacional, mas esse comando surge em regime essencialmente democrático, no qual o diálogo construtivo entre todos os membros deve imperar, sob pena de dar-se exemplo negativo de intolerância e autoritarismo”. O caráter plural da Corte e a importância do diálogo e do debate para o aperfeiçoamento da República e do Estado Democrático de Direito também foram destacados no pronunciamento do ministro Marco Aurélio – bem como o papel do presidente para esse propósito. “O modo como o presidente se relaciona com os demais ministros tem impacto na atuação do Tribunal, pauta a dinâmica dos trabalhos, influencia a qualidade das deliberações”, assinalou. Nesse aspecto, o ministro Lewandowski tem, segundo o ministro Marco Aurélio, “o ponto ótimo entre a cordialidade no trato pessoal e a assertividade da autoridade que representa”, e “oferece tranquilidade e segurança para que possamos, coesos e iguais em propósito, zelar pela boa aplicação da Carta da República”. O discurso ressaltou também o “espírito de organização e liderança” do novo presidente, que obteve certificação de qualidade de gestão em seu gabinete, “o que, certamente, será de enorme valia para a implementação de projetos relevantes a alcançarem todo o Judiciário”. Como magistrado, assinalou que, “mesmo nos momentos mais delicados, comportou-se com a altivez e a independência dos grandes juízes”, e que sua coragem, autonomia e apego à observância irrestrita das normas jurídicas fazem dele “exemplo a ser seguido”. - Leia a íntegra do discurso do ministro Marco Aurélio. 3 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Seções do STJ começam a julgar com nova composição de ministros A Terceira Seção deu as boas-vindas aos seus novos integrantes: Luiz Alberto Gurgel de Faria, um dia depois de tomar posse, compôs pela primeira vez, nesta quarta-feira (10), o colegiado em que atuará. Além dele, estreou na Seção o desembargador convocado Newton Trisotto. Os novos integrantes foram saudados pelo ministro Jorge Mussi, presidente da Terceira Seção, e pela subprocuradora Zélia Oliveira Gomes. O ministro Gurgel de Faria registrou que não há separação por matérias específicas nas turmas do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5). Mas, segundo ele, ao julgar matérias penais, sempre levou em consideração as referências vindas da Terceira Seção do STJ e de suas duas turmas especializadas em direito penal. Integrante do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), Trisotto afirmou ser um adorador do estudo do Direito e falou que é através deste estudo e da convivência com os ministros, seus agora colegas de seção, que vai enfrentar o novo desafio profissional. Além dos novos integrantes, a Terceira Seção recebeu os ministros Felix Fischer e Gilson Dipp, que tinham deixado o colegiado para assumir, respectivamente, os cargos de presidente e vice-presidente do STJ. Segunda Seção renovada A Segunda Seção, especializada no julgamento processos de direito civil, também está com composição nova. Com a saída dos ministros Nancy Andrighi, para a Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e Sidnei Beneti, que aposentou no último mês de agosto, o colegiado recebeu os ministros Marco Aurélio Bellizze e Moura Ribeiro, provenientes da Quinta Turma. Os dois foram saudados pelo ministro Raul Araújo que afirmou que os novos ministros da Seção chegam para somar os melhores esforços em prol da valorização do Judiciário e do desafio de sempre se buscar o reconhecimento da coletividade, “legitimador dos méritos desta Corte como Tribunal da Cidadania”. Desembargadora Marilza Maynard deixa o STJ Convocada para suprir a ausência de ministros e reforçar os julgamentos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marilza Maynard, desembargadora do Tribunal de Justiça de Sergipe, se despede da Corte com a certeza do dever cumprido. A saída da desembargadora foi publicada na edição desta quarta-feira (10) do Diário Oficial da União (DOU). 4 Durante nove meses, Marilza Maynard atuou na Terceira Seção – especializada em direito penal – e contribuiu efetivamente para a celeridade da prestação jurisdicional. Proferiu mais de 13.800 decisões monocráticas, colegiadas, liminares e despachos. Marilza Maynard ingressou na magistratura em 1971, como juíza de direito da comarca de Neópolis, depois exerceu a judicatura em Simão Dias, Itabaiana, na 4ª Vara Criminal e 9ª Vara Cível de Aracaju. Em 1997, pelo critério de antiguidade, passou a integrar o Tribunal de Justiça. Dirigiu a Escola Superior da Magistratura no biênio 1999-2001 e foi corregedorageral da Justiça entre 2001 e 2003. Ex-presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe, durante o biênio 2005-2007, a magistrada implantou o Juizado Virtual, a Central da Conciliação, o Diário da Justiça Eletrônico e pôs em prática vários Mutirões de Conciliação. CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO Prorrogadas inscrições para o 5º Congresso Brasileiro de Gestão do MP Foram prorrogadas para o dia 30 de setembro as inscrições para o 5º Congresso Brasileiro de Gestão do MP, promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O tema deste ano é “Gestão por Resultados”. O evento será realizado no hotel Royal Tulip, em Brasília (DF), nos dias 21, 22 e 23 de outubro. Inscreva-se aqui. Cada unidade do Ministério Público poderá apresentar uma prática bem-sucedida adotada pela instituição, seja na área-meio ou na área-fim. Os temas escolhidos pelos MP's, bem como os nomes dos palestrantes e dados para contato, deverão ser encaminhados para o email [email protected] navegador não suporta javaScript! Seu navegador não suporta javaScript! até a data da prorrogação. Já o envio da apresentação deverá ser remetido até o dia 10 de outubro para o mesmo e-mail. Todos os expositores poderão, ainda, elaborar artigo referente à apresentação no evento para exposição no site do CNMP e para eventual composição da Revista do Congresso, de acordo com modelo contido na página do congresso. Os artigos deverão ser enviados até o dia 20 de outubro para o e-mail [email protected] navegador não suporta javaScript! Seu navegador não suporta javaScript!. Mais informações podem ser obtidas com a Coordenação Executiva do 5º Congresso de Gestão pelo telefone (61) 3366-9252 ou pela página do evento – www.cnmp.mp.br/congresso CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 5 Discursos de saudação ao novo presidente do CNJ e do STF ressaltam a harmonia entre os poderes O equilíbrio, o diálogo e a independência na busca de uma harmonia entre os Poderes foram a tônica dos discursos de saudação ao novo presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, na cerimônia de posse realizada no STF. Falando em nome dos colegas do Supremo, o ministro Marco Aurélio Mello ressaltou que o comportamento da mais alta Corte do Poder Judiciário deve inspirar juízes nos tribunais do país. "As autoridades e instituições judiciárias devem ter no tribunal um modelo primeiro de comprometimento com o acesso igualitário à tutela jurisdicional. Isso não significa estarem esses magistrados cerceados da prerrogativa de discordar e criticar. Ao Supremo cumpre a chefia do judiciário nacional, mas em regime democrático, no qual o diálogo construtivo entre todos os membros deve imperar, sob pena de dar-se exemplo negativo de intolerância e autoritarismo", afirmou o ministro. Já o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ressaltou a importância do disposto constitucional que estabelece que os três poderes da União - Executivo, Legislativo e Judiciário - são independentes e harmônicos entre si e que a presença dos representantes de cada Poder, na cerimônia de posse, dá a dimensão da importância dessa nova missão. "A independência com a qual o chefe de quaisquer dos poderes deve nortear sua atuação precípua não pode afastar a exigência de que nos pontos de interseção seja harmônica esta relação. Assim quer a Constituição. Nesse contexto de busca do equilíbrio entre os Poderes, uma vez mais destaco a importância do fortalecimento do diálogo. Dialogar não representa abrir mão de deveres institucionais tampouco dar autonomia inerente a cada Poder. O diálogo é o amálgama necessário à estabilidade institucional, de modo a permitir o avanço democrático", ressaltou Janot. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, disse que a advocacia se coloca à disposição para unir esforços com o propósito de garantir a proteção do cidadão, a busca da dignidade da pessoa humana, a prevalência dos princípios e regras constitucionais e o exercício legítimo do poder. A cerimônia de posse contou com a participação da presidente da República, Dilma Rousseff, e dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves. Audiência pública sobre barreiras de acesso à Justiça aos jovens negros será transmitida pelo YouTube Interessados em acompanhar os depoimentos que serão apresentados durante a audiência pública "Redução de Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em Situação de Violência" poderão assistir ao vivo as discussões pelo canal do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no YouTube. O evento será no dia 17 de setembro a partir das 14 horas, no auditório do CNMP (Setor de Administração Federal Sul, Quadra 2, Lote 3, Edifício Adail Belmonte), em Brasília/DF. Durante a audiência serão discutidos temas como controle externo da atividade policial, assistência jurídica para jovens negros em situação de violência, ações afirmativas no combate ao racismo institucional e garantias de direitos à juventude negra. As conclusões e os posicionamentos apresentados constarão da Ata da Audiência Pública. 6 Segundo dados do Ministério da Saúde, enquanto o número de brancos assassinados caiu 25,5% no período de 2002 a 2010, o número de assassinatos de jovens negros cresceu 29,8% no mesmo período. Em 2010, 76,6% dos jovens assassinatos eram negros. A audiência pública faz parte das ações previstas em um acordo assinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a redução das barreiras de acesso à Justiça para a juventude negra em situação de risco. O evento é promovido por: CNJ, CNMP, Ministério da Justiça, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Secretaria-Geral da Presidência da República, Secretaria Nacional da Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República, Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais e Conselho Federal da OAB. Todos fazem parte do acordo assinado. Contribuições para a audiência pública, como o envio de informações e documentos, poderão ser encaminhadas até o dia 18 de setembro pelo e-mail [email protected] . As contribuições enviadas serão anexadas à ata do evento. Mais informações podem ser solicitadas pelo mesmo e-mail ou pelo telefone (61) 3366-9501 7