CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS
Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento
Professor: Luis Lancelle
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ADEQUAÇÃO DOS
ELEMENTOS DE
ACABAMENTO
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Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se
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EMENTA
I Elementos de Acabamento
1.1 Objetivos, usos e aplicações
1.2 Tipologias: Madeira, cerâmica e afins, plástico, gessos, papel
parede, sancas, pinturas: tintas e vernizes, colas e
impermeabilizantes.
1.3 Industrialização. Tecnologias de fabricação.
1.4 Técnicas de execução. Preparo da base. Mao de obra.
II Patologias construtivas de revestimentos e acabamentos
2.1 Patologias oriundas de revestimentos e acabamentos interiores
e de fachadas. Causas típicas. Previsibilidade.
2.2 Identificação, diagnósticos, terapia, prevenção e recuperação de
lesões dos elementos construtivos nas edificações.
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I - Revestimentos e Acabamentos
1-Introdução
Revestimento e acabamento são os trabalhos vulgarmente
chamados de “limpos” em oposição aos “toscos”.
Os acabamentos constituem uma das fases mais importantes da
construção, não só porque é com os acabamentos que se
estabelece contato entre o usuário e a obra, mas também porque os
acabamentos são, afinal, um complemento dos elementos de
construção que lhes melhora a qualidade e características, que
disfarça pequenas imperfeições e confere aspectos agradável e
confortável.
1.1-Revestimentos são todos os procedimentos utilizados na
aplicação de materiais de proteção, de conforto, e de estética sobre
superfícies horizontais e verticais de uma edificação ou obra de
engenharia, tais como: alvenarias e estruturas. São executados
com materiais de revestimento e de acabamento.
Material de Revestimento
Todo material ou conjunto de materiais empregados nas superfícies
dos elementos construtivos das edificações, tanto nos ambientes
internos como nos externos, com finalidades de atribuir
características estéticas, de conforto, de isolação térmica e/ou
acústica, de vedação, de durabilidade etc.
Incluem-se como material de revestimento os pisos, os forros e as
proteções térmicas dos elementos estruturais.
Material de Acabamento
Todo material ou conjunto de materiais utilizados como arremates
entre elementos construtivos (rodapés, rodatetos, matajuntas, golas
etc.).
Nas edificações, consideraram-se quatro tipos de revestimentos:
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a) Piso ou pavimentos;
b) Paredes externas (fachadas), e internas (divisórias);
c) Teto ou forro;
d) Cobertura.
Mas estes tipos de revestimento englobam-se em duas variantes:
a) Argamassados;
b) Não argamassados.
2.1-Revestimentos argamassados
Os revestimentos argamassados são os procedimentos tradicionais
da aplicação de argamassas sobre as alvenarias e estruturas com o
objetivo de regularizar e uniformizar as superfícies, corrigindo as
irregularidades, prumos, alinhamentos dos painéis e quando se
trata de revestimentos externos, atuam como camada de proteção
contra a infiltração de águas de chuvas.
O procedimento tradicional e técnico é constituído da execução de
no mínimo de três camadas sobrepostas, contínuas e uniformes:
a) Chapisco;
b) Emboço;
c) Reboco.
2.1.1-Chapisco
Chapisco é argamassa básica de cimento e areia grossa, na
proporção de 1:3 ou 1:4, bastante fluida, que aplicada sobre as
superfícies, além de criar um substrato de aderência para a fixação
de outro elemento.
2.1.2-Emboço
O emboço é a argamassa de regularização que deve determinar a
uniformização da superfície corrigindo as irregularidades, prumos,
alinhamento dos painéis e cujo traço depende do que vier a ser
executado como acabamento.
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É o elemento que proporciona uma capa de impermeabilização das
alvenarias de tijolos ou blocos de concreto e cuja espessura não
deve ser maior que 1,5 cm.
2.1.3-Reboco
É a argamassa básica de cal e areia fina, onde a nata de cal (água
e cal hidratada) adicionada em excesso no traço, constitui uma
argamassa gorda, que tem a característica de pequena espessura
(na ordem de 2 mm) e de preparar a superfície, com aspecto
agradável, acetinado, com pouca porosidade, para a aplicação de
pintura.
A aplicação é feita sobre a superfície do emboço, após 7 dias, com
desempenadeira de mão, comprimindo-se a massa contra a parede,
arrastando de baixo para cima, dando o acabamento (alisamento)
com movimentos circulares tão logo estejam no ponto, trocando-se
de desempenadeira (aço, espuma, feltro) dependendo do
acabamento desejado.
2.2-Revestimento argamassados em paredes.
Os revestimentos de paredes tem por finalidade regularizar a
superfície, proteger contra intempéries, aumentar a resistência e
proporcionar estética e acabamento. Os revestimentos de paredes
são classificados de acordo com o material utilizado; o acabamento
mais simples de uma parede pode consistir na passagem de uma
tábua pequena de cortiça ou também de uma almofada de
serapilheira com varias dobras, sobre reboco recém sarrafado
fazendo movimentos rotativos e molhando-a constantemente.
Esta operação deve ser feita ainda com a massa do reboca húmida
permitindo arrancar os grãos de área mais salientes deslocando-as
para zonas baixas.
Geralmente as zonas a revestir tem alturas superiores a1.80m;
assim deve executar-se o trabalho de cima para baixo em fiadas de
1.80m (ou menos), tendo o cuidado de eliminar o efeito das
costuras.
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2.3-Revestimento argamassados em tetos.
2.3.1-Teto com placas pré-fabricadas.
Um dos materiais mais utilizados na formação dos tetos e o estafe,
um material com sisal e gesso, apresentando-se em placas lisas
numa face e estriado em outra, com dimensões de 1.00 x 0.50 m.
Para os tetos revestidos em argamassas e cujo acabamento é feito
com placas, há que ter cuidados especiais no que diz respeito a
montagem da armação. Assim antes de proceder ao assentamento
de das peças de estrutura deve ter-se em atenção a forma e
dimensão das placas que se pretendem empregar.
2.3.2-Teto de concreto armado.
Processos construtivos normalmente seguidos para o acabamento
sob uma laje de concreto armado que consiste em criar uma
superfície rugosa, aplicando a laje imediatamente após a
desmoldagem, uma calda de ciumento a qual se adiciona um pouco
de areia.
O revestimento final e geralmente feito a estuque.
2.3.3-Teto ripado
O seu processo construtivo consiste em pregar convenientemente
as vigas e tarugos em madeira, pequenas peças de secções
trapezoidal, denominada de ripas, as quais tem como função
manter a argamassa suspensa.
Depois da pregar as ripas o teto será revestido a argamassa de cal
e areia, acabamento geral e sempre a estuque.
2.4-Revestimento argamassados em pavimentos.
O revestimento e constituído por um reboco de cimento de 1 á 1.5
cm de espessura que se aplica sobre o pavimento.
O reboco e aplicado em duas camadas: a primeira, mais espessa,
faz-se com argamassa de areia de média e, a última, que serve de
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guarnecimento, com argamassa de fina que se alisa com a
desempenadeira.
Devemos tomar precauções quanto a ação do calor, deixando
juntas, convenientemente espaçadas, e fazendo a cura
corretamente.
2.5-Normas Gerais
argamassados
para
Execução
de
Revestimentos
a) As superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas
antes de qualquer revestimento ser aplicado. Molhando a
parede, executa-se a limpeza, permitindo as melhores
condições de fixação do revestimento, com a remoção do limo,
fuligem, poeira, óleo etc., que podem acarretar o
desprendimento futuro da argamassa;
b) Antes de ser iniciado qualquer serviço de revestimento,
deverão ser instalados os tubos embutidos dos sistemas
eléctricos, de comunicação, gás e hidro-sanitários, devendo ser
testadas as canalizações (sob pressão fluida ou com
lançamento dos guias), permitindo que se façam reparos, se
necessários;
c) As superfícies estruturais em concreto, tijolos laminados ou
prensados, serão previamente chapiscadas, logo após o
término da elevação das alvenarias.
d) Emboço só será aplicado após completa pega da
argamassa de assentamento das alvenarias e do Chapisco, e
as superfícies deverão ser molhadas convenientemente antes
do processo.
2.6-Outros tipos de revestimentos argamassados
Considerando o reboco como acabamento final do revestimento,
citamos alguns rebocos ou revestimentos argamassados que não
recebem o tratamento do recobrimento com pintura, quais sejam:
a) Reboco Hidrófugo - a adição de hidrofugantes na
composição do reboco impede a percolação de humidade
oriunda de precipitação pluvial normal.
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O mesmo não acontece, todavia, com a difusão do vapor de
água (condensação por choque térmico);
b) Reboco Impermeável - reboco resistente à pressão de água,
geralmente executada com argamassa de cimento com adição
de aditivo impermeabilizante, execução semelhante a barra
lisa;
c) Barra Lisa de Cimento (cimento queimado) - trata-se do
revestimento executado com argamassa de cimento, na
proporção de 1:3 ou 1:4, tendo o cuidado do uso de areia fina
peneirada.
d) Estuque Lúcido (barra lustra ou barra lúcida) - é um
revestimento contínuo, impermeável, utilizado em banheiros,
cozinhas e áreas em contato com água, que substitui o azulejo
e tem aparência de mármore. Por ser um revestimento
contínuo, não aceita reparos ou emendas.
3-Revestimentos não argamassados
São revestimentos de paredes, constituídos por outros elementos
naturais ou artificiais, assentados sobre emboço de regularização,
com argamassa colante ou estruturas especiais de fixação.
Estes produtos têm procedimentos de assentamento ou fixação
específicos, segundo as características de seus elementos. Entre
os mais utilizados estão:
a) Revestimento cerâmico.
b) Revestimento de pastilhas de porcelana.
c) Revestimento de pedras naturais.
d) Revestimento de mármores e granitos polidos.
e) Revestimento de madeira.
f) Revestimento de plástico.
g) Revestimento de alumínio.
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3.1-Revestimento não argamassados em paredes.
3.1.1-Revestimento de pastilhas de porcelana
É um produto cerâmico de grés (argila pura de alta vitrificação),
produzido com alta tecnologia, cuja característica principal é ter teor
de absorção praticamente 0%.
A sua aplicação requer mão-de-obra especializada, cujo
assentamento poderá ser executado por dois métodos:
convencional (sobre emboço rústico sarrafado) ou com argamassa
colante (sobre emboço sarrafado ou desempenado).
No processo convencional, a base para aplicação é de emboço
sarrafado, com acabamento rústico de argamassa rica em cimento
portland comum, isenta de impermeabilizantes, devidamente curado
(para evitar tensões de retração da argamassa sobre o
revestimento).
3.1.2-Revestimentos Cerâmicos
São produtos industrializados com grande controlo do processo de
fabricação, que exigem atenção desde a composição da massa,
que utiliza argilas, talcos, feldspatos (grés) e areias (quartzo), até a
classificação final do material, caracterizado por elementos
cerâmicos, de grande variedade de cores, em diversos padrões,
lisos e decorados, de alta vitrificação, resistência a compressão e
abrasão.
A espessura média é de 5,4 mm. A face posterior não é vidrada e
apresenta saliências para aumentar a capacidade de aderência da
argamassa de assentamento. Considerado como um sistema,
tecnicamente, o revestimento cerâmico é constituído por um
conjunto de elementos distintos funcionando como uma estrutura
organizada.
Finalidade e vantagens do revestimento cerâmico:
a) Proteção à alvenaria;
b) Facilidade de limpeza (é higiénico);
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c) Beleza (possui inúmeras opções decorativas);
d) Durável (quando de boa qualidade);
e) Anti-inflamável;
3.1.3-Revestimento com tijoleiras cerâmicas
Para o revestimento de fachadas, lareiras, churrasqueiras e
ambientes internos pode-se usar tijoleiras que imitam a face lateral
de um tijolo de 2 furos.
Produzidas com mais controle de qualidade apresentam certa
uniformidade no tom, proporcionando óptimo acabamento se
executada dentro da técnica.
No assentamento utiliza-se argamassa mista de cimento, cal e areia
na proporção de 1: ½: 4 sobre parede chapiscadas e 1:1/4:4 sobre
parede emboçada.
Existem vários outros tipos de cerâmicas tipo tijolinhos e que
exigem igual cuidado na aplicação, devendo-se garantir a proteção
de sua superfície contra incrustações da argamassa de
reajustamento.
3.1.4-Revestimento de pedra natural
Utilizando rochas naturais, como: arenito, granito, folhelho, ganisse,
pedra mineira, e outras, as unidades são cortadas ou serradas,
constituindo peças irregulares ou regulares, que são assentadas
com argamassa mista de cimento, sobre superfícies chapiscadas,
procedendo-se antecipadamente o chapisco da contra-face na
aderência das peças, também.
3.1.5-Revestimento de mármores e granitos polidos
Primeiramente, deve-se avaliar o material a ser empregado, quanto
a sua adequação estética e funcional, posteriormente, quanto a
qualidade, relativa a existência de manchas, impurezas, diferença
de tonalidade e bicheiras.
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A espessura das peças para aplicação como revestimento de
parede é de 2 cm, e a aplicação deve observar o cuidado no
levantamento das medidas da área de revestimento, que gerará o
retalhamento de painéis e/ou placas mais uniformes possíveis,
respeitando as disposições das manchas e veios das placas obtidas
dos desdobramentos dos blocos das rochas. Este procedimento
resultará em um projeto de montagem, onde as placas receberão
uma numeração sequencial para facilitar o assentamento.
Para o assentamento das placas com argamassa mista de cimento,
é necessário considerar a superfície se de tijolos ou de concreto,
que deverão estar chapiscadas.
3.1.6-Revestimento de madeira
O uso mais comum de revestimento em madeira para paredes é o
lambril, peças em madeira maciça com bordos em macho e fêmea,
dimensão de 10 cm de largura e ½" de espessura, cuja fixação é
feita sobre um tarugamento executado com caibros (trapezoidais),
fixos na parede em linhas paralelas com espaçamento de 50 cm,
ortogonalmente à posição de assentamento das peças.
3.1.7-Revestimento de chapas plásticas ou vinílicas
Produtos de alta tecnologia, são pouco usados, mais apresentam
grandes vantagens sobre outros materiais de revestimentos
impermeáveis. Destacam-se as chapas de PVC coloridas e as
chapas de Laminado Decorativo de Alta Pressão, compostas de
camadas de material fibroso, celulósico (papel, por exemplo),
impregnada com resinas termo estáveis, anímicas montadas e
prensadas sob condições de calor e alta pressão, em que as
camadas de superfície, em ambos os lados, são decorativas
(exemplo: chapas fornicas).
Os substratos recomendados para a fixação são: madeira
aglomerada, compensada, maciça, superfícies metálicas e
alvenarias revestidas com argamassa queimada ou preparada
como massa corrida, para suportar a colagem do laminado.
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3.1.8-Revestimento de alumínio
Apresentado em chapas de alumínio, sua aplicação é restrita a
indicação em projetos sofisticados, que deverão ser orientados
pelos fornecedores quanto aos detalhes de fixação.
3.2-Revestimento não argamassados de pavimentos.
Revestimento de pavimento é definida como sendo uma superfície
qualquer, contínua ou descontínua com finalidade de permitir o
trânsito pesado ou leve. São diversos os materiais utilizados como
pavimento na construção civil, sendo que as qualidades gerais da
pavimentação são:
a) Resistência ao desgaste do trânsito;
b) Atrito necessário ao trânsito;
c) Fácil conservação;
d) Função decorativa;
e) Económica.
3.2.1-Classificação dos pavimentos quanto ao tipo de material:
a) Em concreto: simples, armado ou em peças pré-moldadas
entre travadas (tipo paver) ou articuladas;
b) Em cerâmica: piso cerâmico não vidrado e piso cerâmico
vidrado de resistência variável (decorados e antiderrapantes);
c) Em madeira: soalho (tábua), taco e parque
d) Em pedra: Naturais - arenitos, granitos, mármores, mosaico
português, etc.
e) Artificiais - granítica, ladrilho hidráulico e concreto
f) Vinílicos - Ladrilho vinílico semi-flexível (fabricados como
resinas de PVC, plastificantes e pigmentos corantes);
3.2.2-Revestimento não Argamassados em pavimento com
concreto pré-moldados
Além de pavimentos de concreto moldados em painéis de variados
tamanhos e tipos de juntas, é cada vez mais frequente a execução
de pavimentos diferentes das tradicionais pedras portuguesas.
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Atualmente, existem muitos fornecedores de pavimentos para os
mais diversos usos, tais como: pátios, calçadas, passeios, quadra
desportivos. A base de tais revestimentos depende do material
utilizado e podem variar desde arenito até um contra piso de
concreto (armado).
3.2.3-Revestimento não argamassados em pavimento com
tacos.
O revestimento a tacos pode ser feito sobre pavimentos de concreto
ou outro tipo de superfície.
Os tacos são peças de madeira que tem geralmente 5 a 7 cm de
largura por 20 a 30 cm de comprimento, aplainado na face superior
e nas juntas.
Na face superior e aplicada uma camada de produto betuminoso
colocado a quente e salpicada com areia para melhor aderência.
Atualmente os tacos são geralmente colados com cola a base de
resina sintética.
3.2.4-Revestimento não argamassados em pavimento de
tábuas (assoalho)
São pavimentos feitos com madeira frisada (com encaixe tipo
macho e fêmea) com larguras e comprimentos variáveis fixados
sobre vigamento ou contra piso.
Geralmente os de largura de 5 a 8 cm são pregados com a
pregação ficando oculta na mecha (encaixe). Para larguras maiores
pode-se usar cola ou pregação aparente ou ainda, parafusos. Veja
na figura 1 e 2 esquemas de fixação de soalhos de madeira.
3.2.5-Considerações gerais quanto aos cuidados na execução
de pavimentações
a) Para a execução de uma pavimentação, devemos
considerar os procedimentos de preparo da base que pode
ocorrer sobre o solo ou em lajes de concreto armado;
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b) Na pavimentação em que a base é o solo, deve-se ter o
cuidado com a compactação do aterro, execução de lastro para
drenagem e impermeabilização do contra-piso.
c) Deve-se ter o cuidado de planejar as declividades das
superfícies externas, na execução dos contra-pisos ou lastro de
regularização, de acordo com a orientação de captação de
água, do projeto hidráulico;
d) Nas áreas de garagens, não deixar de executar declividades
mínimas para o escoamento natural de água.
e) Se possível, a cota do piso interno de uma edificação deve
estar sempre elevado em relação ao piso externo;
f) Antes da execução do contra piso, deve ser executado o
assentamento das redes de esgotos sob o piso;
3.3-Revestimento não argamassados em tetos
Os revestimentos de tetos podem ser:
a) Concreto aparente (laje aparente) - é o teto sem nenhum
revestimento especial, a não ser em alguns casos, uma pintura
(verniz) diretamente sobre a face inferior da laje de concreto;
b) Argamassados - são a aplicação de camadas de
revestimento argamassados da mesma forma com que se
revestem as paredes (chapisco, emboço, reboco etc.) sobre a
face inferior de laje maciça, pré moldada ou mista;
c) Madeira - executados como forro falso em chapas, réguas
ou colmeias, fixados por meio de vigamentos.
d) Metal - principalmente alumínio e aço, apresentando as mais
variadas configurações e acabamentos.
3.3.1-Revestimento em tetos de madeira.
São muitos os sistemas de se construir tetos com madeira.
Os mais simples constituem na fixação de várias tábuas a par das
outras numa estrutura de suporte, formando assim uma esteira
geral e uniforme.
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Nos tetos revestidos por madeira podem considerar-se diversas
soluções, como as esteiras simples e as sobrepostas e também os
caixotões.
Nas esteiras simples os tetos são formados por tábuas encaixadas
umas nas outras pelo sistema de macho e fêmea e sem qualquer
ressalto.
Nas esteiras sobrepostas o assentamento do forro faz-se em planos
diferentes, em que as camisas apenas são aparelhadas e pregadas
diretamente sobre o vigamento, deixando entre elas o espaço vazio,
depois pregam-se as tábuas que fazem de mata-juntas.
Nos caixotões as peças estruturais do teto ficam aparentes e por
um plano contornado por essas mesmas peças, o valor desses
tetos e tanto maior quanto mais perfeito se apresentarem os tarugos
e as vigas que definem os caixotões.
3.3.2-Revestimento em
sucedâneas da madeira.
tetos
de
placas
pre-fabricadas
Os tetos executados com materiais sucedâneas da madeira são
muito utilizados devido a necessidades atuais de isolamento termo
acústico, devido também a leveza e facilidade de montagem.
Os matérias mais utilizados são as placas de aglomerados de
cortiça, os contraplacados, as fibras prensadas, fibrocimento etc.
4-Tintas e vernizes
As tintas e os vernizes estão entre os materiais de construção de
utilização praticamente generalizada em todas as obras de
construção civil. São aplicados, em regra, como agentes de
proteção dos materiais ou com fins decorativos e, muitas vezes,
para ambos os objetivos simultaneamente.
4.1-Composição de tintas e vernizes.
Uma tinta é um produto líquido que, quando aplicado em camadas
mais ou menos finas sobre um substrato sólido deixa uma película
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aderente, opaca, corada, mate ou brilhante e com outras
características de acordo com o objetivo com que se aplica.
Uma tinta e constituída de um modo geral por uma suspensão de
um componente sólido, finalmente pulverizado (pigmentos) num
líquido (veiculo).
Um verniz e, genericamente, uma composição não pigmentada,
líquida que, aplicada sobre uma superfície sólida adequada, deixa
uma película sólida aderente, transparente, incolor ou corada mate
ou brilhante.
4.1.1-Pigmentos
Os pigmentos são partículas minerais ou orgânicas de tamanho
reduzido e praticamente insolúveis nos veículos em que são
dispersos, o que confere às tintas cor, opacidade e outras
propriedades.
4.1.2-Veículo
Veículo é um líquido que serve para dispersar os pigmentos de uma
tinta ou vernizes, e pode ser fixo ou volátil.
4.1.3-Aditivos
Os aditivos são produtos químicos que se utilizam para impedir o
aparecimento de defeitos, quer na tinta liquida, quer na película
durante ou depois da secagem.
4.1.4-Primários, isoladores ou tapa-poros
O primário constitui a primeira demão a ser aplicada sobre a
superfície a pintar ou a envernizar e, normalmente, é tinta
pigmentada com pigmentos anticorrosivos e auxiliares, com a
função de conferir proteção anticorrosiva a superfície e proporcionar
uma boa aderência das demãos subsequentes.
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4.1.5-Betumes
São tintas altamente pigmentadas, em geral de consistência mais
ou menos pastosa, aplicadas normalmente à espátulas. Os
betumes são habitualmente aplicados sobre o primário.
4.1.6-Subcapas
As subcapas são tintas que se utilizam entre o primário e o esmalte
para dar maior espessura e melhor acabamento a superfície.
4.1.7-Tintas de acabamento e esmalte
Como o próprio nome indica, constituem a última camada do
sistema, sendo, portanto, a parte visível e em contato com o meio
exterior.
Normalmente são conhecidas pelo nome do veículo que as
constitui. Existem, assim, tintas de água, a óleo, plásticas, de
esmalte, e ainda tintas especiais.
4.1.7.1-Tintas de água
São tintas fabricadas com aglutinantes naturais como, por exemplo,
a cola ou cal diluído em água. São sensíveis a humidade e não são
laváveis.
4.1.7.2-Tintas a óleo
São tintas fabricadas com diferentes pigmentos em suspensão em
óleo de linhaça. O inconveniente destas tintas reside na oxidação
em contato com o ar e na fraca resistência as temperaturas
elevadas.
4.1.7.3-Tintas plásticas
São tintas em que o veiculo é normalmente constituído pelo acetato
de polivinilo (conhecida matéria plástica) e em que os pigmentos
estão emulsionados em água.
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As tintas plásticas apresentam acabamento fosco ou com ligeiro
brilho, e preparam-se para interiores e exteriores. Pertencem
também a esta classe as tintas anti-fungo.
4.1.8-Aplicação de tintas e vernizes
Um problema de pintora pode ter, de um modo geral, mais do que
uma solução. Para escolher a melhor solução, deverão considerarse diversos fatores, entre os quais a natureza da superfície a pintar,
as condições em que é feita a pintura ou envernizamento e as
condições a que ira ficar sujeita.
5-Colas, adesivos, selantes e impermeabilizantes
6-Conclusões.
Ao longo deste trabalho procuramos indicar os aspectos e os
pontos mais importantes no que diz respeito ao revestimento e
acabamento, e ao mesmo tempo de acessível leitura e
compreensão.
Ao chegar ao fim do trabalho estimamos que os objetivos foram
alcançados, pois ficamos com uma noção ainda mais vasta sobre
os revestimentos e acabamentos, apesar de termos a consciência
de que isto foi apenas uma pequena parte do que realmente existe
sobre revestimento e acabamento.
Terminando assim podemos dizer que foi um tema muito importante
visto que e um aspecto que tem muito peso na construção civil,
podendo diferenciar um bom de um mau trabalho.
Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se
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II – Patologias construtivas de Revestimentos
1-Introdução
Os revestimentos têm como objetivo não apenas a estética de
acabamento da edificação, pois sua função de proteção
impermeável, acústica, térmica e de proteção das estruturas contra
a agressividade do meio são fatores importantes e imprescindíveis
para a durabilidade da edificação.
Pretendemos relatar neste trabalho algumas patologias construtivas
na execução deste revestimento, com a utilização de diversos
materiais, como granito, cerâmica, argamassas, vernizes, pinturas,
selantes, bem como das recomendações construtivas pertinentes.
Os revestimentos da fachada devem apresentar as propriedades
para os fins a que se destinam, que é a proteção e vedação da
edificação contra a ação de agentes externos agressivos, quanto ao
efeito estético e de valorização patrimonial, compatíveis com a
nobreza e custo elevado do material.
Os revestimentos das fachadas em muitas ocasiões não são
devidamente planejados, quer pela elaboração de um projeto
específico, com o detalhamento das interferências, propriedades
dos materiais, normalizações pertinentes, juntas de dilatação,
tolerâncias e controles, metodologia de execução, conciliação com
outros elementos integrantes da fachada, bem como da execução
deficiente e sem atender e respeitar as características reológicas
dos materiais componentes da edificação e dos elementos
constituintes da fachada. Aliado a isto, observa-se falhas devido ao
controle deficiente, na seleção e recebimento de materiais, na
preparação da argamassa de assentamento, na execução dos
serviços de assentamento e acabamento final.
Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se
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Como resultado final, obteve-se um revestimento de baixa
qualidade e de desempenho insatisfatório, que leva a crer não ter
condições de atender à elevada durabilidade e impermeabilidade,
que é inerente a este tipo de revestimento.
A durabilidade do material de revestimento das fachadas é
assegurada pelas características próprias deste material,
historicamente comprovadas por diversas aplicações de
conhecimento da humanidade. No entanto, a sua durabilidade como
elemento principal de uma fachada está intimamente ligada a
qualidade do material, sua forma de aplicação, em um conjunto de
procedimentos executivos e dos componentes que vão compor o
sistema. A compatibilidade de todos os elementos do sistema é
fator preponderante desta durabilidade.
Conforme a FLAIN, Eleana P., com mestrado em Tecnologia de
Produção de Revestimentos de Fachadas de Edifícios com Placas
Pétreas, referenciando trabalhos do Dr. Lucas e Dra. Selmo, o
revestimento deve ser considerado inseparável de seu suporte,
sendo que as funções do conjunto suporte-revestimento poderão
ser exercidas com maior intensidade por uma ou outra parte. Há
funções que podem ser exclusivas do suporte, como por exemplo: a
estabilidade, a resistência mecânica, segurança contra o risco de
intrusões humanas ou animais, e a de conforto higrotérmico.
No entanto, as funções de proteção do substrato, de regularidade
superficial, de higiene, de conforto tátil e de conforto visual que
contribuem para a estética do acabamento final do edifício, são
funções exclusivas do revestimento. São função do conjunto
suporte-revestimento a estanqueidade à água e aos gases, o
isolamento termo-acústico , a segurança ao fogo, a resistência aos
choques e atrito e a durabilidade.
As falhas de execução de uma fachada no seu conjunto podem
estar comprometidas e as consequências patológicas observadas
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tendem a aumentar, interferindo diretamente na durabilidade,
impermeabilidade, nos riscos de quedas acidentais de placas e nos
custos de manutenção.
2-Patologias
Apresentamos a seguir as patologias mais comuns encontradas nas
construções do Brasil
2.1-Descolamento de Revestimentos de Granito e Cerâmica
O assentamento das peças de granito e de cerâmica (de elevado
peso e baixa rugosidade superficial no dorso - interface de
aderência), submete ao material de assentamento (argamassa de
cimento e areia, argamassas colantes) altas exigências de
desempenho, pois submete o elemento de aderência a altos
esforços cortantes e cargas de arrancamento.
Por outro lado, as argamassas de cimento utilizadas no
assentamento do revestimento tem sua resistência intimamente
ligada ao teor de aglomerante, que por ser necessariamente rico
para as condições impostas pelo peso do revestimento, provoca
tensões de retração elevadas, cujo alívio é restringido pela
aderência ao substrato e às placas de revestimento.
Pela baixa deformabilidade das argamassas ricas, as tensões
tendem a provocar sua fissuração e/ou seu desprendimento do
substrato ou da placa de granito.
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Tensões nas argamassas ricas e fracas - Manual de argamassas e
Revestimentos – FIORITO, Antonio J. S. I.
Para o alívio destas tensões, somadas a outras tensões impostas
ao revestimento, à argamassa de assentamento, ao substrato de
alvenaria ou concreto, à estrutura de concreto armado, às interfaces
entre materiais de propriedades distintas, como variações térmicas,
variação de umidade, deformações lentas, variação de cargas e
esforços, deformações pela ação do vento e todas as leis da física
aplicáveis ao caso, aliadas às características reológicas dos
materiais, obrigatoriamente exige a criação de juntas de alívio de
tensões, que em muitas ocasiões são esquecidas.
As restrições impostas pela ausência de juntas, geram esforços de
magnitude extremamente elevadas, impossíveis de serem
absorvidas pelos materiais integrantes da fachada, que são rígidos,
levando a acarretar diversas patologias, principalmente ao
descolamento das placas de revestimento, cuja aderência à
argamassa do substrato não é elevada. Caso a aderência das
placas fosse suficientemente elevada, maior do que a resistência do
revestimento de granito ou cerâmica, estes últimos é que seriam
rompidos, tal a magnitude dos esforços envolvidos.
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As camadas do revestimento de granito ou cerâmica, argamassa de
assentamento e substrato, foram previstas para estarem
intimamente ligadas entre si.
Estando ligadas entre se, a deformação de qualquer uma delas
devido a causas endógenas ou esforços externos, resultará em
esforços atuando em cada camada.
Estas tensões causam deformações, como as abaixo relacionadas:
a) Retração da argamassa que liga os elementos das alvenarias.
b) Retração excessiva da argamassa de assentamento do
revestimento, de traço rico, elevado fator água/cimento e em
alguns casos excessivamente espessa.
c) Deformação lenta do concreto da estrutura. Deformação dos
pilares e vigas sobre os revestimentos verticais. Recalque de
fundações.
d) Deformações originárias de variação de umidade do ar
atuando nas argamassas já endurecidas.
e) Deformações originárias por infiltração de água pelas
fachadas.
f) Dilatação higroscópica dos revestimentos de granito e
cerâmica.
g) Dilatação térmica por variação da temperatura. Dilatação
térmica por insolação
A combinação destes efeitos, com maior ou menor magnitude
certamente acarreta a formação de tensões permanentes e
variáveis no revestimento e na sua ligação ao suporte, acabando
por romper estas ligações, pela fadiga ou magnitude das tensões.
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Revestimento solicitado à compressão
As causas citadas são complementadas forçosamente por falhas de
mão de obra, pelo nível de controle tecnológico e pela fiscalização.
A inexistência de juntas de alívio de tensões no revestimento, com o
assentamento das peças com junta seca (peças encostadas uma às
outras), ou rejuntadas com argamassa rígida, obviamente
acarretam no desprendimento das placas de revestimento da
fachada.
A formação de tensões inicia quando do assentamento com a
argamassa.
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Ao utilizarmos uma argamassa para o assentamento de um
revestimento, temos com o endurecimento da argamassa uma
diminuição do volume, pela evaporação da água, como devido às
reações de hidratação.
A retração por secagem de uma argamassa é da ordem de 0,00060
mm/mm, praticamente igual nos mais diversos traços.
No entanto os módulos de elasticidade variam em função do traço
adotado, de acordo com estudos do FIORITO, Antonio J.S.I.,
publicado no Manual de Argamassas e Revestimentos, como
vemos a seguir:
Composição da
Módulo de
Retração aos 28
argamassa
elasticidade Ea
dias (o/oo)
Rica (ex: 1:3)
140.000 kgf/cm²
0,607
Média (ex: 1:5)
50.000 kgf/cm²
0,649
Fracas
(ex: 10.500 kgf/cm²
0,642
1:3:12)
Tensões de compressão no revestimento por retração da argamassa.
Manual de argamassas e Revestimentos – FIORITO, Antonio J. S.
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a) As argamassas muito ricas, de elevado módulo de
elasticidade, deformam-se menos e as tensões de tração
permanecem elevadas e são da ordem de 9 a 12 vezes mais
elevadas que aquelas de traço mais fraco e portanto mais
elásticas
b) Nas argamassas ricas, há forte influência na retração e
consequentemente mais sujeitas à tensões de tração, que
causarão trincas e possíveis descolamentos de sua camada
suporte ou no revestimento, na medida que a espessura da
argamassa cresce.
Na medida que a argamassa de assentamento seca, retrai-se, irão
aparecendo tensões crescentes nelas e nas camadas subjacentes.
Tais tensões, de tração na argamassa, farão com que ela sofra
deformações de sentido contrário ao da retração durante a
secagem, bem maiores do que quando endurecida, uma vez que o
módulo de elasticidade é inferior ao valor final.
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Retração excessiva da argamassa de assentamento do revestimento. Manual
de argamassas e Revestimentos – FIORITO, Antonio J. S. I.
As citadas juntas para o alívio de tensões dos materiais de
revestimentos de paredes externas já são objeto de Normas
Técnicas, como podemos demonstrar:
a) NBR 8.214 - Assentamento de azulejos, editada em outubro
de 1983,
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b) NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e fachadas
com placas de cerâmicas e com utilização de argamassa
colante - Procedimento, editada em dezembro de 1996,
c) NBR 13.707 - Projeto de revestimento de paredes e estruturas
com placas de rocha - Procedimento, editada em julho de
1996
d) NBR 13.708/96 - Execução e inspeção de revestimento de
paredes e estruturas com placas de rocha - Procedimento,
editada em julho de 1996
Embora algumas destas normas poderiam não estar em vigor na
época da execução do revestimento das fachadas, entendemos que
não podem ser objeto de exclusão de responsabilidades, pois a
necessidade de criação de juntas de expansão e contração dos
materiais é por demais conhecido na engenharia.
Posicionamento das juntas de movimentação de revestimentos em fachadas
Manual de argamassas e Revestimentos – FIORITO, Antonio J. S. I.
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A necessidade da criação das juntas, espaço regular entre duas
peças de materiais idênticos ou distintos, é subdividida pelas
normas segundo seus objetivos, como sendo:
a) Juntas de assentamento: espaço regular entre duas peças
de revestimentos adjacentes.
b) Juntas de movimentação: espaço regular cuja função é
subdividir o revestimento, para aliviar as tensões provocadas
pela movimentação da base ou do próprio revestimento.
c) Juntas de dessolidarização: espaço regular cuja função é
separar o revestimento para aliviar as tensões provocadas
pela movimentação da base ou do próprio revestimento.
d) Junta estrutural: espaço regular cuja função é aliviar tensões
provocadas pela movimentação da estrutura de concreto.
Para a utilização de revestimentos cerâmicos, conforme trabalho
sobre Descolamentos em revestimentos Cerâmicos - Análises e
Recomendações, apresentado pelo Eng. Roberto Bauer no 1°
Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas, Goiânia - 16
e17/08/95, a Sociedade Francesa de Cerâmica recomenda a
execução em revestimentos externos, de juntas de movimentação,
no máximo a cada 6 metros e 32 m².
As especificações Americanas para Cerâmica indicam para
revestimentos externos juntas de 12 mm a cada 5 metros, no
máximo, as quais devem ser executadas até a argamassa de
emboço.
Ainda conforme R. Bauer, trabalhos australianos sugerem a
execução de juntas de movimentação com abertura superior a 12
mm, a cada 6 metros, de forma a absorver todas as expansões e
deformações diferenciais.
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As juntas deverão ser executadas de modo que o efeito diferencial
dos movimentos da estrutura e alvenaria, no revestimento, seja
minimizado.
a) A NBR 8214 - Assentamento de azulejos, recomenda para
assentamento de azulejos a criação de juntas de
movimentação, longitudinais e/ou transversais, em paredes
externas com área igual ou maior que 24 m², ou sempre que a
extensão for maior que 6 metros, devendo-se a mesma
aprofundar-se até a superfície da parede, devendo as juntas
serem preenchidas com material deformável, sendo em
seguida vedada com selante flexível.
b) A NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e
fachadas com placas cerâmicas, recomenda:
 a execução de juntas horizontais de movimentação e de
dessolidarização espaçadas no máximo a cada 3 metros ou
a cada pé-direito, na região do encunhamento da alvenaria,
bem como a execução de juntas verticais de movimentação
espaçadas a cada 6 metros.
 a execução de juntas de dessolidarização nos cantos
verticais, nas mudanças de direção do plano de
revestimento, no encontro da área revestida com pisos e
forros, colunas e vigas, ou com outros tipos de
revestimentos, bem como onde houver mudança de
materiais que compõe a estrutura suporte de concreto para
alvenaria.
 que a largura destas juntas deve ser dimensionadas em
função das movimentações previstas para a parede e para o
revestimento, e em função da deformabilidade admissível do
selante,
respeitado
o
coeficiente
de
forma
(largura/profundidade da junta), que deve ser especificado
pelo fabricante do selante.
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 que as juntas de assentamento das placas do revestimento
devem manter espaçamento ou juntas entre elas para
preencher as seguintes funções:
 compensar a variação de bitola, facilitando o
alinhamento;
 atender a estética, harmonizando o tamanho das
placas e as dimensões do pano a revestir com a
largura das juntas;
 oferecer o relativo poder de acomodação às
movimentações da base e da placa cerâmica;
 facilitar o perfeito preenchimento, garantindo a
completa vedação da junta;
 facilitar a troca de placas cerâmicas.
Nota: A dimensão mínima das juntas de assentamento pode ser de
5 mm, desde que esta largura e a elasticidade do material de
rejuntamento atendam, pelo menos, as deformações devidas a
variação térmica a que está submetido o revestimento, mais aquela
devida à expansão por umidade das placas cerâmicas.
NBR 13755/96 - Acabamento das juntas de movimentação ou dessolidarização
com material de enchimento e selante
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c) A NBR 13.707 - Projeto de revestimento de paredes e
estruturas com placas de rocha recomenda:
 4.2.4- Para os revestimentos de exteriores, no cálculo das
deformações relativas entre o suporte e o revestimento,
devidas à dilatação térmica diferencial, deve-se considerar
uma diferença de temperatura de 50 °C.
 5.2.3- Nos revestimentos de exteriores, com altura entre 3 m
e 15 m em relação ao piso adjacente, é indicado o uso de
grampos fixados em telas, preferencialmente eletrosoldadas,
ancoradas convenientemente no suporte. Acima de 15 m de
altura, recomenda-se fixação por dispositivos metálicos, de
acordo com 5.1.
 5.2.4- Nos revestimentos de interiores, as placas podem
encostar-se uma às outras (junta seca). Nos revestimentos
de exteriores, devem ser previstas juntas entre as placas
e/ou juntas de dilatação verticais e horizontais.
 5.2.6- O espaço entre a face posterior da placa e o suporte a
ser preenchido com argamassa deve ser de 1 cm a 3 cm. O
preenchimento deve ser feito com argamassa de cimento e
areia no traço 1:3, em volume. A consistência da argamassa
deve ser compatível com o processo de lançamento, de
modo que todo o espaço entre o suporte e a placa seja
preenchido. Deve-se utilizar a mínima quantidade de água, a
fim de assegurar máxima resistência de aderência e mínima
retração.
 5.3.2- As juntas entre placas devem ser suficientes para
absorverem as movimentações tanto do suporte como do
revestimento. Cabe ao projetista verificar, em cada caso, a
necessidade de juntas de dilatação no revestimento.
 Devem ser previstas juntas de dilatação nos encontros das
placas com quaisquer elementos distintos que se projetem
no plano do revestimento ou para além deste.
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A criação destas juntas estão relacionadas principalmente quanto
acontecem às causas a seguir:
a) Variações térmicas
Os componentes da construção civil estão sujeitas a
variações térmicas diárias e sazonais, que provocam sua
variação dimensional.
Estes movimentos de dilatação e contração são restringidos
pelos diversos vínculos que envolvem os materiais, gerando
tensões que podem provocar descolamentos, trincas ou
fissuras.
As movimentações térmicas de um material estão
relacionadas com as suas propriedades físicas e com a
intensidade das variações da temperatura.
A magnitude das tensões envolvidas é relacionada aos
seguintes fatores :
 intensidade de movimentação
 grau de restrição imposto pelos vínculos
 capacidade de deformação do material.
Considerando que a restrição imposta ao revestimento pela
ausência de juntas é elevada e estão relacionadas a
intensidade de da variação térmica da deformação térmica
das peças de revestimento, a deformação térmica das placas
de revestimento podem ser calculadas, a partir de ensaios de
deformação térmica do material.
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Considerando-se o coeficiente de dilatação térmica do granito
Verde Ubatuba é de aproximadamente 0,0088 mm/m/°C (t)
e adotando-se o diferencial de temperatura (t) de 50 °C (item
4.2.4 da NBR 13707), temos uma deformação térmica do
granito de 0,44 mm/m, supondo-se como no caso em
questão a existência de vãos com assentamento de granito
superiores a 30 metros (L), teríamos variação de dimensões
superiores a 13 mm.
l = t . t . L = 0,0088 . 50 . 30 = 13,2 mm
As trincas, fissuras ou o descolamento dos revestimentos de
origem térmica podem surgir também por movimentações
diferenciadas entre:
 distintos materiais
 componentes de um mesmo material
 distintas partes de um mesmo material.
Nas condições normais, a principal fonte de calor que atua
sobre os componentes de uma construção é o sol. A
amplitude e a variação térmica de um material, está
relacionado a:
 intensidade da radiação
direta
difusa
 propriedades do material
absorbância
emitância
condutância térmica superficial
calor específico
massa específica
coeficiente de condutibilidade térmica
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A temperatura da superfície do material exposto a fonte de
radiação solar pode ser estimada a partir da temperatura do ar
e da cor da superfície do granito, podendo-se analisar a
intensidade das movimentações em função
dos limites
extremos de temperatura a que está submetido o material e
em função do seu coeficiente de dilatação térmica linear, que
pode ser calculado a partir dos ensaios.
As tensões desenvolvidas no material poderão ser estimadas
com base no módulo de deformação e nas condições de
vínculos que restringem sua movimentação, podendo,
analogamente, verificar o efeito de sua deformação sobre os
componentes vizinhos.
Por ora, podemos estimar o valor da temperatura junto a
superfície das peças de granito, que são variáveis segundo a
cor.
 coeficiente de absorção da superfície de revestimento
escuro, estimado em  = 0,9
 coeficiente de absorção da superfície de revestimento
claro, estimado em
 = 0,4
Adotando-se como valores aproximados da radiação solar
médio no Brasil em torno de Ig= 686 W/m², temperatura
ambiente máxima de 30°C, temos:
Tsol - ar = Tar ext. +  . Ig. Rse
Rse = 0,05 m²°C/W (índice para superfícies verticais)
Revestimento escuro
Tsol ar = 30°C + 0,9 . 686 W/m² . 0,05 m²°C/W = 60,87 °C
Revestimento claro
Tsol ar = 30°C + 0,4 . 686 W/m² . 0,05 m²°C/W = 43,72 °C
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Verifica-se que as tensões geradas no revestimento escuro
são sensivelmente superiores ao revestimento claro, fato
possível de ser constatado, quando se sente o ardor do calor
ao colocar a mão espalmada por não mais de 3 segundos
sobre o revestimento escuro de uma fachada, submetido a
insolação das 16:00 horas, onde a sensação térmica do
substrato muito quente é perfeitamente identificado.
As lesões verificadas em obras sob efeito das movimentações
diferenciadas assumem diversas situações e intensidade,
como exemplo:
 descolamento de revestimentos de seu substrato.
 destacamento das argamassas de seu substrato.
 destacamentos entre alvenarias e estruturas.
 fissuras ou trincas inclinadas em paredes com vinculo em
pilares e vigas expostos ou não à insolação.
 fissuras ou trincas regularmente espaçadas em alvenarias
ou concreto com grandes vãos sem juntas.
 fissuras ou trincas horizontais em alvenarias apoiadas em
lajes submetidas a forte insolação.
As movimentações térmicas diferenciadas entre os
componentes de um sistema, como por exemplo entre as
pedras de granito e a argamassa de assentamento também
estão relacionadas a diferença de temperatura entre a face
exposta à insolação e a face à sombra.
Além existem tensões em decorrência de choques térmicos
devido a mudanças bruscas de temperatura, cujos efeitos de
retração diferenciada entre a argamassa de assentamento e o
revestimento estão relacionadas ao coeficiente de
condutibilidade térmica, resistência a tração, módulo de
deformação e coeficiente de dilatação dos materiais.
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Tensões no revestimento devido à variações térmicas. Manual de argamassas
e Revestimentos – FIORITO Antonio J. S. I.
b) Teor de umidade dos materiais
O rejuntamento das peças de revestimento em muitas
ocasiões não apresentam estanqueidade necessária para
evitar a infiltração de água, devido a sua baixa
impermeabilidade, falhas de execução, bem como da
expulsão do material do rejunte ocasionado pela expansão
térmica das placas de revestimento, das pequenas ou quase
nulas juntas entre placas ou pela rigidez do material de
rejuntamento.
Além da ocorrência de eflorescências que serão
posteriormente avaliadas, a alteração da umidade no
substrato de argamassa de assentamento, que é porosa,
acarretam variações dimensionais.
Este efeito é conhecido como dilatação higroscópica. O
aumento da umidade da argamassa de assentamento provoca
expansão; inversamente, a diminuição da umidade provoca a
contração do material.
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Havendo vínculos que restringem a movimentação, aliado a
intensidade da movimentação e do módulo de deformação do
material, são desenvolvidas tensões que podem provocar o
descolamento do revestimento de granito ou a ocorrência de
fissuras, de forma semelhante às provocadas pela variação
térmica.
As variações do teor de umidade provocam movimentações
de dois tipos:
 Irreversíveis: Ocorrem geralmente logo após a confecção
do material e são originadas devido a perda ou
ganho de umidade até que o material atinja a
umidade higroscópica de equilíbrio.
 Reversíveis: Ocorrem por variação de umidade do material
ao longo do tempo, limitadas a um certo
período em que o material estar os limites seco
ou saturado.
A maior ou menor porosidade do revestimento de granito e do
material de rejuntamento, bem como das trincas e falhas de
rejuntamento estão relacionadas à quantidade de água de
infiltração.
Assim sendo, todas as metodologias de revestimentos de
acabamento de fachadas de edifícios, quer seja os mais
simples revestimentos de argamassa, dos executados com
cerâmicas, como também dos revestimentos de placas de
rocha devem ter como preocupação a execução de
procedimentos que venham a aliviar as tensões passíveis de
ocorrer, como as citadas neste trabalho.
Assim sendo é de suma importância a adoção de juntas de
dilatação para o alívio das tensões do revestimento das
fachadas.
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RECOMENDAÇÕES NA ESCOLHA DOS PRODUTOS
Selantes
 A utilização de selantes à base de poliuretano
alifático são largamente utilizados mundialmente
para promover a estanqueidade das juntas de
revestimento de fachadas, com vantagens sobre os
silicones, pois apresentam maior aderência, não
mancham os revestimentos e apresentam maior
resistência ao intemperísmo, notadamente à ação
dos raios ultravioletas do sol.
 A utilização de selantes à base de poliuretano
alifático são largamente utilizados mundialmente
para promover a estanqueidade das juntas de
revestimento de fachadas, com vantagens sobre os
silicones, pois apresentam maior aderência, não
mancham os revestimentos e apresentam maior
resistência ao intemperísmo, notadamente à ação
dos raios ultravioletas do sol.
Adesivos
para
argamassas
 A utilização de adesivos para argamassas à base
de polímeros de SBR ou acrílicos são excelentes
para serem incorporados às argamassas de
cimento e areia ou argamassas colantes,
proporcionando menor módulo de elasticidade,
maior aderência e plasticidade às argamassas,
como também menor permeabilidade.
 Adesivos à base de PVA não devem serem
utilizados em argamassas que ficarão expostas à
umidade, submetida a cura úmida ou submersa em
água, pois a mesma sofre degradação
reemulsificação e saponificação. O PVA (acetato
de polivinila reage com o hidróxido de cálcio
presente no cimento, dissociando-se em ácido
acético e álcool polivinílico. A saponificação dos
aditivos a base de PVA ao longo do tempo não
estão relatados neste trabalho, embora haja muitas
evidências em outros trabalhos já publicados em
congressos internacionais.
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 Os aditivos com polímeros acrílicos e de SBR
comportam-se satisfatoriamente nos ensaios, tanto
em cura úmida como em meio ambiente,
concluindo-se que são adequados para aditivação
de argamassas. Os aditivos de base acrílica
proporcionam maior aderência, quando comparado
com os de SBR.
 Deve-se verificar o teor de sólidos dos materiais de
mercado, pois alguns produtos de mercado
apresentam apenas 6% de resina, enganando o
consumidor. Recomenda-se a utilização de
adesivos com teor de sólidos entre 15 % a 20 %
Fibras
 A utilização de fibras de poliéster ou poliamida nas
argamassas de revestimento proporcionam melhor
coesão, menor fissuração por retração plástica,
maior ductibilidade após fissuração, bem como na
redução da permeabilidade das argamassas de
fachada.
Rejuntes
 A utilização de argamassas de rejuntamento
aditivadas com polímeros acrílicos garantem maior
impermeabilidade, aderência e plasticidade aos
rejuntes, evitando a ocorrência de patologias
descritas acima.
2.2-Manchas e Eflorescencias
Um dos problemas observados nas fachadas é o aparecimento de
manchas e eflorescências. Estas manchas e eflorescências podem
estar relacionadas aos seguintes problemas:
 infiltração de água através das falhas ou da porosidade do
rejuntamento
 lavagem da fachada com solução de ácido muriático
 excesso de água de amassamento da argamassa
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 presença de impurezas nas areias, tais como óxidos e hidróxidos
de ferro
A eflorescência é a formação de depósitos salinos na superfície
dos revestimentos, alvenarias, concreto, argamassas, etc., como
resultado da sua exposição a água de infiltrações ou intempéries.
É considerado um dano, por alterar a aparência do elemento onde
se deposita.
Há casos em que seus sais constituintes podem ser agressivos e
causar degradação profunda. A modificação no aspecto visual pode
ser intensa, onde há um contraste de cor entre os sais e o substrato
sobre as quais se deposita, por exemplo, a formação branca do
carbonato de cálcio sobre granito escuro.
Quimicamente a eflorescência é constituída principalmente de sais
de metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalino-ferrosos (cálcio e
magnésio, solúveis ou parcialmente solúveis em água).
Pela ação da água de chuva ou do solo estes sais são dissolvidos e
migram para a superfície e a evaporação da água resulta na
formação de depósitos salinos.
Na tabela abaixo, são indicados os sais mais comuns em
eflorescências, sua solubilidade em água, bem como a fonte
provável para seu aparecimento.
Fatores que contribuem para a formação de eflorescências:
Devem agir em conjunto:
 teor de sais solúveis
 pressão hidrostática para proporcionar a migração para a
superfície
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 presença de água
Fatores externos que contribuem:




quantidade de água
tempo de contato
elevação da temperatura
porosidade dos componentes
Composição
química
Carbonato de
cálcio
Carbonato de
magnésio
Carbonato de
potássio
Carbonato de
sódio
Hidróxido de
cálcio
Sulfato de
cálcio
desidratado
Sulfato de
magnésio
Sulfato de
cálcio
Solubilidade
Fonte provável
em água
carbonatação do hidróxido
de cálcio do cimento
pouco
cal não carbonatada
solúvel
carbonatação do hidróxido
de cálcio do cimento
pouco
cal não carbonatada
solúvel
carbonatação de hidróxidos
muito solúvel alcalinos de cimentos de
elevado teor de álcalis.
carbonatação de hidróxidos
muito solúvel alcalinos de cimentos de
elevado teor de álcalis.
solúvel
cal liberada na hidratação do
cimento
parcialmentehidratação do sulfato de
cálcio do tijolo
solúvel
tijolo
água de amassamento
solúvel
tijolo
parcialmenteágua de amassamento
solúvel
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Sulfato de
potássio
Sulfato de
sódio
Cloreto de
cálcio
Cloreto de
magnésio
Nitrato de
magnésio
Nitrato de sódio
Nitrato de
amônio
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tijolo
muito solúvelágua de amassamento
cimento
tijolo
muito solúvelágua de amassamento
cimento
muito solúvelágua de amassamento
muito solúvelágua de amassamento
muito solúvelsolo adubado ou
contaminado
muito solúvelsolo adubado ou
contaminado
muito solúvelsolo adubado ou
contaminado
É frequente a ocorrência de eflorescências em revestimentos de
pedras ou cerâmicas porosas ou no rejuntamento de revestimentos
pouco ou não porosos de pisos e paredes em contato com água de
chuva, molhagem ou umidade.
Este fato ocorre devido ao elevado teor de hidróxidos, notadamente
de cálcio, encontrados no tipo de cimento utilizado na argamassa
da execução da proteção mecânica da impermeabilização e no
assentamento dos próprios revestimentos.
A água, ao permear pelos revestimentos e/ou seus rejuntes e
trincas, dissolve os hidróxidos do cimento, tornando-se alcalina. Ao
encontrar condições de aflorar por percolação ou evaporação,
ocorre a formação das eflorescências.
O cimento recomendado para o assentamento de revestimentos em
áreas molhadas é o CP-IV, cuja atividade pozolânica consome o
hidróxido de cálcio na fase de hidratação.
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Em algumas regiões do Brasil existe dificuldade em se encontrar o
CP IV; neste caso a alternativa é utilizar o CP III, que possui baixo
teor de hidróxido de cálcio.
2.3-Argamassas de Revestimentos
O revestimento de fachada constituído de argamassa com
acabamento em pintura apresentam trincas, que além de
comprometer a estética, acarretam infiltrações e danos na pintura
do interior da edificação.
A ocorrência destas trincas pode estar relacionada a:








não hidratação completa da cal
preparo inadequado da argamassa
argamassas ricas em cimento
falta de aderência da argamassa à base
elevada espessura do revestimento
ausência de juntas de trabalho
problemas de encunhamento de alvenarias
ausência de juntas de trabalho
Poderão ser observadas ao longo prazo na edificação diversas
patologias prejudiciais ao aspecto estético, como por exemplo:
 Eflorescências: São manchas esbranquiçadas que surgem na
pintura provocada pela lixiviação dos sais solúveis das
argamassas e alvenarias.
Os principais sais solúveis presentes na alvenaria e argamassa
de revestimentos, como os carbonatos (cálcio, magnésio,
potássio, sódio), hidróxidos de cálcio, sulfatos (cálcio, magnésio,
potássio, sódio), cloretos (cálcio, magnésio) e nitratos (potássio,
sódio, amônio).
 Desagregamento: Caracteriza-se pela destruição da pintura que
se esfarela, destacando-se da superfície, podendo destacar com
parte do reboco. Normalmente é causado pela reação química
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dos sais lixiviados pela ação da água que atacam as tintas ou os
adesivos de revestimentos.
 Saponificação: Manifesta-se pelo aparecimento de manchas na
superfície pintada, frequentemente provocando o descascamento
ou degradação das pinturas, notadamente nas tintas do tipo PVA,
de menor resistência. A saponificação também ocorre devido a
alta alcalinidade do substrato, que pode ter se manifestado pela
eflorescência dos sais altamente alcalinos.
 Bolhas: Manifesta-se com maior ocorrência nas pinturas
impermeáveis, devido a dificuldade de evaporação da água de
infiltração, ou da formação de vapores devido à variação térmica.
 Bolor: A absorção ou presença de umidade nas tintas,
notadamente dos tipos PVA, em função das resinas e aditivos da
formulação (espessantes, plastificantes, etc.), proporcionam
condições adequadas para o surgimento e crescimento de
colônias de fungos e bactérias, notadamente em ambientes
pouco ventilados e iluminados.
 Descascamento: É provocado pela reação dos sais das
eflorescências lixiviados até a interface das pinturas, prejudicando
sua aderência.
Também diretamente relacionada ao traço utilizado, as argamassas
ricas em aglomerantes e com espessuras superiores a 2 cm
apresentam retração elevada, gerando tensões de cizalhamento,
entre a interface da argamassa e a alvenaria ou concreto de
substrato.
A contaminação da argamassa com materiais argilosos acarreta
uma maior expansão, característica intrínseca dos materiais
argilosos. Argilas expansivas, como as do tipo montinorilonita,
apresentam forte expansão por umidade.
A perda de aderência também está relacionada a perda da água de
hidratação das partículas do cimento, quer pela fuga através da
sucção de água pela alvenaria e concreto de suporte não
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previamente hidratados, pela ação do vento, como pelo efeito
térmico provocado pelas placas de granito escuro, imediatamente
colocadas sobre a argamassa de assentamento.
A argamassa com elevado fator água/cimento sofre elevada
retração, devido ao excedente de água, ocorrendo retração
relacionada com a perda de volume por evaporação do excedente
de água, além da perda de resistência devido ao excesso da água
de amassamento. Nas condições de utilização de argamassa é
recomendado a utilização de aditivos plastificantes redutores de
água, para minimizar este efeito de retração.
A retração das argamassas (perda de volume) acarreta tensões nas
interfaces onde a mesma está aderida, podendo por si só
apresentar descolamento nestas interfaces ou planos de aderência.
A NBR 7200, de fevereiro de 1982 - Revestimento de paredes e
tetos com argamassas - Material, preparo, aplicação e manutenção
- recomenda que a espessura máxima admitida para argamassas
de emboço devem ser entre 20 a 25 mm de espessura. No
programa de execução é recomendado um especial cuidado a ser
dispensado aos detalhes da construção, aos materiais que devem
ser usados, aos meios especiais utilizados para garantir a
aderência, tais como a aplicação de telas ou outros dispositivos a
serem fixados à base, quando esta não merecer confiança quanto a
aderência e à proteção da superfície onde haja incidência de
infiltração.
2.4-Aplicação
de
materiais
impermeabilizantes
ou
hidrorrepelentes sobre granito, pedras ou cerâmicas porosas.
A aplicação de materiais impermeabilizantes ou hidrorrepelentes
nos revestimentos porosos são uma alternativa adequada para
garantir maior impermeabilidade às fachadas.
A incidência da chuva, desviada em sua trajetória vertical pelo efeito
do vento, não ocorre de modo uniforme em toda a superfície,
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já que o fluxo de vento é variável, tais como direção predominante
do vento, efeito de afunilamento e variação de sua direção pelos
contornos da fachada e das edificações adjacentes. Características
aerodinâmicas do projeto e inclinações também são fatores que
contribuem para um heterogeneidade da incidência da umidade,
agentes agressivos da atmosfera e dos seus efeitos sobre o
revestimento.
Assim sendo, nos locais de maior incidência da ação combinada do
vento, chuva, elementos agressivos e poluição, maior será os riscos
de consequências, como umidade, eflorescências, encardimento,
etc...
O escoamento da água na superfície da fachada tem influência no
surgimento de manchas, provocadas pela umidade, eflorescências,
partículas em suspensão etc.
Podemos subdividir os materiais protetores em duas categorias:
HIDROFUGANTES
 não requerem substrato liso e
contínuo para sua aplicação
 não alteram a aparência do
substrato, salvo um leve
escurecimento em algumas
ocasiões
 não impedem a passagem de
vapor d’água, facilitando o
equilíbrio de umidade interna e
do ambiente
VERNIZES
 requerem substrato liso e
contínuo para a aplicação
 alteram a aparência do substrato
 impedem a passagem de vapor
d’água, podendo formar bolhas
ou manchas, quando ocorre a
percolação d’água pelo lado
interno ou pela falha do filme de
verniz em algum ponto
 não impede a penetração de
 impede a penetração de água
água sob pressão
sob pressão
 não impedem a penetração de
 impede a penetração de gases
gases agressivos, embora possa
agressivos como CO2, Sulfatos,
diminuir sua percolação
etc.
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 não impedem a lixiviação embora  impede a lixiviação
possa reduzi-la
 elevada resistência a
 boa resistência a
fotodecomposição por ação dos
fotodecomposição por ação dos
raios ultravioletas
raios ultravioletas, quando
formulados adequadamente
 reduzem a penetração dos sais  Impedem a penetração dos sais
solúveis
solúveis
RECOMENDAÇÕES NA ESCOLHA DOS PRODUTOS
Hidrorrepelentes  Materiais
hidrorrepelentes
à
base
de
metilsiliconatos ou outros silicones equivalentes
utilizados em alguns tipos de hidrorrepelentes,
apresentam propriedades aglutinantes parecidas
com os materiais gordurosos, possibilitando a
fixação de pó e fuligem, como também o
aparecimento de manchas.
 Recomenda-se a utilização de hidrorrepelentes à
base de silano / siloxano
Vernizes acrílicos  Vernizes a base de resinas acrílicas estirenadas
não resistem aos raios ultravioleta; portanto não
devem ser utilizadas em áreas expostas ao sol,
pois sofrem amarelamento e craqueamento.
 Utilizar sempre vernizes a base de resina acrílica
pura.
 Resinas de base aquosa podem tem pouca
aderência
ao
revestimento.
Utilizar
preferencialmente resinas à base solvente, com
diluição suficiente para baixar sua viscosidade e
permitir sua melhor fixação.
Vernizes de
poliuretano
 Os vernizes de poliuretano aromático possuem
baixa resistência aos raios ultravioleta, não
devendo portanto serem aplicados em áreas
expostas ao sol.
Vernizes anti
pichação
 Excelentes por permitirem remoção das
pichações, devem ser formulados com resinas à
base de poliuretano alifático.
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 Alguns vernizes anti pichação são atacados pelos
removedores, necessitando serem novamente
aplicados, podendo inclusive causar manchas os
revestimentos porosos do substrato.
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Tecnologia da Construção Civil II- Departamento de Engenharia de
Construção Civil - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
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