CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 1 de 52 ADEQUAÇÃO DOS ELEMENTOS DE ACABAMENTO Prof. Luis Lancelle Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 2 de 52 EMENTA I Elementos de Acabamento 1.1 Objetivos, usos e aplicações 1.2 Tipologias: Madeira, cerâmica e afins, plástico, gessos, papel parede, sancas, pinturas: tintas e vernizes, colas e impermeabilizantes. 1.3 Industrialização. Tecnologias de fabricação. 1.4 Técnicas de execução. Preparo da base. Mao de obra. II Patologias construtivas de revestimentos e acabamentos 2.1 Patologias oriundas de revestimentos e acabamentos interiores e de fachadas. Causas típicas. Previsibilidade. 2.2 Identificação, diagnósticos, terapia, prevenção e recuperação de lesões dos elementos construtivos nas edificações. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 3 de 52 I - Revestimentos e Acabamentos 1-Introdução Revestimento e acabamento são os trabalhos vulgarmente chamados de “limpos” em oposição aos “toscos”. Os acabamentos constituem uma das fases mais importantes da construção, não só porque é com os acabamentos que se estabelece contato entre o usuário e a obra, mas também porque os acabamentos são, afinal, um complemento dos elementos de construção que lhes melhora a qualidade e características, que disfarça pequenas imperfeições e confere aspectos agradável e confortável. 1.1-Revestimentos são todos os procedimentos utilizados na aplicação de materiais de proteção, de conforto, e de estética sobre superfícies horizontais e verticais de uma edificação ou obra de engenharia, tais como: alvenarias e estruturas. São executados com materiais de revestimento e de acabamento. Material de Revestimento Todo material ou conjunto de materiais empregados nas superfícies dos elementos construtivos das edificações, tanto nos ambientes internos como nos externos, com finalidades de atribuir características estéticas, de conforto, de isolação térmica e/ou acústica, de vedação, de durabilidade etc. Incluem-se como material de revestimento os pisos, os forros e as proteções térmicas dos elementos estruturais. Material de Acabamento Todo material ou conjunto de materiais utilizados como arremates entre elementos construtivos (rodapés, rodatetos, matajuntas, golas etc.). Nas edificações, consideraram-se quatro tipos de revestimentos: Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 4 de 52 a) Piso ou pavimentos; b) Paredes externas (fachadas), e internas (divisórias); c) Teto ou forro; d) Cobertura. Mas estes tipos de revestimento englobam-se em duas variantes: a) Argamassados; b) Não argamassados. 2.1-Revestimentos argamassados Os revestimentos argamassados são os procedimentos tradicionais da aplicação de argamassas sobre as alvenarias e estruturas com o objetivo de regularizar e uniformizar as superfícies, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamentos dos painéis e quando se trata de revestimentos externos, atuam como camada de proteção contra a infiltração de águas de chuvas. O procedimento tradicional e técnico é constituído da execução de no mínimo de três camadas sobrepostas, contínuas e uniformes: a) Chapisco; b) Emboço; c) Reboco. 2.1.1-Chapisco Chapisco é argamassa básica de cimento e areia grossa, na proporção de 1:3 ou 1:4, bastante fluida, que aplicada sobre as superfícies, além de criar um substrato de aderência para a fixação de outro elemento. 2.1.2-Emboço O emboço é a argamassa de regularização que deve determinar a uniformização da superfície corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamento dos painéis e cujo traço depende do que vier a ser executado como acabamento. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 5 de 52 É o elemento que proporciona uma capa de impermeabilização das alvenarias de tijolos ou blocos de concreto e cuja espessura não deve ser maior que 1,5 cm. 2.1.3-Reboco É a argamassa básica de cal e areia fina, onde a nata de cal (água e cal hidratada) adicionada em excesso no traço, constitui uma argamassa gorda, que tem a característica de pequena espessura (na ordem de 2 mm) e de preparar a superfície, com aspecto agradável, acetinado, com pouca porosidade, para a aplicação de pintura. A aplicação é feita sobre a superfície do emboço, após 7 dias, com desempenadeira de mão, comprimindo-se a massa contra a parede, arrastando de baixo para cima, dando o acabamento (alisamento) com movimentos circulares tão logo estejam no ponto, trocando-se de desempenadeira (aço, espuma, feltro) dependendo do acabamento desejado. 2.2-Revestimento argamassados em paredes. Os revestimentos de paredes tem por finalidade regularizar a superfície, proteger contra intempéries, aumentar a resistência e proporcionar estética e acabamento. Os revestimentos de paredes são classificados de acordo com o material utilizado; o acabamento mais simples de uma parede pode consistir na passagem de uma tábua pequena de cortiça ou também de uma almofada de serapilheira com varias dobras, sobre reboco recém sarrafado fazendo movimentos rotativos e molhando-a constantemente. Esta operação deve ser feita ainda com a massa do reboca húmida permitindo arrancar os grãos de área mais salientes deslocando-as para zonas baixas. Geralmente as zonas a revestir tem alturas superiores a1.80m; assim deve executar-se o trabalho de cima para baixo em fiadas de 1.80m (ou menos), tendo o cuidado de eliminar o efeito das costuras. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 6 de 52 2.3-Revestimento argamassados em tetos. 2.3.1-Teto com placas pré-fabricadas. Um dos materiais mais utilizados na formação dos tetos e o estafe, um material com sisal e gesso, apresentando-se em placas lisas numa face e estriado em outra, com dimensões de 1.00 x 0.50 m. Para os tetos revestidos em argamassas e cujo acabamento é feito com placas, há que ter cuidados especiais no que diz respeito a montagem da armação. Assim antes de proceder ao assentamento de das peças de estrutura deve ter-se em atenção a forma e dimensão das placas que se pretendem empregar. 2.3.2-Teto de concreto armado. Processos construtivos normalmente seguidos para o acabamento sob uma laje de concreto armado que consiste em criar uma superfície rugosa, aplicando a laje imediatamente após a desmoldagem, uma calda de ciumento a qual se adiciona um pouco de areia. O revestimento final e geralmente feito a estuque. 2.3.3-Teto ripado O seu processo construtivo consiste em pregar convenientemente as vigas e tarugos em madeira, pequenas peças de secções trapezoidal, denominada de ripas, as quais tem como função manter a argamassa suspensa. Depois da pregar as ripas o teto será revestido a argamassa de cal e areia, acabamento geral e sempre a estuque. 2.4-Revestimento argamassados em pavimentos. O revestimento e constituído por um reboco de cimento de 1 á 1.5 cm de espessura que se aplica sobre o pavimento. O reboco e aplicado em duas camadas: a primeira, mais espessa, faz-se com argamassa de areia de média e, a última, que serve de Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 7 de 52 guarnecimento, com argamassa de fina que se alisa com a desempenadeira. Devemos tomar precauções quanto a ação do calor, deixando juntas, convenientemente espaçadas, e fazendo a cura corretamente. 2.5-Normas Gerais argamassados para Execução de Revestimentos a) As superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas antes de qualquer revestimento ser aplicado. Molhando a parede, executa-se a limpeza, permitindo as melhores condições de fixação do revestimento, com a remoção do limo, fuligem, poeira, óleo etc., que podem acarretar o desprendimento futuro da argamassa; b) Antes de ser iniciado qualquer serviço de revestimento, deverão ser instalados os tubos embutidos dos sistemas eléctricos, de comunicação, gás e hidro-sanitários, devendo ser testadas as canalizações (sob pressão fluida ou com lançamento dos guias), permitindo que se façam reparos, se necessários; c) As superfícies estruturais em concreto, tijolos laminados ou prensados, serão previamente chapiscadas, logo após o término da elevação das alvenarias. d) Emboço só será aplicado após completa pega da argamassa de assentamento das alvenarias e do Chapisco, e as superfícies deverão ser molhadas convenientemente antes do processo. 2.6-Outros tipos de revestimentos argamassados Considerando o reboco como acabamento final do revestimento, citamos alguns rebocos ou revestimentos argamassados que não recebem o tratamento do recobrimento com pintura, quais sejam: a) Reboco Hidrófugo - a adição de hidrofugantes na composição do reboco impede a percolação de humidade oriunda de precipitação pluvial normal. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 8 de 52 O mesmo não acontece, todavia, com a difusão do vapor de água (condensação por choque térmico); b) Reboco Impermeável - reboco resistente à pressão de água, geralmente executada com argamassa de cimento com adição de aditivo impermeabilizante, execução semelhante a barra lisa; c) Barra Lisa de Cimento (cimento queimado) - trata-se do revestimento executado com argamassa de cimento, na proporção de 1:3 ou 1:4, tendo o cuidado do uso de areia fina peneirada. d) Estuque Lúcido (barra lustra ou barra lúcida) - é um revestimento contínuo, impermeável, utilizado em banheiros, cozinhas e áreas em contato com água, que substitui o azulejo e tem aparência de mármore. Por ser um revestimento contínuo, não aceita reparos ou emendas. 3-Revestimentos não argamassados São revestimentos de paredes, constituídos por outros elementos naturais ou artificiais, assentados sobre emboço de regularização, com argamassa colante ou estruturas especiais de fixação. Estes produtos têm procedimentos de assentamento ou fixação específicos, segundo as características de seus elementos. Entre os mais utilizados estão: a) Revestimento cerâmico. b) Revestimento de pastilhas de porcelana. c) Revestimento de pedras naturais. d) Revestimento de mármores e granitos polidos. e) Revestimento de madeira. f) Revestimento de plástico. g) Revestimento de alumínio. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 9 de 52 3.1-Revestimento não argamassados em paredes. 3.1.1-Revestimento de pastilhas de porcelana É um produto cerâmico de grés (argila pura de alta vitrificação), produzido com alta tecnologia, cuja característica principal é ter teor de absorção praticamente 0%. A sua aplicação requer mão-de-obra especializada, cujo assentamento poderá ser executado por dois métodos: convencional (sobre emboço rústico sarrafado) ou com argamassa colante (sobre emboço sarrafado ou desempenado). No processo convencional, a base para aplicação é de emboço sarrafado, com acabamento rústico de argamassa rica em cimento portland comum, isenta de impermeabilizantes, devidamente curado (para evitar tensões de retração da argamassa sobre o revestimento). 3.1.2-Revestimentos Cerâmicos São produtos industrializados com grande controlo do processo de fabricação, que exigem atenção desde a composição da massa, que utiliza argilas, talcos, feldspatos (grés) e areias (quartzo), até a classificação final do material, caracterizado por elementos cerâmicos, de grande variedade de cores, em diversos padrões, lisos e decorados, de alta vitrificação, resistência a compressão e abrasão. A espessura média é de 5,4 mm. A face posterior não é vidrada e apresenta saliências para aumentar a capacidade de aderência da argamassa de assentamento. Considerado como um sistema, tecnicamente, o revestimento cerâmico é constituído por um conjunto de elementos distintos funcionando como uma estrutura organizada. Finalidade e vantagens do revestimento cerâmico: a) Proteção à alvenaria; b) Facilidade de limpeza (é higiénico); Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 10 de 52 c) Beleza (possui inúmeras opções decorativas); d) Durável (quando de boa qualidade); e) Anti-inflamável; 3.1.3-Revestimento com tijoleiras cerâmicas Para o revestimento de fachadas, lareiras, churrasqueiras e ambientes internos pode-se usar tijoleiras que imitam a face lateral de um tijolo de 2 furos. Produzidas com mais controle de qualidade apresentam certa uniformidade no tom, proporcionando óptimo acabamento se executada dentro da técnica. No assentamento utiliza-se argamassa mista de cimento, cal e areia na proporção de 1: ½: 4 sobre parede chapiscadas e 1:1/4:4 sobre parede emboçada. Existem vários outros tipos de cerâmicas tipo tijolinhos e que exigem igual cuidado na aplicação, devendo-se garantir a proteção de sua superfície contra incrustações da argamassa de reajustamento. 3.1.4-Revestimento de pedra natural Utilizando rochas naturais, como: arenito, granito, folhelho, ganisse, pedra mineira, e outras, as unidades são cortadas ou serradas, constituindo peças irregulares ou regulares, que são assentadas com argamassa mista de cimento, sobre superfícies chapiscadas, procedendo-se antecipadamente o chapisco da contra-face na aderência das peças, também. 3.1.5-Revestimento de mármores e granitos polidos Primeiramente, deve-se avaliar o material a ser empregado, quanto a sua adequação estética e funcional, posteriormente, quanto a qualidade, relativa a existência de manchas, impurezas, diferença de tonalidade e bicheiras. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 11 de 52 A espessura das peças para aplicação como revestimento de parede é de 2 cm, e a aplicação deve observar o cuidado no levantamento das medidas da área de revestimento, que gerará o retalhamento de painéis e/ou placas mais uniformes possíveis, respeitando as disposições das manchas e veios das placas obtidas dos desdobramentos dos blocos das rochas. Este procedimento resultará em um projeto de montagem, onde as placas receberão uma numeração sequencial para facilitar o assentamento. Para o assentamento das placas com argamassa mista de cimento, é necessário considerar a superfície se de tijolos ou de concreto, que deverão estar chapiscadas. 3.1.6-Revestimento de madeira O uso mais comum de revestimento em madeira para paredes é o lambril, peças em madeira maciça com bordos em macho e fêmea, dimensão de 10 cm de largura e ½" de espessura, cuja fixação é feita sobre um tarugamento executado com caibros (trapezoidais), fixos na parede em linhas paralelas com espaçamento de 50 cm, ortogonalmente à posição de assentamento das peças. 3.1.7-Revestimento de chapas plásticas ou vinílicas Produtos de alta tecnologia, são pouco usados, mais apresentam grandes vantagens sobre outros materiais de revestimentos impermeáveis. Destacam-se as chapas de PVC coloridas e as chapas de Laminado Decorativo de Alta Pressão, compostas de camadas de material fibroso, celulósico (papel, por exemplo), impregnada com resinas termo estáveis, anímicas montadas e prensadas sob condições de calor e alta pressão, em que as camadas de superfície, em ambos os lados, são decorativas (exemplo: chapas fornicas). Os substratos recomendados para a fixação são: madeira aglomerada, compensada, maciça, superfícies metálicas e alvenarias revestidas com argamassa queimada ou preparada como massa corrida, para suportar a colagem do laminado. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 12 de 52 3.1.8-Revestimento de alumínio Apresentado em chapas de alumínio, sua aplicação é restrita a indicação em projetos sofisticados, que deverão ser orientados pelos fornecedores quanto aos detalhes de fixação. 3.2-Revestimento não argamassados de pavimentos. Revestimento de pavimento é definida como sendo uma superfície qualquer, contínua ou descontínua com finalidade de permitir o trânsito pesado ou leve. São diversos os materiais utilizados como pavimento na construção civil, sendo que as qualidades gerais da pavimentação são: a) Resistência ao desgaste do trânsito; b) Atrito necessário ao trânsito; c) Fácil conservação; d) Função decorativa; e) Económica. 3.2.1-Classificação dos pavimentos quanto ao tipo de material: a) Em concreto: simples, armado ou em peças pré-moldadas entre travadas (tipo paver) ou articuladas; b) Em cerâmica: piso cerâmico não vidrado e piso cerâmico vidrado de resistência variável (decorados e antiderrapantes); c) Em madeira: soalho (tábua), taco e parque d) Em pedra: Naturais - arenitos, granitos, mármores, mosaico português, etc. e) Artificiais - granítica, ladrilho hidráulico e concreto f) Vinílicos - Ladrilho vinílico semi-flexível (fabricados como resinas de PVC, plastificantes e pigmentos corantes); 3.2.2-Revestimento não Argamassados em pavimento com concreto pré-moldados Além de pavimentos de concreto moldados em painéis de variados tamanhos e tipos de juntas, é cada vez mais frequente a execução de pavimentos diferentes das tradicionais pedras portuguesas. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 13 de 52 Atualmente, existem muitos fornecedores de pavimentos para os mais diversos usos, tais como: pátios, calçadas, passeios, quadra desportivos. A base de tais revestimentos depende do material utilizado e podem variar desde arenito até um contra piso de concreto (armado). 3.2.3-Revestimento não argamassados em pavimento com tacos. O revestimento a tacos pode ser feito sobre pavimentos de concreto ou outro tipo de superfície. Os tacos são peças de madeira que tem geralmente 5 a 7 cm de largura por 20 a 30 cm de comprimento, aplainado na face superior e nas juntas. Na face superior e aplicada uma camada de produto betuminoso colocado a quente e salpicada com areia para melhor aderência. Atualmente os tacos são geralmente colados com cola a base de resina sintética. 3.2.4-Revestimento não argamassados em pavimento de tábuas (assoalho) São pavimentos feitos com madeira frisada (com encaixe tipo macho e fêmea) com larguras e comprimentos variáveis fixados sobre vigamento ou contra piso. Geralmente os de largura de 5 a 8 cm são pregados com a pregação ficando oculta na mecha (encaixe). Para larguras maiores pode-se usar cola ou pregação aparente ou ainda, parafusos. Veja na figura 1 e 2 esquemas de fixação de soalhos de madeira. 3.2.5-Considerações gerais quanto aos cuidados na execução de pavimentações a) Para a execução de uma pavimentação, devemos considerar os procedimentos de preparo da base que pode ocorrer sobre o solo ou em lajes de concreto armado; Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 14 de 52 b) Na pavimentação em que a base é o solo, deve-se ter o cuidado com a compactação do aterro, execução de lastro para drenagem e impermeabilização do contra-piso. c) Deve-se ter o cuidado de planejar as declividades das superfícies externas, na execução dos contra-pisos ou lastro de regularização, de acordo com a orientação de captação de água, do projeto hidráulico; d) Nas áreas de garagens, não deixar de executar declividades mínimas para o escoamento natural de água. e) Se possível, a cota do piso interno de uma edificação deve estar sempre elevado em relação ao piso externo; f) Antes da execução do contra piso, deve ser executado o assentamento das redes de esgotos sob o piso; 3.3-Revestimento não argamassados em tetos Os revestimentos de tetos podem ser: a) Concreto aparente (laje aparente) - é o teto sem nenhum revestimento especial, a não ser em alguns casos, uma pintura (verniz) diretamente sobre a face inferior da laje de concreto; b) Argamassados - são a aplicação de camadas de revestimento argamassados da mesma forma com que se revestem as paredes (chapisco, emboço, reboco etc.) sobre a face inferior de laje maciça, pré moldada ou mista; c) Madeira - executados como forro falso em chapas, réguas ou colmeias, fixados por meio de vigamentos. d) Metal - principalmente alumínio e aço, apresentando as mais variadas configurações e acabamentos. 3.3.1-Revestimento em tetos de madeira. São muitos os sistemas de se construir tetos com madeira. Os mais simples constituem na fixação de várias tábuas a par das outras numa estrutura de suporte, formando assim uma esteira geral e uniforme. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 15 de 52 Nos tetos revestidos por madeira podem considerar-se diversas soluções, como as esteiras simples e as sobrepostas e também os caixotões. Nas esteiras simples os tetos são formados por tábuas encaixadas umas nas outras pelo sistema de macho e fêmea e sem qualquer ressalto. Nas esteiras sobrepostas o assentamento do forro faz-se em planos diferentes, em que as camisas apenas são aparelhadas e pregadas diretamente sobre o vigamento, deixando entre elas o espaço vazio, depois pregam-se as tábuas que fazem de mata-juntas. Nos caixotões as peças estruturais do teto ficam aparentes e por um plano contornado por essas mesmas peças, o valor desses tetos e tanto maior quanto mais perfeito se apresentarem os tarugos e as vigas que definem os caixotões. 3.3.2-Revestimento em sucedâneas da madeira. tetos de placas pre-fabricadas Os tetos executados com materiais sucedâneas da madeira são muito utilizados devido a necessidades atuais de isolamento termo acústico, devido também a leveza e facilidade de montagem. Os matérias mais utilizados são as placas de aglomerados de cortiça, os contraplacados, as fibras prensadas, fibrocimento etc. 4-Tintas e vernizes As tintas e os vernizes estão entre os materiais de construção de utilização praticamente generalizada em todas as obras de construção civil. São aplicados, em regra, como agentes de proteção dos materiais ou com fins decorativos e, muitas vezes, para ambos os objetivos simultaneamente. 4.1-Composição de tintas e vernizes. Uma tinta é um produto líquido que, quando aplicado em camadas mais ou menos finas sobre um substrato sólido deixa uma película Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 16 de 52 aderente, opaca, corada, mate ou brilhante e com outras características de acordo com o objetivo com que se aplica. Uma tinta e constituída de um modo geral por uma suspensão de um componente sólido, finalmente pulverizado (pigmentos) num líquido (veiculo). Um verniz e, genericamente, uma composição não pigmentada, líquida que, aplicada sobre uma superfície sólida adequada, deixa uma película sólida aderente, transparente, incolor ou corada mate ou brilhante. 4.1.1-Pigmentos Os pigmentos são partículas minerais ou orgânicas de tamanho reduzido e praticamente insolúveis nos veículos em que são dispersos, o que confere às tintas cor, opacidade e outras propriedades. 4.1.2-Veículo Veículo é um líquido que serve para dispersar os pigmentos de uma tinta ou vernizes, e pode ser fixo ou volátil. 4.1.3-Aditivos Os aditivos são produtos químicos que se utilizam para impedir o aparecimento de defeitos, quer na tinta liquida, quer na película durante ou depois da secagem. 4.1.4-Primários, isoladores ou tapa-poros O primário constitui a primeira demão a ser aplicada sobre a superfície a pintar ou a envernizar e, normalmente, é tinta pigmentada com pigmentos anticorrosivos e auxiliares, com a função de conferir proteção anticorrosiva a superfície e proporcionar uma boa aderência das demãos subsequentes. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 17 de 52 4.1.5-Betumes São tintas altamente pigmentadas, em geral de consistência mais ou menos pastosa, aplicadas normalmente à espátulas. Os betumes são habitualmente aplicados sobre o primário. 4.1.6-Subcapas As subcapas são tintas que se utilizam entre o primário e o esmalte para dar maior espessura e melhor acabamento a superfície. 4.1.7-Tintas de acabamento e esmalte Como o próprio nome indica, constituem a última camada do sistema, sendo, portanto, a parte visível e em contato com o meio exterior. Normalmente são conhecidas pelo nome do veículo que as constitui. Existem, assim, tintas de água, a óleo, plásticas, de esmalte, e ainda tintas especiais. 4.1.7.1-Tintas de água São tintas fabricadas com aglutinantes naturais como, por exemplo, a cola ou cal diluído em água. São sensíveis a humidade e não são laváveis. 4.1.7.2-Tintas a óleo São tintas fabricadas com diferentes pigmentos em suspensão em óleo de linhaça. O inconveniente destas tintas reside na oxidação em contato com o ar e na fraca resistência as temperaturas elevadas. 4.1.7.3-Tintas plásticas São tintas em que o veiculo é normalmente constituído pelo acetato de polivinilo (conhecida matéria plástica) e em que os pigmentos estão emulsionados em água. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 18 de 52 As tintas plásticas apresentam acabamento fosco ou com ligeiro brilho, e preparam-se para interiores e exteriores. Pertencem também a esta classe as tintas anti-fungo. 4.1.8-Aplicação de tintas e vernizes Um problema de pintora pode ter, de um modo geral, mais do que uma solução. Para escolher a melhor solução, deverão considerarse diversos fatores, entre os quais a natureza da superfície a pintar, as condições em que é feita a pintura ou envernizamento e as condições a que ira ficar sujeita. 5-Colas, adesivos, selantes e impermeabilizantes 6-Conclusões. Ao longo deste trabalho procuramos indicar os aspectos e os pontos mais importantes no que diz respeito ao revestimento e acabamento, e ao mesmo tempo de acessível leitura e compreensão. Ao chegar ao fim do trabalho estimamos que os objetivos foram alcançados, pois ficamos com uma noção ainda mais vasta sobre os revestimentos e acabamentos, apesar de termos a consciência de que isto foi apenas uma pequena parte do que realmente existe sobre revestimento e acabamento. Terminando assim podemos dizer que foi um tema muito importante visto que e um aspecto que tem muito peso na construção civil, podendo diferenciar um bom de um mau trabalho. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 19 de 52 II – Patologias construtivas de Revestimentos 1-Introdução Os revestimentos têm como objetivo não apenas a estética de acabamento da edificação, pois sua função de proteção impermeável, acústica, térmica e de proteção das estruturas contra a agressividade do meio são fatores importantes e imprescindíveis para a durabilidade da edificação. Pretendemos relatar neste trabalho algumas patologias construtivas na execução deste revestimento, com a utilização de diversos materiais, como granito, cerâmica, argamassas, vernizes, pinturas, selantes, bem como das recomendações construtivas pertinentes. Os revestimentos da fachada devem apresentar as propriedades para os fins a que se destinam, que é a proteção e vedação da edificação contra a ação de agentes externos agressivos, quanto ao efeito estético e de valorização patrimonial, compatíveis com a nobreza e custo elevado do material. Os revestimentos das fachadas em muitas ocasiões não são devidamente planejados, quer pela elaboração de um projeto específico, com o detalhamento das interferências, propriedades dos materiais, normalizações pertinentes, juntas de dilatação, tolerâncias e controles, metodologia de execução, conciliação com outros elementos integrantes da fachada, bem como da execução deficiente e sem atender e respeitar as características reológicas dos materiais componentes da edificação e dos elementos constituintes da fachada. Aliado a isto, observa-se falhas devido ao controle deficiente, na seleção e recebimento de materiais, na preparação da argamassa de assentamento, na execução dos serviços de assentamento e acabamento final. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 20 de 52 Como resultado final, obteve-se um revestimento de baixa qualidade e de desempenho insatisfatório, que leva a crer não ter condições de atender à elevada durabilidade e impermeabilidade, que é inerente a este tipo de revestimento. A durabilidade do material de revestimento das fachadas é assegurada pelas características próprias deste material, historicamente comprovadas por diversas aplicações de conhecimento da humanidade. No entanto, a sua durabilidade como elemento principal de uma fachada está intimamente ligada a qualidade do material, sua forma de aplicação, em um conjunto de procedimentos executivos e dos componentes que vão compor o sistema. A compatibilidade de todos os elementos do sistema é fator preponderante desta durabilidade. Conforme a FLAIN, Eleana P., com mestrado em Tecnologia de Produção de Revestimentos de Fachadas de Edifícios com Placas Pétreas, referenciando trabalhos do Dr. Lucas e Dra. Selmo, o revestimento deve ser considerado inseparável de seu suporte, sendo que as funções do conjunto suporte-revestimento poderão ser exercidas com maior intensidade por uma ou outra parte. Há funções que podem ser exclusivas do suporte, como por exemplo: a estabilidade, a resistência mecânica, segurança contra o risco de intrusões humanas ou animais, e a de conforto higrotérmico. No entanto, as funções de proteção do substrato, de regularidade superficial, de higiene, de conforto tátil e de conforto visual que contribuem para a estética do acabamento final do edifício, são funções exclusivas do revestimento. São função do conjunto suporte-revestimento a estanqueidade à água e aos gases, o isolamento termo-acústico , a segurança ao fogo, a resistência aos choques e atrito e a durabilidade. As falhas de execução de uma fachada no seu conjunto podem estar comprometidas e as consequências patológicas observadas Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 21 de 52 tendem a aumentar, interferindo diretamente na durabilidade, impermeabilidade, nos riscos de quedas acidentais de placas e nos custos de manutenção. 2-Patologias Apresentamos a seguir as patologias mais comuns encontradas nas construções do Brasil 2.1-Descolamento de Revestimentos de Granito e Cerâmica O assentamento das peças de granito e de cerâmica (de elevado peso e baixa rugosidade superficial no dorso - interface de aderência), submete ao material de assentamento (argamassa de cimento e areia, argamassas colantes) altas exigências de desempenho, pois submete o elemento de aderência a altos esforços cortantes e cargas de arrancamento. Por outro lado, as argamassas de cimento utilizadas no assentamento do revestimento tem sua resistência intimamente ligada ao teor de aglomerante, que por ser necessariamente rico para as condições impostas pelo peso do revestimento, provoca tensões de retração elevadas, cujo alívio é restringido pela aderência ao substrato e às placas de revestimento. Pela baixa deformabilidade das argamassas ricas, as tensões tendem a provocar sua fissuração e/ou seu desprendimento do substrato ou da placa de granito. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 22 de 52 Tensões nas argamassas ricas e fracas - Manual de argamassas e Revestimentos – FIORITO, Antonio J. S. I. Para o alívio destas tensões, somadas a outras tensões impostas ao revestimento, à argamassa de assentamento, ao substrato de alvenaria ou concreto, à estrutura de concreto armado, às interfaces entre materiais de propriedades distintas, como variações térmicas, variação de umidade, deformações lentas, variação de cargas e esforços, deformações pela ação do vento e todas as leis da física aplicáveis ao caso, aliadas às características reológicas dos materiais, obrigatoriamente exige a criação de juntas de alívio de tensões, que em muitas ocasiões são esquecidas. As restrições impostas pela ausência de juntas, geram esforços de magnitude extremamente elevadas, impossíveis de serem absorvidas pelos materiais integrantes da fachada, que são rígidos, levando a acarretar diversas patologias, principalmente ao descolamento das placas de revestimento, cuja aderência à argamassa do substrato não é elevada. Caso a aderência das placas fosse suficientemente elevada, maior do que a resistência do revestimento de granito ou cerâmica, estes últimos é que seriam rompidos, tal a magnitude dos esforços envolvidos. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 23 de 52 As camadas do revestimento de granito ou cerâmica, argamassa de assentamento e substrato, foram previstas para estarem intimamente ligadas entre si. Estando ligadas entre se, a deformação de qualquer uma delas devido a causas endógenas ou esforços externos, resultará em esforços atuando em cada camada. Estas tensões causam deformações, como as abaixo relacionadas: a) Retração da argamassa que liga os elementos das alvenarias. b) Retração excessiva da argamassa de assentamento do revestimento, de traço rico, elevado fator água/cimento e em alguns casos excessivamente espessa. c) Deformação lenta do concreto da estrutura. Deformação dos pilares e vigas sobre os revestimentos verticais. Recalque de fundações. d) Deformações originárias de variação de umidade do ar atuando nas argamassas já endurecidas. e) Deformações originárias por infiltração de água pelas fachadas. f) Dilatação higroscópica dos revestimentos de granito e cerâmica. g) Dilatação térmica por variação da temperatura. Dilatação térmica por insolação A combinação destes efeitos, com maior ou menor magnitude certamente acarreta a formação de tensões permanentes e variáveis no revestimento e na sua ligação ao suporte, acabando por romper estas ligações, pela fadiga ou magnitude das tensões. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 24 de 52 Revestimento solicitado à compressão As causas citadas são complementadas forçosamente por falhas de mão de obra, pelo nível de controle tecnológico e pela fiscalização. A inexistência de juntas de alívio de tensões no revestimento, com o assentamento das peças com junta seca (peças encostadas uma às outras), ou rejuntadas com argamassa rígida, obviamente acarretam no desprendimento das placas de revestimento da fachada. A formação de tensões inicia quando do assentamento com a argamassa. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 25 de 52 Ao utilizarmos uma argamassa para o assentamento de um revestimento, temos com o endurecimento da argamassa uma diminuição do volume, pela evaporação da água, como devido às reações de hidratação. A retração por secagem de uma argamassa é da ordem de 0,00060 mm/mm, praticamente igual nos mais diversos traços. No entanto os módulos de elasticidade variam em função do traço adotado, de acordo com estudos do FIORITO, Antonio J.S.I., publicado no Manual de Argamassas e Revestimentos, como vemos a seguir: Composição da Módulo de Retração aos 28 argamassa elasticidade Ea dias (o/oo) Rica (ex: 1:3) 140.000 kgf/cm² 0,607 Média (ex: 1:5) 50.000 kgf/cm² 0,649 Fracas (ex: 10.500 kgf/cm² 0,642 1:3:12) Tensões de compressão no revestimento por retração da argamassa. Manual de argamassas e Revestimentos – FIORITO, Antonio J. S. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 26 de 52 a) As argamassas muito ricas, de elevado módulo de elasticidade, deformam-se menos e as tensões de tração permanecem elevadas e são da ordem de 9 a 12 vezes mais elevadas que aquelas de traço mais fraco e portanto mais elásticas b) Nas argamassas ricas, há forte influência na retração e consequentemente mais sujeitas à tensões de tração, que causarão trincas e possíveis descolamentos de sua camada suporte ou no revestimento, na medida que a espessura da argamassa cresce. Na medida que a argamassa de assentamento seca, retrai-se, irão aparecendo tensões crescentes nelas e nas camadas subjacentes. Tais tensões, de tração na argamassa, farão com que ela sofra deformações de sentido contrário ao da retração durante a secagem, bem maiores do que quando endurecida, uma vez que o módulo de elasticidade é inferior ao valor final. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 27 de 52 Retração excessiva da argamassa de assentamento do revestimento. Manual de argamassas e Revestimentos – FIORITO, Antonio J. S. I. As citadas juntas para o alívio de tensões dos materiais de revestimentos de paredes externas já são objeto de Normas Técnicas, como podemos demonstrar: a) NBR 8.214 - Assentamento de azulejos, editada em outubro de 1983, Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 28 de 52 b) NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas de cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento, editada em dezembro de 1996, c) NBR 13.707 - Projeto de revestimento de paredes e estruturas com placas de rocha - Procedimento, editada em julho de 1996 d) NBR 13.708/96 - Execução e inspeção de revestimento de paredes e estruturas com placas de rocha - Procedimento, editada em julho de 1996 Embora algumas destas normas poderiam não estar em vigor na época da execução do revestimento das fachadas, entendemos que não podem ser objeto de exclusão de responsabilidades, pois a necessidade de criação de juntas de expansão e contração dos materiais é por demais conhecido na engenharia. Posicionamento das juntas de movimentação de revestimentos em fachadas Manual de argamassas e Revestimentos – FIORITO, Antonio J. S. I. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 29 de 52 A necessidade da criação das juntas, espaço regular entre duas peças de materiais idênticos ou distintos, é subdividida pelas normas segundo seus objetivos, como sendo: a) Juntas de assentamento: espaço regular entre duas peças de revestimentos adjacentes. b) Juntas de movimentação: espaço regular cuja função é subdividir o revestimento, para aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. c) Juntas de dessolidarização: espaço regular cuja função é separar o revestimento para aliviar as tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. d) Junta estrutural: espaço regular cuja função é aliviar tensões provocadas pela movimentação da estrutura de concreto. Para a utilização de revestimentos cerâmicos, conforme trabalho sobre Descolamentos em revestimentos Cerâmicos - Análises e Recomendações, apresentado pelo Eng. Roberto Bauer no 1° Simpósio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas, Goiânia - 16 e17/08/95, a Sociedade Francesa de Cerâmica recomenda a execução em revestimentos externos, de juntas de movimentação, no máximo a cada 6 metros e 32 m². As especificações Americanas para Cerâmica indicam para revestimentos externos juntas de 12 mm a cada 5 metros, no máximo, as quais devem ser executadas até a argamassa de emboço. Ainda conforme R. Bauer, trabalhos australianos sugerem a execução de juntas de movimentação com abertura superior a 12 mm, a cada 6 metros, de forma a absorver todas as expansões e deformações diferenciais. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 30 de 52 As juntas deverão ser executadas de modo que o efeito diferencial dos movimentos da estrutura e alvenaria, no revestimento, seja minimizado. a) A NBR 8214 - Assentamento de azulejos, recomenda para assentamento de azulejos a criação de juntas de movimentação, longitudinais e/ou transversais, em paredes externas com área igual ou maior que 24 m², ou sempre que a extensão for maior que 6 metros, devendo-se a mesma aprofundar-se até a superfície da parede, devendo as juntas serem preenchidas com material deformável, sendo em seguida vedada com selante flexível. b) A NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas, recomenda: a execução de juntas horizontais de movimentação e de dessolidarização espaçadas no máximo a cada 3 metros ou a cada pé-direito, na região do encunhamento da alvenaria, bem como a execução de juntas verticais de movimentação espaçadas a cada 6 metros. a execução de juntas de dessolidarização nos cantos verticais, nas mudanças de direção do plano de revestimento, no encontro da área revestida com pisos e forros, colunas e vigas, ou com outros tipos de revestimentos, bem como onde houver mudança de materiais que compõe a estrutura suporte de concreto para alvenaria. que a largura destas juntas deve ser dimensionadas em função das movimentações previstas para a parede e para o revestimento, e em função da deformabilidade admissível do selante, respeitado o coeficiente de forma (largura/profundidade da junta), que deve ser especificado pelo fabricante do selante. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 31 de 52 que as juntas de assentamento das placas do revestimento devem manter espaçamento ou juntas entre elas para preencher as seguintes funções: compensar a variação de bitola, facilitando o alinhamento; atender a estética, harmonizando o tamanho das placas e as dimensões do pano a revestir com a largura das juntas; oferecer o relativo poder de acomodação às movimentações da base e da placa cerâmica; facilitar o perfeito preenchimento, garantindo a completa vedação da junta; facilitar a troca de placas cerâmicas. Nota: A dimensão mínima das juntas de assentamento pode ser de 5 mm, desde que esta largura e a elasticidade do material de rejuntamento atendam, pelo menos, as deformações devidas a variação térmica a que está submetido o revestimento, mais aquela devida à expansão por umidade das placas cerâmicas. NBR 13755/96 - Acabamento das juntas de movimentação ou dessolidarização com material de enchimento e selante Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 32 de 52 c) A NBR 13.707 - Projeto de revestimento de paredes e estruturas com placas de rocha recomenda: 4.2.4- Para os revestimentos de exteriores, no cálculo das deformações relativas entre o suporte e o revestimento, devidas à dilatação térmica diferencial, deve-se considerar uma diferença de temperatura de 50 °C. 5.2.3- Nos revestimentos de exteriores, com altura entre 3 m e 15 m em relação ao piso adjacente, é indicado o uso de grampos fixados em telas, preferencialmente eletrosoldadas, ancoradas convenientemente no suporte. Acima de 15 m de altura, recomenda-se fixação por dispositivos metálicos, de acordo com 5.1. 5.2.4- Nos revestimentos de interiores, as placas podem encostar-se uma às outras (junta seca). Nos revestimentos de exteriores, devem ser previstas juntas entre as placas e/ou juntas de dilatação verticais e horizontais. 5.2.6- O espaço entre a face posterior da placa e o suporte a ser preenchido com argamassa deve ser de 1 cm a 3 cm. O preenchimento deve ser feito com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, em volume. A consistência da argamassa deve ser compatível com o processo de lançamento, de modo que todo o espaço entre o suporte e a placa seja preenchido. Deve-se utilizar a mínima quantidade de água, a fim de assegurar máxima resistência de aderência e mínima retração. 5.3.2- As juntas entre placas devem ser suficientes para absorverem as movimentações tanto do suporte como do revestimento. Cabe ao projetista verificar, em cada caso, a necessidade de juntas de dilatação no revestimento. Devem ser previstas juntas de dilatação nos encontros das placas com quaisquer elementos distintos que se projetem no plano do revestimento ou para além deste. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 33 de 52 A criação destas juntas estão relacionadas principalmente quanto acontecem às causas a seguir: a) Variações térmicas Os componentes da construção civil estão sujeitas a variações térmicas diárias e sazonais, que provocam sua variação dimensional. Estes movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos diversos vínculos que envolvem os materiais, gerando tensões que podem provocar descolamentos, trincas ou fissuras. As movimentações térmicas de um material estão relacionadas com as suas propriedades físicas e com a intensidade das variações da temperatura. A magnitude das tensões envolvidas é relacionada aos seguintes fatores : intensidade de movimentação grau de restrição imposto pelos vínculos capacidade de deformação do material. Considerando que a restrição imposta ao revestimento pela ausência de juntas é elevada e estão relacionadas a intensidade de da variação térmica da deformação térmica das peças de revestimento, a deformação térmica das placas de revestimento podem ser calculadas, a partir de ensaios de deformação térmica do material. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 34 de 52 Considerando-se o coeficiente de dilatação térmica do granito Verde Ubatuba é de aproximadamente 0,0088 mm/m/°C (t) e adotando-se o diferencial de temperatura (t) de 50 °C (item 4.2.4 da NBR 13707), temos uma deformação térmica do granito de 0,44 mm/m, supondo-se como no caso em questão a existência de vãos com assentamento de granito superiores a 30 metros (L), teríamos variação de dimensões superiores a 13 mm. l = t . t . L = 0,0088 . 50 . 30 = 13,2 mm As trincas, fissuras ou o descolamento dos revestimentos de origem térmica podem surgir também por movimentações diferenciadas entre: distintos materiais componentes de um mesmo material distintas partes de um mesmo material. Nas condições normais, a principal fonte de calor que atua sobre os componentes de uma construção é o sol. A amplitude e a variação térmica de um material, está relacionado a: intensidade da radiação direta difusa propriedades do material absorbância emitância condutância térmica superficial calor específico massa específica coeficiente de condutibilidade térmica Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 35 de 52 A temperatura da superfície do material exposto a fonte de radiação solar pode ser estimada a partir da temperatura do ar e da cor da superfície do granito, podendo-se analisar a intensidade das movimentações em função dos limites extremos de temperatura a que está submetido o material e em função do seu coeficiente de dilatação térmica linear, que pode ser calculado a partir dos ensaios. As tensões desenvolvidas no material poderão ser estimadas com base no módulo de deformação e nas condições de vínculos que restringem sua movimentação, podendo, analogamente, verificar o efeito de sua deformação sobre os componentes vizinhos. Por ora, podemos estimar o valor da temperatura junto a superfície das peças de granito, que são variáveis segundo a cor. coeficiente de absorção da superfície de revestimento escuro, estimado em = 0,9 coeficiente de absorção da superfície de revestimento claro, estimado em = 0,4 Adotando-se como valores aproximados da radiação solar médio no Brasil em torno de Ig= 686 W/m², temperatura ambiente máxima de 30°C, temos: Tsol - ar = Tar ext. + . Ig. Rse Rse = 0,05 m²°C/W (índice para superfícies verticais) Revestimento escuro Tsol ar = 30°C + 0,9 . 686 W/m² . 0,05 m²°C/W = 60,87 °C Revestimento claro Tsol ar = 30°C + 0,4 . 686 W/m² . 0,05 m²°C/W = 43,72 °C Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 36 de 52 Verifica-se que as tensões geradas no revestimento escuro são sensivelmente superiores ao revestimento claro, fato possível de ser constatado, quando se sente o ardor do calor ao colocar a mão espalmada por não mais de 3 segundos sobre o revestimento escuro de uma fachada, submetido a insolação das 16:00 horas, onde a sensação térmica do substrato muito quente é perfeitamente identificado. As lesões verificadas em obras sob efeito das movimentações diferenciadas assumem diversas situações e intensidade, como exemplo: descolamento de revestimentos de seu substrato. destacamento das argamassas de seu substrato. destacamentos entre alvenarias e estruturas. fissuras ou trincas inclinadas em paredes com vinculo em pilares e vigas expostos ou não à insolação. fissuras ou trincas regularmente espaçadas em alvenarias ou concreto com grandes vãos sem juntas. fissuras ou trincas horizontais em alvenarias apoiadas em lajes submetidas a forte insolação. As movimentações térmicas diferenciadas entre os componentes de um sistema, como por exemplo entre as pedras de granito e a argamassa de assentamento também estão relacionadas a diferença de temperatura entre a face exposta à insolação e a face à sombra. Além existem tensões em decorrência de choques térmicos devido a mudanças bruscas de temperatura, cujos efeitos de retração diferenciada entre a argamassa de assentamento e o revestimento estão relacionadas ao coeficiente de condutibilidade térmica, resistência a tração, módulo de deformação e coeficiente de dilatação dos materiais. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 37 de 52 Tensões no revestimento devido à variações térmicas. Manual de argamassas e Revestimentos – FIORITO Antonio J. S. I. b) Teor de umidade dos materiais O rejuntamento das peças de revestimento em muitas ocasiões não apresentam estanqueidade necessária para evitar a infiltração de água, devido a sua baixa impermeabilidade, falhas de execução, bem como da expulsão do material do rejunte ocasionado pela expansão térmica das placas de revestimento, das pequenas ou quase nulas juntas entre placas ou pela rigidez do material de rejuntamento. Além da ocorrência de eflorescências que serão posteriormente avaliadas, a alteração da umidade no substrato de argamassa de assentamento, que é porosa, acarretam variações dimensionais. Este efeito é conhecido como dilatação higroscópica. O aumento da umidade da argamassa de assentamento provoca expansão; inversamente, a diminuição da umidade provoca a contração do material. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 38 de 52 Havendo vínculos que restringem a movimentação, aliado a intensidade da movimentação e do módulo de deformação do material, são desenvolvidas tensões que podem provocar o descolamento do revestimento de granito ou a ocorrência de fissuras, de forma semelhante às provocadas pela variação térmica. As variações do teor de umidade provocam movimentações de dois tipos: Irreversíveis: Ocorrem geralmente logo após a confecção do material e são originadas devido a perda ou ganho de umidade até que o material atinja a umidade higroscópica de equilíbrio. Reversíveis: Ocorrem por variação de umidade do material ao longo do tempo, limitadas a um certo período em que o material estar os limites seco ou saturado. A maior ou menor porosidade do revestimento de granito e do material de rejuntamento, bem como das trincas e falhas de rejuntamento estão relacionadas à quantidade de água de infiltração. Assim sendo, todas as metodologias de revestimentos de acabamento de fachadas de edifícios, quer seja os mais simples revestimentos de argamassa, dos executados com cerâmicas, como também dos revestimentos de placas de rocha devem ter como preocupação a execução de procedimentos que venham a aliviar as tensões passíveis de ocorrer, como as citadas neste trabalho. Assim sendo é de suma importância a adoção de juntas de dilatação para o alívio das tensões do revestimento das fachadas. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 39 de 52 RECOMENDAÇÕES NA ESCOLHA DOS PRODUTOS Selantes A utilização de selantes à base de poliuretano alifático são largamente utilizados mundialmente para promover a estanqueidade das juntas de revestimento de fachadas, com vantagens sobre os silicones, pois apresentam maior aderência, não mancham os revestimentos e apresentam maior resistência ao intemperísmo, notadamente à ação dos raios ultravioletas do sol. A utilização de selantes à base de poliuretano alifático são largamente utilizados mundialmente para promover a estanqueidade das juntas de revestimento de fachadas, com vantagens sobre os silicones, pois apresentam maior aderência, não mancham os revestimentos e apresentam maior resistência ao intemperísmo, notadamente à ação dos raios ultravioletas do sol. Adesivos para argamassas A utilização de adesivos para argamassas à base de polímeros de SBR ou acrílicos são excelentes para serem incorporados às argamassas de cimento e areia ou argamassas colantes, proporcionando menor módulo de elasticidade, maior aderência e plasticidade às argamassas, como também menor permeabilidade. Adesivos à base de PVA não devem serem utilizados em argamassas que ficarão expostas à umidade, submetida a cura úmida ou submersa em água, pois a mesma sofre degradação reemulsificação e saponificação. O PVA (acetato de polivinila reage com o hidróxido de cálcio presente no cimento, dissociando-se em ácido acético e álcool polivinílico. A saponificação dos aditivos a base de PVA ao longo do tempo não estão relatados neste trabalho, embora haja muitas evidências em outros trabalhos já publicados em congressos internacionais. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 40 de 52 Os aditivos com polímeros acrílicos e de SBR comportam-se satisfatoriamente nos ensaios, tanto em cura úmida como em meio ambiente, concluindo-se que são adequados para aditivação de argamassas. Os aditivos de base acrílica proporcionam maior aderência, quando comparado com os de SBR. Deve-se verificar o teor de sólidos dos materiais de mercado, pois alguns produtos de mercado apresentam apenas 6% de resina, enganando o consumidor. Recomenda-se a utilização de adesivos com teor de sólidos entre 15 % a 20 % Fibras A utilização de fibras de poliéster ou poliamida nas argamassas de revestimento proporcionam melhor coesão, menor fissuração por retração plástica, maior ductibilidade após fissuração, bem como na redução da permeabilidade das argamassas de fachada. Rejuntes A utilização de argamassas de rejuntamento aditivadas com polímeros acrílicos garantem maior impermeabilidade, aderência e plasticidade aos rejuntes, evitando a ocorrência de patologias descritas acima. 2.2-Manchas e Eflorescencias Um dos problemas observados nas fachadas é o aparecimento de manchas e eflorescências. Estas manchas e eflorescências podem estar relacionadas aos seguintes problemas: infiltração de água através das falhas ou da porosidade do rejuntamento lavagem da fachada com solução de ácido muriático excesso de água de amassamento da argamassa Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 41 de 52 presença de impurezas nas areias, tais como óxidos e hidróxidos de ferro A eflorescência é a formação de depósitos salinos na superfície dos revestimentos, alvenarias, concreto, argamassas, etc., como resultado da sua exposição a água de infiltrações ou intempéries. É considerado um dano, por alterar a aparência do elemento onde se deposita. Há casos em que seus sais constituintes podem ser agressivos e causar degradação profunda. A modificação no aspecto visual pode ser intensa, onde há um contraste de cor entre os sais e o substrato sobre as quais se deposita, por exemplo, a formação branca do carbonato de cálcio sobre granito escuro. Quimicamente a eflorescência é constituída principalmente de sais de metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalino-ferrosos (cálcio e magnésio, solúveis ou parcialmente solúveis em água). Pela ação da água de chuva ou do solo estes sais são dissolvidos e migram para a superfície e a evaporação da água resulta na formação de depósitos salinos. Na tabela abaixo, são indicados os sais mais comuns em eflorescências, sua solubilidade em água, bem como a fonte provável para seu aparecimento. Fatores que contribuem para a formação de eflorescências: Devem agir em conjunto: teor de sais solúveis pressão hidrostática para proporcionar a migração para a superfície Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 42 de 52 presença de água Fatores externos que contribuem: quantidade de água tempo de contato elevação da temperatura porosidade dos componentes Composição química Carbonato de cálcio Carbonato de magnésio Carbonato de potássio Carbonato de sódio Hidróxido de cálcio Sulfato de cálcio desidratado Sulfato de magnésio Sulfato de cálcio Solubilidade Fonte provável em água carbonatação do hidróxido de cálcio do cimento pouco cal não carbonatada solúvel carbonatação do hidróxido de cálcio do cimento pouco cal não carbonatada solúvel carbonatação de hidróxidos muito solúvel alcalinos de cimentos de elevado teor de álcalis. carbonatação de hidróxidos muito solúvel alcalinos de cimentos de elevado teor de álcalis. solúvel cal liberada na hidratação do cimento parcialmentehidratação do sulfato de cálcio do tijolo solúvel tijolo água de amassamento solúvel tijolo parcialmenteágua de amassamento solúvel Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle Sulfato de potássio Sulfato de sódio Cloreto de cálcio Cloreto de magnésio Nitrato de magnésio Nitrato de sódio Nitrato de amônio 43 de 52 tijolo muito solúvelágua de amassamento cimento tijolo muito solúvelágua de amassamento cimento muito solúvelágua de amassamento muito solúvelágua de amassamento muito solúvelsolo adubado ou contaminado muito solúvelsolo adubado ou contaminado muito solúvelsolo adubado ou contaminado É frequente a ocorrência de eflorescências em revestimentos de pedras ou cerâmicas porosas ou no rejuntamento de revestimentos pouco ou não porosos de pisos e paredes em contato com água de chuva, molhagem ou umidade. Este fato ocorre devido ao elevado teor de hidróxidos, notadamente de cálcio, encontrados no tipo de cimento utilizado na argamassa da execução da proteção mecânica da impermeabilização e no assentamento dos próprios revestimentos. A água, ao permear pelos revestimentos e/ou seus rejuntes e trincas, dissolve os hidróxidos do cimento, tornando-se alcalina. Ao encontrar condições de aflorar por percolação ou evaporação, ocorre a formação das eflorescências. O cimento recomendado para o assentamento de revestimentos em áreas molhadas é o CP-IV, cuja atividade pozolânica consome o hidróxido de cálcio na fase de hidratação. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 44 de 52 Em algumas regiões do Brasil existe dificuldade em se encontrar o CP IV; neste caso a alternativa é utilizar o CP III, que possui baixo teor de hidróxido de cálcio. 2.3-Argamassas de Revestimentos O revestimento de fachada constituído de argamassa com acabamento em pintura apresentam trincas, que além de comprometer a estética, acarretam infiltrações e danos na pintura do interior da edificação. A ocorrência destas trincas pode estar relacionada a: não hidratação completa da cal preparo inadequado da argamassa argamassas ricas em cimento falta de aderência da argamassa à base elevada espessura do revestimento ausência de juntas de trabalho problemas de encunhamento de alvenarias ausência de juntas de trabalho Poderão ser observadas ao longo prazo na edificação diversas patologias prejudiciais ao aspecto estético, como por exemplo: Eflorescências: São manchas esbranquiçadas que surgem na pintura provocada pela lixiviação dos sais solúveis das argamassas e alvenarias. Os principais sais solúveis presentes na alvenaria e argamassa de revestimentos, como os carbonatos (cálcio, magnésio, potássio, sódio), hidróxidos de cálcio, sulfatos (cálcio, magnésio, potássio, sódio), cloretos (cálcio, magnésio) e nitratos (potássio, sódio, amônio). Desagregamento: Caracteriza-se pela destruição da pintura que se esfarela, destacando-se da superfície, podendo destacar com parte do reboco. Normalmente é causado pela reação química Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 45 de 52 dos sais lixiviados pela ação da água que atacam as tintas ou os adesivos de revestimentos. Saponificação: Manifesta-se pelo aparecimento de manchas na superfície pintada, frequentemente provocando o descascamento ou degradação das pinturas, notadamente nas tintas do tipo PVA, de menor resistência. A saponificação também ocorre devido a alta alcalinidade do substrato, que pode ter se manifestado pela eflorescência dos sais altamente alcalinos. Bolhas: Manifesta-se com maior ocorrência nas pinturas impermeáveis, devido a dificuldade de evaporação da água de infiltração, ou da formação de vapores devido à variação térmica. Bolor: A absorção ou presença de umidade nas tintas, notadamente dos tipos PVA, em função das resinas e aditivos da formulação (espessantes, plastificantes, etc.), proporcionam condições adequadas para o surgimento e crescimento de colônias de fungos e bactérias, notadamente em ambientes pouco ventilados e iluminados. Descascamento: É provocado pela reação dos sais das eflorescências lixiviados até a interface das pinturas, prejudicando sua aderência. Também diretamente relacionada ao traço utilizado, as argamassas ricas em aglomerantes e com espessuras superiores a 2 cm apresentam retração elevada, gerando tensões de cizalhamento, entre a interface da argamassa e a alvenaria ou concreto de substrato. A contaminação da argamassa com materiais argilosos acarreta uma maior expansão, característica intrínseca dos materiais argilosos. Argilas expansivas, como as do tipo montinorilonita, apresentam forte expansão por umidade. A perda de aderência também está relacionada a perda da água de hidratação das partículas do cimento, quer pela fuga através da sucção de água pela alvenaria e concreto de suporte não Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 46 de 52 previamente hidratados, pela ação do vento, como pelo efeito térmico provocado pelas placas de granito escuro, imediatamente colocadas sobre a argamassa de assentamento. A argamassa com elevado fator água/cimento sofre elevada retração, devido ao excedente de água, ocorrendo retração relacionada com a perda de volume por evaporação do excedente de água, além da perda de resistência devido ao excesso da água de amassamento. Nas condições de utilização de argamassa é recomendado a utilização de aditivos plastificantes redutores de água, para minimizar este efeito de retração. A retração das argamassas (perda de volume) acarreta tensões nas interfaces onde a mesma está aderida, podendo por si só apresentar descolamento nestas interfaces ou planos de aderência. A NBR 7200, de fevereiro de 1982 - Revestimento de paredes e tetos com argamassas - Material, preparo, aplicação e manutenção - recomenda que a espessura máxima admitida para argamassas de emboço devem ser entre 20 a 25 mm de espessura. No programa de execução é recomendado um especial cuidado a ser dispensado aos detalhes da construção, aos materiais que devem ser usados, aos meios especiais utilizados para garantir a aderência, tais como a aplicação de telas ou outros dispositivos a serem fixados à base, quando esta não merecer confiança quanto a aderência e à proteção da superfície onde haja incidência de infiltração. 2.4-Aplicação de materiais impermeabilizantes ou hidrorrepelentes sobre granito, pedras ou cerâmicas porosas. A aplicação de materiais impermeabilizantes ou hidrorrepelentes nos revestimentos porosos são uma alternativa adequada para garantir maior impermeabilidade às fachadas. A incidência da chuva, desviada em sua trajetória vertical pelo efeito do vento, não ocorre de modo uniforme em toda a superfície, Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 47 de 52 já que o fluxo de vento é variável, tais como direção predominante do vento, efeito de afunilamento e variação de sua direção pelos contornos da fachada e das edificações adjacentes. Características aerodinâmicas do projeto e inclinações também são fatores que contribuem para um heterogeneidade da incidência da umidade, agentes agressivos da atmosfera e dos seus efeitos sobre o revestimento. Assim sendo, nos locais de maior incidência da ação combinada do vento, chuva, elementos agressivos e poluição, maior será os riscos de consequências, como umidade, eflorescências, encardimento, etc... O escoamento da água na superfície da fachada tem influência no surgimento de manchas, provocadas pela umidade, eflorescências, partículas em suspensão etc. Podemos subdividir os materiais protetores em duas categorias: HIDROFUGANTES não requerem substrato liso e contínuo para sua aplicação não alteram a aparência do substrato, salvo um leve escurecimento em algumas ocasiões não impedem a passagem de vapor d’água, facilitando o equilíbrio de umidade interna e do ambiente VERNIZES requerem substrato liso e contínuo para a aplicação alteram a aparência do substrato impedem a passagem de vapor d’água, podendo formar bolhas ou manchas, quando ocorre a percolação d’água pelo lado interno ou pela falha do filme de verniz em algum ponto não impede a penetração de impede a penetração de água água sob pressão sob pressão não impedem a penetração de impede a penetração de gases gases agressivos, embora possa agressivos como CO2, Sulfatos, diminuir sua percolação etc. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 48 de 52 não impedem a lixiviação embora impede a lixiviação possa reduzi-la elevada resistência a boa resistência a fotodecomposição por ação dos fotodecomposição por ação dos raios ultravioletas raios ultravioletas, quando formulados adequadamente reduzem a penetração dos sais Impedem a penetração dos sais solúveis solúveis RECOMENDAÇÕES NA ESCOLHA DOS PRODUTOS Hidrorrepelentes Materiais hidrorrepelentes à base de metilsiliconatos ou outros silicones equivalentes utilizados em alguns tipos de hidrorrepelentes, apresentam propriedades aglutinantes parecidas com os materiais gordurosos, possibilitando a fixação de pó e fuligem, como também o aparecimento de manchas. Recomenda-se a utilização de hidrorrepelentes à base de silano / siloxano Vernizes acrílicos Vernizes a base de resinas acrílicas estirenadas não resistem aos raios ultravioleta; portanto não devem ser utilizadas em áreas expostas ao sol, pois sofrem amarelamento e craqueamento. Utilizar sempre vernizes a base de resina acrílica pura. Resinas de base aquosa podem tem pouca aderência ao revestimento. Utilizar preferencialmente resinas à base solvente, com diluição suficiente para baixar sua viscosidade e permitir sua melhor fixação. Vernizes de poliuretano Os vernizes de poliuretano aromático possuem baixa resistência aos raios ultravioleta, não devendo portanto serem aplicados em áreas expostas ao sol. Vernizes anti pichação Excelentes por permitirem remoção das pichações, devem ser formulados com resinas à base de poliuretano alifático. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 49 de 52 Alguns vernizes anti pichação são atacados pelos removedores, necessitando serem novamente aplicados, podendo inclusive causar manchas os revestimentos porosos do substrato. Atenção: Qualquer reprodução total ou parcial desta apostila será considerada plágio se não for autorizada explicitamente por seu autor. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO EFICAZ DE OBRAS E PROJETOS Módulo: Adequação dos Elementos de Acabamento Professor: Luis Lancelle 50 de 52 BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 7200. Execução de revestimento de paredes e tetos com argamassas inorgânicas: procedimento – Rio de Janeiro, 1998a. ____. NBR 13281. Argamassa para Assentamento e Revestimento de Paredes e Tetos. Requisitos. Rio de Janeiro, 2001. ____. 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