RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo da dinâmica ambiental dos elementos manganês e mercúrio
nos diversos compartimentos abióticos, ar, água e sedimentos, na microbacia do arroio Araçá,
localizado no município de Canoas, integrante da Região Metropolitana de Porto Alegre. Ao mesmo
tempo, se procura relacionar esta dinâmica com a ação antrópica, com fatores físico-químicos e
climáticos, bem como o repasse destes elementos para organismos vivos, através do estudo das
concentrações de manganês e mercúrio em exemplares da macrófita aquática Tripogandra
diurética, coletados em cada ponto de coleta de amostras abióticas.
IX-Prochnow-Brasil-1
CIRCULAÇÃO DOS ELEMENTOS MANGANÊS E MERCÚRIO NOS
COMPARTIMENTOS ABIÓTICOS E SUA INTERFERÊNCIA EM MACRÓFITAS
MARGINAIS NA BACIA DO ARROIO ARAÇÁ, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Tania Renata Prochnow
Doutor em Ecologia (Universidade Federal do Rio Grande do Sul),
Professora da Universidade Luterana do Brasil, Departamento de
Química, coordenadora dos Laboratórios da ULBRA, Campus Canoas,
Rs,Brasil. Nos últimos 5 anos publicou 30 trabalhos e 39 resumos, todos
relacionados com a área ambiental.
Emerson Alberto Prochnow
Mestre em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
professor da Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS, Brasil,
Departamento de Química e do Curso de Pós Graduação em Engenharia
de Segurança do Trabalho. Nos últimos 5 anos publicou 17 trabalhos e 35
resumos nas áreas: ambiental, analítica e segurança ocupacional.
Bernardo Liberman
Doutor em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Professor da Universidade Luterana do Brasil, Canoas, Brasil e
pesquisador do Programa de Pós Graduação de Engenharia: Energia,
Ambiente e Materiais dessa Universidade. Nos últimos 5 anos publicou 44
trabalhos e 25 resumos relacionados com a área ambiental.
Endereço: Universidade Luterana do Brasil - ULBRA - Programa de Pós Graduação de
Engenharia: Energia, Ambiente e Materiais. Prédio 11, sala 229 - Av. Farroupilha, 8001,
Bairro São José, CEP 92425- 900. Canoas, RS, Brasil. Tel.: (51) 34779285. Fax: (51)
34771313 e-mail: [email protected] ou [email protected]
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo da dinâmica ambiental dos elementos manganês e mercúrio
nos diversos compartimentos abióticos, ar, água e sedimentos, na microbacia do arroio Araçá,
localizado no município de Canoas, integrante da Região Metropolitana de Porto Alegre. Ao mesmo
tempo, se procura relacionar esta dinâmica com a ação antrópica, com fatores físico-químicos e
climáticos, bem como o repasse destes elementos para organismos vivos, através do estudo das
concentrações de manganês e mercúrio em exemplares da macrófita aquática Tripogandra
diurética, coletados em cada ponto de coleta de amostras abióticas.
Palavras chave: Impacto ambiental, micro bacia hidrográfica, manganês, mercúrio
INTRODUÇÃO
A cidade de Canoas, além de possuir um intenso tráfego, tanto nas rodovias que a cortam,
como nas principais avenidas, recebe ainda as emissões de indústrias localizadas em sua região
metropolitana. O município de Canoas, conta com mais de 1000 indústrias, e é dividido pela rodovia
federal BR 116 que se caracteriza por um intenso fluxo de veículos. Apesar disto, a poluição em
sua atmosfera não foi ainda devidamente caracterizada.
O Arroio Araçá é o único arroio que tem toda a sua microbacia integralmente localizada no
município de Canoas, sendo que, na maior parte do seu curso, passa por área urbana, onde são
realizadas as mais diversas atividades que caracterizam este tipo de ocupação, gerando uma
grande diversidade de efluentes líquidos e resíduos sólidos que contaminam suas águas.
Sua nascente principal está localizada junto a um recente conjunto residencial, a leste da
cidade. O curso do arroio passa pelo perímetro urbano e, após, percorre uma pequena área
agrícola do município que abastece com seus produtos parte da Grande Porto Alegre.
No seu trecho final, o leito do Araçá sofreu alterações com as freqüentes dragagens
realizadas para sua limpeza, bem como pela construção de dique de contenção de cheias.
Também nesta área o Arroio Araçá está sendo utilizado como via de esgoto natural, sem
tratamento, carregando consigo uma grande quantidade de detritos sólidos e poluentes diversos,
como esgoto doméstico, industrial, agrícola e, também, resíduos animais. Este trecho final está
localizado na área do Parque Estadual do Delta do Jacuí. Ali se estabeleceu uma população
invasora que vive principalmente do aproveitamento do lixo urbano e da criação clandestina de
animais, causando obstrução parcial deste trecho do arroio, dificultando a vazão normal de suas
águas.
Com este elevado grau de contaminação, o Arroio Araçá lança suas águas no Arroio das
Garças, formando uma pluma negra, alterando a qualidade das águas do mais importante
manancial para o município de Canoas, também utilizado para abastecer parcialmente o vizinho
município de Alvorada. No seu curso, o Arroio das Garças carrega os poluentes lançados pelo
Arroio Araçá até o Guaíba. A foz do Arroio Araçá está situada a aproximadamente 400 m a
montante do ponto de captação de águas do município.
O estudo da presença do metal manganês no ar, na água, no sedimento e em macrófitas
aquáticas na região da bacia do Arroio Araçá foi motivado devido às altas concentrações
verificadas na atmosfera em estudo realizado em 2000 (PROCHNOW et al) na área central do
arroio. O valor médio encontrado para a concentração de manganês foi de 1,2 g/m3, sendo que a
Organização Mundial da Saúde considera 0,15 g/m3 como o limite permitido de exposição ao
manganês no ar. A fonte destas altas concentrações deste elemento na região pode ser
relacionada com as emissões veiculares que, segundo SELINUS et al (2005), são fontes deste
elemento em áreas urbanas.
O manganês é um elemento essencial ao organismo humano, atuando em uma série de
enzimas envolvidas no metabolismo de carbohidratos. Apesar de ser um elemento de baixa toxidez,
o incremento de concentrações em tecidos pode causar efeitos tóxicos no cérebro e no pulmão,
levando ao aparecimento de tosse e bronquite (AZEVEDO & CHASIN,2003). O principal efeito
bioquímico do manganês é no metabolismo de várias substâncias neuro transmissoras como a
dopamina. Ao longo do tempo, seus efeitos negativos, principalmente em faixas etárias mais
avançadas, são relacionadas com o mal de Parkinson (SELINUS et al, 2005).
Em águas continentais, a principal fonte de contaminação de manganês está relacionada ao
esgoto e a descartes industriais. Em pH ácido, o manganês encontra-se livre, com grande facilidade
de circulação ambiental, podendo contaminar também águas subterrâneas. Na faixa de pH 4 a 7,
encontra-se em formas menos oxidadas e está relacionado aos efeitos tóxicos em peixes e à
proliferação de algas. Observam-se, geralmente, variações sazonais deste elemento em águas,
com tendência a redução de suas concentrações no período de inverno.Em solos e sedimentos, a
concentração média do manganês é de 330 mg/kg, encontrando-se principalmente na fração
arenosa. Em áreas de pouca drenagem, o conteúdo deste elemento nos sedimentos tende a
aumentar (MARTINS & LIMA, 2001).
Em pequenas concentrações, o manganês é um elemento essencial para os organismos
vivos, estando associado aos sítios de maior atividade metabólica, acumulando-se nas
mitocôndrias. Está presente na clorofila, podendo ser encontrado nos vegetais em concentrações
que variam de 50 a 1000 g/g. Participa na síntese de ácidos graxos (ALLEN, 1974; BOWEN, 1979;
STILING, 1999, SHAW, 1989).
A presença significativa de mercúrio, no trabalho realizado em 2000, que não é um metal
com abundância natural do solo da região, também motivou o estudo de sua presença na bacia do
Arroio Araçá. O mercúrio é encontrado especialmente em peixes, na forma de metil mercúrio, mas
também pode ser inalado do ar. É um elemento reconhecidamente tóxico, caracterizando-se
principalmente por provocar desordens neuroniais. Exposições contínuas (crônicas) a baixas
concentrações de mercúrio resultam em hipertensão (SELINUS et al, 2005).
Combustíveis fósseis também estão associados ao mercúrio, como por exemplo, o carvão do
sul do Brasil, que tem em média 0,28 ppm do elemento (AZEVEDO, 2003). O mercúrio está
também presente, em concentrações variáveis, no petróleo. Em função disto, sua presença na
atmosfera está também associada ao transporte veicular. A fabricação de cimento e fosfatos
também contribui para esta contaminação atmosférica (apud AZEVEDO, 2003). Indústrias de cloroalcali também contribuem nas concentrações atmosféricas do mercúrio (MAKHOLM e BENNETT,
1998).
No hemisfério Norte, sua concentração média na atmosfera é estimada em 2ng/m3, e no
hemisfério Sul, inferior a 1ng/m3, mas em áreas urbanas ocorre grande variabilidade nestas
concentrações, sendo encontrado em até 67ng/m3, com médias de 11,2ng/m3, no Japão (Azevedo,
2003). A FUNASA adota como padrão de mercúrio no ar a média aritmética de 1 g/m3, no período
de 1 ano (AZEVEDO e CHASSIN, 2003).O mercúrio atmosférico pode ser captado pela massa
foliar e acumulado em concentrações entre 0,005 a 0,1 g/g (ALLEN, 1974; BOWEN, 1979;
AZEVEDO, 2003). SHAW, 1989, estende esta faixa para até 1,6 g/g para liquens.
Junto a esse estudo, também foram realizadas avaliações sazonais de variáveis físicoquímicas de águas e sedimentos, associados a parâmetros climáticos.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é o de avaliar a qualidade ambiental da microbacia do Arroio Araçá,
estudando a presença dos metais manganês e mercúrio nos compartimentos abióticos do arroio e
verificando possíveis interferências desses metais em macrófitas.
METODOLOGIA E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As análises das concentrações de partículas totais em suspensão (PTS) foram efetuadas na
proximidade da nascente, na área central do município e junto à foz. As amostras de partículas em
suspensão atmosférica foram coletadas com amostradores de grandes volumes HI-VOL- TPS, da
Energética, segundo a resolução 003/90 do CONAMA.
Ao longo da extensão do Arroio Araçá, desde a nascente até a sua foz, foram definidos cinco
pontos de coleta para amostras de macrófitas marginais, água e sedimento. Além destes, foram
ainda estabelecidos mais dois pontos, um a montante (ponto 6) e outro a jusante (ponto 7) da foz
do Araçá, localizados no Arroio das Garças, corpo receptor do Araçá.
As amostras de água foram coletadas em garrafas plásticas, previamente limpas. Para
análise de metais, os frascos foram deixados de molho por 24 horas em solução 0,1M de ácido
nítrico. Todas as amostras de sedimento superficial de fundo foram coletadas com o amostrador
Brand e mantidas sob refrigeração até o processamento. As macrófitas aquáticas foram coletadas
em cada ponto amostral e armazenadas para transporte em sacos plásticos. No laboratório foi
determinado o seu peso fresco e o seu peso seco.
Além dos elementos manganês e mercúrio, foram realizadas análises de parâmetros físicoquímicos nas amostras de água, tais como: oxigênio dissolvido, pH, alcalinidade, matéria orgânica,
dureza, e outras, para estudos de interferentes na dinâmica ambiental dos dois metais. Nos
sedimentos foram também determinados pH e nitrogênio. As análises das amostras de água foram
realizadas conforme procedimento descrito por CETESB (1988).
Para as análises dos metais, todas as amostras foram digeridas em sistema fechado, por
microondas, e avolumadas a 100ml com água Milli-Q. Para a determinação de manganês e
mercúrio total em sedimentos, as amostras foram submetidas à digestão enérgica com ácido
nítrico, fluorídrico e clorídrico. As demais amostras sofreram digestões em meios nitro-clorídricos.
As concentrações dos elementos foram determinadas com o uso do espectrofotômetro
Perkin Elmer 4000, sendo utilizado o método de análise por chama para o manganês e de geração
de hidretos para o mercúrio.
RESULTADOS
As figuras abaixo apresentam os resultados médios, máximos e mínimos das análises
efetuadas.
Figura 1 – Concentrações das PTS na atmosfera da micro bacia do arroio Araçá, em g/m3
3
μg/m
400
máximo
300
média
mínimo
200
100
0
Nascente
Centro
pontos
Foz
Figura 2– Concentrações do Hg na atmosfera, em g/m3 de ar.
3
μg/m
máximo
0,006
média
0,005
0,004
mínimo
0,003
0,002
0,001
0
Nascente
Centro
Foz
Figura 3– Concentrações do Mn na atmosfera, em g/m3 de ar.
μg/m3
0,35
Máximo
0,3
0,25
Médio
Mínimo
0,2
0,15
0,1
0,05
0
Nascente
Centro
Foz
Figura 4- Concentrações de Hg na água, em g/L, inverno (I) e verão (V).
Água Branda(I)
μg/L
Água Branda(V)
12
Água enérg.(I)
Água enérg.(V)
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
6
7
pontos de coleta
Figura 5 – Concentrações de Mn na água, em mg/L, inverno (I) e verão (V)
Águas V.(branda) mg/l
mg/l
Águas V. (enérgica) mg/l
2
Águas I. (branda) mg/l
1,8
Águas I (enérgica) mg/l
1,6
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
1
2
3
4
5
6
7
pontos de coleta
Figura 6– Concentrações de Hg no sedimento, em g/g, inverno (I) e verão (V).
μ g/g
1,4
1,2
Sed.br. (I)
Sed.br. (V)
1,0
Sed.enérg.(I)
Sed.enérg.(V)
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
1
2
3
4
5
6
7
pontos de coleta
Figura 7 – Concentrações de Mn no sedimento, em mg/g, inverno (I) e verão (V).
mg/g
Sedim. Branda (V) mg/g
Sedim. enérg. (v) mg/g
0,6
Sedim. Branda (I) mg/g
0,5
Sedim. enérg. (I) mg/g
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1
2
3
4
5
pontos
6
7
Nos resultados para águas e sedimentos, a fração solúvel de cada elemento presente na
amostra é indicada por “branda” e a concentração total, por “enérgica”, correspondente aos
métodos de digestão empregados.
Figura 8 – Concentrações de Hg nas macrófitas, em g/g de massa seca.
μg/g
3
2
2
1
1
0
1
2
3
4
5
6
7
pontos de coleta
Figura 9 – Concentrações de Mg nas macrófitas, em mg/g de massa seca.
mg/g
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
1
2
3
4
5
6
7
pontos de coleta
Os resultados das análises físico-químicas de águas e sedimentos, realizadas no período
frio e no período quente, podem ser observados nas tabelas 1 e 2 a seguir.
Tabela 1 – Parâmetros fisico-químicos da água e de sedimentos, outono - inverno 2005
Ponto(Inverno)
Parâmetro/Local
P1
Nascente
T ar (°C)
T água (°C)
OD (mg/L)
%O2
pH Água
Matéria Orgânica (mg/l)
Sólidos Totais (mg/l)
pH sedimento
13.4
14.3
1.9
13
4.60
32.48
237.0
4.54
P2
P3
Vila
C.C.
Hércules Redentor
12.4
12.1
16.7
16.3
5.3
6.7
38
56
5.55
5.69
17.36
17.2
305.0
199.5
6.50
6.53
P4
BR 116
P5
Foz
11.5
16.4
4.3
34
6.05
16.71
229.5
6.25
10.1
13.5
4.2
32
5.93
17.2
208.5
6.70
P6
P7
Rio Sinos A. Garças
Montante Jusante
8.4
10.1
14.6
15.9
4
4.3
30
34
5.37
5.62
12.32
15.9
131.0
112.5
6.25
5.70
Tabela 2 – Parâmetros fisico-químicos da água e de sedimentos, verão 2005
Ponto(Verão)
Parâmetro/Local
P1
Nascente
P2
P3
Vila
C.C.
Hércules Redentor
T ar (°C)
24,1
23,9
24,5
T água (°C)
nd
21,1
21,6
OD (mg/L)
nd
1,5
2,1
%O2
nd
15
20
pH Água
nd
6,10
5,45
Matéria Orgânica (mg/l)
nd
21,41
24,18
Sólidos Totais (mg/l)
nd
283
258
pH sedimento
4,70
6,60
5,57
Nascente seca no período do verão
P4
BR 116
P5
Foz
23,0
21,4
1,7
18
5,60
19,52
247,75
6,58
23,1
20,8
0,9
10
5,71
27,81
368,5
6,51
P6
P7
Rio Sinos A. Garças
Montante Jusante
23,6
23,9
19,8
19,6
3,1
3,0
30
30
6,20
6,05
14,72
17,05
68,5
98
5,80
5,90
CONCLUSÕES
Os resultados das análises físico- químicas identificaram diversas alterações ambientais ao
longo do Arroio Araçá, que estão sendo provocadas por atividades industriais, domésticas ou
agrícolas. As concentrações máximas de particulados totais em suspensão (280 g/m3 na área
central, cortada pela BR116, avenidas urbanas e um sistema de elevadas, e 370 g/m3 junto à foz
do arroio) ultrapassaram o padrão aceitável pela legislação (CONAMA 03/90)para a concentração
média de 24 horas, de 240 g/m3. Nestes mesmos pontos, as concentrações médias anuais
ultrapassaram o valor aceitável estabelecido de 80 g/m3. Também, as concentrações máximas de
Mn no ar ultrapassaram o valor padrão de 0,15 g/m3. O intenso fluxo de veículos, conjugado à
condições desfavoráveis de dispersão, proporcionam elevadas concentrações de partículas na
atmosfera, com episódios de concentração superiores aos limites estabelecidos pelo CONAMA 03.
Estas concentrações elevadas, por predominância dos ventos sudoeste, afetam também a
qualidade do ar do trecho final da microbacia junto ao arroio das Garças.
Junto à foz do arroio, as concentrações de Mn excederam, tanto no inverno como no verão,
a concentração de 0,33mg/g, referenciada por MARTINS & LIMA (2001) como padrão para
sedimentos. A presença do Mn na atmosfera é devida, principalmente, à atividade industrial ou à
erosão do solo. Por precipitação, pode interferir na fauna bentônica e ser bioacumulado por algas
de água doce (no caso do arroio), peixes e moluscos.
As análises de mercúrio indicam que suas concentrações atmosféricas estão abaixo da
média de 1 g/m3 estabelecido pela FUNASA (Fundação Nacional de Saúde). Porém, nas áreas da
foz e da nascente, suas concentrações são maiores que na área urbana, relacionando a presença
deste elemento com emissões biogênicas que ocorrem nestas áreas, ligadas com a presença de
banhados.
Em águas, as maiores concentrações do Hg foram encontradas na foz do arroio, mas são
inferiores às concentrações do elemento no Rio dos Sinos (ponto a montante) e no Arroio das
Garças (à jusante). O mercúrio total encontrado nos sedimentos do arroio foi inferior ao do Rio dos
Sinos e do Arroio das Garças, mas o Hg disponível, no período de verão, apresentou
concentrações maiores no sedimento do Arroio Araçá. Nas macrófitas, as concentrações de Hg
foram maiores na foz, mas menores que nos pontos a montante e a jusante.
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Ed.Atheneu/InterTox - São Paulo, SP, Brasil - 554p., 2003
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Preservação de Amostras de Água. São Paulo, CETESB, 150p, 1988.
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quantitativa dos elementos constituintes das partículas totais (PTS) em suspensão atmosférica.
In: Anais Congreso Interamericano de Ingenieria Sanitaria y Ambiental, Porto Alegre, 27, 9p,
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10. SELINUS, OALLOWAY, B., TENO, J.A., FINKELMAM, R.B., FUGE, R., LINDH, U., SMEDLEY,
P., Essencials of Medical Geology – Impacts of the Natural Environment on Public Health.
Elsevier Academic Press, 812p., 2005.
11. SHAW, A.J. - Heavy metal tolerance in plants: Evolutionary aspects – CRC Press, Florida, USA,
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12. STILING, P.– Ecology, Theories and Applications. 3nd ed. Ed. Prentice Hall, NY, U.S.A. - 638p. ,
1999.
XXX CONGRESO DE LA ASOCIACIÓN INTERAMERICANA DE
INGENIERÍA SANITARIA E AMBIENTAL (AIDIS)
FORMULARIO PARA INSCRIPCIÓN DE TRABAJO TÉCNICO
F2
Número de Registro (ver instrucciones en la convocatoria / reglamento):
TEMA: IX Gestión Ambiental Pública: ordenamiento territorial, gestión costera,
Evaluación de Impacto Ambiental, evaluación estratégica, educación ambiental,
normas y estándares ambientales
TÍTULO DEL TRABAJO
CIRCULAÇÃO DOS ELEMENTOS MANGANÊS E MERCÚRIO NOS
COMPARTIMENTOS ABIÓTICOS E SUA INTERFERÊNCIA EM MACRÓFITAS
MARGINAIS NA BACIA DO ARROIO ARAÇÁ, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
FORMA DE PRESENTACIÓN SOLICITADA (sujeta a decisión de AIDIS)
Presentación Oral
[ X]
Autor(es) Marcar con * al principal
1.* Tania Renata Prochnow
2. Emerson Alberto Prochnow
3. Bernardo Liberman
4.
5.
6.
Presentación Póster (Cartel)
[
]
Institución o Empresa
Universidade Luterana do Brasil- ULBRA, RS
Universidade Luterana do Brasil- ULBRA, RS
Universidade Luterana do Brasil- ULBRA, RS
Equipo disponible para presentación oral: Proyector de laminas, proyector de datos (PowerPoint) y pantalla.
Equipo disponible para presentación de póster (cartel): Painel con 1,20m de largura e 2,40m de altura.
DIRECCIÓN PARA COMUNICACIÓN (autor principal)
Nombre: Tania Renata Prochnow
Institución o Empresa: Universidade Luterana do Brasil- ULBRA, RS
Dirección: Av Farroupilha 8001
Barrio: São José
Código Postal: 92425-900
Ciudad: Canoas
Estado: Rio Grande do Sul
País: Brasil
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Fax:
51 34771313
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COMPROMISOS DE LOS AUTORES
Las instrucciones para la preparación del trabajo completo fueran seguidas por los
autores para trabajos orales y para pósteres (carteles).
X Si
No
Por lo menos un de los autores se compromete a asistir al Congreso con inscripción
paga. Caso no se registre antes del 30 de septiembre de 2006, el trabajo será retirado
del programa y del disco compacto (Memorias del Congreso). Si requiere que realice el
trámite de pago de la inscripción antes de la fecha citada.
Firma(s) de lo(s) autor(es)
1.Tania Renata Prochnow
4.
2.Emerson AlbertoProchnow
3. Bernardo Liberman
Lugar: Canoas
5.
6.
Fecha: 20 de setembro de 2006
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IX-Prochnow-Brasil-1 CIRCULAÇÃO DOS ELEMENTOS