ANÁLISE DE DUTOS CORROÍDOS PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GISELLE MANHÃES GOMES UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO - UENF CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ JULHO – 2007 ANÁLISE DE DUTOS CORROÍDOS PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GISELLE MANHÃES GOMES “Dissertação apresentada ao Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil”. Orientadora: Prof. Vânia José Karam CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ JULHO – 2007 ANÁLISE DE DUTOS CORROÍDOS PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GISELLE MANHÃES GOMES “Dissertação apresentada ao Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil”. Aprovada em 23 de julho de 2007 Comissão Examinadora: ____________________________________________ Prof. José Guilherme Santos da Silva (D. Sc.) – UERJ __________________________________________ Prof. Cláudia Maria de Oliveira Campos (D. Sc.) – IME _________________________________________ Prof. Sergio Luis González Garcia (D. Sc.) – UENF _________________________________________ Prof. Vânia José Karam (D. Sc.) – UENF (Orientadora) Aos meus pais, Cícero Martins Gomes e Helena Maria Manhães Gomes. AGRADECIMENTOS Um obrigado pode não ser a forma mais completa de agradecer as presenças e a força que se recebe quando realmente precisa, mas mesmo assim, deixo aqui registrados os meus agradecimentos àqueles que me incentivaram nessa caminhada. Agradeço principalmente a Deus que me permitiu chegar até aqui. Aos meus grandes pais, Cícero e Helena, por me tornarem consciente do valor do conhecimento e participarem sempre de todas as fases da minha vida. A vocês, sempre o meu amor, admiração e agradecimento. Aos meus irmãos Léo e Guto, que sempre celebraram minhas vitórias. Tenho certeza que estarão celebrando mais esta. Ao meu noivo, Álisson, pela compreensão e amor dispensados, mesmo quando não pude dedicar-me a ele. Ao meu avô Hildebrando, pela expectativa e confiança. Ao professor Jean Marie e Sergio Luis, pelo incentivo e colaboração. A professora Vânia Karam pela orientação e dedicação dispensadas ao longo deste trabalho. Aos amigos, Luciana, Fernanda, Joadélio, Elaine Cristina e em especial a Jean Crispim pela torcida e apoio em todos os sentidos para a conclusão deste trabalho. ÍNDICE LISTA DE FIGURAS................................................................................................. iv LISTA DE TABELAS................................................................................................ vii LISTA DE SÍMBOLOS.............................................................................................. ix RESUMO.................................................................................................................. xi ABSTRACT............................................................................................................... xii 1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 01 1.1 Motivação....................................................................................................... 01 1.1.1 Danos em Dutos............................................................................................ 05 1.1.2 Corrosão........................................................................................................ 06 1.2 Objetivos........................................................................................................ 07 1.3 Justificativa.................................................................................................... 07 1.4 Revisão Bibliográfica..................................................................................... 07 1.5 Estrutura da Dissertação............................................................................... 09 2 TEORIA BÁSICA........................................................................................... 11 2.1 Introdução...................................................................................................... 11 2.2 Método dos Elementos Finitos...................................................................... 11 2.3 Fórmulas Analíticas para tubos..................................................................... 14 2.3.1 Caso 1 – Duto de comprimento infinito ou de comprimento finito, tampado e fixo em suas extremidades......................................................................... 14 2.3.2 Caso 2 – Duto de comprimento finito, tampado e livre em suas extremidades................................................................................................. 15 2.4 Análise Elastoplástica.................................................................................... 16 2.5 Curva Tensão-Deformação do Material......................................................... 17 i 3 MÉTODOS EMPÍRICOS................................................................................ 19 3.1 Introdução...................................................................................................... 19 3.2 Método ASME B31G..................................................................................... 20 3.3 Método 085dL ou ASME B31G Modificado................................................... 22 3.4 Método Effective Area................................................................................... 22 3.5 Método DNV RP-F101................................................................................... 23 3.5.1 Parte A: Fatores parciais de segurança........................................................ 24 3.5.2 Parte B: Tensões Admissíveis (ASD – Allowable Stress Design)................. 24 3.6 Método PCORROC........................................................................................ 25 4 SIMULAÇÕES NUMÉRICAS........................................................................ 4.1 Introdução...................................................................................................... 26 4.2 Dimensões e Geometria das Corrosões dos Tubos Ensaiados.................... 4.3 Resultados dos Ensaios Experimentais de Choi et al. (2003)....................... 28 4.4 Resultados das Análises Numéricas de Choi et al. (2003)............................ 29 4.5 Simulações com Dutos Não Corroídos.......................................................... 31 26 27 4.5.1 Elemento utilizado......................................................................................... 31 4.5.2 Malha............................................................................................................. 33 4.5.3 Condições de contorno.................................................................................. 33 4.5.4 Resultados..................................................................................................... 35 4.6 Simulações com Dutos Corroídos ................................................................ 35 4.6.1 Elemento utilizado......................................................................................... 36 4.6.2 Malha............................................................................................................. 37 4.6.3 Condições de contorno.................................................................................. 38 4.6.4 Resultados..................................................................................................... 39 5 ANÁLISE PARAMÉTRICA ........................................................................... 44 5.1 Introdução...................................................................................................... 44 5.2 Estudo da Influência da Profundidade da Corrosão na Capacidade de Carga............................................................................................................. 5.3 44 Estudo da Influência do Comprimento Longitudinal da Corrosão na 48 ii Capacidade de Carga.................................................................................... 5.4 Estudo da Influência do Comprimento Circunferencial da Corrosão na Capacidade de Carga.................................................................................... 51 5.5 Estudo da Influência da Variação do Raio do Duto na Capacidade de Carga............................................................................................................. 52 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ................................................................. 56 6.1 Conclusões.................................................................................................... 56 6.2 Sugestões para Trabalhos Futuros............................................................... 57 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 59 iii LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 Oleoduto rompido por corrosão em Campinas, 1990 (CETESB, 2002).................................................................................................. Figura 1.2 02 Rompimento do gasoduto (GLP) por ação de terceiros, Barueri 2001................................................................................................... 03 Figura 2.1 Curva tensão-deformação do aço X65 (Choi et al., 2003)................. 17 Figura 3.1 Corrosão............................................................................................ 20 Figura 3.2 Corrosão parabólica.......................................................................... 21 Figura 3.3 Corrosão retangular.......................................................................... 21 Figura 4.1 Geometria dos espécimes (Choi et al., 2003)................................... 27 Figura 4.2 Malha com corrosão retangular (Choi et al., 2003)............................ 30 Figura 4.3 Malha com corrosão semi-elíptica (Choi et al., 2003)........................ 30 Figura 4.4 Geometria do elemento SHELL63 (ANSYS, 2005)........................... 32 Figura 4.5 Tensões no elemento SHELL63 (ANSYS, 2005).............................. 32 Figura 4.6 Malha do duto sem corrosão (ANSYS, 2005).................................... 33 iv Figura 4.7 Condições de contorno do duto sem corrosão (ANSYS, 2005)......... 34 Figura 4.8 Geometria do elemento SHELL93 (ANSYS, 2005)........................... 36 Figura 4.9 Tensões no elemento SHELL93 (ANSYS, 2005).............................. 37 Figura 4.10 Malha utilizada para os dutos com corrosão retangular (ANSYS, 2005)................................................................................................. Figura 4.11 38 Condições de contorno do duto com corrosão retangular (ANSYS, 2005).................................................................................................. 39 Figura 4.12 Espécime DB - Tensão máxima de 468 MPa.................................... 41 Figura 4.13 Espécime DB - Tensão máxima de 538 MPa.................................... 41 Figura 4.14 Espécime DB - Tensão máxima de 605 MPa.................................... 42 Figura 4.15 Espécime DB - Tensão máxima de 673 MPa.................................... 42 Figura 4.16 Espécime DB - Distribuição final de tensões..................................... 43 Figura 5.1 Pressão de ruptura versus d / t ......................................................... 45 Figura 5.2 Distribuição das tensões de von Mises no modelo 1......................... 46 Figura 5.3 Distribuição das tensões de von Mises no modelo 2......................... 47 v Figura 5.4 Comparação entre a análise numérica e os métodos empíricos variando-se d / t ................................................................................. 48 Figura 5.5 Pressão de ruptura versus a / Rt .................................................... Figura 5.6 Comparação entre a análise numérica e os métodos empíricos variando-se a / Rt ............................................................................ 49 50 Figura 5.7 Pressão de ruptura versus c / πR ....................................................... 52 Figura 5.8 Pressão de ruptura versus R / t ......................................................... 53 Figura 5.9 Comparação entre a análise numérica e os métodos empíricos variando-se R / t ................................................................................. vi 54 LISTA DE TABELAS Tabela 1.1 Acidentes por falhas em dutos no estado de São Paulo (CETESB, 2002)..................................................................................................... 02 Tabela 1.2 Principais acidentes ocorridos por falhas em dutos no Brasil de 1983 a 2004 (AMBIENTEBRASIL, 2002)...................................................... 04 Tabela 4.1 Geometria da corrosão dos espécimes (Choi et al., 2003).................. 28 Tabela 4.2 Pressões de ruptura dos espécimes (Choi et al., 2003)....................... 28 Tabela 4.3 Resultados das análises numéricas de Choi et al. ( 2003)................... 30 Tabela 4.4 Resultados da análise elástica linear de duto sem corrosão................ 35 Tabela 4.5 Resultados da análise de dutos corroídos............................................ 40 Tabela 4.6 Evolução do carregamento para o espécime DB................................. 41 Tabela 5.1 Pressão de ruptura com variação do parâmetro d / t ........................... 45 Tabela 5.2 Comparação entre a análise numérica e os métodos experimental e empíricos variando-se d / t ................................................................... Tabela 5.3 Pressão de ruptura com variação do parâmetro a / Rt ...................... 47 49 Tabela 5.4 Comparação entre a análise numérica e os métodos experimental e empíricos variando-se a / Rt .............................................................. vii 50 Tabela 5.5 Pressão de ruptura com variação do parâmetro c / πR ........................ 51 Tabela 5.6 Pressão de ruptura com variação do parâmetro R / t ........................... 53 Tabela 5.7 Comparação entre a análise numérica e os métodos experimental e empíricos variando-se R / t ................................................................... viii 54 LISTA DE SÍMBOLOS a Comprimento longitudinal da corrosão c Comprimento circunferencial da corrosão d Profundidade da corrosão D Diâmetro externo do duto L Comprimento do duto R Raio do duto t Espessura do duto {L} Matriz divergente {LT} Transposta da matriz divergente {σ} Matriz de tensões internas {ε} Matriz de deformações {u} Vetor de deslocamentos W int Soma dos trabalhos virtuais das forças internas W ext Soma dos trabalhos virtuais das forças externas {N} Matriz que contém as funções de forma ou de interpolação {u(n)} Vetor de deslocamentos nodais {K} Matriz de rigidez da estrutura {F} Vetor de forças σy Tensão de escoamento unidirecional do material σu Tensão última do material σe Tensão equivalente ou efetiva ix σ1 Tensão principal na direção 1 σ2 Tensão principal na direção 2 σ3 Tensão principal na direção 3 ν Coeficiente de Poisson r Raio em um ponto qualquer da seção transversal do duto ri Raio interno do duto re Raio externo do duto rm Raio médio do duto pi Pressão interna aplicada no duto σr Tensão radial σθ Tensão tangencial σ zz Tensão axial Ε Deformação A0 Área longitudinal original da região corroída A1 Área longitudinal da parte corroída Pmáx Pressão máxima P0 Pressão de referência α Fator que depende da forma considerada para a corrosão M Fator de dilatação ou fator Folias Pr Pressão de ruptura dos ensaios experimentais de Choi et al. (2003) PAEF Pressão máxima obtida com o MEF no trabalho de Choi et al. (2003) PMEF Pressão máxima obtida com o MEF no presente trabalho x RESUMO A corrosão é um dano que ocorre freqüentemente em dutos metálicos para transporte de óleo e gás ao longo do seu tempo de operação. Este dano acarreta uma perda de material na região afetada, causando comprometimento de sua integridade estrutural, diminuindo sua capacidade de carga e podendo levar à ruptura. Portanto, o estudo do comportamento de dutos corroídos e de sua resistência remanescente é de fundamental importância para avaliar suas condições de operação de forma segura. Existem alguns métodos empíricos, em geral, conservadores e limitados, encontrados na literatura. Porém, há necessidade do desenvolvimento de métodos alternativos, capazes de simular o comportamento da estrutura de uma maneira mais próxima da real, o que pode ser feito utilizando-se métodos numéricos. Este trabalho visa a análise do comportamento de dutos depois de iniciado o processo corrosivo, por meio de uma modelagem numérica baseada no Método dos Elementos Finitos. Considera-se o regime elastoplástico, com o critério de escoamento de von Mises. São utilizados elementos do tipo casca, com a finalidade de estudar a variação de alguns parâmetros, tais como as dimensões das partes corroídas e do duto, na sua capacidade de carga. Os resultados obtidos com a análise numérica são comparados com resultados experimentais encontrados na literatura e com resultados de métodos empíricos. Palavras-chave: corrosão, dutos, método dos elementos finitos. xi ABSTRACT The corrosion is a damage that frequently occurs in pipelines used to oil and gas transportation. This damage causes loss of material in the corroded region, affecting its structural integrity, causing a decrease in its load capacity and being able to lead to the rupture. Therefore, the study of the behavior of corroded pipelines and its remaining strenght is of great importance to evaluate its operating conditions in a safe form. Some empirical methods, in general, conservatives and limited, are found in the literature. However, the development of alternative methods is necessary, in order to simulate the behavior of the structure in a way next to the real, which can be made using numerical methods. This work aims the analysis of the pipeline behavior after the corrosive process have been initiated, by means of a numerical modeling with the Finite Element Method. The elastoplastic analysis is carried out, with von Mises yield criterion. Shell elements are used to study the variation of some parameters, such as corroded parts and pipeline dimensions, in its load capacity. The results obtained with the numerical analysis are compared with experimental results found in the literature and also with results obtained from empirical methods. Keywords: corrosion, pipelines, finite element method. xii Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 1 ____________________________________________________________________________________ CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 – Motivação Dutos para transporte de petróleo e seus derivados, além de álcool, gás e produtos químicos diversos, por longas distâncias, são tubulações especialmente desenvolvidas e construídas de acordo com normas internacionais de segurança e devem também operar de forma segura. Mesmo construídos e operados dentro dos padrões máximos de segurança internacional, os dutos estão sujeitos a danos, como a corrosão, o que diminui gradativamente sua capacidade de carga, podendo levar à ruptura. Em função da alta pressão com que os produtos são bombeados e da periculosidade das substâncias transportadas, os conseqüentes danos ambientais e sócio-econômicos geralmente são enormes. Os acidentes causados por rompimento de tubulações como dutos ocasionam diversos impactos negativos ao ambiente, tais como contaminação de solos, subsolos, corpos de água e danos a animais e vegetais. No ambiente urbano, atinge a população em função dos fortes odores das substâncias liberadas, bem como a contaminação do lençol freático e de córregos subterrâneos. Quando se avalia a capacidade de carga de dutos com defeitos, objetiva-se evitar acidentes que poderão ocorrer se os dutos estiverem incapacitados de operar com segurança. A tabela 1.1 apresenta um resumo dos principais acidentes ocorridos em várias cidades do estado de São Paulo ocasionados por rompimento de dutos corroídos e as figuras 1.1 e 1.2 mostram fotos de alguns desses acidentes (CETESB, 2002). UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 2 ____________________________________________________________________________________ Tabela 1.1 – Acidentes por falhas em dutos no estado de São Paulo (CETESB, 2002) Data Local Produto Volume Causa 20/10/1983 S.B. do Campo Gasolina 200 m³ Corrosão 25/02/1984 Cubatão Gasolina 1.200 m³ Corrosão 1.000 m³ Corrosão 12/10/1998 S. J. dos Campos Óleo combustível 28/02/2000 Cubatão Óleo combustível 500 litros Corrosão 30/05/2001 Barueri Óleo combustível 200 m³ Corrosão 18/02/2004 São Sebastião Petróleo Não Estimado Corrosão Figura 1.1 - Oleoduto rompido por corrosão em Campinas, 1990 (CETESB, 2002) UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 3 ____________________________________________________________________________________ Figura 1.2 – Rompimento de gasoduto (GLP) por ação de terceiros, Barueri, 2001 (CETESB, 2002) De acordo com a CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), a maioria dos acidentes com dutos ocorrem pela ação de terceiros e a segunda causa é a corrosão. Na tabela 1.2, estão relacionados os principais acidentes que ocorreram no Brasil (Ambientebrasil, 2002). Esses dados mostram a importância de estudos para prevenção de acidentes desse tipo, devendo-se determinar a resistência remanescente de dutos corroídos, com a finalidade de se determinar até que ponto podem continuar operando. Algumas empresas, como a PETOBRAS, que está ligada diretamente à produção de petróleo, vêm desenvolvendo uma série de projetos na prevenção e no combate a acidentes ambientais nas suas instalações em todo o país. Além disso, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) tem a finalidade de promover a regulação, a contratação, a monitoração e a fiscalização das atividades integrantes da indústria de petróleo. O IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), que conta hoje com 187 empresas associadas, compreendendo companhias que atuam nos ramos da cadeia de petróleo, petroquímica, gás, bens e serviços, desenvolve atividades de natureza técnica e institucional, como projetos, estudos, cursos e eventos, sendo um importante fórum de interlocução da indústria petrolífera com os órgãos governamentais nas questões relacionadas à nova regulamentação do setor. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 4 ____________________________________________________________________________________ Tabela 1.2 – Principais acidentes ocorridos por falhas em dutos no Brasil de 1983 a 2004 (Ambientebrasil, 2002) DATA Outubro de 1963 Fevereiro de 1984 10 de março de 1997 13 de outubro de 1998 6 de agosto de 1999 18 de janeiro de 2000 28 de janeiro de 2000 16 de 2000 julho de 16 de fevereiro de 2001 30 de maio de 2001 07 de novembro de 2003 18 de fevereiro de 2004 ACIDENTE 3 milhões de litros de óleo vazam de um oleoduto em Bertioga. 93 mortes e 2.500 desabrigados na explosão de um duto na favela Villa Socó, Cubatão – SP. O rompimento de um duto que liga a Refinaria de Duque de Caxias (RJ) ao terminal da Ilha D’ Água provoca o vazamento de 2,8 milhões de óleo combustível em manguezais na Baía de Guanabara (RJ). Rachadura em um duto que liga a refinaria de São José dos Campos ao Terminal de Guararema, ambos em São Paulo, causa o vazamento de 1,5 milhão de litros de óleo combustível no rio Alambari. Vazamento de 3 mil litros de óleo no oleoduto da refinaria que abastece a Manaus Energia (Reman) atinge o Igarapé no Cururu (AM) e Rio Negro. Danos ambientais ainda não recuperados. O rompimento de um duto que liga a Refinaria de Duque de Caxias (RJ) ao terminal da Ilha D’ Água provocou o vazamento de 1,3 milhão de óleo combustível na Baía de Guanabara. A mancha se espalhou por 40 quilômetros quadrados. Problemas com um duto entre Cubatão e São Bernardo do Campo (SP), provocam o vazamento de 200 litros de óleo diluente. O vazamento foi contido na Serra do Mar antes que contaminasse os pontos de captação de água potável no rio Cubatão. Quatro milhões de litros de óleo foram despejados nos rios Barigüi e Iguaçu, no Paraná, por causa de uma ruptura da junta de expansão de uma tubulação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). O acidente levou duas horas para ser detectado, tornando-se o maior desastre ambiental da indústria petroquímica do Brasil em 25 anos. Rompe um duto , vazando 4.000 mil litros de óleo diesel no Córrego Caninana, afluente do Rio Nhundiaquara. Este vazamento trouxe grandes danos para os manguezais da região, além de contaminar toda flora e fauna. O Ibama rpoibiu a pesca até o mês de março. O rompimento de um duto em Barueri em São Paulo, ocasionou o vazamento de 200 mil litros de óleo que se espalharam por três residências de luxo do Condomínio Tamboré 1 e atingiram as águas do Rio Tietê e do Córrego Cachoeirinha. Cerca de 460 litros de óleo vazaram de uma linha de produção em Riachuelo (32 km de Aracaju), atingindo o rio Sergipe e parte da vegetação da região. A Petrobras foi multada em R$ 1 milhão pela Adema – Administração Estadual do Meio Ambiente. Vazamento de óleo cru poluiu o rio Guaecá e a praia de mesmo nome em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. O acidente aconteceu no oleoduto que liga o Tebar (Terminal Almirante Barroso), em São Sebastião à refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão. As causas do rompimento do oleoduto são desconhecidas. Ainda não se sabe a quantidade de óleo que vazou. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 5 ____________________________________________________________________________________ 1.1.1 – Danos em Dutos É importante que os dutos sejam capazes de suportar os possíveis danos provenientes do meio com o qual ele está interagindo, bem como com o produto que está sendo transportado. Nenhum duto está isento de defeitos, seja de projeto, seja de fabricação, de ação de terceiros, de envelhecimento natural ou mesmo decorrentes de produtos corrosivos. Todo duto tem defeitos, imperfeições que necessariamente deverão ser avaliadas e acompanhadas. Não existe duto com risco zero, pois os defeitos estão sempre presentes. O risco de falhas e anormalidades é permanente. Podem ocorrer vários tipos de defeitos em dutos, como defeitos volumétricos, que estão relacionados com a perda de material metálico e podem ser: corrosão interna, corrosão externa, cava e sulco; defeitos geométricos, relativos à mudança de forma, como: amassamento/mossa, ovalização, enrugamento e flambagem local e defeitos planares, tais como trincas, dupla laminação, desalinhamento de soldas etc. As causas dos defeitos podem ser eventos associados com ações da natureza, tais como erosão, deslizamentos de terra ou movimentação do solo; ação de terceiros, que são eventos associados com perfuração não intencional da linha por empreiteiras durante obras de engenharia na faixa do duto, como também atos de vandalismo, entre outros; falhas operacionais, que são eventos associados com falhas dos operadores, os quais podem ser decorrentes das atividades indevidas durante a transferência de produtos entre diversas instalações (terminais, refinarias, estações intermediárias, etc.) como, por exemplo, sobrepressão e erros nas manobras de válvulas; falhas mecânicas, como eventos associados a defeitos ou mau funcionamento de válvulas, flanges e juntas, bem como desgaste ou fadiga do material e falhas na manutenção, associados com manobras indevidas durante os trabalhos de manutenção das linhas. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 6 ____________________________________________________________________________________ 1.1.2 – Corrosão A corrosão pode ser definida como a interação destrutiva ou a interação que implique na inutilização, de um material com o ambiente, seja por reação química ou por eletroquímica (Cascudo, 1964). Isto ocorre com alguns metais que estão sujeitos a esse tipo de ataque, mesmo quando submetidos a tratamentos que previnam o desgaste e a perda da resistência. Dependendo da natureza do processo, a corrosão pode ser classificada de duas formas: química e eletroquímica. A primeira forma aqui citada é também conhecida por corrosão seca ou oxidação e acontece quando se tem interação gás-metal, formandose uma película de óxido. No caso da corrosão eletroquímica ou aquosa, ocorre por um ataque de natureza eletroquímica em meio aquoso com formação de uma pilha ou célula de corrosão, com eletrólito e diferenças de potencial entre trechos da superfície do metal. Segundo a morfologia, a corrosão pode ser classificada em generalizada, por pite ou sob tensão. A corrosão generalizada ocorre em toda a superfície e pode ser uniforme, lisa e regular, ou não uniforme rugosa e irregular. A segunda também pode ser chamada de puntiforme e é uma corrosão localizada, onde há a formação de pontos de desgaste que evoluem, aprofundando-se no metal. A última, corrosão sob tensão, também é um tipo de corrosão localizada e se dá com uma tensão na estrutura. Também podem ocorrer a corrosão por frestas, seletiva e por esfoliação. A corrosão é um processo natural e resulta da inerente tendência dos metais reverterem para sua forma mais estável, normalmente óxidos. A maioria dos metais é encontrada na natureza na forma de compostos estáveis, como óxidos, sulfetos, silicatos etc, denominados minérios. Durante o processo de extração e refino, é adicionada uma quantidade de energia ao minério para extrair o metal ou metais nele contidos. É esta mesma energia que possibilita o aparecimento de forças capazes de reverter o metal a sua forma primitiva de composto mais estável, ocasionando a corrosão. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 7 ____________________________________________________________________________________ O tipo de corrosão simulada neste trabalho é a corrosão por pite, que ocorre pontualmente em algumas áreas localizadas do duto, afetando a integridade do mesmo. 1.2 – Objetivos Este trabalho tem por objetivo o desenvolvimento de uma modelagem numérica para simulação do comportamento estrutural de dutos metálicos com a finalidade de analisar a capacidade de carga dos dutos corroídos em função da variação de parâmetros relacionados com a geometria das partes corroídas e dimensões dos dutos, utilizando o Método dos Elementos Finitos (MEF). 1.3 – Justificativa Os dutos vêm sendo muito utilizados nos últimos anos no setor petrolífero e uma das formas de se evitar grandes acidentes ambientais é, principalmente, a prevenção. Apesar de sua fabricação requerer cuidados especiais e serem sempre monitorados, os dutos podem ser causas de graves acidentes ambientais porque não estão totalmente imunes à corrosão. Portanto, há necessidade de modelos numérico-computacionais que permitam estimar a capacidade de carga remanescente após o início do processo de corrosão. O trabalho desenvolvido terá aplicação na manutenção de dutos, visando à prevenção de acidentes que possam ocorrer quando a estrutura estiver comprometida por algum processo corrosivo. 1.4 – Revisão Bibliográfica Inicialmente, vários trabalhos foram desenvolvidos com métodos empíricos e, mais recentemente, métodos numéricos vêm sendo utilizados para a análise desse tipo de problema de determinação da resistência remanescente de dutos corroídos. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 8 ____________________________________________________________________________________ Um dos métodos mais antigos e ainda utilizados para avaliação da resistência de dutos corroídos é o método B31G (ASME, 1984). A partir de ensaios experimentais, foram obtidas conclusões a respeito da influência da geometria da corrosão. Este método será descrito no Capítulo 3. Mais tarde, o mesmo foi modificado por Kiefner e Vieth (1989), considerando a geometria da corrosão com um formato entre o parabólico e o retangular, sendo introduzido um fator de 0,85 na formulação, o que originou o nome de 085dL ao método. Posteriormente, o programa RSTRENG foi desenvolvido por Vieth e Kiefner (1993), também com base nesses estudos. Grigory e Smith (1996) realizaram ensaios experimentais com dutos corroídos e submetidos a esforços combinados de pressão interna, flexão e temperatura. Por meio de desgaste mecânico, corrosões retangulares foram simuladas nos espécimes com variações de dimensões e localizações. Mais tarde, Roy et al. (1997) realizaram simulações através do programa ABAQUS (Hibbitt, Karlson & Sorensen, 1988), levando em conta o comportamento elastoplástico do material e a presença de grandes deformações plásticas, variando parâmetros de carregamento. Os valores obtidos foram comparados com os resultados experimentais de Grigory e Smith (1996). Dando continuidade ao trabalho de Grigory e Smith (1996), Smith et al. (1998) realizaram ensaios e simulações para avaliar o efeito do enrugamento quando são variados parâmetros de carregamentos e de geometria da corrosão, concluindo que a pressão interna, a diferença de temperatura, a profundidade e a largura da corrosão são os parâmetros que mais influenciam no enrugamento. Em 1999, é desenvolvido o Método DNV RP-F101 (DNV, 1999), elaborado pela DNV (Det Norske Veritas) com a cooperação da British Gas Technology e o patrocínio de algumas empresas, dentre elas a PETROBRAS. O método foi desenvolvido por meio de ensaios de laboratório e análises por elementos finitos e também está apresentado no Capítulo 3. Wilkowski et al. (2000) utilizaram esforços validados recentemente para verificar as aproximações da equação de tensão comparadas com os fatores de segurança aplicados nas soluções axiais e circunferenciais da carga limite de dutos com falhas, trabalhando com diminuição de áreas locais de tubos e seus componentes. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 9 ____________________________________________________________________________________ Freitas (2001) também estudou a integridade de dutos corroídos, através de comparações entre os métodos ASME B31G, o método Effective Area e o método 085dL, estabelecendo a adequabilidade de cada método, considerando profundidade e comprimento do defeito. Choi et al. (2003) desenvolveram ensaios experimentais e soluções numéricas para carga limite de dutos de gás corroídos, com elementos finitos tridimensionais, levando em consideração a profundidade do defeito, o comprimento e a geometria do duto, utilizando o programa ABAQUS (Hibbitt, Karlson & Sorensen, 1998). Alves (2002) e Alves e Roehl (2003) simularam numericamente ensaios experimentais encontrados na literatura considerando dutos submetidos à pressão interna, momento fletor e cargas axiais, utilizando o programa ABAQUS (Hibbitt, Karlson & Sorensen, 2000). Costa et al. (2003) estudaram dutos com corrosão de forma elíptica e Torres et al. (2003) também estudaram dutos com corrosão de mesma forma, porém com múltiplas corrosões. Zheng et al. (2004) utilizaram expressões modificadas para estimar o momento de flexão limite para dutos corroídos comparando com resultados obtidos com um modelo de elementos finitos elastoplásticos tridimensionais. Netto et al. (2005) também estudaram o efeito dos defeitos de corrosão na pressão de ruptura do duto, através de uma série de experiências em pequena escala e através de um modelo numérico não-linear baseado no método dos elementos finitos. Guimarães (2005) e Guimarães et al. (2005) desenvolveram soluções numéricas para carga limite de dutos corroídos através de simulações com elementos finitos de casca utilizando o programa ANSYS (ANSYS, 2003). 1.5 – Estrutura da Dissertação Esta Dissertação está dividida em sete capítulos. Neste capítulo, Capítulo 1, temse uma visão geral do que será visto no desenvolvimento do trabalho e mostra-se a necessidade desse tipo de estudo de avaliação da capacidade de carga de dutos UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 10 ____________________________________________________________________________________ corroídos nos dias de hoje para as indústrias petrolíferas que têm consciência do risco que há quando se têm operações com dutos. No Capítulo 2, tem-se uma descrição resumida dos métodos e processos aplicados neste trabalho, mostrando-se a teoria básica utilizada, como a formulação básica para a utilização do método dos elementos finitos (MEF), análise elastoplástica, expressões analíticas das tensões para dutos sem defeitos de corrosão e a curva tensão-deformação do aço API X65. Logo após, o Capítulo 3 mostra alguns métodos empíricos para avaliação dos defeitos de corrosão: ASME B31G, 085 dL, Effective Area, DNV RP-F101 e PCORRC. Os ensaios experimentais realizados por Choi et al. (2003) e que serviram como base comparativa para os resultados obtidos nas simulações deste trabalho são apresentados no Capítulo 4, assim como as simulações numéricas desenvolvidas por Choi et al. (2003) e as simulações com dutos não corroídos e com dutos corroídos desenvolvidas no presente trabalho, bem como seus respectivos resultados obtidos com o programa ANSYS (ANSYS, 2005). No Capítulo 5, tem-se um estudo paramétrico, analisando-se a influência da geometria da corrosão na capacidade de carga, assim como a influência da geometria do duto. E por último, no Capítulo 6, têm-se as considerações finais, com as conclusões e sugestões para trabalhos futuros. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 11 ____________________________________________________________________________________ CAPÍTULO 2 TEORIA BÁSICA 2.1 - Introdução Neste Capítulo, apresentam-se as principais considerações teóricas que fornecem embasamento ao presente trabalho. Os Métodos Numéricos têm sido bastante utilizados atualmente e podem ser empregados na resolução de problemas complexos, difíceis de serem resolvidos de forma analítica, como é o caso de dutos corroídos. O Método dos Elementos Finitos, MEF, é uma das grandes ferramentas usadas para solucionar esses tipos de problemas e é o método usado no presente trabalho para a simulação de dutos. As fórmulas básicas para utilização do MEF são mostradas no próximo item. Além disso, apresentam-se as fórmulas analíticas para análise elástica linear de tubos submetidos a uma pressão interna. Como o material do duto analisado possui comportamento elastoplástico, as considerações básicas da análise elastoplástica são também apresentadas e, em seguida, a curva tensão-deformação do material usado, aço API X65. 2.2 – Método dos Elementos Finitos A partir da formulação do MEF (Bathe, 1982; Zienkievicz e Taylor, 1991; Ferrante, 1987), é possível descrever o comportamento de uma estrutura, partindo-se de uma equação integral válida para o domínio da mesma. Esta equação é escrita em forma discretizada, considerando-se o domínio discretizado em elementos que, por sua vez, contêm pontos nodais. Isto permite que as funções envolvidas na análise sejam escritas na forma de uma função aproximada, utilizando-se funções de interpolação para estes elementos. As equações discretizadas são escritas para os graus de liberdade dos pontos nodais, fornecendo um sistema de equações algébricas. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 12 ____________________________________________________________________________________ A malha de elementos finitos, como é chamado o domínio de integração dividido, será adequada se a geometria dos elementos e suas respectivas funções de interpolação forem bem escolhidas. O desenvolvimento da formulação de elementos finitos baseado no Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV) está descrito a seguir, de maneira resumida. Inicialmente, levando-se em consideração a Teoria da Elasticidade, tem-se as equações: {L }{σ }+ {b} = {0} (2.1) {ε } = {L}{u} (2.2) {σ } = {D}{ε } (2.3) T A equação (2.1) representa as três equações de equilíbrio entre as tensões internas e as forças externas, a equação (2.2) relaciona deformações e deslocamentos e a equação (2.3) representa relações constitutivas, que relacionam as tensões e as deformações. Na equação de equilíbrio (2.1), {LT} é a transposta da matriz divergente, {σ} é a matriz das tensões internas e {b} é o vetor das forças de domínio; na equação (2.2), {ε} é a matriz das deformações, {L} é a matriz divergente e {u} é o vetor dos deslocamentos; e em (2.3), {D} é a matriz de constantes elásticas. Pelo PTV, a soma dos trabalhos virtuais das forças internas é igual à soma dos trabalhos virtuais das forças externas: Wint = Wext (2.4) ou seja ∫ δ{ε }{σ}dv = ∫ δ{u }{b}dv T v T (2.5) v UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 13 ____________________________________________________________________________________ Considerando o domínio do problema dividido em elementos, a equação (2.5) pode ser escrita em forma discretizada: ∑ ∫ δ{ε }{σ }dv = ∑ ∫ δ{u } {b }dv m m (e),T (e) (e),T e =1 v e (e) (2.6) e =1 v e onde e refere-se ao elemento considerado e m é o número de elementos. A partir dos deslocamentos nodais e das funções de forma, pode-se escrever os deslocamentos de um ponto qualquer de um elemento na forma aproximada: {u} = {N}{u(n) } (2.7) onde n é o número de pontos nodais, {u} é o vetor de deslocamentos globais do elemento, {N} é a matriz que contém as funções de forma e {u(n)} é o vetor de deslocamentos nodais. Substituindo (2.7) em (2.2), chega-se a {ε} = {B}{u(n) } (2.8) {B} = {L}{N} (2.9) sendo Quando se substitui (2.8) em (2.3), chega-se a {σ } = {D}{B}{u(n) } (2.10) Substituindo-se (2.7), (2.8) e (2.10) em (2.6), obtém-se ∑ ∫ (δ{u ( ) }{B }){( D }{B }{u })dv = ∑ ∫ (δ{u( ) }{N }) {b }dv m m n ,T (e),T (e) (e) (n) e =1 v e Impondo-se n ,T (e),T (e) (2.11) e =1 v e deslocamentos virtuais unitários em cada direção nodal, independentemente, e escrevendo a equação anterior em forma matricial, tem-se UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 14 ____________________________________________________________________________________ {K} {u} = {F} (2.12) onde {K} é a matriz de rigidez da estrutura e {F}, o vetor de forças. Resolvendo-se este sistema de equações, são obtidos os valores dos deslocamentos nodais. Posteriormente, podem ser calculados os valores das tensões nos elementos. No presente trabalho, o domínio de integração é dividido em elementos do tipo casca com oito pontos nodais e seis graus de liberdade por nó. Este tipo de elemento foi escolhido com o intuito de reproduzir o comportamento da estrutura de forma satisfatória, já que o tipo de elemento também influenciará no resultado do problema. Além disso, empregou-se análise não linear, com consideração de elastoplasticidade. Foram simulados dutos corroídos através do programa computacional ANSYS (ANSYS, 2005), que utiliza o MEF para descrever o comportamento da estrutura. Na região corroída, os elementos foram simulados com espessura menor do que na região não corroída, considerando que o material corroído não contribui para a resistência do duto, mas apenas a parte remanescente da espessura contribui para isso. 2.3 - Fórmulas Analíticas para Tubos Apresentam-se, a seguir, as soluções analíticas que permitem a análise de dois casos de dutos sem defeitos de corrosão e submetidos a uma pressão interna. 2.3.1- Caso 1 – Duto de comprimento infinito ou de comprimento finito, tampado e fixo em suas extremidades Quando um duto está submetido apenas a uma pressão interna e tem um comprimento suficientemente grande de modo que não produza deformação longitudinal, tem uma distribuição de tensões expressa por (Branco, 1992; Higdon et al., 1981): σr = 2 ri pi re2 − ri 2 re2 1 − 2 r (2.13) UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 15 ____________________________________________________________________________________ σθ = 2 ri pi re2 − ri 2 σ zz = re2 1 + 2 r (2.14) 2νri pi re2 − ri 2 2 (2.15) onde ν é o coeficiente de Poisson, r representa o raio em um ponto qualquer da seção transversal do duto, ri e re são os raios interno e externo, respectivamente, e pi é a pressão interna no duto. As funções σ r , σ θ e σ zz representam as tensões radial, tangencial e axial, respectivamente, ao longo da espessura do duto. A tensão radial e a tangencial tornam-se máximas na parede interna do duto, quando r = ri : (σ r )max (σ θ )max = = − pi (2.16) pi (re2 + ri 2 ) re2 − ri 2 (2.17) Na parede externa do duto, quando r = re , a tensão radial torna-se nula e a tensão tangencial atinge seu valor mínimo: (σ θ ) min 2ri 2 pi = 2 re − ri 2 (2.18) A tensão axial é constante e, portanto, independe do valor de r . 2.3.2 - Caso 2 – Duto de comprimento finito, tampado e livre em suas extremidades Quando o duto é tampado e livre nas extremidades e possui comprimento pequeno, as tensões radiais e tangenciais são as mesmas do caso 1 e a tensão axial é constante e expressa por (Branco, 1992): UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 16 ____________________________________________________________________________________ σ zz = pi re ri (2.19) 2 − 1 2.4 – Análise Elastoplástica Um material elastoplástico possui um comportamento elástico até um certo limite de tensão, chamado limite de elasticidade, e, após este limite, o seu comportamento torna-se plástico. Para um estado tri-axial de tensões, o limite elástico ocorre quando uma função das tensões atinge o valor da tensão de escoamento diante de uma solicitação de esforços crescentes (Chen, 1988; Hill, 1998; Shames, 1989). Pode-se escrever: σ e = f (σ 1 ,σ 2 ,σ 3 ) = σ y (2.20) em que σ y é a tensão de escoamento unidirecional do material e σ e representa a tensão equivalente ou efetiva, podendo esta definida em termos das tensões principais σ 1 , σ 2 e σ 3 , sendo σ 1 ≥ σ 2 ≥ σ 3 , de acordo com algum critério de escoamento. Existem alguns critérios de escoamento que se aplicam a materiais metálicos, como o critério de Tresca e o de von Mises. No critério de Tresca, o limite elástico é alcançado quando as tensões tangenciais máximas num ponto atingem as tensões tangenciais que se desenvolvem num ensaio de tração simples no início do escoamento. Já no critério de von Mises, utilizado neste trabalho, assume-se que o escoamento ocorre quando a tensão cisalhante efetiva atinge o valor da tensão de escoamento no cisalhamento puro, que corresponde à metade da tensão de escoamento na tração. A tensão efetiva de von Mises é expressa por: UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 17 ____________________________________________________________________________________ σe = 1 2 (σ 1 − σ 2 )2 + (σ 2 − σ 3 )2 + (σ 3 − σ 1 )2 (2.21) Para um estado tri-axial de tensões, podem ser consideradas as seguintes situações para o material: σ e < σ y : regime elástico; σ e = σ y : limite elástico, a partir do qual ocorre o início da plastificação; σ e > σ y : regime plástico. A equação (2.23), que corresponde à tensão efetiva de von Mises, pode ser escrita considerando coordenadas cilíndricas, na forma: σe = 1 2 (σ θ − σ zz )2 + (σ zz − σ r )2 + (σ r − σ θ )2 (2.22) 2.5 – Curva Tensão-Deformação do Material A curva tensão-deformação para o material do duto utilizado neste trabalho, aço API X65, foi obtida por Choi et al. (2003) e está representada na figura 2.1. Figura 2.1 – Curva tensão-deformação do aço API X65 (Choi et al, 2003) UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 18 ____________________________________________________________________________________ Esta curva permite a obtenção de dados do material, como módulo de elasticidade, tensão de escoamento e tensão última. Além disso, a partir de pontos desta curva, foram obtidos valores de deformações e de tensões correspondentes, considerados como dados de entrada desta curva no programa ANSYS (ANSYS, 2005) para as análises elastoplásticas realizadas. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 19 ____________________________________________________________________________________ CAPÍTULO 3 MÉTODOS EMPÍRICOS 3.1 - Introdução Alguns métodos empíricos foram desenvolvidos para a determinação da resistência remanescente de dutos que possuem defeitos de corrosão. O método ASME B31G (ASME, 1984) baseou-se numa série de testes em dutos corroídos reais, que haviam sido tirados de serviço. Estes dutos foram submetidos a uma pressão interna até a ruptura e, com base nos resultados experimentais, foram desenvolvidas expressões matemáticas semi-empíricas baseadas na mecânica da fratura. Porém, os resultados têm sido considerados conservadores, fornecendo valores de pressão de ruptura baixos, o que pode levar à substituição de dutos ainda em condições de operação. Em virtude disto, o método ASME B31G foi modificado por Kiefner e Vieth (1989) com o objetivo de buscar métodos menos conservadores. A forma da corrosão foi considerada mais detalhadamente e novas definições para o fator de dilatação foram admitidas. Com estas modificações, surgiram os métodos RSTRENG 085dL (1989) e RSTRENG Effective Area (1993). O método DNV RP-F101 (DNV, 1999) surgiu a partir da unificação dos estudos feitos pela BG Technology e DNV. Baseia-se em ensaios de laboratório com amostras em escala real em conjunto com análises pelo método dos elementos finitos, consistindo estas em análise tridimensional não-linear. Foi considerada a inclusão de cargas axiais e de flexão, além da pressão interna, e também interação entre defeitos. Para a determinação da pressão de ruptura, estes métodos baseiam-se na seguinte fórmula geral: Pmax A1 1− A 0 = P0 1 − A1 M −1 A0 (3.1) UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 20 ____________________________________________________________________________________ em que: A0 = a t = área longitudinal original da região corroída A1 = α a d = área longitudinal da parte corroída M = fator de dilatação ou fator Folias = fator de correção da geometria da corrosão Pmáx = Pressão de ruptura P0 = Pressão de referência sendo α um fator que depende da forma considerada para a corrosão, a o comprimento longitudinal da corrosão, d a profundidade da corrosão e t a espessura do duto. 3.2 - Método ASME B31G Neste método (ASME, 1984 e 1991), apenas a pressão interna é considerada na determinação da pressão de ruptura. São considerados defeitos curtos quando a ≤ 20 Dt e defeitos longos se a > 20 Dt , sendo D o diâmetro externo do duto. Neste método, quando o defeito é curto, considera-se o mesmo na forma parabólica e tem-se α = 2/3. Em defeitos longos, considera-se o defeito na forma retangular, sendo α = 1. Nas figuras 3.1 a 3.3 estão representadas as formas de corrosão assumidas, dependendo do defeito considerado, onde a é o comprimento longitudinal da corrosão, A é a área, d é a profundidade e t a espessura da parede. Figura 3.1 - Corrosão UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 21 ____________________________________________________________________________________ Figura 3.2 – Corrosão parabólica Figura 3.3 - Corrosão retangular a) Para defeitos curtos (figura 3.2): Pmáx 2d 1,1σ y 2t 1 − 3 t = D 2 d −1 1− M 3 t (3.2) onde σ y é a tensão de escoamento do material e tem-se também UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 22 ____________________________________________________________________________________ 2 a M = 1 + 0,8 Dt 1/ 2 (3.3) b) Para defeitos longos (figura 3.3): P máx = 1,1σ y 2t d 1 − D t (3.4) Neste caso, M tende a infinito. 3.3 - Método 085dL ou ASME B31G Modificado Este método (Kiefner e Vieth, 1989) utiliza o fator empírico de 0,85 para representar uma forma de corrosão entre a parabólica e a retangular. Considera-se apenas a pressão interna e, neste caso: Pmáx d 1 − 0,85 2t t = (σ y + 69) D d −1 1 − 0,85 t M (3.5) A pressão e a tensão são em MPa e as expressões para M são mostradas a seguir: a) Para defeitos curtos, onde a ≤ 50 Dt : 2 a2 a2 M = 1 + 0,6275 − 0,003375 Dt Dt 1/ 2 (3.6) b) Para defeitos longos, onde a > 50 Dt : M = 3,3 + 0,032 a2 Dt (3.7) 3.4 - Método Effective Area Neste método (Vieth e Kiefner, 1993), são considerados a área e o comprimento efetivos da corrosão e a ruptura é controlada pela tensão de escoamento do material acrescida de 69MPa, que foi um valor determinado experimentalmente. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 23 ____________________________________________________________________________________ Este método se baseia em definir diversos defeitos de comprimentos variados, contidos todos dentro do comprimento total do defeito, L, e calcular a pressão de ruptura para cada um deles. Cada um dos comprimentos de defeito (L1, L2,..., Ln ) é denominado de Lefetivo e a sua respectiva área corroída de Aefetiva. A área original da região corroída, Ao , para cada Lefetivo é dada por Ao = Lefetivo . t, onde t é a espessura da parede do duto. Pmáx Aefetiva 1− A0 2t = (σ y + 69) Aefetiva −1 D M 1 − A0 (3.8) Neste método, para defeitos curtos tem-se aefetivo ≤ 50 Dt e para defeitos longos, aefetivo > 50 Dt . A pressão e a tensão são em MPa e as expressões para M são mostradas a seguir. a) Para defeitos curtos: L2efetivo L2efetivo M = 1 + 0,6275 − 0,003375 Dt Dt 2 1/ 2 (3.9) b) Para defeitos longos: M = 3,3 + 0,032 2 a efetivo Dt (3.10) 3.5 - Método DNV RP-F101 Este método (DNV, 1999) é uma recomendação para avaliação de dutos com corrosão interna e externa no material base, em soldas circunferenciais ou longitudinais, em perda de metal reparados por esmerilhamento, com perfil suave e sem presença de trincas. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 24 ____________________________________________________________________________________ O método DNV RP-F101 foi estruturado em duas partes, dependendo do critério de segurança a ser adotado. Na primeira alternativa, parte A, são consideradas as incertezas associadas à espessura da corrosão e às propriedades do material. A pressão admissível operacional é calculada por meio de equações probabilísticas. A segunda alternativa, parte B, toma como base o conceito de tensões admissíveis. A pressão de falha é calculada e, depois, multiplicada por um fator baseado no fator de projeto original. As incertezas relacionadas à profundidade da corrosão são deixadas a critério do analista. 3.5.1- Parte A: Fatores parciais de segurança Os fatores parciais de segurança são baseados no critério de segurança adotado na DNV Offshore Standard OS-F101, Submarine Pipeline Systems e são determinados através de tabelas que consideram classes de segurança, qualidade do duto, método de inspeção e precisão. Estas classes de segurança são: baixa, normal e alta. A classe normal é aplicável a dutos de óleo e gás. A classe alta refere-se a dutos localizados em plataformas, onde existem muitas atividades humanas e, por último, a classe baixa é para dutos que se localizam em alto mar. 3.5.2- Parte B: Tensões admissíveis (ASD – Allowable Stress Design) A pressão máxima admissível de operação é determinada aplicando-se um fator de segurança após o cálculo da pressão de ruptura. As considerações quanto às incertezas associadas às dimensões do defeito ficam por conta do analista. A pressão de ruptura de dutos com defeitos simples e sujeitos somente à pressão interna é dada pela seguinte formulação: UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 25 ____________________________________________________________________________________ Pmáx D − t d −1 1− M t d 1− σ 2t t = u (3.11) onde σ u é a tensão última e M é o fator de dilatação, expresso pela seguinte equação: a2 M = 1 + 0,31 Dt 1 2 (3.12) 3.6 - Método PCORROC O método PCORRC (Pipeline CORRosion Criterion) foi desenvolvido por Stephens et al. (1999) e teve como base observações experimentais para o desenvolvimento de um código de elementos finitos para a determinação da carga limite de dutos corroídos de aços de moderada a alta resistência, que falham através do colapso plástico quando submetidos a uma pressão interna. Foram desenvolvidas séries de análises pelo MEF e foi considerado que a ruptura destes dutos é controlada por sua resistência última à tração. Neste caso, a pressão de ruptura é expressa por: Pmáx = σ u 2t d 1− M D t (3.13) em que: a M = 1 − exp − 0,157 d D(t − ) 2 (3.14) UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 26 ____________________________________________________________________________________ CAPÍTULO 4 SIMULAÇÕES NUMÉRICAS 4.1 - Introdução Neste Capítulo, são apresentadas as simulações numéricas realizadas neste trabalho, tanto para dutos corroídos como para dutos não corroídos. Estas simulações se basearam nos ensaios experimentais realizados por Choi et al. (2003), com a finalidade de validar os resultados numéricos com resultados experimentais. Os dados geométricos e de material dos espécimes usados nos ensaios experimentais realizados por Choi et al. (2003) são apresentados inicialmente, bem como os valores das pressões de ruptura obtidas. Choi et al. ensaiaram uma série de dutos fabricados com aço API X65, com vários tipos de corrosões produzidas mecanicamente. Os espécimes foram submetidos a uma pressão interna, cujo valor aumentava gradualmente, até que fosse atingida a ruptura. Cada espécime teve sua extremidade tampada e soldada para permitir elevada pressão interna. Além disso, são apresentados os resultados numéricos de Choi et al. (2003), que utilizaram o programa comercial ABAQUS (Hibbitt, Karlson & Sorensen, 1998), baseado no Método dos Elementos Finitos, para simular computacionalmente o comportamento dos mesmos dutos dos seus ensaios experimentais. Consideraram várias tensões de referência para a determinação de um critério de falha. Em seguida, apresentam-se os resultados de simulações de dutos não corroídos e, posteriormente, de dutos corroídos, realizadas no presente trabalho com a utilização do programa ANSYS (ANSYS, 2005), também baseado no Método dos Elementos Finitos. Os dutos foram considerados com mesmo material e geometria dos dutos ensaiados por de Choi et al. (2003) e os resultados das simulações pelo MEF foram comparados com os resultados dos ensaios experimentais. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 27 ____________________________________________________________________________________ 4.2 – Dimensões e Geometria das Corrosões dos Tubos Ensaiados por Choi et al. (2003) Nos ensaios de Choi et al. (2003), os defeitos de corrosão foram produzidos mecanicamente e em forma retangular, com os cantos arredondados para evitar alta concentração de tensões. Os tubos ensaiados, inicialmente com 12m de comprimento, foram divididos em espécimes com comprimento L = 2,3m, diâmetro D = 762mm e espessura t= 17,5mm. Na figura 4.1, mostra-se, esquematicamente, a geometria do duto e da corrosão considerada na análise. Figura 4.1 – Geometria dos espécimes (Choi et al., 2003) A tabela 4.1 descreve a geometria dos defeitos de corrosão que foram provocados nos espécimes para simular um comportamento próximo do real, onde c é a largura do defeito, a é o comprimento longitudinal e d, a profundidade da corrosão. A nomenclatura dos espécimes foi feita considerando as variações dos parâmetros. Nos espécimes DA, DB e DC, variou-se a espessura do duto, d, já nos espécimes LA e LC, o parâmetro variado foi o comprimento longitudinal da corrosão, a, e em CB e CC, foi considerada a variação do comprimento circunferencial da corrosão, c. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 28 ____________________________________________________________________________________ Tabela 4.1 – Geometria da corrosão dos espécimes (Choi et al., 2003) a c d (mm) (mm) (mm) DA 200 50 4,4 (25%) DB 200 50 8,8 (50%) DC 200 50 13,1 (75%) LA 100 50 8,8 (50%) LC 300 50 8,8 (50%) CB 200 100 8,8 (50%) CC 200 200 8,8 (50%) ESPÉCIME 4.3 – Resultados dos Ensaios Experimentais de Choi et al. (2003) Os resultados das pressões de ruptura obtidas nos ensaios realizados por Choi et al. (2003), indicadas por Pr. estão apresentados na tabela 4.2. Tabela 4.2 – Pressões de ruptura dos espécimes (Choi et al., 2003) Espécime Pr (MPa) DA 24,11 DB 21,76 DC 17,15 LA 24,30 LC 19,80 CB 23,42 CC 22,64 UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 29 ____________________________________________________________________________________ Todos os espécimes apresentaram deformação saliente ao redor do defeito e a falha ocorreu na base do defeito como uma fissura na direção longitudinal. Concluiu-se que a variação da espessura, d, e do comprimento longitudinal, a, do defeito influenciam a pressão de ruptura, como pode ser observado na tabela 4.2. A largura do defeito, c, no entanto, causa um efeito insignificante na pressão de ruptura. Como a pressão interna produz tensão tangencial muito maior do que a tensão axial, esta tendência parece razoável. A ruptura foi precedida por uma deformação em forma de bolha em torno da região do defeito, que é típica para materiais de dutos de média a alta resistência. A área do defeito apresentou uma redução significativa da espessura ao longo da fissura, provavelmente causada por um estreitamento local antes do colapso. Em todos os espécimes, a falha foi controlada pelo colapso plástico, não houve fratura. 4.4 – Resultados das Análises Numéricas de Choi et al. (2003) Choi et al. (2003) fizeram simulações computacionais pelo MEF utilizando o programa comercial ABAQUS (Hibbitt, Karlson & Sorensen, 1998), considerando os mesmos dutos dos ensaios experimentais e empregando elementos tridimensionais isoparamétricos com 20 pontos nodais. As malhas utilizadas por Choi et al. para a corrosão retangular e para a corrosão semi-elíptica estão representadas nas figuras 4.2 e 4.3, respectivamente. Os resultados das análises numéricas de Choi et al. (2003) com dutos com corrosão retangular, o tipo mais severo de corrosão, estão apresentados na tabela 4.3, onde se observa a relação entre a pressão máxima obtida nessas simulações numéricas, indicadas por PAEF , e a pressão de ruptura dos ensaios experimentais, Pr.. Foram consideradas as tensões de referência σ y , 0,8 σ u , 0,9 σ u e σ u , sendo σ y a tensão de escoamento unidirecional do material e σ u a tensão última do mesmo. Esses resultados mostram que a tensão de referência mais adequada foi de 90% de σ u . Estabeleceram, assim, o critério de falha para esta situação, considerando que a falha UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 30 ____________________________________________________________________________________ ocorre quando a tensão efetiva de von Mises no ponto mais solicitado da corrosão atinge 90% da tensão última do material, σ u . Já no caso da corrosão semi-elíptica, que simula melhor como ocorrem as corrosões na prática, o critério de falha adotado considera a tensão de referência igual a 0,8 σ u (Choi et al. ,2003). Figura 4.2 – Malha com corrosão retangular (Choi et al., 2003) Figura 4.3 – Malha com corrosão semi-elíptica (Choi et al., 2003) Tabela 4.3 – Resultados das análises numéricas de Choi et al. ( 2003) PAEF/Pr Espécime Pr (MPa) σy 0,8 σ u 0,9 σ u σu DA 24,11 0,81 0,99 1,01 1,01 DB 21,76 0,66 0,95 1,04 1,10 DC 17,15 0,42 0,86 0,95 1,05 UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 31 ____________________________________________________________________________________ LA 24,30 0,68 0,95 1,00 1,01 LC 19,80 0,61 0,88 0,98 1,06 CB 23,42 0,57 0,86 0,93 1,00 CC 22,64 0,59 0,88 0,95 1,02 4.5 – Simulações com Dutos Não Corroídos No presente trabalho, foram feitas, inicialmente, simulações dos dutos ensaiados por Choi et al. (2003), sem considerar a corrosão, utilizando o método dos elementos finitos com elementos de casca, a fim de comparar os resultados assim obtidos com os resultados correspondentes da solução analítica. Os dados geométricos considerados na simulação dos dutos representados na figura 4.1 empregando elementos de casca são os seguintes: • Comprimento: L = 1150 mm • Espessura: t = 17,5 mm • Raio médio: rm = 372,25 mm O dados do material considerado, aço API X65, são apresentados a seguir, sendo os valores do módulo de elasticidade, da tensão de escoamento e da tensão última obtidos a partir do gráfico da figura 2.1. • Coeficiente de Poisson :ν = 0,3 • Módulo de elasticidade: E = 203 GPa • Tensão de escoamento: σ y = 468 MPa • Tensão última: σ u = 673 MPa Neste caso, foi aplicada uma pressão interna pi de 1 MPa. 4.5.1 – Elemento utilizado O elemento utilizado na simulação dos dutos sem defeitos de corrosão foi o elemento de casca com aproximação linear SHELL63 (ANSYS, 2005). A figura 4.4 mostra a geometria do elemento, bem como a localização dos nós e o sistema de coordenadas locais e globais. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 32 ____________________________________________________________________________________ Figura 4.4 – Geometria do elemento SHELL63 (ANSYS, 2005) Este elemento possui quatro nós e seis graus de liberdade por nó, sendo três translações e três rotações. Como este tipo de elemento não possui nós localizados no topo e nem na base da estrutura, mas somente na superfície média, são calculados os esforços resultantes nesta superfície. A figura 4.5 ilustra as tensões e os esforços resultantes, que incluem momentos fletores em relação aos eixos x e y (MX e MY), momento torsor (MXY), forças cisalhantes (NX, NY e TXY) e forças normais (TX e TY). Figura 4.5 – Tensões no elemento SHELL63 (ANSYS, 2005) UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 33 ____________________________________________________________________________________ 4.5.2 – Malha Devido à simetria existente em relação a três planos, apenas a oitava parte do duto foi discretizada neste caso. A figura 4.6 mostra a malha utilizada na simulação, com 231 elementos e 264 pontos nodais, que foi obtida fazendo-se análise de convergência. Figura 4.6 – Malha do duto sem corrosão (ANSYS, 2005) 4.5.3 – Condições de contorno Foram simulados dois casos de condições de contorno, os quais são detalhados a seguir. Para o caso 1, em que o tubo foi considerado com os topos fechados e fixo nas extremidades, a representação das restrições no contorno está apresentada na figura 4.7. Nas linhas L1, L2 e L3, as condições de contorno foram aplicadas levando-se em conta as condições de simetria. Em L1, foi impedido o deslocamento na direção do eixo x; em L2, impediu-se o deslocamento na direção de y e, em L3, foram impedidos o deslocamento na direção de z e a rotação em torno de z. Na linha L4, considerando o UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 34 ____________________________________________________________________________________ tubo tampado e fixo nessa extremidade, foram também impedidos o deslocamento na direção de z e a rotação em torno de z. Para o caso 2, em que o tubo foi considerado com os topos fechados e simplesmente apoiado, foram consideradas as mesmas condições de contorno usadas no caso 1 para as linhas L1, L2 e L3 e, em L4, restringiu-se apenas a rotação em torno do eixo z e aplicou-se uma pressão de linha p L , equivalente à pressão exercida na tampa lateral do duto. Esta pressão de linha foi calculada pela seguinte expressão: pL = p i π ri 2 2 π rm (4.1) sendo ri o raio interno do duto. Considerando pi = 1 MPa, tem-se, para os dados do duto analisado, p L = 177,48 N / mm . L1 L4 L3 L2 Figura 4.7 – Condições de contorno do duto sem corrosão (ANSYS, 2005) UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 35 ____________________________________________________________________________________ 4.5.4 – Resultados A tabela 4.4 mostra os resultados da análise elástica linear do duto sem corrosão, submetido a uma pressão interna de 1 MPa, com o elemento de casca SHELL63 (ANSYS, 2005), para os dois casos apresentados no item 2.3. Pode-se observar uma boa aproximação dos resultados obtidos quando comparados com as respectivas soluções analíticas. Tabela 4.4 – Resultados da análise elástica linear de duto sem corrosão Erro de CASOS TIPO DE ANÁLISE (σ θ )máx (σ r )máx σ zz (σ e )máx (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) σe em relação à solução analítica (%) CASO 1 CASO 2 ANALÍTICA 21,28 -1,00 6,08 19,72 MEF 21,22 -1,00 6,36 19,60 ANALÍTICA 21,28 -1,00 10,14 19,30 MEF 21,22 -1,00 10,14 19,24 0,60 0,31 4.6 – Simulações com Dutos Corroídos Foram realizadas simulações pelo MEF com dutos corroídos, empregando elementos de casca, com a finalidade de avaliar a resistência remanescente dos mesmos e o tipo de corrosão analisada foi a isolada e de forma retangular, considerada na parte superior do duto. Os dados geométricos e de material do duto são os mesmos dos utilizados por Choi et al. (2003) e indicados no item 4.5. Porém, neste caso, a pressão interna total aplicada nos espécimes foi de 26 MPa, sendo aplicada gradualmente. Os dados geométricos da parte corroída, considerados na análise pelo MEF no presente trabalho, são os mesmos dos espécimes ensaiados por Choi et al. (2003) e apresentados na tabela 4.1. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 36 ____________________________________________________________________________________ Os resultados assim obtidos foram comparados com os resultados correspondentes aos ensaios experimentais de Choi et al. (2003). 4.6.1 - Elemento utilizado O elemento utilizado na simulação dos dutos com corrosão foi o elemento de casca com aproximação quadrática SHELL93 (ANSYS, 2005). A figura 4.8 mostra a geometria do elemento, bem como a localização dos nós e o sistema de coordenadas locais e globais do elemento. Este tipo de elemento permite variação da espessura, sendo esta variação determinada pelos valores fornecidos para os quatro nós situados nos cantos do elemento; porém, a espessura só pode variar em até duas vezes o raio de curvatura do elemento. Pressões de superfície podem ser introduzidas nas faces do elemento, como mostrado na figura 4.8 pelos números circulados, e temperaturas diferentes também podem ser consideradas nos nós do elemento. Este elemento possui oito nós e seis graus de liberdade por nó, sendo três translações e três rotações. Permite a consideração de plasticidade, grandes deslocamentos e grandes deformações. Figura 4.8 – Geometria do elemento SHELL93 (ANSYS, 2005) UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 37 ____________________________________________________________________________________ Assim como o elemento SHELL63 (ANSYS, 2005), este elemento também não possui nós localizados no topo e nem na base da estrutura. A figura 4.9 ilustra as tensões e os esforços resultantes, que incluem momentos fletores em relação aos eixos x e y (MX e MY), momento torsor (MXY), forças cisalhantes (NX, NY e TXY) e forças normais (TX e TY). Figura 4.9 – Tensões no elemento SHELL93 (ANSYS, 2005) 4.6.2 – Malha Devido à simetria existente em relação a dois planos, apenas a quarta parte do duto foi discretizada neste caso. A malha utilizada é mostrada na figura 4.10 e possui 864 elementos e 926 pontos nodais, devendo-se observar que é mais refinada na parte que corresponde à região corroída. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 38 ____________________________________________________________________________________ Figura 4.10 – Malha utilizada para os dutos com corrosão retangular (ANSYS, 2005) 4.6.3 – Condições de contorno Na figura 4.11, podem-se observar as condições de contorno consideradas neste caso. Como a corrosão está localizada na parte superior do duto, têm-se apenas dois planos de simetria, isto é, os planos yz e xy. Portanto, considerando a simetria, nas linhas L1 e L2, foi impedido o deslocamento na direção do eixo x e na linha L3 foram impedidos o deslocamento em z e a rotação em torno de z. Em L4, impediu-se a rotação na direção de z e aplicou-se uma pressão de linha conforme mencionado no item 4.5.3. Além disso, impediu-se o movimento de corpo rígido na direção de y. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 39 ____________________________________________________________________________________ L1 L4 L3 L2 Figura 4.11 – Condições de contorno do duto com corrosão retangular (ANSYS, 2005) 4.6.4 – Resultados Foi realizado um estudo com os modelos de espécimes DA, DB, DC, LA, LC, CB E CC da tabela 4.1, ensaiados por Choi et al. (2003), considerando, como tensões de referência, σ y , 0,8 σ u , 0,9 σ u e σ u . Os resultados obtidos encontram-se na tabela 4.6, onde Pr representa a pressão de ruptura obtida nos ensaios experimentais de Choi et al. (2003) e PMEF representa a tensão máxima obtida pelo MEF neste trabalho, para cada tensão de referência considerada. Além disso, apresenta-se a diferença percentual de PMEF considerando 0,9 σ u como tensão de referência em relação a Pr . UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 40 ____________________________________________________________________________________ Tabela 4.5 – Resultados da análise de dutos corroídos PMEF Geometria da (MPa) corrosão Espécimes Pr (MPa) Tensões de referência a c d (mm) (mm) (mm) σy 0,8σ u 0,9σ u σu DA 24,11 200 50 4,4 16,76 23,73 25,22 * DB 21,76 200 50 8,8 11,41 19,11 21,34 23,14 DC 17,15 200 50 13,1 6,50 14,64 16,72 18,72 LA 24,30 100 50 8,8 13,16 22,90 24,34 25,27 LC 19,80 300 50 8,8 11,39 16,95 19,30 21,40 CB 23,42 200 100 8,8 11,96 18,04 20,61 22,65 CC 22,64 200 200 8,8 11,70 16,46 17,73 19,66 Pode-se observar, na tabela 4.5, que os resultados da pressão máxima calculados com o MEF que mais se aproximaram dos experimentais foram os correspondentes a 0,9 σ u e a σ u . Baseado nestes resultados, será considerado, no próximo Capítulo, que ocorre a falha no duto quando a tensão de von Mises atinge 0,9 σ u . Na tabela 4.6, pode-se observar a evolução do carregamento, até as tensões de referência consideradas, para o espécime DB. As dimensões da corrosão deste espécime foram tomadas como base para as variações consideradas nas dimensões da parte corroída nas simulações que serão analisadas no próximo capítulo. As figuras 4.12 a 4.15 ilustram a distribuição de tensões neste mesmo espécime para as tensões UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 41 ____________________________________________________________________________________ indicadas na tabela 4.7. Pode-se observar o aumento gradual das tensões em toda a estrutura à medida que a pressão aplicada aumenta e a concentração de tensões na região corroída. Tabela 4.6 – Evolução do carregamento para o espécime DB Carregamento 44% Tensão de referência σy (468 MPa) 73,5% 0,8σ u (538 MPa) 82% 0,9σ u (605 MPa) 89% σ u (673 MPa) Figura 4.12 – Espécime DB - Tensão máxima de 468 MPa Figura 4.13 – Espécime DB - Tensão máxima de 538 MPa UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 42 ____________________________________________________________________________________ Figura 4.14 – Espécime DB - Tensão máxima de 605 MPa Figura 4.15 – Espécime DB - Tensão máxima de 673 MPa A figura 4.16 mostra a distribuição de tensões final para o espécime DB, com 94% do carregamento de 26MPa, onde a maior tensão está localizada exatamente onde está simulada a parte corroída do duto, em vermelho. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 43 ____________________________________________________________________________________ Figura 5.16 – Espécime DB - Distribuição final de tensões UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 44 ____________________________________________________________________________________ CAPÍTULO 5 ANÁLISE PARAMÉTRICA 5.1 - Introdução Este capítulo apresenta os estudos realizados no presente trabalho para verificar a influência de alguns parâmetros, como a profundidade e os comprimentos longitudinal e circunferencial da corrosão e o raio do duto, na capacidade de carga de dutos com defeitos de corrosão retangular. Foi utilizado o elemento SHELL93 do programa ANSYS (ANSYS, 2005) para modelar os dutos corroídos, sendo estes considerados com mesma geometria e material dos dutos analisados no Capítulo 4. Os modelos foram carregados gradualmente e as condições de contorno aplicadas foram as mesmas das utilizadas para as simulações dos espécimes considerados no Capítulo 4 e cujos resultados foram comparados aos resultados de Choi et al. (2003). Além disso, considerando os resultados do Capítulo 4, considerou-se 0,9 σ u como tensão de referência nas simulações apresentadas no presente Capítulo. 5.2 – Estudo da Influência da Profundidade da Corrosão na Capacidade de Carga Foram considerados os espécimes DA, DB e DC utilizados por Choi et al. (2003) e outros dois novos espécimes com profundidades de corrosão intermediárias entre esses, denominados espécimes 1 e 2. A tabela 5.1 mostra os valores da pressão de ruptura obtidas no presente trabalho com a variação do parâmetro d / t , que representa a relação entre a profundidade da corrosão e a espessura do duto na parte não corroída. Os parâmetros a / Rt , c / πR e R / t foram mantidos constantes e iguais a 2,478 ; 0,04275 e 21,3, respectivamente, sendo R o raio médio do duto. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 45 ____________________________________________________________________________________ A figura 5.1 ilustra o comportamento dos espécimes quando variada a profundidade da corrosão dos espécimes da tabela 5.1. Tabela 5.1 – Pressão de ruptura com variação do parâmetro d / t ESPÉCIME d MEF (mm) d /t (MPa) DA 4,4 0,25 25,22 1 6,6 0,38 23,70 DB 8,8 0,50 21,34 2 10,95 0,63 18,98 DC 13,1 0,75 16,72 30 Pmáx (MPa) 25 20 15 10 5 0 0,25 0,38 0,50 0,63 0,75 d/t Figura 5.1 – Pressão de ruptura versus d / t Pode-se observar que a profundidade da corrosão tem relevante influência na pressão de ruptura e que essa relevância é maior à medida em que a razão d / t aumenta, o que pode ser observado pela inclinação das retas no gráfico UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 46 ____________________________________________________________________________________ correspondente. Observa-se uma relação não linear entre a pressão de ruptura e a razão d / t . As figuras 5.2 e 5.3 mostram a distribuição das tensões de von Mises nos modelos 1 e 2, respectivamente, devido à pressão interna aplicada, podendo-se observar a concentração de tensões na região corroída e a configuração em forma de bolha nessa região, correspondendo ao que foi observado experimentalmente por Choi et al. (2003). A comparação entre os resultados obtidos para a pressão de ruptura no presente trabalho, pelo MEF, e pelos métodos: experimental (Choi et al., 2003), ASME B31G (ASME, 1991), B31G modificado (Kiefner e Vieth, 1989), DNV RP-F101 (DNV, 1999) e PCORRC (Stephens et al., 1999) está apresentada na tabela 5.2 com a variação do parâmetro d / t . Na figura 5.4, esses resultados são mostrados graficamente. Figura 5.2 – Distribuição das tensões de von Mises no modelo 1 UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 47 ____________________________________________________________________________________ Figura 5.3 – Distribuição das tensões de von Mises no modelo 2 Tabela 5.2 – Comparação entre a análise numérica e os métodos experimental e empíricos variando-se d / t Pressão máxima Espécime d d /t (mm) Ensaios B31G Experimentais (MPa) (MPa) B31G DNV modificado RP-101 (MPa) (MPa) PCORRC MEF (MPa) (MPa) DA 4,4 0,25 24,11 21,66 22,22 28,93 28,96 25,22 1 6,6 0,38 --- 20,52 20,65 27,00 27,85 23,70 DB 8,8 0,50 21,76 19,24 18,95 24,72 26,74 21,34 2 10,95 0,63 --- 17,76 16,78 21,42 25,47 18,98 DC 13,1 0,75 17,15 16,22 14,36 17,19 24,16 16,72 UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 48 ____________________________________________________________________________________ 35 30 B31G Pmáx (MPa) 25 B31G modificado 20 DNV RP-F101 15 PCORRC 10 MEF 5 0 0,38 0,25 0,50 0,63 0,75 d/t Figura 5.4 – Comparação entre a análise numérica e os métodos empíricos variando-se d /t Na figura 5.4, a comparação com outros métodos permite verificar que a curva obtida para a variação da pressão de ruptura com o MEF situa-se acima das obtidas pelos métodos B31G e B31G modificado e abaixo da obtidas pelos métodos DNV e PCORRC. Observa-se, também, que os métodos DNV e MEF tendem a ter valores mais próximos dos métodos B31G e B31G modificado para valores maiores de d / t . Já o método PCORRC se afasta dos demais para valores maiores de d / t . Na tabela 5.2, observa-se que o MEF apresenta valores da pressão máxima abaixo ou um pouco acima dos valores experimentais e, comparados aos resultados experimentais, os métodos DNV e PCORRC superestimam a capacidade de carga. 5.3 – Estudo da Influência do Comprimento Longitudinal da Corrosão na Capacidade de Carga Neste caso, foram considerados os espécimes LA, DB e LC utilizados por Choi et al. (2003) e outros três novos espécimes com diferentes valores do comprimento longitudinal da corrosão, denominados espécimes 3, 4 e 5. Na tabela 5.3, mostram-se os valores da pressão de ruptura com a variação do parâmetro a / Rt , que representa a relação entre o comprimento longitudinal da corrosão e a espessura do duto na parte não corroída e o raio do duto. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 49 ____________________________________________________________________________________ Os parâmetros d / t , c / πR e R / t foram mantidos constantes e iguais a 0,5 ; 0,04275 e 21,3, respectivamente, sendo R o raio médio do duto. Tabela 5.3 – Pressão de ruptura com variação do parâmetro a / Rt Espécime a MEF (mm) a / Rt (MPa) LA 100 1,24 24,34 3 150 1,86 22,78 DB 200 2,48 21,34 4 250 3,10 19,83 LC 300 3,72 19,30 5 350 4,34 18,59 A figura 5.5 descreve o comportamento dos espécimes quando variado o comprimento longitudinal da corrosão dos espécimes da tabela 5.3. 30 Pmáx (MPa) 25 20 15 10 5 0 1,24 1,86 2,48 3,10 3,72 4,34 a/√R.t Figura 5.5 – Pressão de ruptura versus a / Rt Pode-se observar que o comprimento longitudinal da corrosão tem menos relevância para a pressão de ruptura do que a profundidade da corrosão e que essa relevância torna-se menor à medida em que a razão a / Rt aumenta. Observa-se uma relação não linear entre a pressão de ruptura e a razão a / Rt . UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 50 ____________________________________________________________________________________ A comparação entre os resultados obtidos para a pressão de ruptura no presente trabalho, pelo MEF, e pelos métodos: experimental (Choi et al., 2003), ASME B31G (ASME, 1991), B31G modificado (Kiefner e Vieth, 1989), DNV RP-F101 (DNV, 1999) e PCORRC (Stephens et al., 1999) está apresentada na tabela 5.4, com a variação do parâmetro a / Rt . Na figura 5.6, esses resultados são mostrados graficamente. Tabela 5.4 – Comparação entre a análise numérica e os métodos experimental e empíricos variando-se a / Rt Pressão máxima Espécime a (mm) a / Rt Ensaios B31G Experimentais (MPa) DNV B31G modificado (MPa) (MPa) RP- PCORRC MEF 101 (MPa) (MPa) (MPa) LA 100 1,24 24,30 21,40 21,84 28,78 28,66 24,34 3 150 1,86 --- 20,14 20,17 26,59 27,67 22,78 DB 200 2,48 21,76 19,24 18,95 24,72 26,74 21,34 4 250 3,10 --- 18,61 18,09 23,24 25,89 19,83 LC 300 3,72 19,80 18,16 17,48 22,10 25,10 19,30 5 350 4,34 --- 17,82 17,03 21,23 24,37 18,59 35 30 B31G Pmáx (MPa) 25 B31G modificado 20 DNV RP-F101 15 PCORROC 10 MEF 5 0 1,24 1,86 2,48 3,10 3,72 4,34 a/√Rt Figura 5.6 – Comparação entre a análise numérica e os métodos empíricos variandose a / Rt UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 51 ____________________________________________________________________________________ Na figura 5.6, a comparação com outros métodos permite verificar que a curva obtida para a variação da pressão de ruptura com o MEF situa-se acima das obtidas pelos métodos B31G e B31G modificado e abaixo da obtidas pelos métodos DNV e PCORRC. Observa-se, também, que as curvas possuem um comportamento similar, com tendência de formação de um patamar, e que o MEF tende a ter valores mais próximos dos métodos B31G e B31G modificado para valores maiores de d / t . Além disso, o método PCORRC possui valores próximos do método DNV para valores baixos de d / t e se afasta deste e dos demais para valores maiores desta relação. Na tabela 5.4, observa-se que o MEF apresenta resultados da pressão máxima muito próximos dos experimentais e, como no item anterior, comparados aos resultados experimentais, observa-se que os métodos DNV e PCORRC superestimam a capacidade de carga. 5.4 – Estudo da Influência do Comprimento Circunferencial da Corrosão na Capacidade de Carga Neste caso, foram considerados os espécimes DB, CB e CC utilizados por Choi et al. (2003) e outros três novos espécimes com diferentes valores do comprimento circunferencial da corrosão, denominados espécimes 6, 7 e 8. Na tabela 5.5, mostram-se os valores da pressão de ruptura obtidas no presente trabalho com a variação do parâmetro c / πR , que representa a relação entre o comprimento circunferencial da corrosão e metade do perímetro do duto. Tabela 5.5 – Pressão de ruptura com variação do parâmetro c / πR ESPÉCIME c (mm) c / πR MEF (MPa) 6 25 0,211 21,09 DB 50 0,422 21,34 7 75 0,633 20,85 CB 100 0,843 20,61 8 150 1,265 18,92 CC 200 1,687 17,73 UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 52 ____________________________________________________________________________________ 25 20 Pmáx (MPa) 15 10 5 0 0,21 0,42 0,63 0,84 1,27 1,69 c/π.R Figura 5.7 – Pressão de ruptura versus c / πR Os parâmetros d / t , a / Rt e R / t foram mantidos constantes e iguais a 0,5 ; 2,478 e 21,3, respectivamente, sendo R o raio médio do duto. A figura 5.7 descreve o comportamento dos espécimes quando variado o comprimento circunferencial da corrosão dos espécimes da tabela 5.5. Pode-se observar uma pequena alternância no gráfico, tendendo para um valor constante, o que está coerente com os resultados obtidos experimentalmente e observados na tabela 4.2. Isso indica que uma variação do comprimento circunferencial da corrosão possui pouca importância na avaliação da capacidade de carga do duto. 5.5 – Estudo da Influência da Variação do Raio do Duto na Capacidade de Carga Foi considerado o espécime DB utilizado por Choi et al. (2003) e outros quatro novos espécimes com diferentes raios, denominados espécimes 9, 10, 11 e 12. Na tabela 5.6, estão os valores da pressão de ruptura obtidas no presente trabalho com a variação do parâmetro R / t , que representa a relação entre o raio médio da seção transversal do duto e a espessura do mesmo na parte não corroída. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 53 ____________________________________________________________________________________ Os valores de d , a , c e t foram mantidos constantes e iguais a 8,8 mm, 200 mm, 50 mm e 17,5 mm, respectivamente. Tabela 5.6 – Pressão de ruptura com variação do parâmetro R / t ESPÉCIME R MEF (mm) R/t (MPa) DB 372,25 21,27 21,34 9 404,08 23,09 19,81 10 435,93 24,91 18,49 11 467,95 26,74 17,34 12 499,98 28,57 16,30 A figura 5.8 descreve o comportamento dos espécimes quando variado o raio do duto dos espécimes da tabela 5.6 25 Pmáx (MPa) 20 15 10 5 0 21,27 23,09 24,91 26,74 28,57 R/t Figura 5.8 – Pressão de ruptura versus R / t Observa-se que há uma relevante variação na pressão de ruptura com a variação do raio do duto, verificando-se uma curva praticamente linear. A tabela 5.7 e a figura 5.9 ilustram o comportamento dos espécimes quando variado o raio do duto, comparado-se os resultados obtidos com o MEF aos resultados UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 54 ____________________________________________________________________________________ dos métodos: experimental (Choi et al., 2003), ASME B31G (ASME, 1991), B31G modificado (Kiefner e Vieth, 1989), DNV RP-F101 (DNV, 1999) e PCORRC (Stephens et al., 1999). Na figura 5.9, esses resultados são mostrados graficamente. Tabela 5.7 – Comparação entre a análise numérica e os métodos experimental e empíricos variando-se R / t Pressão máxima R Espécime R/t (mm) Ensaios B31G Experimentais (MPa) (MPa) B31G modificado (MPa) DNV RP- PCORRC MEF F101 (MPa) (MPa) (MPa) DB 372,25 21,27 21,76 19,24 18,95 24,72 26,74 21,34 9 404,08 23,09 --- 17,87 17,64 23,02 24,81 19,81 10 435,93 24,91 --- 16,69 16,51 21,55 23,14 18,49 11 467,95 26,74 --- 15,65 15,52 20,25 21,68 17,34 12 499,98 28,57 --- 14,74 14,65 19,12 20,39 16,30 30 25 Pmáx (MPa) B31G 20 B31G modificado 15 DNV RP-F101 10 PCORRC MEF 5 0 21,27 23,09 24,91 26,74 28,57 R/t Figura 5.9 – Comparação entre a análise numérica e os métodos empíricos variando-se R / t UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 55 ____________________________________________________________________________________ Pode-se observar que todos os métodos apresentaram um comportamento similar e que o MEF teve resultados entre os valores do método DNV e os valores dos métodos B31G e B31G modificado. Como nas análises dos itens anteriores, observa-se que os métodos DNV e PCORRC foram os que forneceram maiores valores para a pressão máxima e, também neste caso, superestimam a capacidade de carga. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 56 ____________________________________________________________________________________ CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES 6.1 – Conclusões O trabalho aqui descrito teve como base os espécimes de dutos corroídos ensaiados por Choi et al. (2003), com o objetivo de se realizar uma análise paramétrica relacionada com a influência de variações da geometria da corrosão e do duto na sua capacidade de carga. Primeiramente, foram simulados os mesmos dutos sem corrosão, cujos resultados foram comparados com soluções analíticas, observando-se boa aproximação. Os dutos com corrosão foram simulados com corrosão retangular e com carregamento de pressão interna. Foi considerado o regime elastoplástico, com o critério de escoamento de von Mises. Para a obtenção da pressão de ruptura, os resultados da tensão efetiva com este critério, no nó mais solicitado, foram comparados com a tensão de referência considerada. Foram testadas, como tensão de referência, as tensões σ y , 0,8 σ u , 0,9 σ u e σ u do aço API X65. Comparados aos resultados experimentais de Choi et al. (2003), observou-se que os resultados que mais se aproximaram foram com 0,9 σ u e σ u como tensões de referência. Adotou-se, então, 0,9 σ u para tensão de referência na análise paramétrica. Na variação do parâmetro d / t , observou-se que a profundidade da corrosão tem relevante influência na pressão de ruptura e que essa relevância é maior à medida em que a razão d / t aumenta. Observou-se, ainda, que o comprimento longitudinal da corrosão tem menos relavância para a pressão de ruptura do que a profundidade da corrosão e que essa relevância torna-se menor à medida em que a razão a / Rt aumenta. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 57 ____________________________________________________________________________________ Além disso, uma variação no comprimento circunferencial da corrosão mostrouse pouco relevante para a variação da pressão de ruptura. Quando se variou o raio do duto, observou-se uma variação expressiva e quase linear na curva relacionada à pressão correspondente. Pôde-se observar que os valores da pressão máxima obtidos pelo método dos elementos finitos, quando comparados aos obtidos com métodos empíricos, foram, em geral, maiores do que os valores dos métodos B31G e B31G modificado e menores do que dos métodos DNV e PCORRC. Quando comparados aos resultados experimentais, o MEF, em geral, apresentou resultados satisfatórios. Além disso, observou-se que os métodos DNV e PCORRC superestimou a capacidade de carga dos dutos analisados, sendo contra a segurança. Conclui-se, ainda, que o método dos elementos finitos com elementos de casca pode ser utilizado com resultados satisfatórios para análise de dutos com defeitos de corrosão, com resultados próximos de resultados de métodos experimentais e de métodos empíricos. 6.2 – Sugestões para Trabalhos Futuros A seguir, são citadas algumas sugestões para trabalhos futuros: • modelagem de dutos com diversas corrosões retangulares; • aplicações de carregamentos combinados que possam influenciar no comprometimento da integridade estrutural; • modelagem de dutos com corrosões elípticas; • modelagem de dutos com corrosões de diversas formas geométricas; • modelagem de dutos com mais de um tipo de elemento. UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 58 ____________________________________________________________________________________ UENF/CCT/LECIV/ESTRUTURAS Análise de dutos corroídos pelo Método dos Elementos Finitos 59 ____________________________________________________________________________________ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alves, J. L. (2002) Avaliação Numérica da Capacidade de Carga de Dutos Corroídos, Tese (Mestrado em Engenharia Civil), Rio de Janeiro – RJ, Pontifícia Universidade Católica - PUC, 89p. Alves, J. B., Roehl, D. (2003) Avaliação da capacidade de carga de dutos corroídos com base em métodos empíricos e numéricos. CD-ROM dos Anais do XXIV Iberian Latin-American Congress on Computational Methods in Engineering, Ouro Preto, MG, Brasil. Ambientebrasil (2002) http://www.ambientebrasil.com.br, acesso em março de 2006. ANSYS, Inc. (2003) ANSYS Release 8.0 Documentation. ANSYS, Inc. (2005) ANSYS Release 10.0 Documentation. 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