1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Concepções de Educação Ambiental de graduandas em Pedagogia Belisa Neves Zanardi São Paulo-SP 2010 2 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS Trabalho de Conclusão de Curso em Licenciatura em Ciências Biológicas Concepções de Educação Ambiental de graduandas em Pedagogia Belisa Neves Zanardi Monografia apresentada para obtenção do grau de Licenciada em Ciências Biológicas pelo Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Orientador:Prof. Dr. Adriano Monteiro de Castro São Paulo-SP 2010 3 BELISA NEVES ZANARDI Concepções de Educação Ambiental de graduandas em Pedagogia Monografia apresentada para obtenção do grau de Licenciada em Ciência Biológicas pelo Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Data: Resultado: BANCA EXAMINADORA: Adriano Monteiro de Castro José Cássio Másculo Renato Chimaso dos Santos Yoshikawa 4 A Pepeu. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus e minha família, Isabel, Pedro e Paula apenas por existirem em minha vida. Especialmente a Adriano Monteiro de Castro e aos meus verdadeiros amigos que de um jeito ou de outro me ajudaram a chegar até aqui. 6 Resumo O presente trabalho cujo tema é Educação Ambiental apresentou como principal objetivo analisar as concepções de graduandas em Pedagogia de uma Universidade particular do Estado de São Paulo, sobre Educação Ambiental, procurando buscar descrever expectativas quanto as suas futuras práticas pedagógicas relacionadas à Educação Ambiental e identificar aspectos valorizados quanto à temática da Educação Ambiental. Assim, como procedimento metodológico foi adotado a aplicação de um questionário contendo cinco perguntas, sendo todas estas relacionadas com o tema Educação Ambiental. A partir dos depoimentos das futuras professoras de Pedagogia, foi possível identificar duas principais tendências quanto a Educação Ambiental: Educação Ambiental mais conservadora e a Educação Ambiental mais crítica. Sendo neste grupo de alunas mais fortemente evidente a concepção de uma Educação Ambiental conservadora. Direciona-se, portanto, a necessária busca por alternativas de modo a superar a crise socioambiental no presente século. Cada vez torna-se mais urgente a atuação e mediação de docentes para a superação de concepções do homem como senhor da natureza e desenvolvimento da noção de pertencimento à natureza; aptos para a formação de alunos que interajam harmoniosamente com então meio ambiente, contribuindo na busca por mudanças sociais, econômicas, culturais e ambientais, a partir de seus alunos e propagando-se pela escola, pelo bairro, pelo país e o finalmente pelo mundo com a construção de uma ética ambiental global. Palavras-chave: Educação Ambiental, concepções, Planeta Terra. 7 Abstract The present work which theme is environmental education, has the main objective to analyze the concepts of undergraduate education of a private University of São Paulo, it tries to describe expectations regarding to their future teaching practices within Environmental Education and identify valuable aspects on Environmental Education. As a methodological procedure, it was adopted to apply a questionnaire containing five questions, which are all related to Environmental Education. From the testimonials of future teachers of pedagogy, it was possible to identify two main trends on Environmental Education: the first is more Conservative and the second one, more Critical. On this student group the strongest evidence was the design of a Conservative Environmental Education. Therefore, it is necessary to search for alternatives in order to overcome the socio-environmental crisis in this current century. As a result, action becomes increasingly urgent, as well as the mediation of teachers to overcome the concepts of man as master of nature and the development of the feeling of belonging to nature; in other words, an action able to train students who can interact harmoniously with the environment, beside that, it is also necessary to make changes in society, economy, culture and environment issues, made by students and propagated by the school, these changes should begin on districts, then countries and finally around the world, bringing a Worldwide Environmental Ethic. Keywords: Environmental education, ideas, Earth Planet. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................9 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................13 2.1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL.....................................13 2.2. DEFINIÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL...................................25 2.3. QUANDO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO DEVE SER CONFUNDIDA COM ECOLOGIA.....................................................................30 2.4. CONSTITUIÇÃO DE 1988, LEI 9.795 e o DECRETO 4.281..........31 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................39 4. ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO.......................................................42 4.1. RESULTADOS DA COLETA...........................................................42 4.2. ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO..........................................46 4.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................50 5. REFERÊNCIAS............................................................................................52 ANEXO 1...........................................................................................................55 ANEXO 2...........................................................................................................61 APÊNDICE 1....................................................................................................101 APÊNDICE 2....................................................................................................103 9 1. INTRODUÇÃO Sabemos que tudo que há no planeta Terra é energia, e de acordo com o ciclo natural da vida, de uma maneira bem simples, tudo que é vivo tende a nascer, crescer, se reproduzir e morrer, devolvendo assim a energia do que um dia foi para a terra. Uma grande árvore em uma floresta tropical, um dia á de cair, dando espaço para novas sementes crescerem, assim como espécies de animais, naturalmente vem sendo extintas e substituídas ao longo da evolução, fazendo outras tantas aparecerem. E é assim que o ciclo da vida vem se reciclando naturalmente, pois os problemas fazem parte deste ciclo, e a morte é algo certo para todas as formas de vida, estando a natureza assim em perfeito equilíbrio. Mas quando os problemas ambientais são intensificados, muito provavelmente por influência direta ou indireta de apenas um único animal, no caso o homem, impactos ainda maiores são sentidos por todos que ocupam nosso planeta, e exemplos como o das florestas sentindo cada vez mais com problemas como queimadas irregulares, perda de biodiversidade de sua flora e fauna, o constante aumento dos gases poluentes na atmosfera agravando ainda mais problemas como o aquecimento global, as doenças e novas epidemias que surgem de época em época, sem contar a perda de nossas águas e de nossos solos, entre outros tantos. E assim a vida vai entrando em desequilíbrio, e reflexos de ações de intensa degradação do planeta são noticiados quase que diariamente em nossos telejornais por todas as partes do globo, nos informando de como nosso meio ambiente foi intensamente transformado, deixando pistas de um futuro insustentável, se não forem tomadas medidas urgentes de mudanças de valores e atitudes na população como um todo. As mudanças devem começar a partir da Educação. A Educação das pessoas, e deve vir de maneira constante, gradual e crescente ao longo da vida de cada um, fazendo com que se criem, a partir de uma Educação Ambiental, valores que levem naturalmente a atitudes equilibradas para vidas 10 mais saudáveis e sustentáveis para e no planeta Terra. O homem passe a Ser Humano, e que construa sua educação sabendo que não está aqui sozinho, fazendo parte de um meio que conta com a interação de tudo e de todos, criando assim um respeito por tudo que é vivo. Aliada a estas idéias, o grande número de acordos internacionais que foram firmados ao longo da segunda metade do século XX e início do atual indicam a relevância do tema na atualidade. Assim, podemos citar a Declaração de Ahmedabad 2007, de 28 de Novembro de 2007, onde crêem que será através da Educação, que poderemos compor estilos de vida que apóiem a integridade ecológica, a justiça social e econômica, a partir de modos de vida sustentáveis em respeito assim a toda forma de vida. Sendo pela Educação Ambiental, que poderemos aprender a prevenir e resolver conflitos, respeitar a diversidade cultural e voltamos a crer em uma sociedade com profundo respeito e cuidado pela vida, procurando trabalharmos todos juntos pela busca da paz (Declaração de Ahmedabad 2007: Uma llamada a La Acción, 2007). A Declaração de Ahmedabad (2007), ainda indica que todos são tanto aprendizes como educadores assim aponta como um de seus objetivos para o milênio trabalhar com a Carta da Terra (1997). Esta Carta da Terra: valores e princípios para um futuro sustentável (1997) é uma declaração de princípios fundamentais em busca de uma ética global, que vise principalmente, à responsabilidade compartilhada e interdependência entre os diferentes povos, criando-se assim uma sociedade global. Esta ainda, exalta a sua importância dado o presente momento ambiental em que o planeta se encontra, havendo assim a necessidade de mudanças na maneira de pensar sobre nossos valores e tomadas de decisão. Apontando como possível solução a criação de uma nova visão de ética, compondo um mundo sustentável baseado no respeito à natureza, aos direitos humanos universais, a justiça econômica e a cultura de paz (A Carta da Terra: valores e princípios para um futuro sustentável, 1997). Aqui a busca pela paz também é uma meta a ser atingida, como na Declaração de Ahmedabad. 11 Algo que deve ser exaltado na Carta da Terra é a idéia de que quem assume maior liberdade, conhecimentos e poder, implicaria na responsabilidade para com o outro. E sendo assim, aqui poderíamos levantar duas questões importantes. Primeiro o governo de todos os países que possui grande poder sobre a sociedade, deveriam ser os pioneiros nesta busca por mudanças, de maneira passiva, procurando a melhorias para seu país e para o mundo no qual está inserido. Segundo, nos remete a exaltar a importância do papel do professor na formação de seus alunos, e, portanto da sociedade, dado seus conhecimentos e até certo ponto seu poder e liberdade para trabalhar com estes competências e habilidades na busca por uma comunidade global cada vez mais sustentável. E ainda um fato interessante é que a Carta da Terra promove e apóia seu próprio uso de modo educativo, podendo assim ser utilizada pelos professores na construção da Educação Ambiental de seus alunos, aparecendo assim como uma possível solução (A Carta da Terra: valores e princípios para um futuro sustentável, 1997). As preocupações com a temática ambiental estão presentes no campo educacional e podem ser exemplificadas ainda com os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000), que justificam as orientações do Meio Ambiente como tema transversal aparecendo em todas as fases da vida dos alunos assumindo característica de ser interdisciplinar, sendo assim contemplado nas construções curriculares das escolas do ensino fundamental justificando sua importância dado que: A perspectiva ambiental consiste num modo de ver o mundo em que se evidenciam as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na constituição e manutenção da vida. Em termos de educação, essa perspectiva contribui para evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado aos princípios da dignidade do ser humano, da participação, da co-responsabilidade, da solidariedade e da equidade (BRASIL, 2000, p 19). Sendo assim o presente trabalho tem como principal objetivo analisar as concepções de graduandas em Pedagogia de uma Universidade particular do Estado de São Paulo, sobre Educação Ambiental, procurando: 12 Descrever expectativas quanto as suas futuras práticas pedagógicas relacionadas á Educação Ambiental. Identificar aspectos valorizados quanto à temática da Educação Ambiental. Este trabalho é dividido em cinco partes: Introdução, Fundamentação teórica, Procedimentos metodológicos, análise e referências bibliográficas. Onde há na Fundamentação Teórica, quatro capítulos: no primeiro é trabalhado o Histórico da Educação Ambiental, o segundo dá a definição sobre o que é Educação Ambiental, terceiro se refere a quando a Educação Ambiental não deve ser confundida com Ecologia e o quarto contemplará a Constituição Federal de 1988, a Lei de nº 9.795 e o Decreto 4.281. Os procedimentos metodológicos abordaram como o trabalho foi realizado. Na análise contêm os resultados obtidos feito o trabalho e seu desenvolvimento de acordo com o que a literatura nos diz. E por fim há as referências bibliográficas utilizadas. 13 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Histórico da Educação Ambiental Para entendermos o presente e nos prepararmos para o futuro temos que conhecer e compreender o passado. Pois segundo Grün (1996), uma vez que, em decorrência da hermenêutica (interpretação do sentido das palavras), o passado não é visto como um elemento que deve ser vencido, ultrapassado ou eliminado pelo novo, sendo ele o fornecedor da própria base para compreensão do presente. Portanto o passado não pode ser considerado um resíduo de acontecimentos acumulados, mas sim um fluxo no qual nos movemos e participamos constantemente como seres sociais-históricos, estando, portanto inseridos na História dado o fato pelo qual existimos (GRÜN, 1996). Sendo assim, no presente trabalho, o entendimento da história da Educação Ambiental, e dos acontecimentos históricos das diversas épocas, antes, durante a sua formação e depois desta, se faz necessário para a compreensão da constante evolução da Educação Ambiental no presente momento e de sua importância para a sociedade como um todo. A curiosidade do homem sempre foi algo presente desde o surgimento da raça humana já aparecendo na Idade da Pedra. E é dentro desde mundo de novidades que está o maior desafio ao longo da evolução para os seres humanos, a natureza. Esta que apesar de já ter sido bastante explorada ainda mantêm muitos de seus maiores segredos nas sombras. Mas sempre existiram homens buscando por respostas e novos desafios, como Cascino (2000) aponta, Copérnico, Da Vinci, Galileu, Michelangelo, Botticelli, Camões e Shakespeare; foram homens que fizeram a diferença em suas respectivas épocas e promoveram assim transformações fazendo com que a humanidade desse um passo a frente. E foi em meio a questionamentos que nasceu a Ciência onde tudo era e ainda é posto em discussão. 14 E quando falamos de evolução e Ciências, não podemos deixar de citar Charles Darwin e sua tão famosa e revolucionária obra A origem das espécies, do final de 1859, onde Darwin ainda contava com as idéias de outro grande cientista Jean-Baptiste Lamarck, e sua teoria evolucionista que retratava o desenvolvimento dos seres vivos a partir de sua relação com o meio ambiente, influenciando assim a formação do paradigma darwinista trazendo novamente mudanças para a civilização. Houve a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial, e as tão devastadoras bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, além da Guerra Fria, que dentre muitos outros aspectos serviram para formação de novos valores e atitudes na humanidade, e apesar de toda destruição e pobreza que acontecimentos históricos como estes trazem para o planeta, houve muitos avanços, na medicina, tecnologia e ciências. E foi assim e vem sendo, que ao longo de toda a história da humanidade que as mentalidades vão se moldando e caracterizando as civilizações de acordo com os períodos e grandes eventos que vão marcando e transformando o tempo e os espaços. A década de 60 Neste período segundo Cascino (2000) ocorram grandes movimentos transformadores na humanidade, como o dos hippies, a explosão do feminismo, o movimento negro ou Black Power, o pacifismo, a libertação sexual e a “pílula”, as drogas, o rock-and-roll, as manifestações anti-Guerra Fria e a corrida armamentista-nuclear, anti-Vietnã. E foi em meio a 1962 que segundo Dias (1998), a jornalista Rachel Carson lançava um livro intitulado Primavera Silenciosa tornando-se um clássico do movimento ambientalista mundial. Onde Rachel alertava sobre os efeitos danosos de ações humanas sobre o ambiente como a perda da qualidade de vida produzida pelo uso indiscriminado e excessivo de produtos químicos e seus posteriores efeitos sobre o meio ambiente, como a utilização dos pesticidas. 15 No ano de 1968, houve o surgimento do Conselho para Educação Ambiental, no Reino Unido, além de neste mesmo ano segundo Dias (1998) trinta especialistas de várias áreas se reunirem em Roma para discutir a crise atual e futura da humanidade, fundando-se assim o Clube de Roma que em 1972 passaria a produzir o relatório „‟Os Limites do Crescimento Econômico‟‟(The Limits of Growth), onde este denunciava o crescente consumo mundial, levando a humanidade a um limite de crescimento e possível colapso, estudando assim as ações na busca por um mundo equilibrado com a redução do consumo tendo em vista determinadas prioridades sociais. Ainda em 1968 a delegação da Suécia na ONU alertava sobre a degradação do meio ambiente e sugeria uma abordagem global para busca por soluções dos problemas ambientais (DIAS, 1998). A Década de 70 Em 1971 contando com o apoio de políticos, cientistas e entidade relacionada a revista The Ecologist, na Grã-Bretanha há publicação de A Blueprint for Survival (Um Esquema para a Sobrevivência), considerado hoje, segundo Dias (1998), um documento histórico sendo um clássico que propunha medidas na busca de um meio ambiente saudável, apontando que onde insistiam em um aumento indefinido de demanda não poderia ser sustentado por recursos finitos, não atingindo um equilíbrio global. Um ano depois, mais precisamente entre 5 a 16 de junho de 1972 , a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, reunida em Estocolmo, Suécia, visava a necessidades de um critério e de princípios comuns que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente humano (Declaração de Estocolmo,1972). Esta, em suas proclamações, em uma visão geral, atenta o homem como obra e construtor do meio ambiente e que graças à evolução da ciência e tecnologia este possui o poder de transformar de diversas maneiras o meio em que vive. E tendo o governo o dever de promover a proteção e o melhoramento do meio ambiente humano, pois o homem vem causado diversos danos a natureza 16 como poluição da água, do ar, da terra e dos seres vivos, além de grandes transtornos de equilíbrio ecológico da biosfera, destruição e esgotamento de recursos naturais, usados para fins individuais do homem, sem pensar nas conseqüências do todo (Declaração de Estocolmo, 1972). Ainda na Declaração de Estocolmo (1972), encontramos a questão das diferenças entre os países em desenvolvimento ligado a problemas ambientais, o crescimento da população, e no momento da história em que nos encontramos devemos orientar nossos atos em todo o mundo de uma maneira a criar uma ética internacional, onde o homem deve dividir e aplicar conhecimentos para criar um meio ambiente equilibrado a partir da Educação Ambiental. E ainda a Declaração de Estocolmo (1972) traz a questão de quão importante e necessário que todos os cidadãos e comunidades, empresas e instituições, locais, nacionais e internacionais de todas as nações, aceitem as responsabilidades que possuem e que todos participem equitativamente somando esforços para resgatar, preservar e melhorar o planeta Terra em benefício do homem e da natureza como um todo, hoje e no futuro. Dentre os muitos aspectos presentes nos princípios existentes na Declaração de Estocolmo (1972), há exaltação do homem tendo principal responsabilidade de preservar a flora, a fauna, o ar, a água (doce e salgada) ainda mais por essa, além de outros, apresentar-se de maneira como recurso não renovável podendo em um futuro não muito distante ser esgotada, e a terra, atribuindo extrema importância assim a conservação da natureza como um todo. Há ainda alertas para o melhoramento do uso da terra, por exemplo, na agricultura e agronomia, e um alerta quanto à fiscalização de indústrias que por muitas vezes lançam seus dejetos no meio ambiente, tendo estes, portanto que perante uma forte fiscalização em casos de burlarem a lei serem multados, ação em que todos os povos de todos os países deveriam adotar para irem contra a poluição. Consta nos princípios da Declaração de Estocolmo (1972) ainda a utilização dos meios de comunicação em massa, por exemplo, a televisão, o rádio e a internet, para promover a disseminação e a troca de 17 conhecimentos entre as pessoas, procurando proteger e melhorar o meio ambiente humano em benefício da população e do planeta. A Declaração de Estocolmo realmente foi um marco histórico político ambiental da Educação e, segundo Dias (1998), essa estabeleceu um Plano de Ação Mundial, trazendo a questão ambiental para o público em geral e tendo o objetivo de inspirar e orientar a humanidade para a preservação e melhoria do meio ambiente tendo a Educação Ambiental o elemento crítico para o combate a crise ambiental mundial evidenciando a urgência da necessidade do homem reordenar suas prioridades, na busca de um futuro para a raça humana. E ainda como um dos resultados da Conferência de Estocolmo, ainda em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU), criou um organismo chamado Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ou PNUMA, sediado e Nairóbi. No ano de 1975, em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo, a UNESCO promoveu em Belgrado (Iugoslávia) um Encontro Internacional em Educação Ambiental onde se criou o Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA que formulou os seguintes princípios orientadores: a Educação Ambiental deve ser continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os interesses nacionais. Do dia 13 a 22 de outubro de 1975 foi elaborada uma estrutura global para a Educação Ambiental a dita Carta de Belgrado, que constitui um dos documentos mais lúcidos e importantes gerados na década de 70. Abordando sobre a situação ambiental, tendo em vista que esta vem crescendo quanto ao número de habitantes da Terra e com eles os problemas e também o progresso que podem trazer benefícios ou até mesmo malefícios ao mundo. Além de falar da satisfação das necessidades e desejos de todos os cidadãos da Terra. A Carta de Belgrado (1975) propõe temas que falam da erradicação das causas básicas da pobreza como a fome, o analfabetismo, a poluição, a exploração e dominação, sendo assim problemas que devem ser tratados em conjunto. Nenhuma nação deve se desenvolver a custa de outra nação, 18 havendo necessidade de uma ética global que abranja a toda humanidade na biosfera e promova mudanças de atitudes e comportamentos para uma melhora global. Onde a reforma dos processos e sistemas educacionais é central para a constatação dessa nova ética de desenvolvimento. A juventude deve receber um novo tipo de educação que requer um novo e produtivo relacionamento entre estudantes e professores, entre escolas e comunidade, entre o sistema educacional e sociedade. A Carta de Belgrado (1975), ainda se refere à Recomendação 96 da Conferência sobre o Meio Ambiente Humano de Estocolmo propondo um programa mundial de Educação Ambiental que esta contra a crise ambiental do mundo, onde está educação ainda deverá contar com os princípios básicos incluídos na Declaração das Nações Unidas sobre a Nova Ordem Econômica Internacional, com novos conhecimentos e habilidades de valores e atitudes visando uma melhora ambiental atual para uma qualidade de vida digna hoje e no futuro (Carta de Belgrado, 1975). Um ano depois, entre 14 e 16 de Outubro de 1977, foi realizada a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi, realizada na Geórgia (ex-URSS) organizada pela UNESCO com a colaboração do PNUMA, sendo considerado um marco fundamental na evolução do conceito de Educação Ambiental, e seus princípios estabelecidos são até hoje aceitos como uma referência ou parâmetro internacional para o ensino de Educação Ambiental, contando, portanto com 41 recomendações (DIAS, 1998). A Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi foi o ponto culminante da primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental, iniciado em 1975. Definiram-se os objetivos, as características da EA, assim como as estratégias pertinentes no plano nacional e internacional. A Década de 80 Foi nesta década, segundo Guimarães (1995), que o termo „Educação Ambiental‟ popularizou-se definitivamente no mundo. No ano de 1985 o parecer 819/85 do MEC, reforça mais ainda a necessidade da inclusão de conteúdos 19 ecológicos ao longo do processo de formação do Ensino de 1° grau e 2° grau, integrandos a todas as áreas do conhecimento de forma sistematizada e progressiva, possibilitando assim a „formação da consciência ecológica do futuro cidadão‟. A estratégia internacional de ação, em matéria de educação e formação ambiental para o decênio de 90, foi o documento elaborado no final do Congresso Internacional sobre Educação e Formação Relativas ao Meioambiente, realizado em 1987 em Moscou, Rússia, promovido pela UNESCO, e nesta época vale relembrar que a então União Soviética vivia o início da perestroika e da glasnost, além de temas levantados como desarmamento, acordos de paz entre URSS e EUA, democracia e liberdade de opinião, ainda estavam presentes em discussões na presente época (CASCINO, 2000). Outro fato importante na época foi o caso em Chernobyl, levantando importante destaque no sentido de elaboração de novos modos de organizar a sociedade (CASCINO, 2000). Sendo assim este documento desenvolvido em meio a grandes acontecimentos do período histórico contava com a importância da formação de recursos humanos nas áreas formais e não formais da Educação Ambiental e a inclusão da dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis. A UNESCO/PNUMA reunia os países membros da ONU realizou em Moscou o Congresso Nacional sobre Educação e Formação Ambientais UNESCO/PNUMA onde foram analisadas as conquistas e dificuldades na área de Educação Ambiental desde a conferência de Tbilisi e discutido uma estratégia internacional de ação em educação e formação ambientais para a década de 90. E no Brasil assim como em muitos países na época considerados pobres , onde justamente a Educação Ambiental se faria mais necessária, dada a realidade socioeconômica e modos de degradação da qualidade de vida da população, a Educação Ambiental ainda não teria se desenvolvido o suficiente para ser capaz de produzir grandes transformações na população (DIAS, 1998). E só em 1988 que a Constituição da República Federativa do Brasil 20 dedicou o Capítulo VI ao Meio Ambiente e no Art. 225, Inciso VI, determina ao “... Poder Público, promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino...”, demonstrando assim passos no caminho do desenvolvimento da Educação Ambiental, que será mais trabalhada posteriormente neste trabalho, (no capítulo referente a Constituição de 1988 , lei 9.795 e decreto 4.281). A Década de 90 O ano de 1992 foi de extrema importância na composição histórica da Educação Ambiental no Brasil e porque não no mundo, pois foi neste ano que aconteceu a Segunda Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no estado do Rio de Janeiro de 03 a 14 de Junho, onde foi desenvolvido o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, sendo assinada na Jornada Internacional de Educação Ambiental, no Fórum Global paralelo á ECO-92. Neste Tratado há a exaltação da educação sendo um processo dinâmico em permanente construção e devendo, assim, propiciar reflexão, o debate e sua própria modificação (Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, 1992). Seus signatários, de todas as partes do mundo, comprometidos com a proteção da Terra, valorizam o papel central da Educação na formação de valores e na ação social, comprometendo-se então com o processo educativo transformador, tendo o envolvimento das comunidades e nações na tentativa de criar sociedades sustentáveis e equitativas, buscando novas esperanças para o planeta. Acreditando na Educação como formadora de valores e ações que contribuam para a transformação humana e social em busca da preservação ecológica, assim procurando gerar uma Educação Ambiental Transformadora que gere com certa urgência mudanças na qualidade de vida e maior 21 consciência de conduta pessoal, assim com harmonia entre os seres humanos e destes com outras formas de vida, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (1992), tem como tópicos: os princípios da Educação para Sociedade Sustentáveis e Responsabilidade Global, um Plano de Ação, um Sistema de Coordenação, Monitoramento e Avaliação, além de apontar Grupos a serem envolvidos nesta busca pela Educação Ambiental transformadora e os recursos a serem utilizados. Segundo Dias (1998), a Conferência de junho de 1992, teve como objetivos: Examinar a situação ambiental do mundo e as mudanças ocorridas depois da Conferência de Estocolmo; Identificar estratégias regionais e globais para ações apropriadas referentes às principais questões ambientais; Recomendar medidas a serem tomadas nacional e internacionalmente referentes à proteção ambiental através de política de desenvolvimento sustentado; Promover o aperfeiçoamento da legislação ambiental internacional; Examinar estratégias de promoção de desenvolvimento sustentado e de eliminação da pobreza nos países em desenvolvimento, entre outros. Atualmente a ECO-92 é reconhecida como o encontro internacional mais importante desde que o homem se organizou em sociedades (DIAS, 1998), além do planeta Terra passar a ser visto de maneira diferente depois desta, sendo revisto, rediscutido e analisado, desenvolvendo assim a idéia de desenvolvimento sustentável na sociedade como um todo (CASCINO, 2000). Segundo Cascino (2000), ainda o número de ONGs (Organizações não Governamentais), depois da Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, cresceu e se consolidou muito, constituindo uma nova força efetiva de pressão a favor do meio ambiente e de um desenvolvimento sustentável, aliada á prestação de serviço, junto ao poder público e a iniciativa privada, de maneira a se distribuir de forma global, 22 explodindo o debate ambientalista assim para todos os lados, tendo sido mais presente na Europa e nos Estados Unidos da América. Uma nova visão do mundo passava a se formar, mais ativamente, sendo a educação ambiental desde 68 e passando por 72, 77, 87 e 92, tendo transformações que buscavam o novo. Este novo intimamente associado a novas idéias, novas referências culturais globais, novas leituras das relações humanas, novas estratégias na busca de mudanças de formas de convivência e construção de relações sociais e ambientais para um mundo mais equilibrado (CASCINO, 2000). Em 1992 no Brasil, ainda pode ser evidenciado ações do MEC, promovendo em Jacarepaguá um workshop com o objetivo de socializar os resultados das experiências nacionais e internacionais do cenário da Educação Ambiental, discutindo metodologias e currículos. Do encontro resultou a Carta Brasileira para a Educação Ambiental. Em 1993 a Portaria 773/93 do MEC, institui em caráter permanente um Grupo de Trabalho para Educação Ambiental com objetivo de coordenar, apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações, metas e estratégias para a implementação da Educação Ambiental nos sistemas de ensino em todos os níveis e modalidades, procurando assim concretizar as recomendações aprovadas na Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (DIAS, 1998). Na Grécia mais precisamente em Thessaloniki, entre 8 e 12 de Dezembro de 1997 foi realizada pelo governo do presente país aliado a UNESCO, a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade,contando com mais de 83 países (Declaração de Thessaloniki,1997). Onde segundo Cascino (2000), houve o reconhecimento que, passados cinco anos da Conferência do Rio-92, abordouse o até então desenvolvimento da Educação Ambiental ter sido ou não o insuficiente. Em Thessaloniki se deu, portanto mais uma vez a composição de um documento em um evento internacional chamando a atenção para a Educação 23 Ambiental, sendo fundada nos conceito da ética, sustentabilidade, identidade cultural e diversidade, ainda necessitando de fundos de financiamento para realização de ações de educação em defesa do meio ambiente e efetivação de práticas interdisciplinares, compondo-se então a chamada Declaração de Thessaloniki. Esta foi composta pela busca por reorientação de práticas educativas ambientais, levando-se em consideração o novo modo de vida consumista da presente sociedade, fator preocupante dado os possíveis reflexos que algumas ações do “homem moderno” poderiam trazer para o planeta (CASCINO, 2000). Segundo a Declaração de Thessaloniki (1997), seria necessária uma educação apropriada a partir da conscientização pública, sendo para tanto, reconhecidos valores de sustentabilidade, aliados a legislação, economia e tecnologia. Sendo ao fim de dez anos de sua existência, ou seja, em 2007, ser realizada uma conferência para abordar o progresso dos processos educacionais recomendados (Declaração de Thessaloniki,1997). Um grande passo então para Educação no Brasil foi a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) com o tema “Convívio Social, Ética e Meio Ambiente”, onde a dimensão ambiental é inserida como um tema transversal nos currículos do Ensino Fundamental, aparecendo como Meio Ambiente. Abrigando noções básicas de Meio ambiente, Sustentabilidade e Diversidade em sua composição (Brasil,2000). Em 1999 é promulgada a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, a que deverá ser regulamentada após as discussões na Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental no CONAMA. A Portaria 1648/99 do MEC cria o Grupo de Trabalho com representantes de todas as suas Secretarias para discutir a regulamentação da Lei nº 9795/99 e o MEC propõem o Programa PCNs em Ação atendendo às solicitações dos Estados. Meio Ambiente um dos temas transversais, trabalhado no ano 2000. 24 Na década seguinte, em 25 de Junho de 2002, é regulamentada a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, que será trabalhada neste trabalho posteriormente. Há ainda neste período Declaração de Ahmedabad 2007, de 28 de Novembro de 2007, que indica alguns problemas ambientais como a crise climática, a perda da biodiversidade, os problemas nos sistemas de saúde e a pobreza, como indicadores de modelos de estilos de vida insustentáveis, e que teriam como solução, a existência de modelos de vida para um futuro sustentável necessitando da urgente ação da população global para revertemos essa realidade, a partir da utilização da criatividade e imaginação na busca por novos valores, que terão como reflexo, novas ações que mudaram uma vida insustentável para uma vida sustentável, estabelecendo assim uma grande ligação entre a Educação e a vida que levamos, indicando como possível instrumento a ser trabalhado a Carta da Terra: valores e princípios para um futuro sustentável. Sobre a Carta da Terra esta é segundo Gadotti Baseada em princípios e valores fundamentais, que nortearão pessoas e Estados no que se refere ao desenvolvimento sustentável, a Carta da Terra servirá como um código ético planetário. Uma vez aprovada pelas Nações Unidas por volta de 2002, a Carta da Terra será o equivalente à Declaração Universal dos Direitos Humanos no que concerne à sustentabilidade, à eqüidade e à justiça (Gadotti, 2001, p.100.) Segundo Reigota (2007), encontros internacionais como os que foram foco nessa retomada dos dados históricos têm permitido um grande debate e trocas de experiências entre especialistas de todo o mundo, e de acordo com características da UNESCO esses trabalhos são realizados em esferas oficiais com propostas e perspectivas sobre Educação Ambiental dos governos dos respectivos países. 25 2.2 Definições de Educação Ambiental Em nossas vidas há, mais cedo ou mais tarde, uma notável reflexão do que realmente é importante para nós, o que definitivamente faz sentido e que permite que esta tenha equilíbrio, em busca da tão procurada felicidade. E algo que mais para alguns do que para outros é um fator importante em sua reflexão é o meio ambiente em que vive ou a natureza. Segundo Guimarães (1995) a natureza pode ser definida pelo conjunto de elementos vivos e não-vivos que constituem o planeta Terra, onde todos estes se relacionam influenciando e sofrendo influência entre si em um equilíbrio dinâmico. Podemos, portanto nominar a natureza como uma força, que ao longo dos bilhões de anos desde o início da Terra, promove transformações que buscam tornar o planeta cada vez mais dinâmico em sua composição de relevo, clima, solo, hidrografia, oceanos e continentes, tendo muitas espécies, surgido, evoluído e desaparecido ao longo da história, sendo estes eventos absolutamente normais quando ocorridos naturalmente (sem intensa interferência do homem) (Mauro Guimarães, 1995). E o homem primitivo surge compondo uma dessas espécies que integram a natureza, procurando estar em equilíbrio dinâmico com ela. Mas com o passar do tempo o homem, como tudo que é da natureza, vai evoluindo, e criando o que Mauro Guimarães (1995) afirma ser uma consciência individual e passa assim, ao longo do tempo se afastando cada vez mais do equilíbrio dinâmico com a natureza, passando a apresentar uma relação totalmente desarmônica e acabando por causar grandes desequilíbrios ambientais no planeta todo, esquecendo que ele não é um ser independente e que cedo ou tarde as outras partes afetadas por este farão toda a diferença. E quando pensamos na possível extinção da raça humana, além de muitas outras, alguns enxergam isto como um futuro distante, sem levar em consideração o reflexo da atividade consumista do homem moderno, que pode ter como um de seus reflexos, o grande caos em que a natureza se encontra atualmente. 26 Um conhecido vídeo divulgado na Internet e denominado “A história das coisas” 1 afirma que temos que entender que nós estamos diante de uma situação em que temos que considerar que moramos em um planeta finito, e, portanto diante de uma sociedade altamente consumista, e os recursos naturais um dia iram acabar se nada dor feito. O ser humano não vive isolado do resto do mundo. Pois vivemos em sociedade com outros seres vivos, e também temos que considerar a diversidade entre a espécie humana, de cultura, economia e ambientes. Guimarães (1995) fala que não bastam atitudes corretas isoladas como, por exemplo, separar o lixo seletivamente para ser reciclado em sua casa se não forem alterados também os valores consumistas, que fazem com que te levem a comprar „‟mais lixo‟‟, causando um volume cada vez mais crescente de lixo nas sociedades modernas. Apenas a reciclagem do lixo que produzimos diariamente em nossas casas não é o suficiente, pois grande parte do lixo simplesmente não é reciclável, pois não foi feito para isto. No vídeo “A história das coisas” ainda há a afirmação de que hoje consumimos o dobro do que há 50 anos e sendo assim, continuar neste ritmo de consumismo em um planeta como o nosso não parece ser o melhor para todos que o habitam. Vivemos em um sistema em crise, que necessita de intervenções. O vídeo ainda afirma que atualmente as pessoas precisariam formar um sistema que não desperdiçasse recursos, livrando-se de idéias como a de se usar e jogar fora. É com preocupações nesta direção que Guimarães (1995) sugere que deveríamos nos preocupar também com um desenvolvimento realmente sustentável ambientalmente. O que fazer, então para privar o planeta Terra e tudo que o compõe de seu fim?Esta é uma excelente pergunta onde a chave de sua resposta pode estar na Educação. Esta Educação deve ser feita em busca de atingir objetivos de mudanças de valores e atitudes na sociedade atual. Assim podendo-se construir uma nova ética ambiental global, de que muitos documentos apóiam 1 Retirado dos sites: http://www.youtube.com/watch?v=ZpkxCpxKilI e http://www.youtube.com/watch?v=ZgyNw5pIXE8 27 como a Carta de Belgrado e a Declaração de Estocolmo, além de autores como Mauro Grün (1996) que diz não ser fácil de estabelecer esta nova ética global, pois não existe uma única saída, e sim muitos caminhos capazes de apontar perspectivas para podermos pensar em uma ética ambiental global. Guimarães (1995) aponta a Educação Ambiental como um processo educativo voltado para a participação de seus atores, educandos e educadores, na construção de uma melhor qualidade de vida. Para o autor, a Educação Ambiental para as novas gerações em idade de formação de valores e atitudes, além da população em geral, passa também a ser emergencial dada à situação ambiental em que nos encontramos. Guimarães (1995) aborda que a Educação Ambiental vem sendo definida como interdisciplinar, sendo orientada para a resolução de problemas locais principalmente caracterizados por serem: participativos, comunitários, criativos além de valorizar a ação. E ainda considerada uma Educação crítica da realidade vivenciada e formadora da cidadania, além de ser transformadora de valores e atitudes, através da construção de novos hábitos e conhecimentos, criadora de uma nova ética, sensibilizadora e conscientizadora para as relações integradas entre o ser humano, a sociedade e a natureza objetivando o equilíbrio local e global, como forma de obtenção de melhoria da qualidade de todos os níveis de vida (GUIMARÃES, 1995). Já para Reigota (2007), a Educação Ambiental pode ser fundamentada a partir de contribuições da filosofia da ciência, da filosofia política e da filosofia da educação, no contexto de grandes contradições como no Brasil e na América Latina. Devendo a Educação Ambiental procurar estabelecer uma que ele diz ser uma “nova aliança” entre a humanidade e a natureza, além de criar uma “nova razão” que não seja a de autodestruição , estimulando a ética nas relações econômicas, políticas e sociais. Procurando essa ética ao longo de gerações e culturas atingir a esfera local, continental e por fim a global, com liberdade e justiça de uma sociedade em todos os níveis (REIGOTA, 2007). 28 Dias (1998) considera que a Educação Ambiental recebeu varias definições ao longo do tempo, como a realizada por Stapp et al. (1969 apud DIAS, 1998), definindo-a como um processo que deve objetivar a formação de cidadãos com conhecimentos do ambiente biofísico e seus problemas associados, possibilitem um alerta e levá-los a resolver seus problemas. O CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente apud DIAS, 1998) definiu a Educação Ambiental como um processo de formação e informação, sendo orientada para o desenvolvimento de uma consciência crítica das questões ambientais e de atividades que levem a preservação e equilíbrio ambiental por parte das comunidades (DIAS, 1998). Sendo assim a evolução dos inúmeros conceitos que se tem de Educação Ambiental traz principalmente a definição de meio ambiente e o modo de como este era percebido a partir de uma abordagem integradora e universal (DIAS, 1998). Levando-nos a considerar a nossa situação ambiental atual, e refletir sobre seu possível futuro para o planeta em que vivemos. Cascino (2000) trata a Educação Ambiental como não tendo esta uma especificidade, nem sendo isolada, desconectada fechada ou acabada. Afirmando que esta só existe na relação que se faz da educação com processos de transformações maiores que a própria Educação como um todo. Fazendo assim com que haja sua inserção prática e interdisciplinar, construída a partir de matrizes teórico-disciplinares, compondo novas construções pedagógicas didáticas escolares, para uma Educação Ambiental prática e para a prática. Podendo assim estabelecer um paralelo com o que é proposto no temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais, no quesito trabalharem com a interdisciplinaridade aparecendo assim em todas as frentes educacionais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais, tendo como tema transversal Meio Ambiente, traz discussões sobre a relação dos problemas ambientais e fatores econômicos, políticos, sociais e históricos, levando a debates sobre responsabilidades humanas voltadas para o bem estar comum e sustentabilidade, com perceptiva de reversão da crise socioambiental 29 planetária. Sendo necessário apresentar-se em diversas áreas do conhecimento dada sua característica de transversalidade, assim as ciências humanas, sociais e exatas, integram-se na construção dos conhecimentos dos alunos (BRASIL, 2000, p 45). Há ainda a denominada Educação Conservadora, por Guimarães (2006, p.26), que trata a “concepção de Educação, ao se colocar inapta de transformar uma realidade, conserva o movimento de constituição da realidade de acordo com os interesses dominantes, a lógica da capital, essa tendo como alicerce a visão de mundo fragmentada a realidade, simplificando e reduzindoa perdendo a riqueza e a diversidade da relação”. É desta forma que Guimarães defende que a Educação Ambiental Conservadora tende: refletindo os paradigmas da sociedade moderna, a privilegiar ou promover: o aspecto cognitivo do processo pedagógico, acreditando que transmitindo o conhecimento correto fará com que o individuo compreenda a problemática ambiental e que isso vá transformar seu comportamento e a sociedade; o racionalismo sobre a emoção; sobrepor a teoria á pratica; o conhecimento desvinculado da realidade; a disciplinaridade frente a transversalidade; o individualismo diante da coletividade; o local descontextualizado do global; a dimensão tecnicista frente á política; entre outros (Guimarães, 2006, p.27). E é Guimarães (2006, p. 30-31), que ainda propõe o que ele define por ser uma Educação Ambiental Crítica que tem por “objetivo promover ambientes educativos de mobilização de processos de intervenção sobre a realidade e seus problemas socioambientais, onde possamos superar o que ele chama de armadilhas paradigmáticas e propiciar um processo educativo, em que sejamos educandos e educadores, nos formando e contribuindo, pelo exercício da cidadania ativa, na transformação da grave crise socioambiental” em que nos encontramos atualmente. E desta forma a Educação Ambiental Crítica: se propõe a desvelar a realidade, para, inserindo o processo educativo nela, contribuir na transformação da sociedade atual, assumindo de forma inalienável a sua dimensão política.Portanto, a educação formal, certamente esse processo educativo não se sabe basta dentro dos muros de uma escola, o que explícita a interface 30 entre essa Educação e a Educação Popular ( Guimarães, 2006, p.32). E tendo essa Educação Ambiental Crítica como proposta de ação pedagógica, a realização de projetos que sejam desenvolvidos fora da escola, buscando o docentes atingir uma prática cotidiana de um ambiente educativo de caráter crítico, adequado a realidade socioambiental de nossa sociedade, que abriga como público alvo da todas as faixas etárias individuais e coletivamente (GUIMARÃES, 2006). A formação de professores é algo que ainda deve ser pensada e planejada, para que em sua prática em sala de aula haja uma real interação com o ambiente externo atingindo a comunidade escolar como um todo (CASCINO, 2000). E de acordo com Penteado (1997), há necessidade de uma nova direção na orientação dos trabalhos ambientais a fim de deixarmos a velha noção de ser uma escola informativa e passar a ser uma escola formativa. Assim, deve partir primeiramente da formação de docentes transformadores, cuja atuação promova mudanças reais na sociedade atual, e dê esperanças de um futuro mais sustentável. 2.3. Quando a Educação Ambiental não deve ser confundida com Ecologia A expressão Educação Ambiental, segundo Guimarães (1995), vem crescendo ao longo do tempo em meio a sociedade, mas o que o permanece pouco claro entre os educadores e principalmente na população em geral é seu significado sendo muitas vezes confundida com o ensino de Ecologia.Esta confusão também foi identificada por Reigota (2007) , que aponta que a Educação Ambiental é uma proposta que altera profundamente a Educação como a conhecemos, não sendo necessariamente um prática pedagógica voltada muitas vezes, para a transmissão de conhecimentos sobre Ecologia, visando a utilização do racional aliada a participação dos cidadãos nos discursos e decisões sobre a questão ambiental. 31 Dias (1998), ainda atribui grande importância ao que chama de Ambiente Total e seus aspectos a serem considerados, sendo estes: éticos, sociais, tecnológicos, ecológicos, culturais, econômicos, políticos e científicos, interagindo e se intensificando ou não dependendo do tempo. Tratando a questão ambiental de diversos ângulos, e não de uma só como apenas trabalhar o fator ecológico, podendo passar a ser considerado um reducionismo e ecologismo. No Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais, por serem temas transversais e procurando a interdisciplinaridade como uma alternativa viável para se trabalhar a Educação Ambiental, procura atender a estes aspectos em todos os âmbitos do Ensino, tendo os professores principal função de mediação e integração de conhecimentos de diversas áreas para real transformação dos alunos e a sociedade como um todo. 2.4. Constituição de 1988, Lei 9.795 e o Decreto 4.281. Neste capítulo, haverá como principal documento legal a ser trabalhada, a Lei n° 9.795 de 27 de Abril de 1999 que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Além de haver a necessidade, de acordo com a Lei 9.795, que nos remete aos artigos 205 e 225 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e ao Decreto n°4.281, de 25 de Junho de 2002, onde há a regulamentação da Lei n°9.795. Sendo assim, primeiramente veremos que na Constituição Federal de 1988, capítulo III da Educação, da cultura e do desporto, na seção I da Educação: “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Podendo-se verificar assim, que a Educação é um direito de todo o cidadão brasileiro, sendo dever do Estado e da família promover esta. E atualmente, há 32 de se levar em consideração que este direito a Educação não contempla toda a sociedade brasileira infelizmente. E ainda na Constituição Federal de 1988, o capítulo IV do Meio Ambiente atenta: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.” Na Lei nº 9. 795, de Abril de 1999 que dispõe sobre a Educação Ambiental, e institui a Política Nacional de Educação Ambiental e da outras providências, o presidente da República, no Congresso Nacional, decreta e este sanciona: Capítulo I Da Educação Ambiental. Capítulo II Da política Nacional de Educação Ambiental. Capítulo III Da Execução da política Nacional de Educação Ambiental. Capítulo IV Disposições finais. Nesta Lei, no Capítulo I, Art. 1º, entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.” Assim definindo o que é Educação Ambiental de um ponto de vista „legal‟. Ainda neste mesmo Capítulo I da Educação Ambiental, há em seu Art. 2º: “A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal” Sendo assim, a Educação Ambiental é prevista em Lei, onde todos devem ter acesso a esta em sua educação nacional aparecendo de forma presente em todos os níveis da educação do aluno, o que em muitos casos 33 passa a não acontecer, e, portanto há um descumprimento da lei ou até mesmo poderia ser uma fatal de fiscalização. Não trabalhar Educação Ambiental com alunos que estejam em qualquer fase de sua vida escolar, seja na Educação Infantil, Ensino Fundamental I (1ª á 4ª série), Ensino Fundamental II (5ª á 8ª série), Ensino Médio (1º 2º e 3º colegiais), ou até qualquer outro tipo de educação a ser trabalhada, passa a ser um problema já que em muitas partes do país a Lei passa a ser por vezes até mesmo esquecida. A Educação Ambiental, portanto, deveria ser construída de acordo com as disposições legais, desde a infância das pessoas, de forma gradual e de maneira a fazer sentido, de acordo com a realidade do indivíduo em escala regional e até mesmo global, o que evidentemente seria o ideal, construindo valores, atitudes e habilidade na busca de melhorar o meio ambiente em que vivemos. O Art. 3º Capítulo I da Educação Ambiental: “Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;" “II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem;” Portanto há na lei certa preocupação a cerca de trabalhar Educação Ambiental de maneira a promover mudanças na sociedade, onde Instituições Educativas passem a promovê-la integrada aos programas educacionais. Por outro lado não estão indicadas quais são estas instituições educativas, demonstrando as muitas brechas que compõe a legislação brasileira, deixando 34 assim espaços para justificar possíveis problemas que possa ter com esta, caso não seja cumprida. O Art. 3º Capítulo I da Educação Ambiental ainda dita que: “IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação;” Um possível exemplo dessa incorporação da Educação Ambiental aos meios de comunicação de massa é o que acontece na Rede Globo de Televisão, em seus programas educativos ambientais como, por exemplo, o programa Globo Ecologia que é caracterizado principalmente por passar idéias sobre Educação Ambiental (este programa é transmitido também ao Canal Futura) mostrando o trabalho de Organizações não governamentais como o Projeto TAMAR (tartarugas marinhas), que protege as tartarugas-marinhas, e o Projeto Peixe-Boi, voltado para a conservação desta espécie. Vale pontuar, entretanto, que essas programações, atendendo à legislação, ocorrem mais com um caráter compensatório do que educativo, já que, na maior parte do tempo, os programas televisivos nos “deseducam” quanto às temáticas socioambientais. O Art. 3º Capítulo I da Educação Ambiental se refere as: “V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente;” “VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva 35 voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.” Estes são fatores que deveriam ser apresentados durante a Educação dos alunos, para que estes possam estar atentos aos seus direitos e deveres como cidadãos brasileiros inseridos em um mundo em que atitudes bem orientadas a partir de uma Educação Ambiental transformadora, fariam toda a diferença na composição de uma sociedade mais justa, igualitária e equilibrada. Ainda neste capítulo a lei dita princípios e objetivos da Educação Ambiental. O capítulo II da política nacional de Educação Ambiental apresenta como artigo interessante a ser levantado, o Art. 8 onde: “§ 2o A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para: I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino; II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos profissionais de todas as áreas; III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão ambiental; IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio ambiente; V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que diz respeito à problemática ambiental.” Como podemos ver a uma preocupação quanto à formação de profissionais destinados a Educação Ambiental, se tornando de certa forma constante dada as dependente de atualizações, pois o planeta Terra encontrase em constantes transformações. Em sua segunda seção da Educação Ambiental no Ensino formal, há fatores importantes a serem levados em consideração como: 36 “Art. 9o Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privada, englobando: I - educação básica: a) educação infantil; b) ensino fundamental e c) ensino médio; II - educação superior; III - educação especial; IV - educação profissional; V - educação de jovens e adultos.” Mostrando assim que a lei, afirma a importância de se desenvolver a Educação Ambiental de forma presente constantemente na vida das pessoas, para que haja mudanças efetivas, nas sociedades. Assim ainda contando com a presença do Art. 10 que reafirmam esta importância: “A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. § 1o A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino.” E ainda podemos verificar a diferença que se faz, de se ensinar Educação Ambiental de forma integradora para que esta tenha um real sentido, perdendo um pouco de seu significado se dada de maneira isolada, e a própria lei de Educação Ambiental exalta este fator. Fazendo ressalvas logo após, para cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas para metodologia da Educação Ambiental, quando essa especificidade se faz necessária. Por fim a lei brasileira de Educação Ambiental, da a definição de Educação Ambiental não-formal: “Seção III Da Educação Ambiental Não-Formal 37 Art. 13. Entende-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.” Se fazendo esse tipo de Educação também necessária na composição da educação da sociedade. E ainda na lei brasileira de Educação Ambiental a o Capítulo III da execução da política Nacional de Educação Ambiental e Capítulo IV com as disposições finais, com suas considerações em cada uma. O Decreto n°4.281 de 25 de Junho de 2002 se faz necessário aqui, pois este que regulamenta a Lei 9.795, de 27 de Abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências, fazendo esta valer legalmente, com função de tudo que estiver aberto nela o decreto regulamentar. O Presidente da República decretou uma serie de medidas a serem tomadas, com destaque para: “Art. 1o A Política Nacional de Educação Ambiental será executada pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente SISNAMA, pelas instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, pelos órgãos públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo entidades não governamentais, entidades de classe, meios de comunicação e demais segmentos da sociedade.” “Art. 2o Fica criado o Órgão Gestor, nos termos do art. 14 da Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, responsável pela coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental, que será dirigido pelos Ministros de Estado do Meio Ambiente e da Educação.” Atribuindo competências a este Órgão Gestor, e criando um Comitê Assessor com o objetivo de assessorar o Órgão Gestor, integrado por um representante de vários órgãos, entidades ou setores. 38 No artigo n°5 há um destaque para a importância no uso dos Parâmetros e as Diretrizes Curriculares Nacionais: “Art. 5o Na inclusão da Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino, recomenda-se como referência os Parâmetros e as Diretrizes Curriculares Nacionais, observando-se: I - a integração da educação ambiental às disciplinas de modo transversal, contínuo e permanente; e II - a adequação dos programas já vigentes de formação continuada de educadores.” Por fim o Decreto 4.281 exalta mais uma vez a importância de incluir a Educação Ambiental em todos os níveis de escolaridade, assim se fazendo valer desde a sua data de publicação, a pesar de haver um tempo a ser considerada de adequação da lei a sociedade. ”Art. 6o Para o cumprimento do estabelecido neste Decreto, deverão ser criados, mantidos e implementados, sem prejuízo de outras ações, programas de educação ambiental integrados: I - a todos os níveis e modalidades de ensino; Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.” Portanto o Decreto 4.281, publicado há oito anos, já deve estar atualmente em vigor, tendo em vista que a Educação Ambiental é uma necessidade da sociedade brasileira. 39 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Como já vimos o presente trabalho busca como principal objetivo analisar as concepções de graduandas em Pedagogia de uma Universidade particular do Estado de São Paulo sobre Educação Ambiental. Procurando buscar: Descrever expectativas quanto as suas futuras práticas pedagógicas relacionadas a Educação Ambiental. Identificar aspectos valorizados quanto à temática da Educação Ambiental. Sendo assim, a metodologia adotada baseou-se na realização e aplicação de um questionário contendo cinco perguntas, sendo todas estas relacionadas com o tema Educação Ambiental, e formuladas em conjunto com o orientador deste trabalho, estas foram: Como você justifica a importância da Educação Ambiental na escola? Como você gostaria de trabalhar a Educação Ambiental com seus alunos? Quais as aprendizagens que você gostaria de observar em seus alunos após trabalhar Educação Ambiental com eles? Cite dois assuntos que você privilegiaria em Educação Ambiental. Onde você aprendeu sobre os assuntos citados na questão anterior? Este questionário foi aplicado para uma turma com 20 alunas (portanto há 20 questionários respondidos) do sexto semestre do curso de Pedagogia de uma Universidade particular do estado de São Paulo, sendo, portanto futuras professoras do Ensino Fundamental. E esta escolha deve-se ao fato de se pretender analisar as fases finais de formação superior de um curso de formação de professores que lecionaram nos primeiros estágios da vida escolar dos alunos (Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série), podendo-se a partir 40 deste questionário analisar (posteriormente no tópico análise), a importância atribuída pelas futuras professoras de pedagogia ao tema Educação Ambiental na composição da formação da educação básica de seus alunos. A primeira questão do questionário teve a função de reconhecer o porquê das alunas julgarem importante a adoção e permanência Educação Ambiental como uma temática a ser trabalhada no ambiente escolar. A segunda questão buscava o como as futuras docentes pretenderiam trabalhar a Educação Ambiental com seus alunos. O objetivo da terceira questão era apontar quais as aprendizagens que as alunas de pedagogia gostariam de observar em seus alunos, após o tema Educação Ambiental ser trabalhado com os mesmos. A quarta questão pretendia observar dois assuntos privilegiados em Educação Ambiental e a partir das respostas, evidenciarem tendências de se enxergar a Educação Ambiental como Ecologia, havendo, portanto uma confusão entre os temas além de evidenciar um olhar mais conservador e/ou crítico de Educação Ambiental. A quinta e última questão tinha como foco a busca de saber onde os temas da questão anterior, ou seja, uma justificativa para a quarta questão dos assuntos citados, procurando assim verificar ou não idéias de uma Educação Ambiental efetiva e/ou uma confusão com o estudo de Ecologia. As respostas foram todas lidas e posteriormente digitadas na integra, apresentando-se na forma de resultados. Em seguida as mesmas foram sublinhadas a partir de suas idéias ou palavras-chave, assim pretendendo-se apontar os conceitos centrais de cada resposta para se dar a posterior análise. De acordo com Gil (1999), a definição de questionário é dada pela: técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito ás pessoas, tendo por 41 objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.(GIL,1999,p.128). Sendo algumas das vantagens a ser apontada, a possibilidade de este atingir um grande número de pessoas, garantirem o anonimato das respostas e não expor os pesquisados a influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado (GIL, 1999, p.128-129). Em contraponto, há as limitações do questionário, como impedir o auxilio ao informante quando este não entende corretamente as instruções ou perguntas, impede o conhecimento das circunstâncias que foi respondido fato importante na avaliação da qualidade das respostas e proporciona resultados bastantes críticos em relação à objetividade dado que os itens podem significar diferente para cada pessoa (GIL, 1999, p.129). Ainda para ser realizada posteriormente neste trabalho à análise, houve a necessidade de uma criação de categorias preestabelecidas, ajudando assim na interpretação dos resultados. Estas categorias segundo Lüdke e André (1986) devem ser o primeiro passo da análise, sendo ainda o referencial teórico parte integrante na classificação dos dados quando há sua necessidade dada sua amplitude e flexibilidade, sendo possível também a formulação de novas categorias conceituais em casos de características específicas aparecerem. As categorias neste trabalho foram elaboradas a partir dos depoimentos obtidos pela aplicação do questionário (que se encontra no apêndice), tomando como base suas palavras chaves (PC). 42 4. ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO 4.1. RESULTADOS DA COLETA As categorias de análise obtidas a partir do instrumento de coleta de dados aqui se apresentam da seguinte maneira: Para a questão nº1 onde havia a necessidade de se justificar a importância de Educação Ambiental na escola, houve dois principais tipos de respostas onde as que mais se fizeram presentes nas falas das alunas, formando assim categorias foram: 1) Conscientização: esta categoria nos remete ás palavras chave e idéias por parte das futuras pedagogas de aluno consciente, conscientizar, responsabilização, conscientização. 2) Atitudes: esta categoria nos remete ás palavras chave tomada de decisão, boas maneiras, sujeito ativo, atos, atitudes e formações atitudinais. 3) Preservação: esta categoria nos remete as palavras chave conservação, preservação, preservar, proteger e cuidar. Ainda para a questão nº1, sendo agora as respostas que menos apareceram: 4) Interdisciplinaridade: esta categoria nos remete as palavras chave conciliasse com as demais disciplinas e interdisciplinaridade. 5) Sustentabilidade: esta categoria nos remete a palavra chave sustentabilidade. 6) Recursos naturais: esta categoria nos remete a palavra chave recursos naturais, água, solo e ar. 7) Consumismo: esta categoria nos remete as palavras chave consumo e consumo desenfreado. 43 Para a questão nº2 que pretendia verificar como as futuras professoras gostariam de trabalhar Educação Ambiental com seus alunos, houve também dois principais tipos de respostas sendo as mais freqüentes nas falas das alunas, formando assim categorias foram: 8) Estudo do meio e projetos: esta categoria nos remete ás palavras chave pesquisas de campo, apreciação do meio, estudos do meio e projetos. 9) Prática: esta categoria nos remete ás palavras chave experiências, experimentações, experimental, atividades e prática(s). A resposta menos freqüente para a questão nº2, foi: 10) Aulas reflexivas: esta categoria nos remete as palavras chave reflexão crítica e aulas reflexivas. Para a questão nº3, que questionava as alunas de pedagogia de quais as aprendizagens que elas gostariam de desenvolver em seus alunos após trabalhar Educação Ambiental com eles, tiveram como principais respostas, abrigadas em categorias: 11) Conscientização e Preservação: esta categoria nos remete ás palavras chave e idéias por parte das futuras pedagogas de aluno consciente, conscientizar, conscientização aliadas a idéias de preservação neste item. 12) Atitudes: esta categoria nos remete ás palavras chave tomada de decisão, boas maneiras, sujeito ativo, atitudes e formações De maneira intermediária, igualitariamente apareceram na questão nº3 idéias de: 13) Procedimentais: esta categoria nos remete as palavras chave procedimentos ou procedimentais. 44 14) Conceituais: esta categoria nos remete as palavras chave conteúdos científicos, conceitos específicos e conceituais. 15) Comportamentais: esta categoria nos remete as palavras chave comportamentos e comportamentais. Por fim na questão nº3 com menos freqüência apareceram nas respostas: 16) Formação crítica: esta categoria nos remete ás palavras chave crítico e formação crítica. 17) Interdisciplinaridade: conta com idéias e até mesmo o uso da palavra interdisciplinaridade nesta categoria. A questão nº4 as alunas de Pedagogia teriam que citar dois assuntos que estas privilegiariam em Educação Ambiental, houve dois principais tipos de respostas onde as que mais se fizeram presentes nas falas das alunas, formando assim categorias foram: 18) Reciclagem: esta categoria nos remete as palavras chave reciclagem. 19) Água: categoria nos remete as palavras chave água, mares e oceanos. 20) Preservação e Respeito: esta categoria nos remete as palavras chave preservação e respeito ao próximo e ao meio ambiente. Já as respostas menos freqüentes foram: 21) Poluição: esta categoria nos remete a palavra chave poluição. 22) Reutilização: esta categoria nos remete a palavra chave reutilização. 23) Consumismo e exploração de recursos naturais: esta categoria nos remete as palavras chave consumo e consumo desenfreado, além de exploração de recursos naturais. 45 A quinta e última questão pretendia que as futuras pedagogas apontassem onde estas aprenderam sobre os temas citados na questão quatro, e as respostas que mais apareceram foram: 24) Educação escolar: esta categoria nos remete as palavras chave Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio. 25) Meios de comunicação: esta categoria nos remete as palavras chave Canal de T.V. Futura, T.V., Internet e mídia. As respostas menos freqüentem na questão nº5 foram: 26) Trabalho: esta categoria nos remete as palavras chave ambiente de trabalho, trabalho e estágio. 27) Universidade: esta categoria nos remete a palavra chave Curso de Pedagogia, Universidade e faculdade. Há ainda a categoria, que aparece nas diferentes respostas das questões, denominada: 28) Outros: esta destinada a palavras ou idéias uma ou poucas vezes mencionadas, e que não respondem realmente a pergunta feita às alunas de pedagogia. É ainda necessário ressalta a importância de que “a análise não se restrinja apenas o que está explícito nos resultados da coleta, mas que procure ir além destes, na busca por mensagens implícitas, dimensões contraditórias e temas sistematicamente silenciados”, procurando revelar a real intenção do questionado, explicitando dessa forma os dados (Lüdke,1986, p.48). No apêndice 2 a análise de conteúdo dos dados está disponibilizada para consulta. 46 4.2. ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO De acordo com a questão n°1, que falava sobre a importância de se trabalhar a Educação Ambiental na escola, a principal categoria observada foi a conscientização, aparecendo na metade das respostas das alunas. Seguido pelas categorias preservação e atitudes. Assim parece que as alunas de do sexto semestre de pedagogia, acreditam na importância de se ensinar educação ambiental, dado o fato de forma-se uma conscientização ambiental, seguida por mudanças de atitudes e preservação, como é apontado por Guimarães (1995), quando o mesmo diz que a Educação Ambiental deve aparecer de forma crítica considerando a realidade atual sendo ainda transformadora de valores e atitudes, construindo novos hábitos e conhecimentos, além de ser sensibilizadora e conscientizadora busca pela construção de uma nova ética global para a melhoria da qualidade de vidas. Ainda na questão nº1 há nos depoimentos, uma forte referência a idéia de faixas etárias em que a Educação Ambiental deva atingir aparecendo principalmente à categoria público alvo como apenas alunos crianças e jovens, esquecendo de que esta educação deve de acordo com a Lei 9.795, onde educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal (BRASIL, Presidência da República. Lei 9.795). Assim sendo necessária para adultos e idosos, que em muitos casos passam a atuar de maneira antiquada, não levando em consideração o meio ambiente atual, por isso deveriam ser os principais alunados da Educação Ambiental. Sobre o público alvo da Educação Ambiental Guimarães (1995), ainda aponta que as novas gerações em idade de formação de valores e atitudes são de extrema importância é claro, mas que também se deve levar em consideração a população em geral que dada nossa situação ambiental emergencial passa a ser de grande necessidade para as mudanças realmente acontecerem. 47 Na questão nº1 é ainda possível observar as categorias pouco freqüentes como sustentabilidade, recursos naturais e consumo, demonstrando a pequena porcentagem de alunas de pedagogia que têm concepções voltadas para o que Guimarães (2006) julga ser a Educação Ambiental Crítica que procura promover ambientes educacionais mobilizadores com processos de intervenção, formando cidadãos críticos para com a questão ambiental. Essa intervenção é realizada por pessoas, que em suas atitudes como, por exemplo, o consumismo intensificado e a quase extinção dos recursos naturais para fins individuais, é alvo das principais discussões ambientais, na busca de transformar a realidade de um sistema em crise, para alvo novo, mais sustentável, como é apontado no vídeo a história das coisas. Na questão n°2 que questionava a maneira de como as futuras pedagogas gostariam de trabalhar a Educação Ambiental, as categorias mais freqüentes foram estudo do meio e prática. Assim mostrando concepções mais próximas de o que Cascino (2000) aponta, como tendo na Educação Ambiental a real inserção de práticas educativas construídas a partir de matrizes teóricodisciplinares compondo nova construção didática escolares para uma Educação Ambiental prática e para a prática. Procurando essa contar sempre com a interdisciplinaridade e transversalidade. Tem destaque ainda na questão nº2, o depoimento de n°12, que apresenta evidente confusão por parte da aluna de pedagogia quando esta trata primeiramente Educação Ambiental como uma disciplina e posteriormente trabalhá-la como uma frente de botânica ou até mesmo ecologia propondo atividades de identificação das plantas, fato também observado por Guimarães (1995) quando este aponta situações parecidas de educadores e a população em geral. Portanto leva-se a acreditar que, como Reigota (2007) afirma, essa confusão de papéis passa a ser até mesmo constante em falas de docentes, que desconhecem as diferenças de práticas pedagógicas voltadas para transmissão de conhecimento como no caso da Ecologia, e a utilização do racional na construção do conhecimento ambiental, como é o caso da Educação Ambiental que acaba por mudar fortemente a imagem da Educação que conhecemos. 48 A questão da confusão de Educação Ambiental como disciplina específica também está presente no depoimento nº10 da questão nº 2, podendo assim como no depoimento nº12, estar associado a um desconhecimento da Lei 9.795, que aponta a Educação Ambiental como não sendo tratada como uma matéria específica, mas sim com interdisciplinaridade e transversalidade, assim também como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais mais uma vez. De acordo com a questão n°3 que indagava sobre as aprendizagens desenvolvidas após as futuras professoras trabalharem Educação Ambiental, as categorias que mais apareceram foram atitudes, conscientização e preservação, afirmando mais uma vez essas, como sua principal concepção sobre o tema Educação Ambiental, agora traduzida em relevantes aprendizagens desenvolvidas por seus alunos. Seguidas de maneira mediana por categorias comportamentais, conceituais e procedimentais. Há ainda destaque na questão nº3 para a categoria formação crítica demonstrando concepções tratado por Guimarães (2006) como Educação Ambiental Crítica já mencionadas, procurado assim a partir da exposição da realidade transformar e formar alunos críticos ambientalmente, que extrapolem o ambiente escolar. Formada no que segundo Dias (1998) considera ser uma consciência crítica, levando assim possivelmente a preservação e ações equilibradas por parte dos alunados que formarão a sociedade. Na questão n°4 onde as alunas de pedagogia teriam que citar dois assuntos sobre Educação Ambiental as principais categorias foram reciclagem e água, caracterizando concepções de uma grande maioria da sala pela Educação Ambiental Conservadora, de acordo com a definição de Guimarães (2006). A educação ambiental conservadora faz com que a realidade apareça fragmentada e reduzida perdendo assim a riqueza e a diversidade da relação, a partir da simples transmissão do conhecimento correto fazendo com que o indivíduo compreenda a problemática socioambiental transformando seu 49 comportamento na sociedade moderna. E ainda há o aparecimento de categorias respeito pelo outro e pelo mundo e preservação nesta questão. Temas como reciclagem são de extrema importância, mas não podemos nos esquecer que apenas a reciclagem não resolve o problema, pois este se encontra antes desta. O problema esta na intensificação das atividades consumistas na sociedade moderna atual. Sendo assim a primeira medida a ser tomada é a de redução, seguida pela reutilização e reciclagem (compondo a idéia dos três R), idéias estas que também podem ser assistidas no vídeo “A história das coisas”. Guimarães (1995), ainda traduz essa idéia a partir da fala de que não bastam atitudes corretas individuais como a reciclagem do lixo em sua casa, se não houver mudanças nos valores consumistas, que levam ao consumo de mais lixo. Na questão nº4 no depoimento nº5 há as idéias de reciclagem e reutilização, mas não de redução, possivelmente uma falha pela presença de falhas do processo construção do conhecimento ao longo da Educação. Já na mesma questão, mas nos depoimentos nº15, 16 e 17 há as categorias consumismo, recursos naturais, poluição ambiental (além de preservação e reciclagem), aparece caracterizando concepções de uma Educação Ambiental Crítica, por parte de três alunas do curso de Pedagogia, na questão n º4. Por fim a questão n°5 solicitava que as alunas de Pedagogia mencionassem onde elas aprenderam sobre os temas citados na questão nº4, e as principais categorias presentes nos depoimentos foram educação escolar e meios de comunicação. A categoria educação escolar esta atrelada ao passado educacional das alunadas, este se mostrando um tanto quando conservador, refletindo nos depoimentos da questão nº4, onde a maioria citou reciclagem como um dos principais temas a serem trabalhados na Educação Ambiental, esquecendo-se dos outros tantos problemas emergenciais como: extinção de recursos naturais, consumismo, sustentabilidade, etc. Já na categoria meios de comunicação, presentes em muitos dos depoimentos da questão n º5, segundo, os Parâmetros Curriculares Nacionais (2000), 50 apontam como muitas vezes mostrarem-se apenas alardes feitos a população, sem levar em consideração informações e conceitos importantíssimos da área das ciências, cabendo aqui como exemplo o emprego da Ecologia como sinônimo de meio ambiente, gerando visões distorcidas da questão ambiental. Portanto o cuidado sempre é uma necessidade, quando a questão é o que se tem na mídia, para a construção do conhecimento. Em menor porcentagem apareceram as categorias trabalho e universidade, caracterizando conhecimentos formados recentemente, na idade adulta, e tendo uma visão mais viciada, dado o curso ser de formação de professores e o local de trabalho ser o ambiente escolar. 4.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho procurou contribuir com o principal objetivo de analisar as concepções de graduandas em Pedagogia de uma Universidade particular do Estado de São Paulo, sobre Educação Ambiental. Procurando buscar descrever expectativas quanto as suas futuras práticas pedagógicas relacionadas a Educação Ambiental e identificar aspectos valorizados quanto à temática da Educação Ambiental. Assim, foi possível, a partir dos depoimentos das futuras professoras de Pedagogia, identificar duas principais tendências quanto a Educação Ambiental: Educação Ambiental mais conservadora e a Educação Ambiental mais crítica. Sendo neste grupo de alunas mais fortemente evidente a concepção de uma Educação Ambiental conservadora (GUIMARÃES, 2006). Uma possível orientação, na busca por alternativa para a problemática a cerca da crise socioambiental no presente século é, portanto a Educação Ambiental. Sendo pela atuação e mediação de docentes, estes preocupados em superar concepções do homem como senhor da natureza e construir noções do ser humano como parte da natureza, interagindo harmoniosamente com esta, na busca por mudanças sociais, econômicas, culturais e ambientais, 51 a partir de seus alunos e propagando-se pela escola, pelo bairro, pelo país e o finalmente pelo mundo com a construção de uma ética ambiental global. 52 5. REFERÊNCIAS ANGHER, Anne Joyce (org). Vade Mecum acadêmico de direito. 3ª ed, São Paulo: Rideel, 2006. BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: ciências naturais/Secretaria da Educação Fundamental. 2ª Ed, Rio de Janeiro: DP & A, 2000. Brasil, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: meio ambiente e saúde/Secretaria da Educação Fundamental. 2ª Ed, Rio de Janeiro: DP & A, 2000. Cascino, Fábio. Educação Ambiental: princípios, história, formação de professores. 2ª ed. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2000. Dias, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 5ª ed. São Paulo: Global, 1998. Gadotti, Moacir. Pedagogia da terra: ecopedagogia e educação sustentável. In: Torres, C.A. (org.). Paulo Freire y la agenda de la educación latino americana en el siglo XXI, (pp.81-132).Buenos Aires: Edições do CLACSO, 2001. Gil, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed. São Paulo : Atlas, p.128-131, 1999. Grün, Mauro. Ética e Educação Ambiental: A conexão necessária. 7ª ed.Campinas,SP:Papirus,1996. Guimarães, Mauro. A dimensão ambiental na educação. 1ª ed.Campinas,SP : Papirus,1995. 53 GUIMARÃES, M. Educação ambiental crítica. In: Identidades da educação ambiental brasileira. Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental; Philippe Pomier Layrargues (coord.). Brasília: MMA, p. 25-34, 2004. Loureiro, Carlos Frederico Berna. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2009. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. Editora Pedagógica e Universitária Ltda,1986. Penteado, Heloisa Dupas. Meio ambiente e formação de professores. 2ª ed. São Paulo : Cortez ,cap.4, 1997. Reigota,Marcos.Meio ambiente e representação social.7ª ed.São Paulo:Cortez,2007. UNESCO, Documentos históricos: Carta de Belgrado: Uma estrutura para a Educação Ambiental, 1975. Declaração de Estocolmo, 1972. Declaração de Thessaloniki,1997. La Declaración de Ahmedabad 2007: Uma llamada a La Acción,2007. A Declaração de Ahmedabad 2007: Uma chamada a ação, 2007. Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis Responsabilidade Global, 1992. A Carta da Terra: valores e princípios para um futuro sustentável, 1997. e 54 Aurélio Buarque de Holanda e J.E.M.M. Editores Ltda.-1986, Novo Dicionário Aurélio da Linguagem portuguesa; 2ª ed,editora Nova fronteira,S.A.;Rio de Janeiro,1996. BRASIL, Presidência da República. Lei 9.795 http://www.ibama.gov.br/cgeam/index.php?id_menu=73 Acesso em: 03 de maio de 2010. http://www.presidencia.gov.br/ Acesso em: 03 de maio de 2010. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm Acesso em: 03 de maio de 2010. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4281.htm Acesso em: 03 de maio de 2010. Leonard, Annie. The story of stuff,2008.Versão dublada disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=ZpkxCpxKilI Acesso em: 07 de maio de 2010. 55 ANEXO 1 Neste item, haverá a Lei 9.795 de 27 de Abril de 1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, aparecendo esta na integra, para caso haja necessidade de consulta. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. Mensagem de Veto Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. Art. 3o Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem; III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; 56 IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação; V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente; VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais. Art. 4o São princípios básicos da educação ambiental: I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. Art. 5o São objetivos fundamentais da educação ambiental: I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; II - a garantia de democratização das informações ambientais; III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; 57 VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. CAPÍTULO II DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Seção I Disposições Gerais Art. 6o É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental. Art. 7o A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações não-governamentais com atuação em educação ambiental. Art. 8o As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas: I - capacitação de recursos humanos; II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações; III - produção e divulgação de material educativo; IV - acompanhamento e avaliação. § 1o Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental serão respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei. § 2o A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para: I - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino; II - a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos profissionais de todas as áreas; III - a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão ambiental; IV - a formação, especialização e atualização de profissionais na área de meio ambiente; V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que diz respeito à problemática ambiental. § 3o As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para: I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à incorporação da dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades de ensino; II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão ambiental; 58 III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à participação dos interessados na formulação e execução de pesquisas relacionadas à problemática ambiental; IV - a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na área ambiental; V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção de material educativo; VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às ações enumeradas nos incisos I a V. Seção II Da Educação Ambiental no Ensino Formal Art. 9o Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando: I - educação básica: a) educação infantil; b) ensino fundamental e c) ensino médio; II - educação superior; III - educação especial; IV - educação profissional; V - educação de jovens e adultos. Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. § 1o A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino. § 2o Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de disciplina específica. § 3o Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas. Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. 59 Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e de seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumprimento do disposto nos arts. 10 e 11 desta Lei. Seção III Da Educação Ambiental Não-Formal Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará: I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente; II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações nãogovernamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal; III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações nãogovernamentais; IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação; V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação; VI - a sensibilização ambiental dos agricultores; VII - o ecoturismo. CAPÍTULO III DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Art. 14. A coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental ficará a cargo de um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei. Art. 15. São atribuições do órgão gestor: I - definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional; II - articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos na área de educação ambiental, em âmbito nacional; III - participação na negociação de financiamentos a planos, programas e projetos na área de educação ambiental. Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua competência e nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios para a educação ambiental, respeitados os princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. 60 Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos públicos vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada levando-se em conta os seguintes critérios: I - conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental; II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama e do Sistema Nacional de Educação; III - economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos a alocar e o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto. Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser contemplados, de forma eqüitativa, os planos, programas e projetos das diferentes regiões do País. Art. 18. (VETADO) Art. 19. Os programas de assistência técnica e financeira relativos a meio ambiente e educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar recursos às ações de educação ambiental. CAPÍTULO IV DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias de sua publicação, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Educação. Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 27 de abril de 1999; 178o da Independência e 111o da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato Souza José Sarney Filho Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 28.4.19992 2 Retirado do site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9795.htm#art14 61 ANEXO 2 Este item contém os questionários originais respondidos pelas graduandas em Pedagogia, para caso haja necessidade de consulta. 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 APÊNDICE 1 Questionário Neste questionário o principal objetivo será a coleta de dados para a realização de um Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas com o tema Educação Ambiental, da aluna Belisa Neves Zanardi da Universidade Presbiteriana Mackenzie, cursando o sexto semestre sob orientação do professor Adriano Monteiro de Castro. Na intenção de dar sentido à análise do trabalho e caso você concorde em participar deste, leia e responda atentamente e da forma mais sincera possível. Devo lembrá-lo de que você é livre para a qualquer momento recusar-se a responder as perguntas ou alguma delas, caso estas tenham lhe ocasionado constrangimento de qualquer natureza. Sua identificação deve e será mantida em segredo. 1)Como você justifica a importância da Educação Ambiental na escola? 2)Como você gostaria de trabalhar a Educação Ambiental com seus alunos? 102 3)Quais as aprendizagens que você gostaria de observar em seus alunos após trabalhar Educação Ambiental com eles? 4)Cite dois assuntos que você privilegiaria em Educação Ambiental? 5)Onde você aprendeu sobre os assuntos citados na questão anterior? Muito obrigada pela colaboração! *Caso queira ser informado dos resultados deste trabalho ou maiores dúvidas sobre o mesmo, anote o e-mail: [email protected]. 103 APÊNDICE 2 Aqui se encontra uma análise documental dos dados do presente trabalho onde há as perguntas abertas,seguida das respostas dos vinte questionários obtidas e apresentadas na integra, aparecendo na forma de depoimentos numerados aleatoriamente. Abaixo há explicação do significado do depoimento acompanhado de idéias ou palavras-chave (PC) e sua conseqüente categoria. Questão 1 : Como você justifica a importância de Educação Ambiental na escola? Depoimentos: 1) É uma questão que tem vigentes estudos mais não apenas em teorias, mais estudar meios de como trabalhar esta temática não só com adultos mais em todas as faixas etárias, mais direcionando para jovens e crianças criando assim projetos que venha ajudar conscientizações desse público. Explicação do depoimento: Não só teorias, mas também trabalhar na prática através de projetos de conscientização, assim criando-a. Trabalhar com todas as faixas etárias. PC: práticas de projetos; conscientização; faixas etárias. Categoria: Atitudes/Conscientização. 2) Inserir o indivíduo ao meio como cidadão, para que o mesmo possa se responsabilizar com o ambiente de forma que o leve a pensar sobre seus atos e seja ou tenha autonomia para decidir de forma coerente e justa o futuro do meio em que vive. Explicação do depoimento: Inserção do individuo ao meio, a partir da responsabilização para com ambiente. Reflexão das ações. Decisão do futuro do meio ambiente. PC: Inserção do individuo ao meio; responsabilização; tomada de decisão Tem uma preocupação com o futuro. Categoria: Conscientização/Atitudes. 104 3) O conhecimento sobre o meio ambiente que o aluno carrega, antes mesmo de adentrar-se a escola, tem o devido valor,quando este é efetuado diante dos demais alunos.A troca de informações e conhecimentos propicia a aprendizagem do aluno, com a sua curiosidade e críticas. Assim a educação ambiental tem sua importância diante da interdisciplinaridade para com as concepções de todos os envolvidos (alunos, professor e comunidade). Explicação do depoimento: Conhecimento prévio perante os outros. Aprendizagem a partir da troca de conhecimentos. Importância da Educação Ambiental a partir da troca de concepções de todos. PC: conhecimentos prévios; aprendizagem; Interdisciplinaridade; concepções. Categoria: Interdisciplinaridade. 4) Trabalhar a educação ambiental na escola é sem dúvida muito importante visto que irá trabalhar a questão da conscientização dos alunos em relação ao meio ambiente e a melhor forma de contribuir para a sua preservação. Explicação do depoimento: Trabalhar a conscientização dos alunos contribuindo para preservação do meio ambiente. PC: conscientização dos alunos; preservação do meio ambiente. Categoria: Conscientização/Preservação. 5) A educação ambiental na escola é importante pra reforçar uma Educação que já deve vir de casa.Sou totalmente a favor dessa educação, para que as crianças aprendam desde cedo a preservar, respeitar e cuidar do mundo em que vivem. Explicação do depoimento: Reforça a Educação de tida casa (conhecimento prévio). Crianças aprendam a preservar respeitar e cuidar do mundo. PC: Educação de tida casa; crianças; preservar; respeitar; cuidar; mundo. Categoria: Preservação. 105 6) Pelo fato de que sem essa educação ambiental nosso prazo de sobrevivência a cada dia fica mais curto ou mais longo de insatisfação.Desta forma é de suma importância conscientizar mas problematizar para os alunos de certa forma para que eles percebam de que com boas maneiras teremos excelentes qualidades de vida. Explicação do depoimento: Educação Ambiental estabelece nosso tempo de sobrevivência. Conscientizar e problematizar os alunos, na busca por melhores qualidades de vida. PC: tempo de sobrevivência; conscientizar; problematizar; boas maneiras; qualidades de vida. Categoria: Conscientização/Atitudes. 7) A escola é um ambiente propicio para a instrução e educação, é um lugar onde as pessoas sabem que vão para um objetivo especifico(aprender).Logo pode-se justificar a importância do assunto ser tratado na escola. Explicação do depoimento: Educação ambiental importante durante a aprendizagem escolar. PC: aprendizagem. Categoria: Outros. 8) Como importante instrumento para transformar o aluno em sujeito ativo dentro da sociedade em que vive, consciente de suas atitudes e conseqüências diante do meio ambiente. Explicação do depoimento: Instrumento de transformação na busca de um aluno ativo na sociedade, sendo consciente de suas atitudes. PC: Instrumento de transformação; sujeito ativo; consciente; atitudes. Categoria: Atitudes/Conscientização. 9) A educação ambiental é importante para conscientizar sobre o meio em que esta inserido, tanto no aspecto da ciência, quanto no porque de se proteger. 106 Explicação do depoimento: Conscientização do meio em que está inserido, no aspecto da ciência e da preservação. PC: Conscientização do meio; ciência; preservação. Categoria: Conscientização/Preservação. 10) A educação ambiental é de suma importância para a conscientização de crianças e jovens. Explicação do depoimento: Conscientização de crianças e jovens. PC: Conscientização; crianças; jovens. Categoria: Conscientização. 11) A educação ambiental dentro do contexto escolar é importante, porque ajuda na formação do sujeito como um ser questionador, cidadão (possuidor de direitos e de deveres) e consciente. A educação ambiental é imprescindível para o próprio conceito de sustentabilidade e preservação aos nossos recursos naturais. Explicação do depoimento: Formação do aluno crítico, cidadão (possuidor de direitos e de deveres) e consciente. Conceito de sustentabilidade e preservação dos recursos naturais. PC: aluno crítico; cidadão; consciente; sustentabilidade; preservação; recursos naturais. Categoria: Conscientização/Preservação/Sustentabilidade/Recursos naturais. 12) A educação ambiental é um espaço muito importante para o desenvolvimento dos alunos. Explicação do depoimento: Espaço para desenvolvimento do aluno. PC: Espaço; desenvolvimento do aluno. Categoria: Outros. 107 13) É importante trabalhar a educação ambiental na escola para passar mais conhecimento para as crianças com relação ao que elas tem que cuidar na natureza, no mundo para seu próprio bem. Explicação do depoimento: Passar conhecimento para crianças cuidarem do mundo para seu próprio bem. PC: conhecimento; crianças; cuidado com o mundo; próprio bem. Categoria: Preservação. 14) O tema educação ambiental é de suma importância na inserção do âmbito escolar, pois a mesma por ser um lugar de ensino aprendizagem é também uma temática essencial na educação do alunos, para poder conhecer melhor a natureza, no qual, os mesmos estão inseridos. Explicação do depoimento: Escola como meio de ensino-aprendizagem de Educação Ambiental na busca de conhecimentos do meio ambiente em que estão inseridos. PC: Inserção; ensino-aprendizagem; conhecer; natureza. Categoria: Outros. 15) A educação ambiental na escola é importante para trazer conscientização em relação ao ambiente em que vivemos ,como preservá-la e vivermos em harmonia com eles. Explicação do depoimento: Conscientização e preservação do meio ambiente. PC: Conscientização; preservá-la; ambiente; harmonia. Categoria: Conscientização/Preservação. 16) A educação ambiental é importante para a conscientização quanto ao uso de recursos naturais, ao consumo desenfreado, visando a adoção de atitudes de conservação do meio ambiente para a manutenção da vida no planeta Terra. A escola deve abordar questões relevantes como a educação ambiental visto que tem por objetivo a formação de cidadãos conscientes. 108 Explicação do depoimento: Conscientização quanto ao consumismo desenfreado, visando à adoção de atitudes de conservação do meio ambiente para a manutenção da vida. Abordar questões relevantes com objetivo de formação de cidadãos conscientes PC: Conscientização; recursos naturais; consumo desenfreado; adoção de atitudes de conservação; manutenção da vida; formação de cidadãos conscientes; planeta Terra. Categoria: Conscientização/Preservação/Recursos naturais/Consumismo/ Atitudes. 17) A educação ambiental permite que o sujeito se veja como parte integrante de um sistema complexo. Julgo que a educação ambiental na escola favorece o desenvolvimento da criticidade tendo em vista a conscientização quanto a conservação da vida no planeta. Explicação do depoimento: Integração com o todo. Favorecimento do desenvolvimento critico atento a conscientização para preservação da vida. PC: Integrante de um sistema complexo; criticidade; conscientização; conservação da vida; planeta. Categoria: Conscientização/Preservação. 18) Importante para que os alunos vejam o nosso mundo e que conservem o meio ambiente para um futuro melhor. Explicação do depoimento: Atenção ao mundo, a partir da conservação do meio para um futuro melhor. PC: vejam o mundo; conservem o meio ambiente; futuro melhor. Categoria: Preservação. 19) Devido as grandes mudanças que estão ocorrendo em nosso planeta por conta da ação humana é preciso educar e orientar nossas crianças para ações que tornem a vida no planeta mais sustentável. 109 Explicação do depoimento: A ação humana provoca grandes mudanças no planeta, portanto há necessidade de orientação das crianças para ações de sustentabilidade. PC: grandes mudanças; planeta; ação humana; é preciso educar; orientar; crianças; ações sustentáveis. Categoria: Atitudes/Sustentabilidade. 20) O homem faz parte do planeta Terra, logo deve ser entendido como subjugado a ele e desta forma necessita compreende-lo. Explicação do depoimento: Homem como parte do todo que é a Terra, portanto há necessidade de compreensão desta. PC: Homem; planeta Terra; subjugado; compreende-lo. Categoria: Outros. Questão 2 : Como você gostaria de trabalhar a Educação Ambiental com seus alunos? Depoimentos: 1)Com projetos que possibilitassem os alunos á práticas em defesa do meio ambiente.Por exemplo um projeto sobre reciclagem. Explicação do depoimento: Projetos que levam a mudanças atitudinais. PC: Projetos; defesa do meio ambiente; reciclagem; práticas. Categoria: Estudo do meio e projetos/Prática. 2)De preferência fazendo um estudo do meio. Explicação do depoimento: Estudo do meio. PC: Estudo do meio. Categoria: Estudo do meio e projetos. 3)De forma dinâmica e ate mesmo em estudo de campo. Explicação do depoimento: Forma dinâmica com estudos do meio. 110 PC: Estudos de campo. Categoria: Estudo do meio e projetos. 4)Através de pesquisa de campos e aulas reflexivas. Explicação do depoimento: Estudo do meio. Aulas que estimulem o questionamento e formação do conhecimento. PC: Pesquisa de campos; aulas reflexivas. Categoria: Estudo do meio e projetos/Aulas reflexivas. 5)De uma forma prática através das situações do dia a dia e acontecimentos atuais. Explicação do depoimento: Estudos do meio a partir de questões atuais. PC: Prática; situações do dia a dia; acontecimentos atuais. Categorias: Prática. 6)Experiências,Estudo do meio,Procedimentos,Atitudes,Observação. Explicação do depoimento: Estudos do meio que possibilitem formações de conceitos procedimentais, atitudinais e observações. PC: Experiências; Estudo do meio; Procedimentos; Atitudes; Observação. Categoria: Prática/ Estudo do meio e projetos. 7)De forma prática, não apenas teórica para que eles já entendam a forma correta de tratar e cuida do ambiente. Explicação do depoimento: Na teoria e prática, buscando o entendimento do cuidado com o meio ambiente. PC: Teoria; prática; forma correta de cuidar do ambiente. Categoria: Prática. 111 8)Através de atividades lúdicas;Através da utilização dos espaços não escolares que a sociedade dispõe. Explicação do depoimento: Atividades lúdicas e utilização dos espaços não escolares interagindo com a sociedade. PC: Atividades lúdicas; espaços não escolares; sociedade. Categoria: Prática. 9)Gostaria de trabalhar com contexto inicialmente partindo dos alunos e deste planejar as aulas, com apoio dos conteúdos propostos pela escola. Trabalhar com educação ambiental com muitos estudos do meio ou até jardim da escola para apreciação do meio. Explicação do depoimento: Inserção dos alunos no planejamento das aulas como material de apoio os conteúdos proposto pela escola, e através de estudos do meio. PC: Alunos planejar as aulas; conteúdos propostos pela escola; estudos do meio; jardim da escola; apreciação do meio. Categoria: Estudo do meio e projetos. 10)Acredito que mais importante do que uma disciplina especifica da educação ambiental é necessário trabalhar com projetos dentro da escola para que os alunos comecem a cuidar do ambiente interno, do que esta mais próximo dele, desta forma, o seu comportamento se refletirá em sociedade. Explicação do depoimento: Trata a Educação Ambiental como uma matéria ou disciplina especifica assim apontando há necessidade de se terem projetos estimulando o aluno a cuidar do seu meio ambiente interno e real, refletindo seu comportamento na sociedade. PC: Disciplina especifica; projetos; cuidar do ambiente interno; comportamento se refletirá em sociedade. Categoria: Estudo do meio e projetos. 112 11)Gostaria de trabalhar por intermédio de projetos, os quais seriam definidos por eixos temáticos como : reciclagem, desmatamento, poluição, etc. Além disso a educação ambiental pode e deve estar presente em novas práticas cotidianas como por exemplo, ensinar que se deve jogar lixo no lixo etc. Explicação do depoimento: Projeto definido por eixos temáticos, e novas prática cotidianas (que na realidade já são velhas). PC: projetos; eixos temáticos: reciclagem, desmatamento, poluição; novas práticas cotidianas; jogar lixo no lixo. Categoria: Estudo do meio e projetos/Prática. 12)Depende da disciplina vou trabalhar se for uma aula de conhecer as plantas, gostaria de levar os alunos ao jardim botânico para identificar as plantas. Explicação do depoimento: Aula teórica mascarada de pratica educativa. PC: Depende da disciplina; conhecer as plantas; jardim botânico; identificar as plantas. Categoria: Outros. 13)Como atividades que mostrem o que devemos fazer para conscientizar as pessoas a melhorar o mundo em que vivemos mostraria filmes, artigos, revistas. Conscientizar as pessoas sobre os danos que causamos com simples atitudes. Explicação do depoimento: Conscientização a partir de simples atitudes que fazem toda a diferença na busca por melhoras ambientais a partir de instrumentos como: filmes, artigos e revistas. PC: Conscientizar as pessoas; melhorar o mundo; filmes, artigos, revistas; danos que causamos; simples atitudes. Categoria: Prática. 113 14) De forma didática experimental, pois só assim os mesmos teriam a noção do ambiente no qual os cercam. Explicação do depoimento: Experimentos que ocasionem noção de posição com relação ao meio. PC: Didática experimental; noção do ambiente. Categoria: Prática. 15) Gostaria de trabalhar com estudo de campo, experimentações e aulas reflexivas. Explicação do depoimento: Estudos de Campo e aulas que estimulem a reflexão. PC: Estudo de campo; experimentações; aulas reflexivas. Categoria: Estudo do meio e projetos/Prática/Aulas reflexivas. 16)Julgo importante a abordagem de assuntos do cotidiano para a conscientização. Por isso utilizaria como recurso imagens do bairro, que é a realidade mais próxima dos alunos, tendo como objetivo desenvolver hábitos em relação à melhoria, conservação e melhores atitudes. Dessa forma o aluno percebe que também faz parte do meio e de que suas atitudes interferem diretamente neste meio, para o bem e também para o mal. Explicação do depoimento: Os assuntos do cotidiano que levem á conscientização utilizando como recurso a realidade do aluno. Na busca por mudanças atitudinais interferindo diretamente no meio. PC: Assuntos do cotidiano; conscientização; recurso imagens do bairro; realidade; desenvolver hábitos; conservação; melhores atitudes; parte do meio Categoria: Estudo do meio e projetos. 17)Gostaria de trabalhar a educação ambiental levando os alunos a reflexão critica. Para tanto, abordaria conteúdos problematizando-os,propondo debates e analises de diversas realidades. 114 Explicação do depoimento: Pensamento critico através de questões problema gerando debates e analises da situação atual. PC: Reflexão critica; conteúdos problematizando-os; debates; analises;diversas realidades. Categoria: Aulas reflexivas. 18)De forma didática e lúdica mostrando a realidade e como podemos cuidar com o pouco que fazemos para um mundo melhor. Explicação do depoimento: A partir da didática e do lúdico, sendo a realidade a motivação para mudança, buscando um mundo melhor. PC: didática e lúdica; realidade; cuidar; mundo. Categoria: Outros. 19)Com experiências e pesquisas de campo. Explicação do depoimento: Estudo do meio. PC: Experiências; pesquisas de campo. Categoria: Prática/ Estudo do meio e projetos. 20)De forma que estes alunos se sintam parte de um todo, e assim compreender que as partes são fundamentais para o equilíbrio do todo. Explicação do depoimento: O entendimento de que alunos são parte de um todo e, portanto fundamentais para o equilíbrio. PC: Alunos; todos fundamentais; equilíbrio do todo. Categoria: Outros. Questão 3 : Quais as aprendizagens que você gostaria de observar em seus alunos após trabalhar Educação Ambiental com eles ? Depoimentos: 1)Como eles se comportariam diante de um adulto que fica horas debaixo do chuveiro. Quais atitudes dos mesmo ao ver alguém jogar lixo no chão. 115 Explicação do depoimento: Os alunos localizar comportamentos e atitudes errôneas nos outros. Consumo excessivo de água e lixo no chão. PC: comportamentos; atitudes; adultos; chuveiro; lixo. Categoria:Comportamentais/Atitudes. 2)A interação e o modo ao qual se comporta em um estudo do meio e se o mesmo esteja aproveitando a educação ambiental para a formação do seu “eu”. Explicação do depoimento: Interação e comportamento para com o meio ambiente tendo a ajuda da educação ambiental na sua formação pessoal. PC: comportamentos; estudo do meio; formação do seu “eu”. Categoria: Comportamentais. 3)Gostaria que os alunos conciliasse com as demais disciplinas e que esses promovam o melhor para sua comunidade sendo assim para a sociedade. Explicação do depoimento: Idéia de Interdisciplinaridade e promoção de melhoras para a sociedade. PC: conciliasse com as demais disciplinas; comunidade; sociedade. Categoria: Interdisciplinaridade. 4)Atitudes que realmente contribua para uma melhor forma de viver no mundo. Explicação do depoimento: Atitudes de melhoria ambiental global. PC: Atitudes; melhor forma de viver; mundo. Categoria: Atitudes. 5)Que tenham conscientização da importância disso, e pratiquem essa educação diariamente. 116 Explicação do depoimento: Conscientização e prática diária da Educação ambiental. PC: Conscientização; pratiquem essa educação diariamente. Categoria: Conscientização e Preservação. 6)As de atitudes e procedimento. Acredito que muitas vezes só ensinamos teoria porem somos os últimos a termos atitudes de mudarmos. A mudança para com o ambiente é de suma importância para todos os seres vivos e que isso seja significativa para meus alunos. Explicação do depoimento: Mudanças atitudinais e procedimentais a partir da prática de mudanças para um meio ambiente melhor de todos os seres vivos. PC: Atitudes; procedimento; teoria; mudança; seres vivos. Categoria: Atitudes/ Procedimentais. 7)A questão do cuidado com o ar (aquecimento global), conservação e melhor aproveitamento da água (reutilização), assim como preservação do meio ambiente (separação do lixo). Entre outras coisas. Explicação do depoimento: Problemas ambientais e possíveis soluções. PC: Cuidado com o ar; aquecimento global; conservação; aproveitamento da água; reutilização; preservação; separação do lixo. Categoria: Conscientização e Preservação. 8)A conscientização do aluno referente a importância de sua atuação dentro da sociedade diante dessa temática. Explicação do depoimento: Conscientização do aluno dentro da sociedade. PC: Conscientização; atuação; sociedade. Categoria: Conscientização e Preservação/Atitudes. 117 9)As aprendizagens seriam: Ciências (conteúdos científicos); a importância o sentido de aprender ciências de modo geral (amplo) com interdisciplinaridade; consciência de preservação para viver melhor atualmente e para gerações futuras. Explicação do depoimento: Aborda os Conteúdos da área de ciências de modo geral e mais especifico, além da interdisciplinaridade; consciência, preservação e preocupação com hoje e o futuro. PC: Ciências; conteúdos científicos; ciências de modo geral; interdisciplinaridade; consciência; preservação; atualmente; gerações futuras. Categoria: Conscientização e Preservação/Conceituais/Interdisciplinaridade. 10)O maior objetivo que eu gostaria de observar é através do comportamento que os alunos terão dentro e fora da sala de aula através de simples atitudes como não jogar papel no chão e na hora do recreio por exemplo. Explicação do depoimento: Comportamento dentro e fora de sala através de atitudes. PC: Comportamento; dentro e fora da sala de aula; simples atitudes. Categoria: Comportamentais/Atitudes. 11)Gostaria que os alunos se interessassem pelo assunto, buscassem mais informações a respeito e colocasse em prática o aprendido. Explicação do depoimento: Desenvolver Interessasse pelo assunto pela busca por informações posto em práticas (atitudes). PC: Interessassem; informações; prática o aprendido. Categoria: Outros. 118 12)Se eles conseguirão de observar , se eles aprenderam mesmo, através de uma educação ambiental. Se uma educação ambiental ajuda o desenvolvimento dos alunos. Explicação do depoimento: Capacidade de observação. E auxilio no desenvolvimento do aluno. PC: Observação; ajuda o desenvolvimento dos alunos. Categoria: Outros. 13)Não respondeu. 14)Após todo um processo de trabalho com eles, um respaldo vindo dos mesmos com pontos positivos para a natureza. Explicação do depoimento: Apontamento dos pontos positivos realizado pelos alunos sobre a natureza. PC: Pontos positivos para a natureza. Categoria: Outros. 15)Gostaria que meus alunos ficassem mais conscientes com a preservação do ambiente e mais críticos. Explicação do depoimento: Conscientização dos alunos para a preservação do meio, tornando-se críticos. PC: Conscientes; preservação; críticos. Categoria: Conscientização e Preservação/Formação crítica. 16)A capacidade de argumentação e elaboração de idéias que visem a melhoria e a doação de bons hábitos em relação ao meio ambiente, partindo de seus espaços de maior convivência : a escola , a sua casa, o seu bairro e conseqüentemente o planeta. 119 Explicação do depoimento: Estímulos voltados para a construção de conhecimentos que busquem atitudes em relação a melhorias do meio. Trabalhos graduais, ou seja, em você, em sua casa, em sua escola, em seu bairro e por fim no planeta. PC: Capacidade de argumentação; elaboração de idéias; melhoria e a doação de bons hábitos; espaços; escola; casa; bairro; planeta. Categoria: Atitudes. 17)Considerando que as aprendizagens devem ser significativas buscaria não somente de desenvolver também observar a aprendizagens conceituais, atitudinais e procedimentais. Explicação do depoimento: Observação de aprendizagens conceituais, atitudinais e procedimentais. PC: Conceituais; atitudinais; procedimentais. Categoria: Conceituais/Atitudes/Procedimentais. 18)Que os alunos se conscientizem sobre os assuntos do meio ambiente que forem trabalhados e cuidar do meio ambiente. Explicação do depoimento: Conscientização e cuidado com o meio ambiente. PC: Conscientizem; cuidar do meio ambiente Categoria: Conscientização e Preservação. 19)Conscientização sobre as questões ambientais.Formação críticas quanto aos problemas atuais.Alteridade.Responsabilidade. Explicação do depoimento: Conscientização, formação critica, alteridade e responsabilidade para com o meio ambiente. PC: Conscientização; Formação críticas; problemas atuais; Alteridade; Responsabilidade. 120 Categoria: Conscientização e Preservação/Formação crítica. 20)Não respondeu. Questão 4 : Cite dois assuntos que você privilegiaria em Educação Ambiental? Depoimentos: 1)Importância da água e Reciclagem. PC: Água; Reciclagem. Categoria: Água/Reciclagem. 2)Respeito pelo outro e respeito pelo próprio ambiente. PC: Respeito. Categoria: Preservação/Respeito. 3)Reciclagem e sobre mares e oceanos. PC: Reciclagem; mares e oceanos. Categoria: Água/Reciclagem. 4)Questão da Reciclagem e poluição. PC: Reciclagem; poluição. Categoria: Reciclagem/Poluição. 5)Reciclagem(Reutilização) e preservação (água,solo e etc.). PC: Reciclagem; reutilização; preservação; água; solo. Categoria: Reciclagem/Reutilização/Preservação e Respeito/Água. 6)Hábitat, Natureza, Reciclagem,Seres vivos,atitudinais e procedimentais. PC: Hábitat; natureza; reciclagem; seres vivos; atitudinais; procedimentais Categoria: Reciclagem. 121 7)Reutilização da água (forma de economizar) e aquecimento(diante dos carros, empresas e luzes). PC: Reutilização da água; aquecimento. Categoria: Reciclagem/Água. 8)Respeito a preservação do meio ambiente e reciclagem. PC: Respeito; preservação; reciclagem. Categoria: Preservação e Respeito/Reciclagem. 9)Preservação e motivo de ser tratado na escola (ao lado da ciência para compreensão do assunto). PC: Preservação; ciência. Categoria: Preservação e Respeito. 10)O assunto básico é colocar o ambiente como meio repleto de vida e que deve ser respeitado.Conscientizar para a importância do ar e da água como base de sobrevivência. PC: Vida; respeitado; Conscientizar; ar e da água como base da sobrevivência. Categoria: Preservação e Respeito/Água. 11)Reciclagem e poluição. PC: Reciclagem; poluição. Categoria: Reciclagem/Poluição. 12)Desenvolvimento e visão de contato com a realidade. PC: realidade. Categoria: Outros. 13)Atitudes, comportamento dos seres humanos com relação ao ambiente , privilegiaria assuntos como reciclagem, lixo, etc. PC: Atitudes; comportamento; reciclagem; lixo. Categoria: Reciclagem. 14)Higiene e natureza. 122 PC: Higiene; natureza. Categoria: Outros. 15)Preservação e consumo. PC: Preservação; consumo. Categoria: Preservação e Respeito/ Consumismo e exploração de recursos naturais. 16)Consumo(que ocasiona na exploração desenfreada dos recursos naturais) e poluição ambiental(todas as formas de poluição e seus malefícios para o planeta). PC: Consumo; exploração; recursos naturais; poluição ambiental; planeta. Categoria: Consumismo e exploração de recursos naturais/Poluição. 17)Recursos naturais, e conseqüentemente reciclagem. PC: Recursos naturais; reciclagem. Categoria: Consumismo e exploração de recursos naturais/Reciclagem. 18)A importância da reciclagem para o meio ambiente.A importância de dar valor ao meio em que vive. PC: Reciclagem; valor ao meio. Categoria: Reciclagem. 19)Reciclagem e uso consciente da água. PC: Reciclagem; água. Categoria: Reciclagem/Água. 20)Água e a extinção dos animais. PC: Água; extinção dos animais. Categoria: Água. Questão 5 : Onde você aprendeu sobre os assuntos citados na questão anterior? Depoimentos: 123 1)No tema água, foi experiência própria e é muito ruim ficar sem água, não há vida sem água. E o segundo tema foi um estudo para a aplicação de projeto. PC: experiência própria; projeto. Categoria: Outros. 2)No decorrer dos estudos e com os meios de comunicação. PC: Estudos; meios de comunicação. Categoria: Educação escolar/Meios de comunicação. 3)A reciclagem esta sendo focada na escola da qual eu trabalho. Estudo sobre os mares e oceanos são estudos feitos pelo meu irmão, este no curso de Oceanografia. PC: Escola que trabalho; curso de Oceanografia. Categoria: Trabalho. 4)No meu ambiente de trabalho(escola). PC: Ambiente de trabalho; escola. Categoria: Trabalho. 5)Me aprofundei e me interesso muito pelo assunto pois minha mãe presa muito pelo meio ambiente, não só pela importância do assunto como também por morar em um lugar onde a preservação é tão fundamental e indispensável (Ilha Grande). PC: mãe; lugar de preservação; Ilha Grande. Categoria: Outros. 6)Os assuntos “exemplificados” foram mais discutidos na universidade. Na escola “Ensino Fundamental” foi abordado porem, não houve um significado para aquele momento da escola. Pelo fato da cultura da escola ser bastante consumista. PC: Assuntos “exemplificados” na universidade; escola “Ensino Fundamental”; cultura escolar consumista. Categoria: Universidade/Educação escolar. 124 7)Na faculdade os assuntos são abordados mas a informação real aprendi na mídia. PC: Faculdade; a informação real na mídia. Categoria: Universidade/Meios de comunicação. 8)Através da busca individual; Internet ; Canal de T.V. Cultura. PC: Individual; Internet; Canal de T.V. Cultura. Categoria: Meios de comunicação. 9)Os assuntos aprendi na escola, meios de comunicação, Universidade. PC: Escola; meios de comunicação; Universidade. Categoria: Educação escolar/Meios de comunicação/Universidade. 10)No Ensino Fundamental II eu tive aulas de educação ambiental e acredito que os assuntos sejam importantes devido as observações que vivencio em sala de aula com os alunos que trabalho. PC: Ensino Fundamental II; alunos que trabalho. Categoria: Educação escolar/Trabalho. 11)Na escola. PC: Escola. Categoria:Educação escolar. 12)Durante o curso de Pedagogia. PC: Curso de Pedagogia. Categoria: Universidade. 13)No dia a dia com leituras, Internet e etc. PC: Dia a dia com leituras; Internet. Categoria: Meios de comunicação. 14)Na educação infantil. PC: Educação infantil. Categoria: Trabalho. 125 15)Na escola. PC: Escola. Categoria: Educação escolar. 16)No decorrer do Ensino Fundamental e Médio, mas adquiri uma visão mais reflexiva na Universidade. PC: Ensino Fundamental e Médio; Universidade. Categoria: Educação escolar/Universidade. 17)Na escola e na T.V. PC: Escola; T.V.. Categoria: Educação escolar/Meios de comunicação. 18)No decorrer dos anos esses assuntos vem sendo bastante questionados, nos estágios que já realizei em escolas e nas aulas do curso de Pedagogia. PC: Estágios em escolas; aulas do curso de Pedagogia. Categoria: Trabalho/Universidade. 19)Na escola e com pesquisas. PC: Escola; pesquisas. Categoria: Educação escolar. 20)Na escola, na mídia e em leituras. PC: Escola; mídia; leituras. Categoria: Educação escolar/Meios de comunicação. 126 Estou ciente do conteúdo da Monografia: “Concepções de Educação Ambiental de graduandas em Pedagogia” ________________________________________ Profº Adriano Monteiro de Castro (Orientador – Universidade Presbiteriana Mackenzie) ________________________________________ Belisa Neves Zanardi (Aluno – Código de Matrícula: 407.44.77-9) Trabalho a ser apresentado em: Junho/2010 127