AÇÕES E PERCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (EA): ESTUDO DE CASO DA ESCOLA NOVO ESPAÇO FERNANDES Rosane Patrícia ¹ BORNIA Paola Cecília D’Andrea E Almeida ² RESUMO Este estudo buscou demonstrar que a APA (Área de Proteção Ambiental) inserida no município de Guaratuba-PR, torna-se ponto fundamental de estudo dentro do tema transversal Educação Ambiental (AE) nas escolas,através da interdisciplinaridade, bem como, em seus próprios materiais didáticos, ou ainda em atividades associadas e projetos. Esta pesquisa teve como objetivo geral, mostrar,que é possível trabalhar com a Educação Ambiental (EA) de forma interdisciplinar, a temática APA (Área de Proteção Ambiental) inserida nos temas transversais ambientais. A pesquisa caracterizou-se de forma exploratória – descritiva com vasta revisão bibliográfica. A coleta de dados deuse por aplicação de questionários aos alunos do Ensino Fundamental II da rede particular de ensino Escola Nova Espaço-Dom Bosco. A amostra foi constituída por 70(setenta) alunos que tiveram livre escolha de participarem da pesquisa, como colaboradores. Os participantes receberam as instruções necessárias, respondendo a um questionário com 10(dez) questões fechadas, referentes ao perfil do aluno, como por exemplo, idade, sexo e série, conhecimento epistemológico e geral sobre a APA - Área de Proteção Ambiental, e conhecimento geral ambiental. Os dados foram representados em tabelas e discutidos qualitativamente, onde concluiu-se que a Educação Ambiental, vem como instrumento de grande utilidade para o Município de Guaratuba, uma vez que este está inserido em uma APA (Área de Proteção Ambiental), tornando de suma relevância o estudo da área, bem como seus componentes (fatores bióticos, abióticos e legislação), pois o desenvolvimento local depende destes fatores. Quanto antes se fizer o entendimento dos aspectos relevantes a comunidade, melhor se dará o crescimento econômico, educacional e cultural deste município. PALAVRAS-CHAVE: APA, Educação Ambiental, Ensino fundamental. ___________________ ¹ Graduada em Administração de Empresas pela Faculdade do Litoral Paranaense. Especialista em Gestão Ambiental. ISEPE-GUARATUBA. ² Licenciada em biologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUC/PR, no ano de 2000, com especialização em Ecoturismo pelo Instituto de Pós-Graduação e Extensão- IBPEX EM 2001. 2 INTRODUÇÃO Em um mundo globalizado, em constante crescimento econômico e populacional, os recursos naturais são os bens mais preciosos de nosso planeta. Contrapondo-se a uma relação de difícil forma de utilização desses recursos por meio do homem, onde neste, está de forma mais arraigada os sentidos natos de ganância antes mesmo de sobrevivência. Luta esta, agora travada pela humanidade de forma emergencial e sem escolhas, repasses e esperas. Diversas formas e ações são aplicadas por todas as pessoas e regiões do mundo, a fim de se adaptarem e obterem resultados a pequeno e médio prazo, em relação às questões ambientais. Para isto na esfera da educação, uma das ações se faz através do ensino da Educação Ambiental. Natureza e Sociedade mantêm diversos e diferentes mecanismos de trocas e de interações. A maneira de como ocorrem podem ser percebidos, representados explicados pelos sistemas de conhecimento (científico ou não). (FLORIANI, 2004). A interdisciplinaridade é um efeito do conhecimento sobre uma ordem de fenômenos. Mas não é um conhecimento que se limita ao resultado das disciplinas científicas, consideradas isoladamente uma das outras. Ao contrário onde cessa o conhecimento disciplinar, começa a construção desse plus que não está de antemão (FLORIANI, 2004). Esta pesquisa teve como objetivo geral, mostrar, que é possível trabalhar com a Educação Ambiental (EA) de forma interdisciplinar, a temática APA (Área de Proteção Ambiental) inserida nos temas transversais ambientais. A pesquisa caracterizou-se de forma exploratória – descritiva e de pesquisaação e vasta revisão bibliografia dos PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais) bem como da lei da EA no Brasil. A coleta de dados deu-se por aplicação de questionários aos alunos do Ensino Fundamental II da rede particular de ensino Escola Novo Espaço-Dom Bosco. E os resultados expressados de forma qualitativa descritiva. A amostra foi constituída por 70(setenta) questionários aplicados. 3 2. MATERIAIS E METODOS O estudo foi desenvolvido na Escola Novo Espaço-Dom Bosco, da rede particular de ensino do município de Guaratuba. A escola Novo Espaço foi fundada no ano de 1999, iniciando como hotel para crianças, no ano de 2000 abriu como escola com berçário, ensino infantil e gradativamente foi aumentando abrindo turmas para o ensino fundamental I e turmas do ensino fundamental II. A parceria com a rede de ensino Dom Bosco ocorreu em 2010,pois seu material didático tem o perfil que a escola sempre buscou, onde trabalha-se a medição, a interdisciplinaridade, tendo como um dos temas transversais a educação ambiental, esta bem salientada em todas as disciplinas. A escola tem como filosofia o respeito ao ser humano, ou seja, o aluno como pessoa e sua família em primeiro lugar. As questões ambientais sempre foram trabalhadas, desde a implantação do ensino infantil, tornando tema sempre aplicado em sala ou em projetos desenvolvidos, participações em ações de responsabilidade social e ambiental sempre fizeram parte do planejamento da escola. A pesquisa caracterizou-se como estudo exploratório - descritivo como argumenta Cervo&Bervian, “tal estudo tem por finalidade familiarizar-se com fenômeno ou obter uma nova percepção do mesmo e descobrir novas idéias sobre o mesmo”... (2002, p, 69). Bem como utilizou-se de pesquisa de campo com a finalidade de conseguir maiores informações e conhecimento do problema pesquisado, e pesquisa bibliográfica e documental constituída e desenvolvida a partir de livros e artigos científicos, de acordo com Gil (1991). Para o desenvolvimento desta pesquisa foi feito um convite à direção da escola e posteriormente para a coleta de dados foram aplicados questionários semiestruturados com 10 (dez) questões fechadas com múltipla escolha, conforme Gil, (1991). Estes foram aplicados aos alunos do ensino fundamental II,e a amostra foi constituída por 70(setenta) alunos, onde estes tiveram livre escolha de participarem da pesquisa, como colaboradores. 4 Os alunos participantes receberam as instruções necessárias, para responderem aos questionamentos, referentes ao perfil do aluno, como por exemplo, idade, sexo e série, conhecimento epistemológico e geral sobre a APA-Área de Proteção Ambiental e ainda sobre conhecimento geral ambiental. A partir do momento que receberam os questionários não puderam mais se comunicar, salvaguardando os reais resultados e preservando o conhecimento individual. Os dados coletados tiveram tratamento de estatística simples sendo representados em tabelas. 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 As Leis sobre Educação Ambiental no Brasil Dez anos após a conferência de Tbilisi (1977), no Brasil, o Plenário do Extinto Conselho Federal de Educação aprovou, do Parecer 226/87: da inclusão da Educação Ambiental como conteúdo a ser explorado nos currículos de 1º e 2º graus ( atualmente, ensino fundamental e ensino médio), apontando as bases conceituais da Educação Ambiental no Brasil. Esse parecer é um documento de grande valor sobre a História da Educação Ambiental, já que ele entende e dissemina a idéia de que essa educação deverá iniciar a partir da escola, em uma abordagem interdisciplinar, levando até a população, entendimentos dos fenômenos ocorridos devido às circunstancias da degradação do ambiente. Outra lei muito importante para Educação Ambiental no Brasil é a lei 9795/99 de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e dá outras providências. Em seu artigo primeiro ela define o que se entende por Educação Ambiental. Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade controlem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade PNEA, (1999). 5 Nesta lei a educação ambiental, vem como um componente essencial e permanente da educação nacional, e que esta deve estar presente em todos os níveis e modalidades de ensino na educação formal e não-formal. Já no Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº. 10.172/2001 em seu artigo 28, afirma a educação ambiental como tema transversal dizendo: “A educação ambiental, tratada como transversal, será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em conformidade com a Lei nº 9.795/99”, estas leis norteiam a educação nacional no que diz respeito à Educação Ambiental. 3.2 O Ambiental como Educação A Educação Ambiental vem a ser um processo onde o aluno participa ativamente do processo de ensino/aprendizagem, percebendo, refletindo e agindo diante dos problemas ambientais, e principalmente, participando na busca de soluções, assim o aluno desde cedo pratica a educação ambiental, sendo preparado como agente transformador, que através do desenvolvimento de habilidades, formação de atitudes, conduta ética, exerce cidadania.Para a prática dessa educação, alguns princípios acontecem espontaneamente. São eles: sensibilização, compreensão, responsabilidade, competência e cidadania. Esses princípios acontecem de forma sincronizada e gradativamente. O princípio do pensamento ambiental se dá pela sensibilização, onde o indivíduo se sensibiliza sobre suposto problema ambiental. Em seguida, o princípio da compreensão, onde toma conhecimento da situação ambiental que se encontra, além de conhecer mecanismos que regem os meios naturais. Então, a responsabilidade, onde acontece o reconhecimento do ser humano como parte principal da situação. Logo vêm a competência, aonde o indivíduo vêm a ter a capacidade de avaliar e agir efetivamente diante a situação. Assim, alcançando a cidadania, onde o indivíduo participa ativamente, resgata os direitos, e promove uma nova ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade. Praticando a cidadania, ele busca solução para os problemas ambientais, procurando resolver da melhor forma. 6 Em 1975, na primeira conferência da UNESCO, nomeada por Conferência de Belgrado, essa educação para o ambiente foi determinada para: Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências, estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repitam. Dias (2000; p, 81). Em resultado da Carta de Belgrado, em 1976,a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), em parceria com a Universidade de Brasília, viabilizou o primeiro Curso de Extensão para professores do 1º grau. O objetivo desse curso foi o treinamento e reformulação do currículo nas escolas do Distrito Federal das disciplinas de Ciências Físicas e Biológicas, introduzindo assim o tema ambiental, priorizando a relação do homem com o meio ambiente. Levando em consideração a relevância do tema, a partir desse momento, vários projetos com o mesmo tema, surgiram pelo país. Até então, o trabalho em educação ambiental nas escolas, era desempenhado por professores que lecionavam nas matérias geografia e ciências, entretanto, hoje percebemos a importância dos demais professores das demais disciplinas, envolverem-se na tarefa de formar alunos conscientes das questões ambientais, assim o professor assume a postura de comprometimento tanto com o aluno, como com o futuro das gerações, trabalhando assim o tema de forma interdisciplinar, não se limitando a determinadas disciplinas, mas estendendo para outras disciplinas, assumindo assim, como um Tema Transversal. A Educação Ambiental deve ser praticada no dia-a-dia da escola, para que os alunos compreendam sua importância, sua aplicabilidade, conforme as necessidades locais, expandindo o espaço escolar, aplicando no ambiente de cada indivíduo. Assim, o papel da escola é de formação da consciência de cidadania e de luta dos direitos. O pensamento do professor deve sempre passar por transformações e reconstrução, levando assim esses profissionais da educação, a compreender 7 as questões ambientais, que envolvem vários fatores, não somente nas dimensões biológicas, químicas e físicas, mas em decorrência das questões sociopolíticas. Devem sempre buscar atualização e conhecimento sobre temas relevantes, criar um consciência pautada na reflexão contínua, para poderem mediar a aprendizagem de temas ambientais Procurando uma assimilação de qualidade, a educação ambiental vem sendo aplicada através de projetos criativos, interessantes, que despertem a participação dos alunos e melhor entendimento sobre suas ações e as conseqüências, bem como integrados aos temas principais. 3.3.Parâmetros Curriculares e a Educação Ambiental Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) passaram por uma extensa construção, em um processo que iniciou em 1995, até alcançar o formato que conhecemos hoje. Os PCNs são apresentados não como um currículo, e sim como subsidio, ou seja, um norte para a construção da proposta curricular da escola. Os PCNs trazem orientações para o ensino das disciplinas que formam a base nacional, e mais cinco temas transversais que permeiam todas disciplinas, para ajudar a escola a cumprir seu papel constitucional de fortalecimento da cidadania. Os PCNs trazem Temas Transversais, que incluem o Meio Ambiente, e nesse sentido como educação ambiental e não como ecologismo, até então visto por vários setores da sociedade. Segundo Vieira, (2007) são quatro os critérios que um tema precisa ter para se tornar transversal, são eles: Urgência social – esse critério indica a preocupação de eleger como Temas Transversais questões graves, que se apresenta como obstáculos para a concretização da plenitude da cidadanis, afrontando a dignidade das pessoas e deteriorando sua qualidade de vida. 8 Abrangência Nacional – por ser um parâmetro nacional, a eleição dos temas buscou contemplar questões que, em maior ou menor medida, e mesmo de formas diversas, fossem pertinentes a todo país. Isso não exclui a possibilidade e a necessidade de que as redes estaduais e municipais e mesmo as escolas, acrescentem outros temas relevantes a sua realidade. Possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental – esse critério norteou a escolha de temas ao alcance da aprendizagem nessa etapa da escolaridade. A experiência pedagógica brasileira, ainda que de modo não uniforme, indica essa possibilidade, e em especial no que se refere a educação para a saúde, educação ambiental e orientação sexual, já desenvolvidas em muitas escolas. Favorecer a compreensão da realidade e a participação social a finalidade última dos temas transversais se expressa nesse critério: que os alunos possam desenvolver a capacidade de posicionar-se diante das questões que interferem na vida coletiva, superar a indiferença e intervir de forma responsável. Os PCNs apresentam o meio ambiente como um tema transversal, um sentido que permite toda a prática educativa, e crie uma visão ampla e critica da questão ambiental, estabelecendo relações entre o local e o global. Para explicar como trabalhar com a transversalidade de um tema, nas varias disciplinas, os PCNs apresentam o seguinte: (...) trabalhar de forma transversal significa buscar a transformação dos conceitos, a explicação de valores e a inclusão de procedimentos, sempre veiculados a realidade cotidiana da sociedade, de modo que obtenha cidadãos mais participantes. Cada professor, dentro de sua especialidade de sua área, deve adequar o tratamento dos conteúdos, para contemplar o Tema Meio Ambiente, assim, como os demais Temas Transversais. (MEC/Brasil, 1988, p. 193). As recomendações dos PCNs enfatizam o ensino formal, como formador de um conjunto, entre os vários aspectos apresentados, onde o aluno através de necessidades cotidianas, em determinadas situações, desenvolve sua natureza prática, que permite reconhecer os problemas/carências, selecionar informações, e finalmente buscar soluções. 9 3.4 APA (Área de Proteção Ambiental) Criada pelo Decreto Estadual 1.234, de 27 de março de 1992, com o objetivo de compatibilizar o uso racional dos recursos ambientais da região, e a ocupação ordenada do solo, proteger a rede hídrica, os remanescentes da floresta atlântica e de manguezais,os sítios arqueológicos e a diversidade faunística, bem como disciplinar o uso turístico e garantir a qualidade de vida das comunidades caiçaras e da população local. A APA de Guaratuba em cerca de 200 mil ha abrange parte dos Municípios de Guaratuba, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul, Morretes, Paranaguá e Matinhos. Encontra-se inserida na região fitogeográfica denominada “Mata Atlântica” ou “Floresta Atlântica” (sensu Decreto no 750 de 1993). Infere-se que a APA de Guaratuba em sua heterogeneidade de ecossistemas abriga fauna diversificada, com significativa riqueza de espécies . 4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS TABELA 01: PERFIL DA AMOSTRA Sexo Feminino Masculino 34% 68% 10 a 13 anos 14 a 16 anos 78% 22% 5ª/6ª série 7ª/8ª série 57% 43% Idade Escolaridade FONTE: Dados da pesquisa de campo (2010) 10 TABELA 02: ASPECTOS RELEVANTES A TEMÁTICA APA Questionamento Não respondeu Sim Não 98% 2% 81% 17% 2% Associação de Pais e Amigos Área de Proteção Ambiental Associação de Proteção Ambiental Área de Projetos Amazônicos 0% 82% 15% 3% Desmatar conscientemente Unir espécies nativas Proteger os biomas naturais Proteger animais selvagens 0% 5% Acertos 88% Erros 15% 71% 7% Não responderam 12% Sim Não 100% 0% No município que você reside tem APA? Você sabe o que significa APA? O que significa a sigla APA? Qual o objetivo da APA? Qual sua área de abrangência? Você acha importante a APA em seu município? FONTE: Pesquisa de campo (2010) TABELA 03: ASPECTOS AMBIENTAIS Questionamento Qual das ações você desenvolve em sua casa para proteger o meio ambiente? Recicla lixo Economiza água 20% 61% Usa lâmpadas econômicas 12% Nenhuma 7% 11 Qual o fator que mais causa destruição ao meio ambiente? 4 fatores Homem Homem +Demais causas 32% 68% Mata Atlântica Cerrado 82% 1,4% Já participaram Não participara m 0% Qual é o bioma que se encontra em nosso município? Floresta Amazônica 10% Pantanal 2,85% Você já participou de algum projeto ambiental em sua escola? 100% FONTE: Pesquisa de campo (2010) 4.1 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS A educação ambiental se trabalhada desde cedo traz resultados benéficos e conhecimento que resultarão em um desenvolvimento ambiental, social e econômico. Dos alunos da escola particular Novo Espaço, que responderam aos questionamentos (70 alunos), a maioria é do sexo masculino, 68% e 34% do sexo feminino. Os alunos tem idade entre 10 à 16 anos e fazem parte do Ensino fundamental II,onde 5ª/ 6ª série,perfazem 57% dos alunos e 7ª/8ª série, com 43% destes.Estes alunos trabalham com material didático em que a Educação ambiental vem como tema transversal, e os professores são capacitados e desenvolvem constantemente atividades e projetos na área ambiental, onde utilizam os aspectos relevantes à APA como norteadores de parâmetros locais e globais. 12 Quando questionados em relação ao seu município fazer parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA), a maioria tinha este conhecimento (68% dos alunos) e (2% dos alunos) não respondeu, por já terem trabalhado com o tema abordado a associação foi facilitada. Os alunos demonstraram conhecimento em relação ao significado, 81% responderam positivamente, 17% não sabiam o que era, embora soubessem que residiam em uma APA, e somente 2%, não responderam. Em relação ao significado da sigla APA, 82% responderam corretamente o significado, Área de Proteção Ambiental (APA), 15% alunos disseram, Associação de Proteção Ambiental e 3% Área de Projetos Amazônicos. No objetivo da Área de Proteção Ambiental (APA), dos 70 alunos entrevistados, 88% tinham o conhecimento, pela maioria dos alunos já terem trabalhado a relevância da área, facilitando o contexto. Já no levante sobre área de abrangência,os alunos revelaram baixo conhecimento,71% não sabiam,12% não responderam e somente 15% responderam afirmativamente, o que é relevante pois as questões geográficas nas séries iniciais do ensino fundamental II estão sendo desenvolvidas. Os trabalhos desenvolvidos no âmbito sócio-ambiental com estes alunos deram à capacidade de obtenção destes conhecimentos, bem como, saber da importância de fazer parte de uma Área de Proteção Ambiental para seu município, sendo que houve unanimidade quanto a esta questão, todos os 70 alunos responderam positivamente. Nos aspectos ambientais em um contexto global/local, os alunos demonstraram participar de ações ambientais em seu dia-a-dia, ações como: reciclar o seu lixo,economizar água, uso de lâmpadas econômicas e participação comunitária na área ambiental, 14% alunos participam de 1 ação, 43% de 2 ações, 8% de 3 ações , 4% de 4 ações e 1% não participa, isto mostra que quando trabalhada a conscientização ambiental no ambiente escolar, estas refletem na sociedade, formando cidadãos mais educados ambientalmente e que salvaguardarão as gerações futuras quanto ao equilíbrio do Planeta Terra na manutenção e fornecimento do que necessitamos. Nos resultados que concernem às causas da destruição do meio ambiente os alunos tinham como alternativas: O homem, desmatamento, aquecimento 13 global e indústrias bioquímicas, 68% alunos responderam o conjunto do homem e mais fatores e 32% responderam somente o homem, estes tiveram a percepção do real agente causador e suas conseqüências, onde o homem causa os demais aspectos.O conhecimento do bioma que está inserida a Área de Proteção Ambiental de Guaratuba, dos 70 alunos, 82% responderam Mata Atlântica, demonstrando o correto, 1,4% Cerrado, 10% Floresta Amazônica e 2,85% Pantanal, quanto à estes resultados reintegro a questão dos temas e as séries em que são abordados.Todos os alunos da Escola Novo Espaço participam ou participaram de projetos ambientais 100% (70 alunos). A solução para os problemas ambientais vem primeiramente da rua, depois do bairro, da cidade até chegarmos ao planeta, pode começar com um simples gesto de não jogar um papel de bombom no chão ou quem sabe, até um grande movimento público em favor ao Meio Ambiente. Mas para que isto aconteça, a comunidade, começando pela escolar e chegando à sociedade em um todo, deve estar ciente de que ela faz parte de um todo, e deve além de tudo estar interessada na solução da problemática ambiental, nunca esquecendo que estamos dentro de um ciclo ecológico no qual se fizermos mal a uma árvore num dado momento, no futuro sentiremos as conseqüências desse feito (GUERRA; et al, 2006). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados reafirmaram a premissa de que a Educação Ambiental deve ser trabalhada e aplicada o quanto antes, para que o conhecimento gere ações que permitirão o uso sustentável dos recursos naturais, hoje questões tão emergenciais. A educação forma a consciência, a caridade, a cidadania, pontos primordiais para a obtenção de resultados positivos, pois, quando falamos no ambiental nos defrontamos com o desenvolvimento econômico, e teremos que conciliá-los da melhor forma possível. 14 Outro fator importante, será o favorecimento quanto à aprendizagem das questões sócio-ambientais, principalmente para quem mora em uma Área de Proteção Ambiental (APA), onde a Educação Ambiental, vem como instrumento de grande utilidade, para o Município de Guaratuba, uma vez que este está inserido em uma APA (Área de Proteção Ambiental), tornando de suma relevância o estudo da área, bem como seus componentes (fatores bióticos, abióticos e legislação), pois o desenvolvimento local depende destes fatores.Quanto antes se fizer o entendimento dos aspectos relevantes a comunidade , melhor se dará o crescimento econômico, educacional e cultural deste município. 6. REFERÊNCIAS BRASIL. Plano Nacional de Educação, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES0067.pdf. Acesso em Novembro de 2010. BRASIL. lei 9795/99 de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm. Acesso em novembro de 2010. BRASIL. MEC. CNE. 1998. Parecer CEB 04/98. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília: Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, 29/01/1998. BRASIL. Decreto de Lei n° 750, de 10 de fevereiro de 1993.Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, e dá outras providências .Disponível em:: http://www.ibama.gov.br/flora/decretos/750_93.pdf. Acesso em Novembro de 2010. CERVO, A.R. BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2002. DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2000. FLORIANI, Dimas. Conhecimento, meio ambiente & globalização. Curitiba: Juruá, 2004. 15 GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991. GUERRA, R. A. T., et al,. Educação Ambiental Para Um Futuro Melhor: Formação De Uma Consciência Cidadã E Ambiental Na Escola Pública. UFPBPRG XI Encontro de Iniciação à Docência. Disponível em: http://www.prac.ufpb.br/anais/xenex_xienid/xi_enid/prolicen/ANAIS/Area5/5CC ENDSEPLIC01.pdf. Acesso em Novembro de 2010. VIEIRA, S.R. A educação ambiental e o currículo. Escolar. Revista Espaço Acadêmico, nº83-mensal-abril de 2008-ano VII- ISSN, 1519.6186. Disponível em:http://www.espacoacademico.com.br/083/83vieira.htm. Acesso em Novembro de 2010.