Dr. José Aluizio da Silva Soares
(in memoriam)
30.04.1940
30.10.2014
Dr. Aluizio Soares, um homem bom. Afável, justo, fino, alegre, humilde e tolerante.
Um grande coração, trazendo sempre a tiracolo um largo sorriso pronto para
afugentar qualquer incauto casmurro. Inteligente, culto sem soberbia e com a doce
alma do mais genuíno boêmio.
Da esquerda
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Arnaldo
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Régio,
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Compadre Aluizio,
Meu amigo, nesse momento agradeço a Deus pelo privilégio que me
concedeu como amigo, compadre e
em tantos outros momentos da minha
vida.
Dentro da missão transitória na
SOCEGO você foi imbuído de missão
extraordinária deixando um legado de
cunho científico pontuado pelo seu
desempenho em várias diretorias:
1969-1971 - Bibliotecário - Gestão
Dr. Antonio Ciríaco de Holanda Neto
1971-1972 - Orador – Gestão Dr.
João de Deus Pereira da Silva
1972-1973 - Orador – Gestão Dr.
José Carneiro de Siqueira
1973-1974 - Orador - Gestão José
Galba Araújo
A sua participação em jornadas do
interior foram inesquecíveis; pois você
tinha uma forma singular de resolver
determinadas questões, por exemplo:
Na falta de audiência em que era coordenador de mesa, resolvia o problema da seguinte forma: compadre cha-
ma o Alberto Régio e vamos juntar as
mesas de ginecologia e obstetrícia, e
aí informalmente o problema era resolvido.
Que as experiências compartilhadas no percurso até aqui seja a alavanca para alcançarmos a alegria de
chegar ao destino projetado. A nossa
saudade é a nossa esperança de um
reencontro para o início de uma convivência de amigos eternos.
Compadre seu zelo pela profissão,
seu carinho pela família, sua atenção
pelos colegas e amigos o companha à
toda parte.
Uma despedida é necessária antes
de podermos nos encontrar outra vez.
Que nossas despedidas sejam um
eterno reencontro.
Saudades do compadre Arnaldo.
JOSÉ ALUIZIO SOARES, UM GRANDE HOMEM
Francisco José Costa Eleutério
Um homem bom. Afável, justo, fino,
alegre, humilde e tolerante. Um grande
coração, trazendo sempre a tiracolo um
largo sorriso pronto para afugentar qualquer incauto casmurro. Inteligente, culto
sem soberbia e com a doce alma do mais
genuíno boêmio. Era assim, mestre Aluizio, por inteiro, da linhagem nobre dos
grandes parteiros do Ceará, como, José
Galba Araújo, José Anastácio Magalhães,
José Gerardo Ponte, Francisco das Chagas Oliveira, Luiz Dias, Francisco Pereira
dos Santos, Antônio Ciríaco de Holanda
Neto, Francisco Tavares Teixeira, Lúcia
Rêgo e tantos outros.
Há pouco, tínhamos combinado um
encontro para o próximo sábado, em sua
residência, com alguns notívagos próxi-
mos, com fins de curtirmos uma noite de
prosa, poesia e músicas dos bons tempos
de seresta. Por conta de uma destas peças pregadas pelo destino, adiamos nosso
luau maneiro, para onde não voga a brevidade do tempo nem o aperreio chato do
cotidiano de nossas paragens. Lá na mansão dos justos e dos bons, num pedaço de
nuvem deste mundão de meu Deus, retomaremos um dia nossos encontros num
eterno gozo de amorosidade e paz.
Nosso velho amigo e irmão, Aluizio,
um bom e merecido descanso junto ao Senhor e nos aguarde, sossegado, sem pressa, para o nosso definitivo encontro. E nos
permita, com a sua bonomia, mesmo com
o coração partido e com o peito banhado
em lágrimas, este derradeiro mimo:
DR. ALUIZIO
Expressar em poucas palavras o significado do como liderança,
médico e pessoa do nosso convívio profissional torna-se impossível
sem ser incompleto, dada a personalidade rica, experiência de vida
vasta e significativa do grande ser humano que foi.
Tive o privilégio de contar com ele como Editor do Jornal da SOCEGO durante a gestão 2011-2014, período em que pude constatar
a alegria de viver que o caracterizava, a humildade dos grandes e
a extrema atenção e delicadeza com as pessoas, aprendendo muito
com seu exemplo de ser e viver. Delicadeza essa que se traduziu na
linha editorial de nosso informativo, tratando dos temas sérios com a
responsabilidade, equilíbrio e leveza dos sábios e maduros, abrindo
espaço para as histórias de vida de nossos associados, justamente homenageados, sem descuidar dos artigos científicos necessários à formação continuada de todos.
Dr. Aluizio cumpriu sua nobre missão aqui na Terra, sendo este
mensageiro da paz, harmonia e alegria, tornando sem dúvida este
mundo melhor com sua existência.
Um grande abraço, Dr. Aluizio! Descanse em paz.
Flávio Ibiapina
Oh! tristeza me desculpe
Estou de malas prontas
Hoje a poesia
Veio ao meu encontro
Já raiou o dia
Vamos viajar.
Vamos indo de carona
Na garupa leve
Do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe
Lá do fim do mar.
Vamos visitar a estrela
Da manhã raiada
Que pensei perdida
Pela madrugada
Mas que vai escondida
Querendo brincar
Senta nesta nuvem clara
Minha poesia
Anda se prepara
Traz uma cantiga
Vamos espalhando
Música no ar.
Olha quantas aves brancas
Minha poesia
Dançam nossa valsa
Pelo céu que o dia
Faz todo bordado
De raio de sol
Oh! poesia me ajude
Vou colher avencas
Lírios, rosas, dálias
Pelos campos verdes
Que você batiza
De jardins do céu
Mas pode ficar tranquila
Minha poesia
Pois nós voltaremos
Numa estrela guia
Num clarão de lua
Quando serenar
Ou talvez quem sabe
No cavalo baio
No alazão da noite
Cujo nome é raio,
Raio de luar.
ALUIZIO SOARES,
O MÉDICO
A minha amizade com o Aluizio Soares remonta ao final da década de 60,
mais precisamente o primeiro semestre do
ano de 1968, quando cumpria o Internato
Médico na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand e ele, o segundo ano de Residência Médica e se iniciava como médico-plantonista. Foi quem me ensinou
pacientemente como fazer perfeita sutura
de episiotomia oblíqua direita, respeitando os planos anatômicos e por pontos separados. E ainda enfatizava e chamava a
atenção dos cuidados para que se evitasse a ocorrência do temido e desagradável
hematoma pós-episiorrafia. Nessa época,
a Maternidade-Escola dispunha em seus
quadros de plantonistas da mais alta competência, como os médicos da estirpe de
Agrimar Amorim Viana, Alfredo Franco,
Antônio José, Arnaldo de Carvalho, Ciríaco Holanda, Edir Ramalho, Esdras Barbosa, Francisco Mansuêto, Francisco Santos
(fixo aos domingos), João Alberto Gurgel
(fixo aos domingos), João de Deus Pereira,
Lázaro Medeiros, Murilo Amaral, Newton
Brasileiro, Ormando Campos, Osvaldo
Teles e Reginauro Teixeira. Esses competentes e éticos profissionais trabalhavam
sob a orientação segura dos professores
Galba Araújo (Diretor da Maternidade-Escola) e Chagas de Oliveira (Chefe de Clínica Obstétrica). O corpo de enfermagem
era composto pelas freiras Missionárias
Canadenses, Ana, Elizabeth, Gabriela,
Germana, Magdalena, Mary e outras desse jaez.
O Aluizio Soares, maranhense de Balsas, era uma pessoa de comportamento
tão raro e ímpar, que nunca fez valer a
sua amizade com o Governador Coronel
César Cals e muito menos com o Prefeito
de Fortaleza, Vicente Fialho, seu cunhado, na gestão de quem foi Secretário de
Saúde. Cumpria plantões na Maternidade
-Escola e no Hospital Geral de Fortaleza
(HGF do INAMPS), onde também era o
responsável, pelo talvez primeiro Ambulatório especializado em gestantes Rh
Caros colegas,
Foi com grande pesar que fomos surpreendidos pela notícia do falecimento do
Dr. Aluízio Soares; deixará muitas saudades e uma lacuna como grande companheiro que foi, sempre presente e participativo nos eventos desta sociedade. Esta
edição de jornal foi sua última participação como editor. Quando convidamos o
Dr. Aluízio para permanecer à frente da
edição do jornal, dizia ele, que era hora
QUERIDO, DR. ALUIZIO
Meu querido colega e amigo Dr. Aluizio, iremos sentir muito sua falta. Tive a
honra de tê-lo por perto na minha gestão
da SOCEGO, como presidente editor do
Informe, de poder homenageá-lo no I
Congresso, e de ter recebido suas palavras de incentivo e apoio nas horas mais
necessárias. Tenho enorme gratidão pela
força e paz que me passava, refletida nos
seus olhos quando conversávamos ou nas
muitas risadas que compartilhávamos.
negativo do Brasil, com a maior competência e dedicação. Constituiu, sem a menor sombra de dúvida, modelo de grande
médico e de pai de família exemplar, cultuando como poucos e com imensurável
sabedoria, o idioma pátrio, sendo leitor
assíduo das obras de Eça de Queirós e de
Machado de Assis.
Que descanse em paz, Aluizio, e saiba que você não passou pela etapa terráquea em brancas nuvens. Nunca sairá
da lembrança de todos nós e de suas pacientes.
Luciano Silveira Pinheiro
do jornal da SOCEGO virar uma revista,
e era este seu objetivo, inclusive em busca de levantamento de custos para aquele projeto. Deixa-nos a falta, a saudade e
a lembrança dos bons momentos juntos,
da alegria constante, do companheirismo
amável por traz da presença forte.
Ao Dr. Aluízio, o nosso agradecimento
pelos momentos e jornada que todos nós
socegados podemos dividir com ele.
Marcus Bessa
Com seu enorme coração, sempre tinha
grande satisfação de está junto com seus
colegas e amigos cooperados nos nossos
Encontros, Simpósios, Congressos ou Jornadas interioranas. Jamais lhe esquecerei
sobre este elo de amizade que nos uniu
nesse tempo que nos coube viver, e desejo que tudo que tenha feito de bom na
sua vida, seja refletido em forma de graça
e paz no local que estejas, e que os anjos
lhe acompanhe nessa sua nova jornada!
Abraço de sua colega e amiga Gilda.
SAUDADES...
Dr. Aluizio, um príncipe de corpo, com a doce
alma de um passarinho. Em sua tarefa de preparar
o jornal da SOCEGO, costumava solfejar um belo
hino ao amor (eu e o rio) e que nós, suas secretárias,
curtíamos juntas, naqueles momentos de paz. Hoje,
viajante das estrelas, o querido mestre, já devidamente enturmado prepara um recital com os menestréis de sempre. Alegria e leveza a não acabar mais!
Marilene Santos e Hilma Leite
“Rio caminho que anda, que vai resmungando,
talvez, uma dor / Ah! quantas pedras levaste,
outras pedras deixaste sem vida e amor. / Vens
lá do alto da serra, o ventre da terra rasgando
sem dó. / Eu também venho do amor com o
peito rasgado de dor e tão só. / Não viste a flor
se curvar, teu rosto beijar e ficar lá pra trás. /
Tens a mania doente de andar só pra frente não
volta jamais / Rio caminho que anda, o mar
te espera não corras assim / Eu sou o mar que
espera alguém que não corre pra mim”.
ADEUS MEU COMPADRE
ALUIZIO
Alguém já disse que amigos não se
compra, se conquista, e a amizade quando conquistada é um verdadeiro tesouro
sem limites. Assim foi o meu compadre
Aluizio; sabia conquistar amigos. Assim
foi na vida profissional, social e familiar. Convivi por longos anos desfrutando
de sua amizade. Valeu a experiência de
termos compartilhado de momentos de
trabalho na área profissional e da saúde
pública. Dividimos sorrisos, lágrimas, expectativas futuras. Aluizio, você foi um
baluarte. Excelente profissional, obstetra
de vanguarda. Cumpriu bem sua missão
como Presidente do Clube do Médico,
como participante ativo na Diretoria da
nossa SOCEGO, ou como Presidente da
COOPEGO.
Na saúde pública soube desempenhar
muito bem a função de Secretário de saú-
de da nossa Fortaleza
fortalecendo a administração do grande Prefeito Vicente Fialho, trabalho reconhecido por
todos os fortalezenses
e particularmente pela
classe médica. Aluizio
era desprendido, alegre
e apesar de todas as vicissitudes que ocorreram
em sua trajetória, soube
suplantá-las, desfrutando bem a vida ao lado
da sua Lalá, filhos, netos, familiares, colegas
e amigos, que foram
muitos. Aqui continuaremos a vê-lo sempre alegre, risonho, conselheiro, sensato.
Os que tiveram o privilégio de lidar com
você, amigos e companheiros da SOCEGO, tivemos muito orgulho dessa convivência. Guardaremos as melhores re-
cordações desse colega bom, inteligente,
generoso como sempre foi. Que Deus o
tenha acolhido no panteão dos homens
de bem. Adeus meu compadre. Até breve.
Pedro Almino de Queiroz e Souza
O AMIGO, DR. JOSÉ ALUIZIO DA SILVA SOARES
Nego, veio
Deixarei o necrológio formal, enaltecendo aspectos do seu curriculum vitae
para as autoridades, que certamente falarão do Secretário de Saúde do Município
de Fortaleza, durante o governo do Prefeito Fialho; do Presidente da Sociedade
de Ginecologia e Obstetrícia, sempre tão
atuante que ainda trabalhava ativamente
em nossa SOCEGO até esta semana; de
um dos primeiros Diretores Financeiros
da UNIMED, alavancando as atividades
iniciais da Instituição.
A minha elegia, se é que se poderá
chamar assim uma conversa carinhosa, é
da amiga sincera de longa data.
Você, meu amigo, foi sempre um homem informal, brincalhão, mas cheio de
sabedoria. Uma das máximas que aprendi
de você é que não existe atração sexual
entre amigos verdadeiros. Era o que acontecia conosco, mas a afinidade que existia
entre nós era tão verdadeira, que mesmo
a Lalá, sua querida esposa, muitas vezes
me dizia “Toma conta do meu nego, nestas andanças de vocês pelos Congressos
afora”. E isto eu fazia, com bastante zelo,
mesmo que desnecessário. Você amava a
vida e todos os seus prazeres, mas respeitava, acima de tudo, a família maravilhosa que constituiu.
O destino nos aproximou de várias
formas, mesmo na juventude. Fui colega
de classe no Colégio da Imaculada da Janete Soares, sua irmã, que sempre falava
com orgulho do irmão, estudante de Medicina em Salvador – BA. Frequentei sua
casa, onde conheci Donana, a senhora
sua mãe, que também me colocava a par
das proezas do filho, de quem, com razão, se orgulhava. Mas só fui conhecê-lo
pessoalmente, quando fui cursar Medicina na UFC, dez anos depois de graduada
em letras, já casada, desquitada e com
três filhos.
Você passou a ser meu guru, como
Plantonista da Maternidade
Escola
Assis
Chateaubriand, eu estudante e depois residente, aprendendo a
Ginecobstetrícia
e a arte de criar
filhos.
Inúmeras
foram as vezes em
que me orientava
como lidar na educação de um filho
homem, que não
tinha o pai presente. Tudo isto entremeado com a arte
de partejar, em que
foi exímio.
Comunguei com sua família, os momentos difíceis de sua insuficiência renal,
comparecendo algumas vezes às sessões
de hemodiálise para conversar. Invariavelmente encontrava-o coberto com um
lençol, lendo um livro sob as cobertas
para não compartilhar o sofrimento coletivo dos outros pacientes que alí estavam, Estas sessões foram numerosas pois
relutou muito em aceitar a doação de um
rim de sua filha, a única compatível para
o transplante.
Aposentou-se por invalidez, mas não
era isto que o afligia. Parar de trabalhar
é que era inaceitável, para um homem
“tão cheio de vida”. Decidiu dedicarse a assessorar outros profissionais de
saúde, mesmo às sextas-feiras de tarde,
quando antes jocosamente insultava comigo, chamando-me de pobre, por fazer
consultório no mesmo horário, “quando
os outros colegas mais bem aquinhoados
já estavam em suas quintas para o fim de
semana”.
Morreu feliz, preparando, com carinho uma festa surpresa, para sua mulher Lalá. Estas foram as nossas últimas
conversas ao telefone: “Não deixe de ir,
nega veia” O que vamos comemorar se
o seu aniversário é em abril? Pois é, seria
uma surpresa em homenagem à Lálá, mas
acho que já deixou de ser surpresa, pois a
badalação tem sido grande”
No dia em que foi operado de emergência, ainda pediu ao filho para ligar aos
amigos dizendo que a festa estava sendo
adiada.
Nego veio, espere aí, organizando a
festança, pois quando nos encontrarmos
vou cobrar.
Beijos,
Silvia Bomfim
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Dr. José Aluizio da Silva Soares