METODOLOGIA PARA CERÂMICA ARTÍSITCA ARTESANAL
I.T. Weber*1, J.W. Gomes1, W.A. Mariano2, H.L.Z.Martins1 ,E. Longo1.
Rodovia Washington Luíz, KM 235, C.P. 676 CEP 13 656 905 São Carlos, SP.
e-mail: [email protected]
1- CMDMC – LIEC – DQ -UFSCar
2- Dema- UFSCar
O artesanato cerâmico é uma atividade que mantém grande significado no Brasil, seja pelo
fato de ser uma atividade centenária, seja pelo seu valor cultural, seja pelo grande número de
famílias que até hoje se mantém com base nesta atividade. Por outro lado, são raras pesquisas
que se dedicam a estudar peças artesanais de um ponto de vista técnico e que possam
desenvolver critérios de qualidade para estas peças. Não foram encontradas referências na
literatura, que normalizem ou direcionem ensaios, para a avaliação deste tipo de cerâmica. O
CMDMC-LIEC que vem trabalhando conjuntamente com artesãos, por exemplo, na parceria com a
Comunidade Solidária, objetivando propor um conjunto de ensaios que possam melhor avaliar a
qualidade técnica de peças artesanais. Dentre um grande gama de ensaios avaliados foram
escolhidos os ensaios de Módulo de Tensão de Ruptura, Porosidade Aparente, Densidade
Aparente, Absorção de Água como os mais significativos. Aspectos como teor de água na massa,
relacionados à trabalhabilidade, temperatura de queima (que constitui um sério problema para os
artesãos), condições de conformação (que neste caso precisa ser manual e na ausência de
pressão) e adição de aditivos também foram estudados, e mostraram fundamental importância
para a qualidade final da peça.
Palavras Chaves: Metodologia, Cerâmica Artesanal, Argila
INTRODUÇÃO
No Brasil, sem dúvida alguma, a atividade artesanal tem exercido, através dos tempos, um
papel de extrema relevância na vida de diversas pessoas. Por um lado, tem-se o seu valor cultural,
legado que passa de geração para geração, em geral como história oral, e caracteriza as
atividades, as relações sociais e a dinâmica de trabalho de uma comunidade. Um bom exemplo
disso, pode ser encontrado no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, onde a atividade
ceramista é tradicional e majoritariamente uma atividade feminina, e sua origem remete ao período
em que as avós eram encarregadas de cuidar dos netos, enquanto os pais trabalhavam na roça.
Desta forma, as avós passavam o conhecimento adquirido com suas próprias avós para as
gerações mais novas [1].
Um outro aspecto da atividade artesanal é o financeiro. Apesar de pouco valorizada , este
tipo de atividade mantém até hoje um número muito grande de famílias em diversas regiões do
país. Os produtos em geral são comercializados entre os próprios moradores da região, em muitos
casos mantém seu caráter primordialmente utilitário, e por isso o preço de venda em geral é muito
baixo. Alguns exemplos deste tipo de atividade podem ser encontrados no interior do Piauí e no
interior da Bahia, na região de Candeal [2]. Algumas comunidades, que conseguiram angariar
prestígio do ponto de vista artístico, conseguem uma melhor comercialização de sua obra, como é
o caso de Caruaru, em Pernambuco, e do própiro Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais [2]. Mas
ainda assim, as condições de comercialização não são favoráveis aos artesãos.
O fato é que a despeito de toda importância que a atividade artesanal tem no país, muito
pouco é investido para o seu desenvolvimento. Quando se trata de desenvolvimento técnico,
então, pode-se dizer que os investimentos são praticamente nulos. Os artesãos trabalham, em
geral, de forma bastante rudimentar e o conhecimento baseia-se na experiência. Como as
376
comunidades, em geral, se encontram isoladas umas das outras e não há muita troca de
informação entre elas, muito é perdido.
Tendo em vista este panorama o CMDMC-LIEC vem nos últimos anos desenvolvendo
trabalhos junto a comunidades ceramistas espalhadas ao longo do Brasil. O objetivo é melhorar os
aspectos técnicos das peças, para que o artesão encontre um mercado mais amplo para o seu
produto. É importante salientar que questões relacionadas aos valores culturais e/ou artísticos não
são levadas em consideração. O foco dos projetos tem se mantido na questão da qualidade
técnica das peças e da forma de avaliação desta qualidade.
Percebeu-se que a literatura voltada a este tipo de problemática é inexistente. Nenhum
trabalho tratando da avaliação técnica de produtos artesanais, tais como resistência das peças, foi
encontrado. A avaliação de peças que são produzidas fora de uma norma técnica mostrou-se uma
grande barreira no trabalho junto aos artesãos. Por esta razão, procurou-se desenvolver uma
metodologia que permita comparar e avaliar tais peças. Buscou-se dentro da gama de ensaios e
técnicas utilizadas para caracterização de uma peça cerâmica selecionar aquelas as quais
permitam estudar melhor as peças artesanais. Diversas técnicas foram estudadas e uma
comparação entre os resultados obtidos é feita a seguir.
MATERIAIS E MÉTODOS
Preparação dos Corpos de Prova (C.P.)
Determinou-se que a matéria prima (argila) deve ser trabalhada manualmente. Seguindose as etapas de desaglomeração (moagem manual), peneiramento (em malha #60 mesh, pois os
artesãos não tem meios para obter granulometria menor) e umedecimento (adição de água e
mistura manual). Os corpos de prova foram conformados de três maneiras: Por meio da (i)
prensagem em molde metálico para obtenção de C.P com dimensões adequadas a determinados
ensaios, da (ii) modelagem manual, normalmente na forma de cilindros compactos e da (iii)
modelagem em moldes de gesso, para obter formas mais próximas às dos artesãos, como cuias e
pratos.
Ensaios de Avaliação da Matéria Prima e dos C.P.
Vários ensaios foram testados para verificar quais forneciam resultados mais expressivos.
Dentre eles tem-se:
♦ Difração de Raios X
♦ Determinação do Módulo de Tensão de Ruptura
♦ Análise Térmica
♦ Análise de Porosidade Aparente, Densidade Aparente e Absorção de Água
♦ Determinação de Retração de Queima
♦ Análises de Área Superficial Específica (Curvas de BET)
♦ Análise de Trabalhabilidade e Umidade da Massa
Estudo das Condições de Queima
Para avaliar o efeito da queima nas propriedades de uma peça cerâmica artesanal,
estudou-se várias condições de quiemas. As temperaturas variaram de 700 a 950ºC. Também
analisou-se a influência da Atmosfera.
Estudo do Uso de Aditivos
Buscou-se verificar se o uso de aditivos simples e de fácil acesso para os artesãos fornecia
bons resultados no que diz respeito a qualidade do produto obtido. Assim, estudou-se a adição e
vidro comercial moído (2% em massa) e de melado de cana (5% em massa).
377
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Preparação dos Corpos de Prova (C.P.)
A preparação dos C.P. de forma a obter resultados compatíveis com as peças obtidas
pelos artesãos revelou-se como primeiro problema a ser abordado. Era importante ter uma forma
de avaliar como a preparação da massa e sua forma de modelagem influenciava nas propriedades
das peças. Desta forma, optou-se por três formas de modelagem. Para o estudo da matéria prima,
trabalhou-se com a (i) prensagem em molde metálico. Esta forma permitiu a obtenção de C.P com
dimensões adequadas a determinados ensaios, tais como Módulo de Tensão de Ruptura, Ensaio
de Arquimedes, Absorção de Água, Retração de Queima, etc. É importante ressaltar que a
conformação foi feita com prensagem manual dos corpos, uma vez que o uso de prensa traria
resultados díspares dos obtidos pelos artesãos.
Para os ensaios de trabalhabilidade e umidade de conformação optou-se por modelagem
manual, normalmente na forma de cilindros compactos. Estes cilindros eram modelados
manualmente e a consistência da massa era analisada mediante adição de água ou modelagem
da massa. Por fim, considerou-se ainda de extrema importância estudar peças com formas
semelhantes às trabalhadas pelos artesãos. Neste caso, priorizou-se as em forma de cuias, que se
aproximam das panelas, travessas, etc. Estes C.P. foram modelados manualmente ou com auxílio
de moldes de gesso e foi avaliado o tempo de secagem, a existência de gradientes de umidade, a
facilidade de modelagem das peças, bem como seu comportamento de queima (aparecimento de
trincas e rachaduras, deformação da peça, etc) e sua habilidade em armazenar água (o que está
diretamente relacionado à porosidade da peça). As três formas de modelagem mostraram úteis e
necessárias ao estudo de peças cerâmicas artensanais.
Ensaios de Avaliação da Matéria Prima e dos C.P.
Tendo em vista que as características desejáveis em uma peça cerâmica artesanal são:
maior resistência mecânica possível, pois facilita o transporte, Controle das Dimensões da Peça,
pois permite um certo “controle de qualidade” quando os artesãos trabalham sob encomenda e alta
habilidade para armazenar líquidos, já em muitos casos lida-se com peças utilitárias, como
panelas, jarras e potes, tem-se que as características mais importantes para uma peça são
elevado Módulo de Tensão de Ruptura, indicador direto da resistência mecânica da peça, alta
densidade, baixa absorção de água e baixa porosidade, que estão relacionadas tanto a habilidade
de armazenar líquidos quanto a questões de higiene nas peças utilitárias (peças com alta
porosidade podem acumular resíduos de alimentos e facilitar a proliferação de fungos e bactérias)
e o teor de matéria orgânica eliminada, que está relacionado a retração da peça durante a
sinterização bem como a possível formação de bolhas e coração negro no interior da peça.
Sendo assim escolheu-se como ensaios mais relevantes a Determinação do Módulo de
Tensão de Ruptura, Determinação de Teor de Matéria Orgânica Eliminada na Queima, Análise de
Porosidade Aparente, Densidade Aparente e Absorção de Água e Determinação de Retração de
Queima. As análises de DRX se mostraram bastante complexas e não se percebeu uma
correlação clara entre a identidade mineralógica da matéria prima e o desempenho da peça. As
curvas de BET também não permitiram estabelecer correlação com o desempenho da peça.
Aparentemente não há relação direta entre a área superficial específica da argila e as
características da peça obtida. É importante ressaltar que só foram ensaiadas argilas já
tradicionalmente usadas na confecção de peças artesanais e esta conclusão só é válida dentro do
universo estudado.
A Figura 1 ilustra alguns resultados dos ensaios escolhidos como mais significativos para
argilas de diversas regiões do país.
378
Sã
o
M
C at..
oq
.
u
Ira eir.
rá ..
Ira (1)rá BA
S. (2)BA
J.
V
M arjo
in
as ...
C N..
an .
d
R ea.
..
io
R
ea
...
30
25
20
15
10
5
0
Densidade Aparente
M
...
C
oq
ue
i
Ira ..
rá
(.
Ira ..
rá
(..
S.
.
J.
Va
r..
M
.
in
as
...
C
an
de
...
R
io
R
e.
..
2
1,5
1
0,5
0
Sã
o
Densidade Aparente
(g/cm3)
Absorção de Água
Absorção de Água (%)
Porodidade Aparente (%)
Porosidade Aparente
Sã
o
M
at
eu
sC
ES
oq
ue
iro
C
...
Ira
rá
(1
)-B
A
Ira
rá
(2
)-B
A
S.
J.
Va
rjo
ta
M
-P
in
I
as
N
ov
a.
..
C
an
de
al
-M
G
R
io
R
ea
l-B
A
50
40
30
20
10
0
Figura 1 – Dados de Absorção de Água, Densidade Aparente e Porosidade Aparente para CP
conformados com Argilas de Diferentes Regiões do País.
Estudo das Condições de Queima
A temperatura de queima mostrou ser um parâmetro essencial na obtenção de uma peça
artesanal de qualidade. Ao mesmo tempo, é, provavelmente, a maior limitação encontrada pelos
artesãos. Praticamente todos os artesãos entrevistados trabalham com fornos rudimentares,
alimentados por lenha, nos quais o controle de temperatura é muito difícil. O uso de lenha (e as
variantes de tipo de lenha, grau de umidade, dimensões dos pedaços utilizados, etc), a falta de
isolamento térmico e problemas com circulação de ar fazem com que os fornos trabalhem, de
forma geral, em temperaturas que variam de 700 a 800oC. A Fig. 2 ilustra a evolução das
características das peças em função da temperatura de queima.
379
M
...
C
oq
ue
i
Ira ..
rá
(..
Ira .
rá
(..
.
S.
J.
Va
r..
.
M
in
as
...
C
an
de
...
R
io
R
e.
..
140
120
100
80
60
40
20
0
Sã
o
Módulo de Tensão de
Ruptura (Kgf/cm2)
Módulo de Tensão de Ruputura
Figura 2– a) Foto de um Forno Utilizado por Artesãos do ES e b) Variação do Módulo de Tensão
de Ruptura com a Temperatura de Queima.
Fica claro que a temperatura exerce um papel fundamental no desempenho das peças. E
que se a queima for feita em no mínimo 950ºC há um ganho considerável de resistência mecânica
e porosidade. Ou seja, a partir desta temperatura, pode-se dizer que o material esteja realmente
sinterizando.
Outro ponto importante que deve ser abordado é a atmosfera do forno. Como já
mencionado os fornos, em geral, não permitem uma boa circulação de ar, o que gera uma
atmosfera rica em CO e CO2, proveniente da queima da lenha e da matéria orgânica. Isto pode
ocasionar o aparecimento de manchas escuras na superfície das peças (gradientes de cor) e de
corações negros na parte interior. Em alguns casos, tem-se peças que permanecem não
sinterizadas. Além disso, é comum em algumas comunidades fazer-se uso do “Tauá” (suspensão
aquosa de argila com diferentes coloração) como elemento pigmentante, na decoração das peças.
Foi verificado no laboratótio que dependendo da atmosfera do forno as pinturas de “Tauá” mudam
complemente de coloração, o que pode significar um prejuízo para o artesão.
Estudos relacionados a adaptação dos fornos de forma a permitir atingir temperaturas mais
altas e com atmosfera menos redutora estão em andamento.
Estudo do Uso de Aditivos
Foram testados dois tipos de aditivos para a argila, usados com a finalidade de
simultaneamente aumentar a resistência mecânica e diminuir a porosidade das peças: O melado
de Cana de Açúcar e o Vidro Comercial Moído. A escolha destes aditivos deu-se perante a
facilidade dos artesãos dispor e trabalhar com tais aditivos. Os resultados o uso destes aditivos em
uma argila proveniente do município de Araraquara são mostrados na Tabela I.
Tabela I. Dados do Uso de Aditivos na Propriedades dos C.P.
Densidade de
arquimedes
(g/cm³)
2,72
Porosidade de
arquimedes
( %)
31
Absorção de água
(%)
18,2
Módulo de Tensão
de ruptura
(Kgf/cm²)
20,3
Argila + vidro
2,61
29,2
15,8
23,2
Argila + melado
2,57
31,4
17,8
15,7
Argila pura
Verificou-se que a adição de vidro moído eleva o módulo de tensão de ruptura e diminui a
porosidade das peças, enquanto que a adição de melado de cana fornece valores menos
favoráveis que a argila pura. Este resultado indica que o vidro moído pode ser um bom aditivo para
a cerâmica artesanal. Testes do uso de vidro moído em outras argilas (não apresentadas aqui)
reforçam esta idéia.
380
CONCLUSÕES
Buscou-se neste trabalho estabelecer diretrizes no que diz respeito à análise de uma peça
cerâmica artesanal. Percebeu-se que a forma de preparação dos corpos de prova é bastante
importante e que dependendo do ensaio a ser feito, a modelagem deve ser feita de uma forma
diferente. Foram propostas três formas de modelagem.
No que diz respeito aos ensaios laboratoriais, escolheu-se como aqueles que fornecem
resultados mais expressivos com relação a qualidade da peça os ensaios de Módulo de Tensão de
Ruptura, Ensaios de Arquimedes (Porosidade Aparente, Densidade Aparente e Absorção de Água)
e a Determinação de Teor de Orgânico da Argila. Os ensaios de DRX, curvas de BET, curvas
completas de Análise Térmica e Determinação de Umidade de Conformação forma considerados
menos relevantes, e desta forma, ensaios secundários.
Verificou-se ainda que a temperatura e a atmosfera de queima são parâmetros cruciais
para as características finais da peça. Quando queimadas em temperaturas superiores a 950ºC, as
peças exibem um considerável aumento na qualidade técnica. A atmosfera de queima é
responsável pelo aparecimento de gradientes de coloração, corações negros e de possíveis
modificações na cor da pintura decorativa das peças.
Por fim, avaliou-se a possibilidade da utilização de aditivos para aumentar a resistência
mecânica e diminuir a porosidade das peças. Verificou-se que o vidro moído pode ser um aditivo
com que proporcione resultados bastante satisfatórios. Além disso, o vidro comercial moído é fácil
de ser obtido e apresenta custo bastante reduzido, acessível aos artesãos.
REFERÊNCIAS
1-M. I. V. Botelho. “ O eterno retorno entre o passado e o presente: um estudo sobre as práticas
culturais no Vale do Jequitinhonha”. Tese de doutorado PPG/Sociologia/FCL/Unesp-Araraquara,
1999.
2- I.T. Weber1*, J.W.Gomes1, H.L.Z.Martins1, C. A. Paskocismas1, E. Longo1, R. Dunlop2, M.
Braga2, W.A. Mariano3. “Cerâmica Artística, um novo desafio” – Anais do XXII Congresso Brasileiro
de Cerâmica.
A METHODOLOGY TO STUDY HANDCRAT CERAMICS
I.T. Weber*1, J.W. Gomes1, W.A. Mariano2, H.L.Z.Martins1 , E. Longo1.
ABSTRACT
Ceramic craftsmanship is an activity that has maintained its significance in Brazil, as it is
both a centenary activity and it has proved to be an important income source to a huge number of
families. Conversely, the R& D activities that study artisanal pieces on the technical standpoint and
contribute to develop quality criteria for these pieces are very limited. No references were found in
the literature of papers that standardize or point out tests for the evaluation of this type of ceramics.
CMDMC-LIEC, which has been working with craftsman, as for example in its partnership with
Comunidade Solidária, aims at proposing a set of tests that can improve the assessment of the
craftsmanship products. Among a huge number of tests evaluated, the test of Failure Stress,
Apparent Porosity, Apparent Density and Water Absorption were chosen as the most meaningful of
them. Features such as water content in the clay, that are related to the workability, firing
temperature (which constitutes a serious problem to the craftsman), conformation conditions (which
in this case must be manual and in the absence of external pressure) and the use of additives were
also studied and were shown to be of fundamental importance to the final quality of the pieces.
keywords: Methodology, Handcraft Ceramic, Clay.
381
Download

METODOLOGIA PARA CERÂMICA ARTÍSITCA ARTESANAL