INFLUÊNCIA DOS DADOS DA GRAVIDEZ ATUAL NA AUTOEFICÁCIA EM AMAMENTAR DE PUÉRPERAS EM ALOJAMENTO CONJUNTO Ferreira, Ádria Marcela Vieira Nascimento, Ludmila Alves do¹ Tupinambá, Milena Colares Joventino, Emanuella Silva Dodt, Regina Claúdia Melo Ximenes, Lorena Barbosa INTRODUÇÃO: a autoeficácia trata-se da confiança pessoal em realizar com sucesso algum comportamento visando à promoção da saúde. Dessa forma, uma mãe que possua elevado conhecimento acerca da amamentação, não obrigatoriamente irá aderir à prática do aleitamento materno em seu cotidiano, já que se a autoeficácia não for satisfatória não se consegue manter hábitos adequados no processo de amamentação. OBJETIVO: verificar a associação entre os dados da gravidez atual com a autoeficácia em amamentar de puérperas não primíparas em pós-parto imediato. METODOLOGIA: optou-se pela abordagem quantitativa, por meio de estudo do tipo descritivo, realizado com uma amostra de 96 puérperas não primíparas em pós-parto imediato, as quais estavam internadas em um alojamento conjunto (AC) de uma maternidade pública de grande porte que é reconhecida como uma maternidade de referência terciária na assistência perinatal e neonatal, além de contar com um banco de leite de referência Norte/Nordeste, localizada no município de Fortaleza-CE. A coleta de dados ocorreu de outubro de 2010 a julho de 2011. A seleção das mesmas ocorreu de forma aleatória de acordo com a demanda do serviço, adotando-se os seguintes critérios de inclusão: não primíparas em pós-parto imediato com neonatos com semanas de gestação e peso ao nascer de crianças a termo; não primíparas em pós-parto imediato que tenham idade superior a 12 anos, e que estejam com seus filhos no alojamento conjunto; não primíparas em pós-parto imediato com no mínimo 6 horas de pós-parto. Os dados foram coletados por meio de entrevista, utilizando-se dois instrumentos: o primeiro, referente aos dados da gravidez atual; e o segundo referente à Breastfeeding Self-Efficacy Scale Short Form (BSES-SF), a qual se trata de uma escala do tipo Likert, com alta consistência interna, sendo assim confiável para avaliar a autoeficácia materna. É composta por 14 itens acerca da confiança da puérpera em amamentar, valendo de um a cinco escores cada, variando de discordo totalmente a concordo totalmente. Para a tabulação dos dados, foi criado um banco de dados em planilha eletrônica para o ¹Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará- UFC. Bolsista PIBIC/CNPq. [email protected] processo das análises descritivas e inferenciais, utilizando o programa Excel 2003 e as informações coletadas foram exportadas e organizadas no Programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 17.0. A análise exploratória dos dados constou de testes estatísticos descritivos, frequências absolutas e relativas, sendo estes analisados de acordo com a literatura pertinente. O estudo respeitou aos princípios éticos da pesquisa que envolve seres humanos, de acordo com a Resolução nº196/96 instituída pelo Conselho Nacional de Saúde, respeitando os aspectos da autonomia, não maleficência, beneficência e justiça; sendo apreciado e deferido pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) com o protocolo 042/08. RESULTADOS: Em relação aos dados da gravidez atual, pode-se observar que eles não indicaram associação estatisticamente significante com a autoeficacia materna para amamentar. Assim, a realização de pré-natal (p = 0,242), a número de consultas de pré-natal (p = 0,529), o tipo de parto (p = 0,398), o local onde o RN mamou pela primeira vez (p = 0,164), o tempo que pretende amamentar (p = 0,145) e a pretensão de trabalhar fora de casa (p = 0,386) não interferiram na autoeficacia da puérpera não primípara em amamentar o neonato. Entretanto, verifica-se ainda forte tendência de associação entre autoeficacia materna e planejamento da gravidez (p = 0,059). Contudo, ressalta-se que estes achados não significam que os dados da gravidez atual não possam interferir na experiência de amamentar das mulheres não primíparas, já que estas podem ter vivenciado experiências em amamentar seus filhos anteriormente positivas ou não, influenciando, assim, a sua autoeficácia em amamentar na gestação atual. CONCLUSÃO: Assim, conhecer a autoeficácia das multíparas em amamentar os seus filhos a partir da aplicação da escala BSES-SF, poderá permitir ao enfermeiro contribuir com a estimulação da confiança da mulher em amamentar, minimizando o risco de desmame precoce e melhorando, por sua vez, a qualidade de vida do binômio mãe-filho. DESCRITORES: Enfermagem. Aleitamento materno, Autoeficácia, Período Pós-Parto, ¹Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará- UFC. Bolsista PIBIC/CNPq. [email protected]