ASPECTOS GERAIS DOS CUSTOS: CONTROLE, COMPORTAMENTO E EFICÁCIA Prof. Rodrigo Antônio Chaves da Silva Contador, Docente da Univiçosa, membro da escola do Neopatrimonialismo A empresa na sua qualidade dinâmica necessita de alguns fenômenos que ao serem consumidos, farão parte do ciclo reditual do patrimônio, que, incessantemente, se movimenta como um organismo ideal, em específico comportamento. Tais fenômenos são chamados de custos. Custos gerais, técnicos, complementares, de máquinas, de pessoal, do capital investido, do capital próprio, de empréstimos, de materiais de produção, de estoques, do capital realizável, de fornecedores, de salários, de financiamentos obtidos a longo prazo; custos imprevisíveis, perdas inevitáveis, despesas com acidentes, despesas administrativas e com vendas, tributárias, gastos com fretes, entre outros fenômenos, revelam os diversos tipos de custo. O organismo patrimonial como um conjunto de partes, possui uma ligação com os custos e as despesas; todos os elementos da estrutura se interagem com os custos. Sobre este fenômeno o pai da teoria do rédito assim lecionava: “O custo segundo a acepção difusamente acolhida, não é nada mais que um conjunto de despesas “efetivamente” mantidas e variadamente reunidas em um ordenado complexo. Em geral, na doutrina, a noção de custo é referida à particulares produtos, certas mercadorias, à singulares espécies de serviços. Se considera agora o custo como a expressão sintética de todas as despesas, que devem ser reintegradas, a fim de que o capital da empresa que vende, com todas as outras variações obscuras, sejam conhecidas na medida preexistente à sustentação daquelas mesmas despesas”( ZAPPA, Gino. Il Redito di Impresa. 2ª ed. Milão: Dott. A. Giuffrè - Editore, 1950. p. 144) Portanto, as despesas são custos, ou melhor, os custos são todo o tipo de despesas. Podem ser técnicos (custos propriamente ditos para a produção de determinado produto ou serviço) ou complementares (as despesas naturalmente concebidas). Esta foi uma das concepções de um dos maiores doutrinadores da linguagem italiana. No Brasil, sem dúvida alguma, um dos maiores doutrinadores dos fenômenos de custos é o Doutor Américo Matheus Florentino cuja obra recente (Veja: FLORENTINO, Américo Matheus. Os custos podem acabar com a sua empresa. Rio de Janeiro: Funager, 2003) trata de aspectos detalhados sobre este importante acontecimento. O mestre inicialmente- na obra citada- aborda sobre o fenômeno de custo do material, pessoal, e diversos, que podem ocorrer na atividade; também trata do equilíbrio da riqueza considerando os preços de venda e os custos; leciona ainda sobre os custos das operações de vendas, das atividades, os gastos diferidos e artificiais, a mão-de-obra, as naturezas de classificação que compreendem estes mesmos fatos em fixos e variáveis. Além de centrar suas abordagem sobre os fenômenos, como posição essencial da ciência contábil, ele explica os principais métodos de relevação que nos servirão de base para interpretar as variações dos custos, e definir as possíveis orientações gerenciais, relacionadas aos específicos comportamentos, que os mesmos acontecimentos possuem e demonstram no tempo patrimonial. Portanto, o problema do controle dos custos não é relacionado apenas à redução dos mesmos e aumento das vendas, mas, também, de forma abrangente, à utilização de capital próprio ou de terceiros para a sua sustentação; ás possibilidades de arrendar as máquinas de produção; à capacidade de obtenção de crédito para a empresa realizar os gastos; às terceirizações de serviços ou atividades empresariais; ao relacionamento com os prazos de estocagem dos materiais, ou das mercadorias; ao tempo de produção; às quantias de numerários adequadas para se manter os custos; aos usos de franquias; à verificação dos valores orçados e realizados; tal como às análises de produtividade e aproveitamento dos recursos humanos, dentre os diversos outros assuntos indubitavelmente necessários à decisão gerencial, e ao conhecimento do contador. Controlar o custo é o mesmo que disciplinar o seu comportamento, para a eficácia. Não que a contabilidade tenha o objetivo de controlar - esta atividade é uma das funções de nossa ciência; é o controle que serve à contabilidade, e ele que será utilizado para a disciplina eficaz desses fenômenos. Às vezes o comportamento do custo é de certa maneira tão patológico, que resulta na ruína da empresa. Esta situação é ligada a diversos fenômenos; existem, porém, alguns indivíduos que reduzem toda a problemática de custos na redução quantitativa dos mesmos, e nos aumentos das vendas, o que não é verdade. O ciclo reditual é totalmente dependente do financeiro. Os fenômenos que se interagem desde o processo de produção, iniciado pela compra de mercadorias ou materiais, até a formação dos preços de venda, estão inteiramente relacionados com o sistema de custos; reduzir toda uma problemática, nas singelas questões de redução de despesas e aumento das vendas é o mesmo que reduzir a contabilidade como ciência que estuda os fatos maiores, condizentes com o holismo de investigação patrimonial, no desejo da eficácia comportamental desses mesmos gastos de produção. O organismo-capital como um todo conjunto de bens e elementos recebíveis, deve ser compreendido na integração com os custos, relacionados aos ciclos financeiros ou à velocidade de produção, e com as demais funções da empresa, principalmente, com a sua imobilização e capitalização; também se deve discernir aspectos fenomenológicos dos custos ligados às estruturas do patrimônio especifico, para que se possa obter adequadas conclusões e orientações para a sua eficácia. Estas são posições fundamentais para a análise desses fenômenos no devir patrimonial, para a eficácia e controle apurado dos custos.