Caderno do Aluno:
orientações para o curso
Governo Federal
Ministério da Saúde
Secretaria de Atenção à Saúde
Diretoria do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas
Coordenação da Área Técnica de Saúde do Idoso
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
Direção do Departamento de Gestão da Educação na Saúde
Fundação Oswaldo Cruz
PRESIDENTE
Paulo Marchiori Buss
Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Antônio Ivo de Carvalho
Coordenadora Geral da Educação a Distância
Lúcia Maria Dupret
Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
Coordenadora Geral
Angela Maria Castilho Coimbra
Coordenadora Executiva
Ana Paula Abreu Borges
Assessoras Pedagógicas
Marisa Teixeira Silva
Sheila Torres Nunes
Valéria Fonseca
Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
Caderno do Aluno:
orientações para o curso
Copyright © 2008 dos autores
Todos os direitos de edição reservados à Fundação Oswaldo Cruz/EAD
Tiragem da edição: 600 exemplares
ISBN 978-85-61445-10-2
SUPERVISÃO EDITORIAL
PROJETO GRÁFICO
Jonathas Scott
Maria Leonor de M. S. Leal
Eduardo Morcillo
Jonathas Scott
REVISÃO E NORMALIZAÇÃO
CAPA
Bianca Encarnação
Maria Auxiliadora Nogueira
Maria José de Sant’Anna
Eduardo Morcillo
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
40graus Design
Catalogação na fonte
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica
Biblioteca de Saúde Pública
F981e
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Educação a Distância
Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. Caderno do aluno: orientações para o curso. / Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Educação a Distância. – Rio de Janeiro : EAD/ENSP, 2008.
60 p.
1. Envelhecimento. 2. Saúde do Idoso. 3. Assistência à Saúde. 4. Educação a Distância. I. Título.
CDD - 22.ed. – 362.6
2008
Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
Rua Leopoldo Bulhões, n. 1480 – Prédio Professor Joaquim Alberto Cardoso de Melo
Manguinhos – Rio de Janeiro – RJ
CEP 21041-210
Tel.: 0800230085
www.ead.fiocruz.br
Viver é como andar de bicicleta:
é preciso estar em constante movimento para manter o
equilíbrio.
Albert Einstein
Sistematização de conteúdos
e redação
Marisa Teixeira Silva
Administradora; especialista em gestão da educação a distância pela UFJF; coordenadora do
Curso Aperfeiçoamento em Biossegurança em Saúde; coordenadora-adjunta do Curso de
Especialização em Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública; integrante da equipe
pedagógica da EAD/ENSP/Fiocruz.
Sheila Torres Nunes
Nutricionista; mestre em educação para profissionais de saúde pela Universidade de Maastricht da
Holanda; integrante da equipe pedagógica da EAD/ENSP/Fiocruz.
Valéria da Silva Fonseca
Enfermeira; doutoranda em engenharia civil pela Coordenação dos Programas de Pós-graduação
de Engenharia/Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (COPPE/Lamce), da UFRJ,
em computação de alto desempenho – áreas interdisciplinares –; integrante da Coordenação de
Tecnologia Educacional da EAD/ENSP/Fiocruz.
Colaboradora
Antonia Maria Ribeiro Coelho
Mestre em ensino e aprendizagem abertos e a distância pela Universidade Nacional da Espanha,
Cátedra da Unesco, Madrid; atualmente responsável pelo Setor de Acompanhamento AcadêmicoPedagógico da EAD/ENSP/Fiocruz; consultora na área de educação a distância.
Apreciação analítica do
material didático
Ana Flávia de Oliveira Batista
Ana Paula de Oliveira Marques
Helen Arruda Guimarães
Jair Sindra Virtuoso Júnior
João Sérgio de Sousa Oliveira
José Nilson Araújo Bezerra
Karlla Christina de Albuquerque Bispo
Lilia Maria Gondim Muniz
Luciana Passos Aragão
Márcia Carrera Campos Leal
Margarida Maria de Vasconselos Oliveira Santana
Maria Helena Aires Leal Barreira
Maria Leitão Bastos
Marta Ferreira Gomes
Pedro Augusto Paula do Carmo
Roseli Maria Cardoso Ribeiro
Sandra Maria Cardoso de Almeida
Simone Morosini
Tulia Fernanda Meira Garcia
Vilma Costa de Macêdo
Apresentação
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz),
desde a sua fundação, participa intensamente dos debates sobre políticas públicas de saúde e promove cursos que objetivam a formação de
profissionais que atendam às exigências das ações governamentais, contribuindo para a transformação do contexto social brasileiro, de modo
a garantir, a todos os cidadãos, o direito à saúde por meio do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para enfrentar o desafio de atender com qualidade as demandas de formação, considerando a dimensão do território nacional e suas particularidades regionais, a ENSP criou, em 1998, a Educação a Distância (EAD).
A EAD/ENSP tem pautado suas ações nos pressupostos da Educação Permanente em Saúde e realizado diferentes parcerias com o Ministério da
Saúde para viabilizar programa de formação profissional, como este que
você irá realizar.
O envelhecimento populacional é um acontecimento importante deste
século. A maior longevidade da população desafia todos os setores da
sociedade e busca novas formas de organização.
Tivemos, no SUS, um avanço considerável em 2006, que foi a publicação do Pacto pela Saúde1, com três outros documentos negociados pelas
três esferas de governo. Em um de seus volumes, o Pacto pela Vida estabelece seis áreas prioritárias de atuação, dentre as quais situa-se a saúde
1
O Pacto pela Saúde possui três dimensões: a) Pacto pelo SUS; b) Pacto pela Vida e; c) Pacto pela Gestão.
9
da população idosa. Nesse documento, pela primeira vez na história do
SUS, a saúde da população idosa consta como prioridade das três esferas
de governo e elenca sete ações estratégicas para que essa prioridade se
efetive. Ao longo deste processo de pactuação na Comissão Intergestora
Tripartite, foi feita uma revisão e atualização da Portaria n. 1.395/GM,
de 10 de dezembro de 1999 e em 18 de outubro de 2006 foi assinada
uma nova Portaria instituindo a Política Nacional de Saúde da Pessoa
Idosa.
Esta jornada de estudos se inicia agora, com a leitura deste caderno e
com a sua participação em nossa proposta educativa que valoriza as
dimensões subjetiva, coletiva e social das práticas de atenção à saúde e
considera você, aluno-profissional, protagonista de sua aprendizagem.
Desejamos que o presente curso, ao longo de sua execução, contribua
para a promoção do envelhecimento ativo e saudável, para a manutenção e a reabilitação da capacidade funcional da pessoa idosa e para
o desenvolvimento dos cuidados informais, diretrizes importantes da
Política Nacional de Saúde do Idoso.
Antônio Ivo de Carvalho
Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
ENSP/Fiocruz
Lucia Maria Dupret
Coordenadora Geral da Educação a Distância EAD/ENSP/Fiocruz
10
Sumário
Introdução...............................................................................................................13
I
A Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
1. Histórico....................................................................................................................................17
2. Referenciais político-pedagógicos................................................................................................18
3. A educação a distância...............................................................................................................19
4. Os pilares da ação educativa.......................................................................................................20
II
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
1. Justificativa................................................................................................................................27
2. Objetivos...................................................................................................................................27
3. Público-alvo...............................................................................................................................28
4. Dinâmica do curso......................................................................................................................29
5. Concepção pedagógica...............................................................................................................30
6. As mediações didático-pedagógicas.............................................................................................31
7. Os atores do curso......................................................................................................................38
8. Sistema de avaliação...................................................................................................................39
9. Grade curricular..........................................................................................................................40
10. Cronograma.............................................................................................................................46
III
Sugestões para organizar seus estudos
1. Considerações iniciais................................................................................................................ 51
2. O ato de estudar........................................................................................................................ 51
Referências..............................................................................................................55
Introdução
Prezado aluno, prezada aluna,
Você está iniciando o Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa,
nível aperfeiçoamento (lato sensu), oferecido na modalidade a distância.
Este Curso é financiado pelo Ministério da Saúde/Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) e Coordenado em parceria com a Escola Nacional
de Saúde Pública Sergio Arouca/Coordenação de Educação a Distância
(ENSP/EAD), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Para conhecê-lo mais detalhadamente, o primeiro passo é a leitura deste
caderno, que está organizado em três partes.
Na parte I, apresentamos a Educação a Distância da Escola Nacional de
Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Osvaldo Cruz (EAD/ENSP/
Fiocruz). Na Parte II, você vai conhecer o Curso – objetivos, concepção
pedagógica, organização curricular, avaliação, tutoria, aspectos legais,
ambiente virtual de aprendizagem (AVA), entre outros pontos igualmente importantes. Na Parte III, a terceira e última, abordamos as questões relativas ao processo de construção do conhecimento – o ato de
estudar e de articular o pensar e o agir.
Esperamos que a leitura deste caderno permita uma melhor compreensão das características do curso e dos aspectos inerentes ao processo
educativo a ser vivenciado. Consulte-o sempre que necessário. Havendo
dúvidas e sugestões, troque idéias com o seu tutor.
Bom estudo!
Equipe da Área Pedagógica
13
A Educação a Distância da
Escola Nacional de Saúde
Pública Sergio Arouca
Ilustração: Eduardo Morcillo (2008).
I
15
Histórico
Não poderemos, aqui, apresentar anos de história a serviço da saúde
pública no Brasil e, mais recentemente, nossa atuação com educação a
distância. Apenas selecionamos extratos de uma trajetória para despertar sua curiosidade em conhecê-la mais profundamente, caso seja do seu
interesse.
A Fiocruz, órgão do Ministério da Saúde, sediada no Rio de Janeiro, é conhecida
pelo pioneirismo e pela tradição sanitária em mais de um século de existência.
Tem por missão gerar, absorver e difundir conhecimentos científicos e tecnológicos em saúde pela realização integrada das atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, ensino, produção de bens, prestação de serviços de
referências e informação, com a finalidade de proporcionar apoio estratégico
ao SUS, contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população e para o
exercício pleno da cidadania.
Mais informações você
encontra nos seguintes sites:
http://portal.saude.gov.br/
saude/
http://www.fiocruz.br
http://www.ensp.fiocruz.br
http://ead.ensp.fiocruz.br
Uma das grandes contribuições da Fiocruz tem sido a formação de milhares de
profissionais de nível técnico e superior – trabalhadores dos serviços de atenção, gestores, docentes, pesquisadores – para atuarem na área da saúde pública no Brasil e no exterior.
A ENSP é uma das unidades técnico-científicas da Fiocruz, sediada no campus dessa Fundação. Atua na capacitação e formação de alunos (lato e stricto sensu), na produção científica e tecnológica e na prestação de serviços à
saúde pública. Mantém programas de cooperação técnica com todos os estados do Brasil, e com instituições nacionais e internacionais atuantes em vários
campos da saúde. Tem contribuído na formação de pessoal, na elaboração de
políticaspúblicas, e exercido papel importante na promoção da cidadania e na
melhoria das condições de vida e saúde da população, ao longo de meio século
de existência.
A EAD, integrante da ENSP/Fiocruz, foi criada em 1998, devido a uma demanda
do Ministério da Saúde para promover, por meio da modalidade de educação
a distância, oportunidades de formação e qualificação para as instituições e os
profissionais envolvidos na gestão de sistemas e serviços de saúde, de forma integrada aos processos de trabalho. Promove cursos em nível de pós-graduação
lato sensu e de educação profissional. Desde a sua criação, a EAD visa a colaborar para a construção e a consolidação do SUS, como uma das expressões
da Reforma Sanitária brasileira e sua contribuição para um Brasil mais justo e
digno para todos.
17
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
Referenciais políticopedagógicos
Em busca de uma base conceitual e metodológica coerente com os
compromissos ético-políticos da saúde pública e com os princípios
norteadores do SUS, os referenciais político-pedagógicos assumidos
pela EAD/ENSP sustentam-se na compreensão de que não existe educação sem cultura, sem contexto histórico-social, do qual o trabalho
humano é constituinte, e na formação profissional como um processo
humanizado.
Esses referenciais indicam que as práticas educativas em saúde devem
ter como princípio fundamental o pensamento crítico-reflexivo e partem do conceito de atividade consciente, em que a ação intencional do
docente-tutor e do aluno – contextualizada nos serviços de saúde e na
comunidade na qual se situam os sistemas locais de assistir e ensinar –
visa à resolução de problemas do mundo real, em diversas instâncias:
técnica, interpessoal, política, social, individual, coletiva, entre outras.
Ao se trabalhar com uma pedagogia inclusiva em uma ação de política pública na área da saúde, reconhecemos as diversidades culturais,
regionais e pessoais como fundamentais na proposta educativa, a qual se
expressa nos sujeitos envolvidos e nas suas condições de vida, nas motivações, nos desejos, nas histórias de vida, nas trajetórias profissionais,
na formação, no comprometimento, nas singularidades, na qualidade de
vida, dentre outros. Assim como na diversidade geográfica e cultural dos
locais, municípios e estados em que os cursos se realizam.
Daí a opção por metodologias dialógicas de ensino-aprendizagem, cuja
premissa é a de que o estudante é agente ativo do processo de construção coletiva do conhecimento. Isto é: ele constrói significados e define
sentidos de acordo com a representação que tem da realidade, a partir
de suas experiências e vivências em diferentes contextos sociais e históricos, incluindo os processos de trabalho de cuidar. O respeito e o resgate
dos saberes prévios dos sujeitos constituem um dos princípios mais consensualmente praticados nesses anos de existência da EAD/ENSP.
18
A Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
A educação a distância
Na dinâmica das lutas históricas da sociedade brasileira pela saúde, a
construção e a reconstrução de políticas e propostas de formação dos
profissionais vêm integrando as estratégias de enfrentamento das complexas exigências sociais no campo da saúde pública, para que a saúde
seja direito de todos e dever do Estado.
Nessa perspectiva, a ENSP, desde a sua fundação, em 1954, vem se qualificando cada vez mais para a implantação de políticas de inclusão social
e desenvolvimento regional, em busca da universalização de bens públicos, como trabalho, educação e saúde, na perspectiva de transformação
do contexto social brasileiro, no qual a mais grave doença é a desigualdade e suas iniqüidades.
Desse modo, a ENSP tem colaborado na formulação e implementação
de políticas de formação para a saúde junto ao Ministério da Saúde e às
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, notadamente no que diz
respeito à construção de processos de educação a distância, para enfrentar o complexo desafio de atender à demanda crescente de formação
profissional na área da saúde pública, impulsionada pela consolidação e
descentralização do SUS, em todo o território nacional.
Enfrentar esse desafio tem representado a busca de alternativas de formação que superem os manuais de normas técnicas e a limitação dos cursos
presenciais. A rigidez e a padronização dos manuais técnicos, diante da
complexidade do objeto e da diversidade de situações locais, resultam
em ações pedagógicas tecnicamente insuficientes. Desenvolver os cursos presenciais tradicionais em larga escala implica processos de longa
duração e altos custos financeiros, além de uma demanda de recursos
docentes quase inalcançável, o que resulta, na melhor das hipóteses, em
um atendimento a pequena parte das necessidades.
O avanço no campo das tecnologias da informação e da comunicação tem
causado grande impacto em todos os âmbitos da atividade humana: na
cultura, na economia, nos meios de comunicação, na gestão de empresas, na direção dos serviços públicos e no funcionamento do sistema
político.
19
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
No campo da educação, a conexão promovida por essas tecnologias,
entre os diversos sistemas sociais, econômicos, políticos e culturais, possibilita superar as barreiras disciplinares tradicionais, integrando diversas
perspectivas teóricas, ferramentas metodológicas e experiências profissionais. A análise do uso dessas tecnologias nos diversos âmbitos e as
transformações profundas que elas imprimem são a chave para compreender as características marcantes da sociedade atual e para desenvolver, de forma competente, atividades variadas – particularmente cursos
de formação profissional a distância.
Em 1998, a ENSP implantou o seu primeiro programa de educação a
distância – o Curso de Gestão em Saúde –, no nível de especialização,
direcionado aos profissionais responsáveis pelo gerenciamento do sistema de saúde em nível local. Os resultados alcançados fortaleceram a
convicção de que essa modalidade de ensino representa uma iniciativa
estratégica para promover a formação e a qualificação dos profissionais
da saúde de modo integrado aos seus processos de trabalho.
A educação a distância é uma
modalidade educacional reconhecida
pela Lei n. 9.394/96 – Lei de
Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – (BRASIL, 1996), e
regulamentada pelo Decreto n.
5.622 de 19 de dezembro de 2005
(BRASIL, 2005), que permite ao
aluno realizar seus estudos em sua
localidade de origem, sem ausentarse de seu trabalho. Com isso,
também ganha maior relevância
e adequação para implementar
políticas públicas formativas, tendo
como horizonte a prática dos
princípios e diretrizes do SUS.
A EAD/ENSP concebe a educação e, portanto, a educação a distância,
como uma prática social construída por meio da participação, do diálogo
e dos significados produzidos entre os sujeitos. Conseqüentemente, considera o sujeito como um agente ativo e interativo na construção do seu
próprio conhecimento e na produção de significados e sentidos. Considera, ainda, a estreita relação entre teoria e prática; o conhecimento
como construção coletiva; o desenvolvimento da autonomia, da crítica,
da criatividade e da reflexão dos sujeitos, tendo a possibilidade de crítica
e de transformação como pressupostos fundamentais.
Os pilares da ação educativa
Em consonância com a concepção da EAD/ENSP; o processo de construção e implementação dos cursos baseia-se em quatro pilares interdependentes: 1) material didático; 2) orientação tutorial; 3) ambiente
virtual de aprendizagem; 4) acompanhamento acadêmico-pedagógico e
avaliação.
O material didático
No empenho de promover o melhor ambiente para a interação, a
EAD/ENSP oferece o acesso a várias mediações e ações didático20
A Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
pedagógicas comprometidas com os objetivos, os referenciais teóricometodológicos e os fundamentos pedagógicos dos cursos. Por exemplo:
materiais impressos, ambiente virtual de aprendizagem, telefone, correio eletrônico, listas de discussão, fóruns, atividades/exercícios, estudos
de casos, situações-problema, seqüências problematizadoras, construção
individual e coletiva.
O material didático, disponibilizado em diferentes meios (impresso, CD
e web) é o fio condutor de todo o processo, organizando o desenvolvimento e a dinâmica do processo de ensino-aprendizagem. Sua produção,
especialmente desenvolvida para cada curso, é orientada pela idéia de
ambiente de aprendizagem e possibilita uma diversidade de elementos
que contribuem para a construção do conhecimento e o desenvolvimento da autonomia do aluno.
Mais importante do que oferecer todos os conteúdos de um curso em
seu material didático, é proporcionar aportes teóricos e estratégias
metodológicas em uma perspectiva interativa, que motivem o aluno
à construção individual e coletiva de conhecimentos e estimulem-no
a realizar as atividades propostas, possibilitando, assim, o desenvolvimento de competências profissionais. Essa orientação redefine o papel
do aluno e do tutor no espaço da mediação dos saberes no processo de
ensino-aprendizagem, uma dimensão que permite ao profissional estar
em formação permanente.
Com esse intuito, buscam-se estratégias que desenvolvam as dimensões social e intencional do processo de ensino-aprendizagem, sempre
na perspectiva da articulação dos diferentes contextos vivenciados pelo
aluno e da reflexão sobre seu processo de trabalho, visando ao movimento prática-teoria-prática.
A tutoria
O tutor tem como função fundamental mediar a relação pedagógica e
facilitar o processo ensino-aprendizagem, por meio das interações possíveis – educadores-educandos, educandos-educandos, educandos e
educadores com o mundo –, favorecidas nos processos educacionais que
utilizam as tecnologias de comunicação e informação. Com isso, concretizam-se, efetivamente, as mediações e ações didático-pedagógicas
necessárias ao alcance dos objetivos.
21
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
Os tutores dos cursos da EAD/ENSP são profissionais com experiência
docente no campo da saúde e no campo da educação. Atuam como facilitadores da aprendizagem, atentos às interações possíveis com e entre
os alunos, estimulando e propiciando um ambiente favorável ao diálogo
para a construção de conhecimentos. Constantemente, o tutor estimula
e apóia o aluno no desenvolvimento do seu processo de aprendizagem;
ajuda-o a organizar seu tempo e estudo; incentiva a análise dos temas e
conteúdos; e contribui para a construção de soluções para as atividades
propostas.
Além do tutor, temos ainda o orientador de aprendizagem, que acompanha a trajetória do tutor no curso, sendo também responsável por sua
formação permanente.
Ambiente de aprendizagem:
a mediação virtual
A utilização de ambientes virtuais de aprendizagem em todos os cursos
da EAD/ENSP, independentemente da real possibilidade de acesso de
alguns alunos, apresenta-se como uma estratégia de interação entre os
sujeitos e de acesso a materiais complementares, assim como de inclusão
digital. A experiência tem mostrado que essa oferta àqueles que ainda
não dispõem dessa tecnologia tem favorecido a busca por inclusão e
aperfeiçoamento tecnológico.
O AVA é entendido como uma ferramenta para o desenvolvimento de
um processo educativo a distância dinâmico. Ele possibilita o contato
permanente entre você e outros atores da EAD/ENSP (tutores, coordenadores, orientadores, secretaria).
22
A Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
O conjunto de telas que compõem o AVA permite a navegação, a utilização de ferramentas interativas de comunicação, a consulta a documentos na biblioteca virtual e o recebimento de informações sobre o curso.
Também é por meio do AVA que o aluno obtém informações sobre o seu
desempenho, acessa as atividades que irá realizar e enviar ao tutor para
avaliação e acompanhamento do seu desempenho, participa de fóruns
de discussão e de chats, tem a oportunidade de utilizar os documentos
da biblioteca virtual para estudos e pesquisas, insere links de seu interesse e, ainda, conhece o cronograma do curso.
É necessário, pois, que você se familiarize com o ambiente virtual do
curso e conheça bem as ferramentas que ele oferece, de modo a ampliar
as oportunidades de participação e, por conseguinte, de aproveitamento
dos estudos. Por isso, recomendamos a leitura do Caderno do Aluno: orientações para o ambiente virtual de aprendizagem, parte integrante do material
didático deste curso.
Acompanhamento acadêmicopedagógico e avaliação
O acompanhamento acadêmico-pedagógico desenvolvido pela EAD/
ENSP integra as dimensões acadêmico-administrativa, pedagógica e
gerencial dos cursos, de modo a atender à necessidade de assegurar a
23
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
prevalência da proposta político-pedagógica e às demandas de fortalecimento do SUS. Objetiva realizar o acompanhamento acadêmico e
pedagógico do aluno, assim como avaliar os processos educativos em
desenvolvimento, contribuindo, com base em suas ações, para, entre
outros objetivos, identificar as fortalezas e fragilidades do processo de
ensino e aprendizagem, na perspectiva de inovação, aperfeiçoamento,
superação dos problemas e sistematização dos avanços identificados.
A avaliação da aprendizagem, na perspectiva formativa, enfatiza o processo, as atividades individuais e em grupo, o impacto sobre a relação
ensino-serviço, retratando, ainda, os níveis diferenciados de avanço
pedagógico possível no contexto de produção e desenvolvimento de
cada curso.
24
O Curso Envelhecimento e
Saúde da Pessoa Idosa
Ilustração: Eduardo Morcillo (2008).
II
25
ENVELHECIMENTO
26
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
Justificativa
A qualificação de profissionais da saúde para atuar na área de envelhecimento e saúde do idoso foi abraçada pela ENSP de forma pioneira
em 1993, por meio da liderança do Dr. Mario Sayeg, que organizou e
implementou o Curso de Especialização em Envelhecimento e Saúde
do Idoso. Ao longo dessa existência, este curso passou a ser referência
local e nacional para a qualificação de profissionais que buscam trabalhar nesta área.
A procura pelo curso nesses anos se manteve sempre alta, demonstrando
que tal área merece todo apoio e investimento institucional. No entanto,
novos mecanismos de qualificação profissional devem ser implementados na medida em que grande parte da assistência prestada à população
idosa se faz por profissionais que tiveram, ao longo de sua formação
acadêmica, pouco ou quase nenhum conteúdo na área de geriatria e/ou
gerontologia.
Os atuais conhecimentos científicos sobre a importância da promoção da
saúde ao longo da vida, para prevenir ou retardar situações de doença
ou dependência; sobre os fatores de risco e as doenças mais freqüentes
nas pessoas; e sobre o seu impacto nos cuidados de saúde exigem a definição de linhas orientadoras para manutenção de um envelhecimento
saudável, promoção da autonomia e melhoria da intervenção dos prestadores de cuidados.
É nesse contexto de ampliação e no reconhecimento de que a formação
de recursos humanos para a área da saúde requer a existência de processos educativos pautados na realidade social, étnica e cultural, e na busca
permanente de melhoria da qualidade do cuidado, no âmbito do SUS,
que surge o desafio de implantar o Curso de Envelhecimento e Saúde
da Pessoa Idosa em nível de pós-graduação lato sensu (aperfeiçoamento)
e a distância.
Objetivos
Nosso objetivo geral é promover a qualificação de profissionais de nível
superior do setor de saúde que atuam na rede básica de assistência à
27
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
saúde, com ênfase na Estratégia Saúde da Família(ESF), para a operacionalização de atividades que visem à prevenção de perdas, à manutenção
e à recuperação da capacidade funcional da população idosa e para o
controle dos fatores que interferem no estado de saúde desta população.
Foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos, a serem alcançados pelos alunos, por meio das atividades e leituras propostas, pautadas
nas habilidades e competências requeridas para lidar com as questões
inerentes ao processo de envelhecimento humano em suas diferentes
dimensões (saúde, social, econômica, política, cultural etc.), e, fundamentalmente, para exercer um papel de liderança em seu ambiente
visando à transformação das práticas profissionais e à própria organização do trabalho:
Entender o processo de envelhecimento como uma questão de
saúde coletiva, a partir da visão pluridimensional do curso/ciclo de
vida;
Desenvolver atividades de promoção de saúde, prevenção de
situações de risco, diagnóstico e tratamento, visando à manutenção
da autonomia e da capacidade funcional do idoso;
Desenvolver habilidades técnicas na abordagem de pessoas
idosas com comprometimento de sua autonomia e independência
funcional;
Desenvolver interface com a organização do trabalho e executar
ações que sejam compatíveis com o ideal proposto, respeitando as
realidades distintas do contexto nacional.
Público-alvo
O curso é destinado a profissionais da área da saúde, portadores de
diploma de curso superior reconhecidos pelo Ministério da Educação,
que atuem na rede de assistência básica em saúde do SUS, preferencialmente na ESF.
28
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
Dinâmica do curso
Organização
O curso está estruturado em quatro unidades de aprendizagem que configuram quatro capítulos de livro do aluno, que por sua vez subdividem-se
em 15 módulos, nos quais os conteúdos e as estratégias pedagógicas são
seqüenciais e articulam-se de forma a propiciar a reflexão crítica e a
aplicação da teoria na prática cotidiana do aluno. Assim, possibilita-se
o desenvolvimento de competências específicas na área de envelhecimento e saúde da pessoa idosa, partindo-se sempre do simples para o
complexo, do concreto para o abstrato, e tomando como fio condutor
do processo de aprendizagem o contexto social dos alunos, a vivência, a
motivação e as necessidades, de tal forma que o processo de trabalho do
aluno no SUS passa a ser parte integrante do processo pedagógico.
Desenvolvemos como estratégia pedagógica um cenário fictício, denominado Vila Brasil, que é parte de um território de intervenção de
uma equipe da estratégia de saúde da família. É neste cenário que
habitam moradores idosos, ou não, protagonistas dos casos/problemas
escritos especialmente para este curso e que contribuem para o alcance
dos objetivos.
Ao longo do desenvolvimento do curso serão estimulados momentos
coletivos virtuais por meio de ferramentas colaborativas do AVA como
fóruns, listas de discussão e chats (salas de bate-papo), além da contínua orientação e acompanhamento individualizados do tutor para cada
aluno. Outras estratégias para discussão e troca de experiências poderão
ser construídas, desde que sob a supervisão do tutor.
Carga horária e duração
O curso possui carga horária mínima de 180 horas, distribuídas pelo
período de nove meses.
Funcionamento
O curso será desenvolvido totalmente a distância e por ser autodirigido
requer uma dedicação mínima de cinco horas de estudos semanais de
29
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
cada aluno. Os alunos terão acompanhamento de um tutor fixo, na proporção de um tutor para 25 alunos.
Titulação
Confere o título de Aperfeiçoamento em Envelhecimento e Saúde da Pessoa
Idosa.
Concepção pedagógica
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa é de natureza interdisciplinar, direcionado à qualificação de adultos, trabalhadores de nível
superior do SUS, e busca disseminar e implementar princípios de uma
política de governo: a saúde da pessoa idosa.
O desenho de um curso com estas características não permite práticas
pedagógicas centradas na transmissão mecânica e passiva de conhecimentos supostamente aplicáveis a qualquer situação. Requer, sim,
a adoção de práticas pedagógicas dinâmicas, centradas no aluno, que
permitam a reflexão sobre suas práticas e contextos sociais e laborais,
propiciando o desempenho do papel de protagonistas, cujos saberes
construídos e experiências acumuladas ao longo das diferentes vivências profissionais são considerados ponto de partida e de chegada da
proposta pedagógica.
Elegemos para isso o construtivismo e a problematização – e, por conseguinte, seus princípios e diretrizes – como a base que sustenta a concepção pedagógica do presente curso. Apoiados no rol de competências
e habilidades necessárias para uma atuação efetiva e de qualidade na
atenção e no cuidado da pessoa idosa, os autores escreveram os casos
e as atividades que têm a proposta de estimulá-lo à reflexão e à ação,
identificar nós críticos e apresentar soluções de enfrentamento dos problemas identificados.
Em nossa concepção pedagógica a vivência que você traz como trabalhador da área da saúde não é esquecida e, sim, entendida como início de
um processo permanente de reorganização e ressignificação dos saberes
já construídos. Desconsiderar esses saberes significa negar a dimensão
ativa e dialética da perspectiva crítica da educação e, notadamente, o
30
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
seu papel de protagonista na produção de conhecimentos e nas lutas em
prol da promoção da qualidade de vida e do cuidado.
Já faz algum tempo que a educação a distância vem sendo utilizada
na formação continuada de profissionais de diferentes áreas, particularmente na saúde. Crescem, dia a dia, as demandas por atualização
profissional, difíceis de serem atendidas unicamente por meio de processos educativos presenciais. A EAD pode, sem abrir mão da qualidade
e de processos educativos críticos e reflexivos, viabilizar processos de
formação ao mesmo tempo para um grande número de profissionais
sem afastá-los de seu local de trabalho – fator de grande relevância para
o público-alvo, disperso em todo o território nacional, com múltiplos
vínculos de trabalho, assim como para os demandantes dos cursos.
Considerada modalidade educativa que se vale de tecnologias de informação e comunicação, a EAD é capaz de contribuir para o desenvolvimento de outras formas de pensar, sentir e agir no trabalho em saúde e
em educação, que superem as formas atualmente predominantes, mas
não é autônoma, nem destituída de intenções sociais.
As mediações didáticopedagógicas
Para começar, destacamos a estreita e indissociável relação entre a concepção do curso e as mediações didático-pedagógicas adotadas. Você
perceberá, ao longo dos seus estudos, que as mediações estão comprometidas com os objetivos, referenciais teórico-metodológicos e fundamentos pedagógicos propostos no curso.
A mediação pedagógica acontece na atitude do tutor, como facilitador e
motivador da aprendizagem, no modo como são estabelecidas as relações
entre alunos e destes com seus contextos, assim como no tratamento do
conteúdo e nas suas diferentes formas de expressão, de modo a auxiliá-lo na busca de conhecimentos e ajudá-lo a relacionar, organizar e
discutir individual e coletivamente para chegar à produção significativa
de conhecimentos que se incorporem ao seu mundo intelectual e vivencial e que o ajude a compreender e interferir na sua realidade humana e
social (MASETTO, 2000, p. 144).
31
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
As mediações, neste curso, levam em consideração que todos os envolvidos participam, modificam e são modificados no processo formativo,
exigindo, para tanto, a interlocução e o diálogo permanentes entre todos
os atores, visto que a construção de conhecimentos é processo coletivo
e intersubjetivo.
Elementos da mediação
A mediação pedagógica proposta neste curso se concretiza pelas estratégias criadas e recriadas durante sua realização, a partir da interrelação
dos materiais, atividades e interações.
Os materiais
Uma das formas de comunicação mediatizada neste curso é o material
impresso, que, acessível a todos os alunos, assume papel fundamental,
sendo o principal responsável por “despertar interesse, gerar perguntas, antecipar dificuldades, estimular a agir” individual e coletivamente
(LITWIN, 2001, p.78). O material impresso que compõe o conjunto
didático do curso é constituído por um livro, um caderno de orientações
para o curso, um caderno de orientações para o AVA e, ainda, um Guia
de bolso com orientações para a avaliação multidimensional do idoso.
O material impresso contempla a organização curricular do curso, bem
como seus objetivos, além da indicação de outras leituras, prioritariamente em forma de texto escrito, disponibilizadas no ambiente virtual
de aprendizagem (AVA) do Curso e no CD-ROM. Compõem ainda o
conjunto do material didático um DVD, o caderno de atenção básica, o
guia do cuidador e a caderneta do idoso.
32
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
O material didático impresso, escrito em linguagem simples e clara,
apresenta recursos pedagógicos e gráficos especialmente criados para
favorecer a sua interação com o texto e, assim, propiciar um ambiente
de aprendizagem motivador e facilitar os seus estudos. Cores, boxes,
ícones, figuras etc. são empregados para destacar os diversos recursos
que permeiam os textos, como: atividades de avaliação, atividade de
reflexão, textos complementares, glossário, indicações de outras fontes
de estudo, dicas, comentários e indicações de articulação com outros
módulos ou unidades.
Veja, a seguir, o elenco de destaques gráficos utilizado nos livros deste
curso.
33
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
Atividade
Para refletir
Textos complementares
34
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
Glossário
Indicação de outras fontes de estudo
Dicas
35
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
Comentário
Indicação de articulação com outros módulos ou unidades
As atividades
As atividades conferem o verdadeiro caráter dinâmico deste curso. É
por meio delas que as trocas se tornam possíveis, quer entre você e o
seu tutor ou entre você e os demais alunos que compõem a sua turma
neste curso. São as atividades que também proporcionam, especialmente, momentos para você se defrontar com os embates e a riqueza
inerentes ao ato de produzir conhecimento. Nessas situações, você traz
suas vivências pessoais e profissionais, valorizando seus conhecimentos
prévios e sua história de vida.
As atividades, como elementos de mediação pedagógica, não são independentes, mas se “concretizam por meio das interações, seja com o
objeto do conhecimento, com os materiais e com os envolvidos no contexto da aprendizagem” (PRADO, 2007, p. 6).
36
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
As interações
As interações entre você, seus colegas e o tutor serão realizadas a distância, por meio de ferramentas disponíveis no AVA e de outros recursos,
como telefone, fax e correio postal e eletrônico.
Neste contexto, o tutor tem um papel fundamental, observando, articulando, intervindo quando necessário, e orientando de maneira significativa o aprendizado individual e coletivo.
A mediação da tutoria tem especial importância em todas as situações
de aprendizagem, apoiando você e todos os demais colegas no estabelecimento de nexos entre as bases conceituais propostas e o nível de
desenvolvimento atual dos alunos, na busca de uma síntese que expresse
uma nova forma de entendimento da realidade social e do trabalho em
saúde.
Mais uma vez reforçamos a necessidade de você fazer a leitura do Manual
do AVA e se familiarizar com a sua utilização.
Como aluno do curso, você recebeu, junto com a confirmação de matrícula, uma identificação (login) e uma senha de acesso. Somente com
um computador conectado à internet e com login e senha você poderá
ingressar no curso e interagir com seu tutor e colegas. Utilize o endereço
www.ead.fiocruz.br.
Fora do ambiente virtual, você tem outros recursos para se comunicar,
principalmente com o seu tutor. Vejamos:
Telefone, fax e correio postal
O telefone é um dos meios mais eficientes, quando da necessidade de
argumentação e atendimento imediato às suas necessidades. É uma
comunicação oral, na qual a interlocução é bem mais fácil e rapidamente
se pode desfazer “ruídos”, recolocar as idéias, esclarecer algum assunto.
A EAD coloca o número 0800-225530, de discagem gratuita, à sua disposição, para facilitar a comunicação com o seu tutor (nos casos em
que o plantão do tutor é realizado nas dependências da EAD), com a
coordenação do curso e com o setor de acompanhamento acadêmicopedagógico.
37
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
O fax e o correio postal ainda são meios utilizados. Sempre que necessário, recorra a eles!
Lembre-se de que você participa de um curso a distância, cujo processo é
mediatizado por diferentes meios e atividades, e que a interação pedagógica entre tutor e alunos e dos alunos entre si é condição essencial para
o alcance dos objetivos propostos.
Os atores do curso
Neste curso, como já se sabe, você é o protagonista de sua aprendizagem. No entanto, você não está sozinho nesse processo; conta com seus
colegas e com um setor de acompanhamento acadêmico-pedagógico formado por tutores, orientadores de aprendizagem e outros, cujos papéis
você vai conhecer a seguir.
Aluno
A você, aluno, caberá:
dedicação, reservando um período de seu tempo à realização
das leituras e pesquisas exigidas – aproximadamente cinco horas
por semana;
responsabilidade no cumprimento dos trabalhos indicados,
indispensáveis à formação proposta;
manutenção de um diálogo crítico com o tutor, de modo a dirimir suas dúvidas e dividir suas descobertas;
participação nos encontros virtuais, considerados momentos de
aquisição de novos conhecimentos e de trocas de experiências.
Tutor
Dentre as principais funções do tutor neste curso, destacam-se:
assumir, integralmente, o apoio ao processo de aprendizagem
dos seus alunos;
identificar as diferenças entre as trajetórias de seus alunos, respeitando ritmos próprios, valorizando conquistas, procurando integrá-los e ajudando-os a enfrentar os desafios impostos pelo curso;
38
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
desenvolver procedimentos que garantam a interação e a comunicação mediatizada, com ênfase no diálogo;
propor e avaliar estratégias didáticas diferenciadas, que contribuam para o aluno organizar sua aprendizagem;
avaliar o percurso de cada aluno no curso, promovendo ações
complementares que permitam superação das dificuldades encontradas;
analisar, selecionar e utilizar outras tecnologias, além das previstas para o curso, que possam complementar o processo de formação
do aluno.
Orientador da aprendizagem
Cabe ao orientador da aprendizagem, entre outras, as seguintes
funções:
acompanhar e avaliar a trajetória do tutor, pontuando o seu
fazer na prática de tutoria;
realizar atividades de formação dos tutores;
acompanhar e analisar os relatórios de avaliação de desempenho;
contribuir para a manutenção de um ambiente favorável à
aprendizagem.
Além desses atores que estarão muito próximos de você em seu dia-a-dia,
existem outros, como a coordenadora geral da EAD, as coordenadoras
do curso e a equipe de acompanhamento acadêmico-pedagógico que,
atuando nos bastidores, zelam para que as resoluções sejam tomadas a
tempo e as ações sejam empreendidas de modo a favorecer o alcance dos
objetivos pretendidos.
Sistema de avaliação
A avaliação é expressão da concepção teórico-metodológica do curso e
está diretamente vinculada aos seus objetivos formativos e referenciada
nas bases conceituais e nas atividades de articulação de cada um dos
complexos temáticos. Tem como centralidade a avaliação formativa no
processo de mudança do pensar, sentir e agir em saúde, o que significa
não ser unilateral, nem reduzida a uma visão de produto, como
A avaliação do seu desempenho
é apenas um dos componentes
do sistema de avaliação. O tutor,
os materiais didáticos, o curso e
o projeto que o sustenta também
serão avaliados e você terá um
papel importante a desempenhar
nesse processo.
39
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
privilegiam os modelos tradicionais de educação. A avaliação considera
a trajetória pessoal do aluno numa perspectiva inclusiva.
Observada a legislação vigente, o seu desempenho será avaliado mediante
um conjunto de atividades encaminhadas à tutoria.
Avaliação do percurso e atribuição de
notas/conceitos
As atividades de avaliação que abrangem momentos de investigação e
planejamento são obrigatórias e serão realizadas individualmente, sem a
presença física do tutor (a distância), mas sob a sua supervisão.
Cabe ao tutor avaliar o seu desempenho em relação aos objetivos previstos em cada uma das atividades, registrando comentários, atribuindo
um conceito (excelente, bom, regular, insuficiente) e lançando-o no
ambiente virtual, ao qual você terá acesso. Também, se necessário, o
tutor poderá propor outras atividades individuais e/ou coletivas, compatíveis com os objetivos do curso e com as necessidades de regulagem
da aprendizagem.
Ainda poderão ser consideradas, para fins de avaliação, outras produções, como esquemas, resumos, sínteses, mapeamentos, levantamentos, investigações, diário de estudo, participação em fóruns temáticos
e outras atividades realizadas no ambiente virtual de aprendizagem. A
exemplo das atividades de avaliação, essas produções, quando consideradas, receberão comentários do seu tutor e um conceito (excelente,
bom, regular, insuficiente) que sintetiza o seu conjunto. No entanto, não
será atribuído um conceito para cada produção, mas para o conjunto das
produções realizadas.
No Regimento Geral da Pós-Graduação Lato Sensu da ENSP/Fiocruz, a
equivalência conceito-nota corresponde, respectivamente, aos seguintes
intervalos de notas:
40
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
Conceitos
Masculino
A (excelente)
9,0 a 10,0
B (bom)
7,5 a 8,9
C (regular)
6,0 a 7,4
D (insuficiente)
0,0 a 5,9
Respeitada essa proporção, o cálculo da sua nota final, em cada unidade
de aprendizagem, assim como a conversão para os conceitos A, B, C
ou D, serão realizados automaticamente pela gestão acadêmica on-line,
com base no lançamento, pelo tutor, de duas notas (0 a 10), imediatamente após a conclusão da atividade.
A sua nota final em cada unidade de aprendizagem não poderá ser inferior a 6, equivalente ao conceito C (Regular).
Conclusão do curso e certificação
Você será considerado concluinte se alcançar, no mínimo, o conceito C
em cada uma das unidades de aprendizagem.
O prazo máximo de integralização das quatro unidades de aprendizagem
é de nove meses, a contar da data de início do curso. Caso você não
cumpra essas exigências de desempenho nas unidades de aprendizagem,
será considerado aluno não concluinte.
A ENSP/Fiocruz irá conferir os certificados do curso na forma da legislação vigente. O certificado será acompanhado do histórico escolar,
com duração, carga horária e nota/conceito obtido em cada unidade de
aprendizagem.
Desistência e outras situações
A concepção formativa da avaliação do curso, que é parte integrante e
indissociável de sua concepção pedagógica, cuida para que toda atenção
seja dada a você, aluno, a fim de que leve a bom termo a progressão das
atividades até a sua conclusão. Não se descartam, porém, os imprevistos
de percurso, como desistências e abandonos durante o processo. Fique
atento aos prazos e condições a seguir.
41
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
No período máximo de um mês, a partir da aula inaugural, o aluno que
não mantiver nenhum contato com o tutor ou com o setor acadêmicopedagógico do curso a que estiver vinculado terá sua matrícula automaticamente cancelada.
Mas se você já tiver iniciado o curso e enviado atividades que foram
corrigidas por seu tutor e as notas lançadas no AVA e, a partir daí, interromper sua comunicação com o tutor, então a sua situação passa a ser
de abandono e você também será desligado do curso.
Para evitar o status de abandono, se você perceber alguma dificuldade
em continuar o curso, poderá justificar, por escrito, o motivo de sua
impossibilidade e será considerado desistente. A desistência deverá ser
encaminhada e ponderada com o tutor, e formalizada ao setor de acompanhamento pedagógico/secretaria acadêmico-pedagógica, pelo seguinte
endereço eletrônico: [email protected]. O documento também
poderá ser enviado pelo correio para a sede da EAD/ENSP, situada à:
Rua Leopoldo Bulhões, n. 1480 – Prédio Professor Alberto Cardoso de
Melo – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 21041-210.
Você poderá, sempre que desejar, acompanhar os seus resultados pelo
ambiente virtual do curso ou obtê-los junto setor acadêmico-pedagógico
da EAD/ENSP.
Grade curricular
Antes de conhecer a organização curricular do curso que você está iniciando, é importante saber que ela contou com a contribuição de vários
atores: técnicos do Ministério da Saúde, da Área Técnica de Saúde do
Idoso; representantes da EAD/ENSP; docentes da ENSP e de outras instituições de ensino superior.
As unidades de aprendizagem
Foram estruturadas com base em um conjunto de temas norteadores
considerados centrais à reflexão sobre o envelhecimento e a saúde da
pessoa idosa no âmbito do SUS, assim como reuniram conteúdos que
favorecem o desenvolvimento de habilidades e competências inerentes
42
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
ao trabalho. Compõem, desta forma, o itinerário formativo obrigatório a
todos os alunos do curso. É importante esclarecer que das competências,
apesar de terem sido agrupadas didaticamente pelas unidades de aprendizagem, muitas perpassam todo o curso. O quadro seguinte sintetiza essas
informações.
Quadro 1 – Unidades de aprendizagem e competências
Unidades de
aprendizagem
Competências
Unidade I
Envelhecimento,
velhice, sociedade
e políticas
Reconhecer a pessoa idosa como um sujeito de diretos, compreender a
interrelação entre cidadania, seguridade social e proteção social.
Promover mecanismos de participação da pessoa na vida social da
comunidade, respeitando as tradições locais e preferências individuais.
Identificar situações potenciais de risco individual, familiar, ambiental e
social.
Desenvolver ações que promovam o autocuidado da pessoa idosa.
Conhecer o plano internacional sobre o envelhecimento e a legislação
nacional, e desenvolver estratégias de implementação regionais.
Conhecer os princípios que ordenam o SUS e o Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), e sua aplicação regional.
Conhecer os princípios que ordenam o SUS e o Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), e sua aplicação regional.
Compreender os conceitos e as percepções sobre a velhice.
Unidade II
Demografia e
epidemiologia do
envelhecimento
Reconhecer o perfil demográfico e epidemiológico da população.
Conhecer os principais sistemas de informação.
Compreender e analisar conceitos de demografia.
Consultar, calcular, analisar e comparar dados demográficos nos principais
sistemas de informação do SUS.
Compreender os principais tipos de indicadores.
Compreender e analisar conceitos de epidemiologia.
Compreender o conceito de risco e agravos aplicados ao processo de
envelhecimento humano.
Consultar, calcular, analisar e comparar indicadores epidemiológicos nos
principais sistemas de informação do SUS.
43
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
Quadro 1 – Unidades de aprendizagem e competências (cont.)
Unidades de
aprendizagem
Competências
Unidade III
Atenção à saúde
da pessoa idosa
Estimular a inserção de temas relativos ao processo de envelhecimento
humano em programas de educação em saúde na comunidade.
Desenvolver uma abordagem apropriada à pessoa idosa para fins de
prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos de
doenças e incapacidades inerentes ao processo de envelhecimento
Identificar na comunidade a pessoa idosa frágil ou em potencial situação
de fragilização.
Identificar as instituições e organizações existentes na comunidade para
compor uma rede de apoio social que promova ações voltadas para o
envelhecimento saudável e ativo.
Desenvolver estratégias adequadas para tornar acessíveis informações
básicas, sobre estilos de vida saudáveis e direitos da pessoa idosa.
Identificar os serviços/recursos existentes em sua comunidade/área de
abrangência que possam dar respostas às demandas específicas da pessoa
idosa.
Reconhecer a importância da implementação de um sistema de referência
e contra-referência no contexto da atenção à saúde da pessoa idosa.
Compreender os tipos de envelhecimento biológico.
Identificar a relação entre saúde e envelhecimento.
Reconhecer as grandes síndromes geriátricas.
Desenvolver estratégias paliativas, buscando o conforto do idoso e da sua
família.
Compreender a ética como compromisso profissional e nas relações
pessoais.
Unidade IV
Participação social
e envelhecimento
Conhecer as políticas, os direitos e os espaços de participação social da
pessoa idosa.
Identificar e discutir situações (sinais e sintomas) de abusos, maus-tratos e
negligências à pessoa idosa.
44
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
Atividades de avaliação
As atividades de avaliação tiveram como base conceitual a reflexão
sobre os temas norteadores das unidades de aprendizagem e seus módulos, oferecendo a possibilidade de descoberta ou fixação de conceitos
e noções que subsidiam uma problematização mais completa e complexa da realidade social e das práticas em saúde. A problematização é
o elemento-chave na transição entre prática e teoria. Os processos de
investigação, de planejamento e de prática pedagógica, estruturados por
essas atividades, funcionam como organizadores práticos, construindo
relações entre as bases conceituais e as habilidades individuais e coletivas necessárias à sua atuação.
Observe, a seguir, a organização curricular do curso.
Unidade de aprendizagem I – Envelhecimento, velhice, sociedade e políticas
• Módulo 1 – Percepções sobre a velhice
• Módulo 2 – A pessoa idosa como sujeito de direitos: cidadania
e proteção social
Unidade de aprendizagem II – Demografia e epidemiologia do
envelhecimento
• Módulo 3 – Sistemas de informação em saúde
• Módulo 4 – Demografia
• Módulo 5 – Epidemiologia
Unidade de aprendizagem III – Atenção à saúde da pessoa
idosa
• Módulo 6 – Processo de envelhecimento
• Módulo 7 – Promoção e prevenção
• Módulo 8 – Grandes síndromes geriátricas
• Módulo 9 – Cuidados paliativos: cuidados ao fim da vida
• Módulo 10 – Estrutura da rede de atenção à saúde da pessoa
idosa
• Módulo 11 – Dinâmica da rede de atenção à saúde da pessoa
idosa
• Módulo 12 – Bioética, a ética da vida
45
Unidade de aprendizagem IV – Participação social e envelhecimento
• Módulo 13 – Determinantes do envelhecimento ativo
• Módulo 14 – Violência contra a pessoa idosa
• Módulo 15 – Participação social e cidadania
Cronograma
Para ajudar você a programar seu tempo e a planejar seus estudos, apresentamos, a seguir, uma previsão de tempo (em horas e meses) para o
estudo e a realização das atividades do curso.
Como dissemos anteriormente, foi prevista uma carga horária semanal
em torno de cinco horas para estudo e realização das atividades. No
quadro a seguir, você pode observar todo o cronograma do curso, com
duração de até nove meses.
46
O Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
Quadro 2 - Cronograma do Curso Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa
Você deve considerar esta previsão global do curso para poder
administrar, desde o início, o tempo necessário aos estudos, assim
como às atividades de avaliação.
47
A Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Sugestões para organizar
seus estudos
Ilustração: Eduardo Morcillo (2008).
III
49
Considerações iniciais
Todos nós sabemos que as condições de trabalho da maioria dos profissionais da saúde no Brasil são muitos precárias. É preciso, pois, desafiar-se para conciliar estudo e trabalho. O planejamento e a disciplina no
cumprimento do que foi planejado, com certeza, vão ajudá-lo a vencer
esse desafio.
Em relação ao uso do tempo, o professor Libanio (2001), em Introdução à vida intelectual, destaca que a questão do tempo é uma questão
de prioridade e que o tempo disponível não é infinito. Além disso, as
atividades não requerem o mesmo tipo de energia, atenção e qualidade
de empenho.
LIBANIO, J. B. Introdução à vida
intelectual. São Paulo: Loyola,
2001. Trata-se de um livro que
ajuda o estudante a inserir-se
na vida intelectual universitária,
com elementos didáticos para
melhorar o desempenho nos
estudos.
Por isso, Libanio recomenda a realização do planejamento de estudos,
a adoção de pequenos recursos que aumentam a atividade intelectual
(breves interrupções, exercícios de movimentação do corpo e respiração, observação despreocupada da natureza etc.) e a ocupação do tempo
com outras atividades, que não as estritamente acadêmicas, como as
intelectuais e culturais.
A concepção pedagógica deste curso considera que o processo ensinoaprendizagem se concretiza por meio de um outro processo que é
intrínseco ao ato de ensinar e de aprender: o processo de construção do
conhecimento. Divide-se, para efeitos didáticos, a construção do conhecimento em dois atos: estudar e articular o pensar e o agir. Na prática,
como veremos, esses atos encontram-se intimamente interligados.
O ato de estudar
A aprendizagem a distância requer que algumas recomendações sejam
seguidas:
Você deve ter disciplina para o estudo, planejando seus horários,
observando o cronograma do curso, evitando o acúmulo de leituras
ou exercícios;
Usar todos os recursos que são oferecidos pelo curso e pela EAD/
ENSP;
51
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
Participar de todos os eventos, principalmente das conversas
com o tutor e com os outros alunos da sua turma;
Não acumular dúvidas.
Neste curso, o principal recurso didático utilizado é o texto escrito, quer
no livro impresso, no AVA ou no CD-ROM. Buscamos as contribuições
de Paulo Freire e Preti para auxiliar com a sua leitura. Além da leitura
dos textos, você fará estudos em outros suportes (livros, revistas, sites da
área de saúde etc.). Nesse processo, é importante ressaltar a forma como
você organiza seus estudos. Qual técnica utiliza para ler e resumir? Onde
e como você estuda? Que dinâmica adota?
O ato de estudar e entender um texto não é uma tarefa das mais fáceis. É
um desafio constante, especialmente em se tratando de um curso a distância. Como diz Paulo Freire (1989), a compreensão de um texto não é
algo que se recebe de presente, exigindo trabalho paciente de quem por
ele se sente problematizado. Assim, o texto precisa passar por um crivo
de leitura, em que fará uma análise minuciosa e crítica para assegurar
a sistematização dos conceitos fundamentais e possíveis relações com
outros textos e contextos.
Em que consiste essa postura crítica indispensável ao ato de estudar?
Com Paulo Freire (1989) também aprendemos que:
quem se dedica a estudar tem de assumir o papel de sujeito desse
ato;
o ato de estudar, como indagação de quem busca, é, no fundo,
uma atitude de enfrentamento do mundo;
ao estudar, o leitor estabelece uma relação de diálogo com o
autor do texto; mediada pelo tema tratado; essa relação implica
perceber em que se fundamentam as idéias do autor (referenciais
histórico-metodológicos), nem sempre as mesmas do leitor;
Sobre o ato de estudar, Preti (2000) propõe a seguinte dinâmica de leitura do texto escrito:
1º momento – Aproximação ao texto
• Ter clareza do objetivo da atividade – Por que estou lendo este
texto?
• Ativar os sentidos, ou seja, ficar “ligado” no que está fazendo.
52
Sugestões para organizar seus estudos
• Colocar-se na posição de escuta do autor, deixando que seu
pensamento se explicite, penetre em você e que o faça compreendê-lo. É o momento da apropriação do texto, do diálogo com
o autor.
2º momento – O texto em seu contexto
• Ler o texto em seu contexto, estabelecendo relações com seus
conhecimentos anteriores, com situações vividas, com sua prática docente. É o momento do diálogo com o mundo, com sua
realidade, seu entorno.
3º momento – Escrever o texto
• É o momento de escrever o seu texto para se tornar autor e
sujeito do seu novo conhecimento e para tomar decisões que
venham transformar a sua prática.
Diariamente, usamos nossa capacidade de leitura de formas diferentes. Com tanta informação e tantas solicitações de leitura, muitas vezes
apenas passamos os olhos. Esse modo de ler, justificável em algumas
ocasiões, não é característico do ato de estudar. Com o educador Paulo
Freire (1989) também aprendemos que “estudar é assumir uma atitude
séria e curiosa diante de um problema”, uma atitude imprescindível
para compreender as coisas e os fatos que estamos observando. Para ele,
não podemos ler e interpretar um texto se o fazemos sem atenção, sem
curiosidade, sem disciplina. Estudar é criar e recriar, é não repetir o que
os outros dizem.
A nossa expectativa é a de que suas
leituras representem momentos
de criação e recriação, e não de
repetição do que os autores dizem
no material didático impresso do
curso ou em outros textos.
53
Referências
Referências
BASTOS, A. M. L.; ROCHA, S. G. Curso vigilância alimentar e nutricional para a saúde indígena:
caderno do aluno: orientações e atividades. Rio de Janeiro: ENSP/EAD, 2007.
BRASIL. Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o artigo 80 da lei 9.394, de 20
de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da
União, Brasília, p. 1, 20 dez. 2005.
______. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 23 dez. 1996.
______. Ministério da Saúde. Redes estaduais de atenção à saúde do idoso. Brasília, 2002.
______. ______. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde. Formação pedagógica
em educação profissional na área de saúde: enfermagem: guia do aluno. 2. ed. rev. e ampl. Brasília,
2003.
FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
______. Educação como prática da liberdade. 28. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
______. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Cortez,
1989.
______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15. ed. São Paulo: Paz e
Terra, 2000.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Caderno do especializando. Brasília: Ministério da Saúde; Rio de
Janeiro: Fiocruz, 2005.
______. Regimento geral da pós-graduação lato sensu: (Portaria da Presidência n. 070/2003-PR de
24/04/2003). In: ______. Regimentos de ensino. Rio de Janeiro, abr. 2003.
______. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Educação a Distância. Curso políticas
públicas e gestão social: caderno do aluno: orientações para o curso. Rio de Janeiro, 2008. Texto
mimeografado.
______. ______. ______. Curso de saúde do trabalhador e ecologia humana: orientações gerais. Rio
de Janeiro, 2006.
______. ______. ______. Formação docente em educação profissional técnica na área da saúde:
caderno do aluno. Rio de Janeiro, 2007.
______. ______. ______. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: http://www.ead.fiocruz.br/home/.
Acesso em: 23 jun. 2008.
55
ENVELHECIMENTO
E
SAÚDE
DA
PESSOA IDOSA
LIBANIO, J. B. Introdução à vida intelectual. São Paulo: Loyola, 2001.
LITWIN, E. Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre:
Artmed, 2001.
MASSETO, M. T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, J. M; BEHRENS, M.
A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000. (Coleção Papirus
educação).
PRETI, O. Autonomia do aprendiz na educação a distância: significados e dimensões. In: ______.
(Org.) Educação a distância: construindo significados. Cuiabá: NIED/IE-UFMT; Brasília: Plano, 2000.
PRADO, M. E. B. B. A mediação pedagógica: suas relações e interdependências. [2007?]. Disponível
em: <http://www.sbc.org.br/bibliotecadigital/download.php?paper=727>. Acesso em: 1 out. 2007.
56
Formato: 210x260mm.
Tipologias: Meridien LT Std e Frutiger LT Std.
Papel: Starmax fosco 90g/m2
Capa: Cartão supremo 250g/m2
Ctp Digital: Ediouro Gráfica e Editora Ltda.
Impressão e Acabamento: Ediouro Gráfica e Editora Ltda.
Rio de Janeiro, agosto de 2008
Download

Caderno do Aluno: orientações para o curso