CARACTERIZAÇÃO DOS USUÁRIOS PORTADORES DO PÉ DIABÉTICO ACOMPANHADOS NUM AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA NO RIO DE JANEIRO Vera Lúcia de Castro Perissé¹ Cristiane Ferraz da Silva² Vanessa Costa das Neves² Michelle Salles da Silva² Samara Oliveira Moreira² Introdução: Nos Estados Unidos são efetuadas, anualmente, cerca de 50.000 amputações decorrentes do diabetes e suas complicações. Outro fato importante é que 85% das amputações das extremidades inferiores relacionadas ao diabetes são precedidas de uma ou mais ulcerações nos pés (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). Neste contexto, o atendimento no Pólo do Pé Diabético compreende a prestação de orientações relacionadas aos cuidados com a saúde, através da comunicação verbal e de recursos áudio-visuais, como filmes e cartazes; a consulta médica e de enfermagem; a realização dos curativos e aplicação das bandagens. O estudo em tela é relevante para a realidade atual no que tange o número crescente de portadores de DM que evoluem para condições crônicas que necessitam de acompanhamento clínico e ambulatorial especializado. Objetivos: Realizar um levantamento dos dados do prontuário dos usuários portadores do pé diabético em tratamento em uma unidade de referência no Município do Rio de Janeiro; Caracterizar, através do seu perfil social e econômico, os usuários do Pólo que são diabéticos e possuem lesões crônicas em membros inferiores; Comparar a progressão da lesão do portador do pé diabético caracterizado em relação à primeira consulta com a última no Pólo. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória com abordagem quantitativa. O cenário escolhido é o Pólo do Pé Diabético de um Hospital Federal no Município do Rio de Janeiro. A população do estudo são usuários que fazem acompanhamento clínico no Pólo do Pé Diabético do ambulatório deste hospital. Para a coleta de dados será utilizado um instrumento semiestruturado para análise das informações no prontuário do usuário no Pólo. O presente projeto de pesquisa foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa, respeitando os princípios da Resolução 196/96 do CONEP. Resultados: Através dos resultados apresentados na pesquisa é possível relacionar o perfil dos usuários, sujeitos deste estudo, com os fatores que colaboram com a sua adesão as orientações e intervenções prescritas pela equipe multiprofissional do cenário em tela. A adesão do paciente do pólo no que tange o auto-cuidado adequado com os pés envolve diversos fatores, desde a forma como o assunto é abordado com o usuário, como 1. 2. Enfermeira. Estomaterapeuta TISOBEST. Mestre em Enfermagem assistencial pela Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – Universidade Federal do Fluminense (UFF). Chefe do Pólo do Pé Diabético do Hospital Federal da Lagoa. Enfermeira Pós-graduanda em modalidade de residência da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, UNIRIO. Email: [email protected] também fatores sociais, psicológicos, econômicos e de saúde. Atualmente, no pólo do pé diabético referência nesta pesquisa, há um número significativo de novos usuários semanalmente provenientes de diversas unidades de saúde do Estado do Rio de Janeiro, que não possuem este tipo de serviço, representando um número de casos clínicos diversos e diferenciados, que necessitam de atendimento especializado e de alta complexidade. Conclusão: Para os profissionais de saúde que atendem esses usuários no serviço é recomendado que haja estratégias de educação permanente com o objetivo de aperfeiçoarem a técnica e a teoria baseado em estudos clínicos publicados. É importante a continuidade da assistência do paciente no pólo para que a equipe multiprofissional consiga junto com o usuário diminuir os fatores de risco para as complicações e potencializar as chances do tratamento da lesão do pé diabético cicatrizar de forma adequada em menor tempo possível. Referências Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento e acompanhamento do Diabetes mellitus Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Brasil, 2009. Wild S, Roglic G, Green A, Sicree R, King H. Global prevalence of diabetes. Estimates for the year 2000 and projections for 2030. Diabetes Care. 2004; 27(5): 1047-53. Ministério da Saúde. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Consenso Internacional sobre Pé Diabético. Documento preparado pelo "Grupo de Trabalho Internacional sobre Pé Diabético". Brasil, 2001. Caiafa J.S. et al. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Atenção integral ao portador de Pé Diabético. SP, 2010. Junges J.R, Dode M.T.B. A estratégia de Humanização nos processos de trabalho na atenção secundária no Brasil. 2011. 1. 2. Enfermeira. Estomaterapeuta TISOBEST. Mestre em Enfermagem assistencial pela Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – Universidade Federal do Fluminense (UFF). Chefe do Pólo do Pé Diabético do Hospital Federal da Lagoa. Enfermeira Pós-graduanda em modalidade de residência da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, UNIRIO. Email: [email protected]