PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Instituto de Educação Continuada
ESTUDO DE CASO:
Comportamento e preferências dos usuários do Arquivo (Centro
de Documentação / Cedoc) da TV
Assembleia de Minas Gerais
Robson Pires Serra
Belo Horizonte
2011
Robson Pires Serra
Estudo de caso:
Comportamento e preferências dos usuários do Arquivo (Centro
de Documentação / Cedoc) da TV Assembleia de Minas Gerais
Artigo apresentado ao Instituto de Educação
Continuada da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais, como requisito
parcial para obtenção do título de Especialista
em Gestão de Arquivos e Documentos.
Orientador: Prof. Leandro Ribeiro Negreiros
Belo Horizonte
2011
S487e
Robson Pires Serra
Estudo de caso: comportamento e preferências dos usuários
do Arquivo (Centro de Documentação / Cedoc) da TV Assembleia
de Minas Gerais / Robson Pires Serra. – 2011.
47f. : Il.
Orientador: Leandro Ribeiro Negreiros
Anexos: f. 37.
Artigo (especialização em gestão de documentos) –
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Instituto de
Educação Continuada.
Bibliografia: f. 35-36.
1.
Estudo de usuários. 2. Documento audiovisual. 3.
Cedoc/TV Assembleia. 4. Arquivologia. 5. Telejornalismo. I. Título. II.
Negreiros, Leandro Ribeiro. III. Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais. Instituto de Educação Continuada.
Robson Pires Serra
Estudo de caso: comportamento e preferências dos usuários do Arquivo
(Centro de Documentação / Cedoc) da TV Assembleia de Minas Gerais
Artigo apresentado ao Instituto de Educação Continuada da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Gestão de Arquivos e Documentos, 2011.
____________________________________________
Leandro Ribeiro Negreiros (Orientador) – PUC Minas
____________________________________________
XXXXXXXXXXXXXXXXXX (examinador)
____________________________________________
XXXXXXXXXXXXXXXXXX (examinador)
RESUMO
Estudo de usuários realizado no Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais,
tendo como objetivo conhecer mais profundamente os usuários de documentos
arquivísticos audiovisuais e, desse modo, suprir suas demandas de informação,
cada vez mais sofisticadas e exigentes. Ressalta-se a importância de existir
harmonia entre arquivistas e jornalistas para a eficaz utilização de um arquivo
audiovisual, a fim de que os resultados das pesquisas sejam mais ágeis e precisos.
O conhecimento dos hábitos dos usuários implica processamento técnico e
atendimento voltados às necessidades específicas dos jornalistas. A adaptação do
arquivista ao ritmo agitado de uma emissora de televisão e a cooperação entre
uma equipe multidisciplinar também são de suma importância. Conclui-se que a
opinião dos usuários de um arquivo audiovisual deve ser sempre levada em
consideração para que o setor possa prestar melhor atendimento, visando suprir a
satisfação das necessidades dos jornalistas.
Palavras-chave: Estudo de usuários; Documento audiovisual; Cedoc / TV
Assembleia; Arquivologia; Telejornalismo
ABSTRACT
Users study performed at the Assembleia Legislativa de Minas Gerais Television
Archive, aiming to know deeper the users of audio-visual archival documents and,
thus, supply their information requests, increasingly sophisticated and demanding.
It's emphasized the importance to exist accordance between archivists and
journalists for the effective use of an audio-visual archive, so that the search results
can be faster and accurate. The knowledge of the users' habits entails technical
processing and attendance directed to the specific needs of the journalists. The
archivist's adaptation to the fast rhythm of a television station and the cooperation
between a multidisciplinary staff are very important too. It is concluded that the
opinion of the audio-visual archive's users must be always taken into account so
that the sector can provide better attendance, aiming to supply the satisfaction of
the journalists’ needs.
Keywords: Users study; Audio-visual document; Cedoc / Assembleia Television;
Archival Science; TV Journalism
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Organograma da Assembleia Legislativa ................................................ 18
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Turnos de trabalho na TV Assembleia ................................................... 21
Gráfico 2: Categorias de usuários........................................................................... 22
Gráfico 3: Tempo de uso do arquivo ....................................................................... 22
Gráfico 4: Frequência de uso do arquivo ................................................................ 23
Gráfico 5: Atividades realizadas pelos usuários...................................................... 24
Gráfico 6: Uso do formulário próprio para pedido de pesquisas ............................. 25
Gráfico 7: Preenchimento da retranca das fitas com todos os dados..................... 25
Gráfico 8: Formas de realizar pesquisas no arquivo............................................... 26
Gráfico 9: Detalhamento da pesquisa ..................................................................... 27
Gráfico 10: Atendimento prestado pelos funcionários do arquivo........................... 27
Gráfico 11: Restrição de acesso ao arquivo ........................................................... 28
Gráfico 12: Horário de funcionamento do arquivo................................................... 29
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Categoria dos entrevistados................................................................... 40
Quadro 2: Atividades realizadas pelos entrevistados ............................................. 40
Quadro 3: Modo de realização das atividades ........................................................ 41
Quadro 4: Itens considerados positivos e negativos relacionados ao arquivo........ 44
Quadro 5: Grau de satisfação dos usuários com relação aos serviços prestados
pelo arquivo ...................................................................................................... 46
Quadro 6: Sugestões ao setor de arquivo............................................................... 47
LISTA DE ABREVIATURAS
Cedoc – Centro de Documentação
DVD – Digital Versatile Disc
GTV – Gerência-Geral de Televisão
DTV – Diretoria de Rádio e Televisão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10
2
OS
ESTUDOS
DE
USUÁRIOS
E
O
TRATAMENTO
DA
INFORMAÇÃO AUDIOVISUAL ....................................................................... 13
3 A TV ASSEMBLEIA E O SEU ARQUIVO .................................................. 16
4 OS MÉTODOS DE ANÁLISE UTILIZADOS ............................................. 19
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................... 21
6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 35
ANEXOS ................................................................................................................. 37
ANEXO I – Questionário da pesquisa: Comportamento e preferências dos
usuários do Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais ................................... 37
ANEXO II – Respostas das questões abertas....................................................... 40
10
1 INTRODUÇÃO
O ser humano possui cinco sentidos, dos quais a visão é o mais importante
modo sensorial. De acordo com a ciência, 75% da percepção humana é visual
(BRASIL, 2005). Sendo a visão um poderoso canal de assimilação de informações
pelos indivíduos, torna-se de suma importância refletir sobre a produção de
documentos visuais no mundo contemporâneo. Neste artigo são abordadas, mais
especificamente, a organização de documentos audiovisuais e as suas formas de
utilização através de um estudo de usuários realizado no Arquivo (Centro de
documentação / Cedoc) de uma televisão pública: a TV Assembleia do Estado de
Minas Gerais.
As informações audiovisuais possuem uma série de dificuldades de
tratamento, bem como para os procedimentos de busca, por terem características
peculiares ao meio em que estão inseridas. Uma imagem pertence a um contexto,
possui moldes, idades e conteúdos, além do fato de que essas informações podem
servir a vários objetivos, dependendo do tipo de usuário e do tipo de material a ser
veiculado pela televisão. Pretende-se, portanto, como objetivo geral, investigar e
conhecer os usuários do Arquivo da TV Assembléia de Minas Gerais, com o
propósito de melhor suprir suas demandas de informação, cada vez mais complexas
e que remetem a universos e especificidades singulares, que envolvem desde o
entendimento dos jargões jornalísticos à indexação dos vídeos, não apenas de
cunho legislativo, mas de caráter geral.
Esta pesquisa tem como objetivos específicos:
11
a) Identificar a noção que os usuários jornalistas possuem de documento arquivístico
audiovisual e como lidam com ele, para que exista consonância entre arquivistas
e jornalistas, Arquivologia e Telejornalismo, durante todo o processo de realização
de pesquisas e, desse modo, o resultado obtenha mais agilidade, segurança,
eficácia e precisão;
b) Conhecer os hábitos dos usuários e, com isso, realizar indexação e resumos dos
vídeos que reflitam as necessidades específicas dos jornalistas;
c) Estabelecer, após a análise dos resultados, diretrizes específicas de atendimento
no setor, com base no melhor conhecimento dos usuários do Arquivo.
Conforme se observa na prática, muitas vezes os usuários de um Arquivo de
televisão são imprecisos ou genéricos em seus pedidos de pesquisa ao setor, o que
ocasiona diversos ruídos na comunicação e posterior insatisfação no que tange ao
resultado da pesquisa formulada, ou seja, um áudio ou um vídeo sem a riqueza de
detalhes almejada. Também pode ser mencionado o preenchimento incompleto das
fichas de identificação das fitas magnéticas, a chamada Retranca, que é o nome
dado à ficha anexa a cada fita Beta-Cam para a identificação do conteúdo das
imagens, bem como dos nomes dos profissionais que participaram da filmagem
(cinegrafista, repórter e outros auxiliares). Alguns profissionais não costumam
preencher todos os campos existentes nesta ficha, o que é de vital importância no
momento
da
recuperação
da
informação.
Parece
haver
um
relativo
desconhecimento quanto à relevância destes dados para o arquivamento dos vídeos
e sua correta localização no futuro. Enfim, conhecer a noção que estes usuários
possuem de documento arquivístico, e como lidam com ele, será importante para
que haja constante sintonia entre arquivistas e jornalistas, aperfeiçoando o processo
12
de guarda e recuperação da informação, gerando melhorias e resultados
satisfatórios para ambas as partes.
O conhecimento dos tipos de usuários internos permitirá ao Arquivo
proporcionar um atendimento personalizado conforme os anseios e necessidades
dos jornalistas, suprindo sua satisfação e garantindo, assim, uma forma eficaz nos
processos de transferência e disseminação da informação dentro da TV. Conhecer
os hábitos e preferências desses usuários é extremamente necessário, desde o
modo de manusear um documento audiovisual até o jeito de solicitar uma pesquisa
ao arquivista. A noção mais clara dos comportamentos dos usuários tende a facilitar
o entendimento entre jornalistas e arquivistas, gerando sinergia aos trabalhos de
toda a TV Assembleia.
13
2
OS
ESTUDOS
DE
USUÁRIOS
E
O
TRATAMENTO
DA
INFORMAÇÃO AUDIOVISUAL
A escassez e a baixa representatividade de estudos de usuários na área da
Arquivologia é um fato evidente. Conforme observa Jardim e Fonseca (2004, p.3), a
literatura arquivística sobre estudos de usuários é pouco expressiva quando
comparada a outros temas como transferência de documentos, avaliação, arranjo,
descrição etc. Apesar de haver baixa frequência de pesquisas nesta área, sabe-se
que uma das principais razões de ser de um Arquivo é o atendimento das
necessidades dos seus usuários. Isso é o que salienta Fox (2007, p.25) quando diz
que não há evidência mais convincente do valor do arquivista do que o fato deste
oferecer a todos os usuários pronto e útil acesso ao acervo que é acumulado e
reservado. Assim, fica claro também que a administração de arquivos deve ser
focada nos clientes e não nos suportes materiais. Recorrendo-se novamente a
Jardim e Fonseca (2004, p.1), percebe-se que onde a informação se encontra não é
o mais importante e, sim, o acesso à informação.
Para disponibilizar o acesso adequado às informações jornalísticas de caráter
arquivístico, o profissional que trabalha em um arquivo audiovisual deve atentar para
um modo peculiar de tratamento dessas informações. Podem-se levantar os
seguintes questionamentos:
Qual é a melhor forma de armazenar, catalogar, recuperar e disseminar
todo o conhecimento humano que existe em forma de imagens, arquivado
em centros de documentação, bibliotecas e outros tipos de depósitos de
informação?
14
Qual deveria ser o destino das imagens produzidas por profissionais que se
dedicaram não a lidar com as palavras, com o texto, mas sim a contribuir
para o saber produzindo imagens?
Como lidar com as imagens em movimento? Filmes, vídeos, hipertextos
animados em forma de CD-Roms ou, de forma mais abrangente e atual, o
universo da multimídia? (BRASIL, 2005, p. XVII).
De fato, o tratamento técnico dispensado aos documentos audiovisuais em
um arquivo audiovisual deve levar em conta o ambiente jornalístico no qual estes
estão inseridos. Uma imagem em movimento, por si só, já apresenta ao arquivista
uma série de especificidades em sua descrição. A famosa frase “uma imagem vale
por mil palavras” retrata bem o brilhantismo e, ao mesmo tempo, a complexidade do
universo dos documentos audiovisuais.
Para representar o mundo é preciso um contexto que torne possível
elaborar e interpretar a realidade. Obrigatoriamente, um modelo organiza a
percepção, só assim as coisas são reconhecidas. As coisas representadas
não explicam a imagem, ela é aquilo que a invoca. A lógica da imagem
exige que sua representação seja feita a partir desse esquema, que
reformula a experiência visual. A imagem adquire, aí sim, a capacidade de
contar um fato (BRASIL, 2005, p.3).
Telejornalismo e Ciência da Informação caminham juntos no sentido de se
aprimorarem os métodos de indexação de imagens que respondam às necessidades
dos jornalistas (BRASIL, 2005).
O reconhecimento de imagens e sons é parte da área de sistemas de
recuperação da informação, em que se colocam grandes desafios relativos
ao armazenamento, indexação, formulação de consultas e recuperação de
conteúdo semântico. Ao se considerarem sequências de imagens, o
problema de indexação torna-se mais difícil, pois envolve a identificação e o
entendimento de cenas longas e complexas para que seja possível obter
uma recuperação precisa e eficiente (BARRETO, 2007, p.18).
O arquivista, além de contar com um bom sistema de recuperação da
informação, necessita familiarizar-se com a linguagem jornalística, tanto para o
tratamento técnico dos documentos audiovisuais como para manter uma efetiva
15
comunicação com os usuários jornalistas, a fim de minimizar os ruídos nesse
diálogo. O arquivista deve compreender, por exemplo, o que significam expressões
muito comuns para os jornalistas, tais como: “liberar uma fita”, “gravar um off”,
“inserir um BG”, entre outras. Devem-se conhecer, também, os enquadramentos e
movimentos feitos pela câmera (plano aberto, close, zoom in, zoom out, take,
travelling) e as indicações de sonoplastia (sobe-som do vt, background). Alguns
jargões do Telejornalismo podem ser observados neste trecho abaixo:
As cabeças e narração em off, pelo repórter, nas matérias gravadas, devem
também ser escritas. A narração em off toma como ponto de partida os
takes disponíveis e deve articular-se com a edição de imagem.
A função da cabeça é enunciar o lead da notícia ou a interpretação imediata
do evento. A narração em off, obediente ao fluxo de imagens, dará
indicação de nomes, local e tempo do que está sendo mostrado (LAGE,
1999, p.65).
Diante do exposto, infere-se que o profissional arquivista deve possuir
habilidades interdisciplinares para realizar um atendimento adequado aos usuários
de um Arquivo de televisão, além de conhecer os seus hábitos e preferências no
que tange ao uso da informação jornalística de caráter arquivístico.
16
3 A TV ASSEMBLEIA E O SEU ARQUIVO
Criada para tornar mais acessível o acompanhamento dos trabalhos da
Assembleia Legislativa pelos cidadãos, a TV Assembleia foi a primeira emissora
legislativa criada após a publicação da Lei 8.977 (BRASIL, 1995), que regulamenta o
serviço de TV a cabo no Brasil. Em 30 de novembro de 1995, entrava no ar o canal
40, em Belo Horizonte, hoje canal 11. Eram duas horas e meia de programação,
contendo estritamente reprises de reuniões do Plenário da Assembleia.
O Arquivo da TV Assembleia ou Cedoc, como é mais conhecido um centro de
documentação televisiva, foi criado em 1996, quase juntamente com o surgimento
da TV Legislativa Mineira.
Cabe aqui uma elucidação: embora a nomenclatura adotada pelo Arquivo da
TV Assembleia seja a de Centro de documentação, existem diferenças conceituais a
respeito dessas duas instituições. Segundo Tessitore (2003, p.12), um arquivo
possui documentos acumulados organicamente; é um órgão receptor; é constituído
por documentos seriados e únicos; tem finalidades administrativas, jurídicas e
sociais, podendo ser também científicas e culturais, e referencia conjuntos de
documentos. Já o Centro de documentação é uma entidade híbrida, representando
uma mescla de Arquivo, Biblioteca e Museu. Em virtude disso, percebe-se que o
Cedoc da TV Assembleia é, na verdade, um arquivo, pois não possui características
de biblioteca ou museu.
O Arquivo da TV Assembleia foi criado a partir da necessidade de se
preservar a memória institucional através de vídeos. Com a constante evolução de
17
mídias, procurou-se manter o conteúdo informacional, migrando-se das antigas fitas
VHS para o formato U-Matic até chegar às fitas Beta-Cam, usadas atualmente. Para
melhor compreensão dessas tipologias, seguem-se abaixo breves definições:
A fita VHS (Video Home System) possui ½ polegada de largura, caixa com
18,7X10 cm., aprox. 280 linhas de definição, gravação de sinal de vídeo de
forma composta;
O formato U-Matic foi o primeiro sistema de videocassete lançado pela Sony
em 1971. Com câmera e gravador como unidades separadas, as fitas
tinham ¾ de polegada. Posteriormente, na linha de evolução, surgiram as
fitas Beta-Cam;
A fita Beta-Cam possui ½ polegada de largura, caixas com diversos
formatos de acordo com os tempos de gravação (com 10x16cm ou
15X25,5 cm), aproximadamente 450 linhas de definição, gravação de sinal
de vídeo de forma componente (cor separada da imagem e branco e preto).
(PC Magazine Encyclopedia, 2011, p.1)
Dentre os serviços prestados pelo Arquivo destacam-se: atendimento aos
usuários, realização de pesquisas no acervo, conversão de fitas Beta-Cam para
DVD (Digital Versatile Disc) e vice-versa, sendo ainda possível a conversão de VHS
para DVD. As atividades internas contemplam: edição de fitas para a composição do
arquivo permanente, indexação e resumos de vídeos e catalogação descritiva dos
materiais.
O setor, que tem como objetivos preservar a memória parlamentar através de
vídeos e apoiar as atividades jornalísticas da TV Assembleia, é vinculado à Gerência
de Edição que, por sua vez, está ligada à Gerência-Geral de TV (GTV) e à Diretoria
de Rádio e Televisão (DTV) que, finalmente, une-se à Diretoria-Geral da Mesa da
Assembleia, conforme se pode observar no organograma que se segue (FIG. 1). O
Arquivo possui cinco funcionários e conta com um bibliotecário e duas estagiárias da
área de Biblioteconomia para o tratamento arquivístico dos materiais.
Figura 1: Organograma da Assembleia Legislativa
Fonte: Site ALMG, 2011.
18
19
4 OS MÉTODOS DE ANÁLISE UTILIZADOS
A pesquisa, de âmbito quantitativo-qualitativo, ocorreu no período de janeiro a
fevereiro de 2011, abrangendo 42 pessoas no universo de pesquisa. Sobre as
abordagens quantitativa e qualitativa, cabe uma breve explanação:
A primeira tem como campo de práticas e objetivos trazer à luz dados,
indicadores e tendências observáveis. Deve ser utilizada para abarcar, do
ponto de vista social, grandes aglomerados de dados, de conjuntos
demográficos, por exemplo, classificando-os e tornando-os inteligíveis
através de variáveis.
A segunda adequa-se a aprofundar a complexidade de fenômenos, fatos e
processos particulares e específicos de grupos mais ou menos delimitados
em extensão e capazes de serem abrangidos intensamente. (MINAYO e
SANCHES, 1993, p.247).
Conforme Moore (2000, p.1), o grupo total de indivíduos, sobre o qual
desejamos informações, é chamado população ou universo. Uma amostra é uma
parcela da população, que examinamos efetivamente a fim de obter as informações
desejadas. Sendo assim, o universo era de 18 profissionais responsáveis por edição
de imagens, 13 repórteres e 11 jornalistas produtores, representando os usuários
internos do Arquivo da TV Assembleia / MG. Os usuários externos à TV (deputados
e personalidades que solicitam cópias de gravações ao arquivo) não foram o foco do
trabalho. Do universo de 42 indivíduos, 32 responderam ao questionário,
representando, desse modo, uma amostra significativa de 76,19%. A técnica
utilizada foi a de amostragem aleatória simples. Tem-se uma rápida explicação
abaixo:
Uma amostra é composta de tal forma que cada item ou pessoa na
população tem a mesma probabilidade de ser incluída. Se a população tem
20
um tamanho N, cada pessoa desta população tem a mesma probabilidade
igual a 1/N de entrar na amostra (MOORE, 2000, p.2).
Procedeu-se, então, ao início da pesquisa por meio de questionários
eletrônicos que foram remetidos aos e-mails dos jornalistas no período de 24 de
janeiro de 2011 a 12 de fevereiro do mesmo ano. Os questionários foram compostos
por 18 perguntas, sendo 12 fechadas (múltipla escolha) e 6 abertas (discursivas). As
questões visavam diagnosticar o perfil dos usuários, bem como os seus hábitos de
uso dos documentos arquivísticos audiovisuais. Identificou-se o turno de trabalho
dos usuários, sua categoria de atuação (edição, reportagem ou produção), tempo e
frequência de uso do Arquivo, atividades realizadas, modo de realizar pesquisas,
grau de satisfação em relação ao atendimento, bem como opiniões sobre o setor e
sugestões para a melhoria do arquivo.
Para esta investigação empregou-se uma ferramenta eletrônica chamada
Make Survey1. Trata-se de um website que apresenta gratuitamente ao usuário
artifícios para a realização de pesquisas via Internet, desde a fase de coleta de
dados até a tabulação e apresentação final dos resultados obtidos através de
gráficos e tabelas.
1
O
Make
Survey
fica
localizado
no
endereço:
http://www.makesurvey.net
21
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Dando início ao exame pormenorizado dos dados coletados, podemos
visualizar as características dos usuários do Arquivo da TV Assembleia.
No primeiro gráfico (GRAF. 1), observa-se que existe um equilíbrio numérico
entre os funcionários dos dois turnos de trabalho. Isto implica que deve ser dada
igual atenção aos usuários do arquivo tanto no período da manhã quanto no horário
noturno.
Gráfico 1: Turnos de trabalho na TV Assembleia
Fonte: Dados da pesquisa
No gráfico seguinte (GRAF. 2), notam-se as categorias a que cada usuário
pertence. Percebe-se que há mais editores do que repórteres e produtores. Dois
profissionais consideram-se em outra categoria. Um deles define-se como Diretor e
editor de imagens, porém não houve especificação do outro entrevistado.
22
Gráfico 2: Categorias de usuários
Fonte: Dados da pesquisa
No terceiro gráfico (GRAF. 3), percebemos há quanto tempo os usuários
utilizam os serviços do Arquivo. Vislumbra-se que a ampla maioria é composta de
novatos, fato este que se deve à renovação de profissionais proporcionada pelo
último concurso promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Gráfico 3: Tempo de uso do Arquivo
Fonte: Dados da pesquisa
No gráfico subseqüente (GRAF. 4), a frequência de uso do Arquivo da TV
Assembleia é analisada. Fica claro que apenas uma pequena parcela de 28% utiliza
o arquivo num intervalo de tempo acima de 15 dias, o que evidencia que o setor
possui uma alta frequência. Olhando-se os resultados detalhados, dos 10 indivíduos
23
que responderam acessar o arquivo diariamente, todos são editores. Isto é de fácil
explicação, pois os editores precisam cobrir as matérias com imagens de arquivo,
fato que ocorre diariamente. As freqüências menores são de produtores e
repórteres, que não utilizam o arquivo diariamente pelo fato de lidarem com
informações no âmbito de produção e captura de imagens externas. Porém, a
atenção deve ser dada a todos os usuários, desde os que utilizam o setor
rotineiramente aos que o freqüentam esporadicamente.
Gráfico 4: Frequência de uso do Arquivo
Fonte: Dados da pesquisa
Os números a seguir (GRAF. 5) mostram que a realização de pesquisas é o
principal serviço demandado pelo Arquivo. A larga maioria dos entrevistados (91%)
declara requerer pesquisas. Isso enfatiza a importância da presença de profissionais
capacitados a efetuar pesquisas no setor, bem como para executar o
processamento técnico dos materiais, pois são duas tarefas interligadas e
indissociáveis. Em segundo lugar de relevância, aparece o pedido de fitas, que é
muito comum também, pois uma pesquisa pode exigir duas ou mais fitas de 30
minutos para a edição das matérias relacionadas.
24
Gráfico 5: Atividades realizadas pelos usuários
Nota: Opção de mais de uma resposta a esta pergunta
Fonte: Dados da pesquisa
O resultado que se segue (GRAF. 6) evidencia um hábito prejudicial às
relações entre arquivo e usuários. Apenas 41% dos entrevistados utilizam
regularmente o formulário específico para a solicitação de pesquisas, ao passo que
41% o utilizam às vezes e 19% não fazem uso deste instrumento. A não utilização
do formulário pode ocasionar desvios no resultado da pesquisa ou, até mesmo, a
falta de conclusão da mesma. Não raro ocorrem dois pedidos verbais simultâneos, o
que certamente prejudica o resultado de um dos dois pedidos. Como o arquivo da
TV Assembleia carece de recursos humanos, principalmente nos horários vespertino
e noturno, é habitual transformar imediatamente os pedidos verbais em escritos,
antes que algo inesperado ocorra, como a chamada de telefone do setor, por
exemplo, que pode ser outro pedido de pesquisa. Então, uma vez registrada a
pesquisa por escrito, ocorre a garantia de que o pedido não será esquecido e,
assim, ocorra a sua conclusão, mesmo que não seja imediata.
25
Gráfico 6: Uso do formulário próprio para pedido de pesquisas
Fonte: Dados da pesquisa
No sétimo gráfico (GRAF. 7), a questão aborda se os usuários preenchem
totalmente a retranca das fitas. A soma do número de respostas “Não” e “Às vezes”
resulta num número preocupante (15% dos entrevistados), o que torna o serviço de
arquivamento árduo e inexato, podendo prejudicar a recuperação dessas
informações no futuro.
Gráfico 7: Preenchimento da Retranca das fitas com todos os dados
Fonte: Dados da pesquisa
Os percentuais a seguir (GRAF. 8) mostram de que modo os usuários
costumam realizar pesquisas no Arquivo. Nota-se um equilíbrio entre os
26
entrevistados que utilizam o formulário de pedido de pesquisas e aqueles que
preferem fazer o pedido verbalmente. Porém, como a questão permitia marcar mais
de uma resposta, esse não é um fator grave, pois o ideal seria, realmente, que o
usuário preenchesse o formulário além de explicar verbalmente o seu pedido. Isso
ocorre em alguns momentos, mas não em todas as vezes, ocasionando,
indubitavelmente, queda na qualidade da pesquisa executada e posterior
insatisfação dos usuários com os resultados obtidos.
Gráfico 8: Formas de realizar pesquisas no Arquivo
Nota: Opção de mais de uma resposta a esta pergunta
Fonte: Dados da pesquisa
Na pergunta 9 (GRAF. 9), é possível visualizar se os usuários possuem o
hábito de detalhar as suas pesquisas. A ampla maioria (69%) relata possuir este
costume, enquanto que 31% ainda não desenvolveram este hábito, que seria muito
importante para uma correta recuperação de informações e, desse modo, garantir a
satisfação desses usuários. Esta pergunta ainda indagava para os que responderam
positivamente “Se sim, de que modo?”. Observando-se as respostas, a maioria dos
entrevistados mencionou contribuir com datas e assuntos. Isto realmente se vê na
prática e é um hábito benévolo para a confecção das pesquisas. O fornecimento de
datas cronológicas favorece muito a recuperação de informações arquivísticas.
Igualmente os assuntos, mencionados por alguns usuários como palavras-chave
27
são de vital importância no momento de se recuperar a informação desejada. As
respostas encontram-se, na íntegra, no anexo II deste trabalho.
Gráfico 9: Detalhamento da pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa
No décimo gráfico (GRAF. 10), observa-se que a maioria dos usuários (97%)
está satisfeita com o atendimento oferecido pelos funcionários do Arquivo no que diz
respeito à recuperação de informações. Embora nem tudo seja ideal, como foi visto
nos gráficos anteriores, o arquivo conta com um bom nível de satisfação de seus
usuários.
Gráfico 10: Atendimento prestado pelos funcionários do Arquivo
Fonte: Dados da pesquisa
28
No gráfico a seguir (GRAF. 11), é possível notar que alguns usuários (22%)
não estão satisfeitos com a restrição de acesso ao arquivo. Pode ser que isto se
deva ao fato de o setor possuir um balcão de atendimento, inibindo, de certo modo,
a entrada dos usuários, além da presença do aviso “Entrada permitida somente aos
funcionários do Arquivo”. Não se trata apenas de acesso físico ao Arquivo, mas
também de acesso à base de dados para visualizar o que há ou não no acervo. Isso
é algo que poderia ser revisto e, assim, possibilitar aos usuários formas mais
democráticas e contemporâneas de acesso ao Arquivo. Os pesquisadores de hoje
em dia estão habituados ao uso de tecnologias e o arquivista deve estar atento a
isso e se adaptar a essas transformações. É o que se pode observar no trecho
abaixo:
Primeiro, os pesquisadores confiam no uso pelo arquivista de tecnologias
como a web e a digitalização de documentos para fornecer-lhes informação.
Por sua vez, eles usam outras tecnologias, tais como processadores de
texto, base de dados, manipulação de dados e programas de apresentação,
publicação eletrônica e ambientes de preservação e distribuição de dados,
para produzir, usar e gerenciar a informação que eles adquirem em nossos
arquivos. E nós fazemos o mesmo dentro de nossas instituições.
Precisamos reconhecer essas mudanças e nos adaptar para lidar com elas
(FOX, 2007, p.24).
Gráfico 11: Restrição de acesso ao Arquivo
Fonte: Dados da pesquisa
29
No próximo gráfico (GRAF. 12), pode-se observar as opiniões com relação ao
horário de funcionamento do Arquivo. Um entrevistado relatou descontentamento
neste item e outro respondente sugeriu, em questão aberta, a ampliação do horário
noturno até as 22 horas, embora a maioria esteja satisfeita.
Gráfico 12: Horário de funcionamento do Arquivo
Fonte: Dados da pesquisa
A próxima questão concedia espaço para que os entrevistados respondessem
livremente, relacionando até 3 itens que consideravam positivos e negativos em
relação ao arquivo. A maioria mencionou como pontos positivos o bom atendimento,
a presteza e a agilidade na realização das pesquisas. Como fatores negativos, foram
citados, com certa frequência, o acervo limitado e a falta de uma base de dados
disponível a todos os usuários para a realização de pesquisas. Essas opiniões vão
de encontro ao que foi observado na questão 11. Alguns comentários, referentes ao
turno matutino, demonstram que existe certa insatisfação com relação ao
atendimento prestado, talvez por não haver nenhum profissional da área de
Arquivologia ou Biblioteconomia durante esse período de trabalho. É válido ressaltar
que a presença de um profissional arquivista ou bibliotecário em todos os turnos de
trabalho seria de grande importância para a melhoria na qualidade de atendimento
aos usuários, uma vez que este profissional é qualificado, durante toda a sua
30
formação acadêmica, para lidar com as mais diversas ferramentas de recuperação
da informação, em ambiente tradicional e eletrônico, estando apto a trabalhar com
operadores lógicos booleanos, opções de truncamento, dentre outros métodos de
busca da informação desejada. Tais comentários encontram-se abaixo e as
respostas completas podem ser vistas no Anexo II deste trabalho.
Falta mais comprometimento, esforço para achar imagens. Muitas
vezes a reposta para um pedido é negativa no primeiro momento, mas logo
depois, só com uma "choradinha" é que a imagem é encontrada (Usuário 1).
Acho que os funcionários são simpáticos, mas alguns só depois que
você os conhece e "ganha" a simpatia deles. Acho que poderiam ser um
pouco mais abertos a qualquer um que chegar. Além disso, vez ou outra,
solicitamos imagens que não são usadas pelo editor e me parece que os
funcionários do Cedoc ficam um pouco irritados (Usuário 2).
Os funcionários às vezes não são muito solícitos / têm a cara
fechada (Usuário 3).
Existe uma grande diferença entre os funcionários do setor com
relação ao atendimento, Enquanto alguns se esforçam para ajudar e
atender as demandas, outros parecem não compreender que o trabalho que
exercem faz parte da qualidade final do trabalho da TV (Usuário 4).
A questão 17 indagava se os usuários consideravam que faltava algo ao
arquivo para que o setor fosse considerado satisfatório. Neste tópico foram citados:
maior refinamento da pesquisa, melhor seleção das imagens para compor o arquivo,
maior interação entre editores de imagens e funcionários do arquivo e, novamente,
com grande frequência, o apelo para que o sistema de busca de imagens seja de
acesso amplo e não apenas uma exclusividade do arquivo.
Finalmente, a última questão deixava os entrevistados à vontade para dar
sugestões e opiniões relativas ao arquivo. Houve poucas ideias ou propostas, mas
pode-se citar: maior completude do arquivo de imagens, aproximação entre
jornalistas, cinegrafistas e arquivo por meio de oficina ou supervisão e, por fim,
investimento em imagens por meio de intercâmbio com outras emissoras.
Em última análise, após a observação dos dados coletados, é oportuno frisar
as noções que surgiram com o intuito de aperfeiçoar o atendimento aos usuários. O
31
acesso físico ao arquivo poderia ser ampliado e democratizado, deixando de ser um
fator inibidor à presença dos usuários no setor. Outro ponto relevante que se pode
salientar é a abertura de acesso à base de dados do arquivo aos usuários, para que
estes possam realizar consultas de modo remoto, contribuindo para a prévia
confecção das pautas e antecipação das matérias. Isto seria ainda de notória
validade para a cooperação entre jornalistas e arquivistas, gerando um melhor
diálogo entre estes e maior aproximação profissional. Por último, com relação ao
preenchimento incompleto das fichas de identificação das fitas magnéticas
(retranca), é preciso conscientizar alguns usuários de que o hábito de preencher
todos os campos existentes nesta ficha é essencial para que exista melhor
arquivamento dos documentos audiovisuais e, desse modo, uma correta
recuperação das informações no futuro. Assim, ajustando esses “ponteiros”, o
arquivo poderá prestar melhor atendimento aos seus usuários, rumo à melhor
satisfação de suas necessidades.
32
6 CONCLUSÃO
A Arquivologia e o Telejornalismo devem caminhar de mãos dadas, como
disciplinas parceiras, rumo a boas e corretas práticas arquivísticas e jornalísticas
dentro de um Arquivo de televisão.
O Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais, como qualquer outro setor
audiovisual, apresenta pontos positivos e negativos. Em se tratando de um órgão
público, existem muitos obstáculos que devem ser enfrentados, tais como: poucos
recursos, baixo incentivo financeiro, espaço reduzido e pouco pessoal. Porém, não
cabe aqui entrar nestes meandros.
É importante ressaltar que o ambiente profissional em um Arquivo audiovisual
deve ser multidisciplinar, principalmente numa época híbrida em que coexistem
arquivos tradicionais e eletrônicos.
É de extrema importância que o profissional arquivista acompanhe no
mesmo ritmo os avanços tecnológicos, questionando e propondo soluções
em colaboração com outros profissionais, sejam eles da comunidade de
Ciência da Informação, de Administração, de Informática, ou de quaisquer
outras áreas que tenham relações com a Arquivística (SANTOS, CHARÃO
e FLORES, 2006, p.9).
Trabalhar em um Arquivo de materiais audiovisuais é algo fascinante e, ao
mesmo tempo, desafiador. O complexo universo televisivo exige trabalho
cooperativo e uma boa harmonia entre jornalistas, arquivistas, profissionais de áreas
correlatas, tecnologias e linguagens documentárias. Na literatura abaixo, encontrase uma experiência sobre essa relação, em que o autor apresenta e compara as
33
práticas informacionais e as redes noticiosas presentes nos Arquivos da TV Globo e
da TV Minas:
Ao longo da manhã, outros integrantes do Cedoc nas duas pontas da rede,
Belo Horizonte e Rio de Janeiro, ampliam a equipe e sua diversidade de
tarefas e atendimento de demandas. Reportagens especiais, pedidos de
emissoras do interior, demandas regulares dos telejornais locais
encadeiam-se no ritmo agitado de um conjunto de profissionais divididos em
salas, equipamentos, cidades e emissoras diferentes. Vários telejornais
depois, com mudança de turnos de trabalho entre profissionais, no período
da tarde marcado por ritmos e movimentos contrastados no interior dos
Cedocs, enquanto a chefe do Arquivo de Imagem na TV Globo carioca
agiliza e distribui as novas solicitações que lhe chegam sem cessar por email, no pique do turno que antecede à transmissão dos telejornais líderes
de audiência RJTV 2ª edição e Jornal Nacional, a bibliotecária do Cedoc da
TV Globo mineira, já com o material de arquivo preparado para o telejornal
MGTV 2ª edição, faz a indexação de reportagens de futebol, mas a
bibliotecária indexadora deve parar essa tarefa e atender no balcão ao
pedido de um usuário da biblioteca do setor (AFONSO JÚNIOR, 2008, p.4).
Conforme se pode ver, a cooperação entre profissionais e a adaptação ao
ritmo agitado de uma emissora de televisão são imprescindíveis para o bom
andamento das atividades.
O problema é ainda mais dramático considerando que os jornalistas de TV
trabalham sob pressão de tempo. Precisam encontrar imagens sem
qualquer identificação ou, como se diz na ciência da informação, sem
‘indexação’ com precisão, mas sempre ‘para ontem’ (BRASIL, 2005, citado
por AFONSO JR, 2008, p.33).
Mediante o exposto, uma das conclusões pontuais deste estudo de usuários
do Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais, diz respeito a um melhor fluxo de
informações dentro da TV e que haja constante sintonia entre os usuários e o
Arquivo, para que as necessidades informacionais sejam satisfatoriamente
atendidas. Deve haver maior conscientização por parte de alguns usuários no que
tange à melhor identificação do conteúdo das fitas enviadas ao Arquivo, por
exemplo. Conforme já foi visto na análise dos resultados, esse é um fator muito
34
importante para aumentar o índice de precisão na recuperação das informações
arquivísticas.
Outros pontos que puderam ser observados durante o exame detalhado dos
resultados referem-se ao desenvolvimento do hábito de utilizar o formulário próprio
de solicitação de pesquisas ao arquivo e o maior detalhamento da pesquisa pelos
usuários.
Com efeito, outra particularidade que chamou a atenção foi a alta frequência
de opiniões dos usuários relativas à abertura do sistema de pesquisas do arquivo,
para que repórteres, produtores e editores de imagens possam visualizar o que há
disponível no arquivo a partir de seus próprios computadores, assim como ocorre
em arquivos e bibliotecas, que disponibilizam aos seus usuários este modo mais
cômodo de consulta aos seus acervos. Assim como diz o ditado latino “vox populi,
vox Dei” (FERREIRA, 1995, p.679), a voz do povo é a voz de Deus, o clamor dos
usuários de um Arquivo deve ser ouvido e levado plenamente em consideração.
Portanto, este trabalho serviu para conhecer melhor o comportamento e as
preferências dos usuários do Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais e, através
desta noção, será possível melhorar a relação entre o arquivo e os seus usuários,
buscando sempre suprir, da melhor forma, a sua satisfação e as suas necessidades
informacionais.
35
REFERÊNCIAS
AFONSO JUNIOR, Delfim. Imagens de arquivo, cenas desconhecidas: um estudo
sobre bibliotecários, jornalistas, rede de relações e práticas informacionais em
arquivos de Telejornalismo. 2008. 308f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de
Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação, Belo Horizonte, 2008.
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noticiosa de tv. In: CINFORM – Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa da
Informação, 7, 2007, Bahia. Anais... Bahia: Instituto de Ciência da Informação,
UFBA,
2007.
Disponível
em:
<http://www.cinform.ufba.br/7cinform/soac/papers/adicionais/DelfimAfonso.pdf>
Acesso em: 10 jan 2011.
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informação audiovisual. Ciência da Informação, v.36, n.3, p.17-28, set./dez. 2007.
BRASIL, Antônio Cláudio. A revolução das imagens: uma nova proposta para o
telejornalismo na era digital. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2005.
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dá
outras
providências.
Disponível
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FERREIRA, Aurélio B. H., Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
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FOX, Michael. Por que precisamos de normas. Acervo, Rio de Janeiro, v.20, n.1-2,
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JARDIM, José Maria; FONSECA, Maria Odila. Estudos de usuários em arquivos: em
busca de um estado da arte. DataGramaZero, v.5, n.5, out./2004.
JARDIM, José Maria. O acesso à informação arquivística no Brasil: problemas de
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Disponível
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<
36
http://www.arquivonacional.gov.br/pub/virtual/conferencia%20mesa%20redonda/jose
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GERAIS.
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Legislativa.
Disponível
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produtos para gerenciamento eletrônico de documentos. In: CINFORM – Encontro
Nacional de Ensino e Pesquisa da Informação, 4, 2006, Salvador. Anais... Salvador:
Instituto de Ciência da Informação, UFBA, 2006.
Disponível em:
<http://www.cinform.ufba.br/iv_anais/artigos/TEXTO09.HTM>. Acesso em: 9 fev
2011.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:
Cortez, 1976.
TESSITORE, Viviane. Como implantar centros de documentação. São Paulo:
Arquivo do Estado, Imprensa oficial, 2003.
37
ANEXOS
ANEXO I – Questionário da pesquisa: Comportamento e preferências dos
usuários do Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais
1
Seu
turno
de
trabalho:
(
)Manhã‐Tarde
(
)Tarde‐Noite
2
A
que
categoria
de
usuário
você
pertence?
(
)
Editor
(
)
Repórter
(
)
Produtor
3
(
)
Outra.
Favor
especificar:
____________________________________
4
Há
quanto
tempo
você
utiliza
os
serviços
do
Arquivo?
(
)entre
0
e
5
anos
(
)entre
5
e
10
anos
(
)entre
10
e
15
anos
5
Qual
a
sua
freqüência
de
uso
do
Arquivo?
(
)
Todos
os
dias
(
)
2
a
3
vezes
por
semana
(
)
1
vez
por
semana
(
)
Quinzenalmente
ou
mais
6
Marque
as
principais
atividades
que
você
faz
quando
vai
ao
Arquivo:
38
(
)Pedido
de
pesquisa
(
)Pedido
de
cópias
(
)Pedido
de
fitas
(
)
Pedido
de
dvd’s
virgens
7
(
)Outra.
Favor
Especificar:__________________
8
Você
costuma
utilizar
o
formulário
próprio
para
o
pedido
de
pesquisas?
(
)
Sim
(
)
Não
(
)
Às
vezes
(
)Desconheço
a
existência
de
um
formulário
9
Você
costuma
preencher
a
Retranca
das
fitas
com
todos
os
dados?
(
)Sim
(
)Não
(
)Às
vezes
(
)Não
se
aplica
ao
meu
caso
10
De
que
modo
você
costuma
realizar
pesquisas
no
Arquivo?
(
)Através
do
Formulário
de
pedido
de
pesquisas
(
)Por
e‐mail
(
)Por
telefone
(
)Verbalmente
11
Você
costuma
detalhar
a
sua
pesquisa?
(
)
Sim
(
)
Não
12
Se
sim,
de
que
modo?
13
Quanto
à
recuperação
da
informação,
você
considera
o
atendimento
prestado
pelos
funcionários
do
Arquivo:
(
)
Ótimo
(
)
Bom
(
)
Ruim
14
Com
relação
à
restrição
de
acesso
ao
Arquivo,
você
considera
este
fator:
(
)
Ótimo
(
)
Bom
(
)
Ruim
39
15
Sobre
o
horário
de
funcionamento
do
Arquivo,
você
o
considera:
(
)
Ótimo
(
)
Bom
(
)
Ruim
16 Para
melhorar
a
qualidade
dos
serviços
prestados
pelo
Arquivo,
relacione
até
3
itens
que
você
considera:
a)
Positivos
em
relação
ao
Arquivo
b)
Negativos
em
relação
ao
Arquivo
17
Você
acha
que
falta
algo
ao
Arquivo
para
que
o
setor
seja
considerado
satisfatório
aos
seus
usuários?
Justifique.
___________________________________________________________________
18
Existe
algum
item
em
relação
ao
Arquivo,
que
não
foi
citado
anteriormente,
mas
que
você
gostaria
de
relatar
/
sugerir?
___________________________________________________________________
40
ANEXO II – Respostas das questões abertas
“Caso você se encontre em outra categoria, favor especificar:”
Respondente
Resposta
A
“Diretor e Editor de Imagens”.
Quadro 1: Categoria dos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa
“Caso você realize outra atividade, favor especificar:”
Respondente
Resposta
A
“Passar scan anti virus em pen drives para utilização de material
selecionado do youtube ou outras fontes da web; armazenamento de
fitas da produção e edição de programa TV Escola em andamento”.
B
“Entrega de fitas com material selecionado para arquivo”.
Quadro 2: Atividades realizadas pelos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa
“Se sim, de que modo?”
Respondente
Resposta
A
“Na pressa do dia a dia muitas vezes o pedido é feito verbalmente
também, como não havia um item relacionado com as duas formas optei
pelo preenchimento do formulário. No que concerne a pesquisa,
especificando, lugar, cidade, pessoa, instituição, material, exposição o
que puder colaborar para a facilidade em termos de identificação eficaz
para o setor”.
B
“Oferecendo dados complementares, como o dia que foi veiculado o
assunto, em qual programa e o nome dos entrevistados”.
C
“Especificando o máximo de detalhes sobre as imagens que busco”.
D
“Conversando com os funcionários”.
E
“Buscando descrever melhor o material de que necessito”.
F
“Com assunto do VT, data, programa em que foi veiculado”.
41
G
“Fornecendo informações sobre imagens que já conheço, datas de
reuniões e vt’s”.
H
“Indicando o tipo de imagens necessárias para a edição do material”.
I
“Colocando exemplos, palavras-chaves, sinônimos”.
J
“Informando todas as possibilidades de imagens que me interessam
naquela circunstância”.
K
“Peço especificamente as imagens que preciso ou a reportagem que
preciso resgatar”.
L
“Eu explico qual é o enfoque da matéria, que tipo de material busco e
por que. Acredito que essas informações podem ajudar quem vai
realizar a pesquisa. Se ele está a par do que vamos fazer pode ficar
mais fácil visualizar como este material pode ter sido arquivado”.
M
“Explicando o objetivo e termos similares ao da busca”.
N
“Explico para o atendente o objetivo da matéria e do que o texto trata”.
O
“Se peço imagens de saúde pública, por exemplo, especifico que quero
corredor de hospitais, movimentação de postos de saúde, imagens de
médicos atendendo e pessoas na fila aguardando atendimento”.
P
“Assunto, data, nome da comissão”.
Q
“Verbalmente. Solicito fitas sobre um tema e, se busco algo específico,
tento orientar os profissionais do Cedoc. Mas não especifico as imagens
que quero na ficha”.
R
“No ambiente virtual, sistema interno, também faço a pesquisa. Detalho
tipos de imagens, datas, escolho que tipo de fitas me agrada mais, baixo
uma listagem do que preciso para fazer pré-seleção pela descrição que
aparece no ambiente do CEDOC. Gosto muito desta forma. Quando uso
outras formas (pessoalmente, por telefone ou pelo formulário) detalho
tipo de imagem, data, ênfase para o tipo de assunto que preciso cobrir”.
S
“Explico que tipo de imagem preciso, a que elas se referem e para qual
matéria servirá”.
T
“Objetivamente. Por exemplo; “Preciso de imagens de pessoas ao
telefone fixo!".
U
“Explico qual é o vt, que tipo de imagem preciso e que imagens similares
poderiam servir. Explico se a imagem deve ser histórica ou ter
movimento ou ser bem específica”.
Quadro 3: Modo de realização das atividades
Fonte: Dados da pesquisa
42
“Para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo Arquivo, relacione até 3
itens que você considera Positivos e Negativos em relação ao Arquivo”
Respondente
Resposta
A
“Um computador que seja eficaz para que continue o trabalho de forma
eficiente, que tenhamos mais possibilidades de armazenamento de
produtos! Enfim, o que vocês percebem de necessidades seja colocado
a disposição para a continuidade”.
B
“Positivos: 1- atenção e boa vontade 2- sempre há a presença de um
funcionário na sala 3- conhecimento do assunto. Negativos: 1- às vezes,
a pesquisa entregue ao usuário não tinha as imagens realmente
solicitadas”.
C
“Positivos: Atendimento Agilidade Integração com toda a TV Como
tenho apenas 6 meses de TV, ainda não identifiquei nenhum ponto
negativo”.
D
“Negativos: - Demora no arquivamento de imagens decorrentes de fitas
brutas. - Pesquisa que, alguma vezes, não encontra corretamente a
imagem ou material a ser buscado. - Desconhecimento do material que
se encontra arquivado. Positivos: - Presteza no atendimento”.
E
“Negativo: a maneira de indexação das matérias, principalmente as mais
antigas são confusas e dificultam o trabalho. Positivo:presteza da
maioria dos funcionários”.
F
“Positivos: Bom atendimento Disponibilidade de material”.
G
“Positivo: O ótimo atendimento, a prestatividade e a simpatia dos
funcionários. Negativo: Acho que o acervo externo do Cedoc poderia ser
maior”.
H
“Positivo: Bom atendimento, Negativos: Fitas mascadas. Algumas
imagens precisam ser renovadas”.
I
“Boa organização. Falta de acessibilidade”.
J
“Itens positivos: - Bom atendimento; - Agilidade. Itens negativos: Acervo limitado; - Ausência de regras claras e de prazos para consulta
ao Cedoc; - Falta de divulgação dos canais de comunicação e
ferramentas disponibilizados pelo Cedoc. Por exemplo, quase ninguém
da redação sabe que é possível consultar dados do acervo pela
internet’.
K
“- As matérias são encontradas com facilidade (positivo) - Os
funcionários às vezes não são muito solícitos / têm a cara fechada
(negativo) - O sistema de "tags" para encontrar matérias e imagens é
eficiente (positivo)”.
L
“Para um melhor aproveitamento dos arquivos, acho interessante um
sistema de busca online para os usuários, assim tanto a equipe da
produção quanto os repórteres podem pesquisar as imagens do Cedoc
43
na hora de montar a pauta e redigir os textos. Muitas vezes recorremos
ao Cedoc já com os textos fechados, contando com imagens que nem
sempre existem”.
M
“Positivos: o retorno que recebo de quem solicitei a pesquisa (o material
foi localizado ou não foi); a prestatividade e atenção das pessoas que
costumam me atender. Negativos: o tipo de material arquivado. As
vezes precisamos de cenas mais ligadas ao cotidiano e não existe
grande disponibilidade desse tipo de material, mas sei que essa
situação também está relacionada ao tipo de cobertura realizada pela
TV. Acho que para resolver esse problema poderiam ser arquivadas as
cenas e detalhes das matérias produzidas. Para isto, o setor poderia
trabalhar integrado com a edição que poderia ajudar a identificar o que
vale a pena guardar”.
N
“Melhor indexação das fitas em relação aos assuntos para que eles
sejam encontrados com maior facilidade”.
O
“- Agilidade nas pesquisas, como requer a dinâmica de uma emissora de
TV (positivo). - Solicitude dos funcionários (positivo). - Falta de um
sistema de acesso a todos os funcionários da TV (ou pelo menos de
repórteres, produtores e editores), uma espécie de programa de
computador que traria todas as informações indexadas para que
qualquer um possa pesquisar (negativo)”.
P
“1 - Melhor preenchimento das retrancas das fitas (com mais detalhes) 2
- Melhor e/ou maior seleção do que é arquivado”.
Q
“Positvos: presteza e rapidez no atendimento, organização dos arquivos
de programas; Negativo: várias formas de arquivar, dificuldade em
pesquisar imagens específicas”.
R
“- Zelo dos funcionários (positivo); - Posicionamento de fita no ponto
(ocasional, mas quando ocorre é positivo)”.
S
“positivos: empenho dos funcionários; agilidade no serviço negativo:
falta de acesso ao acervo por meio eletrônico ( um banco de dados, por
exemplo, de acesso a todos os funcionários); poucas imagens
disponíveis”.
T
“atualização de imagens...”.
U
“+ Prestatividade e Disponibilidade + Agilidade e Rapidez +
Conhecimento do Arquivo - Imagens Arquivadas (nem sempre são
escolhidos os melhores takes de um vt) - Visão jornalística sobre o
material arquivado - Falta de atualização de fitas suporte”.
V
“Positivos: organização, boa vontade, grande acervo. Negativo: demora
(ocasionalmente), falta de mecanismos mais detalhados de pesquisa,
formulário de pesquisa poderia ser reformulado”.
X
“Positivos: agilidade, presteza e organização A aprimorar: - serviço
noturno até 22h, nos faz muita falta para quem atua neste horário. disponibilização de arquivos digitais para públicos em geral, através do
site, de modo integrado, talvez com o setor de Documentação
44
Institucional ou Biblioteca”.
Y
“POSITIVOS: - Atenção dos atendentes - Prestatividade – Eficiência;
NEGATIVOS: - Horário de funcionamento (deveria ser mais longo,
necessário à noite) - Falta de uma ilha específica (e com estrutura,
cadeira etc) para repórteres e editores analisarem fitas que foram
pesquisadas”.
Z
“Negativos: - Fitas são entregues fora do ponto / responsáveis pela
busca não verificam a imagem antes de concluir a pesquisa / material
mal indexado (sem critérios ou com critérios difíceis de entender)
Positivos: - pessoal prestativo e rápido / funcionamento até 20h /
material organizado e limpo”.
Quadro 4: Itens considerados positivos e negativos relacionados ao arquivo
Fonte: Dados da pesquisa
“Você acha que falta algo ao Arquivo para que o setor seja considerado satisfatório
aos seus usuários? Justifique.”
Respondente
Resposta
A
“Julgo que o atendimento e a boa vontade de todos os funcionários do
Cedoc, para comigo sempre foram ótimas, sempre minhas pesquisas
tiveram o empenho e dedicação. O que não me foi atendido sempre
aconteceu por deficiência de uma aparelhagem que não supri as
necessidades do setor. Muitas pesquisas deixam de obter o sucesso,
pelo fato de no passado termos tido muitas limitações, o que acredito,
em um breve futuro não acontecerá mais”.
B
“Imagino que não, pois já o considero totalmente satisfatório, pelo
menos nas demandas que já apresentei ao setor”.
C
“Acredito que falta maior organização nos arquivos e facilidade para as
consultas que deveriam ser digitalizadas”.
D
“Uma boa opção seria que a ferramenta de busca ficasse disponível em
outros computadores da TV para agilizar a pesquisa por parte dos
usuários e o trabalho dos servidores do cedoc”.
E
“Como mencionei acima, acho que o Cedoc poderia obter mais imagens
de outras emissoras sobre eventos/temas que a ALMG não cobre
diariamente mas que, mais cedo ou mais tarde, vão ser abordados em
nossos programas e reportagens. Ex: a posse de Dilma. Não cobrimos,
mas, por ser um fato nacional de extrema relevância, o Cedoc já poderia
se adiantar e pedir isso pra gente. Obs.: Foi só um exemplo, imagino
que já tenhamos essas imagens. Dou um segundo exemplo: a posse de
Obama ou imagens do próprio Obama. Ou as nevascas no Hemisfério
Norte. Enfim, fatos que impactam o Brasil e o mundo, de alguma forma,
vão acabar sendo abordados por nós, na TV Assembleia”.
45
F
“Falta mais comprometimento, esforço para achar imagens. Muitas
vezes a reposta para um pedido é negativa no primeiro momento, mas
logo depois, só com uma "choradinha" é que a imagem é encontrada”.
G
“Como antecipado na questão 16, faltam regras mais claras e prazos
mais bem definidos para as solicitações, bem como mais divulgação
sobre o funcionamento do setor”.
H
“Acho que os funcionários são simpáticos, mas alguns só depois que vc
os conhece e "ganha" a simpatia deles... Acho que poderiam ser um
pouco mais abertos à qualquer um que chegar. Além disso, vez ou
outra, solicitamos imagens que não são usadas pelo editor e me parece
que os funcionários do cedoc ficam um pouco irritados. Acho que esse
diálogo entre cedoc e edição poderia ser mais estreito para evitar esse
tipo de problema”.
I
“Trabalhar integrado com a edição para identificar cenas diferentes do
dia a dia da TV e que são necessárias em alguns VT´s produzidos, por
exemplo”.
J
“Um pouco mais de agilidade e/ou experiência dos funcionários para
atender aos pedidos com mais rapidez, em certos casos”.
K
“Sim. Um sistema de indexação de acesso amplo”.
L
“Seria interessante que o Cedoc estivesse interligado com as ilhas para
agilização na transferência de informação/material”.
M
“Um método de retrancar e indexar os materiais”.
N
“Refinamento da pesquisa, para aumentar o acerto do pedido com o
oferecido - Qualidade no arquivamento da imagens (eliminar trechos
ruins e manter nível do áudio)”.
O
“Aumentar a quantidade de imagens e democratizar o acesso para
facilitar o serviço de todos. A criação de um banco de dados onde todos
pudessem pesquisar facilitaria o trabalho de toda TV, já que o pauteiro
poderia pensar a pauta a partir das imagens existentes. Esse banco
também diminuiria a demanda aos funcionários do setor para fazer
pesquisas”.
P
“Poder fazer a requisição de pesquisa pela internet/intranet”.
Q
“Acho que está faltando a digitalização das imagens, para que
possamos folgar mais o Cedoc, porque isso agilizará mais para todos”.
R
“Falta orientação ou mesmo supervisão de um jornalista em relação ao
arquivamento de imagens. Muitas vezes, são arquivados trechos longos
de uma mesma tomada ou vários takes que contém movimentos de
câmera. Esse tipo de imagem não ajuda a edição e raramente são
aproveitados. Por isso, uma oficina com os funcionários do Cedoc ou
uma supervisão mais próxima de um jornalista possa ajudar”.
S
“Falta um método para arquivar material em formato digital. Isso poderia
ajudar muito na disponibilização de várias entrevistas, programas e
46
outros documentários especiais na web, ampliando disponibilização do
serviço de pesquisa à população e ajudando a TV a cumprir sua função
de educar e formar para a cidadania”.
T
“Talvez se tivéssemos acesso aos arquivos de pesquisa (via intranet),
poderíamos agilizar tanto as nossas necessidades quanto ao
atendimento”.
U
“Já é satisfatório. Mas os dois pontos negativos acima poderiam ser
aprimorados”.
V
“Falta maior integração com jornalismo - a clara compreensão da
natureza do trabalho jornalístico contribuiria para uma indexação mais
eficiente e uma pesquisa com resultados melhores e mais próximos do
desejado”.
Quadro 5: Grau de satisfação dos usuários com relação aos serviços prestados pelo arquivo
Fonte: Dados da pesquisa
“Existe algum item em relação ao Arquivo, que não foi citado anteriormente, mas
que você gostaria de relatar / sugerir?”
Respondente
Resposta
A
“No momento, não”.
B
“Existe uma grande diferença entre os funcionários do setor com relação
ao atendimento. Enquanto alguns se esforçam para ajudar e atender as
demandas, outros parecem não compreender que o trabalho que
exercem faz parte da qualidade final do trabalho da TV”.
C
“Não”.
D
“Vez ou outra, solicitamos imagens que não são usadas pelo editor e me
parece que os funcionários do cedoc ficam um pouco irritados. Acho que
esse diálogo entre cedoc e edição poderia ser mais estreito para evitar
esse tipo de problema. Em alguns casos, acho que isso é inerente ao
trabalho do cedoc, algumas imagens não serão utilizadas após a
pesquisa e isso é normal”.
E
“O arquivo de imagens poderia ser mais completo”.
F
“Não. Acho que foi tudo citado em relação ao Cedoc”.
G
“Sugestões: a) aproximação jornalistas, cinegrafistas e Cedoc por meio
de oficina ou supervisão; b) investimento em imagens por meio de
intercâmbio com outras TVs para troca de material; c) atualização
constante de fitas suporte, são sempre solicitadas e precisam ter mais
variedade de imagens”.
H
“O Cedoc contém um acervo riquíssimo, com o qual foi possível fazer as
séries Cem Anos de Tancredo Neves, Especial Mulheres, Especial
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Drogas e agora apoiado e muito na edição do TV Escola História Política
de Minas Gerais. A forma de organização está muito eficaz, permitindo
pesquisas e resultados eficientes, em consequência. Muito bom”.
I
“Não”.
J
“Gostaria de sugerir que o programa de busca fosse instalado em várias
máquinas da redação e que os jornalistas fossem treinados no uso do
programa, permitindo a pesquisa. Isso reduziria a demanda e permitiria
aos jornalistas uma melhor compreensão do trabalho do Cedoc”.
Quadro 6: Sugestões ao setor de arquivo
Fonte: Dados da pesquisa
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Comportamento e preferências dos usuários do Arquivo