PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Instituto de Educação Continuada ESTUDO DE CASO: Comportamento e preferências dos usuários do Arquivo (Centro de Documentação / Cedoc) da TV Assembleia de Minas Gerais Robson Pires Serra Belo Horizonte 2011 Robson Pires Serra Estudo de caso: Comportamento e preferências dos usuários do Arquivo (Centro de Documentação / Cedoc) da TV Assembleia de Minas Gerais Artigo apresentado ao Instituto de Educação Continuada da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão de Arquivos e Documentos. Orientador: Prof. Leandro Ribeiro Negreiros Belo Horizonte 2011 S487e Robson Pires Serra Estudo de caso: comportamento e preferências dos usuários do Arquivo (Centro de Documentação / Cedoc) da TV Assembleia de Minas Gerais / Robson Pires Serra. – 2011. 47f. : Il. Orientador: Leandro Ribeiro Negreiros Anexos: f. 37. Artigo (especialização em gestão de documentos) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Instituto de Educação Continuada. Bibliografia: f. 35-36. 1. Estudo de usuários. 2. Documento audiovisual. 3. Cedoc/TV Assembleia. 4. Arquivologia. 5. Telejornalismo. I. Título. II. Negreiros, Leandro Ribeiro. III. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Instituto de Educação Continuada. Robson Pires Serra Estudo de caso: comportamento e preferências dos usuários do Arquivo (Centro de Documentação / Cedoc) da TV Assembleia de Minas Gerais Artigo apresentado ao Instituto de Educação Continuada da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão de Arquivos e Documentos, 2011. ____________________________________________ Leandro Ribeiro Negreiros (Orientador) – PUC Minas ____________________________________________ XXXXXXXXXXXXXXXXXX (examinador) ____________________________________________ XXXXXXXXXXXXXXXXXX (examinador) RESUMO Estudo de usuários realizado no Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais, tendo como objetivo conhecer mais profundamente os usuários de documentos arquivísticos audiovisuais e, desse modo, suprir suas demandas de informação, cada vez mais sofisticadas e exigentes. Ressalta-se a importância de existir harmonia entre arquivistas e jornalistas para a eficaz utilização de um arquivo audiovisual, a fim de que os resultados das pesquisas sejam mais ágeis e precisos. O conhecimento dos hábitos dos usuários implica processamento técnico e atendimento voltados às necessidades específicas dos jornalistas. A adaptação do arquivista ao ritmo agitado de uma emissora de televisão e a cooperação entre uma equipe multidisciplinar também são de suma importância. Conclui-se que a opinião dos usuários de um arquivo audiovisual deve ser sempre levada em consideração para que o setor possa prestar melhor atendimento, visando suprir a satisfação das necessidades dos jornalistas. Palavras-chave: Estudo de usuários; Documento audiovisual; Cedoc / TV Assembleia; Arquivologia; Telejornalismo ABSTRACT Users study performed at the Assembleia Legislativa de Minas Gerais Television Archive, aiming to know deeper the users of audio-visual archival documents and, thus, supply their information requests, increasingly sophisticated and demanding. It's emphasized the importance to exist accordance between archivists and journalists for the effective use of an audio-visual archive, so that the search results can be faster and accurate. The knowledge of the users' habits entails technical processing and attendance directed to the specific needs of the journalists. The archivist's adaptation to the fast rhythm of a television station and the cooperation between a multidisciplinary staff are very important too. It is concluded that the opinion of the audio-visual archive's users must be always taken into account so that the sector can provide better attendance, aiming to supply the satisfaction of the journalists’ needs. Keywords: Users study; Audio-visual document; Cedoc / Assembleia Television; Archival Science; TV Journalism LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Organograma da Assembleia Legislativa ................................................ 18 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Turnos de trabalho na TV Assembleia ................................................... 21 Gráfico 2: Categorias de usuários........................................................................... 22 Gráfico 3: Tempo de uso do arquivo ....................................................................... 22 Gráfico 4: Frequência de uso do arquivo ................................................................ 23 Gráfico 5: Atividades realizadas pelos usuários...................................................... 24 Gráfico 6: Uso do formulário próprio para pedido de pesquisas ............................. 25 Gráfico 7: Preenchimento da retranca das fitas com todos os dados..................... 25 Gráfico 8: Formas de realizar pesquisas no arquivo............................................... 26 Gráfico 9: Detalhamento da pesquisa ..................................................................... 27 Gráfico 10: Atendimento prestado pelos funcionários do arquivo........................... 27 Gráfico 11: Restrição de acesso ao arquivo ........................................................... 28 Gráfico 12: Horário de funcionamento do arquivo................................................... 29 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Categoria dos entrevistados................................................................... 40 Quadro 2: Atividades realizadas pelos entrevistados ............................................. 40 Quadro 3: Modo de realização das atividades ........................................................ 41 Quadro 4: Itens considerados positivos e negativos relacionados ao arquivo........ 44 Quadro 5: Grau de satisfação dos usuários com relação aos serviços prestados pelo arquivo ...................................................................................................... 46 Quadro 6: Sugestões ao setor de arquivo............................................................... 47 LISTA DE ABREVIATURAS Cedoc – Centro de Documentação DVD – Digital Versatile Disc GTV – Gerência-Geral de Televisão DTV – Diretoria de Rádio e Televisão SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 2 OS ESTUDOS DE USUÁRIOS E O TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO AUDIOVISUAL ....................................................................... 13 3 A TV ASSEMBLEIA E O SEU ARQUIVO .................................................. 16 4 OS MÉTODOS DE ANÁLISE UTILIZADOS ............................................. 19 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................... 21 6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 32 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 35 ANEXOS ................................................................................................................. 37 ANEXO I – Questionário da pesquisa: Comportamento e preferências dos usuários do Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais ................................... 37 ANEXO II – Respostas das questões abertas....................................................... 40 10 1 INTRODUÇÃO O ser humano possui cinco sentidos, dos quais a visão é o mais importante modo sensorial. De acordo com a ciência, 75% da percepção humana é visual (BRASIL, 2005). Sendo a visão um poderoso canal de assimilação de informações pelos indivíduos, torna-se de suma importância refletir sobre a produção de documentos visuais no mundo contemporâneo. Neste artigo são abordadas, mais especificamente, a organização de documentos audiovisuais e as suas formas de utilização através de um estudo de usuários realizado no Arquivo (Centro de documentação / Cedoc) de uma televisão pública: a TV Assembleia do Estado de Minas Gerais. As informações audiovisuais possuem uma série de dificuldades de tratamento, bem como para os procedimentos de busca, por terem características peculiares ao meio em que estão inseridas. Uma imagem pertence a um contexto, possui moldes, idades e conteúdos, além do fato de que essas informações podem servir a vários objetivos, dependendo do tipo de usuário e do tipo de material a ser veiculado pela televisão. Pretende-se, portanto, como objetivo geral, investigar e conhecer os usuários do Arquivo da TV Assembléia de Minas Gerais, com o propósito de melhor suprir suas demandas de informação, cada vez mais complexas e que remetem a universos e especificidades singulares, que envolvem desde o entendimento dos jargões jornalísticos à indexação dos vídeos, não apenas de cunho legislativo, mas de caráter geral. Esta pesquisa tem como objetivos específicos: 11 a) Identificar a noção que os usuários jornalistas possuem de documento arquivístico audiovisual e como lidam com ele, para que exista consonância entre arquivistas e jornalistas, Arquivologia e Telejornalismo, durante todo o processo de realização de pesquisas e, desse modo, o resultado obtenha mais agilidade, segurança, eficácia e precisão; b) Conhecer os hábitos dos usuários e, com isso, realizar indexação e resumos dos vídeos que reflitam as necessidades específicas dos jornalistas; c) Estabelecer, após a análise dos resultados, diretrizes específicas de atendimento no setor, com base no melhor conhecimento dos usuários do Arquivo. Conforme se observa na prática, muitas vezes os usuários de um Arquivo de televisão são imprecisos ou genéricos em seus pedidos de pesquisa ao setor, o que ocasiona diversos ruídos na comunicação e posterior insatisfação no que tange ao resultado da pesquisa formulada, ou seja, um áudio ou um vídeo sem a riqueza de detalhes almejada. Também pode ser mencionado o preenchimento incompleto das fichas de identificação das fitas magnéticas, a chamada Retranca, que é o nome dado à ficha anexa a cada fita Beta-Cam para a identificação do conteúdo das imagens, bem como dos nomes dos profissionais que participaram da filmagem (cinegrafista, repórter e outros auxiliares). Alguns profissionais não costumam preencher todos os campos existentes nesta ficha, o que é de vital importância no momento da recuperação da informação. Parece haver um relativo desconhecimento quanto à relevância destes dados para o arquivamento dos vídeos e sua correta localização no futuro. Enfim, conhecer a noção que estes usuários possuem de documento arquivístico, e como lidam com ele, será importante para que haja constante sintonia entre arquivistas e jornalistas, aperfeiçoando o processo 12 de guarda e recuperação da informação, gerando melhorias e resultados satisfatórios para ambas as partes. O conhecimento dos tipos de usuários internos permitirá ao Arquivo proporcionar um atendimento personalizado conforme os anseios e necessidades dos jornalistas, suprindo sua satisfação e garantindo, assim, uma forma eficaz nos processos de transferência e disseminação da informação dentro da TV. Conhecer os hábitos e preferências desses usuários é extremamente necessário, desde o modo de manusear um documento audiovisual até o jeito de solicitar uma pesquisa ao arquivista. A noção mais clara dos comportamentos dos usuários tende a facilitar o entendimento entre jornalistas e arquivistas, gerando sinergia aos trabalhos de toda a TV Assembleia. 13 2 OS ESTUDOS DE USUÁRIOS E O TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO AUDIOVISUAL A escassez e a baixa representatividade de estudos de usuários na área da Arquivologia é um fato evidente. Conforme observa Jardim e Fonseca (2004, p.3), a literatura arquivística sobre estudos de usuários é pouco expressiva quando comparada a outros temas como transferência de documentos, avaliação, arranjo, descrição etc. Apesar de haver baixa frequência de pesquisas nesta área, sabe-se que uma das principais razões de ser de um Arquivo é o atendimento das necessidades dos seus usuários. Isso é o que salienta Fox (2007, p.25) quando diz que não há evidência mais convincente do valor do arquivista do que o fato deste oferecer a todos os usuários pronto e útil acesso ao acervo que é acumulado e reservado. Assim, fica claro também que a administração de arquivos deve ser focada nos clientes e não nos suportes materiais. Recorrendo-se novamente a Jardim e Fonseca (2004, p.1), percebe-se que onde a informação se encontra não é o mais importante e, sim, o acesso à informação. Para disponibilizar o acesso adequado às informações jornalísticas de caráter arquivístico, o profissional que trabalha em um arquivo audiovisual deve atentar para um modo peculiar de tratamento dessas informações. Podem-se levantar os seguintes questionamentos: Qual é a melhor forma de armazenar, catalogar, recuperar e disseminar todo o conhecimento humano que existe em forma de imagens, arquivado em centros de documentação, bibliotecas e outros tipos de depósitos de informação? 14 Qual deveria ser o destino das imagens produzidas por profissionais que se dedicaram não a lidar com as palavras, com o texto, mas sim a contribuir para o saber produzindo imagens? Como lidar com as imagens em movimento? Filmes, vídeos, hipertextos animados em forma de CD-Roms ou, de forma mais abrangente e atual, o universo da multimídia? (BRASIL, 2005, p. XVII). De fato, o tratamento técnico dispensado aos documentos audiovisuais em um arquivo audiovisual deve levar em conta o ambiente jornalístico no qual estes estão inseridos. Uma imagem em movimento, por si só, já apresenta ao arquivista uma série de especificidades em sua descrição. A famosa frase “uma imagem vale por mil palavras” retrata bem o brilhantismo e, ao mesmo tempo, a complexidade do universo dos documentos audiovisuais. Para representar o mundo é preciso um contexto que torne possível elaborar e interpretar a realidade. Obrigatoriamente, um modelo organiza a percepção, só assim as coisas são reconhecidas. As coisas representadas não explicam a imagem, ela é aquilo que a invoca. A lógica da imagem exige que sua representação seja feita a partir desse esquema, que reformula a experiência visual. A imagem adquire, aí sim, a capacidade de contar um fato (BRASIL, 2005, p.3). Telejornalismo e Ciência da Informação caminham juntos no sentido de se aprimorarem os métodos de indexação de imagens que respondam às necessidades dos jornalistas (BRASIL, 2005). O reconhecimento de imagens e sons é parte da área de sistemas de recuperação da informação, em que se colocam grandes desafios relativos ao armazenamento, indexação, formulação de consultas e recuperação de conteúdo semântico. Ao se considerarem sequências de imagens, o problema de indexação torna-se mais difícil, pois envolve a identificação e o entendimento de cenas longas e complexas para que seja possível obter uma recuperação precisa e eficiente (BARRETO, 2007, p.18). O arquivista, além de contar com um bom sistema de recuperação da informação, necessita familiarizar-se com a linguagem jornalística, tanto para o tratamento técnico dos documentos audiovisuais como para manter uma efetiva 15 comunicação com os usuários jornalistas, a fim de minimizar os ruídos nesse diálogo. O arquivista deve compreender, por exemplo, o que significam expressões muito comuns para os jornalistas, tais como: “liberar uma fita”, “gravar um off”, “inserir um BG”, entre outras. Devem-se conhecer, também, os enquadramentos e movimentos feitos pela câmera (plano aberto, close, zoom in, zoom out, take, travelling) e as indicações de sonoplastia (sobe-som do vt, background). Alguns jargões do Telejornalismo podem ser observados neste trecho abaixo: As cabeças e narração em off, pelo repórter, nas matérias gravadas, devem também ser escritas. A narração em off toma como ponto de partida os takes disponíveis e deve articular-se com a edição de imagem. A função da cabeça é enunciar o lead da notícia ou a interpretação imediata do evento. A narração em off, obediente ao fluxo de imagens, dará indicação de nomes, local e tempo do que está sendo mostrado (LAGE, 1999, p.65). Diante do exposto, infere-se que o profissional arquivista deve possuir habilidades interdisciplinares para realizar um atendimento adequado aos usuários de um Arquivo de televisão, além de conhecer os seus hábitos e preferências no que tange ao uso da informação jornalística de caráter arquivístico. 16 3 A TV ASSEMBLEIA E O SEU ARQUIVO Criada para tornar mais acessível o acompanhamento dos trabalhos da Assembleia Legislativa pelos cidadãos, a TV Assembleia foi a primeira emissora legislativa criada após a publicação da Lei 8.977 (BRASIL, 1995), que regulamenta o serviço de TV a cabo no Brasil. Em 30 de novembro de 1995, entrava no ar o canal 40, em Belo Horizonte, hoje canal 11. Eram duas horas e meia de programação, contendo estritamente reprises de reuniões do Plenário da Assembleia. O Arquivo da TV Assembleia ou Cedoc, como é mais conhecido um centro de documentação televisiva, foi criado em 1996, quase juntamente com o surgimento da TV Legislativa Mineira. Cabe aqui uma elucidação: embora a nomenclatura adotada pelo Arquivo da TV Assembleia seja a de Centro de documentação, existem diferenças conceituais a respeito dessas duas instituições. Segundo Tessitore (2003, p.12), um arquivo possui documentos acumulados organicamente; é um órgão receptor; é constituído por documentos seriados e únicos; tem finalidades administrativas, jurídicas e sociais, podendo ser também científicas e culturais, e referencia conjuntos de documentos. Já o Centro de documentação é uma entidade híbrida, representando uma mescla de Arquivo, Biblioteca e Museu. Em virtude disso, percebe-se que o Cedoc da TV Assembleia é, na verdade, um arquivo, pois não possui características de biblioteca ou museu. O Arquivo da TV Assembleia foi criado a partir da necessidade de se preservar a memória institucional através de vídeos. Com a constante evolução de 17 mídias, procurou-se manter o conteúdo informacional, migrando-se das antigas fitas VHS para o formato U-Matic até chegar às fitas Beta-Cam, usadas atualmente. Para melhor compreensão dessas tipologias, seguem-se abaixo breves definições: A fita VHS (Video Home System) possui ½ polegada de largura, caixa com 18,7X10 cm., aprox. 280 linhas de definição, gravação de sinal de vídeo de forma composta; O formato U-Matic foi o primeiro sistema de videocassete lançado pela Sony em 1971. Com câmera e gravador como unidades separadas, as fitas tinham ¾ de polegada. Posteriormente, na linha de evolução, surgiram as fitas Beta-Cam; A fita Beta-Cam possui ½ polegada de largura, caixas com diversos formatos de acordo com os tempos de gravação (com 10x16cm ou 15X25,5 cm), aproximadamente 450 linhas de definição, gravação de sinal de vídeo de forma componente (cor separada da imagem e branco e preto). (PC Magazine Encyclopedia, 2011, p.1) Dentre os serviços prestados pelo Arquivo destacam-se: atendimento aos usuários, realização de pesquisas no acervo, conversão de fitas Beta-Cam para DVD (Digital Versatile Disc) e vice-versa, sendo ainda possível a conversão de VHS para DVD. As atividades internas contemplam: edição de fitas para a composição do arquivo permanente, indexação e resumos de vídeos e catalogação descritiva dos materiais. O setor, que tem como objetivos preservar a memória parlamentar através de vídeos e apoiar as atividades jornalísticas da TV Assembleia, é vinculado à Gerência de Edição que, por sua vez, está ligada à Gerência-Geral de TV (GTV) e à Diretoria de Rádio e Televisão (DTV) que, finalmente, une-se à Diretoria-Geral da Mesa da Assembleia, conforme se pode observar no organograma que se segue (FIG. 1). O Arquivo possui cinco funcionários e conta com um bibliotecário e duas estagiárias da área de Biblioteconomia para o tratamento arquivístico dos materiais. Figura 1: Organograma da Assembleia Legislativa Fonte: Site ALMG, 2011. 18 19 4 OS MÉTODOS DE ANÁLISE UTILIZADOS A pesquisa, de âmbito quantitativo-qualitativo, ocorreu no período de janeiro a fevereiro de 2011, abrangendo 42 pessoas no universo de pesquisa. Sobre as abordagens quantitativa e qualitativa, cabe uma breve explanação: A primeira tem como campo de práticas e objetivos trazer à luz dados, indicadores e tendências observáveis. Deve ser utilizada para abarcar, do ponto de vista social, grandes aglomerados de dados, de conjuntos demográficos, por exemplo, classificando-os e tornando-os inteligíveis através de variáveis. A segunda adequa-se a aprofundar a complexidade de fenômenos, fatos e processos particulares e específicos de grupos mais ou menos delimitados em extensão e capazes de serem abrangidos intensamente. (MINAYO e SANCHES, 1993, p.247). Conforme Moore (2000, p.1), o grupo total de indivíduos, sobre o qual desejamos informações, é chamado população ou universo. Uma amostra é uma parcela da população, que examinamos efetivamente a fim de obter as informações desejadas. Sendo assim, o universo era de 18 profissionais responsáveis por edição de imagens, 13 repórteres e 11 jornalistas produtores, representando os usuários internos do Arquivo da TV Assembleia / MG. Os usuários externos à TV (deputados e personalidades que solicitam cópias de gravações ao arquivo) não foram o foco do trabalho. Do universo de 42 indivíduos, 32 responderam ao questionário, representando, desse modo, uma amostra significativa de 76,19%. A técnica utilizada foi a de amostragem aleatória simples. Tem-se uma rápida explicação abaixo: Uma amostra é composta de tal forma que cada item ou pessoa na população tem a mesma probabilidade de ser incluída. Se a população tem 20 um tamanho N, cada pessoa desta população tem a mesma probabilidade igual a 1/N de entrar na amostra (MOORE, 2000, p.2). Procedeu-se, então, ao início da pesquisa por meio de questionários eletrônicos que foram remetidos aos e-mails dos jornalistas no período de 24 de janeiro de 2011 a 12 de fevereiro do mesmo ano. Os questionários foram compostos por 18 perguntas, sendo 12 fechadas (múltipla escolha) e 6 abertas (discursivas). As questões visavam diagnosticar o perfil dos usuários, bem como os seus hábitos de uso dos documentos arquivísticos audiovisuais. Identificou-se o turno de trabalho dos usuários, sua categoria de atuação (edição, reportagem ou produção), tempo e frequência de uso do Arquivo, atividades realizadas, modo de realizar pesquisas, grau de satisfação em relação ao atendimento, bem como opiniões sobre o setor e sugestões para a melhoria do arquivo. Para esta investigação empregou-se uma ferramenta eletrônica chamada Make Survey1. Trata-se de um website que apresenta gratuitamente ao usuário artifícios para a realização de pesquisas via Internet, desde a fase de coleta de dados até a tabulação e apresentação final dos resultados obtidos através de gráficos e tabelas. 1 O Make Survey fica localizado no endereço: http://www.makesurvey.net 21 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS Dando início ao exame pormenorizado dos dados coletados, podemos visualizar as características dos usuários do Arquivo da TV Assembleia. No primeiro gráfico (GRAF. 1), observa-se que existe um equilíbrio numérico entre os funcionários dos dois turnos de trabalho. Isto implica que deve ser dada igual atenção aos usuários do arquivo tanto no período da manhã quanto no horário noturno. Gráfico 1: Turnos de trabalho na TV Assembleia Fonte: Dados da pesquisa No gráfico seguinte (GRAF. 2), notam-se as categorias a que cada usuário pertence. Percebe-se que há mais editores do que repórteres e produtores. Dois profissionais consideram-se em outra categoria. Um deles define-se como Diretor e editor de imagens, porém não houve especificação do outro entrevistado. 22 Gráfico 2: Categorias de usuários Fonte: Dados da pesquisa No terceiro gráfico (GRAF. 3), percebemos há quanto tempo os usuários utilizam os serviços do Arquivo. Vislumbra-se que a ampla maioria é composta de novatos, fato este que se deve à renovação de profissionais proporcionada pelo último concurso promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Gráfico 3: Tempo de uso do Arquivo Fonte: Dados da pesquisa No gráfico subseqüente (GRAF. 4), a frequência de uso do Arquivo da TV Assembleia é analisada. Fica claro que apenas uma pequena parcela de 28% utiliza o arquivo num intervalo de tempo acima de 15 dias, o que evidencia que o setor possui uma alta frequência. Olhando-se os resultados detalhados, dos 10 indivíduos 23 que responderam acessar o arquivo diariamente, todos são editores. Isto é de fácil explicação, pois os editores precisam cobrir as matérias com imagens de arquivo, fato que ocorre diariamente. As freqüências menores são de produtores e repórteres, que não utilizam o arquivo diariamente pelo fato de lidarem com informações no âmbito de produção e captura de imagens externas. Porém, a atenção deve ser dada a todos os usuários, desde os que utilizam o setor rotineiramente aos que o freqüentam esporadicamente. Gráfico 4: Frequência de uso do Arquivo Fonte: Dados da pesquisa Os números a seguir (GRAF. 5) mostram que a realização de pesquisas é o principal serviço demandado pelo Arquivo. A larga maioria dos entrevistados (91%) declara requerer pesquisas. Isso enfatiza a importância da presença de profissionais capacitados a efetuar pesquisas no setor, bem como para executar o processamento técnico dos materiais, pois são duas tarefas interligadas e indissociáveis. Em segundo lugar de relevância, aparece o pedido de fitas, que é muito comum também, pois uma pesquisa pode exigir duas ou mais fitas de 30 minutos para a edição das matérias relacionadas. 24 Gráfico 5: Atividades realizadas pelos usuários Nota: Opção de mais de uma resposta a esta pergunta Fonte: Dados da pesquisa O resultado que se segue (GRAF. 6) evidencia um hábito prejudicial às relações entre arquivo e usuários. Apenas 41% dos entrevistados utilizam regularmente o formulário específico para a solicitação de pesquisas, ao passo que 41% o utilizam às vezes e 19% não fazem uso deste instrumento. A não utilização do formulário pode ocasionar desvios no resultado da pesquisa ou, até mesmo, a falta de conclusão da mesma. Não raro ocorrem dois pedidos verbais simultâneos, o que certamente prejudica o resultado de um dos dois pedidos. Como o arquivo da TV Assembleia carece de recursos humanos, principalmente nos horários vespertino e noturno, é habitual transformar imediatamente os pedidos verbais em escritos, antes que algo inesperado ocorra, como a chamada de telefone do setor, por exemplo, que pode ser outro pedido de pesquisa. Então, uma vez registrada a pesquisa por escrito, ocorre a garantia de que o pedido não será esquecido e, assim, ocorra a sua conclusão, mesmo que não seja imediata. 25 Gráfico 6: Uso do formulário próprio para pedido de pesquisas Fonte: Dados da pesquisa No sétimo gráfico (GRAF. 7), a questão aborda se os usuários preenchem totalmente a retranca das fitas. A soma do número de respostas “Não” e “Às vezes” resulta num número preocupante (15% dos entrevistados), o que torna o serviço de arquivamento árduo e inexato, podendo prejudicar a recuperação dessas informações no futuro. Gráfico 7: Preenchimento da Retranca das fitas com todos os dados Fonte: Dados da pesquisa Os percentuais a seguir (GRAF. 8) mostram de que modo os usuários costumam realizar pesquisas no Arquivo. Nota-se um equilíbrio entre os 26 entrevistados que utilizam o formulário de pedido de pesquisas e aqueles que preferem fazer o pedido verbalmente. Porém, como a questão permitia marcar mais de uma resposta, esse não é um fator grave, pois o ideal seria, realmente, que o usuário preenchesse o formulário além de explicar verbalmente o seu pedido. Isso ocorre em alguns momentos, mas não em todas as vezes, ocasionando, indubitavelmente, queda na qualidade da pesquisa executada e posterior insatisfação dos usuários com os resultados obtidos. Gráfico 8: Formas de realizar pesquisas no Arquivo Nota: Opção de mais de uma resposta a esta pergunta Fonte: Dados da pesquisa Na pergunta 9 (GRAF. 9), é possível visualizar se os usuários possuem o hábito de detalhar as suas pesquisas. A ampla maioria (69%) relata possuir este costume, enquanto que 31% ainda não desenvolveram este hábito, que seria muito importante para uma correta recuperação de informações e, desse modo, garantir a satisfação desses usuários. Esta pergunta ainda indagava para os que responderam positivamente “Se sim, de que modo?”. Observando-se as respostas, a maioria dos entrevistados mencionou contribuir com datas e assuntos. Isto realmente se vê na prática e é um hábito benévolo para a confecção das pesquisas. O fornecimento de datas cronológicas favorece muito a recuperação de informações arquivísticas. Igualmente os assuntos, mencionados por alguns usuários como palavras-chave 27 são de vital importância no momento de se recuperar a informação desejada. As respostas encontram-se, na íntegra, no anexo II deste trabalho. Gráfico 9: Detalhamento da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa No décimo gráfico (GRAF. 10), observa-se que a maioria dos usuários (97%) está satisfeita com o atendimento oferecido pelos funcionários do Arquivo no que diz respeito à recuperação de informações. Embora nem tudo seja ideal, como foi visto nos gráficos anteriores, o arquivo conta com um bom nível de satisfação de seus usuários. Gráfico 10: Atendimento prestado pelos funcionários do Arquivo Fonte: Dados da pesquisa 28 No gráfico a seguir (GRAF. 11), é possível notar que alguns usuários (22%) não estão satisfeitos com a restrição de acesso ao arquivo. Pode ser que isto se deva ao fato de o setor possuir um balcão de atendimento, inibindo, de certo modo, a entrada dos usuários, além da presença do aviso “Entrada permitida somente aos funcionários do Arquivo”. Não se trata apenas de acesso físico ao Arquivo, mas também de acesso à base de dados para visualizar o que há ou não no acervo. Isso é algo que poderia ser revisto e, assim, possibilitar aos usuários formas mais democráticas e contemporâneas de acesso ao Arquivo. Os pesquisadores de hoje em dia estão habituados ao uso de tecnologias e o arquivista deve estar atento a isso e se adaptar a essas transformações. É o que se pode observar no trecho abaixo: Primeiro, os pesquisadores confiam no uso pelo arquivista de tecnologias como a web e a digitalização de documentos para fornecer-lhes informação. Por sua vez, eles usam outras tecnologias, tais como processadores de texto, base de dados, manipulação de dados e programas de apresentação, publicação eletrônica e ambientes de preservação e distribuição de dados, para produzir, usar e gerenciar a informação que eles adquirem em nossos arquivos. E nós fazemos o mesmo dentro de nossas instituições. Precisamos reconhecer essas mudanças e nos adaptar para lidar com elas (FOX, 2007, p.24). Gráfico 11: Restrição de acesso ao Arquivo Fonte: Dados da pesquisa 29 No próximo gráfico (GRAF. 12), pode-se observar as opiniões com relação ao horário de funcionamento do Arquivo. Um entrevistado relatou descontentamento neste item e outro respondente sugeriu, em questão aberta, a ampliação do horário noturno até as 22 horas, embora a maioria esteja satisfeita. Gráfico 12: Horário de funcionamento do Arquivo Fonte: Dados da pesquisa A próxima questão concedia espaço para que os entrevistados respondessem livremente, relacionando até 3 itens que consideravam positivos e negativos em relação ao arquivo. A maioria mencionou como pontos positivos o bom atendimento, a presteza e a agilidade na realização das pesquisas. Como fatores negativos, foram citados, com certa frequência, o acervo limitado e a falta de uma base de dados disponível a todos os usuários para a realização de pesquisas. Essas opiniões vão de encontro ao que foi observado na questão 11. Alguns comentários, referentes ao turno matutino, demonstram que existe certa insatisfação com relação ao atendimento prestado, talvez por não haver nenhum profissional da área de Arquivologia ou Biblioteconomia durante esse período de trabalho. É válido ressaltar que a presença de um profissional arquivista ou bibliotecário em todos os turnos de trabalho seria de grande importância para a melhoria na qualidade de atendimento aos usuários, uma vez que este profissional é qualificado, durante toda a sua 30 formação acadêmica, para lidar com as mais diversas ferramentas de recuperação da informação, em ambiente tradicional e eletrônico, estando apto a trabalhar com operadores lógicos booleanos, opções de truncamento, dentre outros métodos de busca da informação desejada. Tais comentários encontram-se abaixo e as respostas completas podem ser vistas no Anexo II deste trabalho. Falta mais comprometimento, esforço para achar imagens. Muitas vezes a reposta para um pedido é negativa no primeiro momento, mas logo depois, só com uma "choradinha" é que a imagem é encontrada (Usuário 1). Acho que os funcionários são simpáticos, mas alguns só depois que você os conhece e "ganha" a simpatia deles. Acho que poderiam ser um pouco mais abertos a qualquer um que chegar. Além disso, vez ou outra, solicitamos imagens que não são usadas pelo editor e me parece que os funcionários do Cedoc ficam um pouco irritados (Usuário 2). Os funcionários às vezes não são muito solícitos / têm a cara fechada (Usuário 3). Existe uma grande diferença entre os funcionários do setor com relação ao atendimento, Enquanto alguns se esforçam para ajudar e atender as demandas, outros parecem não compreender que o trabalho que exercem faz parte da qualidade final do trabalho da TV (Usuário 4). A questão 17 indagava se os usuários consideravam que faltava algo ao arquivo para que o setor fosse considerado satisfatório. Neste tópico foram citados: maior refinamento da pesquisa, melhor seleção das imagens para compor o arquivo, maior interação entre editores de imagens e funcionários do arquivo e, novamente, com grande frequência, o apelo para que o sistema de busca de imagens seja de acesso amplo e não apenas uma exclusividade do arquivo. Finalmente, a última questão deixava os entrevistados à vontade para dar sugestões e opiniões relativas ao arquivo. Houve poucas ideias ou propostas, mas pode-se citar: maior completude do arquivo de imagens, aproximação entre jornalistas, cinegrafistas e arquivo por meio de oficina ou supervisão e, por fim, investimento em imagens por meio de intercâmbio com outras emissoras. Em última análise, após a observação dos dados coletados, é oportuno frisar as noções que surgiram com o intuito de aperfeiçoar o atendimento aos usuários. O 31 acesso físico ao arquivo poderia ser ampliado e democratizado, deixando de ser um fator inibidor à presença dos usuários no setor. Outro ponto relevante que se pode salientar é a abertura de acesso à base de dados do arquivo aos usuários, para que estes possam realizar consultas de modo remoto, contribuindo para a prévia confecção das pautas e antecipação das matérias. Isto seria ainda de notória validade para a cooperação entre jornalistas e arquivistas, gerando um melhor diálogo entre estes e maior aproximação profissional. Por último, com relação ao preenchimento incompleto das fichas de identificação das fitas magnéticas (retranca), é preciso conscientizar alguns usuários de que o hábito de preencher todos os campos existentes nesta ficha é essencial para que exista melhor arquivamento dos documentos audiovisuais e, desse modo, uma correta recuperação das informações no futuro. Assim, ajustando esses “ponteiros”, o arquivo poderá prestar melhor atendimento aos seus usuários, rumo à melhor satisfação de suas necessidades. 32 6 CONCLUSÃO A Arquivologia e o Telejornalismo devem caminhar de mãos dadas, como disciplinas parceiras, rumo a boas e corretas práticas arquivísticas e jornalísticas dentro de um Arquivo de televisão. O Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais, como qualquer outro setor audiovisual, apresenta pontos positivos e negativos. Em se tratando de um órgão público, existem muitos obstáculos que devem ser enfrentados, tais como: poucos recursos, baixo incentivo financeiro, espaço reduzido e pouco pessoal. Porém, não cabe aqui entrar nestes meandros. É importante ressaltar que o ambiente profissional em um Arquivo audiovisual deve ser multidisciplinar, principalmente numa época híbrida em que coexistem arquivos tradicionais e eletrônicos. É de extrema importância que o profissional arquivista acompanhe no mesmo ritmo os avanços tecnológicos, questionando e propondo soluções em colaboração com outros profissionais, sejam eles da comunidade de Ciência da Informação, de Administração, de Informática, ou de quaisquer outras áreas que tenham relações com a Arquivística (SANTOS, CHARÃO e FLORES, 2006, p.9). Trabalhar em um Arquivo de materiais audiovisuais é algo fascinante e, ao mesmo tempo, desafiador. O complexo universo televisivo exige trabalho cooperativo e uma boa harmonia entre jornalistas, arquivistas, profissionais de áreas correlatas, tecnologias e linguagens documentárias. Na literatura abaixo, encontrase uma experiência sobre essa relação, em que o autor apresenta e compara as 33 práticas informacionais e as redes noticiosas presentes nos Arquivos da TV Globo e da TV Minas: Ao longo da manhã, outros integrantes do Cedoc nas duas pontas da rede, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, ampliam a equipe e sua diversidade de tarefas e atendimento de demandas. Reportagens especiais, pedidos de emissoras do interior, demandas regulares dos telejornais locais encadeiam-se no ritmo agitado de um conjunto de profissionais divididos em salas, equipamentos, cidades e emissoras diferentes. Vários telejornais depois, com mudança de turnos de trabalho entre profissionais, no período da tarde marcado por ritmos e movimentos contrastados no interior dos Cedocs, enquanto a chefe do Arquivo de Imagem na TV Globo carioca agiliza e distribui as novas solicitações que lhe chegam sem cessar por email, no pique do turno que antecede à transmissão dos telejornais líderes de audiência RJTV 2ª edição e Jornal Nacional, a bibliotecária do Cedoc da TV Globo mineira, já com o material de arquivo preparado para o telejornal MGTV 2ª edição, faz a indexação de reportagens de futebol, mas a bibliotecária indexadora deve parar essa tarefa e atender no balcão ao pedido de um usuário da biblioteca do setor (AFONSO JÚNIOR, 2008, p.4). Conforme se pode ver, a cooperação entre profissionais e a adaptação ao ritmo agitado de uma emissora de televisão são imprescindíveis para o bom andamento das atividades. O problema é ainda mais dramático considerando que os jornalistas de TV trabalham sob pressão de tempo. Precisam encontrar imagens sem qualquer identificação ou, como se diz na ciência da informação, sem ‘indexação’ com precisão, mas sempre ‘para ontem’ (BRASIL, 2005, citado por AFONSO JR, 2008, p.33). Mediante o exposto, uma das conclusões pontuais deste estudo de usuários do Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais, diz respeito a um melhor fluxo de informações dentro da TV e que haja constante sintonia entre os usuários e o Arquivo, para que as necessidades informacionais sejam satisfatoriamente atendidas. Deve haver maior conscientização por parte de alguns usuários no que tange à melhor identificação do conteúdo das fitas enviadas ao Arquivo, por exemplo. Conforme já foi visto na análise dos resultados, esse é um fator muito 34 importante para aumentar o índice de precisão na recuperação das informações arquivísticas. Outros pontos que puderam ser observados durante o exame detalhado dos resultados referem-se ao desenvolvimento do hábito de utilizar o formulário próprio de solicitação de pesquisas ao arquivo e o maior detalhamento da pesquisa pelos usuários. Com efeito, outra particularidade que chamou a atenção foi a alta frequência de opiniões dos usuários relativas à abertura do sistema de pesquisas do arquivo, para que repórteres, produtores e editores de imagens possam visualizar o que há disponível no arquivo a partir de seus próprios computadores, assim como ocorre em arquivos e bibliotecas, que disponibilizam aos seus usuários este modo mais cômodo de consulta aos seus acervos. Assim como diz o ditado latino “vox populi, vox Dei” (FERREIRA, 1995, p.679), a voz do povo é a voz de Deus, o clamor dos usuários de um Arquivo deve ser ouvido e levado plenamente em consideração. Portanto, este trabalho serviu para conhecer melhor o comportamento e as preferências dos usuários do Arquivo da TV Assembleia de Minas Gerais e, através desta noção, será possível melhorar a relação entre o arquivo e os seus usuários, buscando sempre suprir, da melhor forma, a sua satisfação e as suas necessidades informacionais. 35 REFERÊNCIAS AFONSO JUNIOR, Delfim. Imagens de arquivo, cenas desconhecidas: um estudo sobre bibliotecários, jornalistas, rede de relações e práticas informacionais em arquivos de Telejornalismo. 2008. 308f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação, Belo Horizonte, 2008. AFONSO JUNIOR, Delfim. Nas tramas do labirinto: práticas informacionais e rede noticiosa de tv. In: CINFORM – Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa da Informação, 7, 2007, Bahia. Anais... Bahia: Instituto de Ciência da Informação, UFBA, 2007. Disponível em: <http://www.cinform.ufba.br/7cinform/soac/papers/adicionais/DelfimAfonso.pdf> Acesso em: 10 jan 2011. BARRETO, Juliano Serra. Desafios e avanços na recuperação automática da informação audiovisual. Ciência da Informação, v.36, n.3, p.17-28, set./dez. 2007. BRASIL, Antônio Cláudio. A revolução das imagens: uma nova proposta para o telejornalismo na era digital. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2005. BRASIL. Lei 8.977, de 6 de janeiro de 1995. Dispõe sobre o serviço de tv a cabo e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8977.htm>. Acesso em: 5 fev 2011. FERREIRA, Aurélio B. H., Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. FOX, Michael. Por que precisamos de normas. Acervo, Rio de Janeiro, v.20, n.1-2, p.23-30, jan./dez. 2007. JARDIM, José Maria; FONSECA, Maria Odila. Estudos de usuários em arquivos: em busca de um estado da arte. DataGramaZero, v.5, n.5, out./2004. JARDIM, José Maria. O acesso à informação arquivística no Brasil: problemas de acessibilidade e disseminação. In: MESA REDONDA NACIONAL DE ARQUIVOS, 1999, Rio de Janeiro, Cadernos de Textos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999. Disponível em: < 36 http://www.arquivonacional.gov.br/pub/virtual/conferencia%20mesa%20redonda/jose maria.htm>. Acesso em: 15 jan 2011. LAGE, Nilson. Linguagem jornalística. São Paulo: Ática, 1999. MAKE SURVEY. Online survey management system. <http://www.makesurvey.net>. Acesso em: 25 jan 2011. Disponível MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Disponível <http://www.almg.gov.br/index.asp?diretorio=tvalmg&arquivo=tv_historia> em: 14 jan 2011. em: em: Acesso MINAYO, M. C. S.; SANCHES, O. Quantitativo-qualitativo: oposição ou complementaridade? Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, p. 239-262, jul./set., 1993. MOORE, David. A estatística básica e sua prática. Rio de Janeiro: LTC, 2000. PC Magazine Encyclopedia. Disponível em: <http://www.pcmag.com/encyclopedia>. 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( )entre 0 e 5 anos ( )entre 5 e 10 anos ( )entre 10 e 15 anos 5 Qual a sua freqüência de uso do Arquivo? ( ) Todos os dias ( ) 2 a 3 vezes por semana ( ) 1 vez por semana ( ) Quinzenalmente ou mais 6 Marque as principais atividades que você faz quando vai ao Arquivo: 38 ( )Pedido de pesquisa ( )Pedido de cópias ( )Pedido de fitas ( ) Pedido de dvd’s virgens 7 ( )Outra. Favor Especificar:__________________ 8 Você costuma utilizar o formulário próprio para o pedido de pesquisas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes ( )Desconheço a existência de um formulário 9 Você costuma preencher a Retranca das fitas com todos os dados? ( )Sim ( )Não ( )Às vezes ( )Não se aplica ao meu caso 10 De que modo você costuma realizar pesquisas no Arquivo? ( )Através do Formulário de pedido de pesquisas ( )Por e‐mail ( )Por telefone ( )Verbalmente 11 Você costuma detalhar a sua pesquisa? ( ) Sim ( ) Não 12 Se sim, de que modo? 13 Quanto à recuperação da informação, você considera o atendimento prestado pelos funcionários do Arquivo: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Ruim 14 Com relação à restrição de acesso ao Arquivo, você considera este fator: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Ruim 39 15 Sobre o horário de funcionamento do Arquivo, você o considera: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Ruim 16 Para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo Arquivo, relacione até 3 itens que você considera: a) Positivos em relação ao Arquivo b) Negativos em relação ao Arquivo 17 Você acha que falta algo ao Arquivo para que o setor seja considerado satisfatório aos seus usuários? Justifique. ___________________________________________________________________ 18 Existe algum item em relação ao Arquivo, que não foi citado anteriormente, mas que você gostaria de relatar / sugerir? ___________________________________________________________________ 40 ANEXO II – Respostas das questões abertas “Caso você se encontre em outra categoria, favor especificar:” Respondente Resposta A “Diretor e Editor de Imagens”. Quadro 1: Categoria dos entrevistados Fonte: Dados da pesquisa “Caso você realize outra atividade, favor especificar:” Respondente Resposta A “Passar scan anti virus em pen drives para utilização de material selecionado do youtube ou outras fontes da web; armazenamento de fitas da produção e edição de programa TV Escola em andamento”. B “Entrega de fitas com material selecionado para arquivo”. Quadro 2: Atividades realizadas pelos entrevistados Fonte: Dados da pesquisa “Se sim, de que modo?” Respondente Resposta A “Na pressa do dia a dia muitas vezes o pedido é feito verbalmente também, como não havia um item relacionado com as duas formas optei pelo preenchimento do formulário. No que concerne a pesquisa, especificando, lugar, cidade, pessoa, instituição, material, exposição o que puder colaborar para a facilidade em termos de identificação eficaz para o setor”. B “Oferecendo dados complementares, como o dia que foi veiculado o assunto, em qual programa e o nome dos entrevistados”. C “Especificando o máximo de detalhes sobre as imagens que busco”. D “Conversando com os funcionários”. E “Buscando descrever melhor o material de que necessito”. F “Com assunto do VT, data, programa em que foi veiculado”. 41 G “Fornecendo informações sobre imagens que já conheço, datas de reuniões e vt’s”. H “Indicando o tipo de imagens necessárias para a edição do material”. I “Colocando exemplos, palavras-chaves, sinônimos”. J “Informando todas as possibilidades de imagens que me interessam naquela circunstância”. K “Peço especificamente as imagens que preciso ou a reportagem que preciso resgatar”. L “Eu explico qual é o enfoque da matéria, que tipo de material busco e por que. Acredito que essas informações podem ajudar quem vai realizar a pesquisa. Se ele está a par do que vamos fazer pode ficar mais fácil visualizar como este material pode ter sido arquivado”. M “Explicando o objetivo e termos similares ao da busca”. N “Explico para o atendente o objetivo da matéria e do que o texto trata”. O “Se peço imagens de saúde pública, por exemplo, especifico que quero corredor de hospitais, movimentação de postos de saúde, imagens de médicos atendendo e pessoas na fila aguardando atendimento”. P “Assunto, data, nome da comissão”. Q “Verbalmente. Solicito fitas sobre um tema e, se busco algo específico, tento orientar os profissionais do Cedoc. Mas não especifico as imagens que quero na ficha”. R “No ambiente virtual, sistema interno, também faço a pesquisa. Detalho tipos de imagens, datas, escolho que tipo de fitas me agrada mais, baixo uma listagem do que preciso para fazer pré-seleção pela descrição que aparece no ambiente do CEDOC. Gosto muito desta forma. Quando uso outras formas (pessoalmente, por telefone ou pelo formulário) detalho tipo de imagem, data, ênfase para o tipo de assunto que preciso cobrir”. S “Explico que tipo de imagem preciso, a que elas se referem e para qual matéria servirá”. T “Objetivamente. Por exemplo; “Preciso de imagens de pessoas ao telefone fixo!". U “Explico qual é o vt, que tipo de imagem preciso e que imagens similares poderiam servir. Explico se a imagem deve ser histórica ou ter movimento ou ser bem específica”. Quadro 3: Modo de realização das atividades Fonte: Dados da pesquisa 42 “Para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo Arquivo, relacione até 3 itens que você considera Positivos e Negativos em relação ao Arquivo” Respondente Resposta A “Um computador que seja eficaz para que continue o trabalho de forma eficiente, que tenhamos mais possibilidades de armazenamento de produtos! Enfim, o que vocês percebem de necessidades seja colocado a disposição para a continuidade”. B “Positivos: 1- atenção e boa vontade 2- sempre há a presença de um funcionário na sala 3- conhecimento do assunto. Negativos: 1- às vezes, a pesquisa entregue ao usuário não tinha as imagens realmente solicitadas”. C “Positivos: Atendimento Agilidade Integração com toda a TV Como tenho apenas 6 meses de TV, ainda não identifiquei nenhum ponto negativo”. D “Negativos: - Demora no arquivamento de imagens decorrentes de fitas brutas. - Pesquisa que, alguma vezes, não encontra corretamente a imagem ou material a ser buscado. - Desconhecimento do material que se encontra arquivado. Positivos: - Presteza no atendimento”. E “Negativo: a maneira de indexação das matérias, principalmente as mais antigas são confusas e dificultam o trabalho. Positivo:presteza da maioria dos funcionários”. F “Positivos: Bom atendimento Disponibilidade de material”. G “Positivo: O ótimo atendimento, a prestatividade e a simpatia dos funcionários. Negativo: Acho que o acervo externo do Cedoc poderia ser maior”. H “Positivo: Bom atendimento, Negativos: Fitas mascadas. Algumas imagens precisam ser renovadas”. I “Boa organização. Falta de acessibilidade”. J “Itens positivos: - Bom atendimento; - Agilidade. Itens negativos: Acervo limitado; - Ausência de regras claras e de prazos para consulta ao Cedoc; - Falta de divulgação dos canais de comunicação e ferramentas disponibilizados pelo Cedoc. Por exemplo, quase ninguém da redação sabe que é possível consultar dados do acervo pela internet’. K “- As matérias são encontradas com facilidade (positivo) - Os funcionários às vezes não são muito solícitos / têm a cara fechada (negativo) - O sistema de "tags" para encontrar matérias e imagens é eficiente (positivo)”. L “Para um melhor aproveitamento dos arquivos, acho interessante um sistema de busca online para os usuários, assim tanto a equipe da produção quanto os repórteres podem pesquisar as imagens do Cedoc 43 na hora de montar a pauta e redigir os textos. Muitas vezes recorremos ao Cedoc já com os textos fechados, contando com imagens que nem sempre existem”. M “Positivos: o retorno que recebo de quem solicitei a pesquisa (o material foi localizado ou não foi); a prestatividade e atenção das pessoas que costumam me atender. Negativos: o tipo de material arquivado. As vezes precisamos de cenas mais ligadas ao cotidiano e não existe grande disponibilidade desse tipo de material, mas sei que essa situação também está relacionada ao tipo de cobertura realizada pela TV. Acho que para resolver esse problema poderiam ser arquivadas as cenas e detalhes das matérias produzidas. Para isto, o setor poderia trabalhar integrado com a edição que poderia ajudar a identificar o que vale a pena guardar”. N “Melhor indexação das fitas em relação aos assuntos para que eles sejam encontrados com maior facilidade”. O “- Agilidade nas pesquisas, como requer a dinâmica de uma emissora de TV (positivo). - Solicitude dos funcionários (positivo). - Falta de um sistema de acesso a todos os funcionários da TV (ou pelo menos de repórteres, produtores e editores), uma espécie de programa de computador que traria todas as informações indexadas para que qualquer um possa pesquisar (negativo)”. P “1 - Melhor preenchimento das retrancas das fitas (com mais detalhes) 2 - Melhor e/ou maior seleção do que é arquivado”. Q “Positvos: presteza e rapidez no atendimento, organização dos arquivos de programas; Negativo: várias formas de arquivar, dificuldade em pesquisar imagens específicas”. R “- Zelo dos funcionários (positivo); - Posicionamento de fita no ponto (ocasional, mas quando ocorre é positivo)”. S “positivos: empenho dos funcionários; agilidade no serviço negativo: falta de acesso ao acervo por meio eletrônico ( um banco de dados, por exemplo, de acesso a todos os funcionários); poucas imagens disponíveis”. T “atualização de imagens...”. U “+ Prestatividade e Disponibilidade + Agilidade e Rapidez + Conhecimento do Arquivo - Imagens Arquivadas (nem sempre são escolhidos os melhores takes de um vt) - Visão jornalística sobre o material arquivado - Falta de atualização de fitas suporte”. V “Positivos: organização, boa vontade, grande acervo. Negativo: demora (ocasionalmente), falta de mecanismos mais detalhados de pesquisa, formulário de pesquisa poderia ser reformulado”. X “Positivos: agilidade, presteza e organização A aprimorar: - serviço noturno até 22h, nos faz muita falta para quem atua neste horário. disponibilização de arquivos digitais para públicos em geral, através do site, de modo integrado, talvez com o setor de Documentação 44 Institucional ou Biblioteca”. Y “POSITIVOS: - Atenção dos atendentes - Prestatividade – Eficiência; NEGATIVOS: - Horário de funcionamento (deveria ser mais longo, necessário à noite) - Falta de uma ilha específica (e com estrutura, cadeira etc) para repórteres e editores analisarem fitas que foram pesquisadas”. Z “Negativos: - Fitas são entregues fora do ponto / responsáveis pela busca não verificam a imagem antes de concluir a pesquisa / material mal indexado (sem critérios ou com critérios difíceis de entender) Positivos: - pessoal prestativo e rápido / funcionamento até 20h / material organizado e limpo”. Quadro 4: Itens considerados positivos e negativos relacionados ao arquivo Fonte: Dados da pesquisa “Você acha que falta algo ao Arquivo para que o setor seja considerado satisfatório aos seus usuários? Justifique.” Respondente Resposta A “Julgo que o atendimento e a boa vontade de todos os funcionários do Cedoc, para comigo sempre foram ótimas, sempre minhas pesquisas tiveram o empenho e dedicação. O que não me foi atendido sempre aconteceu por deficiência de uma aparelhagem que não supri as necessidades do setor. Muitas pesquisas deixam de obter o sucesso, pelo fato de no passado termos tido muitas limitações, o que acredito, em um breve futuro não acontecerá mais”. B “Imagino que não, pois já o considero totalmente satisfatório, pelo menos nas demandas que já apresentei ao setor”. C “Acredito que falta maior organização nos arquivos e facilidade para as consultas que deveriam ser digitalizadas”. D “Uma boa opção seria que a ferramenta de busca ficasse disponível em outros computadores da TV para agilizar a pesquisa por parte dos usuários e o trabalho dos servidores do cedoc”. E “Como mencionei acima, acho que o Cedoc poderia obter mais imagens de outras emissoras sobre eventos/temas que a ALMG não cobre diariamente mas que, mais cedo ou mais tarde, vão ser abordados em nossos programas e reportagens. Ex: a posse de Dilma. Não cobrimos, mas, por ser um fato nacional de extrema relevância, o Cedoc já poderia se adiantar e pedir isso pra gente. Obs.: Foi só um exemplo, imagino que já tenhamos essas imagens. Dou um segundo exemplo: a posse de Obama ou imagens do próprio Obama. Ou as nevascas no Hemisfério Norte. Enfim, fatos que impactam o Brasil e o mundo, de alguma forma, vão acabar sendo abordados por nós, na TV Assembleia”. 45 F “Falta mais comprometimento, esforço para achar imagens. Muitas vezes a reposta para um pedido é negativa no primeiro momento, mas logo depois, só com uma "choradinha" é que a imagem é encontrada”. G “Como antecipado na questão 16, faltam regras mais claras e prazos mais bem definidos para as solicitações, bem como mais divulgação sobre o funcionamento do setor”. H “Acho que os funcionários são simpáticos, mas alguns só depois que vc os conhece e "ganha" a simpatia deles... Acho que poderiam ser um pouco mais abertos à qualquer um que chegar. Além disso, vez ou outra, solicitamos imagens que não são usadas pelo editor e me parece que os funcionários do cedoc ficam um pouco irritados. Acho que esse diálogo entre cedoc e edição poderia ser mais estreito para evitar esse tipo de problema”. I “Trabalhar integrado com a edição para identificar cenas diferentes do dia a dia da TV e que são necessárias em alguns VT´s produzidos, por exemplo”. J “Um pouco mais de agilidade e/ou experiência dos funcionários para atender aos pedidos com mais rapidez, em certos casos”. K “Sim. Um sistema de indexação de acesso amplo”. L “Seria interessante que o Cedoc estivesse interligado com as ilhas para agilização na transferência de informação/material”. M “Um método de retrancar e indexar os materiais”. N “Refinamento da pesquisa, para aumentar o acerto do pedido com o oferecido - Qualidade no arquivamento da imagens (eliminar trechos ruins e manter nível do áudio)”. O “Aumentar a quantidade de imagens e democratizar o acesso para facilitar o serviço de todos. A criação de um banco de dados onde todos pudessem pesquisar facilitaria o trabalho de toda TV, já que o pauteiro poderia pensar a pauta a partir das imagens existentes. Esse banco também diminuiria a demanda aos funcionários do setor para fazer pesquisas”. P “Poder fazer a requisição de pesquisa pela internet/intranet”. Q “Acho que está faltando a digitalização das imagens, para que possamos folgar mais o Cedoc, porque isso agilizará mais para todos”. R “Falta orientação ou mesmo supervisão de um jornalista em relação ao arquivamento de imagens. Muitas vezes, são arquivados trechos longos de uma mesma tomada ou vários takes que contém movimentos de câmera. Esse tipo de imagem não ajuda a edição e raramente são aproveitados. Por isso, uma oficina com os funcionários do Cedoc ou uma supervisão mais próxima de um jornalista possa ajudar”. S “Falta um método para arquivar material em formato digital. Isso poderia ajudar muito na disponibilização de várias entrevistas, programas e 46 outros documentários especiais na web, ampliando disponibilização do serviço de pesquisa à população e ajudando a TV a cumprir sua função de educar e formar para a cidadania”. T “Talvez se tivéssemos acesso aos arquivos de pesquisa (via intranet), poderíamos agilizar tanto as nossas necessidades quanto ao atendimento”. U “Já é satisfatório. Mas os dois pontos negativos acima poderiam ser aprimorados”. V “Falta maior integração com jornalismo - a clara compreensão da natureza do trabalho jornalístico contribuiria para uma indexação mais eficiente e uma pesquisa com resultados melhores e mais próximos do desejado”. Quadro 5: Grau de satisfação dos usuários com relação aos serviços prestados pelo arquivo Fonte: Dados da pesquisa “Existe algum item em relação ao Arquivo, que não foi citado anteriormente, mas que você gostaria de relatar / sugerir?” Respondente Resposta A “No momento, não”. B “Existe uma grande diferença entre os funcionários do setor com relação ao atendimento. Enquanto alguns se esforçam para ajudar e atender as demandas, outros parecem não compreender que o trabalho que exercem faz parte da qualidade final do trabalho da TV”. C “Não”. D “Vez ou outra, solicitamos imagens que não são usadas pelo editor e me parece que os funcionários do cedoc ficam um pouco irritados. Acho que esse diálogo entre cedoc e edição poderia ser mais estreito para evitar esse tipo de problema. Em alguns casos, acho que isso é inerente ao trabalho do cedoc, algumas imagens não serão utilizadas após a pesquisa e isso é normal”. E “O arquivo de imagens poderia ser mais completo”. F “Não. Acho que foi tudo citado em relação ao Cedoc”. G “Sugestões: a) aproximação jornalistas, cinegrafistas e Cedoc por meio de oficina ou supervisão; b) investimento em imagens por meio de intercâmbio com outras TVs para troca de material; c) atualização constante de fitas suporte, são sempre solicitadas e precisam ter mais variedade de imagens”. H “O Cedoc contém um acervo riquíssimo, com o qual foi possível fazer as séries Cem Anos de Tancredo Neves, Especial Mulheres, Especial 47 Drogas e agora apoiado e muito na edição do TV Escola História Política de Minas Gerais. A forma de organização está muito eficaz, permitindo pesquisas e resultados eficientes, em consequência. Muito bom”. I “Não”. J “Gostaria de sugerir que o programa de busca fosse instalado em várias máquinas da redação e que os jornalistas fossem treinados no uso do programa, permitindo a pesquisa. Isso reduziria a demanda e permitiria aos jornalistas uma melhor compreensão do trabalho do Cedoc”. Quadro 6: Sugestões ao setor de arquivo Fonte: Dados da pesquisa