Análise tecno-tipológica do material lítico, como contribuição para pesquisa arqueológica na região litorânea de Santa Catarina. Rodrigo Pereira Vieira; Deisi Scunderlick Eloy de Farias (orientadora). Projeto PUIC, UNISUL - Campus Tubarão Apresentação • Análise do material lítico dos sítios resgatados do projeto: “Monitoramento, Salvamento, Educação patrimonial e Valorização dos Sítios Arqueológicos Localizados na Área Diretamente Afetada e na área de Influência Direta da rodovia SC-487 – Barra do Camacho/Jaguaruna – SC”. • Neste trabalho, foram escavados oito sítios arqueológicos: Cinco da tradição tecnológica Guarani e três da tradição Sambaqui ; Escavações Figura 1: Sitio Morro bonito II; Figura 2: Perfil da escavação Sítios Guarani • • • • • Morro bonito I; Morro bonito II; Morro Bonito III; Laranjal I; Riacho dos Franciscos; Sítios Sambaqui • Garopaba do sul II • Garopaba do sul III • Garopaba do sul IV Objetivos • Estruturar as informações obtidas através da análise do material lítico, servindo de base para a reconstrução cultural de um ou vários grupos; • Higienizar e catalogar os artefatos líticos; • Classificar, a partir de uma lista de atributos, a tecno-tipologia dos artefatos analisados; • Avaliar as formas básicas e os demais atributos que correspondessem à realidade do material resgatado; • entender a funcionalidade dos sítios pesquisados a partir da reconstituição da trajetória da produção lítica regional. Métodos • A análise do material lítico é um procedimento que visa estruturar as informações obtidas através do material arqueológico, servindo de base para a reconstrução cultural de um ou vários grupos (MILLER JR. 1969, Apud FARIAS, 2005). • Os materiais arqueológicos foram analisados a partir de um pressuposto tecno-tipológico. • A análise foi realizada com base na tipologia relacionada à tecnologia utilizada pelo artesão na produção de seus artefatos. • Para isso, utilizamos uma lista de atributos na qual destacamos as seguintes características: forma básica; tamanho, matéria-prima, estado de preservação, origem da matéria-prima, modificação e localização da modificação. Resultados Laranjal I Forma Basica QTD Lasca Unipolar 91 Lasca bipolar 10 Núcleo 16 Artefato unifacial 0 Artefato bifacial 0 Artefato bruto 19 Artefato polido 8 Pré-forma 3 Termófero 0 Bloco natural 0 Almofariz 0 Matéria Prima QTD Quartzo 32 Calcedônia 175 Sílex Arenito QTD Bigorna 0 Percutor 0 0 101 Arenito silicificado 0 47 Diabásio 5 Detrito 203 Basalto 53 Micro lasca 12 Granito 1 Fragmento de artefato Tipo de artefato bruto Amolador 0 Afiador 33 Sem informação 0 Tipo de artefato polido QTD Lâmina de machado 5 Raspador 0 Amolador 0 Adorno 0 Peso de rede 3 Quebra-coquinho 0 Mão de pilão 0 Almofariz 0 Sem informação 23 Artefatos Guarani Figura 3: Peças líticas tradição Guarani Resultados Garopaba do Sul II QT Forma Básica D Lasca Unipolar 2 Lasca bipolar 1 Núcleo 3 Artefato unifacial 0 Artefato bifacial 0 Artefato bruto 4 Artefato polido 23 Pré-forma 0 Termófero 0 Bloco natural 0 Almofariz 0 Matéria Prima Quartzo QTD 1 Tipo de artefato polido QTD Lâmina de machado 5 Raspador 2 Amolador 0 Adorno 0 Bigorna 0 Peso de rede 0 Percutor 0 Amolador 0 Afiador 4 Sem informação 0 Calcedônia 3 Sílex 1 Arenito 53 Arenito silicificado 0 Quebra-coquinho 1 0 Fragmento de artefato 52 Diabásio 35 Mão de pilão Detrito 12 Basalto 1 Almofariz 0 Micro lasca 0 Granito 2 Sem informação 63 Tipo de artefato bruto QTD Artefatos Sambaqui Figura 4: Peças líticas tradição Sambaqui Conclusões • Apesar de apresentar poucos artefatos líticos, os sítios Morro Bonito I, II, III, Laranjal I, Riacho dos Franciscos I, Garopaba do Sul II, III e IV nos mostram características bastante evidentes da tradição Guarani e Sambaqui, desde a confecção de artefatos até sua localização no ambiente. • As questões levantadas quanto à funcionalidade das peças dos oito sítios podem ser respondidas com analises mais aprofundadas, como a análise de micro-vestígios. • O que com certeza podemos concluir após o término desse trabalho, é o forte potencial das pesquisas arqueológicas na região de Jaguaruna-SC, assim como seu acréscimo para com a construção da história pré-colonial da região. Referências • • • • • • • • • • • • • SCHIMTZ, Pedro Ignácio; BECKER, Ítala Irene Basile; NAUE, Guilherme; JACOBUS, André Luiz. Pré-história do Rio Grande do Sul. Arqueologia do Rio Grande do Sul, Brasil, Documentos, 05. São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisa, 1991. SCHIMTZ, Pedro Ignácio. Paradeiros Guaranis em Osório (Rio grande do Sul). Pesquisas 2: 113-43 Porto Alegre, 1958. FARIAS, Deisi Scunderlick Eloy (org.). Maracajá Pré-história e Arqueologia. Tubarão: Editora UNISUL. 2005 PESTANA, Marlon Borges. A Tradição Tupiguarani na Porção Central da Planície Costeira do Rio Grande do SUL, Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo, 2007 PROUS, André Pierre Poirier. Arqueologia Brasileira. Brasília: Editora UNB, 1992. PROUS, André Pierre Poirier. Apuntes Para Análisis de Industrias Líticas. Fundacion Federico Maciñeira. Ortigueira, 2004. HAMEISTER, Martha Daison et al. 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