Nº 242
Dezembro 2014
16º Anuário Brasileiro
do Setor de Chocolates,
Candies e Biscoitos
sumário
brasil – Balanço geral de 2014
Com o alerta ligado
Indústria redimensiona a oferta de chocolates
e candies em função da desaceleração na
demanda interna
06
Chocolate
Escalando o pódio
Terceiro maior produtor mundial, Brasil
persegue vice-liderança na fabricação
de chocolate
10
candies
15
Crescimento suado
Setor de balas e candies supera fase de
acomodação e luta para manter a demanda
acesa no país
biscoitos
Alta crocância
Melhora na renda e ascensão da
classe C recolocam o setor na
trilha do crescimento
21
canais de venda
Pequenos grandes negócios
Aperfeicoamentos na distribuição sustentam
avanço nas vendas de todas as frentes de
guloseimas
24
28
relação de fabricantes
30
relação de endereços
16º ANUÁRIO BRASILEIRO DO SETOR DE CHOCOLATES, CANDIES E BISCOITOS
Dezembro 2014 – Nº 242 - Ano XXVII
Diretores
Beatriz de Mello Helman
Hélio Helman
Redação
Diretor Hélio Helman
Editor Fabio Fujii
Diretor de Arte Samuel Felix
Assinatura
Keli Oyan
Publicidade
Antonio Canela Barreto
Sergio Antonio da Silva
Jalil Issa Gerjis Jr.
Administração
Diretora Beatriz de Mello Helman
Capa
Shutterstock
DOCE REVISTA é uma publicação mensal da Editora Definição
Ltda. (CNPJ 60.893.617/0001-05) dirigida ao setor doceiro
e a suas redes de atacadistas, distribuidores, varejistas e
supermercados.
Redação, administração e publicidade: rua Itambé, 341
casa 15 - São Paulo-SP - CEP 01239-001
Telefax: (11) 3666.8301
E-mail: [email protected]
Dispensada de emissão de documentação fiscal, conforme Regime Especial - Processo DTR/1, nº 11554/90,
de 10/09/90.
Circulação: Janeiro 2015
Membro da/
Associação Nacional das Editoras
de Publicações Técnicas Dirigidas
e Especializadas.
3
brasil
Um ano de desafios
A
o modernizar seu perfil tecnológico, a indústria brana distribuição até o redimensionamento de preços e custos,
sileira de confectionery e o seu atual modelo de nevisando uma retomada no pulso da demanda doméstica e
gócios hoje se igualam às mais avançadas frentes de
nas vendas. 2015 será, sobretudo, um ano de desafios.
produção e distribuição em todo o mundo. Depois de passar
Quinto país do globo em extensão territorial e sétima ecoincólume pela crise financeira global, que abalou as maionomia mundial, o Brasil adota medidas macroeconômicas inres economias do planeta, o setor desenhou uma trajetória
ternas para assegurar a continuidade do consumo e permitir
de vigoroso crescimento, tanto em chocolates como em
a manutenção dos índices de custos em um mundo pesadacandies e confeitos de amendoim. Nesse período virtuoso,
mente afetado pela crise. Com sistema financeiro sob controaportes significativos de recursos foram
le, a economia brasileira responde por medespejados na atualização e expansão das
tade dos negócios da América do Sul e 3%
fábricas, bem como na instalação de novas
do PIB mundial. Resistente a conjunturas
unidades. Em linha com a preservação dos
adversas, o país promove um conjunto de
fundamentos macroeconômicos do país, a
medidas de estímulo à produção e exportaala nacional de confectionery comemorou
ção, entre as quais têm sido extremamente
no final da última década e início da atual
positivos os incentivos em setores-chave
os balanços que refletiam a crescente pepara a manutenção dos empregos e da denetração no consumo de todas as categomanda interna. A estratégia de incrementar
rias de guloseimas. De 2008 a 2012, a deo consumo interno via expansão do crédito
manda brasileira de chocolates sob todas
e emprego, todavia, tem limitações e, no
as formas avançou 10,8% e o de balas e
caso brasileiro, elas já esgotaram os efeitos
derivados, 3,6%. Também o consumo de
desejados nos dois últimos exercícios. Em
confeitos à base de amendoim assinalou Getulio Ursulino Netto
dia com investimentos nas alas de produalta de 2,6% no período. Essa escalada, no entanto, sofreu
ção, vendas e marketing, o reduto de confectionery travou ao
interrupção, com a tendência de queda na cena de balas e
longo do ano intensa batalha para segurar o avanço sustencandies. O movimento foi seguido pelo segmento de chocotado que baliza as suas incursões tanto no flanco doméstico
late nos últimos dois exercícios. Com crescimento cada vez
como nos balcões do exterior. Com isso, a expectativa é a
mais reduzido e índice de inflação no teto do regime de metas
de, no mínimo, assegurar a 3ª posição na produção mundial
adotado pelo governo, o Brasil vem insistentemente revisande confectionery. Com embarques este ano menos intensos
do para baixo o tamanho de seu PIB. Dessa forma, encerrou
para mais de 140 destinos, o Brasil mantém firme a sua posi2014 em patamar que desafia a posição que ostenta entre as
ção de global trader. Para conferir maior dinamismo ao setor
nações emergentes. Espelho dessa conjuntura, o consumo
nesse campo, a ABICAB assumiu a coordenação de várias
nacional assinalou declínio generalizado nos primeiros nove
iniciativas, entre as quais sobressai o Projeto Big Push Exmeses de 2014, com variação mais amena de -1,0%, na
port, fruto de parceria da entidade com a Apex-Brasil (Agênala de chocolates; um pouco mais acentuada, de -4,9%, na
cia Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
de confeitos de amendoim e, bastante intensa no reduto de
Além de promover os programas de incentivo às exportações,
balas e derivados, que cravou queda de -13,0% no período.
através do seu projeto Sweet Brasil, a parceria contribui com
Essas performances, evidentemente, fizeram soar o alarme
ações para o aprimoramento da oferta de produtos de maior
nos campos da indústria e do trade, promovendo ajustes em
valor agregado, assegurando a permanência do setor nos tridiversas frentes, desde providências na composição do mix e
lhos do avanço sustentado.
Getulio Ursulino Netto
Presidente da ABICAB – Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados.
4
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
brasil
Com o alerta ligado
Indústria redimensiona a oferta de chocolates e candies
em função da desaceleração na demanda interna
E
m queda nos últimos três exercícios, o desenvolvimento econômico do Brasil contagiou o desempenho da
indústria brasileira de chocolates, biscoitos e confeitos (confectionery), ativando o alerta na produção. Apesar
do esforço para segurar metas de crescimento, o setor foi
conduzido a um redimensionamento da oferta em função de
uma demanda menos intensa, acentuando uma desaceleração geral constatada ao longo de 2014. Persistentemente
recalculado para baixo, o PIB (Produto Interno Bruto) seguiu
o viés que marcou o decorrer do ano anterior, embora segmentos pontuais tenham alcançado e mantido projeção. A
performance do setor nacional de confectionery, entretanto,
não conseguiu driblar essa sinalização. A agitação prevista
da Copa do Mundo, realizada em junho no país, e a demanda
do segundo semestre, quando tradicionalmente revertem-se as perdas acumuladas, também não foram suficientes
para virar o jogo. Apesar da expectativa gerada, as eleições
majoritárias de outubro também em quase nada contribuíram para mudar o quadro. O consumo viabilizado pela me-
6
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
lhora no padrão das classes de baixo poder aquisitivo, foco
da política econômica implementada há mais de 10 anos,
continua sendo o principal combustível da demanda de chocolates e candies.
Promovida ao longo das últimas duas décadas, a melhoria na renda da população ocorreu em paralelo à revitalização empreendida na atividade do setor de confectionery no
Brasil. Dezenas de milhões de consumidores ingressaram no
mercado e o salto dessa demanda – em especial no Norte
e Nordeste do país, áreas de concentração da população de
baixa renda – redimensionou perspectivas de crescimento do setor (ver à pág. 8). Ao mesmo tempo, as mudanças
nos hábitos de consumo desse público ascendente foram
realinhadas a um perfil agora predominante no cenário doméstico. Além de uma renovação em todas as frentes de
guloseimas, a formação de uma classe consumidora ampliada consolidou o fim da estagnação verificada em períodos
anteriores.
Com fatia em torno de 10% do PIB nacional, a indús-
tria de alimentos é a última a sentir efeitos de retrações.
Segundo a Abia – Associação Brasileira das Indústrias da
Alimentação, o setor acusou recuperação suave no primeiro
semestre de 2014. A Pesquisa Conjuntural da entidade apurou que o faturamento total cresceu 0,99%, decorrente de
alta de 1,05% na produção física das indústrias. O resultado
foi aquém dos números alcançados no mesmo período de
2013, quando as vendas cravaram alta de 3,32% e a produção cresceu 2,10%. Para o restante do ano, considerando o cenário positivo para commodities como suco, carne e
café , a expectativa era de avanço nas exportações. Depois
de um exercício excepcional em 2011, o setor de alimentos
passa por um processo de acomodação, refletindo o cenário
econômico nacional, com 80% da produção voltada para o
mercado doméstico, observa a entidade.
As empresas nacionais iniciaram 2014 com perspectiva
promissora para o ano. Projeções da safra agrícola, do preço
das commodities e a manutenção da renda da população
reforçaram essa expectativa. Apesar do primeiro semestre
ameno, a Abia estimava um crescimento mais expressivo
em 2014. Em 2013, a indústria brasileira de alimentos – incluso o setor de confectionery – cresceu 3,16% em volume e 4,26% em vendas reais. A alta superou o PIB do país,
que ficou em 2,3%. Foi um índice levemente menor que em
2012, mas refletiu a acomodação atual, após a recuperação
ocorrida em 2010.
Já percebida em anos anteriores, o descolamento entre
varejo e indústria vem sendo mantido desde 2013, indicando
que os estímulos dados pelo governo foram mais eficientes
para ampliar o movimento do balcão varejista em desestímulo à produção industrial. Enquanto o primeiro encerrou
o exercício com algum crescimento acumulado, a produção
do setor de transformação vem sinalizando queda. O avanço
das importações explica em parte a discrepância entre consumo e produção industrial. Mas ganharam relevância, em
2013 e 2014, tanto a piora na cena internacional, que minou
o desempenho das exportações, como o peso dos estoques.
Desde 2005, as vendas do varejo acumulam alta de 76%
enquanto a produção cresceu apenas 8%.
Acompanhando esse cenário, o crescimento das vendas
no setor supermercadista em 2013, de 5,36% sobre 2012,
foi o melhor resultado desde 2009, quando o avanço ficou
em 5,51%, ressalta a Abras – Associação Brasileira de Supermercados. Pelas expectativas da entidade, o faturamento
deveria crescer 1,9% em 2014. Mas com o avanço acumulado de 1,48% até julho, a previsão foi revisada para uma elevação de 3%, com faturamento previsto de R$ 288,6 bilhões.
Para 2015, a entidade estima que haja elevação de 2,5%.
Copa do Mundo no Brasil apostas da indústria de chocolates
e candies no futebol.
Embora a confiança do empresário supermercadista na
economia se mantenha no menor patamar desde 1999, a
Abras mantém a perspectiva de crescimento do setor acima
do PIB, mesmo com os rumores de dificuldades econômicas
previstas para 2015. Além do cenário indicar manutenção
de uma taxa de desemprego estável, outro fator levado em
conta pela entidade é a perspectiva da manutenção do crescimento do salário mínimo.
Já o comércio varejista do país cresceu 3,7% em 2014,
estima a Serasa Experian. A expansão foi a menor para o
setor nos últimos 11 anos. Em 2013, o comércio teve aumento de 5,2% em suas atividades. Segundo a consultoria,
os setores com melhores resultados foram supermercados,
alimentos (inclusos candies) e bebidas – com alta de 3,9%, e
vestuário e calçados (crescimento de 3,4%). O fraco desempenho do comércio no último ano foi causado pela alta nos
juros e na inflação, especialmente na primeira metade do
ano. A queda da confiança dos consumidores e o endividamento das famílias também contribuíram para o resultado,
analisa a consultoria.
Palco da Copa do Mundo de 2014, o Brasil polarizou em
junho as atenções de todo o planeta. Internamente, a agitação em torno do certame já suscitava estimativa de alto giro
de guloseimas e candies com o direcionamento da oferta
para itens licenciados ou apenas alusivos ao evento. Com
investimento de R$ 200 milhões, a Chocolates Garoto saiu na
frente credenciando a marca como representante do chocolate e do sorvete oficiais da competição. Foi o maior aporte
já feito na área de marketing pela empresa, estimados pelo
mercado entre R$ 8 e R$ 16 milhões. Controlada do grupo
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
7
brasil
Nestlé, a Garoto herdou a cota que era da grife Nescau, também do grupo suíço. Os fãs da marca e do futebol brasileiro
puderam provar o chocolate oficial da Copa do Mundo já a
partir de novembro de 2013, quando a novidade emplacou
nos pontos de venda (PDV) do país.
A Copa do Mundo certamente gerou oportunidades para
chocolates e candies. O Brasil recepcionou em torno de 1
milhão de turistas estrangeiros, vindos de 202 países, durante o certame e projeções dão conta de que eles gastaram
US$ 2,6 bilhões. Cerca de três milhões de brasileiros, que
acompanharam o evento, despenderam US$ 7,9 bilhões,
calcula o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Estima-se que, só com a Copa, a economia do país totalize um
incremento de R$ 183 bilhões até 2019.
Outras empresas do setor de candies bancaram apostas no tema do campeonato, a exemplo das brasileiras Dori,
Santa Rita, Florestal e Boavistense. Conhecida pela linha de
candy toys sofisticados, a DTC adaptou os seus principais
itens, como o ventilador, rebatizado de Ventila Gol, para abocanhar o consumo na Copa. Embora o uso do logo do evento
seja restrito aos patrocinadores oficiais, as oportunidades
incluíram o uso de símbolos patrióticos por outras marcas.
Além de embalagens alusivas às cores da bandeira nacional,
produtos cobertos com as cores verde e amarela e do uniforme da seleção enfeitaram as prateleiras durante o período
dos jogos. •
Avanço chinês
A
foto do Nordeste brasileiro hoje reproduz o ideograma chinês da oportunidade. Desde 2002, o
Produto Interno Bruto (PIB) regional não registra queda e avança a taxas maiores que o Brasil em praticamente todo o período. A participação no PIB brasileiro passou de 13% em 2002 para 13,5% em 2010.
Os investimentos captados nos últimos cinco anos e
projetados até 2015 somam cerca de R$ 125 bilhões.
Instantâneos da realidade nordestina captados pelo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e
Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada indicam que a região ainda tem grandes desafios. Entre os
mais prementes, sobressaem manter os altos índices
de crescimento econômico, equacionar os gargalos
logísticos, melhorar os indicadores sociais e aumentar a oferta e a qualidade dos serviços públicos. Mas
há também muitas oportunidades. Diversas empresas
do setor dos mais variados portes iniciaram na última
8
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
década uma corrida aos estados nordestinos. A lista
inclui nomes como Mars, Nestlé, Arcor, PepsiCo e Mondelez, entre as organizações de maior envergadura do
setor de alimentos e confectionery. Elas atraíram os
holofotes e puxaram um cordão engrossado por concorrentes mais intermediários. Tida como a China brasileira, a região exibe um consumo ascendente que foi
turbinado pelo fortalecimento da renda e do efetivo de
consumidores da classe C. Entre os setores mais beneficiados por esses aportes despontam naturalmente
alimentos e bebidas. No rastro dessa efervescência,
expande-se a cadeia do consumo, refletida em magazines, shoppings centers e redes de supermercados.
Dessa forma, presencia-se cada vez mais o corte da
fita inaugural de projetos como o da segunda planta
de confeitos da Docile, da fabricante de refrescos em
pó Casadoce e da grife de bebidas e candies General
Brands, entre outros em gestação.
CHOCOLATE
Escalando o pódio
Terceiro maior produtor mundial, Brasil persegue
vice-liderança na fabricação de chocolate
A
indústria brasileira de confeitos (confectionery) persegue com firmeza o propósito de ocupar a vice-liderança dos dez maiores mercados mundiais do setor
até 2016. Enquanto a taxa média de crescimento global se
mantém em 2% ao ano, o Brasil registra índice de 3,6%,
capta a consultoria Euromonitor International, que assina a
projeção. Na ala de chocolates, o país ocupa a terceira posição no ranking global, atrás somente dos Estados Unidos
e Alemanha, repassa a ABICAB – Associação Brasileira da
Indústria de Cacau, Chocolate, Amendoim, Balas e Derivados.
Segundo a entidade, ao ultrapassar a França, em meados da
última década e, mais recentemente, o Reino Unido, o Brasil
ascendeu ao terceiro lugar, revigorando um cenário que no
passado já foi marcado pela estagnação. Por mais de dez
anos o país se manteve na quinta colocação, com produção
e consumo de chocolate estabilizados. Desde 2007, o setor
mantém a atual colocação de destaque no ranking global,
deixando para trás as indústrias francesas, italianas, suíças
e dos países baixos, tidos como ilhas de excelência na fa10
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
bricação de chocolate. Com produção anual na faixa de 780
mil toneladas (t), na média dos últimos quatro anos (inclusos
achocolatados em pó), o setor fechou 2013 com 800 mil t,
volume que assinala queda de 0,3% sobre o ano anterior.
A tendência baixista continuou e, no período de janeiro a
setembro de 2014, cravou novo decréscimo de 2% em comparação a idêntico período de 2013 (ver quadros à pág. 12).
Bem servido em variedades do tipo ao leite, exageradamente doces, o mercado brasileiro de chocolates vem ganhando nos últimos anos produtos reconhecidos pelo status
de chocolate fino. Para se enquadrar nesse conceito, eles
reúnem maior concentração de sólidos de cacau, ingredientes como a manteiga de cacau de alta pureza e passam por
torra e processamento de nível superior às variantes convencionais. A produção dessa matéria-prima essencial, no
entanto, ainda é pequena, em torno de 1% da produção nacional. O chocolate premium acabado, no entanto, já ocupa
em torno de 5% da produção nacional, com faturamento de
cerca de 18% do setor, informa a ABICAB. Enquadrado entre
os filões de maior crescimento da indústria chocolateira, as
marcas premium exibem produção estimada entre 30 a 40
mil toneladas anuais e crescimento médio em torno de 20%
ao ano. Com R$ 2,4 bilhões em vendas em 2014, a ABICAB
projeta faturamento de R$ 2,5 bilhões para 2015.
Domada ao longo das últimas duas décadas, a estabilidade econômica conferiu maior poder de compra às camadas de baixa renda, conduzindo o mercado brasileiro a uma
faixa que hoje supera 100 milhões de consumidores. O país
se transformou dessa forma em foco dos investimentos internacionais, sendo chocolates, biscoitos, snacks e candies
as opções de maior destaque no menu de guloseimas. Pelos
dados oficiais a produção brasileira de chocolates sob todas
com a importação na faixa de 14,6 mil t, na média dos últimos 5 anos.
As exportações, por sua vez, mantiveram-se estabilizadas ao longo da década passada, em faixa entre 20 mil t e
30 mil t na média, reagindo há seis anos com embarques na
faixa de 40 mil t. Com o estímulo abalado pela valorização
do real, as exportações, declinantes desde 2007, já haviam
despencado para 30 mil t em 2013 e projeções da ABICAB
indicam que elas devem se manter em declínio em 2014,
com queda de 1,3%, de janeiro a setembro último.
Dentro da categoria de chocolate, um dos filões mais disputados no país é o de bombons do tipo bola (11%) que, somados a outras variedades como as caixas sortidas (35%),
Segmento Premium filão já ocupa 5% da produção nacional e cresce 20% ao ano.
Lindt primeira loja no Brasil via joint-venture com o Grupo CRM.
as formas (coberturas em barra, tabletes, bombons, confeitos, achocolatados em pó, ovos e figuras de Páscoa), que
rondava a faixa de 200 mil t no início da década de 1990,
alcançou volume acima de 300 mil t na virada do milênio e,
desde 2004, se sustenta em faixa superior a 400-500 mil t.
Pelos registros da ABICAB, no período de 1992 a 2000,
o consumo aparente de chocolate saltou de 169 mil t para
313 mil t, com picos acima de 300 mil t desde 1996, porém
caindo para 298 mil t em 2001 e 2003. Desde 2006, a demanda vem se mantendo em patamar superior a 400-500
mil t, batendo em 732 mil t em 2010 e 817 mil t, em 2011.
A abertura comercial do país, turbinada pela valorização da
moeda, logo após a estabilização da economia, fez com que
as importações de chocolate galopassem. De menos de 500
t, em 1992, elas saltaram para patamar próximo de 20 mil
t nos exercícios finais da década. Mas a desvalorização do
real em 1999 e a flutuação para cima do real fizeram com
que o desembarque antes crescente de chocolate fosse contido. Esse movimento voltou a tomar pulso, a partir de 2010,
abocanha 46% da demanda total da categoria. Os tabletes
(30%) e linhas de impulso como snacks do tipo bite size
(15%) e candy bars (6%) vêm em seguida, com mais da metade da preferência dos consumidores, cabendo os restantes 3% a confeitos de formatos diversos e coberturas. Fora
do chamado consumo continuado, que ocorre durante todo
o ano, a demanda de chocolate pode aumentar em até 2030% entre maio e setembro, por conta dos meses mais frios
no Brasil. Em março e abril, período de comemoração da
Páscoa, ela explode, inflando entre 80% e 90% em relação
às épocas de giro mais baixo. Para cobrir essa demanda, a
indústria reserva uma enorme gama de ovos e figuras de
chocolate. (ver à pág.14) Pelos indicadores da ABICAB, o
volume da Páscoa saltou de cerca de 8 mil t na década de
1990 para aproximadamente 17.000 t em 2000, avançando
para algo em torno de 18 mil t em 2013, volume repetido
na data em 2014 e equivalente a 80 milhões de ovos de
chocolate, representando um movimento acima de R$ 800
milhões, na ponta do varejo. Além da cobertura de empresas
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
11
CHOCOLATE
2008-2013 CHOCOLATE
a linha jovem Hello. O preço médio
dos produtos é semelhante ao da
Kopenhagen.
Também em março, a grife italiana Ferrero anunciou investimento de R$ 200 milhões na ampliação
de sua fábrica em Poços de Caldas
(MG). Segundo a empresa, esse é
o maior aporte feito no país, desde
a inauguração da unidade há 20
anos, e a maior injeção de recursos programada para este ano em
suas subsidiárias pelo mundo. O
investimento vai permitir à empresa produzir os chocolates Kinder,
deixando de importá-los da Itália,
além da pastilha Tic-Tac, também
prevista para iniciar a produção no país.
Próximo ao limite de sua capacidade desde meados da
década passada, o setor chocolateiro vinha bombando até
2012. As mudanças em curso nos hábitos de consumo, com
os conceitos de saúde e bem-estar em pauta na preferência
do consumidor, certamente pesaram na construção desse
quadro. Mas desde 2013, no entanto, a demanda sinaliza ter
atingido algum grau de saturação. A agitação em torno da
produção, venda e consumo de chocolate no Brasil não tem
precedentes em toda trajetória dessa categoria de alimento.
Em suporte a essa onda, também se multiplicam eventos
como workshops, congressos e feiras. Entre os exemplos, foi
promovido na Bahia, estado que produz 70% do cacau plantado no país, o 6.º Festival Internacional de Chocolate, evento
realizado em julho de 2014 na cidade de Ilhéus. Programada
para setembro em Gramado (RS), a Feira Brasileira do Mercado de Chocolate (Febrachoco), cuja segunda montagem
PRODUÇÃO, CONSUMO APARENTE, EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO (INCLUINDO ACHOCOLATADO EM PÓ) EM VOLUME (MIL TONS)
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
2008
2009
2010
2011
2012
Produção
590
605
732
817
802
Consumo Aparente
560
580
712
798
787
Exportação
39
34
33
33
32
Importação
9
10
13
14
16
Fonte: UHY Moreira - Auditores | Elaborado pelo setor de economia e estatística ABICAB-SICAB
Variação
2013/12
800
-0,3%
790
-0,3%
30
-4,8%
20
20,1%
Obs. Os dados anteriores foram revisados de acordo com a nova metodologia adotada.
de vários portes, um contingente de fabricantes artesanais
de pequeno porte totalizam algo em torno de 4-5 mil t de
especialidades em chocolate destinadas à comemoração.
Na faixa de 2,83 quilos por habitante/ano, o consumo per
capita atual de chocolates também é considerado baixo e
acusa uma variação bastante acentuada conforme a região
do país. Chega a oscilar de 0,5 a 1,27 quilo nas áreas mais
quentes, como o Norte e Nordeste, a 4,52-5,75 quilos no
Sul e Sudeste, que concentram os maiores centros consumidores.
Estimulada por esse consumo ainda muito aquém do seu
potencial, a indústria nacional investe pesado em tecnologia
e expansão de capacidade. Operações internacionais também assediam o mercado doméstico. Assim, os holofotes
foram direcionados no início de 2014 para a joint-venture do
Grupo CRM, detentor das marcas Kopenhagen e Chocolates
Brasil Cacau, com a suíça Lindt. Depois de anos sondando o
mercado brasileiro, via parceria com a importadora Aurora, a
marca de chocolate premium decidiu investir em uma rede
de lojas no país. Como previsto, a primeira unidade foi aberta
em julho no Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo. A
princípio, os pontos de venda (PDVs) serão próprios, mas o
grupo tem planos para, no futuro, promover uma expansão
por meio de franquias. Segundo o Grupo CRM, os espaços
da marca têm um portfólio mais abrangente, de cerca de
200 produtos, todos também importados. Além de itens já
conhecidos dos brasileiros, como as trufas Lindor e os tabletes Lindt, são ofertadas opções para presente, pralinés e
12
2013
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
2013-2014* PARCIAL - CHOCOLATE
(EXCLUINDO ACHOCOLATADOS) PRODUÇÃO,
CONSUMO APARENTE, EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
EM VOLUME (MIL TONS)
400
300
200
100
0
2013*
2014*
Variação
2014/13
Produção
392
384
-2,0%
Consumo Aparente
382
378
Exportação
23,2
22,9
-1,3%
Importação
13,3
16,8
26,6%
* Período de janeiro a setembro
Fonte: Associados - Auditados por UHY Moreira - Elaboração ABICAB
-1,0%
Chocolate produção anual brasileira na faixa de 780 mil toneladas,
nos últimos quatro anos.
aconteceu em 2012, ganhou sua terceira edição, dedicada
a uma agenda de negócios para todos os segmentos do
chocolate, abrindo rodadas entre empresários, expositores
e visitantes.
Mesmo com a estabilidade acentuada nos últimos dois
anos, a indústria brasileira de chocolate segue bancando
investimentos como o do grupo gaúcho Vonpar. Ele expandiu sua atuação de mais de 60 anos no segmento de bebidas, ingressando há dois anos no filão alimentício. O mais
recente desdobramento dessa empreitada incluiu investimento de R$ 160 milhões para integração das operações
e expansão da linha de chocolates da Neugebauer, a mais
antiga indústria de chocolate do país e uma das mais tradicionais do Brasil.
Posicionada entre os principais supridores de cobertura
(chocolate industrial) do país, a Harald também investe um
total de R$ 30 milhões para expandir sua atuação no mercado premium. O projeto inclui a instalação de uma segunda
unidade, que está sendo construída em São João da Boa
Vista (SP), com inauguração prevista para 2015. Sediada
em Santana de Parnaíba (SP), a empresa opera no filão de
coberturas com a marca Melken, fornecida a indústrias de
alimentos, padarias, confeitarias e sorveterias. Ao inserir a
grife Unique, que consumiu dois anos de pesquisas, a Harald
ingressou no chamado mercado premium ou de chocolate
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
13
CHOCOLATE
fino. Em 2013, a empresa investiu R$ 20 milhões em equipamentos para aumento de capacidade e lançamentos. Outros
R$ 10 milhões vêm sendo direcionados a gastos em marketing e recursos humanos.
Em outubro, o grupo belga Puratos, com atuação nos
segmentos de panificação, confeitaria e chocolateria, deu o
pontapé para a instalação de uma nova unidade, próxima de
sua sede, em Guarulhos (SP), destinada exclusivamente à
produção de chocolate premium. Com investimento em tor-
no de R$ 60 milhões, grande parte dos recursos se destina
à aquisição de linhas de máquinas para consolidar no país
a herança e o domínio belga no processo de fabricação do
chocolate. A planta é o maior investimento do grupo atualmente no mundo e vai produzir as marcas internacionais
Chocolanté e Carat e também as marcas nacionais Vito e
Norcau. O volume previsto para a fase inicial é de cerca de
15 mil toneladas/ano, e o planejamento contempla ampliações a partir de 2018. •
Tradição mantida
Páscoa volumes estabilizados, com descolamento da produção das
vendas no varejo.
U
ma das datas mais esperadas pela indústria nacional de chocolate, a Páscoa manteve até recentemente a tradição de bater a cada edição os próprios
recordes na produção de ovos e figuras de chocolate.
Nos dois últimos anos, no entanto, os volumes vêm se
mantendo em patamar estabilizado, sinalizando um
descolamento da produção nas fábricas das vendas
na ponta do varejo. Essas, por sua vez, nunca deixaram de registrar altas expressivas, a exemplo da
campanha de 2013, quando o avanço nas gôndolas
do autosserviço, canal por excelência da ala chocolateira, ficou entre 7% e 8%, mostram os dados oficiais do setor. Apesar de ser o ponto alto das vendas
da indústria nacional de chocolates, a Páscoa nem
sempre atinge as expectativas do setor. Foi assim em
14
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
2014, quando mais uma vez o giro de ovos e figuras de chocolate mantiveram estabilidade, com viés
de baixa em alguns balcões e perfis de negócios. As
vendas a prazo no período, por exemplo, cresceram
2,55% em relação a campanha de 2013, capta a
CNDL – Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.
Longe de ser animador, o resultado foi o mais fraco
dos últimos cinco anos e refletiu o baixo crescimento
da atividade econômica brasileira. De certa forma já
era esperado pelos comerciantes, que projetavam o
pior crescimento dos últimos cinco anos, em torno de
3,5%. A variação abaixo desse patamar, no entanto,
veio aquém do esperado e frustrou ainda mais o setor
dos lojistas.
Símbolo de tradição na comemoração da Páscoa,
o ovo de chocolate é uma das iguarias mais apreciadas pelos brasileiros e, em especial, pelas mulheres e
crianças. Essa foi uma das informações captadas em
recente estudo encomendado pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim,
Balas e Derivados (ABICAB) ao instituto de pesquisas
Ibope. O levantamento apurou que 75% da população
apreciam o consumo regular de chocolate, enquanto
que 35% alegaram não substituir o produto por nenhum alimento ou bebida. O Brasil é o terceiro maior
mercado de chocolates do mundo, atrás dos EUA e
Alemanha, e caminha rapidamente para assumir a
segunda posição até 2016, uma vez que, na avaliação da ABICAB, o consumo per capita de chocolates
no país vem crescendo consideravelmente.
CANDIES
Crescimento suado
Setor de balas e candies supera fase de acomodação
e luta para manter a demanda acesa no país
E
mbora a acomodação no setor brasileiro de balas e
candies em geral tenha sido superada desde meados
da década passada, o declínio na demanda vem se
acentuando nos últimos anos. O cenário ao longo dos anos
2000 mostra as indústrias do segmento conseguindo superar gargalos nas vendas domésticas, com investimentos
na modernização do parque industrial e apostas em linhas
de maior valor agregado. Essa mudança se materializou em
itens de qualidade reconhecida pelo consumidor e custos e
preços em ponto de equilíbrio, conduzindo a uma recomposição das margens do setor. Enquanto os volumes foram
paulatinamente diminuindo o ritmo, a receita desenhou trajetória inversa.
Tanto do ponto de vista do produto em si como da comunicação de marcas, a inovação é hoje em dia o principal
catalisador dos projetos de expansão nas fábricas, desenvolvimentos e marketing. É assim que a indústria de candies,
como balas, drops, pirulitos, chicles de bola, gomas de mascar e caramelos, entre outras variantes, conseguiu sobre-
pujar a estagnação dominante no passado. No momento as
empresas ainda buscam sacudir a estabilidade nas vendas
domésticas, com modernização e linhas de melhor relação
qualidade/preço. Essa transformação pode ser conferida inclusive nos itens com boas margens tanto para a indústria
como para o trade. Com os investimentos feitos em expansões e desenvolvimentos, os últimos quatro anos fecharam
com produção acima de 400 mil toneladas (t) de candies,
repassa a ABICAB – Associação Brasileira da Indústria de Cacau, Chocolate, Amendoim, Balas e Derivados, evidenciando o
lado sustentável do crescimento.
Consideradas commodities e paulatinamente abandonadas pelo consumidor, a produção de linhas básicas conduziu
o setor a um beco cuja única saída era mudar radicalmente.
Com um consumo per capita local considerado baixo e a
indústria acomodada a uma demanda cativa, essa virada
só vingou a partir de meados da última década. Encurralado pelo acirramento na disputa interna e exposição a itens
globais, o setor partiu em busca de outros mercados com
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
15
CANDIES
2008-2013 BALAS, CONFEITOS, GOMAS DE MASCAR E DERIVADOS
PRODUÇÃO, CONSUMO APARENTE, EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO EM VOLUME (MIL TONS)
500
400
300
200
100
0
2008
2009
2010
2011
2012
Produção
369
359
430
471
440
Consumo Aparente
369
365
339
389
369
Exportação
115
103
97
90
79
Importação
7
6
6
8
9
Fonte: UHY Moreira - Auditores | Elaborado pelo setor de economia e estatística ABICAB-SICAB
2013
Variação
2013/12
443
0,7%
375
1,5%
76
-3,3%
8
-2,8%
Obs. Os dados anteriores foram revisados de acordo com a nova metodologia adotada.
portfólio renovado e a competitividade afiada por insumos
fartos e câmbio, a princípio, favorável. Nesse início, as balas e candies brasileiros emplacaram como novidade e, por
conta de trunfos como disponibilidade de açúcar a preços
16
baixos – ao contrário do que se
verifica hoje –, os embarques para
o exterior ganharam músculos.
De 2001 a 2004, as exportações saltaram de 90 mil t para 153
mil t, pico que a partir de 2005 entrou em declínio, estabilizando na
faixa de 120 mil t. Com a imagem
de fonte de itens populares, o país
conseguia emplacar vendas em
balcões de países da África, América do Sul e Central, com preços
atraentes. Mas já há alguns anos
o setor trabalha no sentido de
agregar mais valor a linhas básicas e vem conseguindo mudar
essa imagem, como indicam os
resultados obtidos em participações recentes em feiras de
negócios internacionais. Apesar da queda em volumes, os
embarques se mantiveram em valores e, em alguns casos,
até renderam superávit, com o reajuste das tabelas aos pou-
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
2013-2014* PARCIAL - BALAS E CONFEITOS
PRODUÇÃO, CONSUMO APARENTE, EXPORTAÇÃO
E IMPORTAÇÃO EM VOLUME (MIL TONS)
400
300
200
100
0
Variação
2014/13
2013*
2014*
Produção
377
333
-11,6%
Consumo Aparente
321
279
-13,0%
Exportação
63,7
61,7
-3,2%
Importação
7,2
7,2
0,6%
* Período de janeiro a outubro
Fonte: Associados - Auditados por UHY Moreira - Elaboração ABICAB
cos assimilado pelos compradores.
A produção na faixa de 460 mil t há cerca de nove anos
levou o Brasil a ocupar a vice-liderança mundial do segmento de balas e confeitos de açúcar. Embora hoje se posicione
na terceira colocação, atrás dos Estados Unidos e Alemanha,
permanece à frente de pesos-pesados do setor como o Reino Unido, Japão, Espanha e França.
Integrante do IOCCC – International Office of Cocoa, Cho-
colate and Sugar Confectionery e do conselho da ICA – International Confectionery Association, a ABICAB congrega os
sindicatos que atuam regionalmente, representando 92% do
mercado de chocolates, 93% do universo dos fabricantes
de balas e confeitos. Desde 2001, ela incorpora a categoria
amendoim, com representatividade de 62% desse segmento
no país. Já a produção de amendoim acusou alta de 4,9%
em 2013, fixando-se no patamar de 192 mil t, volume equivalente a vendas acima de R$ 1,5 bilhão no varejo brasileiro.
Apesar dos resultados positivos registrados nos últimos três
anos, o setor amargou queda de 4,4% de janeiro a setembro
de 2014, em relação a idêntico período do exercício anterior,
constata a ABICAB.
Produzindo em torno de 350 mil t no início dos anos
1990, o reduto de balas e candies acusou salto superior a
30% no final daquela década, patamar esse mantido até
2010, quando ultrapassou a barreira das 400 mil t, fechando
o balanço da ABICAB de 2011 com 471 mil t de produtos.
Projeções da entidade indicavam que, em decorrência da
manutenção dos investimentos em capacidade, desenvolvimentos e inovações, 2012 deveria se manter nesse mes-
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
17
Foto: Docile.
CANDIES
Balas e candies produção acima de 400 mil toneladas/ano, mesmo com
freio nas vendas.
18
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
mo patamar, com o setor dando continuidade à trajetória
de crescimento. A previsão, no entanto, não vingou, com a
indústria amargando queda de 6,7%. A recuperação veio em
2013, com a produção assinalando alta suave de 0,7%. Mas
ao invés de seguir a tendência para cima, o filão de balas
e derivados acusou recaída, cravando queda de 11,6% no
período de janeiro a setembro de 2014, capta a ABICAB (ver
quadros às págs.16 e 17).
Depois de ultrapassar a barreira das 300.000 t, a partir de
1994, a produção manteve os volumes nessa faixa até 2009.
O salto coincide com alta generalizada no consumo bancada
pela estabilização da economia. Da mesma forma, o consumo aparente que partiu de 305 mil t em 1992, bateu em 400
mil t cravadas na virada para 2000, com picos acima dessa
faixa em 1995, 1996 e 1998, declinando nos anos seguintes.
Já as exportações largaram no começo da década de 1990
com 46 mil t, alcançando a marca de 85 mil t em 1993. Depois de cair nos anos seguintes, despencando para 27 mil t
em 1998, os embarques reagiram, mantendo-se acima das
100 mil t de 2003 até 2009. Novamente em declínio em função do câmbio desfavorável, fecharam 2013 com 76 mil t,
assinalando queda de 3,3% em comparação aos embarques
do período anterior. A persistir essa tendência, a ABICAB estima que no balanço de 2014 as exportações mantenham o
ritmo de queda que, de janeiro a setembro, foi de -3,2%. As
importações, por sua vez, que não ultrapassavam 700 t em
1992, saltaram para 20 mil t em 1995, exibindo o pico de 37
mil t no ano seguinte. Elas, entretanto, foram declinando a
partir de 1999, com o inibidor ajuste cambial, sendo mantidas em 5 mil t, nos balanços até 2007, avançando a partir daí
para a faixa de 6-7 mil t. Em 2013, os volumes caíram cerca
de mil toneladas, registrando queda de 2,8% em relação ao
ano anterior. No período de janeiro a setembro de 2014, elas
se mantiveram estáveis com variação positiva de 0,6%.
Com a imagem de supridora de
confeitos populares, o país conseguia despejar produtos apenas em
países de consumo incipiente e
instável, com preços aviltadamente negociados. Ao agregar valor às
linhas de balas e candies o setor
conseguiu mudar essa imagem,
como indicam os resultados obtidos em participações recentes em
feiras de negócios internacionais.
Os aprimoramentos no conceito e imagem dos produtos refletiram diretamente na cena doméstica, ganhando maior impulsão com
o crescimento da demanda puxada Consumo índice per capita baixo viabiliza apostas para expansão do setor de candies.
pelas classes de baixa renda, por
faziam parte do consumo entraram na lista, quando essa
sua vez capitalizadas pelo crédito farto e incremento no
massa teve seu poder de compra aumentado.
salário mínimo. Apesar do consumo em segmentos como o
Distante do seu potencial, o consumo per capita de balas
de balas, confeitos e derivados ser predominantemente por
e confeitos de açúcar no Brasil evoluiu de 1,5 quilo por habiimpulso, o ganho de poder aquisitivo de uma fatia maior da
tante/ano, no início da década passada, para 2-2,5 quilos, na
população afetou a intenção de compra. Itens que antes não
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
19
CANDIES
média dos últimos anos, cravando 2,01 quilos na atualidade.
A exemplo da demanda de chocolate, ele também varia bastante conforme a região do país. Pelas sondagens oficiais no
varejo, parte de 0,50-0,95 quilo no Nordeste, alcança 2-3
quilos em alguns pontos do Sudeste e cai para menos de
dois quilos em outras regiões. Esses índices, no entanto, são
considerados baixos e demonstram que as vendas de candies ainda contam com muito espaço para avançar.
Relatório da Euromonitor International sobre o setor brasileiro de balas e derivados indica que o varejo doméstico
saltou de um faturamento de US$ 3,176 bilhão há cinco anos
para US$ 4,209 bilhões em 2013. Com base nesses dados,
a consultoria estima que esse mercado continue crescendo
nos próximos anos, totalizando vendas estimadas em US$
5,230 bilhões em 2018. Atualmente a demanda de itens sofisticados tem sido abastecida tanto por linhas fabricadas no
Brasil como trazidas do exterior. As importações, por sinal,
cresceram 40% em volume no período mais crítico da virada
no segmento, entre 2007 e 2011, capta a consultoria Mintel.
Nesse mesmo período, o desembarque em valores triplicou,
assinalando mudanças no comportamento do consumidor,
que está comprando produtos de maior desembolso. Cerca
Internacionalização receptividade em feiras no exterior confirma a qualidade de
candies do Brasil.
de R$ 10 milhões em balas e derivados foram internados no
Brasil em 2007, sendo que, em 2011, essa receita bateu em
R$ 30 milhões. O preço médio por quilo da categoria também
cresceu 23% nesse mesmo período, saltando de R$ 33,00
para R$ 44,00. Apenas para comparação, os dados da Mintel
revelam que a categoria de chocolate seguiu a tendência
com 20% de valorização (de R$ 22,00 a R$ 26,00 o quilo),
contra mais de 28% de aumento no preço por quilo da ala
de biscoitos, que passou de R$ 7,00, em 2007, para R$ 9,00
em 2011. Estudo da consultoria observa que os brasileiros
estão mais abertos a experiências com sabores e produtos,
especialmente os consumidores da faixa de 16 a 24 anos.
De fato, 76% dos brasileiros desse grupo etário afirmam que
gostam de provar as inovações em balas, apura a Mintel. Por
outro lado, a gangorra dos preços dos insumos abre margem
para a indústria inovar na reformulação de produtos, envolvendo o desenvolvimento de itens com mais apelo ao sabor
e outros diferenciais, pois há grande receptividade por parte
dos consumidores para adquirir essas novidades. •
20
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
BISCOITOS
Alta crocância
Melhora na renda e ascensão da classe C
recolocam o setor na trilha do crescimento
A
inda distante de todo seu potencial, o consumo per
capita de biscoitos no Brasil pulou, ao longo da última
década, de 3,8 quilos/habitante/ano para os atuais
6,3 quilos. No varejo da categoria, o comportamento dos
últimos anos demonstra que o mercado de biscoitos acusa
crescimento satisfatório, tanto em valores como em volume, mas vem emitindo sinais de retenção no consumo e
queda no preço médio unitário, face ao avanço de novas
marcas e forte concorrência em preços. Foi a melhora na
renda e ascensão da classe C que produziram um efeito
quase generalizado no consumo da categoria. Com maior
poder aquisitivo, esse contingente passou a comprar mais e
melhor, gerando em certos setores o fenômeno da premiunização. É assim que a indústria de biscoitos justifica a projeção de crescimento de 3% na produção e de 5% a 7% no
faturamento para 2014. Embora a indústria em geral deva
enfrentar uma leve queda, o segmento cresce por conta da
demanda de produtos de maior valor agregado, tendência
que deve se manter no próximo exercício.
Em 2013, a oferta nacional de biscoitos assinalou avanço de 1,7% em relação ao período anterior, totalizando
1,271 milhão de toneladas, captam as planilhas da Abimapi
– Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas
Alimentícias e Pão & Bolo Industrializados. Além da migração
do consumo para produtos de maior valor agregado, houve
também a pressão dos custos sobre os produtos, a exemplo
da farinha de trigo. Considerando que esse insumo representa aproximadamente 40% da composição dos biscoitos
em termos de matéria-prima, o governo baixou em junho
a alíquota de importação para o trigo. A medida ajudou a
conter as altas de preço da farinha em um momento em
que a Argentina, principal fornecedor do Brasil, reduziu os
volumes embarcados. Já o volume consumido em 2013
movimentou vendas na faixa de R$ 7,91 bilhões, repassa a
Abimapi, cravando alta de 12,7%.
Estabilizada na faixa de um milhão de toneladas produzidas nos últimos dez anos, a indústria nacional de biscoitos sobressai na vice-liderança mundial da categoria, atrás
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
21
BISCOITOS
apenas dos EUA, que despejam em torno
de 1,5 milhão de toneladas anuais, dimenEvolução do varejo
siona a Abimapi. Formada em setembro de
2014, a entidade reúne as indústrias ante
ANO
VALOR (em milhões US$)
riormente associadas à Anib – Associação
2008
6.011,4
Nacional da Indústria de Biscoito e à Abima
2012
7.154,5
– Associação Brasileira da Indústria de Massas Alimentícias e Pão & Bolo Industrializa2013
8.478,4
do. A nova associação nasce com 82 asso2018*
11.240,1
ciados, que detêm cerca de 80% de share
do mercado. Juntos os setores faturam R$
(*) Estimativa.
Fonte: © Euromonitor International Ltd 2014.
20 bilhões ao ano com a produção de três
milhões de toneladas de produtos, equivaos 20 de maior porte respondem por 70% do faturamenlente a um terço do consumo do volume nacional de farinha
to geral da categoria. A produção brasileira, no entanto, é
de trigo, além de serem responsáveis por mais de 100 mil
movimentada por cerca de 870 indústrias, sendo mais da
empregos diretos. Na ala de biscoitos, a instituição aglutina
metade desse total estabelecida na região Sudeste, o maior
os principais fabricantes nacionais de biscoitos, sendo que
e mais importante centro consumidor do país.
Conforme projeção da consultoria Euromonitor International, as vendas no varejo da categoria em 2013 alcançaram US$ 8,4 bilhões, cravando a surpreendente alta
de 16,5% frente ao resultado anterior. Pelas projeções da
consultoria o varejo de biscoitos deve movimentar volumes
na faixa de 1,2 milhão de toneladas nos próximos anos,
atingindo a receita de US$ 11,2 bilhões no fechamento de
2018 (ver quadro acima). Pelas planilhas da empresa de
inteligência Mintel, que também audita o varejo de biscoitos, o gasto per capita do brasileiro em 2013 foi de US$
22,96, patamar que vem sendo mantido nos últimos cinco
anos, com exceção de 2011 (US$ 28,10). Pelas previsões da
consultoria, o índice deve cair para US$ 21,69 no presente
exercício e para US$ 21,87 no próximo ano, retomando a
faixa de US$ 22,49 em 2016.
Recheados modalidade campeã da preferência no consumo nacional da categoria.
Mudanças recentes na economia e no perfil dos con-
22
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
Biscoitos crescimento de 3% em 2014 puxado pela demanda de produtos
premium.
sumidores brasileiros estimularam mexidas importantes
em várias categorias alimentícias. Na de biscoitos, esse
dinamismo catalisou processos de “trade up”, aumento
de qualidade e diversificação de produtos, elementos que
juntos impactaram nos preços médios da categoria, mais
do que em mercados maduros como EUA e Reino Unido,
observa o estudo Biscoitos Doces e Salgados – Brasil 2013
da Mintel. De acordo com o relatório, o atual momento do
setor alimentício no Brasil propicia o aproveitamento da
alta de preços para investimentos em inovação e melhoria
da qualidade. A ideia é convencer o público de que vale a
pena pagar por esses itens de consumo. Dados da pesquisa
com consumidores indicam o óbvio: as classes A e B são
as que mais procuram as marcas premium, mas no geral a
penetração é bastante pequena. Segundo a Mintel, o preço
médio da categoria de biscoitos aumentou 37% nos últimos
cinco anos, escalada maior do que em países como México, Reino Unido e EUA. Essa elevação nas tabelas refletiu
em melhorias na categoria, mas não em premiunização e,
conclui o relatório, a penetração de marcas premium ainda
é bastante baixa. Mas a impressão de estar consumindo um
biscoito premium, com preço mais em conta, pode explicar
a manutenção da demanda geral na categoria.
Em comparação com outros segmentos indulgentes, o
aumento dos preços dos biscoitos não está na contramão
do mercado. Apesar de ter um preço médio inferior ao das
categorias de chocolates, balas e candies, o avanço da
cotação dos biscoitos foi superior, indicando que possivelmente absorveu maiores influências dos custos de produção e o salto na qualidade pode também ter sido mais sig-
nificativo. Na comparação com outros mercados, o aumento
do preço médio dos biscoitos brasileiros surpreende, uma
vez que supera os ajustes no Reino Unido, México e Estados
Unidos, mercados nos quais a categoria se encontra mais
consolidada.
Ao analisar os tipos de produtos comprados pelos brasileiros, constata-se uma penetração satisfatória das subcategorias que são normalmente mais caras. As reconhecidamente premium, como os cookies, figuram nas últimas
posições de compra. Mas as variantes que tradicionalmente
têm preço mais elevado, como wafers e recheados, exibem
boa penetração. Para biscoitos doces, a demanda de recheados é bastante alta, principalmente a da versão chocolate.
Considerados de alto valor agregado os wafers possuem
uma formulação complexa, pois reúnem aspectos como
crocância, sabor da massa, consistência do recheio, sabor
do recheio, entre outros, nos quais os fabricantes têm que
se esmerar para conseguir um produto de qualidade. Nesse
sentido, mais do que a experiência de uma nova subcategoria premium, os consumidores brasileiros ainda demandam
uma maior agregação de qualidade e sabor às subcategorias de biscoitos doces já existentes. •
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
23
CANAIS DE VENDA
Pequenos grandes negócios
Aperfeicoamentos na distribuição sustentam avanço
nas vendas de todas as frentes de guloseimas
E
m permanente evolução, a distribuição de chocolates,
biscoitos e candies (confectionery) sinaliza avanços
significativos nos canais predominantes. Até recentemente, maiores volumes de chocolates, a exemplo de tabletes e bombons, seguiam quase que exclusivamente para as
redes de autosserviço, conveniência e lojas de descontos. As
variantes de candies (balas, caramelos, gomas de mascar,
pastilhas e pirulitos), por sua vez, eram despejadas no balcão do atacado para suprimento do varejo tradicional (bares
e padarias). Mas a multiplicação de canais e especialização
do comércio atacadista, hoje consolidado no formato de atacado distribuidor, vêm transfigurando os balcões de oferta
do setor de confectionery. A grosso modo, em torno de 60%
das vendas de balas e confeitos derivados seguem para atacadistas e distribuidores, enquanto os restantes 40% são
escoados pelos supermercados. No caso de chocolates, biscoitos e snacks a proporção é invertida, com a maior parcela
a cargo do autosserviço e a menor fatia indo para o atacado.
Cada vez mais capilarizada, a estrutura hoje engloba tanto as
24
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
redes de super e hipermercados, atacarejos (formato misto
de atacado e autosserviço) e cadeias de lojas de vizinhança,
como pequenos e médios depósitos de doces, mercearias,
lojas de conveniência e espaços temáticos, além de bares,
cafés, padarias, bonbonnières, bancas de jornal, revistarias
e até locadoras e farmácias.
Puxada pela onda das redes de chocolaterias, que ainda
pipocam no comércio brasileiro de doces, fornecedores e
atacadistas vêm aderindo ao formato das franquias de lojas
temáticas, ligadas a marcas de fabricantes, ou de balcões
varejistas especializados em doces. Descontado o desafio
de integrar essa diversificada e intrincada teia, a indústria
de guloseimas depende como nunca da força de vendas e
distribuição. Esse efetivo é vital para abastecer uma parcela do comércio de doces, que exige entrega e atendimento
diretos. As equipes são necessárias para dar atendimento
a pedidos mais pujantes (key accounts), cabendo aos atacadistas e distribuidores a missão de cobrir os balcões de
varejo dos mais variados portes.
Apesar de guloseimas como chocolates, candies e snacks venham cada vez mais encorpando a lista de compras
do supermercado de grande parte da população, o varejo
tradicional ainda figura como principal canal de distribuição do setor. Desdobramento recente dessa modalidade,
os pontos de venda (PDVs) especializados, no entanto, vêm
tomando as rédeas do giro de confeitos com expansão explosiva em grandes centros urbanos como São Paulo, maior
polo de consumo do país. Esse modelo de loja, que viceja
principalmente em zonas de grande circulação nos bairros
mais centrais, se diferencia pela área de venda de pequenas
dimensões (50 a 100 metros quadrados). De acordo com o
Sincovaga – Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo, os PDVs especializados em
doces são microempresas (MEs) e/ou microempreendedores
individuais (MEIs), que vêm crescendo significativamente,
destacando-se as MEIs pela possibilidade de formalização
de atividades comerciais exercidas por pessoas físicas de
modo informal. Nos registros do Sincovaga, cuja cobertura
abrange São Paulo e quase 400 outros municípios, estão
cadastradas 4.730 empresas. Desse total 625 estão enquadradas como MEIs e 2.950 são microempresas. Outras 567
são empresas individuais e 587 correspondem a operações
limitadas e empresas de pequeno porte (EPPs).
O Sebrae-SP – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas confirma que essa ala de varejo vem apresentando um surto de crescimento nos últimos anos, especialmente em São Paulo. De acordo com a entidade, isso
se deve ao aquecimento da economia, à maior distribuição
de renda, à chegada de uma nova classe consumidora, do
crédito facilitado e dos incentivos legais para a formalização
de empreendedores. Cada negócio tem seu grau de complexidade diferenciado, e deve observar as condições de
mercado e de legislação para poder operar com segurança.
A simples venda de alimentos em embalagens industrializadas, a exemplo de confeitos doces, requer uma operação
diferente da venda de alimentos para consumo no local, que
é mais complexa. Embora os trâmites legais para a abertura
de pequenos negócios ainda deixem a desejar no país, a burocracia avançou muito nos últimos tempos, originando essa
multiplicação de pontos comerciais dos quais o pequeno
varejo especializado de candies é um dos campeões da preferência. Segundo os registros do Sebrae, existem no país
379.317 micro e pequenas empresas (MPEs) de serviços de
alimentação e o estado de São Paulo abocanha 37% das
MPEs do segmento no Brasil. O número de MPEs do setor de
alimentação, no qual estão incluídas essas lojas de doces,
cresce a uma taxa líquida de 3,8% ao ano, ou seja, a cada
ano, o número total de empresas nessa atividade aumenta
quase 4%.
Conforme projeção inicial da Abras – Associação Brasileira de Supermercados, o setor fecharia o balanço de 2014
com crescimento de 1,9%. Até o mês de julho, repassa a entidade, o resultado acumulado exibia avanço de 1,48%. Em
função dessa sinalização, a previsão para 2014 foi revisada
e deve alcançar uma elevação de 3%, ainda assim menor
que a do exercício anterior, de 5,36%. Para 2015, a entidade
estima que haja elevação de 2,5%. Além da perspectiva de
manutenção de uma taxa de desemprego estável, outro fator levado em conta pela Abras para estimar o crescimento
positivo, mas menor em 2015, é a perspectiva do reajuste de
Atacado nove anos seguidos com fatia acima de 50% do abastecimento nacional.
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
25
CANAIS DE VENDA
Supermercado crescimento pula de 1,9% para 3% no balanço de 2014.
8,8% no salário mínimo. Com base na evolução dos preços
em 35 categorias de produtos de grande consumo como alimentos (guloseimas inclusas), bebidas e itens de higiene e
limpeza, a previsão para 2014 era de um reajuste de 6,17%,
contra 6,27% do IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, utilizado para medir a inflação nos alimentos. Até
julho, o indicador de preços mostrava resultado acumulado
de 4,29% no ano e de 11,4% nos últimos 12 meses. Em
2013, o índice medido pela Abras variou 5,43%, abaixo do
IPCA do ano, que foi de 5,91%.
O setor atacadista, por sua vez, comemora mais uma vez
resultados positivos, com a manutenção dos sucessivos aumentos no faturamento dos últimos anos. O ranking anual
divulgado pela Abad – Associação Brasileira de Atacadistas
e Distribuidores, com as maiores empresas atacadistas do
país, apontou os resultados do segmento em 2014 (base
2013), com destaque para um crescimento real de 4,4% –
resultado 2,1% superior ao PIB nacional, de 2,3% – e 10,6%
em termos nominais, atingindo faturamento de R$ 197,3 bilhões. Com isso, os agentes de distribuição respondem por
uma fatia de 52% do mercado mercearil nacional, que foi de
R$ 379,4 bilhões no ano passado. É o nono ano consecutivo
em que a participação do segmento nesse mercado permanece superior a 50%. O mercado mercearil compreende pro26
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
dutos de uso comum das famílias, como alimentos, bebidas,
limpeza, higiene e cuidados pessoais.
Segundo a consultoria Nielsen, parceira da Abad na
elaboração do ranking nacional do setor, 95% dos supermercados pequenos (de um a quatro checkouts) e 40% dos
supermercados médios (de cinco a 19 checkouts) são abastecidos por empresas atacadistas distribuidoras. O pequeno
e o médio varejo são os que mais atendem os consumidores
das classes C, D e E, cujo fortalecimento do poder de compra
vem mudando o perfil do comércio no país.
A análise dos números do ranking Abad/Nielsen 2014 sugere o crescimento mais acentuado dos atacados pequenos
e médios, acompanhando a evolução dos supermercados da
mesma categoria nas cidades de médio porte no interior dos
estados mais desenvolvidos e no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Com isso, se consolida uma tendência de regionalização do crescimento que vem sendo uma constante
nos últimos anos.
A Abad observa que o canal atacadista cresce de forma
consistente, acima da inflação e acompanhando a movimentação do mercado consumidor. Vale destacar a concretização das expectativas do setor, uma vez que 83% dos que
previam aumentar seu faturamento no ano passado conseguiram concretizar a previsão.
Para 2014, mesmo com os sinais de desaceleração econômica que se acentuaram ao longo do ano, a perspectiva
ainda é otimista, não apenas em relação ao faturamento.
Também no que se refere à rentabilidade, a expectativa atingiu seu maior patamar desde 2008. Para a Abad, o portfólio
do setor – que inclui produtos de consumo essencial como
alimentos e itens de cuidados pessoais e limpeza doméstica – e as recentes desonerações bancadas pelo governo
contribuíram para essa expectativa positiva.
A consequência direta desse otimismo são os investimentos planejados para 2015, em especial nos itens área
de armazenagem, tecnologia de gestão, sistemas de informação e TI e aquisição de frota própria. De acordo com a
pesquisa do ranking, 59% afirmam que farão investimentos
em área de armazenagem; 49,6%, em novos formatos de
negócio; 27%, em e-commerce; e 74,6%, em sistemas de
informação (TI).
Em relação ao formato dos canais de vendas de doces,
os distribuidores especializados do setor praticamente baniram o antigo modelo de atacado de balcão, privilegiando
de forma agressiva o sistema de autosserviço inspirado nos
hipermercados, mais particularmente em seu conceito de
exposição de mercadorias por seções. Com o auxílio desse
tipo de estrutura, atacadistas doceiros conquistam clientes
Franquias sistema com tendência de alta na indústria e atacados doceiros.
finais, normalmente famílias com crianças, além de atender
o crescente número de autônomos que produzem doces e
quitutes caseiros como forma de incrementar o orçamento
doméstico. Além de bares, lanchonetes, padarias (com o típi-
co front end de exposição de candies) e cantinas escolares,
o atacado especializado tem incorporado à sua lista de clientela variantes de formato misto, como minilojas doceiras e
mercadinhos/rotisserias anexos a restaurantes. •
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
27
Relação de Fabricantes
Cacau em pó alcalinizado
Campestre Distribuidora
Harald
Mavalério
Cacau em pó natural
Genebra Chocolates
Coberturas
Bel Chocolates
Chocolates Garoto
Chocolates Roma
Efebê Alimentos
Gobeche Chocolates
Harald
Jazam
Mavalério
VaBene Alimentos
Manteiga de cacau
natural desodorizada
Harald
Massa ou liquor de cacau
Harald
Gobeche Chocolates
Balas, caramelos
e confeitos
Bala de goma ou goma
Aladim Alimentos
All Alimentos
Boavistense
Docile
DTC
Efebê Alimentos
Fini Guloseimas
Florestal
Riclan
Bala diet
All Alimentos
Balas Tram’s
Boavistense
Florestal
Hué Alimentos
Imperial
Santa Helena
Bala dura
Aladim Alimentos
Balas Santa Rita
Balas Soberana
Balas Tram’s
Boavistense
Cory
Doces Guimarães
Dori Alimentos
Florestal
Imperial
Parati
Peccin
Riclan
Vonpar Alimentos
Bala light
All Alimentos
Doce Amor
Riclan
28
Bala mastigável
Aladim Alimentos
Balas Santa Rita
Balas Soberana
Boavistense
Cory
Doces Guimarães
Florestal
Imperial
Oliveira
Peccin
Riclan
Santa Helena
Vonpar Alimentos
Bala recheada
Balas Santa Rita
Balas Tram’s
Boavistense
Cory
Florestal
Peccin
Riclan
Vonpar Alimentos
Caramelo mastigável
Balas Santa Rita
Boavistense
Florestal
Hué Alimentos
Imperial
Parati
Peccin
Riclan
Vonpar Alimentos
Caramelo recheado
Boavistense
Florestal
Imperial
Riclan
Confeitos
Boavistense
Efebê Alimentos
Florestal
Harald
Imperial
Jazam
Malavério
Riclan
VaBene Alimentos
Creme de amendoim
Efebê Alimentos
Santa Helena
Crocante
Doces Guimarães
Efebê Alimentos
VaBene Alimentos
Drageados
Boavistense
Docile
Efebê Alimentos
Florestal
Genebra Chocolates
Malavério
Peccin
Riclan
VaBene Alimentos
Germani Alimentos
ValeBel Distribuidora
Village
Drops
Boavistense
Cory
Docile
Florestal
Peccin
Riclan
Vonpar Alimentos
Cobertos
Arco-Íris
Cory
Germani Alimentos
Parati
ValeBel Distribuidora
Fondant
Doces Guimarães
Santa Helena
Jellies
Aladim Alimentos
All Alimentos
Danilla Foods
Docile
Fini Guloseimas
Parati
Riclan
Marshmallow
All Alimentos
Balas Soberana
Bel Chocolates
Boavistense
Doces Guimarães
Docile
Fini Guloseimas
Florestal
Marvi
Pastilhas
Chocolates Garoto
Docile
DTC
Genebra Chocolates
Riclan
Pirulito
Aladim Alimentos
All Alimentos
Balas Santa Rita
Boavistense
Danilla Foods
Florestal
Genebra Chocolates
Peccin
Riclan
Vonpar Alimentos
Toffee
Balas Santa Rita
Florestal
Imperial
Peccin
Riclan
Vonpar Alimentos
Biscoitos e bolachas
Amanteigados
Alimentos Dallas
Biscoitos Dunga
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
Cookies
Arco-Íris
Doces Guimarães
Germani Alimentos
Hué Alimentos
Parati
ValeBel Distribuidora
Doces
Alimentos Dallas
Arco-Íris
Biscoitos Dunga
Doces Guimarães
Germani Alimentos
Parati
Pão de Mel
Arco-Íris
Cory
Doce Pecado Chocolates
Genebra Chocolates
Germani Alimentos
Hué Alimentos
ValeBel Distribuidora
Village
Polvilho
Arco-Íris
Cassini
ValeBel Distribuidora
Recheados
Alimentos Dallas
Arco-Íris
Bel Chocolates
Biscoitos Dunga
Campestre Distribuidora
Germani Alimentos
Parati
ValeBel Distribuidora
Salgados
Alimentos Dallas
Biscoitos Dunga
Campestre Distribuidora
Germani Alimentos
Parati
ValeBel Distribuidora
Waffer
Alimentos Dallas
Biscoitos Dunga
Campestre Distribuidora
Germani Alimentos
Parati
ValeBel Distribuidora
Village
Bombons
Com bebida
alcoólica (whisky,
aguardente etc...)
Doce Pecado Chocolates
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Com crispis de arroz
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Village
Vonpar Alimentos
Com crocante
Chocolates Garoto
Doce Pecado Chocolates
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Village
Com frutas
Chocolates Garoto
Doce Pecado Chocolates
Frutabella
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Com frutas ao licor
Doce Pecado Chocolates
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Village
Com licor
Doce Pecado Chocolates
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Top Cau
Com sementes
oleaginosas
Chocolates Garoto
Doce Pecado Chocolates
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
De chocolate
Campestre Distribuidora
Chocolates Garoto
Doce Pecado Chocolates
Dori Alimentos
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Imperial
Top Cau
Village
Vonpar Alimentos
De chocolate branco
Bel Chocolates
Campestre Distribuidora
Chocolates Garoto
Doce Pecado Chocolates
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Peccin
Vonpar Alimentos
Diet
Campestre Distribuidora
Doce Amor
Doce Pecado Chocolates
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Gianduia
Doce Pecado Chocolates
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
VaBene Alimentos
Vonpar Alimentos
Nougatine / Torrone
Chocolates Garoto
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Praliné
Doce Pecado Chocolates
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Recheado
Campestre Distribuidora
Chocolates Garoto
Doce Pecado Chocolates
Dori
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Vonpar Alimentos
Cereais
Cereais em barra
Bel Chocolates
Campestre Distribuidora
Parati
Riclan
Cereais Matinais
Campestre Distribuidora
Germani Alimentos
Parati
Riclan
Light
Campestre Distribuidora
Germani Alimentos
Parati
Chicles e gomas
de mascar
Chicle
Aladim Alimentos
All Alimentos
Balas Tram’s
Boavistense
Campestre Distribuidora
Danilla Foods
Docile
Dori Alimentos
DTC
Florestal
Horizon Alimentos
Parati
Riclan
Vonpar Alimentos
Chicle de bola
Aladim Alimentos
Balas Tram’s
Boavistense
Campestre Distribuidora
Docile
Dori Alimentos
Florestal
Parati
Riclan
ValeBel Distribuidora
Vonpar Alimentos
Chicle de bola recheado
Campestre Distribuidora
Docile
Florestal
Peccin
Riclan
Chicle diet
Boavistense
Campestre Distribuidora
Florestal
Riclan
Mini-chicle
Campestre Distribuidora
Docile
Horizon Alimentos
Chocolates
Amargo
Chocolates Garoto
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Harald
Vonpar Alimentos
Ao creme de leite
Chocolates Garoto
Vonpar Alimentos
Ao leite
Bel Chocolates
Campestre Distribuidora
Chocolates Garoto
Dori Alimentos
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Harald
Mavalério
Parati
Peccin
Top Cau
Village
Vonpar Alimentos
Ao leite condensado
Campestre Distribuidora
Genebra Chocolates
Vonpar Alimentos
Branco
Campestre Distribuidora
Chocolates Garoto
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Harald
Mavalério
Top Cau
Vonpar Alimentos
Chocolate diet
Campestre Distribuidor
Chocolates Garoto
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Harald
ValeBel Distribuidora
Cobertura amarga
Chocolates Garoto
Efebê Alimentos
Gobeche Chocolates
Harald
Jazam
Mavalério
Cobertura ao leite
Campestre Distribuidora
Chocolates Garoto
Chocolates Roma
Efebê Alimentos
Gobeche Chocolates
Harald
Mavalério
Top Cau
Village
Cobertura branca
Bel Chocolates
Campestre Distribuidora
Chocolates Garoto
Chocolates Roma
Efebê Alimentos
Gobeche Chocolates
Harald
Jazam
Mavalério
Cobertura meio amarga
Bel Chocolates
Chocolates Garoto
Chocolates Roma
Efebê Alimentos
Gobeche Chocolates
Harald
Mavalério
VaBene Alimentos
Em pó instantâneo
Gobeche Chocolates
Em pó solúvel
Gobeche Chocolates
Harald
Lual Alimentos
Granulado
Dori
Harald
Mavalério
VaBene Alimentos
ValeBel Distribuidora
Hidrogenado
Chocolates Roma
Efebê Alimentos
Harald
ValeBel Distribuidora
Meio amargo
Chocolates Garoto
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Harald
Mavalério
Vonpar Alimentos
Ovos de Páscoa
Chocolates Garoto
Chocolates Roma
Doce Pecado Chocolates
Dori
Efebê Alimentos
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Parati
Top Cau
Village
Ovos de Páscoa Diet
Chocolates Garoto
Doce Pecado Chocolates
Genebra Chocolates
Gobeche Chocolates
Ovos de páscoa light
Gobeche Chocolates
Genebra Chocolates
Coberturas hidrogenadas
(sucedâneos de cacau)
Chips
Harald
ValeBel Distribuidora
Cobertura ao leite
Chocolates Roma
Efebê Alimentos
Harald
Mavalério
Cobertura branca
Chocolates Roma
Efebê Alimentos
Harald
Mavalério
Cobertura meio amarga
Chocolates Roma
Efebê Alimentos
Harald
Mavalério
Cobertura para
gelados ao leite
Harald
Efebê Alimentos
Mavalério
Recheios
Harald
Doces típicos brasileiros
Doce de abóbora
Arco-Íris
Campestre Distribuidora
Doces Guimarães
Hué Alimentos
Oliveira
Doce de amendoim
Bel Chocolates
Campestre Distribuidora
Doces Guimarães
Efebê Alimentos
Frutabella
Jazam
Santa Helena
VaBene Alimentos
ValeBel Distribuidora
Doce de banana
Arco-Íris
Campestre Distribuidora
Doces Guimarães
Frutabella
Hué Alimentos
Oliveira
Frutabella
Hué Alimentos
Doce de leite
Bel Chocolates
Campestre Distribuidora
Doces Guimarães
Hué Alimentos
Jazam
Vonpar Alimentos
Oliveira
Goiabada
Campestre Distribuidora
Doces Guimarães
Frutabella
Hué Alimentos
Lual Alimentos
Oliveira
Paçoca
Campestre Distribuidora
Doces Guimarães
Efebê Alimentos
Hué Alimentos
Jazam
Santa Helena
ValeBel Distribuidora
Pé de moleque
Bel Chocolates
Campestre Distribuidora
Doces Guimarães
Efebê Alimentos
Hué Alimentos
Jazam
Santa Helena
Pós achocolatados
Pós achocolatados
Balas Tram’s
Casadoce
Chocolates Garoto
Gobeche Chocolates
Harald
Lual Alimentos
Mavalério
Refresco em Pó
Doce de batata
Campestre Distribuidora
Lual Alimentos
Artificial
Aladim Alimentos
Balas Tram’s
Campestre Distribuidora
Docile
Gulozitos
Lual Alimentos
Parati
ValeBel Distribuidora
Doce de coco
Campestre Distribuidora
Doces Guimarães
Com frutas em pó
Aladim Alimentos
Balas Tram’s
Campestre Distribuidora
Casadoce
Docile
Lual Alimentos
Parati
Light
Campestre Distribuidora
Casadoce
Snacks
Extrusados de milho
Campestre Distribuidora
Gulozitos
Lual Alimentos
Mavalério
Milho de Ouro
Parati
Pipocas Clac
ValeBel Distribuidora
Salgadinhos/Aperitivos
Amendo+Mais
Beiruth
Campestre Distribuidora
Dori
Germani Alimentos
Gulozitos
Milho de Ouro
Parati
ValeBel Distribuidora
Outros
Gelatina
Casadoce
Gulozitos
Lual Alimentos
ValeBel Distribuidora
Geléias
Arco-Íris
Doces Guimarães
Hué Alimentos
Mistura para bolo
Alimentos Dallas
Casadoce
Lual Alimentos
Panificados
(bolos/mini-bolos)
Campestre Distribuidora
Hué Alimentos
Village
Sobremesas em pó
Casadoce
Lual Alimentos
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
29
Relação de endereços
Aladim Alimentos
Campestre Distribuidora
Efebê Alimentos
Mavalério
(17) 3243-7170
[email protected]
www.aladim.ind.br
(41) 3286-0616
[email protected]
www.campestre-distribuidora.com.br
(15) 3272-7083
[email protected]
www.efebe.com.br
(11) 4534-9277
www.mavalerio.com.br
Alimentos Dallas
Casadoce
Fini Guloseimas
(67) 3387-5976
[email protected]
www.grupodallas.com.br
(17) 3531-4000
[email protected]
www.casadoce.com.br
All Alimentos
Cassini
(27) 3149-0600
[email protected]
www.allalimentos.com.br
(19) 3765-8686
[email protected]
www.cassini.com.br
Amendo+Mais
Chocolates Garoto
(14) 3541-3817
[email protected]
www.amendomais.com.br
Arco-Íris
(11) 4742-5373
www.arcoirisdoces.com.br
Balas Santa Rita
(37) 3332-9090
[email protected]
www.balasantarita.com.br
Balas Soberana
(55) 3305-1112
[email protected]
www.balasoberana.com.br
Balas Tram’s
(46) 3524-2370
[email protected]
www.trams.com.br
Beiruth
(11) 2603-8500
[email protected]
www.beiruth.com.br
[email protected]
www.garoto.com.br
Florestal
(51) 3710-2088
[email protected]
www.florestal.com
Frutabella
(31) 3689-0016
[email protected]
www.frutabella.com.br
(11) 4241-9318
[email protected]
www.milhodeouro.com.br
Oliveira
(47) 3546-3200
[email protected]
www.oliveira.com.br
Parati
(49) 3344-7000
www.parati.com.br
Peccin
(45) 3421-1212
www.chocolatesroma.com.br
(11) 3221-5008
[email protected]
genebrachocolates.com.br
(54) 3520-9700
[email protected]
www.peccin.com.br
Cory
Gobeche Chocolates
Pipocas Clac
Chocolates Roma
[email protected]
www.cory.com.br
Danilla Foods
(14) 3414-1020
[email protected]
www.danillafoods.com.br
Doce Amor
(51) 3340-7414
[email protected]
www.doceamor.com
(14) 3372-6444
[email protected]
www.gobeche.com.br
(15) 3243-7547
[email protected]
www.pipocasclac.com.br
Gulozitos
Riclan
(33) 3331-2751
www.gulozitos.com.br
(19) 3526-8100
[email protected]
www.riclan.com.br
Harald
(11) 4156-9003
Santa Helena
Horizon Alimentos
(16) 3934-1019
www.santahelena.com.br
Doce Pecado Chocolates
(11) 29014-2554
[email protected]
www.globy.com.br
(11) 2976-1282
www.docepecado.com.br
Hué Alimentos
Doces Guimarães
(51) 3409-1100
[email protected]
www.guimaraes.ind.br
Docile
(51) 3726-2600
[email protected]
www.docile.com.br
Biscoitos Dunga
30
(11) 4589-6450
www.mundofini.com.br
Genebra Chocolates
Bel Chocolates
(14) 3408-1200
[email protected]
www.bel.com.br
Milho de Ouro
(35) 3339-2150
[email protected]
www.hue.com.br
Imperial
(11) 2025-6000
www.docesimperial.com.br
Jazam
(14) 3405-2000
www.jazam.com.br
(11) 3576-6262
[email protected]
www.dungabiscoitos.com.br
Dori Alimentos
Boavistense
DTC
(51) 3710-2088
[email protected]
www.boavistense.com.br
Marvi
(11) 3612-6111
[email protected]
www.dtctoys.com.br
(14) 3302-4411
[email protected]
www.marvi.com.br
(14) 3408-3000
www.dori.com.br
16º Anuário Brasileiro do Setor de Chocolates, Candies e Biscoitos
Lual Alimentos
(11) 4023-7500
www.lualalimentos.com.br
Top Cau
(11) 2172-3500
[email protected]
www.topcau.com.br
VaBene Alimentos
(14) 2105-2100
[email protected]
www.vabenealimentos.com.br
ValeBel Distribuidora
(12) 3952-3597
[email protected]
www.valebel.com.br
Village
(11) 2342-6644
[email protected]
www.village.com.br
Vonpar Alimentos
(51) 3349-8989
www.vonpar.com.br
Download

Veja o PDF da edição