Editorial
A Direção da AUP continua fortemente empenhada no cumprimento dos seus
objetivos programáticos, nomeadamente da constituição da Ordem dos Urbanistas
Portugueses e da organização de atividades de apoio à formação e ao esclarecimento
dos seus associados, e dos urbanistas em geral.
Mas antes de mais, neste primeiro número saído após o falecimento do nosso sócio
número um não poderia deixar de referir essa grande falta. Este mandato está a ser
profundamente cáustico com a perda primeiro do nosso vice-presidente Arq. Vasco
Massapina e depois do Prof. Costa Lobo. São sócios da AUP a quem muito devemos
e que aqui, e por mais uma vez, quero prestar a minha homenagem pelo muito que
fizeram pelo Urbanismo português e pela nossa associação em particular. As suas
qualidades profissionais e humanas serão eternamente recordadas e terão sempre
espaço no coração dos que tiveram o privilégio de com eles conviver.
Quanto ao primeiro assunto acima referido, têm sido realizadas reuniões com a
APPLA e com a APROURB para que o grande objectivo dos últimos mandatos possa
vir a ser alcançado: a Ordem dos Urbanistas.
Ultrapassada a fase em que estas duas associações tinham uma posição demasiado
rígida quanto à formação base dos urbanistas houve uma aproximação de pontos de
vista tendo-se vindo ultimamente a discutir a hipótese da junção das 3 associações,
como forma de mostrar para o exterior uma imagem de união e força. Obviamente que
esse passo, a ser dado, implicará uma ampla discussão entre os associados,
comprometendo-se desde já o Conselho Diretivo a chamar todos a essa discussão.
No entanto, deixamos já uma garantia! Qualquer que seja o caminho escolhido,
estamos apostados em conseguir construir uma Ordem alargada que abarque todos
os que seriamente estão interessados em trabalhar no urbanismo e que para tal
tenham a devida formação, sejam licenciados em urbanismo ou planeamento,
arquitetos, engenheiros, paisagistas, geógrafos, ou outros. Formação de base
diferenciada, com formação complementar específica em Urbanismo.
Quanto ao segundo assunto que temos vindo a trabalhar, e após as XIV Jornadas
realizadas na cidade do Montijo em Julho passado, estamos agora a preparar o XVI
Congresso Ibero Americano de Urbanistas a realizar em Sintra nos dias 1 a 4 de
Outubro de 2014. Os Congressos Ibero Americanos são, há muitos anos, uma marca
da AETU, que muitas das vezes tem tido a colaboração da AUP, nomeadamente em
1998 no congresso realizado na cidade do Porto.
O Conselho Diretivo da AUP entendeu que esta era a altura certa para se candidatar a
trazer para Portugal o XVI CIU, apesar dos tempos difíceis que atravessamos. Mas os
portugueses estão habituados a trabalhar bem em situações de crise e espero que de
novo isso aconteça. Por outro lado, nesta altura em que os portugueses voltam a ser
grandes viajantes no Mundo, numa era de globalização, a realização deste congresso
pode servir para aproximar profissionais do grande espaço de línguas portuguesa e
espanhola.
A Câmara Municipal de Sintra acolheu com entusiasmo este desafio disponibilizando o
necessário apoio estando reunidas as condições par que este venha a ser um
sucesso. Sucesso tanto maior quanta maior for a colaboração que tivermos dos
nossos associados a quem desde já desafiamos para o efeito. Pensamos que o tema
do congresso: INTERVIR NO TERRITÓRIO E NA SOCIEDADE – No Litoral, na
Montanha e nos Espaços Rurais é apropriado ao tempo e ao lugar. O Ordenamento
do espaço litoral, do espaço rústico e do espaço em contexto de montanha constituem
matérias de agenda territorial que nem sempre têm focado a atenção dos urbanistas.
Tem sido a agenda urbana que, reconhecidamente, ocupa a atenção dedicada e
contínua. Mas o território como recurso económico e objeto de ordenamento não se
esgota na cidade.
Estamos certos do apoio de todos!
Pedro Guimarães, Presidente do Conselho Diretivo
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