Ano XII / 2016 / Nº 51 - Periódico de Estudos e Divulgação Doutrinária A Doutrina Espírita Explica... Dever e Responsabilidade O servo que souber da vontade do seu amo e que, entretanto, não tiver pronto e não fizer o que dele queira o amo, será duramente castigado. – Mas, aquele que não tenha sabido da sua vontade e fizer coisas dignas de castigo menos punido será. Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado. (Lucas, 12:47 e 48) Aquele que souber compreender todo o alcance moral do ensino dos Espíritos tem, do dever, uma concepção ainda mais elevada. Conhece que a responsabilidade é correlativa ao saber, que a posse dos segredos de além-túmulo impõe-lhe a obrigação de trabalhar com energia para o seu próprio melhoramento e para o de seus irmãos. (Léon Denis – do livro “Depois da Morte”, retirado do livro “Páginas de Léon Denis”-Ed. FEB) (...) A hora presente é ainda uma hora de lutas; luta das nações para a conquista do Globo, luta das classes para a conquista do bemestar e do poder. Em redor de nós agitam-se forças cegas e profundas, forças que, ontem, não conheciam e que, hoje, se organizam e entram em ação. Uma sociedade agoniza; outra nasce. O ideal do passado vem à Terra. Qual será o de amanhã? Abriu-se um período de transição; uma fase diferente de evolução humana, fase obscura, cheia, ao mesmo tempo, de promessas e ameaças, começou. Na alma das gerações que sobem, jazem os germens de novas florescências. Flores do mal ou flores do bem? Muitos se alarmam, muitos se espantam. Não duvidamos do futuro da Humanidade, se sua ascensão para a luz e derramamos em volta de nós, com a coragem e perseverança incansáveis, as verdades que asseguram o dia de amanhã e fazem as sociedades fortes e felizes. Os defeitos de nossa organização social provêm principalmente de que nossos legisladores, em suas acanhadas concepções, abrangem somente o horizonte de uma vida material. Não compreendendo o fim evolutivo da existência e o encadeamento de nossas vidas terrenas, estabeleceram um estado de coisas incompatíveis com os fins reais do homem e da sociedade. A conquista do poder pelo maior número não é própria (Continua na página 02) para ampliar este ponto de vista. O povo segue o instinto surdo que o impele. Incapaz de aquilatar o mérito e o valor de seus representantes, leva muitas vezes ao poder os que desposam suas paixões e participam de sua cegueira. A educação popular precisa ser completamente reformada; porque só o homem ilustrado pode com inteligência, coragem e consciência na renovação social. Nas reivindicações atuais, a noção de direito é objeto de excessivas especulações, sobreexcitam-se os apetites, exaltam-se os espíritos. Esquece-se de que o direito é inseparável do dever e até que é simplesmente sua resultante. Daí, uma ruptura de equilíbrio, uma inversão das relações de causa para efeito, isto é, do dever para o direito Ano XII - Nº 51 Editorial Caríssimos amigos, Saudamos a chegada de mais um novo ano! Mesmo sabedores das convenções humanas, não podemos ignorar que todo dia é dia de renovação. E é assim que iniciamos mais essa etapa de vida, confiantes e esperançosos das muitas oportunidades que a providência divina, com certeza, nos propiciará. Que tenhamos olhos de ver e ouvidos de ouvir. A nossa primeira edição de 2016 está recheada de novidades e muita informação! Damos as boas-vindas ao nosso mais novo colaborador Enock Mesquita, um querido amigo e irmão, e também saudamos o retorno de nossos não menos queridos Eduardo Bessa e Alcione Koritzky, comandando respectivamente as editorias “Leituras e Releituras”, “Estudando os Clássicos” e “Falando de Esperanto.” Saudamos também, a todos nossos queridos amigos e colaboradores que comandam com seus assuntos específicos, a nossa querida A Charrua de forma tão especial – não somente na qualidade, mas sobretudo, nos sentimentos amorosos que envolvem cada palavra, cada ideia grafada, com extrema responsabilidade e compromisso doutrinário. Mas, a você, leitor amigo, é que desde já agradecemos a sua companhia, pois sem ela, nada disso teria sentido. Que possamos a partir desta edição estreitarmos ainda mais nossos laços fraternos. Obrigo por fazer parte dessa nossa grande família espírita! Uma Boa Leitura A CHARRUA Página 2 (Continuação da página 1 - A Doutrina Espírita Explica... na repartição das vantagens sociais, o que constitui uma causa permanente de divisão e ódio entre os homens. O indivíduo que encara seu interesse próprio e seu direito pessoal, ocupa lugar inferior, ainda, na escala da evolução. O direito, como disse Godin, fundador do familistério de Guise, é feito do dever cumprido. Sendo os serviços prestados à Humanidade a causa, o direito vem a ser o efeito. Numa sociedade organizada, cada cidadão classificar-se-á de acordo com seu valor pessoal e grau de sua evolução e em proporção com sua cota social. O indivíduo só deve ocupar a situação merecida; seu direito está em proporção equivalente à sua capacidade para o bem. Tal é a regra, tal é a base de ordem universal, e a ordem social, enquanto não for sua contraprova, sua imagem fiel, será precária e instável. Cada membro de uma coletividade deve, por força desta regra, em vez de reivindicar direitos fictícios, tornar-se digno deles, aumentando o próprio valor e sua participação na obra comum. O ideal social transforma-se, o sentido da harmonia desenvolve-se, o campo do altruísmo dilata-se; mas, no estado atual das coisas, no seio de uma sociedade onde fermentam tantas paixões, onde se agitam tantas forças brutais, no meio de uma civilização feita de egoísmo e cobiça, de incoerência e má-vontade, de sensualidade e sofrimentos, são de temer muitas convulsões. Às vezes ouve-se o bramido da onda que sobe. O queixume dos que sofrem transformam-se em brados de cólera. As multidões contamse; interesses seculares são ameaçados. Levantase, porém, uma nova fé, iluminada por um raio do Alto e assente em fatos, em provas sensíveis. Diz a todos: “Sede unidos, porque sois irmãos, irmãos neste mundo, irmãos na imortalidade. Trabalhai em comum para tornardes mais suaves as condições da vida social, mais fácil o desempenho de vossas tarefas futuras. Trabalhai para aumentar os tesouros de saber, de sabedoria, de poder, que são a herança da Humanidade. A felicidade não está na luta, na vingança; está na união dos corações e das vontades!” (extrato do texto de Léon Denis, “Justiça e responsabilidade. O problema do mal”- cap. XVIII, do livro “O Problema do ser, do destino e da dor” – Ed. FEB) Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas, também, aos que houverem aproveitado, muito será dado. (Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, item 12) (Nesta seção traremos textos explicativos dos temas abordados, retirados das obras da codificação assim como dos melhores e respeitáveis autores do Movimento espírita). Ano XII - Nº 51 CECJMJ Centro Espírita de Caridade Jesus, Maria e José Reuniões Públicas: Segundas-feiras às 20:00 horas e Sábados as 18:00 horas Estudos das Obras Básicas: O Evangelho Seg. o Espiritismo e O Livro dos Espíritos; Quartas-feiras das 19:00 às 20:00h Estudo Sistematizado: sábados das 16:30 às 17:45horas Rua Bangu, 141 - Bangu Atividades 14h às 16h TRABALHOS MANUAIS Terças-Feiras: Bordados Quartas-Feiras:Crochê e Pintura BRECHÓ Quartas-Feiras Sábados - 11:00 horas Serviços de Assistência e Promoção Social Mais Informações: [email protected] ou pela nossa página no Facebook Expediente Periódico de Estudos e Divulgação Doutrinária do CECJMJ Fundado em Agosto de 2003 R. Bangu, 141 Bangu - RJ -CEP 21820-020 Email: [email protected] Edição - DSAD Ano XII- 51º Edição - Jan/Fev/2016 A CHARRUA Página 3 Estude e Viva! com Raul Teçá Dicas para uma boa leitura (“Quem aspire a entesourar os valores da própria emancipação intima, à frente do universo e da vida, deve e precisa estudar” - Emmanuel) (“(...) recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação” - Emmanuel) Nos dias atuais, mais do que nunca, sentimos a necessidade de reforçarmos em nós, o sentido do dever e da responsabilidade, pois como sabemos, “muito se pedirá aquele que muito recebeu”. Sendo assim, reforçando o tema que abre a presente edição, indicamos, além da leitura dos textos de Léon Denis em sua íntegra e todo o capítulo XVIII do Evangelho Segundo o Espiritismo, mais quatro textos importantíssimos de dois autores que merecem todo o nosso respeito e gratidão, são eles: Martins Peralva, com o texto “Renovação e entendimento”, do livro “Pensamento de Emmanuel”; e Juvanir Borges de Souza, com os textos “conhecimento e Responsabilidade”, “conhecimento e Prática do Espiritismo” e “Vivência Espírita”, respectivamente dos livros “Tempo de Renovação” e “Tempo de Transição – todos editados pela FEB. Destacamos abaixo, alguns poucos fragmentos dos textos indicados, informações preciosas que o caro leitor encontrará ao perlustrar os textos indicados. “No que diz respeito à transformação moral, de uma noite para o dia, não pode igualmente corrigir o homem imperfeições e hábitos sedimentados durante milênios de milênios. ” “Impor- ta reconhecer que renovação e entendimento são cultiváveis no solo de nossas almas...” “Aos Espíritas, por conseguinte a todos nós, cabe, especialmente, difundir os princípios doutrinários, os preceitos evangélicos, as normas edificantes, para que, à maneira de abençoada chuva, fertilizem, com a luz do amor e o orvalho do esclarecimento, consciências que dormitam, ou, simplesmente, começam a despertar, atordoadas, para superiores programas de elevação. ” “Toda elevação requer do Espírito, encarnado ou desencarnado, aplicação e esforço. ” “Há muitas inteligências aprimoradas nas culturas terrenas inteiramente descompromissadas com as virtudes que conduzem à elevação moral. ” “O Livre-arbítrio pessoal faz-se acompanhar da responsabilidade pelas próprias ações. Mas essa responsabilidade vai muito além da ação direta ou indireta. Ela abrange também as omissões pelo bem que poderia ter sido feito e não foi, e o mal daí resultante. A Doutrina Espírita mostra com muita clareza o princípio da liberdade de ação e de omissão e a responsabilidade pelas consequências.” Paro por aqui, mas convido a todos, a leitura dos textos supracitados, garanto que será extremamente gratificante. (Raul Teçá é militante do Movimento Espírita) A CHARRUA Ano XII - Nº 51 Página 4 Estudando Mediunidade com Joaquim Couto A Cura da Obsessão “As imperfeições morais do obsidiado são, frequentemente, um obstáculo à sua libertação.” Allan Kardec, L.M. cap. 23, item 252. S em dúvida que em muitos casos de obsessão, um dos grandes obstáculos a cura da mesma, são as imperfeições morais do encarnado. É fácil acusar os espíritos sofredores como os causadores, mas se todos os que passam por essa situação fizessem um exame de consciência, poderiam chegar à conclusão de que os seus pensamentos, as suas ações no dia a dia, possibilitam a influência de tais espíritos em suas vidas. As causas podem variar, como bem colocou Allan Kardec nesse capítulo, mas, se de fato o obsidiado deseja a cura e a sua liberação dessa ação espiritual, fazse necessário um trabalho íntimo de renovação, eliminando as causas que alimentam a obsessão em sua vida. Os estudos das lições daquele que foi libertado contidas no Espiritismo “seguir o seu caminho, não ajudam a compreender bem errando mais”. a necessidade do esforço Somos imperfeitos bem o sabemos, mas isso não deve alimentar em nos um estado de acomodação em comportamentos e atitudes que tanto nos prejudicam espiritualmente. Temos o apoio dos bons espíritos que reconhecendo os nossos esforços na busca da transformação moral, nos darão o seu amparo amigo e solidário principalmente nos momentos das provas que se fizerem necessárias em nossas vidas. As lições deixadas por Jesus e tão bem explicadas de renovação para que no Evangelho Segundo o “portas e janelas” da alma Espiritismo são roteiro seguro sejam fechadas à influência que muito nos podem ajudar espiritual dessa natureza. na busca de nos preservarmos Jesus recomendou-nos que das obsessões. as curas obtidas necessitam Oração e Vigilância sempre! (Joaquim Couto é integrante do Centro Espírita Leon Denis e Expositor da Doutrina) Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? (Trecho retirado do Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV, item 10 - Ed. FEB) A CHARRUA Ano XII - Nº 51 Página 5 Estudando O Evangelho com Sergio Daemon O Evangelho segundo o Espiritismo Introdução 4 – Sócrates e Platão – Resumo da doutrina (14) XVI. Chamo homem vicioso a esse amante vulgar, que mais ama o corpo do que a alma. O amor está por toda parte em a Natureza, que nos convida ao exercício da nossa inteligência; até no movimento dos astros o encontramos. É o amor que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa morada onde se lhes deparem flores e perfumes. É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono à dor. O s gregos tinham seis formas de classificar o amor. Com relação a citação acima, vamos porém nos deter em um deles que era o “PHILAUTIA”. Este forma de amor é aquela que desenvolvemos por nós mesmos. Os gregos achavam que ele poderia se apresentar de duas formas: Primeiramente quando o amor a si mesmo se manifesta na forma de amor doentio, como o narcisismo, a obsessão pela fama, fortuna, etc. (talvez a isto Sócrates se refira ai acima na primeira frase). A segunda forma seria aquela que reforçava sua capacidade maior para o amor. Se você gosta mais de si mesmo, se você está de bem com a vida, em paz com a sua consciência, então você vai ter mais amor para doar aos seus semelhantes. Nesta forma realmente os dizeres de Sócrates fazem todo o sentido, pois a vida se apresenta para nós como um hino ao amor. Quando chegamos a este ponto estamos então prontos para exercer outra forma de amar segundo os gregos: o “AGAPE”, que é a forma mais radical de amor: o amor altruísta que é o que devemos ter por todas as pessoas sejam familiares ou estranhos. Eis aí a nossa tão conhecida Regra Áurea: “AMAR AO PRÓX I MO C OMO A SI MESMO”. (Sergio Daemon Guimarães é integrante do Grupo Espírita Auta de Souza e Expositor da Doutrina) Conversando com Chico Necessidade do Estudo Os amigos espirituais nos informam que o estudo deve ser para nós uma obrigação, em qualquer idade ou circunstância da vida. Muitas vezes, quando na infância ou na juventude, somos constrangidos a estudar e sentimos muita dificuldade em observar as disciplinas estabelecidas, seja por nossos pais ou professores, tutores ou amigos. Às vezes, fugimos de aula, desertamos do dever estudantil, mas com o tempo, se observarmos a vida dentro da realidade que lhe é própria, (Continua na página 6) A CHARRUA Ano XII - Nº 51 Página 6 O Livro dos Espiritos com Paulo Antonio Louvado seja Deus, louvado seja Jesus. Parte segunda - Do mundo espirita ou mundo dos Espíritos - capitulo III - Da volta do Espirito, extinta a vida corpórea, à vida espiritual A 3 - Perturbação Espiritual (pergs 163a 165 e uma observação) perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem; é calma e em tudo semelhante àquela que acompanha um despertar tranquilo. Os Espíritos afirmam que os conhecimentos do Espiritismo exercem uma influência muito grande sobre a duração da perturbação após à morte, pela compreensão da nossa situação espiritual, mas a prática do bem e a consciência higienizada exercem maior influência. Essa é a perspectiva dos bons espiritas. A duração da perturbação que se segue à morte, no conceito geral, é muito variável, depende da evolução espiritual de cada um de nós, é menos longa naqueles que, desde a vida terrena, se identificaram com o seu estado futuro através da sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. Porém, pode ser de algumas horas, como de vários meses e até de muitos anos essa perturbação apresenta circunstancias particulares, de acordo com os caracteres dos indivíduos, principalmente, com o gênero de morte. Nas mortes violentas, por suicídio, suplicio, acidente, etc., o Espirito fica surpreendido, espantado, não acredita morto e sustenta essa ideia com obstinação. Resumindo, os Espíritos não experimentam, no mesmo grau e pelo mesmo tempo, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo, depende da elevação de cada um. Aquele que já está purificado se reconhece quase imediatamente, porque se libertou da matéria durante a vida do corpo físico, já o homem que é apegado à matéria, guarda por muito mais tempo a sua impressão, mesmo desencarnado. Então, concluímos, que está ao nosso alcance, o processo de despertamento no plano espiritual, precisamos perseverar no desprendimento das coisas da matéria ou melhor , como o homem de bem, ter fé em Deus, ter fé no futuro, colocando os bens espirituais acima dos bens materiais. Até a próxima oportunidade! Que Deus nos abençoe! (Paulo Antonio de A. Barbosa é militante do movimento Espírita e Expositor da Doutrina) (Continuação de “Conversando com Chico”, na página 5) quando entramos na condição de adultos, somos induzidos a estudar voluntariamente porque sabemos que o estudo é luz no coração e no espírito. Na ignorância não Todos nós, sejamos crianças conseguiríamos, como não ou jovens, adultos ou já conseguiremos, enxergar o muitíssimo maduros, devemos caminho real que Deus traçou estudar sempre. a cada um de nós na Terra. (Retirado do livro “ENTREVISTAS“ - Ed. IDE - Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP) A CHARRUA Ano XII - Nº 51 Página 7 Nós e o Mundo Em Tempo Real com Nádia Maria Braga É um novo ano! Um renascer! Santo Agostinho nos aconselhou a refletir, sobre nossas ações e sentimentos, todo final de dia. Mas, se não temos disciplina para isso, que o possamos fazer a cada início de ano, planejando novas atitudes. Estamos numa escola chamada Terra e a cada ano somos valorados. O quanto aprendemos? O quanto já nos modificamos para melhor? Dizem que nunca pisamos o mesmo rio duas vezes, pois ele e nós já não somos os mesmos, com o passar do tempo. A vida é dinamismo! O que vemos ao nosso redor é ilusão. Tudo é movimento. A Lei do Progresso nos impulsiona para frente. Nem mesmo nosso livre arbítrio pode desafiar essa lei. Mesmo que escolhêssemos nunca evoluir, isso nos seria impossível. Vivemos tempos de transição , onde o velho insiste em existir, mas o novo inexoravelmente chegará. Seremos arrastados para frente, mesmo que alavancados por grandes dores. Jesus nos alertou sobre guerras e rumores de guerras, fome e epidemias, sinais dos tempos Ano Novo...Vida Nova! finais. O terceiro milênio chegou e haverá a separação do joio do trigo. Por todos os cantos da Terra há choro e ranger de dentes. Continuaremos a sofrer como resultado de nossas péssimas escolhas ou vamos fazer o que Jesus nos aconselhou: " Amaivos" ? Enquanto não gerarmos amor dentro de nós viveremos em desequilíbrio. Esse desequilíbrio se refletirá no mundo. O Espiritismo nos trouxe informações valiosas. Ele é o Consolador prometido por Jesus. Através dele o Mestre Jesus se redesenhou em cores vivas, em nossos corações. Hoje conhecemos a lei de ação e reação. Morreu o conceito de injustiça. O Espiritismo nos ensina que a tecitura da vida se faz com nossos pensamentos revestidos com nossas emoções . Podemos nos unir a corrente mental do bem e, então, seremos luz. Mas , também, podemos escolher fluir na corrente do desequilíbrio e, então seremos sombras e trevas. O nosso planeta reflete o somatório de nossos pensamentos. O Espiritismo nos aconselha o caminho do conhecimento , da reflexão, para fazermos as melhores escolhas. O conhecimento das leis que nos regem nos leva a solidariedade. Não poderemos ser felizes enquanto um só irmão nosso sofrer, pois já sabemos que fazemos parte de uma imensa teia de colaboração. A nossa visão deve se aprofundar e ser mais abrangente. O outro é nosso irmão, copartícipe na construção de um mundo melhor, o mundo de regeneração. Então lancemos nossos desafios para o ano que começa: Que possamos lutar bravamente contra o egoísmo e o orgulho. Que possamos preencher nossas almas com a esperança é a fé. Que esse Deus Pai não seja um conceito distante, mas, sim, um sentimento, uma emoção, um sorriso, uma lágrima, um companheiro, o amigo mais íntimo. Que a certeza dessa Presença nos traga a paz nos corações, para que possamos, finalmente, sentir o sabor da felicidade. Feliz 2016! (Nádia Maria Braga Moreira é integrante da instituição Espírita Casa de Miguel e Expositora da Doutrina) Ano XII - Nº 51 A CHARRUA Página 8 Estudando à Luz da Doutrina com Frederico Mantuano “EU PRECISO DE VOCÊ” “Eu tenho outros amigos na Terra que estão precisando das suas mãos, estão precisando dos seus talentos. É só olhar à sua volta para descobrir quem são esses irmãos! Eles me chamam, precisam de mim, mas eu preciso de você para ajudá-los! Eu só posso socorrê-los através das suas mãos, da sua boca, dos seus olhos, da sua inteligência. Eu não quero fazer isso sozinho. Aliás, certamente, nem conseguiria, porque a vontade de Deus é que todos se tornem cristos também!” (Lição ‘EU PRECISO DE VOCÊ’, do livro ‘O AMIGO JESUS’, pag, 133, 1ª Ed., de José Carlos De Lucca). I ncrível pensarmos quanta importância nós temos para o querido Mestre Jesus. Ele conta conosco, como seus discípulos, para auxiliarmos, de forma mais direta, àqueles irmãos que estão, ainda, necessitando de amparo, seja ele material ou espiritual. Desde quando nos matriculamos na Escola do Mestre Jesus, nós nos colocamos à sua disposição para as tarefas de socorro e amparo a esses nossos irmãos de caminhada; assim como nós próprios já fomos socorridos e amparados por outros tarefeiros que, também, colocaram os seus talentos à disposição das tarefas do bem. O que o Mestre espera de cada um de nós senão utilizarmos os nossos talentos em favor do próximo? Que nos coloquemos à disposição em qualquer tarefa que tenha por objetivo o auxílio aos necessitados. Que possamos emprestar nos nossos ouvidos a fim de que o nosso irmão possa externar a mágoa que o sufoca e desespera e que, por vezes até, tira-lhe o ânimo de viver. Que possamos lhe transmitir a palavra amiga, de entendimento e pacificação que irá balsamizar as suas dores. Que os nossos olhos, também, possam ser o guia para aqueles privados da visão e que realizemos tarefas de leitura junto aos leitos de hospitais ou asilos. Que possamos, efetivamente, por a mão na charrua e realizemos o que nos for possível, de coração aberto. É da Lei que alcancemos, todos nós, a perfeição espiritual traçada por Deus, nosso Pai, para nossas vidas de Espíritos imortais que somos. Para tanto, necessitamos seguir as orientações de amor trazidas pelo Mestre Jesus. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida e não chegarás ao Pai senão através de mim.” Ele aplainou o caminho para nós, nos mostrando através dos seus exemplos, o que deveríamos fazer, para que não mais tropeçássemos. Basta que agora sigamos as suas amorosas orientações e nos coloquemos à sua disposição, pois Ele, efetivamente, precisa de nós como os seus instrumentos de trabalho. Vamos irmãos! Mãos à obra! A CHARRUA nos espera! (Frederico Mantuano é integrante do Centro Espírita Abigail e Expositor da Doutrina) Ânimo, trabalhadores! Tomai dos vossos arados e das vossas charruas; lavrai os vossos corações; arrancai deles a cizânia; semeai a boa semente que o Senhor vos confia e o orvalho do amor lhe fará produzir frutos de caridade. – Um Espírito amigo. (Bordéus, 1862.) (O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XVIII - Muitos os chamados e pouco os escolhidos - extrato do item 15) A CHARRUA Ano XII - Nº 51 Página 9 Saúde Mental Espiritismo & Psicologia com Orlando Ramos A Humanidade e Conhecimento llan Kardec em o livro dos Espíritos propôs na questão 628 o porquê da verdade não ser posta para todo mundo, obteve como resposta: Cada coisa deve vir ao seu tempo, pois a verdade é como a luz, deve acostumarse a ela a pouco e pouco, caso contrário cega. Façamos uma reflexão quanto ao entendimento dessa questão: em uma linha de tempo prevista foi concedido uma perspectiva possível de acesso à conhecimentos de divina concepção a toda humanidade. Desde Abraão, passando por Moisés, culminando com a vinda do Senhor Jesus em toda sua magnitude e amorosidade com nossas dificuldades, alcançou-se a Doutrina dos Espíritos que por mercê de Deus ampliounos o entendimento e a razão em sua meta principal de auxílio para sermos felizes. Trabalho aceito também deveríamos empreender esforços contínuos para superação de nós mesmos em sentimentos, ímpetos inferiores de nossa história espiritual. O inconsciente coletivo assinalado por Carl Gustav Jung, discípulo de Freud nunca foi tão ventilado como nos dias atuais, embora evitemos entrar em contato com os valores para os quais fomos criados nessa grande obra do Pai criador. Grandes saltos foram dados com os avanços da ciência em resposta aos males do homem moderno que em sua ânsia em angariar poder, afastou-se do Amor ao próximo. Tornou-se egoísta fazendo de si e dos outros, verdadeiras marionetes da realidade material que o cerca. Lancemos um olhar ao passado e veremos o quanto contribuímos para o que se vive nos dias atuais. Reclamamos da fome, dos desastres, da violência, da escassez de alguns recursos naturais, mas ainda assim não assumimos a verdadeira responsabilidade que trará a reconstrução e o reequilíbrio para um mundo melhor e mais amoroso. Tanto conhecimento e tão pouca sabedoria para utilizá-los. E o Cristo a quem traímos e continuamos a vender durante tantos séculos não nos abandonou, continua investindo em nosso progresso através dos diversos emissários que a seu chamado executam nas diversas áreas do conhecimento o intento do Pai que deseja a salvação de seus filhos. O despertamento depende de muita boa vontade e desejo sincero de nossos corações, assiduidade no bem, preocupação com o mais próximo, solidariedade com o que sofre, pois se assim não for continuaremos simplesmente acumulando conhecimentos sem a devida movimentação no bem e no belo. Como nos diz Lázaro no Evangelho Segundo o Espiritismo no item 8 do cap.IX: ”A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral”. Reflitamos queridos irmãos sobre o que temos feito do conhecimento amealhado e o que poderemos produzir diante de tudo que Deus nos oferece para a ascensão Espiritual. (José Orlando Ramos é integrante do Centro Espírita Abigail e Expositor da Doutrina) Ano XII - Nº 51 A CHARRUA Página 10 Esflorando o Reformador Responsabilidade pessoal A vida é luta e a luta foi feita para o homem. O conceito é antigo, mas conserva a mesma vigorosa atualidade, especialmente quando o enfocamos sob o prisma doutrinário, eis que, segundo a Codificação espírita, a nossa presença na Terra tem por finalidade construir, reconstruindo. As lutas terrenas, dos mais variados matizes, são consequência do nosso passivo espiritual trazido do pretérito e têm por essenciais objetivos: a) o reajustamento da nossa alma eterna; b) a aquisição do amor e do conhecimento. São elas que possibilitam a conquista, paulatina, de valores que enriquecerão o nosso Espírito. A influência da Doutrina dos Espíritos no sentido de que, pelo discernimento, assimilemos o significado dos problemas humanos, é de real valia para todos nós, seres endividados, em processo regenerativo. Os postulados espíritas conscientizam-nos, efetiva e claramente, quanto à necessidade de aceitarmos as dificuldades com resignação e coragem, eis que representam a nossa grande oportunidade de libertação, de resgate de velhos débitos. Nossos espíritos, bem sabemos, porque assim no-lo revela a Codificação Kardequiana, vêm de muito longe, no tempo J. Martins Peralva e no espaço. Lógico e compreensível, portanto, que, por efeito de nossas imperfeições, tenhamos acumulados, ao longo dos séculos, um somatório de gravames no relacionamento, na coexistência com não sabemos quantas individualidades que cruzaram os mesmos caminhos por nós palmilhados. É nosso dever buscarmos o progresso espiritual, sob a égide de Jesus, através do apoio de almas queridas ligadas ao nosso destino, que, em generosos impulsos, nos acompanham as lutas milenárias, tolerando as nossas experiências menos felizes, perdoando as nossas constantes reincidências no erro, soerguendo-nos sempre, carinhosamente, para a continuidade do nosso esforço. (Continua na página 11) As vidas sucessivas são como enorme corrente, formada de muitos elos, cada um deles representando uma etapa da nossa evolução, mesclada de muitos débitos e poucos créditos, no curso da qual agredimos, ferimos, causamos males sem conta a irmãos que conviveram conosco. Os Espíritos responsáveis pela Codificação – sublime presente de Deus para a Humanidade – afirmam que Haurimos em nós mesmos a força para progredir, cabendo-nos movimentar os recursos da boa-vontade e da perseverança, a fim de que criemos adequadas condições, em nosso mundo íntimo, para que os Cireneus da Vida Maior encontrem, em nós, a indispensável receptividade que lhes facilite os caridosos objetivos. Allan Kardec, abordando a problemática do progresso (“O Livros dos Espíritos”, questão 779). Obteve o seguinte esclarecimento: “O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio de contato social. ” Facultando-nos, pela reencarnação, o intercâmbio das ideias e dos sentimentos, no âmbito da sociedade, a Providência Ano XII - Nº 51 A CHARRUA Página 11 (Continuação - Esflorando o Reformador) Divina favorece-nos a construção da felicidade futura, enquanto o Espiritismo, revivescência do Cristianismo, ampliando-nos o raciocínio, aumenta-nos os recursos tendentes a elevar-nos para Deus. Temos tudo: a Paternidade Divina; Jesus e seu Amor; as luzes do Evangelho; os tesouros contidos na Codificação; o auxílio das preces dos companheiros de jornada; o corpo físico, por templo da alma. A posição do espírita, consequentemente, é muito delicada, sob o ponto de vista da responsabilidade pessoal, porque sabemos o que é lícito e o que não o é, o que convém e o que não convém. Nas lutas terrenas necessitamos cultivar a fé, desenvolvê-la, a fim de nos mantermos na arena evolutiva, sem esmorecimentos. O Cristo, bondosamente, nos adverte: “Aquele que muito for dado, muito se lhe pedirá. ” (Lucas, 12:48) Em “O Evangelho segundo o Espiritismo” encontramos a seguinte definição: “A fé é o sentimento inato, no homem, da sua destinação. É a consciência das prodigiosas faculdades que traz em germe, no íntimo, a princípio em estado latente, mas que deve fazer germinar e crescer, através de sua vontade ativa. ” (Um Espírito Protetor, Paris, 1863) Emmanuel, em admirável complementação, pela psi- cografia de Francisco Cândido Xavier, desperta-nos para a necessidade da confiança: “As crises na senda de aperfeiçoamento, muitas vezes, se multiplicarão, em torno de teus passos. Confia, porém, no amparo de Deus, trabalha, serve e caminha. Deus não te faltará. ” (Livro “Fé”, mensagem ‘Deus não te faltará”.) A compaixão de Deus é infinita, todavia, as leis de Justiça, que regem a Vida Universal, não devem ser desrespeitadas, infringidas, visto que, segundo o princípio de que quem planta colhe, somos responsáveis pelas infrações cometidas. O Retorno ao mundo Espiritual representa, por via destas reflexões, um momento grave de nossa vida, eis que a consciência nos pedirá contas da utilização das oportunidades e dos conhecimentos adquiridos na escola terrestre. Valorizar, pois a vida, em função do porvir, eis a realidade que nos aflora à mente. Valorizar a reencarnação significa transformar, “enquanto estamos a caminho”, os sentimentos negativos, que nos acompanham há milênios, em sentimentos edificantes e edificadores. Exemplifiquemos. Abdicar do orgulho, em favor da humildade. Superar o egoísmo, em benefício da fraternidade. Eliminar a cólera, trocando-a pela serenidade. Cultivar harmonia, ao invés de discórdia. Praticar a caridade, vencendo o desamor. Na verdade, um programa de renovação interior, difícil de ser executado a curto ou médio prazos, considerando que a nossa herança é muito sombria, muito delituosa. Guardemos, porém, a certeza de que, somando o conhecimento evangélico-doutrinário à nossa boa-vontade, sincera e perseverante, tudo se tornará mais fácil. A nossa vitória sobre nós mesmos é realização nitidamente pessoal, para cuja obtenção, no entanto, jamais prescindiremos do amparo, da assistência, do devotamento dos Amigos Espirituais. Iludir-nos-emos, redondamente, se nos julgarmos autossuficientes no processo de nosso aperfeiçoamento, de nossa libertação. A conquista dessa vitória, além de edificar a nossa felicidade e nos proporcionar as bênçãos da iluminação, alegrará almas abnegadas que, ao longo dos séculos, revelam-se incansáveis na missão de nos conduzir à posse dos bens imperecíveis. A vida é luta e a luta foi feita para o homem. Mas o triunfo espiritual somente será conseguido se confiarmos em Jesus e nos seus mensageiros, e, se, fazendo a nossa parte, não desanimarmos no meio do caminho... (Texto de J. Martins Peralva– Retirado do Reformador de Agosto de 1985 - páginas 231/11 e 232/12) (Nesta seção relembraremos as matérias, notícias e informações, dessa fonte maravilhosa de conhecimento que é a Revista Reformador, editada pela FEB - Federação Espírita Brasileira, Casa Máter do Espiritismo no Brasil, desde 1883.) A CHARRUA Ano XII - Nº 51 Página 12 Estudando os Clássicos com Eduardo Bessa Ernesto Bozzano *Savona, 09/01/1861 †Gênova, 24/06/1943 Professor, pesquisador e autor espírita profícuo, escreveu aproximadamente uma centena de monografias sobre vários temas doutrinários. Verdadeiro discípulo de Kardec, não eliminava a priori qualquer hipótese, porque só tinha um objetivo: conhecer a verdade. E m O Livro dos Espíritos, Allan Kardec a b o r d o u , n a s p e r g u nt a s 551–556, o assunto “Poder Oculto. Talismãs. Feiticeiros”, desmistificando a superstição referente aos poderes mágicos atribuídos a certos objetos. Entretanto, como essa crença é milenária e muito difundida em todas as civilizações, B ozzano decidiu-se por escrever a monografia intitulada “Gemas, Amuletos e Talismãs”¹, valendo-se, inicialmente, dos fenômenos obtidos com o concurso das excepcionais faculdades mediúnicas do pastor Stainton Moses.² Ele discute que, no fundo de qualquer forma de superstição, há de haver alguma parcela de verdade. De fato, é de conhecimento geral, no meio espírita, que objetos variados podem ficar impregnados com os fluidos dos seus possuidores, dos ambientes nos quais estiveram etc. (Laboratório do Mundo Invisível em O Livro dos Médiuns). Dessa forma, alguns médiuns têm, na definição de André Luiz, “a faculdade de ler impressões e recordações ao contato de objetos comuns.” (no livro Nos Domínios da Mediunidade)³, mediunidade essa conhecida como psicometria. Com uma argumentação segura e lógica, o autor resume: “se, por um lado, não se pode negar que haja amuletos e talismãs efetivamente saturados de certa influência benfazeja ou malfazeja, para quem os traga consigo, por outro lado, a extrema raridade dos indivíduos capazes de influenciar assim os objetos, junto à extrema raridade dos “sensitivos” suscetíveis de lhes sofrerem as influências, de molde a restringir significativamente o fenômeno, nos levam a considerar destituídos de toda importância os amuletos e talismãs.”. Convido então os irmãos e irmãs a lerem essa pequena, porém significativa obra de Ernesto Bozzano. É uma joia de raciocínio e de bom-senso, daquele que é considerado um dos mais importantes continuadores da obra magistral deixada para nós por Allan Kardec. Boa leitura e fiquem com Deus! 1-www.autoresespiritasclassicos.com/Autores%20Espiritas%20Classicos%20%20Diversos/Ernesto%20 Bozzano/9/Ernesto%20Bozzano%20-%20Gemas,%20Amuletos%20e%20Talism%C3%A3s.doc 2- Pesquisador e médium britânico, com dons mediúnicos raros no gênero, fundador e membro de várias instituições naquele país. Nasceu em 5/11/1839 e desencarnou em 5/9/1892; 3- 8º Livro da Série “Vida no mundo espiritual” do autor espiritual André Luiz, psicografia de Francisco C. Xavier - Ed. FEB. (Nesta Editoria, estudaremos as obras dos autores consideradas como os clássicos do Espiritismo Eduardo Bessa Azevedo é militante do movimento espírita de São Carlos - SP) A CHARRUA Ano XII - Nº 51 Página 13 Leituras & Releituras com Enock Mesquita Maria de Nazaré, a queda de um anjo (I) “Maria desceu revestida de uma humildade sideral, portadora de um amor que universaliza todo bem que se possa entender como sendo a verdadeira caridade. ” (Maria de Nazaré, Miramez – médium: José Nunes Maia) M aria é venerada entre os homens por ter acolhido, no ventre do seu imenso amor, o Mestre da cristandade, Jesus. Aceitou e desempenhou a nobre missão com esmero e amor indefectíveis, como é próprio dos espíritos que já atingiram degrau evolutivo bem mais espiritualizado que o da Terra. Este pequeno artigo busca estabelecer uma ponte entre a figura excelsa de Maria de Nazaré e a transição planetária que estamos vivenciando. É indiscutível que estamos às portas da Regeneração. Entretanto, o que se constata na atualidade é o espocar de conflitos armados em vários pontos do mundo, o aumento desenfreado da violência e da corrupção, além do recrudescimento de todas as formas de intolerância. Todavia, esse c ont e x t o tu r bu l e nt o d a contemp oraneid ade não deve desanimar aos cristãos redivivos pelo Consolador prometido por Jesus. Si g am o s c on f i ante s n a s promessas e no vaticínio do amoros o Nazareno: “Das ovelhas que o Pai me confiou, nenhuma se perderá”. Não nos desesperemos, portanto, pelo momento conturbado que atravessamos, em virtude de ser perfeitamente natural que toda essa turbulência se dê em tempos de transição planetária. A transição planetária não é um fato novo no universo. Q uando Sír ius at ing iu o patamar de orbe regenerado, os espíritos rebeldes e pertinazes no mal foram expulsos para Capella, isso serviu não só como recurso de punição educativa, mas também como uma nova oportunidade para que esses espíritos decaídos colaborassem na regeneração de Capella, naquele momento, planeta de provas e expiações. Tarefa que os renovaria, predispondo-os ao retorno à antiga morada planetária quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de amor. Completa a regeneração de Capella de Auriga, novo expurgo fezse necessário na ordem do universo. E para o planeta Terra vieram sete milhões de espíritos, em levas contínuas, para auxiliarem o nosso planeta a galgar a condição de planeta de provas e expiações. Mas não vieram sozinhos. Contaram com a infinita bondade do Cristo Jesus que os recebeu e os amparou. Esses espíritos somos nós. Expulsos de Sírius, depois de Capella e agora, mais uma vez, aqueles renitentes na perversidade e na vileza estão s endo recambiados lentamente, através de varreduras magnéticas, para mundos inferiores, submetidos a lei de causa e efeito, para que os mansos e pacíficos possam enfim herdar a Terra, como fora prometido, nas Bemaventuranças, pelo meigo Rabi da Galileia. Mas, afinal, qual o papel de Maria de Nazaré em todo esse processo de queda, de dor, de esperança e de luz que envolve as humanidades do espaço sideral em transmigrações coletivas? A resposta?! só na próxima edição. Até lá! (Nesta Editoria, será abordado temas variados na visão de autores diversos, em uma verdaeira “Leitura e reeleitura”, buscando absorver, em vários ângulos, o máximo das lições Enock Mesquita é militante do movimento espírita de Angra dos Reis - RJ) Ano XII - Nº 51 A CHARRUA Página 14 Falando de Esperanto com Alcione Koritzky A o início de cada ano, movida pelas energias positivas de esperança e renovação, a população de várias partes do planeta sonha com melhorias pessoais e sociais, acreditando que a paz se implementará com brindes, abraços e orações. Embora os desejos da virada do ano sejam salutares para a alma, energizando-a para seguir adiante, há um universo de distância entre os sonhos e a sua real efetivação. Basta um rápido olhar no cenário mundial que é possível perceber os inúmeros conflitos internos que as nações estão passando, além daqueles que envolvem mais do que um país, em conflitos que matam pelas armas, pela fome, doenças e indiferenças mundiais. Curtidas virtuais estão longe de serem solução para coisa alguma. Então, como fazer 2016 um ano diferentes dos demais, para que nossos desejos se tornem metas e assim tenham chances de virar realidade? Lázaro Luiz Zamenhof, vislumbrou uma sociedade serena, amiga e fraterna ao organizar o idioma da fraternidade, nosso querido Esperanto. Ainda incompreendido, até mesmo pela grande maioria dos espíritas, o Esperanto é uma das mais fenomenais ferramentas à disposição de todos. De forma prática e objetiva, pode colaborar na disseminação dos valores humanitários e igualitários entre nações. Enxergar o Esperanto além da regularidade gramatical e de sua bela e lógica fonética permitirá entender a obra magistral de Zamenhof, que mesmo antes de sua encarnação, já trabalhava exaustivamente no mundo espiritual, nas questões linguísticas para a elaboração de um idioma planejado. O Esperanto não é a solução para os problemas de conflitos que aterrorizam os tempos modernos, mas sua essência de fraternidade e justiça se coaduna com a base firme e cândida do amor que tanto aspiramos. E onde o amor se instala, pouco a pouco, a paz se faz. Somos partes integrantes do mundo atual e os problemas de um são problemas de todos. Através do Esperanto, podemos nos aproximar linguística e fraternalmente de uma Humanidade tão sofrida e descrente da paz. E é nesta hora que vamos poder contribuir com construção de um 2016 diferente, agindo de forma prática. E, transcendendo os desejos e, em nome do Mestre, sermos semeadores de luz. Em Bangu, você pode aprender o Esperanto no Esperanto-Grupo Ismael Gomes Braga, que se localiza na Rua Silva Cardoso, 673, e também na Biblioteca Pública Municipal, ao lado da Região Administrativa do Bairro. (Alcione Koritzky é palestrante espírita e evangelizadora infanto-juvenil, colaboradora do Grupo Espírita Redenção – 12º CEU e instrutora do Esperanto-Grupo Ismael Gomes Braga. Formada em publicidade, é também escritora e produtora no segmento de obras audiovisuais para cinema e TV - [email protected]) Aviso: Celso Martins está lançando o seu centéssimo livro de título VETERANO?, no qual detalhou sua vida no meio Esperantista desde 1956, quando era ainda um moço de apenas 14 anos de idade! Os interessados devem entrar em contato com o Sr. Pedro A CHARRUA Ano XII - Nº 51 Gente Querida! com Celso Martins Aconteceu no meio espírita Depoimento (continuação) - 11 André Trigueiro Foi numa manhã de uma linda terça-feira. Não me lembro em que dia, o mês, o ano. Seria pedir demais de um memorista público e notoriamente desmemoriado que escreveu pela editora Mnêmio Túlio, fundada pelo baiano Anísio de Brito Neves – elaborou o livro “antes que me esqueça” . - 12 Estava com minha esposa Neli (1941-2010) no Centro Espírita João Batista, prédio recém inaugurado na rua Dona Claudina, 105 – no bairro carioca do Meier, transversal a rua Dias da Cruz (dois médicos homeopatas, pai e filho espíritas). A reunião ia das 9:00 às 9:45 h. a aplicação do passe era das 9:45 até 10:30h. daí descíamos para o primeiro andar e, entre café e bolinhos – havia a venda de livros e se estabelecia uma animada palestra. Gritei: “André – eu o vejo no canal 20 – TV News, todas as noites às 10 horas da noite!” Ele pergunta: “- quem é você?” Respondo:”- Celso Martins!” Ele segue: “- Ih, caro! Eu já li os seus livros. E então se ouviu uma estrondosa gargalhada; porque, gaiato – saí com esta: “Você lê livros pornôs?!” - 13 – Desdobramento Corria o ano de 1960, sábados das 18:00 às 19:30 da noite. Estava reunida a Mocidade Espírita de Iguaçu. Eu era um dos seus componentes convidados pela professora Nancy de Barros. Entre os jovens estava a mocinha Vera Lúcia, filha do casal Arthur e Maria, irmã do Arthurzinho, apelidado de Pelezinho. Vera Lúcia, às vezes, dormia durante a sessão toda, sem roncar. (continua na próxima edição) (Esta seção trará sempre um texto de Celso Martins) Antônio Tenório, da associação Paulista de S. Paulo - Rua Faustolo, 124 - Água Branca - S. Paulo - CEP 05041-000. Vale a pena ler e divulgar mais um livro do escritor espírita, nosso velho e querido amigo conhecido até no exterior. A comercialização será para lançar novos livros em ou sobre o esperanto! Contato com Celso Martins pelos telefones: (21) 3619-1083 e (21) 2627-8383. Página 15 Relembrando Bilhete Amigo Se te sentes esmorecer na luta, eleva o teu olhar ao Criador e observa a Sua obra e a Sua sabedoria. Se a ingratidão de visita deixando-te desiludida, lembra-te que Deus nos dá tudo de bom que possuímos, esperando apenas que devamos aproveitar a sua magnificência para o nosso próprio progresso. E, no entanto, como o desiludimos, deixando a estrada reta para trilharmos por vielas tortuosas, retardando a nossa ascensão. Se a dor bater à tua porta, deves ser forte e lembrarte que ela te conduzirá à perfeição. Se a solidão é tua companheira, procura o teu próximo, sorri e chora com ele, preenchendo o vazio de tua alma com amor. Irradia simpatia e amizade, que receberás em troca amigos sinceros. Mas se tudo fizeres e não receberes a visita da paz e da felicidade, ergue o teu olhar para Jesus e ora, pois a oração é uma necessidade da nossa alma. É através da prece que nos encontramos com Jesus e nos identificamos com Ele para a nossa melhora interior. Judith Garuzi Texto retirado de “O Espelho”- Órgão Noticioso da Juventude Geny Maia Ano IV- Setembro- 1957 - nº 13 Ano XII - Nº 51 A CHARRUA Vocabulário Histórico Página 16 com Manoel Dominique Agabo Profeta de Jerusalém. Dirigiu-se a Antioquia, onde recebeu mensagem mediúnica, anunciadora de crise iminente na Judeia (Palestina). Sem demora, Barnabé e Saulo (Paulo) remeteram socorros, coletados entre discípulos cristãos. Referências: [Barnabé] partiu para Tarso, inteiro. Entretanto, pondero a e v o lut i v a s . D e t o d a s a s a fim de buscar Saulo e, necessidade de imprimirmos a cidades afluíamcolaboradores ao encontra-lo, o conduziu melhor expressão de unidade sinceros. As assembleias para Antioquia. E sucedeu às suas manifestações. Quero estavam sempre cheias de que, por um ano inteiro, referir-me aos títulos que nos revelações. Numerosos irmãos eles se reuniram na igreja e identificam a comunidade. profetizavam, animados do ensinaram considerável turba. Não vejo na palavra “caminho” Espírito Santo. Foi aí que Em Antioquia, os discípulos, uma designação perfeita, Ágabo, grande inspirado pela pr imeira vez, foram que traduza o nosso esforço. pelas forças do plano superior, aconselhados [a se chamarem] Os d is c ípu l o s d o C r isto recebeu a mensagem referente c r i s t ã o s . Na q u e l e s d i a s , são chamados “viajores”, às tristes provações de que desceram profetas de Jerusalém “peregrinos”, “caminheiros”, Jerusalém seria vítima. (...) para Antioquia. Levantando- mas há viandantes e estradas B a r n a b é a p r e s e n t o u a s se um deles, de nome Agabo, de todos os matizes. O mal notícias, de alma confrangida. indicou pelo espírito que estava tem, igualmente, os seus A lab oriosa comunidade prestes a haver grande fome em caminhos. Não seria mais justo solidarizou-se, de bom grado, toda terra habitada... chamarmo-nos – cristãos – uns para atender a Jerusalém. (Atos 11:25 a 11:30 – retirado aos outros? Este título nos R e c o l h i d a s a s c o t a s d e do “O novo Testamento”- ed. recordará a presença do Mestre, auxílio, o ex-levita de Chipre FEB – tradução de Haroldo e nos dará energia em seu prontificou-se a ser o portador Dutra Dias) nome e caracterizará, de modo da resposta da Igreja; Barnabé, Barnabé havia terminado os perfeito, as nossas atividades porém, não poderia partir comentários da noite, quando em concordância com seus só. Surgiram dificuldades o médico tomou a palavra ensinos. (...) na escolha do companheiro para despedir-se. Falando O alvitre de Lucas estendeu- necessário. Sem hesitar, Saulo e m o c i on a d o e, p or f i m , se rapidamente a todos os de Tarso ofereceu-se para lhe considerou acertadamente: núcleos evangélicos, inclusive fazer companhia. - Irmãos, afastando-me de vós, Jerusalém, que o recebeu com (Fragmento do Texto base, do levo o propósito de trabalhar especial simpatia. Dentro de livro Paulo e Estevão, de onde foi pelo Mestre, empregando nisso breve tempo, em toda parte, retirado o verbete em destaque – 2ª todo o cabedal de minhas a p a l av r a “c r ist i an is mo” parte, cap.IV – primeiros labores fracas forças. Não tenho dúvida substituía a palavra “caminho”. apostólicos - versão eletrônica, alguma quanto à extensão deste A I g r e j a d e A n t i o q u i a posições 10979, 13266 e 13273 – movimentoespiritual. Para c o n t i n u a v a o f e r e c e n d o e Na física, página 318 a 320, da mim, ele transformará o mundo as mais belas expressões 24ª edição) (Nesta seção relembraremos o “vocabulário histórico-geográfico dos romances de Emmanuel”, retirados do lívro de Roberto Macedo, com o mesmo título, editado pela FEB - 1ª edição em 1960 e transcrito pelo confrade, militante do Movimento Espírita, Manoel Dominique)