A “MENTIROSA” REQUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (Proposta de Lei nº 154/XII (2ª)) 1. Uma das maiores demonstrações da incapacidade gestionária do Governo centra-se na existência de cerca de 1500 trabalhadores em mobilidade especial, sem colocação E a respectiva recolocação não se tem concretizado dado que: ! depende dos concursos que não se fazem; ! são os trabalhadores que têm de adivinhar as necessidades de pessoal dos diversos serviços e têm de ir bater à porta dos dirigentes destes que acabam por preferir a contratação de quem conhecem. 2. O Governo avança agora para aquilo a que chama a “REQUALIFICAÇÃO”. Isto é, quando se esperaria que o Governo procurasse fazer o que não tem feito, isto é, dar aos trabalhadores a formação de que estejam carecidos e promover a sua colocação nos serviços carecidos, a novidade é: • A rescisão por mútuo acordo; • A possibilidade do despedimento sem justa causa; • A redução da requalificação; remuneração dos trabalhadores colocados em • A aplicação destas normas só aos trabalhadores da Administração Central: de fora ficam os trabalhadores de todas as outras Administrações, Entidades Autónomas e Empresas Públicas ou Municipais. 3. Subjacente a esta Proposta de Lei, em apreciação na Assembleia da República, está uma total ausência de pensamento gestionário para os Serviços Públicos: ! Onde (em que serviços ou Administrações) há trabalhadores a mais? ! Como vai ser feito esse apuramento? ! Que entidade se vai encarregar de fazer a recolocação desses trabalhadores? ! Porque é que em vez destes procedimentos se promove um alargamento do horário de trabalho? ! Qual o fundamento para se rasgar os contratos dos trabalhadores com vínculo definitivo, como se vivêssemos num País que não se regula pelas normas do direito? ! Que Administração Pública se pretende para o futuro quando as normas propostas permitem que os dirigentes possam escolher quem vão despedir e, depois, contratar? Em resumo, está em causa uma proposta de lei que, a prazo mais ou menos longo, destruirá a Administração que se pretendia independente e profissionalizada. Esperamos, ainda, que impere o bom senso: foi o que o STE pediu à Assembleia da República. Lisboa, 2013-07-04 A Direção LBP/VC