Ano 25, Maio de 2012, N° 5 Pagina 1 „Entre vocês não seja assim” Quem escapa da ânsia de sucesso e de influência, da disputa pelos primeiros lugares do desejo de reconhecimento e de aplausos? Associado a este sentimento está o sonho de subir, de estar acima dos outros. Ambição e eficiência são prérequisitos óbvios para conseguir alguma coisa no estudo, no esporte, no trabalho e na vida cotidiana. Tudo depende da justa medida! Perdendo-se a medida surgem os problemas e a vida fica prejudicada. irmãos que desejam partir em missão ele exorta: “Não litiguem nem porfiem, mas sejam submissos a toda criatura humana por causa de Deus e confessem que são cristãos. Quando virem que agrada a Deus, anunciem a Palavra de Deus...” (RnB, 16,5-6) Ele muda o conceito da missão: Missão como paciência e sensibilidade. Missão como serviço e não conquista, missão através do testemunho de vida. Jesus mostra aos discípulos, onde estão as pedras de tropeço. Estando uma vez com os discípulos mais próximos, os doze apóstolos, observou neles este desejo tão humano de subir, de ter posição; então, ele deixou claro que esta vontade de alcançar os primeiros lugares, leva à arrogância e que o poder pode levar à corrupção e à dominação. “Entre vocês, não deverá ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês, e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se o servo de todos "(Mc 10, 43s) Isto implica também numa forma diferente de compreender o envio da Igreja. Trata-se essencialmente de concretizar a mensagem libertadora de Jesus sobre o Reino de Deus, aqui e agora. Para isto Jesus convocou seu povo, sua Igreja como povo de Deus, como é apresentada na Constituição conciliar Lumen Gentium. Uma Igreja, na qual todos tenham a mesma dignidade porque todos participam no sacerdócio comum de Cristo. Uma Igreja, na qual todos os carismas e serviços têm lugar e onde „os grandes“ são os servidores de todos, como Jesus o exige dos seus apóstolos. Trata-se de uma inversão na escala de valores. O que é pequeno e insignificante deve ser considerado grande e o que é grande e valioso deve ser considerado pequeno e insignificante. Jesus fundamenta isto em sua própria missão. Ele, o Filho de Deus encarnado, não veio para ser servido, mas para servir (cf. Mc. 10,45). Deus pensa diferente dos seres humanos. Os pequenos estão no centro e os poderosos devem servir. A tarefa dos discípulos é concretizar no mundo esta divina e revolucionária conversão e para transforma-lo num mundo melhor. Alguém realmente compreendeu esta lógica divina foi Francisco de Assis. Os leprosos lhe abriram os olhos. Quando ditou seu Testamento, pouco antes de sua morte, ele quis lembrar a todos os seus seguidores como tudo começou: mudando seu lugar social do centro rico de Assis para a periferia da cidade, vivendo aí nova vida ao lado dos pobres, no seguimento de Jesus de Nazaré. Aos Com certeza, na Igreja também existiu o desejo de poder. Muitas vezes, a missão se realizou com ajuda da espada, a arrogância de umas culturas e religiões triunfou sobre outras culturas e religiões. Mas também sempre houve mulheres e homens seguiram radicalmente a Jesus que, durante sua vida, serviram aos demais, tornando assim, visível o Deus que ama a humanidade. É isso que homens e mulheres de hoje esperam. Como Cristãos somos enviados para este serviço ao mundo. Isto exige de nós tolerância e respeito frente a quem pensa e crê de modo diferente, exige buscar o diálogo de igual para igual. Exige a disposição de dar e receber. Conforme São Francisco, este relacionamento só é possível ao “submeter-se mutuamente”, isto é, escutando e aprendendo dos demais. Francisco nos deu um exemplo que continua realmente ajudando hoje. Andreas Müller OFM Centro CCFMC,, Haugerring 9, D-97070 Würzburg, T. 0931 / 30 41 93 62, F. 0931 / 30 41 93 66 [email protected], http://www.ccfmc.net, Redação: Hedwig Maurer, VisdP: Andreas Müller OFM Pagina 2 Ano 25, Maio de 2012, N° 5 O Concílio exigiu das Ordens o retorno às suas origens. O CCFMC é um fruto desse compromisso. Milhares de irmãos e irmãs da Família Franciscana, do mundo inteiro, elencaram num diálogo intercultural tudo que a Espiritualidade Franciscana tem a dizer ao nosso tempo. Cinquenta anos depois do início do Concílio, queremos mostrar por exemplos, como o Concílio até hoje tem uma grande atualidade. Conversão dos bispos e cardeais Uma iniciativa de São Francisco e a tarefa pós-Concílio Vaticano II. Frei Hadrian Koch OFM Que atrevimento! Converter bispos e cardeais. Como se isto fosse tão simples! Mas cuidado: este assunto não pode ser abordado com presunção e vaidade, sobretudo, quando não se é prelado. Ao apontar com um dedo para os outros, devemos saber, que quatro dedos apontam contra nós mesmos. Será que converter prelados não fazia parte da missão de Francisco? Embora não sentisse isto como sua tarefa principal, não se descuidou dela. Ele tentou isto, sem ser crítico ou pessimista com a situação da Igreja de seu tempo. Tampouco o fez ofendendo as pessoas. Outro comportamento não corresponderia à personalidade de Francisco. Os prelados, na sua época, tinham pouco interesse na pastoral. Eles tinham privilégios e por esta razão, não tinham a simpatia do povo. Quando a crítica contra a hierarquia da igreja subiu de tom, começaram as comparações: Jesus era pobre, ao contrário, o Papa, os bispos e prelados são ricos; Jesus pregava a paz, enquanto, a Igreja, apóia as guerras; Jesus viveu pobre, e não tinha onde reclinar a cabeça, porém, a hierarquia e os prelados têm uma vida burguesa e cômoda. Os leigos e leigas queriam “nus, seguir o Cristo nu“. Ao que parece, os prelados viviam longe desse ideal. Caso contrário, Catarina de Siena não teria escrito ao Papa: Os pecados dos teus prelados gritam ao céu! Para Francisco, os prelados tinham lugar na ordem. Porém, se um prelado exigisse a um irmão fazer algo, contra a consciência, esse irmão não precisava obedecer. Além disto, os prelados não deveriam se gloriar seu título de prelado, mas assumir sua missão sacerdotal como se lavassem os pés dos irmãos e irmãs. Francisco rejeitou para si mesmo tudo que fosse “superior”, tudo o que engrandecesse, tudo o que fosse maior, pré e sobre; preferia tudo o que na sociedade tivesse a ver com menores e submissos. O que ele mais desejava na sua ordem, era a igualdade de todos e todas. Isto coincidia com os grandes movimentos da sua época: com a luta contra a soberba, o orgulho, e a vaidade. O pecado significava nesta época sobretudo o pecado dos „superiores“, inclusive, dos prelados. Francisco era claramente diferente dos outros movimentos de seu tempo, dos Cátaros e Albigenses. Para ele, a questão era a própria conversão, e não apontar o dedo contra outros. O exemplo pessoal é deveria atrair os outros à conversão. Que sucesso ele teve com isto? Aliás, o “sucesso não é um nome de Deus”, como diria mais tarde Martin Buber, judeu, filósofo da religião. Para Francisco não importa contabilizar sucessos. Ele falava e fazia o, que ele achava certo, justo e em conformidade com o Evangelho. Francisco respeitava os padres e a hierarquia. No final do Testamento de Sena ele escreveu: “Que os irmãos sejam sempre fieis e submissos aos prelados e a todos os clérigos da Santa Mãe Igreja.“. 2 Ano 25, Maio de 2012, N° 5 Pagina 3 „fieis e submissos“ – o que significa isto hoje, na época pós Concílio Vaticano II? A sinceridade é direito do amigo, assim diz o ditado. Será apenas um ditado popular? Na época posterior a Francisco, quando a concorrência com o clero diocesano se intensificou, o franciscano Duns Scotus afirmou, que „os irmãos mendicantes tinham os mesmos direitos dos prelados da Igreja, por estarem mais próximos, do estado de perfeição, portanto, mais idôneos para anunciar ao mundo a verdade cristã.” (Hans-Joachim Schmidt, Franz von Assisi und der Franziskanerorden, p. 75; in: Franziskus. Licht aus Assisi. Hg: Christoph Stiegmann, Bernd Schmies und Heinz-Dieter Heimann. Hirmer Verlag 2010). Conversão dos prelados. Que atrevimento! O Concílio Vaticano II não “aboliu” os prelados. Bispos, abades e cardeais são chamados assim, porque eles são os “responsáveis”. O Direito Canônico de 1983 colocou em prática as decisões do Concílio Vaticano II, e se referindo juridicamente um território chamado “prelatura”, acrescenta “prelatura pessoal” Não se trata de um território fixo – mas da união de padres, diáconos e leigos. Segundo Helmut Feld, não é nenhum milagre que no tempo de São Francisco, membro algum do alto clero, tenha entrado na Ordem. No entanto o Santo não desanimou de mostrar sempre novos “sinais”. Viver segundo o Evangelho era mais importante para ele e o seu exemplo convencia, mesmo que junto ao “baixo clero”, que era mais próximo do povo de Deus. Será que isto hoje em dia é diferente? Como é difícil começar tudo do zero, – assim foi na antigamente e assim é hoje em dia. Mas o desafio continua se a gente quiser enfrentá-lo. Com que profundidade, se deu a conversão dos prelados desde Francisco até hoje, é impossível dizer em nível de mundo. Mas houve tempo, em que alguns na Igreja ficaram „bem próximos“: no tempo do Concílio Vaticano II, quando “animados pelo espírito profético de Dom Helder Câmara, no dia 16 de novembro de 1965 – três semanas antes do encerramento do Concílio – quarenta bispos Concílio se reuniram fora de Roma, nas Catacumbas de Domitila, e assinaram o “pacto para uma Igreja servidora e pobre”. Mais tarde se juntaram a eles mais 500 bispos. Este „pacto de catacumbas“ dos prelados caiu no esquecimento. Seria muito louvável que 50 anos depois, este pacto fosse retomado! Francisco nunca apontou o dedo contra alguém. Ele fez aquilo, que ele achava de acordo com o Evangelho. São Francisco pregou diante do Papa e dos Cardeais tão humildemente e com tanta eficácia, que ficou claro, que ele não pronunciava palavras acadêmicas, mas falava sob a inspiração divina. Detalhe dos afrescos de Giotto na Basílica de São Francesco; Assis. 3 Ano 25, Maio de 2012, N° 5 Pagina 4 África Quênia Planejamento de mais cursos intensivos do CCFMC A conclusão bem sucedida do curso intensivo no ano 2011 encorajou a equipe de coordenação do CCFMC no Quênia, a realizar este curso também este ano, para religiosos e leigos franciscanos. No ano passado, participaram 35 franciscanos; 24 conseguiram encerrar o curso com um certificado. A programação deste ano se destina de novo aos membros da Associação da Família Franciscana (Franciscan Family Association/FFA) em toda Quênia. Com a participação neste curso eles devem adquirir condições de familiarizar os Franciscanos nas suas regiões de origem com o conteúdo das lições e a ajudar a perceber a aplicação prática do conteúdo na vida cotidiana. No segundo curso, devem ser convidados especialmente jovens Franciscanos, porque a juventude representa o futuro do país. Com este curso os participantes devem adquirir condições de compreender os elementos fundamentais das Fontes Franciscanas e de aplicar estes fundamentos à nossa época; deve ser despertada neles a vontade de se comportar claramente como Franciscanos, e mostrar as lacunas existentes no mundo de hoje; eles devem desenvolver a capacidade de dar testemunho como Francisco e Clara, serem exemplo e viver uma vida profética; enfim, os cursistas devem aplicar a aprendizagem na vida cotidiana em pensamentos, palavras e ações. Ásia Paquistão Ações de jejum dos Franciscanos em instituições sociais Membros da Ordem Franciscana Secular (OFS) e jovens Franciscanos da JUFRA (Juventude Franciscana) visitam paróquias e instituições sociais na metrópole de Karáchi, capital do Paquistão. Saleem Amir OFM, Assistente Espiritual da OFS em nível nacional, relata referente esta ação: „... A Quaresma nos convida a ir mais ao encontro dos homens e mulheres, que necessitam de calor humano e da oração de outras pessoas. Também este ano os membros da OFS e da JUFRA decidiram mostrar concretamente a oração, o amor ao próximo e a espiritualidade franciscana, nas diversas paróquias de Karáchi. No dia 24 de março, visitaram um asilo de idosos, para partilhar a nossa vida, a nossa esperança e a alegria com cidadãos idosos. Começamos com a celebração da Santa Missa. O líder espiritual da paróquia, Albert Nazir, interpretou o Evangelho. Era uma questão de encorajamento e de apreço por aquilo que essas pessoas fizeram para suas famílias e para a sociedade. Depois da missa, foi oferecido um almoço aos moradores, o que foi partilhado num ambiente bem agradável. 4 Pagina 5 Ano 25, Maio de 2012, N° 5 A segunda e bem esperada visita aconteceu em seguida na comunidade de Baldia, coordenada pelos Oblatos, para apresentar lá também os membros da OFS e a JUFRA. A terceira visita planejada no Valika-Hospital, mas esta visita bem como a visita na comunidade de São Filipe, teve que ser cancelada por falta de segurança.” Filipinas Franciscanos jovens praticam a preservação do meio ambiente A relação entre a teoria e a prática marcou o encontro de dois dias dos Jovens Franciscanos em Siquijor, no final do mês de outubro de 2011. O tema deste encontro foi: Prega o Evangelho a todo instante, e se for necessário, faça-o pela Palavra. Com palestras e trocas de idéias o primeiro dia foi preenchido com a parte teórica. Para o segundo dia, o dia da prática, os participantes planejaram ações de preservação do meio ambiente nos entornos, seguindo, assim os passos de Francisco, padroeiro dos animais e do meio ambiente: eles plantaram algumas árvores no morro da ilha de Siquijor e limparam um pedaço da praia da ilha. O reflorestamento serve em especial para o meio ambiente, porque deste modo podem ser evitadas enchentes e deslizamentos. __________________________________ 20 a 22 de junho de 2012 Faltam 8 dia(s) Skip to Content Sobre _______________________________ 5 Ano 25, Maio de 2012, N° 5 Pagina 6 Em 2011/12 celebramos os 800 anos da fuga de Clara, em busca de seu próprio caminho e a fundação de sua comunidade. Uma amiga, Martina Kreidler-Kos, uma Irmã Ancilla Röttger OSC e um irmão, Frei Nicolau Kuster OFMCap escreverão, alternadamente, para ilustrar o início do movimento clareano. Nós publicamos aqui estes textos, com a gentil permissão do INFAG (Movimento interfranciscano dos países da língua alemã). Forma vivendi – Dar forma à minha vida – Parte III Um olhar sobre São Damião, no tempo da fundação, nos permite vislumbrar, um ano depois que tudo começou, as primeiras formas de vida de Clara e suas companheiras. A “Forma Vivendi” desta fase, cuja essência Francisco resumiu numa única frase (cf, artigo julho de 2011), dispensa provocativamente a qualquer concretização externa. Testemunhos do processo lembram a escolha da pobreza, as necessidades e os milagres que aconteceram no período anterior a Pentecostes de 1214, quando Francisco ainda era tido o responsável por São Damião. Falta de coragem para a inovação? Ao contrário de Margaret Carney, Jacques Dalarun julga poder constatar uma falta de coragem para inovar, e atribui a falta a Francisco: “Em Francisco não se tem nenhum sinal visível, nenhum propósito específico, que poderia integrar mulheres numa instituição comunitária, numa assistência espiritual, num plano de salvação”. Bem diferente acontece com as grandes figuras e diretores/as espirituais do século 12/13 como os fundadores de Fontevrauld ou Sempringham, um Hildebert de Lavardin, de um Petrus Abaelard ou Tiago de Vitry e outros pregadores, que “pelo menos tentaram criar estruturas, buscar modelos e elaborar conferências, que se dirigiam realmente às mulheres. Confirmar esta carência em Francisco não significa de maneira alguma que ele tivesse aversão contra as mulheres, mas denuncia uma falta de reflexão e de um projeto específico”. Realmente o bem aceito historiador parisiense da Idade média, o parisiense Robert d´Arbrissel, ultrapassou os limites imagináveis das convenções. Como sacerdote de aldeia da diocese de Rennes, com mulher e filhos, tocado pela Reforma Gregoriana, temeu tanto por sua salvação, que abandonou a família, viveu celibatário e se tornou um reformador rigoroso, percorrendo a Bretanha, como pregador itinerante. Quando se lhe juntaram companheiros e companheiras, ele lhes ensinou a vincular estreitamente „a erótica e a abstinência“ (assim é o título alemão de uma biografia moderna) e a pôr-se a caminho, como comunidade mista sem nenhuma medida de proteção. Como o bispo de Rennes não confiava neste estilo de vida, forçou Robert a fundar conventos fixos, o que o pioneiro realizou de forma impressionante. Junto com Hersendis de Champagne, mulher de origem nobre, ele criou em Fontevraud uma cidade conventual mista, onde o convento São João acolhe os padres e irmãos; as virgens ficavam no convento Santa Maria; as viúvas, esposas abandonadas e prostitutas convertidas viviam no convento Santa Madalena, e o convento-hospital Lázaro recebe uma comunidade dedicada ao cuidado dos leprosos. O complexo todo, inclusive os sacerdotes, era submetido a uma abadessa, que devia ter experiência de vida e não ser virgem. Em relação a este fundador de Ordem, Jacques Dalarun vê em Francisco um „ pequeno cidadão medroso”. Na verdade, o modelo de „Pauperes Christi“ de Francisco e Clara é difícil de aplicar á realidade de Robert d'Arbrissel: os bosques da Bretanha são muito diferentes da efervescente cidade de Assis; a sociedade feudal da Alta idade Média, no início da burguesia; a inovação da vida monástica de Fontevraud teve um contexto diferente ao do surgimento da vida itinerante dos fratres et sorores minores. Um olhar histórico nos mostra: Cada forma de vida, mesmo a mais inovadora, é filha de seu tempo, de seu contexto cultural e desafia, em primeiro lugar sua própria sociedade. De que maneira minha própria forma de vida é desafiadora para a Igreja e para a sociedade de hoje? Quando ela corre o perigo de se tornar apenas algo exótico ou virar peça de museu? Quando é que minha comunidade merece a etiqueta de „pequena, burguesa e sem coragem“? Aonde eu vejo que nosso carisma é profético ainda que de forma tímida? Liberdade Evangélica O julgamento antecipado de Dalarun sobre Francisco (e Clara) deriva de uma mentalidade patriarcal: O homem desenvolve um projeto de vida para mulheres. Ao contrário, a forma de vida de São Damião expressa a liberdade evangélica: Há somente um pai, que une homens e mulheres numa única irmandade – para além da própria comunidade, cultura ou religião. Como amadas do Espírito Santo as irmãs não necessitam de visitadores, nem de regras rígidas, nem regulamentos monásticos. Como discípulas de Cristo seguem os passos do único Mestre, a quem eles abraçam na pobreza. Aonde a minha vida se mostra “evangelicamente livre” – com relação a mim mesmo/a e aos outros? Frei Niklaus Kuster OFM Cap 6