UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO– UFOP ESCOLA DE MINAS – EM COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO - CECAU PROJETO DE CONTROLE NUMÉRICO PARA UMA MESA DE COORDENADAS MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO LAMARTINE BATISTA DE PAIVA FILHO Ouro Preto, 2008. LAMARTINE BATISTA DE PAIVA FILHO PROJETO DE CONTROLE NUMÉRICO PARA UMA MESA DE COORDENADAS Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Controle e Automação da Universidade Federal de Ouro Preto como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Engenheiro de Controle e Automação. Orientador: Prof. Dr. Sávio Augusto Lopes da Silva Ouro Preto Escola de Minas – UFOP Julho de 2008. i ii A meus pais, por terem a educação de seus filhos uma prioridade. iii AGRADECIMENTOS Agradeço muito aos meus pais, aos meus irmãos pelo apoio, amor e carinho. A minha namorada pelo amor e pela troca de idéias sobre engenharia. À república Boemia pela convivência e amizade ao longo desses 5 anos. Aos professores pelo ensino e companheirismo, a UFOP e Escola de Minas pela qualidade do ensino e inúmeras oportunidades oferecida, e finalmente a Fundação Gorceix por sempre apoiar o ensino e pesquisa. iv Aos grandes amigos e companheiros de Ouro Preto e aos Moradores e Ex-alunos da republica Boemia. "...Eu sou a paz, amor e sou amizade... -- A porta do meu peito é sempre aberta Estou em toda parte sempre alerta... Enquanto tu CULTURA ensinas o belo Aos corações, a fé, amor revelo Aos errados eu mostro-lhes a verdade É por isso que sou a FRATERNIDADE." v Júlio Pinto de Melo SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... vii LISTA DE SIGLAS ............................................................................................................. viii RESUMO .................................................................................................................................ix ABSTRACT ..............................................................................................................................x 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................1 2 MOTORES DE PASSO ........................................................................................................1 2.1 Motores de Passo com relutância variável ....................................................................... 3 2.2 Motores de Passo com imã permanente ........................................................................... 4 2.3 Motores de Passo híbridos................................................................................................ 4 2.4 Principio de Funcionamento............................................................................................. 4 3 SERVO MOTORES ..............................................................................................................7 3.1 Princípios de Funcionamento ........................................................................................... 8 4 ENCODER ...........................................................................................................................11 4.1 Princípio de funcionamento............................................................................................ 11 4.2 Tipos de Encoder ............................................................................................................ 12 5 ROBÔS AXIAIS ..................................................................................................................15 5.1 Graus de liberdade .......................................................................................................... 15 5.2 Características das juntas................................................................................................ 17 5.3 Repetibilidade e Precisão ............................................................................................... 18 6 CONTROLE NUMÉRICO.................................................................................................19 6.1 Sistema de Coordenada .................................................................................................. 19 7 APLICAÇÕES .....................................................................................................................21 8 PROJETO ............................................................................................................................25 vi 8.1 Hardwares e Motores...................................................................................................... 25 8.2 Software.......................................................................................................................... 29 9 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS....................................................................30 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................32 vii LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 Eixo e Estator 3 Figura 2.2 Motor bipolar com passo inteiro 5 Figura 2.3 Motor unipolar com passo inteiro 5 Figura 2.4 Motor bipolar com meio passo 5 Figura 2.5 Motor unipolar com meio passo 6 Figura 2.6 Tabela do fechamento das bobinas para motor de passo e meio passo 6 Figura 3.1 Servo Motor 7 Figura 3.2 Diagrama de blocos representando o sistema de um Servomotor 7 Figura 3.3 Motor DC ímã−permanente em corte 8 Figura 3.4 Diagrama de blocos da equação 3-11. 10 Figura 4.1 Exemplo de Disco de Encoder Absoluto 11 Figura 4.2 Exemplo de Disco de Encoder Regular 12 Figura 4.3 Exemplo de Disco de Encoder Regular Defasado 13 Figura 4.4 Regulador de Vazão 13 Figura 5.1 Os cinco tipos de juntas robóticas e suas características 16 Figura 5.2 Ilustra a configuração do manipulador cartesiano 17 Figura 5.3 Volume de trabalho do robô cartesiano 17 Figura 6.1 Sistema de Coordenada 20 Figura 6.2 Sistema de coordenadas na peça 20 Figura 7.1 Equipamento de corte e meio corte modelo RXY-F 22 Figura 7.2 Esquema construtivo dos bocais para água pura e com abrasivos 22 Figura 7.3 Esquema construtivo da Mesa XY 23 Figura 7.4 Laser Engineered Net Shaping 24 Figura 8.1 Foto da Mesa de Coordenadas 25 Figura 8.2 Plug para Porta paralela 25 Figura 8.3 Motores de 5 e 6 fios 26 Figura 8.4 Teste para encontrar o fio comum 26 Figura 8.5 Esquema típico para controle de motor de passo 27 viii Figura 8.6 Esquema do Projeto N5-i 28 Figura 8.7 Placa pronta para acionamento de 3 motores de passo, 28 LISTA DE SIGLAS CN Controle Numérico ix CNC Controle Numérico Computadorizado ix CAM Computer Aided Manufacturing ix CAQ Qualidade Auxiliada por Computador ix CAE Engenharia Auxiliada por Computador ix CAP Produção Auxiliado por Computador ix CAD Desenho Auxiliado por Computador ix CIM Integrated Computer Manufacturing ix DEMET Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais 1 RIA Robot Institute of América 15 DXF Drawing Exchange Format 29 ASCII American Standard Code for Information Interchange 29 ix Resumo Neste trabalho realizou-se um estudo sobre Controle Numérico (CN), buscando conhecer suas características e aplicações. Foi desenvolvido também um projeto de controle para uma mesa de coordenadas, a fim de utilizá-lo em aplicações de pesquisa, ensino e extensão. As principais aplicações pretendidas de imediato são: confecção de circuitos impressos, polimerização a laser, corte de chapas à água. São abordados os conceitos fundamentais sobre o Comando Numérico, são estudadas as características técnicas dos motores de passo, servomotores, encoders, interpretação das mesas xy como robô axial, bem como o funcionamento do controle. O resultado deste trabalho colabora com projetos didáticos, de pesquisas e desenvolvimentos de protótipos baseados nos conceitos de manufatura e da própria tecnologia de Controle Numérico de Equipamentos. x Palavras-chaves: Manufatura, Controle Numérico, Manufatura Integrada por Computador. ABSTRACT In this work a study on Numerical Control (NC) was carried out, seeking the knowledge of its characteristics and applications. It was also developed a project to control a table of coordinates in order to use it in applications for research, education and extension. The main imadiate applications are: manufacture of printed circuits, laser polymerization, cutting plates by water. Fundamental concepts on Numerical Command are clarified; the technical characteristics of step motors, servomotors, encoders, xy tables interpretated as axial robot, as well as its control operation are studied. The result of this work collaborates to educational projects, researches and prototypes development based on the concepts of manufacturing and on the Numerical Control technology of equipment itself. xi Key - words: Manufacturing, Numerical Control, Computer Aided Manufacturing. 1 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho trata do projeto de um Controlador Numérico para uma mesa de coordenadas de dois graus de liberdade composta de duas bases. As bases deslocam-se num plano horizontal e são acionadas por dois motores. As posições das bases são medidas por dois sensores de posição. Como estas mesas são utilizadas em aplicações onde se exige alto grau de exatidão, o Controle Numérico Computadorizado é o ideal. O Controle Numérico de Equipamentos é uma forma de automação que traz muitas vantagens, tais como a repetibilidade e a homogeneidade da produção, assim privando o trabalhador de atividades insalubres e desgastantes. Este projeto visa efetuar o Controle Numérico de uma Mesa XY, a fim de possibilitar a fabricação de placas de circuito impresso para auxiliar a outras linhas de pesquisas na Universidade Federal de Ouro Preto. Com a automação desta Mesa XY, no Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (DEMET) pretende-se implementar aplicações, entre elas a polimerização a laser. Assim a interdisciplinaridade é uma característica desse projeto, que busca automatizar um sistema mecânico para suprir diversas áreas. Automação é um sistema de controle pelo qual mecanismos verificam e atuam em seu próprio funcionamento, efetuando medições e introduzindo correções, sem a necessidade direta da inteferência humana. Atualmente, está presente em diferentes níveis de atividades do homem, desde a medicina até a astronomia, ampliando a capacidade de interação com a natureza e os processos. O conceito de automação pode ser aplicado em diversos níveis das operações de fábrica, tais como: dispositivo (sensores e atuadores); máquina (máquinas individuais e esteiras); célula ou sistema (células de manufaturas); planta (sistemas de produção); corporação (Dados corporativos) entre outros. Este trabalho trata do nível de máquina incorporando equipamentos e estações de trabalho bem como o Controle Numérico Computadorizado. Computer-Aided Design (CAD), Projeto Auxiliado por Computador, é o nome genérico de sistemas computacionais utilizados pela engenharia, para facilitar o projeto e desenho técnicos. Computer-Aided Manufacturing (CAM), Manufatura Auxiliada por Computador é um sistema baseado em máquinas de controle numérico, comandadas por computador, que utiliza um monitoramento das funções de produção, manipulação, transporte e armazenagem. 2 O Controle Numérico Computadorizado é uma forma de automação computadorizada em que as ações de uma máquina-ferramenta são controladas por um programa alfa-numérico. Tais ações possibilitam uma maior repetibilidade das atividades, tornando mais uniformes os tempos. Assim possibilita a redução do start-up, diminuição dos índices de refugos e de retrabalho. Uma Mesa XY é composta de duas bases que se deslocam num plano horizontal e são acionadas por dois motores. Assim por meio de geração de movimentos coordenados nos dois eixos de movimento da mesa, é possível deslocar o plano de trabalho pela trajetória definida via software. A estrutura do trabalho compreende, além desta introdução, outros cinco capítulos. Os capítulos “2 MOTORES DE PASSO” e “3 SERVOMOTORES” apresentam uma revisão bibliográfica realizada sobre as características elétricas e mecânicas dos motores de passos e dos servomotores, e são apresentados os aspectos gerais de seu funcionamento. Os capítulos “4 ENCODER” e “ 5 ROBÔS AXIAIS”, descrevem o procedimento de funcionamento dos encoders e uma interpretação da mesa xy do ponto de vista da robótica. O capítulo “6 CONTROLE NUMÉRICO”, caracteriza a técnica de controle de equipamentos usando números. O capítulo “7 APLICAÇÕES”, relata uma série de usos para as mesas xy em diversas áreas da engenharia. O capítulo “8 PROJETO”, fazendo uso dos estudos anteriores este capítulo reúne técnica e equipamento, fazendo uso de hardware e software para a efetuar o controle numérico computadorizado da mesa xy. O capítulo “9 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS”, apresenta as considerações finais obtidas a partir do estudo e proposições para desenvolver trabalhos futuros. 3 2 MOTORES DE PASSO Motores de Passo são equipamentos eletromecânicos que convertem sinais elétricos em movimento mecânico discreto. Eles são compostos de basicamente duas partes o Rotor e o Estator. O Rotor é o conjunto eixo-imã que gira juntamente a parte móvel do motor, e estator é onde as bobinas se enrolam, eles podem ser vistos na figura 2.1. Figura 2.1 eixo e estator. Fonte: LEITE, LIMA, LEÃO, PRESTES (2003). O eixo do motor gira conforme a seqüência de sinais elétricos, assim a sua variação controlamos o sentido de giro, a velocidade de rotação e o angulo de deslocamento. São comuns motores de passo com exatidão de 1,8(ou 200 passos por volta), assim podem ser posicionados precisos e repetidamente, apresentando uma excelente característica de parada, partida e reversão, pois os motores respondem a pulsos digitais de entrada e podem ser controlados por malhas abertas de controle. Contudo os motores de passo podem ter dificuldades de operarem a velocidades extremamente elevadas e ainda ressonâncias se o controle não for apropriado. Os motores de passo possuem três construções básicas motores de passo com relutância variável, de imã permanente ou hibrido. 2.1 Motores de passo com relutância variável 4 Esses motores possuem um estator laminado e o rotor é feito a partir de ferro doce e possuem vários pólos. Diferentemente de outros motores, esse tipo não possui imã permanente assim o seu torque na partida é nulo, logo não se deve acioná-los com carga. 2.2 Motores de Passo com imã permanente Diferentemente do motor de passo de relutância variável os de imã permanente possuem o seu rotor feito de alnico e é magnetizado radialmente, assim o torque estático não é nulo. 2.3 Motores de Passo híbridos Esse tipo de motores de passo possui tanto o rotor quanto o estator multidentado. O rotor é composto de imã permanente e magnetizado axialmente, com ótimo grau de precisão e boa relação de torque, os ângulos de deslocamentos são pequenos entre 0.9 e 1.8 graus. 2.4 Principio de Funcionamento Os motores de passo são projetados com enrolamentos polifásicos, como a maioria dos motores. O numero de pólos está diretamente ligado ao tamanho do ângulo de deslocamento desejado por pulso de entrada. O controle do deslocamento do eixo do motor de passo está relacionado à seqüência de exitação das bobinas. Esta seqüência é determinada pelos pulsos de entrada. Existem três tipos básicos de movimentos o de passo inteiro, o meio passo e o micropasso, para qualquer tipo de motor de passo tanto unipolar quanto bipolar. Para efetuar o movimento de passo inteiro há duas opções: uma seria energizar uma bobina de cada vez a outra opção seria energizar a bobinas em pares de modo que o rotor se estabilize entre as duas bobinas, figuras 2.2 e 2.3. 5 Figura 2.2 Motor bipolar com passo inteiro. Fonte LEITE, LIMA, LEÃO, PRESTES (2003). Figura 2.3 Motor unipolar com passo inteiro. Fonte LEITE, LIMA, LEÃO, PRESTES (2003). Meio passo consiste em fazer a metade do deslocamento angular que o passo inteiro faria, assin para um motor bipolar energiza-se conforme mostra a figura 2.4, caso seja um motor unipolar a energização é feita conforme a figura 2.5 . Figura 2.4 Motor bipolar com meio passo. Fonte LEITE, LIMA, LEÃO, PRESTES (2003). 6 Figura 2.5 Motor unipolar com meio passo. Fonte LEITE, LIMA, LEÃO, PRESTES (2003). A figura 2.6 mostra a seqüência de energização das bobinas do motor. Figura 2.6 Tabela de energização das bobinas para motor de passo e meio passo. Fonte LEITE, LIMA, LEÃO, PRESTES (2003). 7 3 SERVOMOTORES Os servomotores, como os motores de passo, são dispositivos eletromecânicos que posiciona o seu eixo em uma determinada posição angular conforme um sinal de entrada. Esses motores possuem um circuito de controle e um potenciômetro ligado ao eixo do motor como pode geralmente ser visto na figura 3.1. Esse potenciômetro realimenta o circuito de controle “informando” a posição angular do motor, assim quando estiver na posição desejada o motor para. Geralmente os Servomotores possuem limitadores de deslocamento, estes de 0º a 90º ou de 0º a 180º, contudo esse limitador pode ser removido. Figura 3.1 Servomotor. Fonte: Santos (2003). Todo servomotor apresenta o torque de saída proporcional à tensão de controle aplicada pelo amplificador que responde ao sinal de erro dado pelo potenciômetro. O sentido do torque é definido pela polaridade de tensão de controle. O sistema de um servomotor pode ser representado pelo diagrama de bloco, figuras 3.2. Controlador Transdutor de entrada v Radianos Potenciômetro de entrada r + voltas -b voltas e Amplificador Gerador voltas Elemento Instalação m voltas Servo motor de realimentação Tacômetro Figura 3.2, Diagrama de blocos representando o sistema de um Servomotor. c voltas 8 3.1 Princípios de Funcionamento A figura 3.2 (KENJO, 1991) mostra a vista em corte de um motor genérico com dois ímãs−permanentes. A armadura é equipada com fios de cobre uniformemente colocados num núcleo de ferro laminado cilíndrico. Os comutadores através das escovas passam a corrente elétrica pela armadura. As escovas são montadas na carcaça de maneira a deslizar pela superfície do comutador quando a armadura girar mantendo o contato elétrico. Figura 3.3 Motor DC ímã−permanente em corte. Fonte: KENJO (1991). Segundo Mussoi (2002), os motores de Imã permanentes trabalham normalmente em tensões de 6 e 200 Volts. Os motores de campo permanente são bem compensados por meio de enrolamentos de comutação, evitando assim a desmagnetização dos imãs do campo em virtude de uma súbita mudança na polarização da tensão CC da armadura. As estruturas desses motores são feitos de uma liga de Alnico VI (liga de alumínio níquel e cobalto), forjada em anel circular de cerca de uma polegada de diâmetro circundando a armadura por completo e proporcionando um fluxo forte associado. Os servomotores são motores DC projetados para trabalhar em malha fechada. Para uma modelagem do sistema ea(t) é a tensão da armadura, o sinal de entrada do sistema, Lm e Rm correspondem à indutância e a resistência da armadura, respectivamente. A tensão em(t) é 9 a gerada pelo movimento da bobina no campo magnético do motor, ou seja, a força contra eletro-motriz, pode ser representado na equação 3-1a. em(t ) = Kφ dθ dt (Equação 3-1a) O K corresponde a características do motor, φ é o fluxo do campo e θ é o ângulo de deslocamento do eixo do motor. dθ dt corresponde a velocidade angular do eixo. Considerando-se o fluxo φ constante a equação 3-2 deixa de ser não-linear. ea(t ) = Ra ia (t ) + L dia (t ) + t m (t ) dt (Equação 3-1b) dθ dt (Equação 3-2) em(t ) = Km Aplicando a transformada de Laplace na equação 3-2, tem-se: Em( s ) = KmsΘ( s ) (Equação 3-3) Sendo o circuito da armadura, em Laplace, dado pela equação 3-4, tem: Ea ( s ) = ( Lms + Rm) Ia ( s ) + Em( s ) (Equação 3-4) Colocando Ia(s) em evidencia, tem-se: Ea( s ) − Em( s ) Lms + Rm Ia( s ) = (Equação 3-5) Define-se o torque pela equação 3-6: τ (t ) = K1φia (t ) = K τ ia (t ) (Equação 3-6) Aplicando a transformada de Laplace na equação 3-6, tem se: T ( s) = K τ I a ( s) (Equação 3-7) Para se obter a equação final do torque total aplicado na armadura, onde J é o momento de inércia conectado ao eixo do motor e B representa o atrito do ar e dos rolamentos, assim a representada na equação 3-8. J d 2θ dθ = τ (t ) − B 2 dt dt (Equação 3-8) Aplicando a transformada de Laplace na equação 3-8, tem se: T (s) = ( Js2 + Bs)Θ(s) (Equação 3-9) Colocando Θ(s ) em evidencia, tem-se: Θ( s ) = T ( s) Js 2 + Bs (Equação 3-10) 10 Partindo da fórmula de ganho de Manson obténs a função de transferência do motor (Equação 3-11) G( s) = G1 ( s) Kτ G2 ( s ) Θ( s) = Ea ( s ) 1 + G1 ( s) Kτ G2 ( s ) H ( s) (Equação 3-11) Partindo das equações anteriores constrói-se o diagrama (Figura 3.4). Ea + G1 = Ia 1 sLm + Rm T Kt G2 = 1 Js + Bs θ 2 − Em H ( s) = K m s Figura 3.4, Diagrama de blocos da equação 3-11. De acordo com PHILLIPS e HARBOR (1997), pode-se considerar a indutância da armadura Lm pequena, quando se trabalha com servomotores, assim a função G (s ) pode ser simplificada como visto na equação 3-12. G(s) = Kτ JR m s + ( BRm + Kτ K m ) s 2 (Equação 3-12) É importante destacar que a função de transferência, G (s ) , é dependente do atrito e da inércia do sistema. Um sistema de controle numérico feito com um servomotor mostra-se confiável e estável, sendo uma opção importante para aplicações, usando Controle Numérico. 11 4 ENCODER Para aplicações na automação utilizam-se muitos dispositivos com posições iniciais e finais bem definidas, como por exemplo, sistemas controlados por atuadores pneumáticos ou hidráulicos. Assim quando é necessário saber com precisão onde uma dada peça se encontra no espaço e a sua posição atual usa-se encoder. Com esse sensor é possível converter um movimento, tanto linear quanto circular, em sinais digitais que informariam a posição, funcionando como uma realimentação do sistema, que informa sobre as posições atuais, assim podendo compará-las com as posições planejadas em sua programação. Com isso, pode-se utilizar essa informação em um sistema, possibilitando o controle do equipamento. 4.1 Princípio de funcionamento Encoders regulares são as forma mais simples de Encoders. São compostos de um disco perfurado, um foto-emissor e um foto-receptor, o disco é acoplado ao eixo que se deseja determinar a posição, este disco fica entre o foto-emissor e o foto-receptor, logo, conforme o numero de pulsos gerados pode-se determinar a velocidade de rotação. Conforme o número de furos do disco rotativo, tem-se a relação de pulsos/volta, assim quanto maior o numero de furos por volta maior será a exatidão do equipamento. Mas pode-se também com apenas dois furos e com uma defasagem de 90º entre eles, determinar a o sentido e a velocidade de rotação. Tabela Verdade Figura 4.1 Exemplo de disco de encoder absoluto 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 1 1 0 1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 1 12 Outra técnica seria colocar mais furos por disco variando a sua distancia do centro. Com isso pode-se determinar o sentido, a velocidade de giro e a posição angular. Coforme mostrado na figura 4.1, o disco possui 8 segmentos, logo cada um representa uma faixa angular de 45º, dessa forma quanto mais segmentos, maior a precisão, por exemplo um disco de 50 segmentos teria a exatidão de 7,2º, sabendo-se também a velocidade e o sentido de giro. 4.2 Tipos de Encoder Existem vários tipos de encoder como, por exemplo, o encoder regular defasado, encoder absoluto e potenciômetro. Os encoders regulares possuem em seu disco apenas um furo assim quando e feixe de luz é interrompido pela rotação do disco, gera um pulso e o emite para o controle. Logo contando esses pulsos sabe-se a velocidade de rotação. Figura 4.2 Exemplo de Disco de Encoder Regular Os encoders regulares defasados funcionam da mesma maneira, contudo ele possui mais em posições defasados, figura 4.3, fazendo uso de dois foto-sensores teremos o sinal de cada um deles separadamente, sabendo a defasagem de cada um deles, tem-se a velocidade e o sentido de rotação. A função do encoder é fornecer dois tipos de dados, a quantidade de movimentos efetuados pelo motor, e o sentido de rotação do eixo, sendo esse horário ou anti-horário. Quaisquer informações adcionais são obtidas por meio de cálculos. 13 Figura 4.3 Exemplo de Disco de Encoder Regular Defasado. Os encoders absolutos tem o mesmo principio de funcionamento, contudo além de dar as mesmas informações, eles geram um código binário que define com precisão a posição angulares do eixo. O seu disco é composto de segmentos, cada um com certo número de furos e em posições para diferenciarem entre si, assim cada segmento é caracterizado por um código binário, no instante que passa pelos foto-sensores. Pode ser visto na figura 4.1. Os encoders óticos absolutos têm a capacidade de fornecer informações mais rigorosas que os incrementais. Pois eles são capazes de informar a posição física da junta robótica, sem que tenha que comparar a posição inicial com a atual, pois ele já fornecer um sinal diferenciado para cada posição angular. Figura 4.4 Regulador de Vazão. 14 Os resistores variáveis (potenciômetros) fornecem um dado analógico tornando-o mais preciso. Em um de seus terminais deve ser alimentado com uma fonte de tensão e o outro terminal ligado à terra, assim basta deslocar o eixo do potenciômetro para colher um dado analógico. A sua limitação está ligada ao numero de voltas do sistema que se deseja medir, utilizado no regulador de vazão (figura 4.4) o potenciômetro mede o deslocamento da haste que esta ligada ao diafragma da válvula, logo sabendo quanto ela esta aberta sabe-se qual a vazão podendo assim ser controlada. 15 5 ROBÔS AXIAIS Os robôs manipuladores industriais são máquinas fascinantes e complexas do ponto de vista mecânico e estrutural, do ponto de vista elétrico, eletrônico e informático e do ponto de vista da complexidade de controle. Mesmo assim apresentam-se ainda como máquinas limitadas em programação, controlabilidade e em termos de exploração remonta. Os robôs possuem características que a distinguem de máquinas automatizadas tais como flexibilidade na programação, versatilidade e autonomia. Assim como foi definido pelo (RIA) Robot Institute of América o robô industrial é “Dispositivo multifuncional, programável para realizar uma série de tarefas, dedicados à automação das atividades de um ambiente CIM”. A estrutura mecânica robótica é composta de segmentos articulados que permitem movimentos relativos. O primeiro elemento da cadeia cinemática é a base ou chassis, que podem ser rígidas ou giratórias. As articulações podem possuir movimentos rotacionais ou de translação classificados como rotacionais ou prismáticas respectivamente. Por fim o último elemento da cadeia cinemática é a ferramenta de trabalho, que difere conforme a aplicação do equipamento. Os robôs podem possuir diferentes organizações dos seus elementos estruturais, e podem ser conectados em série ou paralelo. Os Robôs Seriais possuem os seus acoplamentos em cadeia aberta que unem os elementos rígidos do sistema mecânico. Nesse tipo de robô cada acoplamento é movimentado por um motor, a sua base é fixa e o último elemento leva a ferramenta de trabalho. Os Robôs Paralelos por sua vez possuem os seus acoplamentos em cadeia cinemática fechada, maior rigidez da estrutura e de carga, contudo menos volume de trabalho. 5.1 Graus de liberdade Os movimentos robóticos são frutos compostos de deslocamentos básicos, cada um desses deslocamentos é um grau de liberdade. A construção de robôs industriais visa manipular ferramentas e objetos no espaço de trabalho, assim para uma movimentação é necessário decompor em função dos graus de liberdade do sistema. 16 A quantidade de graus de liberdade de uma junta está vinculada à quantidade de movimentos relativos pertencentes a cada uma das partes rígidas conectadas. Podem-se citar cinco tipos de movimentos que englobam até 3 graus de liberdade numa mesma junta, figura 5.1. Tipo Características Revolução Giro entre Esquema Geral esses dois relativa entre membros. Prismático Translação dois elementos. Cilíndrica Giro e translação Esférica Rotação nos 3 eixos Fuso Translação em função de uma rotação Figura 5.1 Os cinco tipos de juntas robóticas e suas características. 17 O número de graus de liberdade é tão elevado quanto o projeto necessita, assim deve ser suficiente para atender as especificações do trabalho. 5.2 Características das juntas As juntas na robótica são de dois tipos: Rotacionais (R) ou Prismáticas (P). As juntas Rotacionais são mais simples que as Prismáticas, contudo estas apresentam maior precisão e rigidez devido as suas características construtivas. Os movimentos relativos em dois elementos rígidos em robótica são possibilitados devido à interposição de dois elementos deslizantes para reduzir o atrito devido à resistência ao movimento. Os robôs cartesianos possuem apenas juntas Prismáticas e nenhuma angular. Assim a composição do movimento dessas juntas possibilita o deslocamento da ferramenta de trabalho. A área de trabalho desse tipo de robô está relacionada com a dimensão das juntas prismáticas, logo a área de trabalho correspondente é um paralelepípedo, figura 5.1. Figura 5.2. Ilustra a configuração do manipulador cartesiano. Fonte: SPONG (1989). Figura 5.3. Volume de trabalho do robô cartesiano. Fonte: SPONG (1989). 18 Com o uso de todas as juntas Prismáticas facilita-se o controle, pois se utilizam eixos de coordenadas ortogonais e paralelos aos movimentos das juntas. Com isso qualquer movimento da juntas Prismáticas corresponde a uma translação no eixo de coordenadas. Este tipo de robô é muito utilizado em trabalhos em que o objetivo é mover objetos paralelamente a um dos eixos coordenados. 5.3 Repetibilidade e Precisão Um manipulador preciso é aquele que chega muito próximo do ponto predeterminado, dentro do volume de trabalho. A repetibilidade está relacionada com a capacidade do manipulador de retornar ao ponto predeterminado. Essas características são influenciadas por erros computacionais, defeitos em peças mecânicas, efeitos de flexibilidade das peças sob cargas gravitacionais e de inércia (sobretudo em altas velocidades). Para evitar esses problemas, os manipuladores têm sido projetados com grande rigidez. Atualmente, projetam-se manipuladores cada vez mais rápidos e precisos, assim para atingir esses objetivos o projeto dos controladores têm tido um grande foco, buscando flexibilidades. 19 6 CONTROLE NUMÉRICO Segundo NATALE (2000), Controle Numérico é o controle feito com o uso de números. Esse método é usado para controle automatizado do posicionamento de máquinas e equipamentos. Para se fazer um controle numérico deve-se utilizar um software que codifica a ação desejada em uma seqüência numérica. Outro sistema irá decompor esse código e dará a saída para o posicionamento e funções especiais. Assim estes comandos de controle são enviados para servomecanismos do equipamento. As determinações de todas as operações que o equipamento deve executar estão codificadas na forma de instruções numéricas ou em forma lista de instruções. Os comandos ou informações fornecidos a máquina podem ser de dois tipos informações de comutação ou de trajetória. Com os dados contidos nos comandos de trajetórias é possível executar o percurso ou movimentos atribuídos à ferramenta. Já os contidos na comutação comandam o restante das ações a se realizar, como controle da velocidade, avanço ou recuo, troca de ferramenta, entre outras. Segundo NATALE (2000), as máquinas se caracterizam conforme o tipo de movimento da ferramenta. As máquinas de deslocamentos lineares são caracterizadas como retificadoras de superfície e plainas. As máquinas de deslocamentos lineares ou circulares são caracterizadas como tornos e fresas. E as que se move de ponto a ponto e sobre a peça são geralmente máquinas de solda, furadeiras. As ferramentas podem efetuar 3 tipos de trajetórias, linear, circular e de ponto a ponto. Ao efetuar um movimento linear ele é feito em um dos eixos ou em ambos simultaneamente, ou seja, uma interpolação linear. Sendo circular, o movimento obedece a um determinado raio. Caso seja de ponto a ponto, utilizado na aproximação da ferramenta à peça, feito em movimentos rápidos. 6.1 Sistema de Coordenada O Sistema de Coordenada é a forma que o mundo real é representado para efetuar o Controle Numérico. Usualmente o número que determina a posição desejada é precedida de uma letra ou número que define o eixo de coordenada. 20 Figura 6.1, Sistema de Coordenada. Observando a figura6. 1, o ponto A pode ser representado como “X176,36 Y149,54 Z110,3”, a unidade pode ser milímetros se possuir ponto decimal e em microns se não possuir. Usualmente o sistema de referência é atribuído à peça(W), figura 6.2, que é localizada a partir da translação do sistema básico de referência. A referência básica é conforme o volume de trabalho, sendo este sempre no quadrante positivo. Figura 6.2. Sistema de coordenadas na peça. Fonte: LOPES (2001). 21 7 APLICAÇÕES Muitas indústrias utilizam comandos numéricos para comandar equipamentos, via computadores, para atuarem em sistemas da linha de produção, manipular e transportar produtos. Uma das aplicações é uma Mesa XY. Ela tem grande utilidade e pode ser programada como plotter, mesa de corte, desbaste, aplicação de material entre outras funcionalidades. Segundo Rabak e Sinchman(2001) vários tipos de maquinas podem ser usadas para a inserção de dispositivos eletrônicos em placas de circuito impresso, como robôs ou máquinas especialistas, ou seja, máquinas insersoras de componentes eletrônicos. Para isso essas máquinas efetuam 5 etapas: • Posicionar-se para retirar o componente do alimentador; • Retirar o componente eletrônico do alimentador; • Transporte do componente desde o alimentador até a placa de circuito impresso; • Posicionar para colocação do componente na placa de circuito impresso; • Colocar o componente na placa de circuito impresso corretamente. Assim para posicionar a placa de circuito impresso sob a cabeça de inserção de componentes, usa-se uma Mesa XY. Algumas empresas desenvolvem produtos baseados na tecnologia de controle numérico de Mesas XY. A Range Laser a partir de 2000 passou de desenvolver equipamentos direcionados para a indústria de confecção, como máquinas de Corte, Meio Corte e Gravação a Laser (Figura 7.1). Esses equipamentos posicionam a área de trabalho o cabeçote de corte ou gravação por meio de uma Mesa XY, e ainda utilizam um atuador linear para posicionar o cabeçote na distância correta. 22 Figura 7.1 Equipamento de corte e meio corte modelo RXY-F. Fonte: Range Equipamentos & Tecnologia Ltda. (2008). A Mesa XY pode ser usada para corte de materiais usando água ou água mais um abrasivo (figura 7.2). No processo de corte é necessário o uso de uma bomba de ultra-alta pressão, ordem de 290 MPa (42.000 psi), uma Mesa XY para posicionar o material que será cortado e um computador para efetuar o controle. O controle do sistema é feito a partir do computador, a forma que o objeto deve ser cortado é feito em um sistema CAD (Desenho com Auxílio de Computador), em seguida por meio de uma ferramenta CAM (Manufatura auxiliada por computador) o desenho é convertido em um sistema uma seqüência que dados que irão comandar a Mesa XY, possibilitando o corte da peça (HENNIES, 2004). Figura 7.2 Esquema construtivo dos bocais para água pura e com abrasivos. Fonte Hennies (2004). 23 RODRIGUES e LACERDA (2003) desenvolveram uma Mesa de coordenadas XY com a finalidade de corte e solda de chapas de aço. Nesse projeto foram usados motores de passo, correias, polias e acionadores elétricos, figura 7.3. No projeto o movimento longitudinal é produzido pelo movimento relativo do motor de passo, que por meio da correia dentada desloca a plataforma, esta faz que com um mesmo sistema de motor e correia dentada desloque a ferramenta perpendicularmente ao eixo longitudinal. Figura 7.3 Esquema construtivo da Mesa XY. Fonte Rodrigues e Lacerda (2003). Usando a tecnologia de Mesas XY também é possível produzir “Impressoras 3D”, ou seja, prototipagem rápida. Uma das técnicas usadas é a polimerização a laser, em que um tipo de polímero recebe um feixe de laser, dando a forma desejada ao polímero, ou ainda transforma plástico em pó de camada em camada em objetos iguais aos modelos em 3D. As impressoras 3D existem a mais de 10 anos no mercado, contudo o seu preço é muito elevado, assim sendo viável apenas para grandes corporações. Com a redução de custos materiais e a tecnologia mais acessível, a técnica de prototipagem rápida pode ser feita usando uma Mesa XY, para o posicionamento do polímero, um laser, no eixo Z possibilitando a polimerização em diversas camadas. Segundo DISTRIM (2005), através da técnica de polimerização a laser é possível obter protótipos complexos, 24 podendo ser usados diretamente em testes de funcionamento. O processo pode ser aplicado em diversos materiais como plásticos, cerâmicas e metais. DISTRIM (2005), afirma que impressoras 3D, possibilitam a obtenção de modelos para validação a baixo custo. Os modelos obtidos podem ser utilizados na produção de peças metálicas através do processo de vazamento por cera perdida. O método chamando de LENS (Laser Engineered Net Shaping) trabalha com diversos tipos de metais como aço inox, aço doce, alumínio e como outros metais. Esse processo possibilita não só a fabricação de modelos, mas também peças funcionais em pequena escala. Nesse processo o ambiente de trabalho é controlado, possuindo um baixo teor de oxigênio, assim as finíssimas camadas de metal depositadas não oxidam. A cristalização, das micropartículas depositadas se dá em grânulos muito pequenos, tornando as peças mais resistentes do que as produzidas pelos meios tradicionais de extrusão ou usinagem. No processo LENS (Figura 7.4) as camadas finíssimas de metal são aplicadas sucessivamente, o raio laser funde as partículas de metal sobre um substrato. O Substrato é posicionado sob o laser a partir de uma mesa de coordenadas XY e os dados de controle vêm de um arquivo CAD (INOVAÇÃO, 2003). Figura 7.4, Laser Engineered Net Shaping. Fonte INOVAÇÃO (2003). 25 8 PROJETO Aplicando os estudos apresentados anteriormente, na Mesa XY (Figura 8.1), do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (DEMET), é possível desenvolver um Controle Numérico utilizando Softwares, Hardwares e Motores específicos. Automatizando a Mesa de Coordenadas para suprir diversas áreas da engenharia. Figura 8.1 Foto da Mesa de Coordenadas. 8.1 Hardwares e Motores Para controlar os motores de passo o circuito de potência é controlado a partir da porta paralela (Figura 8.2). Figura 8.2 Plug para Porta paralela Fonte: O'Brien (2006). 26 Para fazer a placa de circuito impresso é necessário conhecer as características elétricas dos motores de passo que estão sendo utilizados, as configurações mais comuns para os motores de 4 pólos são de 5 ou 6 fios (figura 8.3). As principais características elétricas necessárias para acioná-los seriam a corrente de trabalho, a resistência da bobina e a tensão elétrica. Esta é usualmente especificada no motor, considerando como 12 V, mas para o seu perfeito funcionamento é necessário determinar a corrente que o motor consome. Figura 8.3 Motores de 5 e 6 fios. Fonte: Messias (2002). Para determinar qual a resistência das bobinas do motor e qual é o fio comum, com o uso do ohmímetro testam-se os fios, quando for encontrado o fio comum a resistência será a menor possível, conforme a figura 8.4. Quando não se encontra o fio comum, a resistência encontrada é grande, sempre o dobro da que se fosse o fio comum. Figura 8.4, Teste para encontrar o fio comum. Fonte: Messias (2002). 27 Após as medições, teremos apenas dois valores de resistências uma baixa e outra alta. A menor resistência medida é a resistência de uma única bobina do motor, e esse valor é uma das características elétricas buscada, MESSIAS (2002). Utilizando essas técnicas, tem-se como exemplo, que os motores de passo da Mesa XY, que possuem resistências de 28 ohms. Aplicando a lei de Ohm (Equação 8.1), tem-se: V=RI (Equação 8.1) 12= 28*I I= 428 mA Para se utilizar o circuito de controle e potência é necessário conhecer a “pinagem” da porta paralela para o software, esse projeto é feito para o Kcam, para ele o esquema da “pinagem” pode ser visto na figura 8.5. Figura 8.5, Esquema típico para controle de motor de passo. Fonte Ware (2007). Kcam é shareware até a que seja registrado, mas não possue restrições de funções durante o período de experiência. Foi desenvolvido para abrir arquivos criados em software CAD e controlar Equipamentos de Controle Numérico ligados ou Microcomputador por portas paralela ou serial, WERA (2007). Partindo do esquema da figura 8.5, é possível usar o Projeto N5-i (Figura 8.6). Que consiste de uma placa phase/drive sem resistor de lastro, ou seja, sem limitação de corrente 28 para o motor. Como o motor é alimentado pela fonte na sua tensão nominal, ele raramente ultrapassa 700Hz de velocidade nessas condições, MORTARI (2007). O Circuito pronto do Projeto N5-i pode ser visto na figura 8.7. Figura 8.6 Esquema do Projeto N5-i. Fonte Mortari (2007). Figura 8.7, Placa pronta para acionamento de 3 motores de passo. Fonte Mortari (2007). 29 8.2 Software Após desenvolver o hardware e identificar as características elétricas dos motores de passo, torna-se necessário utilizar uma interface. O Kcam é a interface mais fácil de configurar. Ele importa um arquivo de AutoCAD e a partir dele adquire as coordenadas objetivas, para o sistema de Controle Numérico. AutoCAD® é um software do tipo CAD — Computer Aided Design ou desenho assistido por computador — criado e comercializado pela Autodesk, Inc. desde 1982. É utilizado principalmente para a elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões (2D) e para criação de modelos tridimensionais (3D). Além dos desenhos técnicos, o software vem disponibilizando, em suas versões mais recentes, vários recursos para visualização em diversos formatos. É amplamente utilizado em arquitetura, design de interiores, engenharia mecânica e em vários outros ramos da indústria. Segundo Ware (2007), em quatro etapas está pronta a configuração do Kcam. A primeira etapa é localizar um arquivo para o software adquirir os parâmetros de coordenadas. A segunda etapa na janela de setup o usuário entra com os dados da máquina e os parâmetros dos eixos. Na terceira etapa na janela de configuração são definidos os parâmetros de comunicação da porta paralela ou serial dependendo do tipo de circuito de potência adotado. Na quarta etapa vê-se configurar o System Timing, para isso basta que acesse a janela System Timing, clicar no botão Start e em seguida basta esperar a confirmação de conclusão, todas essas informações estão detalhados no manual do Kcam. Após configurar, importa-se um arquivo DXF, ou seja, um arquivo ASCII usando o formato do AutoCAD R12 ®. No menu file entra-se em import uma janela aparecerá para digitar o nome do arquivo e sua localização. Em seguida o software gera o código CNC, que comanda o circuito de potência, acionando até 3 motores de passo, logo controlando até 3 eixos. O Kcam também inclui ao código das posições e outras ações, como acionamento de equipamentos tais como Tocha de Plasma ou solda. 30 9 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS A Engenharia de Controle e Automação é uma ciência que evolui rapidamente, onde novas tecnologias são desenvolvidas diariamente. Assim o estudo de técnicas e equipamentos limita o conhecimento do usuário, sendo necessário ao engenheiro uma forte base teórica para que não só manuseie o equipamento, mas também o compreenda de forma segura as questões práticas. O termo prototipagem rápida designa um conjunto de tecnologias usadas para se fabricar objetos físicos diretamente a partir de fontes de dados gerados por sistemas de projeto auxiliado por computador (CAD). Tais métodos são bastante peculiares, uma vez que eles agregam e ligam materiais, camada a camada, de forma a constituir o objeto desejado. Eles oferecem diversas vantagens em muitas aplicações quando comparados aos processos de fabricação clássicos baseados em remoção de material, tais como fresamento ou torneamento. Buscando suprir essa necessidade, este projeto de Controlador Numérico para uma Mesa XY abre muitas novas opções de pesquisa, ensino e extensão na Universidade Federal de Ouro Preto. Todo o projeto foi idealizado visando utilizar menor quantidade de recursos possíveis: o Kcam é um software livre e o esquema do circuito de potência, N5-i também (exceto para fins comerciais). Neste trabalho desenvolveu-se um estudo sobre Controle Numérico suas características e aplicações. Buscando projetar um controlador para uma mesa de coordenadas, a fim de utilizá-la em novas aplicações. Para isso foram levantadas as características técnicas dos componentes da mesa, dentre eles os motores e sensores. Definiram-se as características da placa de controle do motores e os softwares necessários. Os softwares usados, para o projeto, foram o AutoCAD e o Kcam. Utilizando-se os dois softwares é possível fazer o controle de até 3 motores, assim podendo desenvolver aplicações de até 3 coordenadas. Neste trabalho desenvol-se o projeto do controlador numérico, este trabalho mostrou um grande potencial para aplicações em inúmeros segmentos na engenharia. Como trabalhos futuros são sugeridos: implementação do projeto de controle, a busca de novas aplicações e melhorias para este sistema. Após a implementação do controle da mesa poderia usa-la para confecção de circuitos impressos, desbaste de placas, polimerização á laser, relevo à laser em peças metálicas entre outras. Como o software Kcam possibilita 31 controle via porta serial seria possível comunicar via porta USB, pois os microcontroladores da Microchip que comunicão via USB instala um drive que faz o computador interpretar este dispositivo ligado em uma porta serial. 32 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PHILLIPS, C. K.; HARBOR, R. 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