Livro Branco
Sistema de tubulação UPP não-condutor
Este breve guia irá ajudá-lo a compreender os potenciais riscos de ignição por
faísca, antes de selecionar e instalar um sistema de tubulação.
Carga eletrostática
O fluxo de combustível em tubulações, filtros, válvulas e/ou estrangulamentos que aumentam
a velocidade e a turbulência pode dar origem a cargas electrostáticas. Isto aplica-se a
tubulações condutoras e não-condutoras. A carga, por si só, não é perigosa. Todavia, uma
descarga de uma faísca de alta energia a partir de um objeto condutor pode, em
determinadas circunstâncias, resultar em ignição eletrostática e até em incêndios.
Uma descarga de um feixe de energia a partir de um objeto não-condutor (plástico) não
consegue provocar ignição quando em contacto com vapores de combustível, porque estes
são demasiado fracos.
A condutividade do combustível, a velocidade do fluxo, o material da tubulação e as
impurezas contribuem para a carga do combustível, que pode transferir-se para a tubulação.
• Os biocombustíveis altamente condutores não representam qualquer risco.
• As velocidades do fluxo nos postos de abastecimento não representam qualquer risco.
• As tubulações não-condutoras geram uma energia de descarga muito inferior às
tubulações isoladas condutoras. Quando o fluxo pára, todas as cargas se atenuam,
naturalmente, no espaço de alguns minutos.
A história
As tubulações de combustível não-condutoras são utilizadas há 30 anos, com confiabilidade
e desempenho de segurança comprovados, em relação aos riscos associados ao
enchimento de depósitos ou distribuição de combustível.
Centenas de milhares de instalações em todo o mundo apresentam uma elevada margem
de segurança entre os níveis de eletricidade estática gerada e os níveis necessários para criar
um risco de ignição. A ausência de faíscas significa a impossibilidade de ignição dos vapores.
Por outro lado, as tubulações de plástico artificialmente condutoras são relativamente
recentes e os conectores utilizados entre duas tubulações não têm o mesmo registro
comprovado das tubulações não-condutoras.
Os custos
Quando são utilizados sistemas condutores existe um custo recorrente associado a
conformidade.
O Código de Práticas CLC/TR 50404 da CENELEC, e as normas IEC TR60079-32 e NFPA 77
requerem inspeções periódicas e testes das ligações de terra ao longo de toda a tubulação,
quando são utilizados sistemas de tubulações condutoras com recobrimento interno. Para fins
de licenciamento e seguros, os testes devem ser realizados por terceiros.
Como a condutividade do combustível pode falsear o resultado de um teste anual, é
necessário drenar, desconectar as extremidades e liberar de gases todas as linhas de
combustível, antes de testar a respectiva continuidade eléctrica. Os custos estimados destes
testes estão ao redor de R$4.000. As melhores práticas estabelecem que durante os testes o
posto de combustível deve estar fechado ao público. Porque sacrificar um dia útil por ano,
sem que haja ganhos de segurança adicionais?
Segurança
As principais normas mundiais de tubulações de combustível, a EN14125 e a UL971 NÃO
requerem que a tubulação seja condutora. Os especialistas da indústria que fazem parte das
comissões concordam que o risco de ignição por faísca não obriga à utilização de
tubulações condutoras.
Apesar das interferências da concorrência no sentido contrário, a directiva da ATEX não se
aplica à tubulação.
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Livro Branco
Sistemas condutores e não-condutores
Não-condutor
Um sistema de tubulação nãocondutor utiliza material que limita
de forma natural a quantidade de
energia acumulada, não sendo
necessário qualquer meio de
dissipação de energia.
Dissipa de forma natural
Naturally Dissipates
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Condutor
Um sistema de tubulação condutor
em polietileno utiliza um
recobrimento interior condutor,
juntamente com insertos entre as
ligações das tubulações para,
através de um sistema de terra,
impedir a acumulação de energia.
Melhores práticas para todos os pontos de abastecimento
• Unir e ligar à terra todos os adaptadores de abastecimento. NÃO pode haver
componentes de metal isolados. (NFPA 77, CLC/TR 50404, IEC TR 60079-32)
• Testar regularmente a ligação à terra do adaptador de abastecimento. (NFPA 77,
CLC/TR 50404, IEC TR 60079-32)
• Os caminhões-tanque devem estar ligados ao sistema de abastecimento, devendo
todas as ligações e conexões à terra ser efetuadas antes de iniciar as operações.
(NFPA 77)
• A ligação à terra e a conexão de todos os componentes condutores e de dissipação
devem ser verificados regularmente. (IECTR 60079, EN 14125)
• Evitar a utilização de corta-chamas, a menos que estejam abrangidos pela
legislação. Provocam cargas! (IECTR 60079-32, EN14125)
• Para enchimento remoto, certificar-se de que o tampão de enchimento está ligado
ao adaptador de abastecimento através de uma correnteou ligação em metal, para
garantir a ligação elétrica e o mesmo potencial elétrico.
(NFPA 77, CLC/TR 50404, IEC TR 60079-32)
• Certifique-se de que os compartimentos de abastecimento estão devidamente
ligados à terra e ventilados. (Recomendação da FFS)
• Após o abastecimento, apertar devidamente as tampas de enchimento, e as tampas
dos adaptadores de vapor. Instalar cadeados, para evitar o acesso não autorizado.
(Recomendação da FFS)
Conclusões
A utilização de tubulações de polietileno não-condutoras para o transporte de
combustível debaixo do solo não representa um aumento do risco eletrostático, em
comparação com tubulações de metal ou tubulações de plástico artificialmente
condutoras.
São as tubulações de metal e os adaptadores de abastecimento que geram e
armazenam a carga eletrostática, o que se torna um risco se estes componentes de
metal não forem devidamente ligados à terra.
Na realidade, o risco geral de ignição eletrostática de vapores de combustível de
tubulações não-condutoras é provavelmente inferior ao das tubulações de metal, dado
que a corrente transmitida, que contribui para a quantidade total de carga produzida
no fluxo de combustível, será reduzida.
Estudos aprofundados de simulação de situações de fluxo de combustível demonstraram
que, com uma larga margem de segurança, as tubulações não-condutoras dificilmente
serão uma fonte de ignição por faísca, pelo que são uma opção segura, tendo em
conta o risco de descarga eletrostática.
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