Juliana Deprá Cuozzo* Orientadora: Prof. Dra. Ceres Gomes Victora Universidade Federal do Rio Grande do Sul OBJETO E OBJETIVOS Os grupos de ajuda mútua são formas entre várias possibilidades que as pessoas lançam mão para lidar com uma relação problemática com as chamadas substâncias psicoativas. As reuniões do tipo Narcóticos Anônimos – NA – e as reuniões de familiares e amigos de adictos – NAR-ANON expressam essa relação por meio do sistema adicção - recuperação. •A presente pesquisa tem como objetivo compreender a maneira de se lidar com essa relação, entre sujeitos e as chamadas substâncias psicoativas; • e compreender as diferentes concepções de recuperação, da adicção e as suas implicações na re – organização da vida dos participantes de grupos de ajuda mútua. PROCEDIMENTOS MEDOTOLÓGICOS A partir de uma pesquisa qualitativa de orientação etnográfica; a pesquisa de campo, foi realizada de março a dezembro de 2012, em Porto Alegre/RS. Utilizei das técnicas de observação participante em reuniões abertas mensais e semanais, e da análise de trechos selecionados da literatura dos NAs e dos Nar-Anon. O ... registro de dados foi feito em caderno de campo, em momentos posteriores às reuniões. Os procedimentos de coleta de dados foram guiados pelos preceitos de ética na pesquisa antropológica. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados desse trabalho indicam que a adicção comporta diferentes significados e remete a uma série de princípios sociais e morais que ordenam a vida dos adictos. Tais preceitos se desdobram em práticas coerentes para a vida dos membros. Reconhecer-se como adicto e participar da Irmandade, pode ser entendido como uma forma de organização da vida em um sistema que se apresenta como uma moralidade. Essa moralidade se atualiza nas reuniões de ajuda mútua por pessoas com trajetórias de vida diferentes. * Graduanda em Ciências Sociais. Contato: [email protected] REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARSTEN, Janet. The Substance of Kinship and the Heat of the Hearth: Feeding, Personhood, and Relatedness among Malays in Pulau Langkawi. In Parkin, R ; Stone L (Orgs) Family and Kinship: an Anthropological Reader. 2004. Malden, MA: Blackwell Publishing. p. 309-324. DUARTE, Luiz Fernando Dias. Da vida nervosa (nas classes trabalhadoras urbanas). Jorge Zahar Editor-CNPq, Rio de Janeiro, 1986. FARMER, Paul. On Suffering and Structural Violence: a view from bellow. In: KLEINMAN Arthur; DAS Veena; LOCK Margareth (Orgs.) Social Suffering. Berkeley e Los Angeles: University of California Press, 1997. p. 261-284. VICTORA, Ceres. “Querem Matar os Últimos Charruas”: Sofrimento Social e a “Luta” dos Indígenas que Vivem nas Cidades. Revista Anthropológicas, Recife/UFPE, 22(1), 2011.