DIÓXIDO DE CLORO Dióxido de Cloro Suas propriedades e aplicações no Tratamento de Águas e Processos Industriais Dióxido de Cloro – Propriedades Numa temperatura ambiente o dióxido de cloro (ClO2) é um gás, mais pesado do que o ar, amarelo-esverdeado e altamente solúvel em água. No estado gasoso, o dióxido de cloro é altamente instável e pode-se tornar explosivo se a sua presença no ar atingir concentrações superiores a 10% em volume. É altamente solúvel em água, mais do que o cloro e o ozono. No intervalo característico de pH da água potável (entre 6 e 8), o dióxido de cloro não sofre hidrólise, mas permanece na solução como gás dissolvido. A presença de certos iões na água provoca a sua decomposição que pode ser agravada na presença de luz. Nesse sentido e para manter estável uma solução de dióxido de cloro, esta deve ser armazenada em depósitos fechados e sem receber luz direta. Uma acidificação moderada (pH = 6) desta solução pode também ajudar a estabilizá-la e prevenir a sua decomposição. Devido às dificuldades na sua manipulação, o dióxido de cloro é quase sempre gerado no local de aplicação. Os reagentes podem ser cloro e o clorito de sódio ou ácido clorídrico e o clorito de sódio. Este último método é cada vez mais utilizado no tratamento de água, devido à sua fiabilidade e simplicidade de instalação. Dióxido de Cloro - Geradores Os geradores de dióxido de cloro são sistemas integrados de produção e de regulação de ClO2. Existem com capacidade para algumas g/h até pouco mais de uma dezena de kg/h além de que possuem vários tipos de proteção e medidas de segurança nas suas unidades de controlo. Apresentam também sinalização de alarmes, como por exemplo: Falha na dosagem de reagentes; Baixa pressão de água fluxo / diluição; Falta de reagentes. Permitem ainda o funcionamento com regulação manual ou automática da produção de dióxido de cloro. São por isso hoje em dia, equipamentos seguros, muito autónomos e que devem ser utilizados sempre que existam situações de tratamento de água que não possam ser resolvidas pelos métodos tradicionais. Dióxido de cloro – Sua utilização O Dióxido de Cloro tem características únicas face a outros desinfetantes, como por exemplo o cloro e o ozono: O Dióxido de Cloro: Não reage com brometos que formam o bromo (cancerígeno); Graças à sua estrutura, o ClO2 funciona primeiro como um aceitador de eletrões e, portanto, um oxidante, não criando compostos orgânico-clorados (sendo os Trihalometanos o grupo mais importante), mesmo quando existem percursores orgânicos na água; Forma com o Fe2+ e o Mn2+ compostos insolúveis e com baixos tempos de reação, o que facilita a sua utilização na remoção de ferro e manganês da água de consumo; O dióxido de cloro tem excelentes propriedades bactericidas e é extremamente rápido na inativação de bactérias, na destruição de vírus e esporos e no controlo de algas; Funciona numa larga gama de pH sempre com o mesmo poder desinfetante; Em termos bactericidas é extremamente importante no controlo da Legionella. Actua também de forma efetiva no controlo de oócitos de Cryptosporidium parvum (extremamente resistentes ao cloro). Como agente bactericida permanece ativo na água durante mais de 48 h. Power Station no Norte de África após tratamento durante um ano com Cloro Power Station no Norte de África após tratamento durante um ano com ClO2 Como oxidante, pode-se utilizar dióxido de cloro na: Eliminação de ferro e manganês; Redução da turvação e da cor; Eliminação de odores e sabores; Controlo do crescimento de algas; Eliminação de alguns pesticidas; Redução acentuada dos níveis de Trihalometanos. Como bactericida, a aplicação mais importante do Dióxido de Cloro aparece no controlo das bactérias do género Legionella. Estas encontram-se em ambientes aquáticos naturais e também em sistemas artificiais, como redes de abastecimento/ distribuição de água, redes prediais de água quente e água fria, ar condicionado e sistemas de arrefecimento (sistemas que incorporam torres de refrigeração, condensadores evaporativos, água quente sanitária e sistemas humidificadores) existentes em edifícios, nomeadamente em hotéis, termas, centros comerciais, indústrias e hospitais. Surgem ainda em fontes ornamentais e tanques recreativos. São conhecidas cerca de 47 espécies de Legionella sendo a Legionella pneumophila a mais patogénica. A exposição a esta bactéria pode provocar infecções respiratórias, também conhecida por Doença dos Legionários, assim chamada porque a seguir à Convenção da Legião Americana em 1976, no hotel Bellevue Stratford, Filadélfia, 34 participantes morreram e 221 adoeceram com pneumonia. A infeção transmite-se pela inalação de gotículas de vapor de água contaminada, aerossóis, de dimensões tão pequenas que veiculam a bactéria para os pulmões, possibilitando a sua deposição nos alvéolos pulmonares. Dióxido de cloro – Sua utilização Tratamento de Água Potável O Dióxido de Cloro é um produto amplamente utilizado em estações de tratamento. Em particular no que diz respeito ao controlo microbiológico de escherichia coli, enterococos e clostridium perfringens. É usado também para controlar o Cryptosporidium e outros microorganismos e parasitas, quando existem suspeitas do aparecimentos dos mesmos. Pode ser também usado sazonalmente estando relacionado com episódios de concentrações elevadas de manganês e de proliferação explosiva de algas. É cada vez mais habitual o uso no controlo de odores devidos a compostos orgânicos em águas superficiais de elevada carga orgânica. Devido ao cumprimento da Diretiva da União Europeia 98/33 relativa à qualidade da água destinada ao consumo humano, e onde se estabelecem limites de certos parâmetros químicos como os Trihalometanos e os bromatos, a necessidade de contemplar novas alternativas na pré-oxidação e na desinfecção final, tendo em conta os métodos tradicionais com cloro, a aplicação do Dióxido de Cloro tem vindo a ganhar importância. Desinfeção de Águas Residuais A água residual pode ser considerada um recurso adicional e a sua reutilização pode levar a uma poupança no consumo da água potável. A grande preocupação a nível de saúde pública é a prevenção de doenças causadas por microrganismos patogénicos e substâncias tóxicas. Ainda que os tratamentos de águas residuais possam reduzir os microrganismos patogénicos bem como os nutrientes essenciais à sua existência, o efluente resultante ainda os contém. A menos que se tomem medidas protetoras estes microrganismos poderão constituir um potencial perigo para o ser humano e para o ecossistema. A sua desinfecção é assim considerada necessária. O Dióxido de Cloro pelas características já mencionadas é o substituto natural do cloro sendo cada vez mais utilizado na desinfeção final em ETARs. Industria Papeleira No contexto da Indústria Papeleira o dióxido de cloro utiliza-se para o tratamento de água de processo e para branqueamento da polpa. A água tem um papel essencial no processo de fabrico do papel. O seu valor económico implica que esta água esteja sujeita a um aumento na sua reciclagem, onde existe o ambiente ideal para o desenvolvimento de biomassa, em particular bactérias e fungos, devido à presença de substrato orgânico, a temperaturas favoráveis e pH ligeiramente alcalino. O crescimento de bactérias, fungos, leveduras e algas nas tubagens e depósitos utilizados formam um depósito viscoso, normalmente chamado limo (lodo). Este limo faz com que haja diversos problemas a nível de entupimento e perda de eficiência no ciclo de produção do papel, devido a paragens que podem ser frequentes, estando as perdas económicas consequentemente associadas. A adição de biocidas é usual no controlo do limo. Graças às suas propriedades bactericidas, algicidas e fungicidas, e ao amplo intervalo de pH, o Dióxido de Cloro pode ser mais eficaz para este fim nas águas de fábricas de papel. No tratamento da polpa o Dióxido de Cloro actua como agente branqueador sem alterar as propriedades mecânicas da mesma. Torres de Refrigeração Depósitos incrustantes complexos, partículas inorgânicas e produtos de corrosão, são um problema concreto dos sistemas de água de refrigeração, permutadores de calor e tubagens associadas. A primeira fase na formação destes depósitos é o crescimento descontrolado de microrganismos na sua superfície, que formam previamente um bio filme, dando origem a um lodo viscoso, que é o resultado do produto das células vivas e dos seus resíduos metabólicos. O cumprimento da legislação cada vez mais restrita sobre descarga de resíduos e a necessidade de dosear biocidas mais seguros, levou à utilização de Dióxido de Cloro em sistemas de arrefecimento das grandes indústrias. O hipoclorito de sódio e cloro são considerados eficazes no controle de depósitos, mas utilizá-los em águas com elevadas concentrações de matéria orgânica leva à formação de Trihalometanos, os quais são prejudiciais para o ambiente. Além disso a quantidade de cloro ou de hipoclorito necessários para manter limpos os circuitos é muito elevada, sendo necessário a utilização de um agente redutor (dióxido de enxofre ou bissulfito de sódio) para diminuir o teor de cloro residual nas descargas a fim de serem compatíveis com os limites impostos pela legislação. Indústria Alimentar O dióxido de cloro é utilizado com sucesso em muitas aplicações, especialmente na: Água para lavagem e transporte de frutas e legumes, peixe e carne processada; Desinfeção da água de refrigeração, nomeadamente das industrias de: Tomate em latas Cervejeiras Queijo Indústrias de processamento de carne cozida Fábricas de conservas onde os alimentos são enlatados após esterilização por calor Lavagem dos recipientes para alimentos e bebidas; Produção de alimentos congelados; Água utilizada no processo de fabrico, nomeadamente na produção de cerveja, processamento de frutos do mar e aves. É utilizado ainda na água para consumo humano, nos casos em que a mesma é recolhida a partir de um poço e não fornecida através de um sistema de distribuição municipal. Por fim é utilizado em águas residuais para desinfecção antes da descarga para o meio ambiente. Tecnilab, SA Sede: Rua Gregório Lopes LT 1512 B, 1449 - 041 Lisboa Portugal Tel.: 21 722 08 70 Fax: 21 726 45 50 Email: [email protected] Filial: Norte: Ermesinde - Porto Tel.: 22 906 92 50 Email: [email protected] www.tecnilab.pt Gab. Comunicação e Imagem flyer | dvdet | svt - inf. tecnica dióxido de cloro | v01 | pt Industria Têxtil Utilizado como agente branqueador das fibras utilizadas, desde algodão, poliamida, poliéster, etc.