A Avaliação da Docência por Disciplina na UERN: Um Processo de Participação e Adesão Voluntária Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Eixo III – Impactos da CPA Francisca de Fátima Araújo Oliveira (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) Sirleyde Dias de Almeida (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) Resumo Este trabalho objetiva apresentar e discutir a experiência de avaliação da docência por disciplina como uma das etapas da avaliação institucional na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN. Tal processo se realizava por meio de questionários impressos aplicados junto a professores e alunos, pela Comissão Própria de Avaliação – CPA. A partir de 2011.1 o formulário passou a ser aplicado de forma eletrônica. Entendendo que a avaliação institucional é um processo democrático que se caracteriza pela adesão voluntária, a CPA não estabeleceu mecanismo que obrigue a participação dos segmentos. Para atingir o maior número de pessoas a CPA realizou um trabalho de sensibilização sobre a importância da participação dos segmentos nesse processo, afixando cartazes em salas de aula, conclamando a comunidade acadêmica, Comissões Setoriais de Avaliação - COSEs, Chefes de Departamento/Coordenadores de Cursos e Diretores de Faculdades a participarem do processo. Estes envolviam docentes e discentes no interior dos cursos. Considerando que o segmento discente era o mais difícil de sensibilizar, em virtude do grande número a ser atingido, a CPA estabeleceu um percentual de 25% para a participação de estudantes, por curso. No primeiro momento, realizou-se a experiência com a Faculdade de Ciências Exatas e Naturais FANAT Campus Central Mossoró-RN e com os Cursos do Campus Natal-RN. Para análise dos dados buscamos fundamentação em Bordenave (1994), Dias Sobrinho (2000), Ristoff (2000). Os resultados sobre participação Docente: a) FANAT: Curso de Ciências Biológicas Licenciatura, 75%; Ciências Biológicas Bacharelado, 88%; Química Licenciatura, 92%; Física Licenciatura, 83,9%; Ciência da Computação, 96%; Matemática Licenciatura Noturno,72,7%; Matemática Licenciatura Diurno, 87,5%; b) Campus de Natal: Direito 90,9%; Ciência da Computação 82,1%; Ciências da Religião 92,3%; Turismo, 65,6%. Quanto à participação discente o Curso de Ciências Biológicas Licenciatura obteve 49% Ciências Biológicas Bacharelado, 47,%; Química Licenciatura 53,74%; Física Licenciatura 29,49%; Ciência da Computação 49,7%; Matemática Licenciatura Noturno 28,57%, Matemática Licenciatura Diurno 39,16%. Campus de Natal: Direito 22,29%; Ciência da Computação 35,06%; Ciências da Religião 40,61%; Turismo 11,30%. Observamos que todos os Cursos em Mossoró superaram a meta estabelecida, e que apenas dois Cursos do Campus de Natal não atingiram 25% da participação discente. Sendo a participação por adesão um desafio, o resultado da aplicação superou as expectativas, e estimulou a CPA a introduzir o processo em outras Faculdades, institucionalizando, assim, a avaliação da docência semestral. No semestre letivo 2012.2, os formulários eletrônicos foram disponibilizados para os 81 cursos/oferta, nos seis Campi e nos 11 Núcleos de Educação Superior da UERN. Os relatórios individuais foram enviados a cada docente, e o resultado geral encaminhado aos Chefes de Departamento/Coordenadores de Cursos e Diretores de Faculdades, para, juntamente com as COSEs, analisarem nas plenárias, visando ao fortalecimento dos pontos positivos e à superação das fragilidades detectadas. Diante do exposto, concluímos que a experiência de avaliação da docência por meio de formulário 1 eletrônico com a adesão voluntária de professores e estudantes está consolidada. Inferimos que docentes e discentes da UERN compreenderam a importância da avaliação para a qualidade dos cursos e aprimoramento da Instituição. Palavras-Chave: Avaliação Institucional, Docência, Participação. Introdução A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte iniciou o processo de Avaliação Institucional em 1994, quando aderiu ao Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras - PAIUB. Programa do Ministério da Educação – MEC, que financiava a avaliação das instituições que aderiam ao processo institucionalizado pelo MEC. Na oportunidade, a então URRN1 criou o Programa de Avaliação Institucional da Universidade Regional do Rio Grande do Norte – PAIURRN. O PAIUB foi perdendo importância diante de outras propostas avaliativas do Ministério da Educação, até sua completa extinção. Com a extinção do PAIUB, esta Instituição de Ensino Superior sofreu uma retração no seu processo avaliativo, e, assim, ao longo dos anos, a Avaliação na IES passou por altos e baixos, isto é, avanços e retrocessos. Em 2004, a Lei 10.861 instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES e estabeleceu novas diretrizes para a avaliação da Educação Superior. Assim o parágrafo 1o do Artigo 1º da referida lei define que: “O SINAES tem por finalidades a melhoria da qualidade da educação superior, a orientação da expansão da sua oferta, o aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e social e, especialmente, a promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições de educação superior, por meio da valorização de sua missão pública, da promoção dos valores democráticos, do respeito à diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e da identidade institucional. (Brasil 2004). Em junho de 2004, a UERN, imbuída desses princípios e finalidades, constitui sua primeira Comissão Própria de Avaliação CPA, e em 2006, criou o Programa de Avaliação Institucional – PROAVI. Tal programa tem como objeto a avaliação do ensino e tem na sua estrutura a Comissão Própria de Avaliação – CPA e as Comissões Setoriais de Avaliação – COSEs. E ainda tem como princípios norteadores: 1. Participação – crítico-reflexiva, voluntária e comprometida, de todos os segmentos da comunidade universitária e de representantes da sociedade civil, que devem ser permanentemente sensibilizados e conscientizados da importância de adesão e participação no Programa; 2. Transparência - garantida por um processo dialógico e interativo que se utilize dos procedimentos quantitativo e qualitativo, no sentido de promover a qualidade; 3. Legitimidade – pois, como instrumento de ação pública, de correção de rumos na garantia da qualidade do objeto avaliado, deve haver o respaldo das instâncias superiores da Universidade; 1 Em 1997, pela Lei Estadual nº 7.063 alterou a denominação da Universidade do Regional do Rio Grande do Norte – URNN, para Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, mantendo a sigla. Em 1999, a Lei Estadual nº 7.761, alterou a denominação da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, para Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. 2 4. Integração - da Universidade ao contexto em que se encontra inserida, com base em uma postura crítica e socialmente comprometida; 5. Flexibilidade - porque leva em conta o respeito à identidade institucional expresso no Plano de Desenvolvimento Institucional e nos Projetos PolíticoPedagógicos dos cursos de graduação e de pós-graduação; 6. Globalidade - já que se trata de uma proposta multidimensional (gestão acadêmica e administrativa), além da integração de esforços, metodologias e experiências; 7. Credibilidade - pois, além da avaliação interna, será referendado pela avaliação externa, com resultados homologados pelos conselhos superiores e pelo Conselho Estadual de Educação. (UERN, 2006, p. 6). A partir daí, o referido processo ganhou um novo impulso, porém esse processo aconteceu apenas em algumas faculdades, principalmente, com vistas à avaliação externa para Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento dos Cursos de Graduação. Até o ano de 2011, a Avaliação da Docência por Disciplina, uma das etapas da avaliação institucional na UERN, acontecia por meio de questionários impressos aplicados, junto a professores e alunos, pela Comissão Própria de Avaliação – CPA. Nesse ano a CPA, realizou estudos e resolveu renovar o instrumento de Avaliação da Docência por Disciplina tanto no conteúdo quanto na forma de aplicação e juntamente com a Unidade de Processamento de Dados – UPD, ainda no semestre 2011.1, implantou o questionário eletrônico. É importante ressaltar que a decisão da CPA levou em consideração que a avaliação requer continuidade. Assim, a continuidade é um princípio da avaliação institucional, e é por meio dela que poderá haver comparabilidade dos dados de um momento para outro. (Ristoff, 2000). Vale salientar que da forma em que o processo vinha ocorrendo nesta IES, não havia continuidade. Um argumento importante que a CPA utilizou para propor a implantação de uma nova dinâmica no processo de avaliação institucional, e, em particular na avaliação da docência, foi a necessidade de se construir uma cultura de avaliação institucional, na UERN. Daí a determinação de não se criar mecanismo de obrigatoriedade de participação, nem para o aluno nem para o professor. Assim, se faz necessário enfatizar que a CPA realizou todo o trabalho de sensibilização, com alunos e professores, fundamentada no princípio da participação, que, para Bordenave (1994), é um processo de conquista infindável. É interessante destacar que a CPA resistiu à adoção de mecanismos que obrigam a participação, pelo fato de conceber a avaliação como um processo de adesão voluntária, que deve ser aceito pelos segmentos, e legitimado pela instituição, com a perspectiva de se tornar uma prática na IES, ou seja, construir e instituir a cultura de avaliação dos processos institucionais. Assim, estabelecer um princípio de obrigatoriedade descaracteriza a avaliação e o princípio da participação, que, segundo Bordenave (1994), é um processo de conquista, além de ferir o princípio da adesão voluntária, que garante o êxito do processo por meio do convencimento e não da imposição. Neste sentido, Ristoff, escrevendo sobre a adesão voluntária à avaliação institucional, afirma que “O que se busca, antes de tudo, é a compreensão da necessidade de instalarmos na universidade a cultura da avaliação”. (2000, p. 49). A partir de 2011, a avaliação institucional na UERN tomou um novo impulso, quando foi institucionalizada a avaliação da docência por disciplina, por meio de formulário eletrônico, via Portal do Professor para docentes, e Portal do Aluno, para 3 discentes. Tal processo se iniciou com os cursos da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais - FANAT: Matemática Licenciatura (Noturno e Diurno), Ciências Biológicas Bacharelado, Ciências Biológicas Licenciatura, Química Licenciatura, Física Licenciatura, Ciência da Computação e do Campus de Natal: Direito; Turismo; Ciências da Religião; Ciência da Computação, totalizando 10 cursos/oferta. O Objetivo deste trabalho é apresentar a experiência da UERN e enfatizar os avanços ocorridos no processo avaliativo desta instituição, a partir da adoção do formulário eletrônico para a avaliação da docência. Este texto se compõe de duas partes, e está estruturado da seguinte forma: na primeira parte, trata-se de um relato das discussões da CPA para modificar o conteúdo e a forma do questionário, para torná-lo aplicável eletrônicamente, bem como o trabalho realizado pela CPA, em vista de sensibilizar professores e alunos dos Cursos que participaram da implantação do Processo. Na segunda parte, apresentamos os resultados da participação dos professores e dos alunos e as providências da CPA, com a constatação da adesão de discentes e docentes ao processo. Por fim, nas considerações finais, teceremos os comentários e recomendações relativas à proposta e aos passos seguintes do referido processo. 1. As discussões da CPA sobre o questionário: modificação do conteúdo e da forma de aplicação Conforme já foi relatado, na introdução deste trabalho, a avaliação da docência por disciplina se realizava por meio de questionário impresso. Os membros da CPA se organizavam em grupos de trabalho e, nas salas de aula, aplicavam os questionários a alunos e professores de alguns cursos, dependendo da necessidade. Geralmente o curso escolhido era o que se encontrava em processo de Reconhecimento ou de Renovação de Reconhecimento. Era um trabalho penoso, com resultados lentos e não abrangia toda a instituição. Aqui vale lembrar que a avaliação deve ser sistemática e global. (Dias Sobrinho, 2000). No primeiro semestre de 2011, quando se iniciaram as discussões na CPA sobre a aplicação do questionário eletrônico, a primeira providência foi solicitar uma conversa com o chefe da Unidade de Processamento de Dados da UERN sobre a possibilidade de implantação do formulário no Sistema. Na oportunidade, a resposta foi positiva, e começaram os trabalhos para adequar o formulário ao sistema eletrônico da UERN. Partindo do princípio de que não existe modelo de avaliação pronto, e de que a realidade da Universidade não é pronta nem acabada, (Ristoff, 2000), (Dias Sobrinho, 2000), a CPA realizou várias reuniões com o propósito de redefinir o formulário, o que queríamos avaliar e que tipo de relatório a CPA precisava que fosse emitido pelo sistema. Feitos os ajustes, ficou definido que seria posto no sistema um formulário para alunos, e um para docentes, os quais seriam acessados pelo Portal do Professor e pelo Portal do Aluno. O questionário do professor é composto de quatro partes: autoavaliação da atuação didático-pedagógica com vinte questões com oferta de quatro opções de resposta; a disciplina com cinco questões e quatro opções de resposta; condições de infraestrutura para o desenvolvimento da disciplina com treze questões e quatro opções de resposta; avaliação dos alunos, conforme os quadros 1, 2, 3 e 4 a seguir. 4 Quadro 1 - AUTOAVALIAÇÃO DO PROFESSOR 1.1 Apresentou aos alunos o Programa Geral do Componente Curricular – PGCC (ementa, objetivo, conteúdo, metodologia, instrumentos e critérios de avaliação e bibliografia)? 1.2 Discutiu com os alunos o Programa Geral do Componente Curricular – PGCC (objetivo, conteúdo, metodologia, bibliografia, instrumentos e critérios de avaliação)? 1.3 Acerca do Conteúdo abordado demonstra conhecimento e segurança? 1.4 Estabelece uma sequencia lógica dos conteúdos da Disciplina de modo a facilitar a compreensão dos alunos? 1.5 Destina tempo suficiente para a abordagem de cada conteúdo? 1.6 Cumpre com os conteúdos previstos no Programa Geral do Componente Curricular – PGCC? 1.7 Estabelece a relação teoria e prática respeitando as especificidades da disciplina? 1.8 Utiliza uma metodologia dinâmica promovendo atividades que estimulam a sua participação nas aulas e a manifestação das suas ideias? 1.9 Apresenta boa comunicação e postura, fazendo uso de linguagem acessível para melhorar a compreensão do conteúdo? 1.10 Utiliza procedimentos de ensino diversificados (aula expositiva, pesquisas bibliográficas e de campo, debates, seminários, resolução de situações problemas etc.) que facilitam o ensino-aprendizagem? 1.11 Aborda os conteúdos estabelecendo interações com outras disciplinas? 1.12 Orienta o aluno na realização das atividades? 1.13 Fica à disposição dos alunos para atendimento em horário extra sala de aula? 1.14 Incentiva a autonomia intelectual dos alunos (estimula o trabalho de pesquisa, a leitura, o fichamento de textos, a produção de resumos, etc.)? 1.15 Apresenta cordialidade dentro e fora da sala de aula; demonstra atenção com os alunos e estabelece um bom relacionamento? 1.16 Comparece as aulas assiduamente? 1.17 Inicia e termina a aula no horário previsto? 1.18 Avalia o desempenho do aluno, com base nos conteúdos trabalhados? 1.19 Discute com os alunos os conteúdos da avaliação, em sala de aula, após a divulgação dos resultados? 1.20 Divulga com antecedência a data das avaliações e dentro do prazo as notas FONTE: SIPAVI Quadro 2 - A DISCIPLINA 2.1 A carga horária destinada à disciplina é adequada à efetiva aprendizagem do aluno? 2.2 Tem ministrado esta disciplina no mesmo curso? 2.3 A disciplina mantém articulação com alguma atividade de pesquisa? 2.4 A disciplina mantém articulação com alguma atividade de extensão? 2.5 Está ministrando disciplinas na sua área especifica de formação? FONTE: SIPAVI Quadro 3 CONDIÇÕES DE DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA INFRAESTRUTURA PARA O A INFRAESTRUTURA NECESSÁRIA AO ENSINO DESTA DISCIPLINA TEM SIDO: 5 Satisfatória Regular Insatisfatória Não disponível 3.1 Sala de aula 3.2 Laboratório - espaço físico 3.3 Laboratório – materiais 3.4 Laboratório – equipamentos 3.5 Biblioteca - espaço físico 3.6 Biblioteca – acervo 3.7 Biblioteca – serviços 3.8 Recursos didáticos 3.9 Transporte (aula de campo) 3.10 Sala de vídeo 3.11 Material de consumo 3.12 Sala de estudo para o professor Serviço de apoio à docência (secretaria, 3.13 digitação, fotocópia e deslocamento de recursos audiovisuais) FONTE SIPAVI Quadro 4 - AVALIAÇÃO DOS ALUNOS OS ALUNOS 4.1 Ao iniciarem a disciplina, possuíam a formação básica para alcançar um bom desempenho? 4.2 Têm apresentado um bom desempenho, com nota igual ou superior a sete, na disciplina? 4.3 São assíduos às aulas? 4.4 São pontuais às aulas? 4.5 Cumprem as atividades solicitadas na disciplina? 4.6 Procuram estabelecer relação entre o conteúdo abordado na disciplina e outros fatos? 4.7 Têm participado de outras atividades acadêmicas, além das disciplinas do curso? 4.8 Procuram o professor, fora do horário de aula, para elucidação de dúvidas sobre o conteúdo da disciplina? FONTE: SIPAVI O questionário do aluno é composto de três partes: atuação didáticopedagógica do professor, condições de infraestrutura para o desenvolvimento da disciplina e autoavaliação do aluno. Ver quadros 5, 6, 7 a seguir. Quadro 5 - ATUAÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR 1.1 Apresentou aos alunos o Programa Geral do Componente Curricular – PGCC (ementa, objetivo, conteúdo, metodologia, instrumentos e critérios de avaliação e bibliografia)? 1.2 Discutiu com os alunos o Programa Geral do Componente Curricular – PGCC (objetivo, conteúdo, metodologia, bibliografia, instrumentos e critérios de avaliação)? 1.3 Acerca do Conteúdo abordado demonstra conhecimento e segurança? 1.4 Estabelece uma sequencia lógica dos conteúdos da Disciplina de modo a facilitar a compreensão dos alunos? 1.5 Destina tempo suficiente para a abordagem de cada conteúdo? 6 1.6 Cumpre com os conteúdos previstos no Programa Geral do Componente Curricular – PGCC? 1.7 Estabelece a relação teoria e prática respeitando as especificidades da disciplina? 1.8 Utiliza uma metodologia dinâmica promovendo atividades que estimulam a sua participação nas aulas e a manifestação das suas ideias? 1.9 Apresenta boa comunicação e postura, fazendo uso de linguagem acessível para melhorar a compreensão do conteúdo? 1.10 Utiliza procedimentos de ensino diversificados (aula expositiva, pesquisas bibliográficas e de campo, debates, seminários, resolução de situações problemas etc.) que facilitam o ensino-aprendizagem? 1.11 Aborda os conteúdos estabelecendo interações com outras disciplinas? 1.12 Orienta o aluno na realização das atividades? 1.13 Fica à disposição dos alunos para atendimento em horário extra sala de aula? 1.14 Incentiva a autonomia intelectual dos alunos (estimula o trabalho de pesquisa, a leitura, o fichamento de textos, a produção de resumos, etc.)? 1.15 Apresenta cordialidade dentro e fora da sala de aula; demonstra atenção com os alunos e estabelece um bom relacionamento? 1.16 Comparece as aulas assiduamente? 1.17 Inicia e termina a aula no horário previsto? 1.18 Avalia o desempenho do aluno, com base nos conteúdos trabalhados? 1.19 Discute com os alunos os conteúdos da avaliação, em sala de aula, após a divulgação dos resultados? 1.20 Divulga com antecedência a data das avaliações e dentro do prazo as notas FONTE: SIPAVI Quadro 6 CONDIÇÕES DE DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA INFRAESTRUTURA PARA O A INFRAESTRUTURA NECESSÁRIA AO ENSINO DESTA DISCIPLINA TEM SIDO: Satisfatória Regular Insatisfatória Não disponível 2.1 Sala de aula 2.2 Laboratório - espaço físico 2.3 Laboratório – materiais 2.4 Laboratório – equipamentos 2.5 Biblioteca - espaço físico 2.6 Biblioteca – acervo 2.7 Biblioteca – serviços 2.8 Recursos didáticos 2.9 Transporte (aula de campo) 2.10 Sala de multimídia 2.11 Sala para atendimento ao aluno FONTE: SIPAVI Quadro 7 - AUTOAVALIAÇÃO VOCÊ 3.1 Ao iniciar a disciplina, possuía a formação básica para alcançar um bom desempenho? 3.2 Estuda o conteúdo programático utilizando bibliografia sugerida pelo professor? 3.3 Estuda o conteúdo programático utilizando a bibliografia extra, não sugerida pelo professor? 3.4 Dedica-se aos estudos da disciplina, além do horário de aula? 7 VOCÊ 3.5 Tem apresentado um bom desempenho, com nota igual ou superior a sete, na disciplina? 3.6 É assíduo às aulas? 3.7 É pontual às aulas? 3.8 Procura o professor, fora do horário de aula, para esclarecer dúvidas sobre o conteúdo abordado? 3.9 Procura estabelecer relação entre o conteúdo abordado na disciplina e outros fatos? 3.10 Tem participado de outras atividades acadêmicas, além dos componentes curriculares do curso? 3.11 Cumpre as atividades solicitadas na disciplina? 3.12 Percebe a importância da disciplina para sua formação profissional? 3.13 Pretende atuar profissionalmente em sua área de formação? FONTE: SIPAVI É necessário enfatizar que a CPA definiu que, concluído o processo de avaliação da docência por disciplina, ou seja, concluída a aplicação dos questionários seriam gerados quatro relatórios para o professor, e dez para o diretor da Faculdade/Campus e para o chefe de departamento/coordenador de curso, estes últimos, para serem avaliados e discutidos nas plenárias, com vistas ao planejamento e adoção de medidas, com vistas ao fortalecimento dos pontos positivos e da superação das fragilidades detectados nos relatórios e no decorrer do processo. Chamamos a atenção para o fato de que, ao encaminhar os relatórios, a CPA tem o cuidado de lembrar que a avaliação é institucional e que, como afirma Ristoff (2000, p.61), “não é mecanismo para exposição pública de fragilidades ou ineficiência de profissionais individualizados”. Paralelamente à organização dos questionários, para adequá-los ao Sistema de Planejamento e Avaliação Institucional - SIPAVI, a CPA realizou um trabalho com os diretores das Faculdades/CAMPI, chefes de departamento/Coordenadores dos cursos escolhidos para a experiência piloto, promovendo reuniões, visitas, afixando cartazes, divulgando o processo na Rádio Universitária, nos portisl de notícias da UERN e nos portais do professor e do aluno, conclamando discentes e docentes para participar do processo. Conforme já foi dito, e é importante repetir, convicta de que a avaliação institucional é um processo de democrático, transparente e de adesão voluntária, a CPA não estabeleceu mecanismo para obrigar professores e alunos a participarem do processo. Portanto, na primeira experiência o sistema ficou a disposição de alunos e professores, durante 41 dias, ou seja, de 17/02/2012 a 29/03/2012. No cadastramento dos discentes, para acessarem o portal do aluno foi valiosa e decisiva a ajuda dos técnicos das Faculdades e departamentos dos cursos envolvidos, pois ainda havia muitos alunos que não tinham e-mail cadastrado, e sem esse mecanismo a participação discente seria inviabilizada. Os técnicos aderiram ao processo tanto no envolvimento com esse trabalho, quanto no processo de sensibilização, pois na medida em que faziam o contato com o aluno falavam da importância da avaliação, para a qualidade do curso. Outra ajuda importante para a aplicação dos questionários eletrônicos foi a dos técnicos da Assessoria de Avaliação Institucional - AAI e da Unidade de Processamento de Dados – UPD, que se dispuseram a orientar alunos e professores em suas dúvidas e dificuldades. 2. A aplicação do questionário Iniciado o processo de avaliação da docência por disciplina, por meio dos questionários eletrônicos foram muitos contatos de professores e alunos para solicitar 8 informações sobre a participação no processo. Aqui é importante registrar o compromisso dos técnicos da AAI e da UPD, com o processo. Nesse período, a CPA se reuniu várias vezes para tomar decisões e se inteirar da aceitação do processo por parte dos alunos e professores. Quanto aos docentes, percebia-se que estes estavam aderindo voluntariamente. Quanto aos discentes, como o universo é muito grande, a CPA tinha dúvidas. Daí que ficou determinada que a meta seria de 25% de participação dos discentes. Outro ponto importante é que completados, 15 dias do início do processo, por solicitação da CPA, os técnicos da AAI e da UPD elaboraram um relatório, em que se constata a baixa adesão. De posse desse relatório a CPA e a AAI intensificaram o trabalho de convencimento, por meio de ligações telefônicas para diretores, chefes, secretários das Faculdades e dos departamentos, professores; divulgação na Rádio Universitária e no site da UERN, e na medida em que os dias iam passando os resultados se tornavam cada vez mais animadores. Em alguns cursos, os próprios alunos conclamavam os colegas, pelas redes sociais, a participarem da avaliação da docência. Terminado o prazo de resposta aos questionários, e fechado o sistema, os resultados foram surpreendentes sobre participação Docente: a) FANAT: Curso de Ciências Biológicas Licenciatura, 75%; Ciências Biológicas Bacharelado, 88%; Química Licenciatura, 92%; Física Licenciatura, 83,9%; Ciência da Computação, 96%; Matemática Licenciatura Noturno,72,7%; Matemática Licenciatura Diurno, 87,5%; b) Campus de Natal: Direito 90,9%; Ciência da Computação 82,1%; Ciências da Religião 92,3%; Turismo, 65,6%. Quanto à participação discente, na FANAT, o Curso de Ciências Biológicas Licenciatura obteve 49%; Ciências Biológicas Bacharelado, 47,%; Química Licenciatura 53,74%; Física Licenciatura 29,49%; Ciência da Computação 49,7%; Matemática Licenciatura Noturno 28,57%, Matemática Licenciatura Diurno 39,16%. No Campus de Natal: Direito 22,%; Ciência da Computação 35,%; Ciências da Religião 39,4%; Turismo 11,3%. Observamos que todos os Cursos de Mossoró superaram a meta estabelecida, apenas dois Cursos do Campus de Natal não atingiram 25% da participação discente. Ainda sobre a participação discente, que é o segmento que mais preocupou a CPA, em virtude de ser um universo muito grande, é importante ressaltar o sucesso da experiência por curso e por disciplina. Na FANAT destacamos: a) Curso de Ciências Biológicas Licenciatura, com os seguintes resultados: dos 707 questionários disponibilizados para os alunos, no sistema, 347 foram respondidos o que representa 49%, com disciplina, atingindo 71% de participação discente. b) Curso de Ciências Biológicas Bacharelado: foram 165 questionários respondidos, de um total de 351 (47,%), com disciplina, atingindo índice 73,08% de participação; c) Curso de Ciência da Computação: 232 questionários respondidos, de um total de 466 (49,7%); a disciplina com maior participação atingiu o índice 77,78%. d) Curso de Física Licenciatura: 110 questionários respondidos, de um total de 373 (29,49%), com disciplina, atingindo 81,82% de participação; e) Curso de Matemática Licenciatura. Noturno: 124 questionários respondidos, de um total de 434, ou seja, 28,57%, com disciplina, atingindo 56,00% de participação dos estudantes do curso; 9 f) Curso de Matemática Licenciatura. Diurno: 168 questionários respondidos de um total de 429, ou seja, 39,16%, com disciplina atingindo 61,54% de participação de aluno; g) Curso de Química Licenciatura: 158 questionários respondidos, de um total aplicado de 294 (53,74%), com disciplina, atingindo o percentual de 85,71% de participação discente; No Campus de Natal destacamos: a) Curso de Ciência da Computação: 176 questionários respondidos de um total de 502 (35,06%), com disciplina, atingindo 53,85% de participação de estudantes; b) Curso de Direito: 271 questionários respondidos de um total de 1216 (22,29%), com disciplina atingindo 33,33% de participação discente; c) Curso de Ciências da Religião 251 questionários respondidos de um total aplicado de 618 (40,61%), com disciplina, atingindo 69,23%; de participação de aluno; d) Curso de Turismo 52 questionários respondidos de um total de 460 (11,30%), com disciplina, atingindo 33,33% de participação discente. Pelos dados apresentados, observa-se que, em apenas dois cursos, o segmento discente não atingiu a meta desejada. Assim, podemos inferir que os alunos e professores entenderam a importância do processo na melhoria da qualidade dos cursos, e para o aperfeiçoamento institucional. Representa um indício de que a metodologia proposta pela CPA foi bem aceita pelos segmentos docente e discente. 3. Considerações finais Sendo a participação por adesão um desafio, o resultado da aplicação dos questionários superou as expectativas, e estimulou a CPA a introduzir o processo em outras Faculdades e nos Núcleos Avançados de Educação Superior - NAES, no semestre 2012.1, institucionalizando, assim, a avaliação da docência semestral. Com a semestralidade, a CPA definiu que o processo deve ser aberto a todos os cursos no último mês de vigência de cada semestre letivo. Para esse novo momento, a CPA solicitou aos diretores de Faculdades e dos Campi Avançados que, por meio de portaria, reconstituíssem as Comissões Setoriais de Avaliação – COSEs, desativadas. Merece destaque o fato de que, no processo 2012.1, as COSEs tiveram participação importante e decisiva, tanto na sensibilização dos alunos, quanto na elaboração dos relatórios das Faculdades e Cursos. No semestre 2012.2, os formulários eletrônicos foram postos à disposição da totalidade dos cursos existentes, ou seja, nos 81 cursos/oferta distribuídos nos seis Campi e nos 11 Núcleos de Educação Superior da UERN. Os relatórios individuais, num total de quatro, foram enviados a cada docente, e o resultado geral que totalizou em 10, foram encaminhado aos Chefes de Departamento/Coordenadores de Cursos e Diretores de Faculdades, para, juntamente com as COSEs analisarem-nos nas plenárias, visando ao fortalecimento dos pontos positivos e à superação das fragilidades detectadas. Atualmente, estamos no semestre letivo 2013.1 e o processo de avaliação da docência foi aberto no dia 19/09/2013 se estenderá até o dia 19/09/2013, com a conclusão do semestre letivo. Diante do exposto, concluímos que a experiência de avaliação da docência por meio de formulário eletrônico, com a adesão voluntária de professores e estudantes, está consolidada. Inferimos que docentes e discentes da UERN 10 compreenderam a importância da avaliação para a qualidade dos cursos e aprimoramento da Instituição. 4. Referências BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é participação. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. BRASIL, Lei 10.162 de 16 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES. Disponível em: <http:// http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 5 set. 2013. DIAS SOBRINHO, José. Universidade: processos de socialização e processos pedagógicos. In: DIAS SOBRINHO, José; BALZAN, Newton Cesar (Org). Avaliação Institucional: teorias e experiências. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000. DIAS SOBRINHO, José; BALZAN, Newton Cesar (Org). Avaliação Institucional: teorias e experiências. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000. RISTOFFI, Dilvo I. Avaliação institucional: pensando princípios. In: DIAS SOBRINHO, José; BALZAN, Newton Cesar (Org). Avaliação Institucional: teorias e experiências. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. Programa de Avaliação Institucional da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró: 2006. 11