Bauru, sábado, 23 de novembro de 2013 - Página 7 GERAL Políticas públicas evitam até 30% dos casos de câncer Quioshi Goto Tisa Moraes diagnóstico precoce e, por consequência o índice de cura Políticas públicas ade- e de sobrevida dos pacienquadas, determinadas com tes”, analisa. base em estudos estatísticos, O médico oncologista poderiam evitar até 30% narra que os primeiros regisdos casos de câncer. Esta é a tros de câncer começaram a constatação do presidente da ser efetivamente computados Associação Brasileira de Re- entre o final do século 19 e gistros de Câncer (ABRC), início do século 20. No BraJosé Getulio Martins Segalla, sil, as estatísticas sobre a doque organizou a 18ª reunião ença são ainda mais recentes, da entidade, realizada nesta datando da década de 1960. semana no Obeid Hotel. Atualmente, em grande Bauruense e coorde- parte dos casos, os bancos nador médico da oncologia de dados são mantidos pelos do Hospital hospitais que Amaral Caroferecem travalho, em Falta de estatísticas tamento, sendo Jaú, Segalla municipais prejudica raros os casos lamenta o prevenção, de de administrafato de Bau- acordo com opinião ções municiru não contar de especialista pais que invescom base de tiram neste tipo dados mude pesquisa. nicipal para que estratégias “No Brasil inteiro, são de combate à doença possam cerca de 30, principalmente ser traçadas. O câncer é a se- capitais federais e algumas gunda enfermidade que mais cidades do Interior do Rio mata no País, perdendo ape- Grande do Sul, Minas Gerais nas para os problemas cardio- e São Paulo, como Campinas vasculares. e Jaú”, elenca Segalla. “O surgimento de muitos casos e mortes poderia Responsabilidade ser evitado com políticas públicas direcionadas por estas Ele explica que as uniestatísticas”, destaca. dades hospitalares que reAlém de medidas de cebem recursos do Sistema prevenção, que passam por Único de Saúde (SUS) são orientações para a adoção de legalmente obrigadas a realimelhores hábitos alimenta- zar este tipo de levantamento res e combate ao tabagismo, e, portanto, acabam sendo a ele destaca que as informa- principal fonte de dados para ções poderiam subsidiar o qualquer tipo de pesquisa na estabelecimento de diretri- área. O problema é que, para zes para reorganizar todo o o estabelecimento de estratésistema de saúde. gias municipais de combate à “Os profissionais que doença, é pouco eficiente. atendem nas unidades bási“Ele funciona, basicacas de saúde, a porta de en- mente, para verificar a quatrada para os pacientes, pode- lidade do atendimento do riam ser mais bem treinados, hospital. Como hospitais de favorecendo não apenas a referência atendem muitos prevenção, mas também o pacientes de outras cidades, Segalla, da ABRC: “Profissionais que atendem nas unidades básicas poderiam ser mais bem treinados” não é um bom indicador para demonstrar o que está acontecendo no município onde estão localizados”, ressalta o presidente da ABRC. Já o levantamento que deveria ser feito pelos municípios, denominado base populacional, ofereceria uma série de informações importantes, como a incidência da doença na cidade, os tipos mais comuns, o público mais comumente atingido, entre outras. “Independentemente de onde o paciente foi tratado, o registro seria feito na cidade onde ele vive. Trata-se de uma responsabilidade governamental das vigilâncias epidemiológicas municipais, que raramente é assumida, porque demanda recursos e contratação de pessoal especializado”, frisa. Além de efetivamente contabilizar o número de casos, Segalla diz que as estatísticas precisariam contemplar todo o histórico do tratamento do paciente, até a solução final da doença. Se evoluir para cura, o acompanhamento para confirmar a inexistência de recidivas e o tempo de sobrevida também deve estar inserido nos estudos. Sem números Procurado pelo Jornal da Cidade, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) informou não possuir dados municipalizados sobre a doença e orientou a repor- tagem a acionar as secretarias Municipal e Estadual de Saúde. Os dois órgãos, no entanto, também afirmaram não realizar este tipo de levantamento. (TM) Câncer já responde por Câncer infantil é alvo 14% das mortes no País de alerta neste sábado Segundo o presidente da Associação Brasileira de Registros de Câncer (ABRC), José Getulio Martins Segalla, o câncer já responde por 14% de todos os óbitos registrados no País, índice que vem crescendo a cada ano devido ao envelhecimento da população. “À medida que conseguimos controlar as doenças infecciosas, a população vive mais e, assim, passa a ter mais chances de sofrer de câncer”, analisa. Neste contexto, ele destaca que os estudos municipais são importantes, já que, em cada região do País, a incidência dos diversos tipos da doença tende a ser diferente. “Esta variação acontece de acordo com a condição socioeconômica, hábitos alimentares e o acesso ao diagnóstico precoce. Por este motivo, o ideal é ter acesso a dados particularizados”, frisa. De maneira geral, o câncer de pele é o que mais acomete a população brasileira, sendo responsável por cerca de 40% do total de casos. Além dele, os que mais atingem os homens são, pela ordem, o câncer de próstata, de pulmão e de cólon (intestino grosso). Já as mulheres são mais afetadas pelo câncer de mama, de colo do útero e cólon. (TM) Psicólogo lança livro Na próxima sexta-feira, o psicólogo e psicoterapeuta Valdemar Augusto Angerami (Camon) lança em Bauru o livro Psicologia & Câncer, que aborda aspectos importantes sobre o tema, como prevenção, tratamentos, aconselhamento genético, cuidados paliativos, além de ressaltar a subjetividade do doente e do adoecimento, bem como dos familiares. Composto por 19 capítulos, também contempla questões essencialmente humanas imprescindíveis para o atendimento multiprofissional nesta área. Camon é coordenador do Centro de Psicoterapia Existencial de Campinas e professor da pós-graduação em psicologia da saúde da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). É o autor com o maior número de livros publicados sobre psicologia no Brasil, adotados em universidades do México, Portugal e Canadá. Editado pela Casa do Psicólogo, o livro foi organizado por Camon em parceria com a psicóloga Karla Cristina Gaspar, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). (TM) Serviço O coquetel de lançamento está marcado para as 19h30 do dia 29, durante a 1ª Jornada Ampliatta de Psicologia e Saúde, que será realizada no Instituto de Psicologia e Saúde Ampliatta, na rua Doutor Fuas de Mattos Sabino, 1245, Jardim América. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (14) 38796739 ou (14) 3879-6740. Assim como o Outubro Rosa e o Novembro Azul, que alertam, respectivamente, para a prevenção ao câncer de mama e de próstata, a doença também tem seu Novembro Dourado, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre o câncer infantojuvenil. O dia nacional de combate à doença que acomete crianças e adolescentes é celebrado hoje. De acordo com estatísticas do Hospital Estadual de Bauru, que atende 68 municípios da região, o câncer infanto-juvenil é responsável por apenas 1,4% dos casos registrados. Desde janeiro de 2004 até outubro de 2013, foram tratados 87 pacientes entre zero e 19 anos de idade, de um total de 6.138 enfermos. Ainda que a incidência seja baixa, o oncologista pedia- tra Alejandro Mauricio Arancibia salienta que, assim como a classe médica, a população precisa estar ciente sobre a existência do problema, para que o diagnóstico possa ser precoce. “Há dez anos, o câncer infantojuvenil era pouco conhecido da população. Quanto mais conhecimento houver, as pessoas ficarão mais alertas aos sintomas, mais rápido procurarão assistência e maiores serão as chances de cura”, frisa. Arancibia explica que, diferentemente do adulto, o câncer em crianças e adolescentes está menos relacionado a fatores externos e mais a alterações genéticas, que possuem causas ainda pouco conhecidas. Uma vantagem, porém, é que a possibilidade de cura é bem superior à média, chegando a até 80% dos casos. (TM) ELIZABETH ALVES NASCIMENTO ocorrido às 14h40, de 22/11/2013, com 80 anos. Era viúva do Sr. Didimo do Nascimento. Deixa os filhos Paulo Donato e Antônio Carlos. Seu sepultamento dar-se-á em 23/11/2013, saindo seu féretro do Centro Velatório, Sala 2, para o Cemitério da Saudade, na cidade de Bauru.