PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HEPATITE VIRAL B CONFIRMADOS NOTIFICADOS NO MUNICÍPIO DE FERNANDÓPOLIS-SP, 2007 - 2011 Sidnei Anastácio Sampaio1, Vando Edésio Soares2, Ricardo Scarparo Navarro3 1 Universidade Camilo Castelo Branco/Engenharia Biomédica, Rua A 123, Q. 189, nº4635, Bairro Sagrado Família, CEP: 78700-000, Rondonópolis – MT - Brasil 2 Universidade Camilo Castelo Branco - UNICASTELO/Engenharia Biomédica, Estrada Doutor Altino Bondesan, 500 - Distrito de Eugênio de Melo, CEP: 12247-016, São José dos Campos - SP - Brasil 3 Universidade Camilo Castelo Branco - UNICASTELO/ Engenharia Biomédica, Estrada Doutor Altino Bondesan, 500 - Distrito de Eugênio de Melo, CEP: 12247-016, São José dos Campos - SP - Brasil [email protected] 1, [email protected], [email protected] nn Resumo- As hepatites virais são caracterizadas como doenças infecciosas que constituem um importante problema de saúde pública. O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de VHB confirmados notificados no município de Fernandópolis/SP, 2007-2011. Estudo quantitativo, descritivo, retrospectivo. Encontraram-se 36 casos confirmados notificados nesse período. Desses, 30,56% situam-se nas faixas etárias entre 51 a 10 anos, baixa escolaridade, pois 44,44%% tinham menos de oito anos de estudo. Neste contexto é relevante que a enfermagem realize pesquisas sobre esta temática, contribuindo com a integralidade da assistência à saúde. Palavras-chave: Hepatite, Notificação de doença, Epidemiologia Área do Conhecimento: Engenharia Biomédica, Ciências da Saúde, Epidemiologia Introdução Após 24 anos da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 05/10/1988, e dos 35 anos da implantação obrigatória da realização de sorologia para hepatite B como triagem em bolsas de sangue nos hemocentros a partir de 1978 pelo Decreto 12.479, essa e as demais hepatites virais ainda se constituem em um relevante problema de Saúde Pública no Brasil. Em outubro de 2008, o Ministério da Saúde instituiu, por meio da Portaria nº 94/SVS, o Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais (PNHV). No Brasil, segundo dados ainda não revisados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2011, foram notificados 13.834 casos confirmados de Hepatite B. No Estado de São Paulo, foram notificados em 2011, um total de 2.457 casos confirmados de Hepatite B (BRASIL, 2012). Atualmente a doença parece ser bem conhecida pela população e pelos profissionais de saúde, mas muitos não seguem as orientações sobre o uso do material individual ou descartável, o que leva a vulnerabilidade à infecção/doença. Isto fez despertar o interesse por investigar o perfil epidemiológico dos casos confirmados notificados de hepatite viral B no município de Fernandópolis, 2007 – 2011. Metodologia O presente trabalho constitui-se de um estudo quantitativo, descritivo, de caráter retrospectivo, onde se utilizou dados parciais a partir de um levantamento em fonte secundária do Sistema Nacional de Agravos de Notificação Compulsória — (SINAN) disponível no Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde do município de Fernandópolis-SP, referente aos casos notificados de Hepatite Viral B no período de 2007-2011, residentes neste município. O Projeto foi submetido para apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo) – São Paulo/SP aprovado com parecer nº 25234 e CAAE: 01475612.7.0000.5494. Os dados desta pesquisa são parciais, retirado de uma dissertação de Mestrado em andamento que foram tabulados e tratados por meio da estatística simples descritiva, utilizando da feramenta Excel® do Solfware da Microsoft, pacote 2007. Foram gerados tabelas e gráficos. Resultados A faixa etária em que mais predominou a prevalência de hepatite B durante o período foi a de 51 a 60 anos com 30,56% dos casos, seguido de 41 a 50 anos (25%), a faixa etária dos menos atingidos foi os de maior de 60 anos (8,33%). Quanto a variável ocupação a maior prevalência ocorreu para desempregado crônico ou cuja ocupação habitual não foi possível obter e aposentado e pensionista com 16,67% para ambas nos cinco anos da pesquisa, sendo este último em consonância com a faixa etária que mais prevaleceu sendo os de 51 aos 60 anos conforme mostra a tabela 1. Os pacientes com a Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco 261 ocupação pedreiro foi a segunda mais prevalente com 8,33% dos casos de hepatite B. do Acre no período de 2001 a 2006, mostrou que 10,9% não possuem estudos, 19,5% possuem de 1 a 3 anos de estudos, 21,2% entre 4 a 7 anos de estudos e 11,1% entre 8 a 11 anos de estudos, evidenciando a precária situação educacional entre os portadores (PESSÔA, 2009). Conclusão A escolaridade é baixa, pois as pessoas atingidas tinham menos de 8 anos de estudo, sendo a maior prevalência para o ensino fundamental incompleto 44,44%, seguido de ensino médio completo (antigo colegial ou 2º grau) e Educação Superior Completa com 16,67% para ambas, o que chama atenção por ser superior completo Discussão Com relação à idade percebe-se que a doença atingiu predominantemente a faixa etária entre 51 a 60 anos com 30,56% dos casos, totalizando 11 casos confirmados notificados para hepatite B. Em relação à hepatite B referindo-se aos grupos etários na Região Norte, foi maior no grupo de 30 a 39 anos, enquanto nas regiões Nordeste e Centro-oeste, no grupo de 40 a 49 anos (TAUIL et al., 2012). Quanto a variável ocupação a maior incidência ocorreu para desempregado crônico ou cuja ocupação habitual não foi possível obter e aposentado e pensionista com 16,67% para ambas nos cinco anos da pesquisa, sendo este último em consonância com a faixa etário que mais prevaleceu sendo dos 51 aos 60 anos conforme mostrado na tabela 1. Em Fernandópolis-SP a ocorrência de hepatites B em relação à escolaridade manifestouse mais em indivíduos de baixa escolaridade, visto que os mais atingidos possuíam ensino médio incompleto. Segundo pesquisa realizada em São Paulo- SP (2004-2007) entre servidores públicos a faixa de escolaridade mais frequente foi acima de 12 anos, 21,4% hepatite B onde uma quantidade significativamente relevante foi registrada como ignorado (CRUZ et al., 2009). Estudo Epidemiológico de portadores de HBV entre 15 e 30 anos no município de Rio Branco e no Estado Os resultados parciais dos 36 casos confirmados notificados encontrados neste estudo dos anos de 2007 a 2011 permitem concluir que: em relação à idade, a doença atingiu predominantemente a faixa etária entre os 51 a 60 anos, totalizando 11 casos confirmados (30,56%), já a variável ocupação a maior prevalência ocorreu para desempregado crônico ou cuja ocupação habitual não foi possível obter e aposentado/pensionista com 16,67% (6 casos) para ambas, quanto ao grau de escolaridade é baixo, pois os mais atingidos tinham o ensino fundamental incompleto sendo 16 casos (44,44%). Retornando os objetivos deste estudo foi possível caracterizar parcialmente até o momento, o perfil epidemiológico dos casos de hepatite viral B confirmados notificados no município de Fernandópolis-SP, 2007 - 2011, fazendo uma fotografia parcial de uma determinada população, de uma realidade empírica. Este estudo também remete para uma proposta de trabalho em que as equipes de saúde devem ser capacitadas para desenvolver um processo educativo nas ações de hepatites virais em especial, o enfermeiro, por estarem inseridos e envolvidos com o desenvolvimento das ações do Programa de Controle das Hepatites Virais. Referências - CRUZ, C.R.B.; SHIRASSU, M.M.; MARTINS W.P. Comparação do perfil epidemiológico das hepatites B e C em um serviço público de São Paulo. Arq Gastroenterol. 46 (3): 225-229, jul./set., 2009. - PESSÔA, I. N. Aproximações acerca do cotidiano: enigmas e revelações de pessoas com hepatite B. 2009. 140 p. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Publica, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2009. - TAUIL, M. de C.; Amorim, T.R. de; Pereira, G.F. et al. Mortalidade por hepatite viral B no Brasil, 2000-2009. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(3):472-478, mar., 2012. - BRASIL. Hepatites virais, casos notificados no sistema de informação de agravos de notificação – SINAN, TabNet. 2012. Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco 262