DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EM SAUDE
CENTRO DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
PERFIL DOS CASOS GRAVES DE DENGUE NO MUNICÍPIO
DE CUIABÁ EM 2012
A dengue é uma doença infecciosa viral aguda de transmissão vetorial e distribuição
universal.
O objetivo deste estudo é descrever o perfil epidemiológico dos casos graves de
dengue no município de Cuiabá em 2012, até a 25ª Semana Epidemiológica (23.06.2012),
para alertar os profissionais de saúde sobre os grupos mais vulneráveis ao agravamento e
letalidade pela doença.
Os dados foram obtidos pela análise das fichas de notificação e investigação dos
casos. No período estudado as notificações somaram 8.716 casos, sendo que 47 (0,5%)
apresentaram a forma grave da doença, dos quais 10,6% evoluíram para óbito.
Dos casos confirmados de dengue grave (dengue com complicações e FHD), 29,7%
ocorreram na faixa etária de 20 a 34 anos, 29,7% em indivíduos acima de 50 anos e 27,6%
em menores de 19 anos .
Quanto ao sexo do paciente, 57,4% das notificações referiam-se a indivíduos do sexo
masculino. Os sinais e sintomas mais prevalentes estão descritos no quadro abaixo:
Sinais/ sintomas
Febre
Mialgia
Cefaléia
Dor retroorbitária
Prostração
N° de casos
45
45
42
29
26
%
95,7
95.7
89,3
61,7
55,3
Dentre os sinais de agravamento foram registrados: plaquetopenia (78,7%), dor
abdominal, hemoconcentração 57,4% e 51% respectivamente, petéquias (48,9%) e 14,8%
com derrames cavitários.
A média de dias entre a data de inicio de sintomas e a data da internação destes
pacientes foi de 4,8 dias, o que demonstra demora na procura pelo atendimento ou
diagnóstico tardio, o que pode ter contribuído para o agravamento, uma vez que a precoce e
adequada assistência ao caso é fundamental para o seu estadiamento, se monitorado
adequadamente.
A média de dias entre a data de inicio de sintomas e o óbito foi de 9,6 dias, com
mediana de 8 dias (1 a 25), observando a seguinte espacialização:
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ESPACIALIZAÇÃO DOS CASOS GRAVES E ÓBITOS POR DENGUE,
CUIABÁ, MT, JANEIRO A JUNHO DE 2012
FONTE: DIVISA/SMS
Pelo observado, reforça-se a necessidade da aplicação da classificação de risco e
identificação ágil dos pacientes com potencial risco para agravamento, dentre os quais estão
incluídos os menores de 15 anos e maiores de 60 anos de idade, grávidas, adultos e
crianças com doenças associadas, assim viabilizando a avaliação médica, internação ou leito
observação.
A precoce e adequada assistência ao caso é de fundamental importância para a
tomada de decisão e implementação de medidas oportunas para evitar óbitos e os serviços
de saúde, tanto na área de vigilância em saúde quanto na assistência médica, devem estar
apta para tal.
Salientamos que a susceptibilidade à FHD não está totalmente esclarecida. Três
teorias mais conhecidas tentam explicar sua ocorrência. Uma delas é a teoria de Halstead
que relaciona a FHD com infecções sequenciais por diferentes sorotipos do vírus da dengue.
Nessa teoria, a resposta imunológica na segunda infecção é exacerbada, o que resulta numa
forma mais grave da doença. Porém neste estudo não foi possível tal associação, visto que
na atual ficha de investigação não há campo que contemple essa informação, embora ela
seja de grande relevância, pois contribui para conhecer essa susceptibilidade dos casos
graves em nosso município.
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