ISSN 1984-8218
Análise Estatı́stica dos Casos de Dengue de 2000 a 2007 em Rio
Branco-AC usando Dados de Área
Isaac D. B. da Silva,
Antonio C. F. P. Júnior,
Altemir da Silva Braga
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, UFAC
69900-000, Rio Branco, AC
E-mail: [email protected], [email protected], [email protected]
No presente trabalho buscou-se analisar a distribuição espacial do número de casos de dengue dos
bairros do municı́pio de Rio Branco - AC, nos anos de 2000 a 2007, visando entender a dependência
entre os bairros da capital acriana em relação a essa variável. Esse entendimento poderá servir de base
para tomada de decisões na implantação de polı́ticas públicas para o estabelecimento de estratégias de
combate ao mosquito da dengue. Para tanto, utilizou-se das técnicas de dados de área, destacando-se a
média móvel local, o ı́ndice de Moran global, o ı́ndice de Moran local, Mapas Lisa Cluster e Lisa Significance; [4, 7] como também da base de dados do Sistema de Informação de Febre Amarela e DengueFAD e SISFAD da Secretaria de Estado de Saúde do Estado do Acre, referentes aos anos de 2000 a
2007, mapas geográficos fornecidos pela Secretaria de de Segurança Pública do Acre e dos softwares
GeoDA e TerraView [5, 2, 1]. A presença do Aedes aegypti na cidade de Rio Branco foi detectada pela
primeira vez em 1995, entretanto, somente no ano 2000 foram registrados os primeiros casos de dengue
na área urbana da capital do Estado do Acre, onde, atualmente é registrada a maioria dos casos que vem
ocorrendo nesse Estado. Até o momento, epidemias e ocorrências de dengue têm se manifestado apenas na área urbana do municı́pio de Rio Branco. A primeira epidemia de dengue na cidade ocorreu em
2001, onde foram notificados 2.257 casos. Em 2002 houve uma significativa redução dos casos, principalmente pelo investimento do governo federal no combate a endemia. Entretanto, nos anos seguintes,
o incremento na notificação dos casos em Rio Branco foi elevando-se a cada ano, deflagrando a maior
epidemia na cidade em 2004 [6]. Essas informações justificam o perı́odo escolhido para a análise espacial dos dados. Os resultados alcançados quanto ao padrão espacial pela média móvel local, no estudo
dos casos de dengue, não permitiu observar autocorrelação espacial global significativa, haja vista que
o ı́ndice de Moran Global ficou próximo de zero para todos os anos estudados [3]. Constatou-se que
em apenas alguns bairros apresentaram autocorrelação em termos locais, pelo ı́ndice de Moran local e o
Lisa Map. Apesar de não ser observada a formação de clusters espaciais de bairros, foi a comparação,
ano a ano, tanto dos bairros que possuem alguma correlação local, quanto da distribuição dos casos de
dengue, que representou o resultado mais expressivo de trabalho, pois as caracterı́sticas espaciais de
variável permanecem muito próximas ao longo dos oito anos, mostrando alguns bairros que devem ter
uma atenção maior do poder público e o problema da dengue na capital do Acre possui um problema
“estrutural”, com o número de casos diminuindo e aumentando ao longo dos anos mas os bairros mais
atingidos permanecem praticamente os mesmos.
Palavras-chave: Dados de área; Distribuição espacial; Casos de Dengue;
Referências
[1] L. Anselin. “Exploring spatial data with GeoDaT M : a workbook”. Champaign: University of
Illinois, 2005. 244 p. Disponı́vel em:
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[2] L. Anselin.“GeoDaT M software for geodata analysis: version GeoDa 0.95i-(Beta)”. Champaign,
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<http://www.csiss.org/clearinghouse/GeoDa/>. Acesso em: 10 de nov. de 2009.
[3] R. M. Assunção. “Estatı́stica espacial com aplicações em epidemiologia, economia, sociologia”. São Carlos: Associação Brasileira de Estatı́stica, 2001. 131p. Disponı́vel em: <
http://www.est.ufmg.br/ assuncao> . Acesso em: 20 nov. 2008.
[4] A. S. Braga; et. al. “Análise de dados de área aplicada a dois indicadores econômicos de mesorregiões do estado de Minas Gerais”, no 19o Simpósio Nacional de Probabilidade e Estatı́stica, São
Pedro, São Paulo, 2010.
[5] D. P. I. Inpe. “Tutorial TerraView”. Rio de Janeiro: Divisão de Processamento. 2009. Disponı́vel
em:
<http://www.dpi.inpe.br/terraview/php/docs.php?body=Tutorial i>. Acesso em: 10 novembro
2009.
[6] R. C. Rocha. “Epidemiologia da dengue na cidade de Rio Branco-Acre, Brasil, no perı́odo de 2000
a 2007”, Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo,2011.
[7] N. C. N. Silva. “Análise de Dados de Área Aplicada a Dois Indicadores Econômicos de Mesorregiões do Estado de Minas Gerais”, Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Lavras,
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