UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009 Sabrina da Costa Fernandes Siqueira Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, dissertação apresentada para requisito ao título de Mestre em Saúde Coletiva. Área de Concentração: Saúde Coletiva Linha de pesquisa: Epidemiologia Orientadora: Profª Drª Marta Gislene Pignatti Co-Orientador: Profª Drª Marina Atanaka dos Santos Cuiabá - MT 2 2011 3 ANÁLISE ESPACIAL DA DENGUE NO ESTADO DE MATO GROSSO NO PERÍODO DE 2007 A 2009 Sabrina da Costa Fernandes Siqueira Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato-Grosso para obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva. Área de concentração: Saúde Coletiva Linha de pesquisa: Epidemiologia Orientadora: Profª Drª Marta Gislene Pignatti Co-Orientador: Profª Drª Marina Atanaka dos Santos Cuiabá - MT 2011 4 É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação. 5 FICHA CATALOGRÁFICA S618a Siqueira, Sabrina da Costa Fernandes Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009 / Sabrina da Costa Fernandes Siqueira. – 2011. 127 f. : il. , color. Orientadora: Profª. Drª. Marta Gislene Pignatti. Co-orientadora: Profª. Drª. Marina Atanaka dos Santos. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Pós-graduação em Saúde Coletiva, Área de Concentração: Saúde Coletiva, Linha de Pesquisa: Epidemiologia, 2011. Bibliografia: f. 119-125. Inclui anexos. 1. Dengue – Epidemiologia. 2. Dengue – Mato Grosso. 3. Dengue – Aspectos clínicos. 4. Dengue – Análise espacial. I. Título. CDU – 614.4(817.2)(043.3) Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931 6 DEDICATÓRIA Esta dissertação é dedicada ao meu esposo Marcos, aos meus pais Luiz Carlos e Angela que sempre me ensinaram e incentivaram a não desistir por mais difíceis que foram os dias, os pensamentos que não fluíam, e os quebra cabeças que os mapas geraram. Estou aqui para mais uma conquista e superação. 7 AGRADECIMENTOS Á DEUS por ter iluminado os pensamentos quando achei que não tivesse mais solução. Aos meus pais, a quem devo todas as conquistas até hoje alcançadas e que me estimularam a vencer mais esta etapa. Ao Marcos, meu esposo, que me ajudou tendo paciência, e incentivando a sempre estudar e por isso merecer a conquista de reconhecimento. As minhas irmãs Ana Luiza e Tatiane, pela paciência e por entender minha ausência como irmã mais velha. À Profª Drª Marta Pignati, por ter me aceitado e me acolhido, me orientando e incentivando a buscar a compreensão de se aprofundar no temas abordados. Agradeço pela sua paciência nos momentos em que os pensamentos não conseguiam ir para o papel. À Profª Drª Marina Atanaka, pelo apoio, incentivo, colaboração e compreensão com as minhas dificuldades durante o curso. Aos funcionários do Instituto de Saúde Coletiva, Airton e a Jurema, pelo constante apoio principalmente nos requerimentos das matriculas. A Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Mato Grosso, pela colaboração e pela disponibilização dos dados para realização do estudo. A Capes e ao CNPq, por ter possibilitado e financiado esta pesquisa, através de bolsa apoiando os dois anos deste mestrado. Á Giovana, pela sua colaboração, as suas horas de dedicação na busca dos dados que deram origem a este estudo. A Beth e a Cássia pela colaboração, ajudando na formatação desse trabalho. Por fim, agradeço aos colegas do Mestrado pelo incentivo nos momentos de dificuldades e pelas amizades conquistadas. 8 "Não desista enquanto você ainda for capaz de fazer um esforço a mais. É nesse algo a mais que está a sua vitória”. (Roberto Shinyashiki) 9 Siqueira SCF. Análise espacial da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009. [dissertação de mestrado]. Cuiabá: Instituto de Saúde Coletiva da UFMT; 2011. RESUMO Introdução: A dengue tem sido considerada enfermidade transmissível reemergente mais importante dentre as demais doenças virais do mundo transmitidas por vetores biológicos, pois apresenta uma crescente expansão geográfica e incide principalmente em populações de áreas urbanas. O Estado de Mato Grosso tem convivido com epidemias da doença desde 1995, e a gravidade dos casos tem aumentado, impactando no indicador de mortalidade, principalmente em crianças e adolescentes. Objetivo geral: Analisar a distribuição espacial dos casos de dengue nos 141 municípios do Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009. Específicos: Caracterizar a distribuição dos casos de dengue no Estado; Identificar a distribuição espacial de casos de dengue; e áreas com infestação vetorial nos 141 municípios do Estado de Mato Grosso. Métodos: Análise espacial das variáveis da Incidência de Dengue e Índice de Infestação Predial (IIP) com a identificação dos aglomerados espaciais do estado considerando-se os 141 municípios. Para a determinação da autocorrelação espacial das variáveis estudadas, foi utilizado o Índice de Moran global (I Moran) e local. Resultados: No período de 2007 a 2009, foram registrados 70.512 casos de dengue no Estado de Mato Grosso correspondendo a 21,77% em 2007, 8,44% em 2008 e 69,8% em 2009 do total de casos. Há registro de circulação dos vírus DEN-1 e DEN-2 e de DEN-3. Houve o predomínio da forma da dengue clássica em todos os anos. O sexo feminino foi o mais acometido pela doença. Em relação ao Índice de Infestação Predial (IIP), 63,83% (90) dos municípios em 2007, 70,92% (100) em 2008 e 55, 32% (78) em 2009 apresentaram o IIP em níveis aceitáveis. Em relação à incidência dos casos observouse alta incidência no ano de 2007 (61,15/10mil) e com declínio em 2008, estratificada como média incidência (20,11/10mil) e aumentando em 2009 (163,95/10mil). Na estratificação das áreas prioritárias no espelhamento do Índice de Moran, observou-se que o comportamento foi heterogêneo em relação à incidência de dengue e infestação do vetor que foram classificados como Q1(+/+): maior transmissão e maior receptividade; Q2(-/-): menor transmissão e menor receptividade; Q3(+/-) e Q4(-/+): intermediária transmissão e receptividade. A distribuição espacial da área de Maior Risco (Q1(+/+) de Incidência de 10 casos e de Índice de Infestação Predial (IIP)), identificadas pelo Box Map, apresentaram 8 (5,67%) municípios em 2007, 1 (0,70%) município em 2008 e 14 (9,93%) municípios em 2009. Os municípios de maior transmissão da dengue Q1(+/+) estiveram concentrados na região centro sul e centro norte do estado, principalmente os municípios da área de influência da BR-163, rodovia esta que percorre o estado de norte ao sul. Recomenda-se que as ações de controle da dengue sejam tomadas independentes das medições do índice de infestação vetorial e que a vigilância de casos deve ser continuas para redução de gravidade. Descritores: dengue, análise espacial, infestação. 11 Siqueira SCF. Spatial analysis of the distribution of dengue cases in the state of Mato Grosso from 2007 to 2009. [master dissertation]. Cuiabá: Public Health Institute of UFMT; 2011 ABSTRACT Introduction: Dengue has been considered the world's most important communicable reemerging viral disease transmitted by biological vectors. The reason is the fact that it presents an increasing geographical spread and its incidence occurs mainly on urban populations. The state of Mato Grosso has experienced epidemics of dengue since 1995, and the severity of the cases has increased, impacting on the indicator of mortality, especially among children and adolescents. General objective: To analyze the spatial distribution of dengue cases in 141 cities of Mato Grosso, from 2007 to 2009. Specific objective: To characterize the distribution of dengue cases in the state; and identify the spatial distribution of cases in the cities and areas with vectorial infestation in the region. Methods: Spatial analysis of variables of Incidence and Building Infestation Rates with the identification of spatial clusters of the state considering these 141 cities. In order to determine the spatial autocorrelation of the variables we used the global Moran's Index. Results: From 2007 to 2009, 70,512 cases of dengue were registered in the State of Mato Grosso, corresponding to 21.77% in 2007, 8.44% in 2008 and 69.8% in 2009 of the cases. There are reports of circulation of the virus DEN-1, DEN-2 and DEN-3. The classical dengue form predominated every year. The female gender was the one most affected by the disease. Regarding the Building Infestation Rates (BIR), 63.83% (90) cities in 2007, 70.92% (100) and 55 in 2008, 32% (78) in 2009 showed the BIR at acceptable levels. Regarding the incidence of cases there was a high incidence in the year of 2007 (61.15 / 10mil), a decline in 2008, stratified as average incidence (20.11 / 10mil) and a increase in 2009 (163.95 / 10mil). In the stratification of the priority areas in mirroring Moran's Index, the behavior was heterogeneous regarding the incidence of dengue and the vector infestation which was classified as Q1 (+/+): greater transmission and greater response; Q2 (- / -): lower transmission and lower response; Q3(-/+) and Q4(+/-): average transmission and response. The spatial distribution of the area with greater risk (Q1 (+/+) of Incidence of cases and Building Infestation Rates (BIR)) identified by the Box Map showed 8 12 (5.67%) cities in 2007, 1 (0.70%) city in 2008 and 14 (9.93%) cities in 2009. The cities with greater number of transmission of dengue Q1 (+/+) were concentrated in southcenter and northcenter of the state, especially in cities nearby BR-163 highway which runs through the state from north to south. It is recommended that efforts to control dengue fever should be taken regardless of measurements of the rate of vector infestation. The monitoring of cases should also be continuum in order to reduce their seriousness. Keywords: dengue, spatial analysis, infestation. 13 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 17 2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 21 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA DENGUE................................................. 21 2.1.1 Aspectos Clínicos.......................................................................... 21 2.1.2 Epidemiologia da Dengue............................................................. 23 2.1.3 Características do Vetor................................................................ 26 2.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E ENTOMOLÓGICA DA DENGUE.................................................................................................... 29 2.3 ANÁLISE ESPACIAL E DENGUE.................................................... 37 3. OBJETIVOS................................................................................................. 41 3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................. 41 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................ 41 4. MÉTODOS................................................................................................... 42 4.1 TIPO DE ESTUDO............................................................................... 42 4.2 ÁREA DO ESTUDO............................................................................ 42 4.2.1 Localização geográfica/ administrativa......................................... 42 4.2.2 Vias de acesso............................................................................... 43 4.2.3 Clima............................................................................................. 47 4.3 VARIÁVEIS ESTUDADAS................................................................ 47 4.4 COLETA DE DADOS......................................................................... 48 4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISES ESTATÍSTICAS DOS DADOS 49 4.5.1 Indicadores de Casos de Dengue................................................... 49 4.5.2 Indicador Entomológico................................................................ 50 4.5.3 Análise Espacial............................................................................ 51 4.6 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................ 55 5. RESULTADOS............................................................................................. 56 5.1 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS CASOS DE DENGUE NO ESTADO DO MATO GROSSO............................... 56 5.1.1 Distribuição dos casos de dengue de acordo com ano, faixa etária, sexo, classificação final, critério epidemiológico, autóctone e evolução.................................................................. 5.1.2. Caracterização dos municípios Matogrossense com casos de dengue, 2007 a 2009............................................................................... 56 61 14 5.2 ANÁLISE ESPACIAL......................................................................... 70 5.2.1 Classificação das Áreas de transmissão da Dengue...................... 70 5.2.1.1 Área de maior controle da dengue....................................... 70 5.2.1.2 Área de menor controle da dengue...................................... 74 5.2.1.3 Área de transmissão intermediária de dengue..................... 77 5.2.2 Classificação dos Municípios pelo índice de infestação Predial (IIP)......................................................................................................... 83 5.2.2.1 Área de maior receptividade pelo IIP.................................. 83 5.2.2.2 Área de menor receptividade pelo IIP................................. 84 5.2.2.3 Área de receptividade intermediária pelo IIP...................... 85 5.2.3 Descrição da autocorrelação espacial de incidência de dengue e índice de infestação predial nos municípios Matogrossense, 2007 a 2009........................................................................................................ 90 5.2.4 Análise da autocorrelação espacial da incidência de dengue, segundo a classificação do índice de infestação predial......................... 97 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 113 7. REFERÊNCIAS........................................................................................... 117 ANEXOS........................................................................................................... 124 ANEXO 1. Tabela 7 - Incidência de Dengue e IIP nos 65 municípios matogrossense com a população menor 10.000 hab, no período de 2007 a 2009............................................................................. 124 ANEXO 2. Tabela 8 - Incidência de Dengue e IIP nos 65 municípios com a população >10.000 hab a <100.000 hab, no período de 2007 a 2009................................................................................................. 126 15 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Números e a porcentagem dos casos de dengue segundo a classificação final da dengue no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009..................................................................................... 57 Classificação por faixa etária das notificações dos casos dengue no Estado Mato Grosso, no período de 2007 a 2009................................ 57 Casos de dengue segundo sexo, no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009........................................................................ 59 Tabela 4 - Classificação e as porcentagens dos casos de dengue por critério epidemiológico no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009..................................................................................................... 60 Tabela 5 - Classificação dos casos de dengue por evolução no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009..................................................... 60 Classificação dos casos de dengue por local provável de infecção por município de residência no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009..................................................................................... 61 Incidência de Dengue e o IIP nos 9 municípios Matogrossenses com população >100.000 hab. no período de 2007 a 2009......................... 62 Tabela 10 - Características dos casos de dengue por municípios no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009............................................. 64 Tabela 11 - Distribuição do IPP nos municípios com a população <10.000 hab. no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009...................... 68 Tabela 12 - Caracterização da área de maior transmissão da dengue (Q1) por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 71 Tabela 13 - Caracterização da área de menor transmissão da dengue (Q2) por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 74 Tabela 14 - Caracterização da área de transmissão intermediária (Q3) da dengue por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. 77 Tabela 15 - Caracterização da área de transmissão intermediária (Q4) da dengue por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. 79 Tabela 16 - Descrição da autocorrelação espacial da área de maior risco da dengue nos municípios Matogrossense no período 2007 a 2009........ 90 Tabela 17 - Descrição da autocorrelação espacial da área de menor risco da dengue nos municípios Matogrossense no período de 2007 a 2009.... 92 Tabela 18 - Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade transitória intermediária (Q3) nos municípios Matogrossenses no período de 2007 a 2009........................................................................ 94 Tabela 2 Tabela 3 - Tabela 6 - Tabela 9 - Tabela 19 - Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade 16 transitória intermediária (Q4) nos municípios Matogrossenses no período de 2007 a 2009........................................................................ 95 Tabela 20 - Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 97 Tabela 21 - Descrição da autocorrelação espacial da área de menor transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 99 Tabela 22 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q4) transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossense, no período de 2007 a 2009..................................................................................................... 10 1 Tabela 23 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q4) transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período 2007 a 2009..................................................................................................... Tabela 24 - Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de alerta nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. Tabela 25 - Descrição da autocorrelação espacial da área de menor transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de alerta nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. 10 3 10 5 10 7 Tabela 26 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q3) de transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de risco nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009..................................................................................................... 10 9 Tabela 27 - Descrição da autocorrelação espacial da área intermediária (Q4) de transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP com situação de risco nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009..................................................................................................... 11 1 17 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mapa Rodoviário do Estado de Mato Grosso (2009).......................... Figura 2 - Diagrama de espalhamento de Moran................................................. Figura 3 - Porcentagem de casos de dengue, no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009........................................................................ Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 - Figura 8 - Figura 9 - Incidência (10mil) de casos de dengue no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009................................................................... Mapa da distribuição da Incidência de dengue nos municípios Matogrossense, no período de 2007 a 2009......................................... Mapa da distribuição da Infestação Predial do vetor da dengue nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada no resultado do índice de Moran local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009....................................... Estratificação de áreas prioritárias do Índice de Infestação Predial pautada no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.............. Figura 10 - Estratificação de áreas prioritárias do Índice de Infestação Predial pautada no resultado do índice de Moran local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009.................... 4 5 5 1 5 8 5 9 6 5 6 7 8 1 8 2 8 8 8 9 18 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Quadro 2 - Classificação da Incidência de Dengue por 10 mil hab baseada nos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009..................................................................................................... . 5 0 Classificação do Índice de Infestação Predial em percentual segundo os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009..................................................................................................... . 5 0 19 SIGLAS UTILIZADAS FD - Febre de dengue DCC - Dengue com complicações FHD - Febre hemorrágica da dengue IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IB - Índice de Breteau IDH - Índice de Desenvolvimento Humano IP - Índice de Pendência IIP - Índice de Infestação Predial LACEN Laboratório Central de Saúde Pública LI - Levantamento de Índice Amostral LIRAas - Levantamentos de Índices Rápidos do A. aegypti LIRAa - Levantamento de Índice Rápido de Infestação Predial ONU - Organizações das Nações Unidas PE - Pontos Estratégicos PIB - Produto Interno Bruto PNCD - Plano Nacional de Controle da Dengue PVE - Pesquisa Vetorial Especial SCD - Síndrome de choque por dengue SES - Secretaria Estadual de Saúde SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação SMS - Secretaria Municipal e Saúde SISFAD- Sistema de Informação de Dengue e Febre Amarela SUDAM- Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia 20 1. INTRODUÇÃO A dengue tem sido considerada enfermidade transmissível reemergente mais importante dentre as demais doenças virais do mundo transmitidas por vetores biológicos, pois apresenta uma crescente expansão geográfica e incide principalmente em populações de áreas urbanas (PIGNATTI, 2004; BRITO, 2007). É uma doença infecciosa causada por um vírus de genoma RNA, do qual são conhecidos quatro sorotipos (DEN-1; DEN-2; DEN-3; DEN-4), transmitida pelo mosquito A. aegypti (principal vetor). Classifica-se clinicamente nas seguintes formas principais: febre de dengue (FD) também chamada de dengue clássico, febre hemorrágica da dengue (FHD) e síndrome de choque por dengue (FHD/SCD) (TORRES, 2008). A dengue manifesta-se em surtos epidêmicos e cerca de 2,5 milhões de pessoas (dois quintos da população mundial) estão expostos ao risco de contrair a doença distribuída em mais de 100 países, principalmente naqueles com clima tropical e tropicalúmido que são regiões propícias para a disseminação do vetor. Dentre os expostos, estimase em torno de 50 milhões de casos novos de infecções por dengue por ano (WHO, 2009a). Nas epidemias, projeta-se que mais de meio milhão de pessoas poderão apresentar a forma grave e necessitarão de internação a cada ano e, 2,5% dessas pessoas afetadas poderão morrer decorrentes da falta de tratamento adequado (WHO, 2009a; GUZMAN e KOURI, 2003). A letalidade por dengue pode ultrapassar a taxa de 20% ao ano, principalmente na forma hemorrágica. A ampliação do acesso à atenção médica prestada pelos profissionais com conhecimentos sobre FHD pode reduzir para menos de 1% a taxa de letalidade (WHO, 2009a). Segundo PIGNATTI (1996), a dinâmica da transmissão da dengue é complexa, resultando da interação entre o ambiente, agente e a diversidade da população humana e dos vetores. Refere ainda que a Organização Panamericana de Saúde, no ano de 1991, já havia classificado os riscos para dengue em macrodeterminantes e microdeterminantes. Os macrodeterminantes são: ambiente físico: na latitude 35ºN-35ºS e altitude abaixo a 2.200m, com temperatura entre 15 a 40ºC, apresentando umidade do ar de moderada a alta, com regime de chuvas abundantes e presença de mudanças climáticas; densidade populacional de moderada a alta com bastante migração de pessoas; doenças 21 pré-existentes e população suscetível; urbanização não planejada com moradias inadequadas em decorrência de infra-estrutura precárias; condições socioeconômicas da população; não cumprimento das leis sobre a saúde e ambiente que colocam em risco a qualidade do sistema de saúde pública. Foram considerados como microdeterminantes: características individuais: sexo, idade, estado nutricional, doenças existentes, presença de anticorpos, fatores genéticos e resistência do organismo; características do vírus: nível de viremia, virulência da cepa, sorotipo circulante, introdução de novos sorotipos e mutação genética; características do vetor: densidade vetorial, deslocamento de criadouros, idade e densidade de fêmeas adultas, freqüência na alimentação, capacidade vetorial e resistência às medidas de controle. Atualmente, após a ocorrência de epidemias em todo o território nacional, muitas pesquisas têm sido realizadas para o entendimento do processo de transmissão em níveis locais, estaduais ou nacional. As medidas de controle da doença, uma vez que não há vacina disponível, se voltam para o combate ao vetor. A complexidade da proliferação do A. aegypti no ambiente urbano está relacionada com o processo de urbanização desordenada, ocorrendo em regiões com alta densidade demográfica e que apresentam deficiências no abastecimento de água e na limpeza urbana. Estas questões, aliadas ao trânsito das pessoas entre as áreas urbanas, interurbanas e a insuficiência no combate ao vetor torna o controle de Dengue um imenso desafio (TAUIL, 2002). A população cresce em ritmo acelerado, estando mais concentrada nos países desenvolvidos onde se intensificou a urbanização. Nos países em desenvolvimento, esta urbanização significa aglomeração intensa, grandes contingentes populacionais vivendo em espaço reduzido e, como conseqüência: saneamento inadequado, tanto em relação ao abastecimento da água, quanto ao destino dos resíduos sólidos; habitação precária; falta de infraestrutura urbana e agressão ao meio ambiente (LUNA, 2002). A disseminação da dengue pelo mundo também está relacionada com a mobilidade populacional e relações comerciais. As relações comerciais entre os países via marítima, área e terrestre disseminaram vetores e vírus nos assentamentos humanos apontadas por GLUBER (1997), como locais de introdução e pontos de disseminação da doença. As epidemias de dengue vêm ocorrendo no Estado de Mato Grosso desde 1995, sendo que começou a ser identificada em 1991 (MATO GROSSO, 2004 e 2007). A partir 22 de então, nos anos seguintes, os números casos da doença e a infestação do vetor tem aumentado causando grandes epidemias especialmente nos últimos anos. Os gestores da área da saúde estão usando cada vez mais os recursos disponíveis para a análise espacial da distribuição das doenças e dos riscos ambientais, servindo de base para auxiliar nos planos e nas avaliações na área da saúde, permitindo analisar a distribuição dos dados das enfermidades no espaço e no tempo-espaço e, para identificar os fatores de risco e mapear as áreas de risco, através dos Sistemas de Geoprocessamento (BARCELLOS e BASTOS, 1996; WHO, 2009b). A orientação de adotar o geoprocessamento na estratificação epidemiológica e entomológica é bastante relevante ao levantar as áreas em potencial risco ambiental associado com a proliferação do vetor Aedes aegypti como exemplo: áreas abandonadas pela construção civil, terrenos baldios, casa desabitadas, etc. A identificação dessas áreas de transmissão e de risco permite que as ações de controle sejam mais intensificadas e podem ajudar na redução dos surtos e epidemias da doença (WHO, 2009b; CHIESA et al., 2002; BRASIL, 2006). A epidemiologia estuda os fatores que predispõem a ocorrência de uma determinada doença. A análise espacial vem se expandindo nos estudos epidemiológicos, buscando identificar padrões espaciais dos agravos e da sua correlação das variáveis sócioeconômicas, detectando-se a possibilidade da ocorrência de doenças e contribuindo para identificar os padrões de mortalidade, morbidade e a disseminação de epidemias considerando as condições da população residente em municípios e ou regiões (ANDRADE e SZWARCWALD, 2001; CARVALHO e SANTOS, 2005). No caso da dengue, os mapeamentos podem auxiliar na compreensão da dinâmica da transmissão e no comportamento dos vetores. Os agravos podem ser restritos a uma localidade ou atingir áreas mais extensas, podendo ser vizinhas ou não. Conhecer os padrões espaciais na ocorrência da doença torna-se importante para a vigilância dos casos (BRASIL, 2006). No Estado de Mato Grosso, poucos estudos têm sido realizados para elucidar comportamento e a distribuição espacial da dengue. Partindo-se da pergunta: Qual o padrão espacial das epidemias da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009, levando-se em conta a infestação vetorial e casos notificados elaborou-se esta dissertação. 23 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA DENGUE 2.1.1 Aspectos Clínicos A dengue é transmitida ao homem através da picada do mosquito fêmea A. aegypti, o mesmo transmissor da febre amarela. Após a picada do mosquito, a incubação do vírus dentro do organismo humano é em média de 8 a 10 dias. A fase da viremia no homem tem início um dia antes da febre até o sexto dia da doença (WHO, 2009a; BRASIL, 2005). Existem quatro tipos de vírus causadores de dengue, pertencentes à família flavivírus, com sorotipos distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A manifestação dos sinais e sintomas da doença varia de acordo com o sistema imunológico do indivíduo, podendo ir de uma simples febre aguda até as formas graves como a FHD e a SCD (WHO, 2009a). A dengue clássica é caracterizada por febre alta, sinais e sintomas inespecíficos. Os primeiros sintomas apresentados são: cefaléia frontal; dor retro-ocular; dores no corpo; principalmente nas articulações; náuseas; vômitos e fraqueza, os quais surgem logo após o período de incubação, que varia de 3 a 10 dias. Alguns pacientes podem manifestar faringite e bradicardia. Outras características como: prurido, rubor facial, exantema e petéquias tendem a aparecer juntamente com a febre (GLUBER, 1995; FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009). No exame laboratorial a contagem de plaquetas costuma ser inferior a 100.000 mm³. Manifestações hemorrágicas discretas podem acontecer variando de leve a grave; as mais comuns são: gengivorragia, epistaxe, menorragia e gastrointestinais; a hematúria ocorre raramente e estes casos não são classificados como dengue hemorrágica (GLUBER, 1995; FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009). 24 A dengue hemorrágica tem início também com febre que geralmente dura de 2 a 7 dias apresentado basicamente os mesmos sintomas iniciais da dengue clássica. A fase crítica da doença aparece com a diminuição da febre e os primeiros sinais de falência circulatória e as manifestações hemorrágicas, em menos de 24 horas: hemorragias cutâneas, petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia gastrointestinal e hematúria. A prova do laço positiva indica fragilidade capilar sendo útil para diagnóstico médico. No exame físico de pacientes acometidos observa-se hepatomegalia e esplenomegalia (GLUBER, 1995; FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009). O sinal importante na dengue hemorrágica é o aumento da permeabilidade vascular, sem lesão endotelial, com extravasamento de plasma para o interstício, provável diferença com a dengue clássica. Os exames laboratoriais apresentam trombocitopenia, queda das plaquetas inferior a 100.000 mm³, aumento da hemoconcentração e leucopenia (FIGUEIREDO e FONSECA, 2002; WHO, 2009b; BRASIL, 2009). No estudo realizado por VITA et al. (2009), sobre os alertas clínicos e laboratoriais da epidemia de dengue em 2007, os autores observaram que as complicações de dengue acontecem nos primeiros 5 dias. Os sintomas mais comuns foram petéquias (23%), dor abdominal (57,7%), hipotensão postural (63,7%), manifestações hemorrágicas (69,3%). Nos achados laboratoriais os autores verificaram o predomínio da hemoconcentração (81,25%), plaquetopenia (93,7%) e a leucocitose (66,6%). De acordo com CASALI et al. (2004), em estudo realizado na epidemia 2001/2002 no Rio de Janeiro, não houve diferenças estatisticamente significativas na chance de um indivíduo com dengue hemorrágica apresentar os mesmos sintomas gerais da dengue clássica, mas estiveram presente nos casos de dengue hemorrágica as manifestações mais graves como: náuseas, dor abdominal, petéquias, epistaxe, gengivorragia, hepatomegalia, hemorragia digestiva, choque, ascite e derrame pleural. 25 2.1.2 Epidemiologia da Dengue A doença está presente na maioria dos países africanos, nas Américas, no Sudeste da Ásia e do Pacífico Ocidental, locais onde a forma mais grave da doença vem aumentando. Ela foi reconhecida pela primeira vez na década de 1950 durante uma epidemia ocorrida nas Filipinas e Tailândia, tornando-se uma das principais causas de internação e morte entre as crianças na região (GUZMAN e KOURI, 2003). Nas Américas, após o vetor ter sido considerado “erradicado” nos anos 60, os primeiros casos de dengue surgem no ano de 1977, no Caribe, expandindo-se para outros países da América Central e do Sul. A primeira epidemia da forma hemorrágica provocada pelo sorotipo 2 foi relatada em Cuba em 1981, com mais de 300.000 casos, abrangendo 10.000 casos de FHD com 158 mortes, das quais 105 eram crianças (BRITO, 2007;WHO, 2009a). No período de 2001 a 2007 foram registrados 4.332.731 casos de dengue em 30 países das Américas, sendo 106.037 casos na forma FHD, e um total de 1.299 óbitos, uma taxa de letalidade para FHD de 1,2% (WHO, 2009b). Entre os países que fazem parte da América do Sul, o Brasil destaca-se por possuir 193.252.604 habitantes, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2010, e estes são considerados expostos às epidemias da dengue atualmente, uma vez que o sorotipo 4 ainda não foi reintroduzido (TADEU, 2003). O Brasil tem uma área de 8.514.877 km² com clima tropical-úmido, períodos de sazonalidade com estações chuvosas que criam condições favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente nos meses de novembro a junho (TADEU, 2003). O primeiro relato de casos de dengue no Brasil foi no ano de 1916 em São Paulo (MS, 2009). Nas décadas de 50 a 70, o vetor A. aegypti foi declarado eliminado depois de intensas ações para a sua erradicação. No ano de 1976 ocorre a re-introdução do vetor principalmente nos estados do Rio de Janeiro e na Bahia (SCHATZMAYR, 2000). A primeira epidemia registrada com sinais clínicos e com confirmação laboratorial foi no período de 1981-1982, na cidade de Boa Vista, causada pelo DEN-1 e 4. A partir do ano de 1986, ocorre a circulação viral do sorotipo 1, e várias epidemias são registradas nos estados brasileiros. A introdução dos DEN-2 e 3 foi detectada no Rio de Janeiro, nos anos 26 de 1990 e 2000. No período de 2001 e 2003 se deve a introdução do tipo DEN-3 que se espalhou rapidamente para 24 estados brasileiros (MS, 2009). Os primeiros casos de dengue hemorrágica no Brasil surgiram na cidade do Rio de Janeiro, entre 1990 e 1991, com a circulação do sorotipo 2, tendo sido confirmados 462 casos, dos quais 8 evoluíram para óbito. A partir de 1995, mais de 324 casos de FHD foram notificados, procedentes de varias regiões, a taxa de letalidade média foi de aproximadamente de 5% no período de 1990 a 1998 (MS, 2009). Na década de 90, em decorrência da proliferação do vetor A.aegypti, houve um aumento na incidência dos casos de dengue. A proliferação do vetor levou à disseminação dos sorotipos 1 e 2 para a maior parte dos estados brasileiros. No decorrer dos anos 90 e 2000 aconteceram várias epidemias, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Nas regiões Norte e Centro-Oeste foram registradas epidemias a partir da segunda metade da década de 1990 (SILVA JR et al., 2002). No período de 1986 a 1993, foram registrados 294.419 casos de dengue no país, a maioria ocorreu entre os meses de dezembro a maio. De 1994 a 2002 foram notificados 2.826.948 casos, com acréscimo da taxa de incidência da dengue de 37 para 454 por 100.000 habitantes (SIQUEIRA JR. et al., 2005). Dentro desse período, só na epidemia de 2001 e 2002, foram notificados mais de 1,2 milhões de casos, quando se verificou a circulação simultânea de sorotipos 1, 2 e 3, este último detectado em dezembro de 2001 no Município de Rio de Janeiro. Esse processo endêmico-epidêmico manteve-se predominantemente nas grandes regiões metropolitanas do país, contribuindo também para a disseminação da doença para outros municípios (MEDRONHO, 2006). A dengue vem se espalhando em surtos epidêmicos geralmente com intervalo de 3 a 5 anos, dependendo muito da introdução ou reintrodução de sorotipos antes não circulados e da variedade da cepa viral (TEIXEIRA et al., 1999). No Estado do Rio de Janeiro, em 2008, foram notificados mais de 240 mil casos com uma incidência de 1.527/100 mil habitantes, mais de 11.000 hospitalizações, 1.364 casos de FHD e 169 óbitos. Dentre os óbitos, metade ocorreu entre os menores de 15 anos (BARRETO e TEIXEIRA, 2008). A variedade da cepa viral da dengue pode alterar sua potencialidade epidêmica e apresentações clínicas (Dengue Clássica e Dengue hemorrágica) quando se move entre as populações, apresentando de forma muita variada dependendo da suscetibilidade das faixas etárias (GLUBER, 1997). Por isso, o comportamento das epidemias podem ser maneiras 27 explosivas, evoluindo em curto período de tempo, seguidas de circulação endêmica, outras apresentam picos epidêmicos em anos consecutivos e estabelecendo depois um período de baixa endemicidade, podendo variar com a maior ou menor duração, dependendo das interações de fatores (vetor, homem e ambiente) (TEIXEIRA et al, 1999). TEIXEIRA et al. (2009) observaram nos últimos 25 anos que, com a circulação livre dos 3 sorotipos da dengue nos estados brasileiros, a ocorrência de epidemias estavam associadas à introdução de novos sorotipos que não haviam circulado anteriormente em cada cidade ou à reintrodução dos já circulados que incidiram em faixas etárias anteriormente não expostas, com tendência do aumento da forma hemorrágica. Recentemente, TEIXEIRA et al. (2009) observaram que a forma hemorrágica incide principalmente na faixa etária dos menores de 15 anos, ao contrário dos casos no Sudeste Asiático que vêm apresentando predomínio de FHD em adultos. No Brasil, SIQUEIRA JR. et al. (2005), retrataram que a maioria de casos de dengue hemorrágica ocorreu em maiores de 15 anos mas, durante o estudo, perceberam um aumento do número de casos de FHD em menores de 15 anos, especialmente na região Norte do país, podendo sugerir mudança no comportamento das formas graves da doença, dos adultos para os menores de 15 anos. Em 2008, registraram-se 803.522 casos de dengue e 491 mortes (229 por FHD e 262 por Dengue com Complicações - DCC). No ano de 2009, ocorreram 529.237 casos e 298 óbitos, dos quais 154 por FHD e 144 por DCC. Verifica-se queda de 30,4% nas notificações 2009, em relação ao ano anterior e redução de 39% nas mortes em decorrência da dengue (MS, 2010a). Do total de casos em 2009, 80% dos casos confirmados de dengue hemorrágica concentraram-se em cinco estados: Mato Grosso (28%), Bahia (26%), Espírito Santo (17%), Goiás (5%) e 5% em Minas Gerais (MS, 2010a). O primeiro caso de dengue em Mato Grosso foi referido em 1991 devido à introdução do sorotipo DEN-1. Depois disso, a dengue propagou-se para todo o estado e houve uma sucessão de epidemias ocasionadas por outros sorotipos circulantes principalmente nos anos de 1995, 1996, 1998, 2002, 2003 e 2006. Os primeiros casos diagnosticados e confirmados como dengue hemorrágica no estado deram-se no ano de 1995 (MATO GROSSO, 2004 e 2007). De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde no ano de 2008, foram notificados 11.056 casos de dengue, sendo que foram registrados 15 casos nas formas graves da 28 doença, 7 casos de FHD e 9 de DCC resultando uma taxa de letalidade de 20% (SES/MT, 2010a). No ano de 2008 houve uma redução de 59,2%, em comparação ao ano de 2007, quando se deram 20.712 notificações da doença, apresentando 7 casos de FHD com 1 óbito e DCC com 9 notificações e dois óbitos. A taxa de incidência da dengue em 2008 foi de 226,9 casos por 100 mil habitantes (MATO GROSSO, 2009). No período de 2000 a 2009, o Estado de Mato Grosso apresentou 163.698 casos notificados de dengue. Os anos com os maiores registros foram o ano de 2002 com 14.988 casos; o ano de 2003 com 13.709 casos; o ano de 2007 com 20.712 casos; o ano de 2008 com 11.641 casos e o ano de 2009 com 60.000 casos (SES/MT, 2009). Em 2009, em Mato Grosso foram notificados 58.550 casos de dengue e a taxa de incidência foi de 1.950,5 casos por 100.000 habitantes, sendo considerado na região Centro-Oeste o estado com maior incidência de casos registrados. Também apresentou 637 casos de FHD, com 44 óbitos e 699 casos de DCC, com 4 óbitos. A letalidade por casos graves foi de 3,6%. Os municípios que concentraram o maior número de notificações foram: Cuiabá com 13.536 casos (23,1%); Sinop com 4.678 (8%); Várzea Grande com 3.743 (6,4%). Foi isolado o sorotipo DEN-2 no estado, entretanto, devido ao pequeno número de amostras positivas, não foi possível uma confirmação do mesmo como sorotipo predominante (MS, 2009). 2.1.3 Características do Vetor A transmissão da dengue no Brasil deve-se principalmente ao vetor A. aegypti, provavelmente originário da região da Etiópia. A sua introdução nas Américas ocorreu no período da colonização junto com as grandes navegações ao longo do Sec. XV até o XIX, tendo o vetor encontrado condições favoráveis para a sua proliferação (PIGNATTI, 1996; CONSOLI e OLIVEIRA, 1998; FORATTINI, 2002). O mosquito A.aegypti é encontrado mais facilmente em hábitat domiciliar e peridomiciliar, propagando-se em criadouros artificiais (acumulados por água de chuvas ou 29 caixa d’água para o uso doméstico) localizados nos quintais de casa e em seus arredores, especialmente em terrenos baldios. A preferência por esses locais deve-se à qualidade da água e recipientes sombreados (CONSOLI e OLIVEIRA, 1998; BRASIL, 2001). O A. aegypti possui ciclo biológico com quatro fases: ovo, quatro estágios larvários, pupa e adulto (alado). O ciclo de vida pode acontecer em menos de duas semanas, mas encontrando condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do embrião completa-se em 48 horas (BRASIL, 2005). Embora a postura dos ovos seja feita diretamente na água, podem também ser realizadas nas paredes úmidas dos recipientes, pouco acima da superfície líquida, dependendo da superfície do material do recipiente. A preferência é por superfícies rugosas do que as lisas (FORATTINI, 2002). A transmissão do vírus da dengue para o vetor A. aegypti é causada pela picada do mosquito fêmea no homem infectado, quando ocorre o repasto sanguíneo. Depois do vírus introduzido nas glândulas salivares do mosquito, ocorre o período de incubação variando de 8 a 12 dias, ocorrendo à multiplicação do vírus internamente. O vetor permanece infectado até o final de sua vida que dura em média 6 a 8 semanas (BRASIL, 2005). O número da postura de cada mosquito fêmea dependerá da quantidade de sangue ingerido durante a picada, em média uma fêmea produz cerca de 120 ovos. O repasto completo implica em cerca de 3,0 a 3,5mg de sangue. A dinâmica da ovoposição das fêmeas obedece ao ciclo diurno com pico matutino das 6:00 às 8:00 e outro vespertino das 16:00 às 18:00, mas essa característica tem sido objeto de investigações (FORATTINI, 2002). A incubação dos ovos acontece no período de quatro a sete dias, dependendo das condições favoráveis encontradas no ambiente. O contato com água é o principal estímulo para a incubação dos ovos e a sua eclosão, mas estes são capazes de resistir a longos períodos de dessecação, podendo sobreviver até 6 meses sem a presença da água (BRASIL, 2001; FORATTINI, 2002). O A.aegypti possui capacidade limitada para vôo, o que talvez seja um dos motivos para que o mosquito passe toda a sua vida nas proximidades do local de sua eclosão, principalmente se tiver a presença dos hospedeiros. Poucas vezes a dispersão dos vetores excede os 100 metros, embora já tenha sido demonstrado que a fêmea grávida pode voar até 3 km em busca de local apropriado para a deposição dos ovos. Essa dispersão também pode ocorrer pelo transporte dos ovos e larvas dos recipientes (BRASIL, 2001). 30 O fato importante para a disseminação do vetor é a relação dos fatores ambientais (a umidade e a temperatura) com a densidade populacional, associação discutida pela primeira vez em 1908 por Peryassu e Adolpho Lutz, quando da elucidação da transmissão da febre amarela na cidade do Rio de Janeiro (OLIVEIRA, 2008). FOCKS et al. (1995) estimaram o período de incubação do vírus das fêmeas infectadas, com relação à temperatura, e evidenciou que à temperatura de 22°C o período de incubação foi de 16,67 dias e à de 32°C foi de 8,33 dias. Os autores concluíram que as fêmeas infectadas submetidas a elevadas temperaturas (≥32°C) teriam 2,64 vezes mais chances de completar o período de incubação extrínseco (período de replicação viral dentro do vetor) do que aquelas submetidas a baixa temperatura. O período de incubação do vírus dentro do vetor A. depende de vários fatores associados como tipo do vetor, o genótipo do vírus e fatores ambientais como a umidade e a temperatura (ZHIYONG et al. 2008). CÂMARA et al. (2009) observaram que durante as epidemias (1986, 1990, 1995, 1998 e 2001) ocorridas na cidade do Rio de Janeiro, tiveram registro de casos dengue especialmente nas temperaturas mínimas (23°C). A temperatura mínima limita a maturação no vírus no período de incubação dentro do vetor, podendo ser um parâmetro crítico para a disseminação de uma epidemia, no caso da população susceptível ao vírus circulante. Em trabalho realizado no Campus da UFMT – Cuiabá, de monitoramento dos vetores da dengue através de ovitrampas, MIASAKI et al. (2009) observaram que havia uma maior influência da umidade na proliferação dos vetores (período de chuvas) uma vez que a região apresenta temperaturas elevadas durante todo o ano. 31 2.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E ENTOMOLÓGICA DA DENGUE A caracterização das propostas das vigilâncias epidemiológica e entomológica da dengue está baseada nas Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias da Dengue, publicadas pelo Ministério da Saúde no ano de 2009 e o Plano Nacional de Controle da Dengue em 2002 (PNCD). Essas diretrizes programáticas têm o intuito de ajudar os municípios na organização das suas ações de prevenção e controle da dengue, tanto nos períodos epidêmicos como nos períodos não epidêmicos, para diminuir os casos de dengue hemorrágica, dengue com complicações e a ocorrência de óbitos (BRASIL, 2002 e 2009). O papel da vigilância epidemiológica é observar a curva epidêmica, identificando as aéreas de maior ocorrência de casos e faixas etárias mais acometidas para direcionar as ações do atendimento dos casos e combate ao vetor. As informações geradas colocam em estado de alerta as instituições para uma possível epidemia (TEIXEIRA et al., 1999; BRASIL, 2009). A notificação é obrigatória para todos os casos suspeitos de dengue confirmados laboratorialmente ou somente por sinais clínicos. Como a doença é de rápida propagação, a vigilância epidemiológica tem a responsabilidade de acompanhar os registros dos casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) para o monitoramento da transmissão da doença. Isto reforça a importância da qualidade das notificações para auxiliar as ações de controle e prevenção nos níveis locais (BRASIL, 2009). Os objetivos da vigilância epidemiológica e dos programas de combate ao vetor da dengue, conforme a estratificação operacional dos municípios brasileiros que foram selecionados para: impedir a introdução dos sorotipos da dengue em locais não-infestados; diminuir os casos em regiões epidêmicas e endêmicas; observar os sorotipos circulantes da dengue e monitorar as formas graves da doença (TEIXEIRA et al., 1999). Os critérios para o desenvolvimento das ações de controle, de acordo com as Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias da Dengue (2009), são detalhados tendo em vista os períodos: 32 1- Período não epidêmico: as ações desenvolvidas nos âmbitos estaduais e municipais devem ser adequadas conforme as diretrizes nacionais auxiliando na prevenção controle da dengue no sistema de saúde. O papel da vigilância epidemiológica é identificar antecipadamente a circulação viral, os conjuntos de casos e a concentração de pontos com vetor, investigar os casos suspeitos conforme as rotinas preconizadas e também planejar as medidas de prevenção e controle (TEIXEIRA et al., 1999; BRASIL, 2009). As atividades desenvolvidas pela vigilância epidemiológica nos períodos não epidêmicos: Notificar TODO caso suspeito e enviar informação conforme fluxo do SINAN estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Secretaria Estadual de Saúde (SES); Enviar imediatamente o número de casos suspeitos para a vigilância entomológica da SMS; Coletar material para sorologia a partir do sexto dia após o início dos sintomas e encaminhar ao laboratório de referência; Realizar monitoramento viral, conforme rotina estabelecida pela vigilância epidemiológica municipal/ estadual e pelo LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública). O monitoramento do(s) sorotipo(s) circulante(s) neste período permite verificar o potencial de magnitude de uma possível epidemia. A circulação de um novo sorotipo ou a recirculação de um sorotipo na área, após longo período sem a sua ocorrência (com a formação de uma população susceptível), pode ser o alerta para a ocorrência de uma epidemia de grande magnitude; Investigar o caso para detectar o local provável de infecção; no caso de suspeita de ser do próprio município, solicitar à equipe de controle vetorial pesquisa de A. aegypti na área; Encerrar oportunamente a investigação dos casos notificados (até 60 dias após a data de notificação); Investigar imediatamente os óbitos suspeitos para a confirmação do mesmo e identificação e correção dos seus fatores determinantes; Analisar semanalmente os dados, acompanhando a tendência dos casos e verificando as variações entre as semanas epidemiológicas. Recomenda-se fazer análise do número de casos por bairro, por distrito sanitário ou por unidade notificante, por semana 33 epidemiológica de inicio de sintomas. O objetivo e elaborar um gráfico de linha (curva endêmica) ou diagrama de controle, onde é possível visualizar a tendência de aumento dos casos acima do esperado (BRASIL, 2009). 2- Período epidêmico: as diretrizes devem ser empregadas na construção de estratégias estaduais, municipais e regionais de contingenciamento, que devem ser colocadas em ação em duas situações: Municípios com epidemia com número de casos acima do esperado, de acordo com o diagrama de controle. Nos municípios de maior porte deve-se levar em consideração o número de casos por região administrativa local; Introdução e circulação de novo sorotipo na região. As ações adotadas pela vigilância epidemiológica são: O monitoramento dos indicadores epidemiológicos, entomológicos e operacionais da dengue nas áreas mais vulneráveis para ocorrência da doença; No período de outubro a maio deve-se intensificar o acompanhamento da transmissão da doença, pois é o período de chuvas em todas as regiões brasileiras; Os municípios e unidades federadas que já implantaram o Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs), esses indicadores deverão ser acompanhados pelo Comitê Cievs, em conjunto com as áreas envolvidas. Nos demais municípios, as áreas envolvidas devem se reunir semanalmente, para avaliar em conjunto os dados que estão sob sua responsabilidade, com o objetivo de subsidiar a definição de estratégias e a tomada de decisão dos gestores (BRASIL, 2009). A confirmação da ocorrência de um risco de epidemia, quando há um aumento constante de casos registrados no município, pode ser visualizada por meio de: curva endêmica, diagrama de controle ou medidas estatísticas (BRASIL, 2009). Na situação de epidemia o objetivo da vigilância epidemiológica é acompanhar a curva epidêmica, detectando as áreas com maior número de notificações e dos grupos mais acometidos, podendo assim auxiliar a vigilância entomológica. Ocorre uma situação de epidemia quando se percebe um aumento progressivo das notificações no município (BRASIL, 2009). DONALÍSIO e GLASSER (2002) reafirmam que também serve como monitoramento das adaptações dos vetores a diferença dos habitats regionais à medida que a oferta de criadouros preferenciais diminui. 34 No Plano Nacional de Controle da Dengue (2002), a vigilância epidemiológica tem a ação integrada de quatro subcomponentes nas atividades de controle da doença: vigilância de casos, laboratorial, de fronteira e entomológica. As atividades desenvolvidas pela a vigilância entomológica dentro do PNCD (2002) são: Realizar a alimentação diária do SISFAD (Sistema de Informação de Dengue e Febre Amarela) e proceder à análise dos dados de vigilância e controle de vetores em todos os municípios; Manter o sistema SISFAD como única fonte de informações vetoriais para a vigilância da dengue; Realizar a consolidação e análise dos indicadores de acompanhamento da situação entomológica, em todos os estados, para a identificação dos municípios de maior risco; Implantar nova metodologia para realizar levantamento rápido de índices de infestação, nos municípios de maior risco (BRASIL, 2002). Os LIRAas (Levantamentos de Índices Rápidos do A. aegypti) são realizados em municípios prioritários conforme estabelecido pelo PNCD (2002). O município é dividido em grupos de 9 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes que também podem ser chamados de estratos; e em cada grupo são pesquisados 450 imóveis. Os estratos com índices de infestação têm como parâmetros: inferior a 1% -estão em condições satisfatórias, de 1% a 3,9% - estão em situação de alerta e superior a 4% - há risco de surto de dengue (SES/MT, 2010c). Os municípios prioritários de acordo com o PNCD (2002) e que têm se mantido nas diretrizes de 2009 são: a capital do estado e a sua região metropolitana, os municípios que se enquadram com a população igual ou superior a 50.000 habitantes e os municípios que podem receber a introdução de sorotipos (fronteiras, pólo turístico, portuárias etc.) (BRASIL, 2002). No Estado de Mato Grosso os 18 municípios selecionados de acordo com o PNCD (2002) são: Acorizal, Araputanga, Barão de Melgaço, Barra do Bugres, Barra do Garças, Cáceres, Cuiabá, Mirassol D’oeste, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Rondonópolis, Rosário Oeste, Santo Afonso, Santo Antônio do Lerveger, Sinop, Tangará da Serra e Várzea Grande e Diamantino (CAVALCANTE, 2006). 35 O PNCD tem como meta a redução para menos de 1% da infestação predial em todos os municípios, a diminuição dos casos de dengue a 25% a cada ano e a diminuição da letalidade por FHD a menos de 1% (BRASIL, 2002). De acordo com o Ministério da Saúde, a vigilância entomológica tem suas ações centralizadas em obter informações sobre o vetor e a sua distribuição geográfica, o Índice de Infestação Predial (IIP) e a fiscalização dos criadouros de água, recomendando que esses dados devam estar atualizados independentemente da situação de epidemia (BRASIL, 2009). A vigilância entomológica da dengue tem como principal finalidade impedir a propagação do vetor da dengue, a sua circulação em regiões livres da transmissão da doença, e também manter o controle da infestação do A.aegypti (MACHADO, 2000). A estratificação operacional das áreas para o controle do vetor A. aegypti pode ser baseada em função da presença ou não do vetor, o LIRAa, permitindo dividir os municípios em estratos, com as correspondentes medidas de controle: A- Estrato I – municípios infestados: aqueles com disseminação e manutenção do vetor nos domicílios. Pesquisa larvária amostral, bimestral ou quatro levantamentos rápidos de índices entomológicos (LIRAa) ao ano; Visita domiciliar bimestral em 100% dos imóveis; Pesquisa larvária nos pontos estratégicos, em ciclos quinzenais, com tratamento focal e/ou residual, com periodicidade mensal para o tratamento residual; Atividades de educação e comunicação, com vistas à prevenção e controle da dengue pela população; Articulação com órgãos municipais de limpeza urbana, tendo em vista a melhoria da coleta e a destinação adequada de resíduos sólidos; Articulação com outros órgãos municipais governamentais e entidades não governamentais, tendo em vista a atuação intersetorial; Realização do bloqueio da transmissão, quando necessário B- Estrato II - municípios não infestados: aqueles em que não foi detectada a presença disseminada do vetor nos domicílios ou, nos municípios anteriormente infestados, que permanecerem 12 meses consecutivos sem a presença do vetor, de acordo com os resultados do levantamento de índice bimestral ou do monitoramento por intermédio de armadilha, conforme as normas técnicas. 36 Pesquisa entomológica, preferencialmente com ovitrampas ou larvitrampas, em ciclos semanais. Alternativamente, realizar o levantamento de índice; Pesquisa larvária em pontos estratégicos (PE), em ciclos quinzenais, com tratamento focal e/ou residual, quando indicado tecnicamente; Atividades de educação e comunicação, com vistas a prevenção e controle da dengue pela população; Delimitação de focos, quando for detectada esporadicamente a presença do vetor em PE, armadilhas ou em função do resultado de pesquisa vetorial especial (PVE). Na persistência de focos, com a comprovação de domiciliar do vetor, o município passa a ser considerado como infestado (Estrato I); Levantamento de índice amostral em ciclos quadrimestrais (BRASIL, 2009). O LIRAa tem como objetivo apurar a situação de infestação do mosquito e ajudar a identificar com rapidez as áreas de risco elevado, para que as atividades de combate ao vetor da dengue tenham maior êxito durante as campanhas de mobilização, comunicação e educação (MS, 2010b). O que se busca com o IIP é a pesquisa larvária das formas imaturas como pupa e larva do A. aegypti, possivelmente encontrados em todos os reservatório de água parada, por isso é de um auxílio fundamental para o trabalho da vigilância entomológica. A pesquisa larvária tem a finalidade de estratificar as áreas de risco entomológico, monitorar as atividades de controle e avaliar as metodologias de controle (BRASIL, 2009). Os métodos para seleção das amostras de casas mais utilizados no Brasil com o intuito de diminuir os erros e mostrar resultados mais fidedignos das áreas são: 1- Amostra sistemática – selecionam-se casas na localidade, com base em um percentual a ser visitado, de acordo com o número de imóveis da mesma. Esse é o caso do levantamento de índice amostral (LI), que vem sendo empregado no país desde a década de 1980. 2- Amostra por conglomerados – em uma cidade ou zona geográfica de grande porte, muitas vezes é difícil utilizar o método de amostra sistemática, devido às limitações de tempo, de recursos financeiros e operacionais. Nesse caso, a seleção pode ser realizada em duas etapas. A primeira etapa é obtida por meio da amostra aleatória simples ou estratificada de grupos ou conglomerados da localidade (quarteirões, por exemplo). Uma vez identificados esses conglomerados, aplicam-se procedimentos de amostragem para 37 identificar as casas específicas a serem visitadas dentro de cada quarteirão (BRASIL, 2009). O método mais utilizado no LIRAa é a amostra por conglomerados. O programa de controle de dengue orienta para levantamentos dos pontos antes do começo do verão, período de maior concentração das chuvas e altas temperaturas e considerado o tempo de maior transmissão da doença. As informações geradas fortalecem as estratégias da visita e as ações de combate vetorial (BRASIL, 2009). Na efetuação do LIRAa é importante explorar as áreas geográficas que serão inspecionadas com registros atualizados do número de quarteirões e imóveis existentes, para a construção dos mapas para a visualização dos estratos. A definição dos recipientes com risco de serem possíveis criadouros é outra informação que auxilia no programa de controle vetorial. Eles são definidos em cinco grupos: Grupo A: depósitos para armazenamento de água, considerados para o consumo humano; Grupo B: depósitos móveis como: garrafas, vasos, pratos e todos os objetos que podem armazenar a água parada nos terrenos baldios, nos quintais de casas, no fundo de prédios; Grupo C: depósitos fixos como: borracharias, calhas, hortas, piscinas não tratadas, fontes ornamentais, vasos de cemitérios e cacos de vidros em muros; Grupo D: depósitos passíveis de remoção/proteção como: pneus, lixo (recipientes plásticos, garrafas e latas), sucatas em pátios; Grupo E: depósitos naturais como: axilas de folhas, por exemplo, que ocorre em bromélias, buracos em árvores e rochas (BRASIL, 2005 e 2009). A vistoria dos imóveis da área urbana no município é efetuada nas casas e nos locais de terrenos baldios; nos edifícios a inspeção é somente na área térreos comum de lazer. Os pontos estratégicos como cemitérios, borracharias, depósitos de sucata, depósitos de materiais de construção não incluídos na amostra (BRASIL, 2009). O SISFAD (Sistema de Informação de Febre Amarela e Dengue) foi criado com o PNCD (2002), com o objetivo de registrar os dados de IIP e IB (Índice Breteau) dos municípios prioritários para monitorar e acompanhas áreas possíveis de desenvolverem surtos epidêmicos e instrumentalizar as ações desenvolvidas nos âmbito estadual e municipal. 38 PIGNATTI (1996) referiu que um dos maiores problemas reside na dificuldade de estabelecer qual seria o limiar ideal de infestação larvária para que não houvesse a transmissão da dengue e assim prevenir a possibilidade de futuras epidemias. A autora constatou que mesmo com índices de infestação abaixo de 1% ocorriam casos da doença. A alimentação dos índices de vetores no SISFAD, principalmente no estado de Mato Grosso, procede que os dados são da responsabilidade dos municípios e enviados para os escritórios regionais de saúde até o 5° dia útil do mês seguinte e encaminha para a Secretaria Estadual de Saúde até o 10° do mesmo mês. Os dados coletados estão em planilhas paralelas e digitadas no SISFAD, para a construção do boletim informativo do índice de infestação predial com a relação à situação dos municípios (SES/MT 2010b). TAUIL (2002) aponta diversos problemas institucionais que dificultam a diminuição da infestação pelo vetor e entre eles a falta de apoio de uma legislação federal para os municípios na fiscalização dos criadouros do mosquito (domicílios abandonados, terrenos baldios, borracharias e caixas d’água descobertos). Outro problema encontrado é a não regularização do abastecimento de água encanada e saneamento básico adequado, principalmente a coleta de lixo regular. SOUZA et al., (2007), em artigo que retrata a modelagem da incidência do dengue na Paraíba, por modelos de defasagem distribuída, o autor colocam que as informações relativas ao programa de combate ao vetor (os IIP, IB, a quantidade de agentes trabalhando e o seu tempo gasto no trabalho, despesas com larvicidas etc.) foram insuficientes e impactantes na confiabilidade dos dados. As atividades de controle dos vetores devem se dar em conjunto com os serviços epidemiológicos que capturam e analisam as informações, no tempo e no espaço, sobre a ocorrência dos casos de dengue. A vigilância epidemiológica tem a capacidade de distinguir os aumentos transitórios e sazonais da doença e o crescimento dos casos no início de surto da dengue fazendo análise da comparação média de casos por semana (ou meses) dos últimos 5-7 anos (WHO, 2009b). DONALISIO e GLASSER (2002) salientam que é preciso buscar melhores indicadores para medir a transmissão viral para facilitar o direcionamento das ações pelo os programas de controle do vetor. Estes pesquisadores ressaltam ainda, como proposta metodológica, a necessidade de validação dos modelos preditivos que estimem a densidade de vetores, o risco de epidemias relacionados com as variáveis ecológicas e sociais, diferenciando-os conforme as particularidades das regiões. 39 De acordo o PNCD (2002), as áreas brasileiras são classificadas conforme a taxa de incidência de dengue como: Áreas de baixa incidência: regiões, estados ou municípios com taxa de incidência menor que 100 casos por 100.000 habitantes; Áreas de média incidência: regiões, estados ou municípios com taxa de incidência entre 100 e 300 casos por 100.000 habitantes; Áreas de alta incidência: regiões, estados ou municípios com taxa de incidência maior que 300 casos por 100.000 habitantes. 2.3 ANÁLISE ESPACIAL E DENGUE A análise espacial tem sido utilizada na área da saúde pública como ferramenta importante para o entendimento do comportamento de determinadas doenças e assim subsidiar a vigilância e controle. CZERESNIA E RIBEIRO (2000) enfatizaram que os conceitos geográficos propostos por Milton Santos constituíram uma das referências mais importantes para as análises da relação espaço e doença, principalmente as produzidas no Brasil. De acordo com SANTOS (2002), o conceito de espaço na geografia é um conjunto indissociável tornando-se muitas vezes contraditório da relação dos sistemas de objetos geográficos que ao passar do tempo sofre transformações pelas ações humanas como: materiais, espirituais, econômicas, sociais e culturais, morais e afetivas. O espaço é considerado por um sistema de objetos e o sistema de ações que se interagem e tem uma relação de dinâmica, transformando-se em novas configurações territoriais, de um lado os sistemas de objetos que condicionam a forma como se dão as ações e, por outro lado, o sistema de ações leva a criação de objetos novos (SANTOS, 2002). Os objetos geográficos consideram tudo que existe na superfície da Terra, ou seja, toda herança natural e todo o resultado da ação humana que o transformou, tanto os móveis (fluxo de pessoas) como os imóveis (cidade, estrada, porto, etc.) (SANTOS, 2002). Com o propósito de identificar o padrão da disseminação da dengue e compreender os fatores que contribuem para a distribuição espacial da doença pautada nas categorias 40 espaço e tempo, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre a utilização da análise espacial para algumas doenças transmissíveis por vetores biológicos, incluídas na classificação atual como doenças emergentes e reemergentes (BARRETO et al, 2008). Neste caso, é importante destacar o conceito de difusão, ou seja, a propagação de um elemento ou de suas características, dispersas a partir de um centro (ponto inicial), cujos estudos se iniciaram com o suíço HAGERSTRAND (1981), identificando a existência de ondas de difusão no processo de disseminação de inovações no campo da agropecuária. Esse processo foi divido em quatro estágios: um primário que é o ponto de origem do processo de difusão, o segundo chamado de processo de difusão propriamente dito marcando o processo de disseminação, destacando que a tendência é de crescimento acelerado em ondas centrífugas, em áreas já distantes do ponto de origem e redução dos casos na região de origem; estágio de condensação, no qual o evento já atingiu igualmente a diversos pontos; e o quarto estágio, de saturação, onde o processo já atingiu todos os locais e tende agora a cessar a sua disseminação. A análise espacial vem sendo muito utilizada, especialmente para determinar os fatores que propiciam a transmissão das doenças endêmicas como a malária. No artigo de ATANAKA-SANTOS et al. (2006), retratando o comportamento epidemiológico e a situação da malária no Estado de Mato Grosso e os determinantes para a sua proliferação, evidenciou que a distribuição da doença por microrregiões esteve influenciada por contextos específicos de cada localidade como: o processo de colonização por sulistas e nordestinos, a disseminação da atividade garimpeira, as condições ambientais e a montagem da infraestrutura da saúde local. KAWA e SABROZA (2002) usaram a ferramenta da análise espacial para caracterizar a leishmaniose tegumentar na cidade do Rio de Janeiro e constataram que o movimento da urbanização criou as condições necessárias para a ocorrência da doença. Os objetos geográficos imóveis e móveis apresentam uma relação com o aumento dos casos de dengue, principalmente na circulação e do fluxo das pessoas que transportam consigo o vírus e também do fluxo dos materiais que podem levar os ovos do mosquito. As cidades de pequeno e grande porte sofrem estão propicias a estes fluxos influenciando assim na distribuição e a manutenção da dengue (SANTOS, 2002). MELO et al (2010), relataram que a introdução do vírus da dengue na Bahia se deu por um município de baixa intensidade demográfica e que os casos foram esporádicos até 41 que a disseminação propagou-se com certa rapidez após três semanas do diagnóstico do primeiro caso. Como as ações de controle da prevenção do vetor não estavam devidamente estruturadas, o fluxo intermunicipal de pessoas em plena viremia favoreceu a disseminação da doença, principalmente nos municípios dos pólos turísticos que estavam infestados pelo A. Aegypti. Para FLAUZINO et al. (2009), a proliferação da dengue na cidade do Rio de Janeiro na divisão por setores censitários evidenciou a heterogeneidade espacial em relação às condições socioeconômicas, existindo diferenças na distribuição espacial e temporal do risco de ocorrência da dengue. MONDINI et al. (2005) observaram a transmissão da dengue no período de 1990 a 2001 na cidade de São José do Rio Preto e, através da análise espacial, constataram que existiam diferenças nas incidências dos casos de dengue em relação aos bairros do município e riscos de ocorrência de casos graves da doença. A análise dos dados espaciais também foi considerada como ferramenta na vigilância e no controle do A.aegypti por SOUZA-SANTOS e CARVALHO (2000), concluindo que a existência dos criadouros e/ou quarteirões com infestação predial positiva para as larvas do vetor na Ilha do Governador não estão relacionadas somente com as características ambientais, o tipo de moradia e a distribuição da água encanada, mas também com o descumprimento das ações de controle do mosquito. CORRÊA et al., (2005) analisaram a relação da infestação do A.aegypti com a ocorrência dos casos de dengue em Belo Horizonte, por meio da análise espacial, no período de 1996 a 2001, e constataram que os períodos: agosto de 1998, novembro de 1990 e outubro de 2000 não apresentaram índices de infestação larvária (IP) igual ou superior a 1%. Apesar na diminuição da proliferação do vetor a partir de 1998, observaram que IP de 1% já é o bastante para manter a circulação viral e o aparecimento da doença. Através da técnica de análise espacial ALMEIDA et al. (2009) utilizando-se do índice Moran, notaram que na cidade do Rio de Janeiro durante a epidemia de 2001/2002, a distribuição da rede sanitária geral e a densidade populacional por área urbana nos bairros da zona oeste estão intimamente correlacionadas ao aumento da incidência dos casos de dengue. MACHADO (2009), durante a avaliação da ocorrência dos casos de dengue e a sua ligação com as condições de vida no município de Nova Iguaçu-RJ, especialmente durante a epidemia de 2001/2002, detectou que as maiores taxas de incidência da doença estão nos 42 bairros com condições de vida alta ou média alta e estão próximos aos bairros com baixas condições de vida e localizados perto nas principais rodovias de acesso da cidade. BARCELLOS et al. (2005) na identificação das áreas com risco para transmissão da dengue na cidade de Porto Alegre em 2002, concluíram que os registros da doença estão associadas com as áreas de maior renda, porém esses casos são das pessoas que passaram as férias no Rio de Janeiro e acabaram contraindo a dengue. A infestação do vetor estava ligada com as condições gerais de saneamento básico localizadas nas áreas mais periféricas, mas por outro lado a disseminação da doença poderia tomar outros rumos, desde que as pessoas infectadas transitassem pelas áreas infestadas. CÂMARA et al. (2007) observaram no Estado do Rio de Janeiro, durante o período 2001 a 2003, que não houve relevância estatística na relação da infestação vetorial e a incidência de dengue. A classificação das infestações vetoriais dos municípios ficou na faixa de zero a um (1), mesmo em situações epidêmicas. De acordo com ALMEIDA et al. (2009), que analisaram a existência da associação na epidemia de dengue (2001-2002) com o contexto socioeconômico, principalmente no que se refere aos domicílios ligados a rede sanitária geral, a rede sanitária tem influência na transmissão e morbidade, não só para a dengue como para outras doenças. Para FERREIRA e CHIARAVALLOTI NETO (2007), se as regiões pobres apresentassem o mesmo sistema de saneamento que as áreas de melhor situação financeira, os níveis de infestação do vetor poderiam ser os mesmos, mas numa região pobre com carência de saneamento alcançaria maiores índices de vetor e transmissão da dengue. Embora todas estas questões estejam diretamente relacionadas com a transmissão da dengue, optou-se em analisar a distribuição espacial utilizando-se os indicadores de incidência de casos e índice de infestação vetorial para todos os municípios do Estado do Mato Grosso. 43 3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Analisar a distribuição espacial de casos de dengue nos municípios de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Caracterizar a distribuição dos casos de dengue no Estado de Mato Grosso; Identificar a distribuição espacial de casos de dengue nos municípios de Mato Grosso; Identificar áreas com infestação vetorial por municípios do Estado de Mato Grosso; Comparar a ocorrência de casos de dengue e a infestação de vetores da dengue. 44 4. MÉTODOS 4.1 TIPO DE ESTUDO Foi realizado um estudo ecológico dos casos confirmados de dengue no SINAN e do Índice de Infestação Predial (IIP) armazenados no SISFAD, que teve como unidade de análise os municípios do Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009. 4.2 ÁREA DO ESTUDO 4.2.1 Localização geográfica/administrativa O Estado de Mato Grosso está localizado na região Centro-Oeste, considerado o centro do continente Sul-Americano. O estado faz parte da Amazônia Legal, possuindo larga extensão territorial (903.357,9 km²). Tem como fronteira na parte oeste Bolívia e Rondônia, a leste Tocantins e Goiás, ao norte Amazonas e Pará e ao sul Mato Grosso do Sul (IBGE, 2009). Apresenta na sua hidrografia, as nascentes das bacias: Amazônica e Platina (PIAIA, 2003). O estado é divido em 141 municípios e a capital sediada no Município de Cuiabá (IBGE, 2009; MATO GROSSO, 2008). 45 4.2.2 Vias de acesso O Estado de Mato Grosso possui uma malha rodoviária com cerca de 35.192 quilômetros de extensão, sendo que 85,9% destes corresponde à rede estadual (as MT´s) e o restante à rede federal (BR´s) (MATO GROSSO, 2011). As rodovias federais que cortam o Estado de Mato Grosso (DNIT, 2010): BR-070 Extensão: 825,2 km Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com Goiás e termina em Corixo, na fronteira Brasil com Bolívia Por onde passa: Barra do Garça, General Carneiro, Colônia Merure, Paredão Grande, Presidente Murtinho, Primavera do Leste, Campo Verde, São Vicente, Serra de São Vicente, Várzea Grande, Posto Trevinho, Trevo Lagarto, Tarumã, Sete Porcos, Jacobina, Cáceres, Porto Limão BR-158 Extensão: 803,6 km Origem/Destino: Começa na divisa de Mato Grosso com o Pará e termina em Barra do Garça, na divisa com Goiás Por onde passa: Vila Rica, Confresa, Porto Alegre do Norte, Alô Brasil, Ribeirão Cascalheira, Vila Ribeirão Bonito, Dona Rosa, Matinha, Serra Dourada, Água Boa, Cachoeira, Nova Brasília, Nova Xavantina, Indianópolis, Vale do Sonho BR-163 Extensão: 1067,5 km Origem/Destino: Começa na divisa do Mato Grosso com Mato Grosso do Sul e termina em Guarantã do Norte Por onde passa: Santa Elvira, Juscimeira, São Pedro da Cipa, São Vicente, Serra de São Vicente,Areão, Ponte Nova, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres, Posto Gil, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Itauba, Santa Helena, Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo, Matapá BR-174 Extensão: 1282 km 46 Origem/Destino: Começa em Porto Santo Antônio das Lendas e termina em Igarapé do Sombra, na divisa de Mato Grosso com o Amazonas Por onde passa: Cáceres, Caramujo, Porto Esperidião, Cerro Azul, Pontes e Lacerda, Conquista do Oeste, Nova Lacerda, Córrego Dourado, Comodoro, Jataí, Padronal, Castanheira, Passagem do Loreto, Aripuanã, Igarapé do Natal, Colniza BR-242 Extensão: 870 km Origem/Destino: Começa em São Felix do Araguaia, na divisa de Mato Grosso com Tocantins, e termina em Sorriso Por onde passa: São Sebastião, Santa Cruz, Alto da Boa Vista, Alô Brasil, Querência, Gaúcha do Norte, Água Limpa, Vale do Xingu, Nova Ubiratã BR-251 Extensão: 643,1 km Origem/Destino: Começa em Aruanã, na divisa de Mato Grosso com Goiás, e termina em Cuiabá Por onde passa: Ribeirão Pindaíba, Nova Xavantina, Nova Brasília, Córrego Mimoso, Bar Rancharia, Chapada dos Guimarães, Buriti BR-364 Extensão: 1.361,5 km Origem/Destino: Começa em Alto Araguaia, na divisa de Mato Grosso com Tocantins, e termina na divisa com Rondônia Por onde passa: Alto Garças, Pedra Preta, Santa Elvira, Juscimeira, São Pedro da Cipa, São Vicente, Serra de São Vicente, Trevo Lagarto, Mata Grande, Jangada, Nobres, Posto Gil, Diamantino, Parecis, Gasômetro BR, Gasômetro Sucuiúna, Campo Novo dos Parecís, Posto Norte, Córrego Santa Cruz, Sapezal, Campos de Júlio, Jataí, Padrona. Dos 141 municípios do estado de Mato Grosso, 32 (22,70%) são cortados pelas rodovias federais, 100 (70,92%) municípios pelas rodovias estaduais e 9 (6,38%) municípios sem rede viária estadual ou federal passando direto pelos mesmos (Tabela 8 em anexo). Dentre as rodovias federais, destacam-se a BR364 e a BR-163 (figura1), que ligam os municípios do sul e do norte do estado, passando pelos municípios: Alto Araguaia, Alto Graças, Pedra Preta, Juscimeira, São Pedro da Cipa, Jaciara, Cuiabá, Várzea Grande, Jangada, Rosário Oeste, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Itaúba, Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo e Guarantã do Norte. Já as BR070 e a BR174 47 (figura1) passam pelos municípios de Várzea Grande, Cáceres, Porto Espiridião, Pontes e Lacerda, Nova Lacerda e Comodoro, margeando a porção sudoeste do estado em direção a Vilhena (RO). Ainda a BR070 e a BR 158 (figura 1) passam os municípios: Primavera do Leste, General Carneiro, Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa, Cascalheira, Porto Alegre do Norte, Confresa e Vila Rica ligando os municípios da região sudeste e nordeste. A figura1 indica a localização das rodovias federais e estaduais que interligam os municípios no interior do estado e com os estados fronteiriços. Fonte: SEPLAN/ MT (2009) Figura 1- Mapa Rodoviário do Estado de Mato Grosso (2009). 48 A BR-163 é considerada uma das mais importantes rodovias federais dentro do Estado de Mato Grosso também sendo conhecida como a Cuiabá-Santarém - Pará é uma estrada que trouxe grandes infra-estruturas por onde a BR passa, mas que também trouxe grandes impactos positivos e negativos de ordem econômica, social e ambiental que se tornou um variado e complexo de transportes do fluxo de pessoas e mercadorias. Destacando que estes impactos ocasionados são diferentes no tipo, tempo, espaço, magnitude e público atingido (ORRICO, 2005). Os municípios constituídos de umas das áreas de concentração do plantio da soja estão localizados na porção sul do centro norte do Estado de Mato Grosso, são diretamente influenciados pela BR-163, do total plantado de 25,48% estão na região de Sorriso, Lucas do Rio Verde, Mutum e as regiões de Sinop, Colíder e Alta Floresta. A economia da cidade de Sinop era atividade madeireira, com o fim da exploração a atividade econômica passa para produção de soja, com isso várias madeireiras mudaram para as cidades: Castelo dos Sonhos, Novo Progresso, Moraes de Almeida e Itaúba no Estado do Pará (OLIVEIRA, 2005). As cidades mais ao norte da região mato-grossense que fazem parte do eixo da BR163, que resultam dos projetos de colonização privada e pública, apresentam a sua economia baseada hoje na criação de gado leiteiro, outra atividade econômica o garimpo, influenciou a vida local e regional das cidades de Peixoto de Azevedo e principalmente de Guarantã do Norte que se tornou principal centro distribuidor de bens e serviços nessa BR163 para o Estado do Pará, com isso favorece o fluxo de imigrantes dessa região norte mato-grossense para outras atividades econômicas em outros municípios, como a serrarias clandestinas que destinam os seus produtos para o mercado nacional percorrendo caminhos que passam por dentro do Estado (OLIVEIRA, 2005). Na região oeste do Estado a pavimentação da BR-364 (Cuiabá para Porto Velho) favoreceu ainda mais a colonização nessa área por grandes grupos agropecuários e a expansão da soja gerando povoamento nos municípios (OLIVEIRA, 2005). A maior parte da região norte, nordeste e sudoeste estão interligados pelas rodovias estaduais sendo ponto de convergência para as BRs facilitando o escoamento de produtos e deslocamento de pessoas, As rodovias estaduais dentro do Estado de Mato Grosso fazem parte do transportes municipais 49 4.2.3 Clima No Estado de Mato Grosso predominam dois tipos climáticos classificados como equatoriais e tropicais onde as temperaturas são elevadas ano todo e apresenta pequenas variações térmicas nas médias anuais (MAITELLI, 2005). As características dos dois tipos climáticos, segundo PIAIA (2003) são: Clima Equatorial Úmido: abrangendo a região Centro- Norte no estado, com pequenas variações na amplitude térmica oscilando a média anual de 24°C a 27°C. As temperaturas se elevam nas estações da primavera e verão. As precipitações pluviométricas atingem médias anuais acima de 2.000 mm/ano. Clima Tropical Alternadamente Seco e Úmido: abrange a maior área (centro-sul e leste) do estado onde têm o predomínio das altas temperaturas e média anual oscilando entre 20°C a 28°C, com exceção as áreas de maior altitude (sudeste do estado) que se situa em média a 22°C. A característica principal desse clima é ter duas estações bem definidas os invernos secos (abril a setembro) e os verões chuvosos (outubro a março) com a média anual de precipitação em torno de 1.500 mm/ano. 4.3 VARIÁVEIS ESTUDADAS Foram estudadas: 1. Variáveis de casos de dengue com base no banco do SINAN: Ano da notificação: no período de 2007 a 2009; A taxa de incidência da dengue foi calculada utilizando-se do número de casos novos confirmados de dengue, por 10 mil habitantes, na população residente nos municípios do Estado de Mato Grosso. Neste estudo foi adotada, para o cálculo da taxa de incidência, a relação por 10 mil habitantes, devido ao fato de que mais de 50% dos municípios do estado apresentaram uma população menor que 10 mil habitantes nos anos 50 de 2007 a 2009. Foram descartados os casos não confirmados por critério clínico epidemiológico ou laboratorial, ou ignorado e ou em branco. Faixa Etária: < 5 anos, 5 a 14 anos, 15 a 49 anos e ≥ 50 anos. Autóctone do município de residência: considerado apenas os preenchidos com sim, descartados como autóctone as notificações com preenchimento “ignorado” e os em branco, isto é sem informação. Classificação Final: dengue clássica, dengue com complicações, febre hemorrágica de dengue, Síndrome de Choque de Dengue; Evolução: cura e óbito 2. Variável de infestação, registrada no SISFAD Índice de Infestação Predial 3. Variáveis relacionadas aos municípios: Rede viária nos municípios: Rodovias federais, rodovias estaduais, sem rede viária estadual ou federal; Porte do Município: o Pequeno Porte: menor de 10 mil habitantes; o Médio Porte: de 10 mil a 100 mil habitantes; o Grande Porte: maior de 100 mil habitantes Os dados relativos à variável sorotipo Den1, Den2, Den3 ou Den4 foram obtidos nos boletins epidemiológicos disponibilizados pela SES/MT 4.4 COLETA DE DADOS 51 Os dados referentes aos casos confirmados de dengue foram obtidos da ficha de notificação SINAN e disponibilizadas pelo SINAN_WEB (site <http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php?name=Tnet>). Critério de exclusão de casos de dengue: no SINAN foram descartadas as fichas de notificações descartadas, inconclusivas, com os espaços em brancos e com duplicidades de registros com o mesmo indivíduo. A infestação predial dos 141 municípios foram fornecidos pela SES/MT e esses dados foram sistematizados a partir da ficha de notificação do SISFAD entre 1° de janeiro de 2007 a 31 dezembro de 2009. Os dados populacionais para calcular a incidência foram obtidos do censo e a estimativa populacional do estado no período de 2007 a 2009, foi fornecido pelo IBGE. A base cartográfica do estado e dos municípios a ser utilizada na elaboração dos mapas foi a disponibilizada pelo IBGE em meio online para os anos 2007 a 2009. Foram construídos bancos para o gerenciamento e o armazenamento dos dados, utilizando o programa Excell versão 12.0. e o SPSS versão 15. Para análise espacial foi utilizado o programa Terra View versão 3.3.1, disponibilizado pelo site do INPE www.inpe.br. 4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISES ESTATÍSTICAS DOS DADOS 4.5.1 Indicadores de Casos de Dengue Os indicadores foram calculados, para a obtenção das séries históricas das incidências anuais da dengue por faixa etária, sexo, classificação final da dengue e a evolução. No cálculo da Incidência da dengue, foram considerados todas as notificações confirmadas laboratorialmente ou critérios clínicos epidemiológicos para os residentes nos municípios de Mato Grosso e com local provável de infecção no mesmo município de residência, registrados no SINAN e disponibilizados no SINAN_WEB. 52 A incidência da dengue foi calculada tomando as notificações de dengue confirmadas por critério clínico epidemiológico e o exame laboratorial divido pela população dos municípios por 100.000 habitantes (RIPSA, 2010). Nesse estudo foi considerado a população por 10.000 habitantes, dado que o Estado de Mato Grosso apresentou mais 50% dos municípios com população com menos de 10.000 habitantes. A classificação da Incidência de dengue (Quadro1) foi adaptada conforme os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009. A classificação da Incidência de Dengue ocorre a partir das classes abaixo: Quadro 1 – Classificação da Incidência de Dengue baseada nos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009. Incidência de Dengue (10 mil hab) 0 casos Classificação Sem Incidência <10 casos de 10 a 30 casos > de 30 casos Baixa Incidência Média Incidência Alta Incidência Fonte: MS, 2009, adaptado para 10.000 habitantes 4.5.2 Indicador Entomológico Índice de Infestação Predial (IIP) È a relação expressa em porcentagem entre o número de imóveis positivos e o número de imóveis pesquisados. É calculado através da seguinte expressão: IIP = imóveis positivos x 100 imóveis pesquisados A classificação do IIP ocorre a partir das classes abaixo: 53 Quadro 2 - Classificação do Índice de Infestação Predial em percentual segundo os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2009. Índice de Infestação Predial % 0 Classificação Sem Infestação <1 1 a 3,9 >3,9 Satisfatório Alerta Risco Fonte: MS, 2009. 4.5.3 Análise Espacial Para elaboração dos mapas, foi utilizada a malha dos municípios do estado de 2001 e 2005 disponível no IBGE. Na análise estatística espacial foi utilizado o programa de livre acesso TerraView 3.3.1 (http://www.dpi.inpe.br/terraview/index.php). Para visualização das áreas foram construídos mapas temáticos de Incidência de Dengue, Box Map e Moran Map no período de 2007 a 2009. O Índice de Moran detecta a existência da similaridade entre os coeficientes de correlação usual e a covariância entre os municípios vizinhos. Os municípios que apresentam o I Moran com distribuição aleatória, o valor é próximo de zero e para aqueles municípios que apresentam distribuição espacial, os valores são positivos, o limite superior igual a 1 significa agrupamento extremo (OPAS, 2002). O I Moran pode usado por uma região, local ou global dependendo da área estudada. Foi calculado o Índice de Moran Global (CLIFF e ORD, 1981) para todos os municípios do estado usando os valores da Incidência de Dengue por municípios. Essa medida de autocorrelação indica áreas conectadas que apresentam maior semelhança quanto à incidência de dengue do que o padrão aleatório, variando de -1 a +1, isto é, avalia quanto o valor observado da incidência num município é correlacionado com os valores dos vizinhos. Esse índice fornece um valor único, variando de -1 a 1, sendo útil para analisar o estado como um todo. 54 Além do Índice de Moran Global, foi utilizado o índice local da incidência média de dengue no período, permitindo detectar áreas de dependência espaciais não observadas no índice global, como por exemplo, possíveis clusters e outliers. Para realização do teste, as hipóteses foram: - H0: a distribuição aleatória dos casos de dengue nos municípios de Mato Grosso e; - H1: a distribuição de casos de dengue nos municípios de Mato Grosso não aleatória. A estatística do I Moran Global é definida como: Onde: n = números de casos w= elemento da matriz da vizinhança para o par i j W é a soma dos ponderadores da matriz zi e zj são desvio em relação a média (zi-z) e ( zj-z) z é a média A estatística do I Moran Local é definida como: Onde: wij= valor na matriz de vizinhança para a região i com a região j em função da distância d, e onde zi e zj são os desvios em relação à média. Para a identificação dos municípios com associação espacial recorreu-se ao Box Map que é uma análise gráfica do índice local. Esse foi construído com base nos valores normalizados (Incidência de dengue – subtraídos de sua média e divididos pelo desviopadrão), no qual o atributo foi classificado conforme sua posição em relação aos quadrantes do Diagrama de Espalhamento de Moran, recebendo uma cor correspondente quando gerado o mapa (CÂMARA et al.,2004). Assim, os municípios foram classificados, de acordo com sua localização nos quadrantes do diagrama de espalhamento de Moran, em áreas de agrupamentos de municípios homogêneos, consideradas como: quadrante 1 (+/+) 55 e quadrante 2 (-/-) para áreas de associação espacial positiva, e quadrante 3 (+/-) ou quadrante 4 (-/+) para áreas de associação espacial negativa. Os dados serão apresentados conforme o diagrama de espelhamento de Moran, de acordo com a Figura 2 já convertidos em mapas. Figura 2 - Diagrama de espalhamento de Moran Fonte: INPE-DPI Os quadrantes 1 e 2 (Q1 e Q2) indicam áreas de associação espacial positivas, levando-se em conta que o valor do atributo município assemelha-se à média de seus vizinhos (CÂMARA et al., 2004): O quadrante 1 (+/+) indica que há presença de município com valor positivo da incidência de dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos também positiva, isto é, ambos os valores são positivos; O quadrante 2 (-/-) localiza os municípios com valor negativo incidência de dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos também negativos, isto é, ambos os valores são negativos. Já os quadrantes 3 (Q3) e o 4 (Q4) não acompanham a tendência global e indicam áreas de associação espacial negativas, considerando que numa localização há vizinhos com valores distintos, considerada como região de transição entre os dois regimes espaciais, no caso os municípios dos quadrantes 1 e 2 (CÂMARA et al., 2004). O valor da incidência não se assemelha à média dos seus vizinhos. São áreas consideradas como extremas por não obedecer ao padrão observado para seus vizinhos. 56 O quadrante 3 (+/-) indica município com valor positivo da incidência de dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos negativos e; O quadrante 4 (-/+) distribui os municípios com valor negativo da incidência de dengue normalizada e possui a média dos valores normalizados dos municípios vizinhos com valor positivo. Dessa forma, o I Moran que se refere aos aglomerados espaciais relacionados a Incidência de casos de dengue do município com as dos municípios vizinhos, foram classificados como área de transmissão e apresentaram quatro situações: • Sem Transmissão • Q1(+/+) = Maior Transmissão; • Q2(-/-) = Menor Transmissão; • Q3(+/-) = Transmissão Intermediária • Q4(-/+) = Transmissão Intermediária Os aglomerados espaciais que relacionaram o Índice de Infestação Predial do município com os dos municípios vizinhos foram classificados como área de receptividade e apresentaram quatro situações: • Sem receptividade • Q1(+/+) = Maior Receptividade; • Q2(-/-) = Menor Receptividade; • Q3(+/-) = Receptividade Intermediária • Q4(-/+) = Receptividade Intermediária Os aglomerados espaciais semelhantes tanto para Incidência de casos como para o Índice de Infestação Predial no município e vizinhos, foram classificados em: • Maior Risco: área de Maior Transmissão e de Maior Receptividade, isto é, Q1(+/+) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP); • Menor Risco: área de Menor Transmissão e de Menor Receptividade, isto é, Q2(-/-) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP); 57 • Vulnerabilidade espacial: área de Transmissão Intermediária e de Receptividade Intermediária, isto é, Q3(+/-) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP); • Vulnerabilidade espacial: área de Transmissão Intermediária e de Receptividade Intermediária, isto é, Q4(-/+) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP); O Moran Map foi construído, tanto para Incidência de casos como de IIP, para visualizar, no interior de cada área de risco identificado pelo Box Map, áreas ou municípios mediante onde a dependência espacial é mais acentuada, destacando áreas de autocorrelação espacial estatisticamente significante. O Moran Map é a representação do Índice de Moran Local, mediante o qual os municípios são classificados dentro dos 4 quadrantes ou como não-significantes estatisticamente (CÂMARA et al., 2004). Para este estudo, cada conglomerado geográfico com autocorrelação espacial estatisticamente significante, identificado no interior de cada quadrante, foi denominado de agrupamento estatisticamente significante. Essa ferramenta de análise espacial expressa a autocorrelação espacial considerando apenas o primeiro vizinho (CÂMARA et al., 2004). Esta proximidade considera a contigüidade espacial. Para visualização das áreas de risco foi construído mapa temático da Incidência de Dengue, o Box Map e o Moran Map, estes últimos gerados durante a análise espacial I Moran global e local. 4.6 ASPECTOS ÉTICOS O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Julio Muller/Universidade Federal de Mato Grosso com o protocolo com registro no CEP sob n° 811/CEP-HUJM/ 58 5. RESULTADOS 5.1 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS CASOS DE DENGUE NO ESTADO DO MATO GROSSO 5.1.1 Distribuição dos casos de dengue de acordo com ano, faixa etária, sexo, classificação final, critério epidemiológico, autoctonia e evolução Foi notificado no período de 2007 a 2009, um total de 96.162 casos de dengue. No ano de 2007 do total de 20.959 casos notificados de dengue foram descartados 5.609 casos por critério clínico epidemiológico, ou laboratorial, ou ignorado e ou em branco, restando para análise 15.350 casos de dengue (Tabela1). No ano de 2008 foram 11.591 notificados, sendo descartados 5.643 casos, restando para análise 5.948 casos de dengue. No ano de 2009 do total de 63.612 de casos foram descartados 14.398 casos restando 49.214 casos de dengue. Dessa forma, considerou-se o total 70.512 de casos de dengue, dos quais em 2007 correspondeu a 21,77%, em 2008 a 2,44% e em 2009 a 69,8% desse total de casos. 59 Tabela 1 – Total dos casos de dengue segundo a classificação final da dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009. Classificação 2007 Nº 15.290 17 4 39 2008 % 73 0,08 0,02 0,19 Nº 5.920 10 2 16 2009 % 51,07 0,09 0,02 0,14 Nº 47.387 770 16 1.041 % 74,49 1,21 0,03 1,64 Dengue Clássica FHD SCD Dengue Complicações Total de casos* 15.350 100,00 5.948 100,00 49.214 100,00 Branco 168 0,81 175 1,52 1.118 1,76 Ignorado 730 3,48 949 8,19 2.318 3,64 Descartado 4.710 22,47 4.518 38,98 10.961 17,23 Total notificado 20.959 100 11.591 100 63.612 100 Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT. (*) Para este estudo, não foram considerados os brancos, ignorados e descartados das fichas de notificação. Houve predomínio de casos de dengue na forma clássica de 99,61%, 99,53% e 96,29% nos anos de 2007, 2008 e 2009 respectivamente. Destaca-se o aumento gradativo das formas de FHD, SCD e Dengue com Complicações de 0,39%, em 2007, 0,47% em 2008 e 3,71% em 2009. Tabela 2 – Classificação por faixa etária das notificações de dengue no Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009. Ano Características < 5 anos 5 a 14 anos nº de casos 250 1.370 População 277.515 542.612 2007 % 1,63 8,93 Inc (10mil) 9,01 25,25 nº de casos 311 797 População 274.615 544.588 2008 % 5,23 13,40 Inc (10mil) 11,32 14,63 nº de casos 4.029 9.955 População 271.690 545.912 2009 % 8,19 20,23 Inc (10mil) 148,29 182,36 Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT Faixa etária 15 a 49 anos ≥ 50 anos 10.778 2.952 1.666.646 423.482 70,21 19,23 64,67 69,71 3.945 895 1.689.673 448.856 66,32 15,05 23,35 19,94 29.087 6.143 1.713.728 470.395 59,10 12,48 169,73 130,59 Total 15.350 2.510.255 100,00 61,15 5.948 2.957.732 100,00 20,11 49.214 3.001.725 100,00 163,95 60 Comparando as faixas etárias, observa-se na Tabela 2 que as faixas menor de 5 anos e dos 5 a 14 anos apresentaram o aumento na proporção de casos de 2007 a 2009 e as faixas etárias dos 15 a 49 anos e de maior de 50 anos apresentaram redução na proporção de casos por faixa etária por ano (Figura 3). 100% 90% 80% % de casos de dengue 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2007 2008 2009 > 50 anos 2.952 895 6.143 15 a 49 anos 10.778 3.945 29.087 5 a 14 anos 1.370 797 9.955 250 311 4.029 < 5 anos Figura 3 - Porcentagem de casos de dengue, no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009 Já considerando a incidência de casos, em 2007, a faixa etária com maior incidência foi a de maior ou igual 50 anos seguida de 15 a 49 anos. Situação que se inverte em 2008, com maior incidência na faixa etária de 15 a 49 anos, seguida de maior ou igual a 50 anos. Em 2009, a faixa etária com maior incidência foi de 5 a 14 anos seguida de 15 a 49 anos (Figura 3 e Tabela 2). 61 200,0 182,36 180,0 169,73 160,0 148,29 nºcasos/10mil 140,0 130,59 120,0 100,0 80,0 64,67 69,71 60,0 40,0 25,25 20,0 23,35 11,32 9,01 14,63 19,94 0,0 2007 < 5 anos 2008 5 a 14 anos 15 a 49 anos 2009 > 50 anos Figura 4 – Incidência (10mil) de casos de dengue no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009 Tabela 3 – Casos de dengue segundo sexo, no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009. Ano Características População nº de casos 2007 % casos Incidência (10mil) População nº de casos 2008 % casos Incidência (10mil) População nº de casos 2009 % casos Incidência (10mil) Fonte: Dados Obtidos do SINAN/SES/MT Sexo Feminino 1.425.386 8.507 55,4 59,68 1.448.699 3.150 52,96 21,74 1.530.003 27.103 55,07 177,14 Masculino 1.484.869 6.843 44,58 46,08 1.509.033 2.798 47,04 18,54 1.471.722 22.111 44,93 150,24 Total 2.910.255 15.350 100 52,74 2.957.732 5.948 100 20,11 3.001.725 49.214 100 163,95 62 Observa-se na Tabela 3 que ocorreu o predomínio dos casos de dengue no sexo feminino em relação ao masculino no período de 2007 a 2009. O aumento foi de 8.507 (55,4%) casos em 2007 para 27.103 (55,07%) casos no sexo feminino em relação ao sexo masculino que foi de 6.843 (44,58%) casos em 2007 para 22.111 (44,93%) casos em 2009. Tabela 4–Classificação e as porcentagens dos casos de dengue por critério epidemiológico no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009. Critério Epidemiológico Clinico Epidemiológico Laboratorial Branco Total 2007 Nº 9.281 6.046 23 15.350 2008 % 66,5 43,34 0,16 100 Nº 3.353 2.566 29 5.948 % 56,37 43,14 0,49 100 2009 Nº 33.367 15.705 142 49.214 % 67,80 31,91 0,29 100 Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT O critério epidemiológico para a confirmação dos casos dengue de maior frequência foi o clínico epidemiológico. No ano de 2007 foram 9.281 (66,5%) casos de dengue diagnosticado pelo critério clínico epidemiológico, no ano de 2008 foram 33.367 (67,80%) e 2009 foram 15.705 (31,91%) casos de dengue. O critério de exame laboratorial no ano de 2007 foram 6.046 (43,34%) casos de dengue em 2008 foram 2.566 (43,14%) e em 2009 15.705 (31,91%) casos de dengue. O número de casos que estavam em branco de 23 (0,16%) em 2007 para (0,29%) no ano de 2009 (Tabela 4). Tabela 5 - Classificação dos casos de dengue por evolução no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009. Evolução 2007 Nº Cura 15.135 Óbito por Dengue 1 Óbito por outras causas 1 Total 15.137 Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT 2008 % 99,99 0,007 0,007 Nº 5.121 1 1 5.123 2009 % 99,96 0,02 0,02 Nº 47.454 59 9 47.512 % 99,88 0,12 0,02 Em relação à evolução dos casos notificados de dengue de 2007 a 2009 houve aumento de letalidade com elevação expressiva em 2009 (Tabela 5). Os municípios que 63 apresentaram registros de óbitos por dengue foram Alta Floresta, Aripuanã, Barra do Garças Cuiabá, Cáceres, Diamantino, Jauru, Nortelândia, Rosário Oeste, Rondonópolis, Sinop e Várzea Grande. Tabela 6- Classificação dos casos de dengue por local provável de infecção do município de residência no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009. Autóctone/Município 2007 Nº Sim 14.080 Não 836 Indeterminado 433 Branco 1 Total 15.350 Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT 2008 % 91,73 5,45 2,82 0,01 100 Nº 5.579 160 209 5.948 2009 % 93,80 2,69 3,51 100 Nº 47.031 685 1.495 3 49.214 % 95,56 1,39 3,04 0,01 100 Os casos autóctones ao município de residência dos indivíduos notificados com dengue no ano de 2007 foram de 14.080 (91,73%) casos, em 2008 foram 5.579 (93,80%) e no ano de 2009 foram 47.031 (95,56%) casos. Há, também, aumento gradatico de casos onde não há especificação do local provável de infecção (Tabela 6). 5.1.2 Caracterização dos municípios Matogrossense com casos de dengue, 2007 a 2009. O Estado de Mato Grosso é constituído de 141 municípios e 72 (51,06%) municípios em 2007 e 71 (50,35%) em 2008 e 2009 com população de pequeno porte (menor de 10.000 habitantes). Essa variação se deve ao município de Porto Alegre do Norte que no ano de 2009 apresentou uma população estimada maior que 10 mil habitantes e o município de Arenápolis que ano de 2008 teve estimado o crescimento populacional maior que 10 mil habitantes, mas que em 2009 voltou para menos de 10 mil habitantes (Tabela 7 e 8 em anexo). Apenas os municípios de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e Várzea Grande são compostos com uma população superior a 100.000 habitantes (Tabela 9). 64 Tabela 9 - Incidência de Dengue e do IIP nos municípios com a população > 100 mil habitantes do Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009. Municípios Pop 526.831 172.783 105.762 230.307 2007 Inc 16,25 4,46 136,53 10,42 IIP 1,69 1,27 0,85 2,06 Cuiabá Rondonópolis Sinop Várzea Grande Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT Ano 2008 Pop Inc 544.737 9,25 179.094 2,4 110.513 5,97 237.925 7,82 IIP 1,36 1,01 0,83 1,52 Pop 550.562 181.904 114.053 240.038 2009 Inc 226,9 89,72 335,98 160,02 IIP 1,71 1,4 1,55 1,65 No ano de 2007, pela contagem populacional do IBGE, a população do Estado de Mato Grosso era de 2.854.642 habitantes, distribuídos em 141 municípios, que notificaram 15.349 casos de dengue, destes apenas 21 (14,89%) municípios não apresentaram registro da doença. No ano de 2008, a população estimada do Estado era de 2.957.732 habitantes e 32 (22,70%) municípios não apresentaram registro da doença e em 2009 a população estimada era de 3.001.725 habitantes e somente 13 (9,22%) municípios não registraram a doença. Dos 141 municípios do estado de Mato Grosso, 72 municípios foram considerados como pequeno porte. No ano de 2007, 20 (14,18%) municípios não tiveram registros da dengue e 52 (38,88%) dos municípios notificaram 2.010 casos de dengue e a incidência foi de 74,94 casos por 10mil habitantes. No ano de 2008, 29 (20,57%) municípios não tiveram registros da doença e 42 (29,79%) dos municípios notificaram 833 casos de dengue e a incidência foi de 38,6 casos por 10 mil habitantes. No ano de 2009, 13 (9,22%) municípios não tiveram registros da doença e 59 (41,84%) dos municípios notificaram 4.075 casos de dengue e a incidência foi 151,11 casos por 10 mil habitantes. Entre os municípios de médio porte, somente os anos de 2007, 1 (0,71%) município e 3 (2,13%) em 2008 não apresentaram registros da doença. Notificaram 64 (45,39%) municípios do total 10.722 casos (Incidência de 73,93 casos por 10 mil habitantes) em 2007, 63 (44,68%) municípios do total 4.316 casos (Incidência de 28,99 casos por 10 mil habitantes) em 2008 e, 66 (46,81%) municípios do total 23.342 casos (Incidência de 150,49% por 10 mil habitantes) em 2009. 65 Todos os municípios de grande porte apresentaram registros da doença. Deles, 4 (2,84%) municípios notificaram 2.617 casos (Incidência de 25,27 casos por 10 mil habitantes) em 2007, 799 casos (Incidência de 7,4 casos por 10 mil habitantes) em 2008 e, 21.797 casos (Incidência de 200,61 por 10 mil habitantes) em 2009. A média dos casos por municípios foi: 108,86 (2007), 42,18 (2008) e 349,03 (2009). Os sorotipos circulantes no ano de 2007 foi o DEN-3 identificados municípios: Acorizal, Primavera do Leste e Alta Floresta, no ano de 2008 com DEN-3 no município de Cuiabá e em 2009 com o DEN-1 e 2 nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Juruena e Juína (Tabela 10). Desses municípios nenhum apresentou IIP em estado de risco (> de 3,9%), destacando-se que os 4 municípios considerados o pelo IIP com situação de alerta (> de 1% a 3,9% de imóveis visitados com presença de vetor) nos três anos com exceção do município de Sinop que em 2007 apresentou o IIP como satisfatório. Os municípios Bom Jesus do Araguaia, Cocalinho, Jangada, Luciara, Novo Mundo, Santa Terezinha e Denise não apresentaram casos de dengue no ano de 2007 e 2008, apenas no ano de 2009, com Incidência inferior a 10 casos/10 mil hab, com exceção dos municípios de Jangada que apresentou a Incidência de Dengue de 50,8/10 mil hab e Denise com 27,83/10 mil hab. Destacaram-se os municípios de Bom Jesus do Araguaia, Luciara e Santa Terezinha que não apresentaram registro de presença de vetores nos 3 anos e os demais municípios apresentaram IIP considerado como satisfatório em 2007 e ou 2008 e ou 2009 (Tabela 8 em anexo). Na Tabela 10, observam-se as características dos casos de dengue por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 66 Tabela 10 – Características dos casos de dengue por municípios no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009 Características (n=141 municípios) 2007 (%) < 10 mil hab. (pequeno porte) 72 51,06 N° de de 10 a 100 mil hab(médio porte) 65 46,10 municípios > de 100mil hab. (grande porte) 4 2,84 Nº de Muncípios sem Casos 21 14,89 Municípios mínimo n° de casos com casos de máximo 1444 dengue média 108,86 Sorotipos Tipo 3 detectados 54 38,30 Classif. de Baixa Incidência (<10 casos) 24 17,02 Incidência Média Incidência (de 10 a 30 casos) (10mil Alta Incidência (> de 30 casos) 63 44,68 hab) Q1(+/+) alta Transmissão 27 19,15 Q2(-/-) baixa Transmissão 68 48,23 Box Map Q3(+/-) intermediária 16 11,35 Incidência transmissão Q4(-/+) intermediária 30 21,28 transmissão Satisfatório (<1 %) 90 63,83 50 35,46 Classif. Em alerta.(de 1 a 3,9) Alto Risco (igual ou maior 3,9) 1 0,71 IIP(%) Sem informação Q1(+/+) alta receptividade 36 25,53 Q2(-/-) baixa receptividade 50 35,46 Box Map Q3(+/-) intermediária 20 14,18 IIP receptividade Q4(-/+) intermediária 35 24,82 receptividade Federais 32 22,70 Estaduais 100 70,92 Rodovias Sem rede viária estadual ou 9 6,38 federal 2008 (%) 2009 (%) 71 66 4 32 50,35 46,81 2,84 22,70 71 66 4 13 50,35 46,81 2,84 9,22 808 42,18 3 12492 349,03 1e2 91 20 64,54 14,18 35 15 24,82 10,64 30 17 85 14 21,28 12,06 60,28 9,93 91 24 53 21 64,54 17,02 37,59 14,89 25 17,73 43 30,50 100 40 1 70,92 28,37 0,71 78 62 1 55,32 43,97 0,71 38 50 22 26,95 35,46 15,60 44 48 19 31,21 34,04 13,48 31 21,99 29 20,57 32 100 9 22,70 70,92 6,38 32 100 9 22,70 70,92 6,38 Sobre a incidência dos casos, nos municípios, 54 (38,30%) em 2007, 91 (64,54%) em 2008 e 35 (24,82%) em 2009 foram considerados como de baixa incidência (<10 casos/10 mil habitantes). Os municípios que foram classificados como média incidência de dengue (de 10 a 30 casos/10 mil habitantes) foram: 24 (17,02%) em 2007, 20 (14,18%) em 2008 e 15 (10,64%) em 2009. Os municípios que apresentaram alta incidência de dengue: 63 (46,68%) em 2007, 30 (21,28%) em 2008 e 91 (64,54%) em 2009, indicando possível ocorrência de epidemia (Figura 5). 67 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Figura 5–Mapas da distribuição da Incidência de dengue nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 68 Em relação ao IIP, os municípios que não tiveram registros, 14 (9,93%) em 2007, 17 (12,06%) em 2008 e 12 (8,51%) em 2009. Os municípios com índice satisfatório foram: 76 (53,90%) em 2007, 83 (58,86%) em 2008 e 66 (46,81%) em 2009. Os municípios classificados como situação de alerta: 50 (35,46%) em 2007, 40 (28,37%) em 2008 e 62 (43,97%) em 2009. Os municípios como situação de risco foram: 1 (0,71%) em 2007, 1 (0,71%) em 2008 e 1 (0,71%) em 2009 (Figura 6 e Tabela 10). 69 Ano2007 Ano 2008 Ano 2009 Figura 6 – Mapas da distribuição do Índice de Infestação Predial do vetor da dengue nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Dentre os 141 municípios do Estado de Mato Grosso destaca-se os 7 (4,96%) municípios que não apresentaram registro casos no período de 2007 a 2009 que foram: 70 Araguainha, Barão de Melgaço, Canabrava do Norte, Novo Santo Antônio, Santo Afonso, Serra Nova Dourada e Tesouro, todos com população de pequeno porte. Destes apenas Serra Nova Dourada e Canabrava do Norte tiveram tanto a Incidência de casos como o IIP igual a zero. Os outros municípios que não apresentaram casos notificados, a classificação do IIP era considerada como satisfatório (< de 1%/) com exceção de Araguainha no ano de 2007 que registrou IIP de 2,19% considerado como classificação de alerta, porém não houve detecção de vetores nos imóveis visitados nos anos seguintes (Tabela 10). Tabela 11 – Distribuição do IIP nos municípios com população <10.000 hab no Estado de Mato Grosso, no período de 2007 a 2009. 2007 MUNICÍPIOS Araguainha Serra Nova Dourada Novo Santo Antônio Santo Afonso Tesouro Canabrava do Norte Barão de Melgaço Ano 2008 2009 Pop IIP Pop IIP Pop IIP 1.117 1.349 2.110 2.855 3.109 5.337 7.619 2,19 0 0 0,64 0,59 0 0,17 1.138 1.407 2.221 2.939 3.200 5.514 7.842 0 0 0 0,51 0,33 0 0 1.122 1.454 2.331 2.942 3.210 5.567 7.849 0 0 0,05 0,18 0,2 0 0,04 Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT Já em relação ao IIP, 9 (6,38%) municípios não identificaram a presença de vetores nos imóveis visitados, nos anos de 2007 a 2009. Foram os seguintes municípios: Apiacás, Bom Jesus do Araguaia, Luciara, Nova Nazaré, Porto Alegre do Norte, Rondolândia, Santa Terezinha, Serra Nova Dourada e Canabrava do Norte. Todos esses municípios são de pequeno porte, exceto Porto Alegre do Norte que em 2009 apresentou a população estimada superior a 10 mil habitantes. Apesar de não haver a detecção de vetores nos imóveis visitados, houve notificação de casos como autóctones ao local de residência (Tabela 11). Do total de municípios, 17 (12,06%) permaneceram como de alta incidência (> de 30 casos/10mil hab) nos três anos (Tabela11). Dos municípios de pequeno porte foram Araguaiana, Conquista do Oeste, Gaúcha do Norte, General Carneiro, Itaúba, Nova Santa Helena, Santa Carmem, São José do Xingu e; municípios de médio porte: Alta Floresta, 71 Aripuanã, Barra dos Garças, Colíder, Jauru, Lucas do Rio Verde, Matupá, Nova Canaã do Norte e Pontes e Lacerda. 72 5.2 ANÁLISE ESPACIAL Foram realizadas análises espaciais com os mapas gerados pelo Box Map e Moran Map da estatística espacial do software Terra View 3.3.1 que calculou o Índice de Moran de Incidência da dengue e do IIP dos 141 municípios do Estado de Mato Grosso no período de 2007 a 2009. Os municípios que não tiveram casos de dengue do Estado de Mato Grosso, observa-se que de 2007 a 2009 o números de municípios foi de 21 (14,89%) para 32 (22,70%) municípios em 2008 e em 2009 apresentou uma queda acentuada para 13 (9,23%) municípios. Quanto aos municípios com IIP igual a zero foi de 14 (9,93%) em 2007, para 17 (12,06%) municípios em 2008 e voltou a cair para 12 (8,51%) municípios no ano de 2009. O único município de que apresentou a Incidência de Dengue e IIP igual a zero no três anos foi Canabrava do Norte. O Índice de Moran Global da Incidência de Dengue foi igual a 0,14 (p-valor=0,01); 0,15 (p-valor=0,03) e 0,10 (p-valor = 0,11) e do Índice de Moran global da IIP foi igual a 0,24 (p-valor=0,01); 0,10 (p-valor=0,03) e 0,23 (0,01) de 2007 a 2009. Os valores indicaram dependência espacial fraca entre os municípios e a sua vizinhança e o Índice de Moran Global da Incidência de Dengue no ano de 2009 mostrou-se não significante com o p-valor = 0,11. 5.2.1 Classificação das Áreas de transmissão de Dengue 5.2.1.1 Área de maior Transmissão de dengue A caracterização dos municípios matogrossenses classificados na área de maior transmissão da dengue Q1 (+/+), no período de 2007 e 2009 pode ser observada na Tabela 12. Esta área apresenta agrupamentos de municípios homogêneos no qual o município e os 73 seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial positiva isto é, elevada Incidência de Dengue do município assemelha-se à média de seus vizinhos. Tabela 12-Caracterização da área de maior transmissão da dengue (Q1) por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Cluster/á rea Características 2007 (%) 2008 (%) 2009 (%) 27 19,15 17 24 17,02 < 10 mil hab 13 9,22 (pequeno porte) de 10 a 100 mil 13 9,22 N° de municípios hab (médio porte) igual ou maior de 1 9,22 100mil hab (grande porte) mínimo 23 N° de casos máximo 1444 média 295,9 6 <10 casos (baixa incidência) Classificação de de 10 a 30 casos Incidência (média dengue incidência) (10mil hab.) igual ou maior de 27 19,15 30 casos (alta incidência) <1(Satisfatório) 15 10,63 Q1(+/+) Classificação de 1 a 3,9(alerta) 12 8,51 Incidência IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) Q1(+/+) maior 8 5,67 receptividade Q2(-/-) menor 7 4,96 receptividade Box Map IIP Q3(-/+) 5 3,55 intermediária receptividade Q4(-/+) 7 4,96 intermediária receptividade Sorotipos Den3 detectados Federais 6 4,25 Estaduais 6 4,25 Rodovias Sem rede viária 3 2,13 estadual ou federal 8 12,0 6 5,67 10 7,09 9 6,38 12 8,51 2 1,42 Municípios (total 141) n° 19 808 166,18 36 3832 710,7 1 17 12,0 6 24 17,02 14 4 9,93 2,84 5 18 1 3,55 12,77 0,71 1 0,71 14 9.93 10 7,09 1 0,71 4 2,84 5 3,55 2 1,42 4 2,84 Den3 2 9 2 Den1 e2 1,42 6,38 1,42 4 1 2,85 0,71 74 Os municípios do Estado de Mato Grosso localizados na área de maior transmissão de dengue (Q1) foram constituídos por municípios com altas taxas de incidência de dengue juntamente com elevada média de incidência de seus vizinhos. No ano de 2007 (Figura 7a) de 27 (19,15%) municípios, diminuiu para 17 (12,06%) municípios em 2008 (Figura 7b) e voltou a aumentar no ano de 2009 (Figura 7-c) para 24 (17,02%) municípios. Os municípios de Barra dos Garças e Itaúba permaneceram na área de maior controle durante o período de 2007 a 2009. Observamos no mapa do Box Map que os municípios nesta área em 2007 formam uma interligação entre eles desde a região sudoeste para o norte matogrossense formando uma grande área e uma outra área composta apenas por um único município de Barra do Garças na região nordeste matogrossense (Tabela 12). Identificou-se no ano de 2008, a concentração de municípios nas regiões norte/nordeste Matogrossense e outra concentração de municípios entre as regiões sudeste/nordeste Matogrossense. Em relação ao ano de 2009 a concentração de municípios voltou a ocupar as regiões norte, centro-sul e sudoeste Matogrossense e mais a região a nordeste Matogrossense que faz com divisa com Estado de GO e Juína, município vizinho ao Estado de Rondônia e o município de Juruena na região do extremo norte Matogrossense (Figura 7-b). Os municípios de Araputanga, Campos de Júlio, Diamantino, Figueiropólis do Oeste, Indiavaí, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Nova Mutum, Porto Espiridião, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Salto do Ceú, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra e Tapurah no ano de 2007 estavam em agrupamentos (clusters) distintos na área de maior transmissão (Q1) e passaram para a área de menor transmissão no ano de 2008. Em relação ano de 2009 estes municípios voltaram para a área de maior transmissão com exceção dos municípios de Campos de Júlio, Ipiranga do Norte, Porto Espiridião, Reserva do Cabaçal e Tapurah que passaram a apresentar autocorrelação espacial negativa em área de transmissão intermediária (Q4), isto é, os seus vizinhos apresentavam uma média de incidência superior. Apenas o município de Itanhangá permaneceu na área de menor transmissão (Figura 7). O município de Conquista do Oeste que esteve na área de maior transmissão de dengue em 2007 e passou para área de transmissão intermediária da dengue (Q3) em 2009, apresentando incidência superior aos seus vizinhos. Os municípios que foram para área de transmissão intermediária (Q4) foram Campos de Júlio, Carlinda, Claúdia, Ipiranga do 75 Norte, Nova Gaurita, Nova Santa Helena, Pontes e Lacerda, Reserva do Cabaçal e Tapurah (Figura 7). O número de municípios com autocorrelação espacial que foram identificados como estatisticamente significantes dentro da área de maior transmissão, com intervalo de confiança a 95% no ano de 2007 foram 8 (29,63%) municípios (Figura 8-a) para 6 (35,29%) municípios em 2008 (Figura 8-b) e aumentou para 7 (29,17%) municípios em 2009 (Figura 8-c). No ano de 2007 foram identificados agrupamentos de municípios com Alta Transmissão: • 1º Agrupamento: Claúdia, Sinop e Itaúba na região norte matogrossense, • 2º Agrupamento: um outro agrupamento na região sudoeste formado pelos municípios: Araputanga, Jauru, Reserva do Cabaçal e Tangará da Serra e, • 3º agrupamento: o município de Barra dos Garças na região nordeste matogrossense, divisa com o Estado de Goiás. Em 2008, observamos agrupamentos/áreas na região nordeste matogrossense na divisa com o Estado do Pará com os municípios: Confresa, São José do Xingu, Santa Cruz do Xingu e Vila Rica; com municípios que encontravam-se isolados como o município de Nova Santa Helena na região norte e Torixoréu na região sudeste matogrossense (Figura 8-b). No ano de 2009 identificou-se agrupamento de municípios na região sudoeste matogrossense: Araputanga, Indiavaí, São José dos Quatros Marcos e Jauru e outras áreas com 2 municípios isolados na região sudoeste matogrossense (Tangará da Serra) e na região norte matogrossense (Santa Rita do Trivelato)(Figura 8-c). 5.2.1.2 Área de menor transmissão de dengue A Tabela 13 descreve a caracterização da área de menor transmissão da dengue do Q2 (-/-) por municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Esta área apresenta agrupamentos de municípios homogêneos no qual o município e os seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial positiva isto é, baixa Incidência de Dengue do município assemelha-se à média de seus vizinhos. 76 Tabela 13-Caracterização da área de menor transmissão da dengue (Q2) por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Cluster/áre a Q2(-/-) Incidência Características Municípios n° (total 141) < 10 mil hab (pequeno porte) N° de de 10 a 100 mil municípios hab (médio porte) igual ou maior de 100mil hab (grande porte) mínimo N° de casos máximo média <10 casos (baixa Classificação de incidência) Incidência de de 10 a 30 casos dengue (10mil (média incidência) hab.) igual ou maior de 30 casos (alta incidência) <1(satisfatório) Risco IIP(%) de 1 a 3,9 (alerta) Box Map (IIP) igual ou maior 3,9 (risco) Q1(+/+) maior receptividade Q2(-/-) menor receptividade Q3(+/-) intermediária de receptividade Q4(-/+) intermediária de receptividade 36 28 4 (%) 48,2 3 25,5 3 19,8 6 2,84 0 856 34,40 45 13 31,9 1 9,22 10 7,09 45 31,9 1 16,3 1 23 2008 85 43 37 5 0 504 19,3 6 73 12 57 27 1 (%) 60,2 8 30,5 0 26,2 4 3,55 2009 53 27 25 1 (%) 37,5 9 19,1 5 17,7 3 0,71 0 1.632 69,08 51,7 7 8,51 27 8 19,1 5 5,67 18 12,7 6 40,4 2 19,1 5 0,71 38 26,9 5 10,6 4 21,2 8 15,6 0 9,22 9 6,38 31 6 21,9 8 4,25 15 12 8,51 30 31 22 11 21,9 8 7,80 14 9,93 20 14,1 8 8 5,67 1 0,71 Federais Estaduais 8 35 13 42 2 9,23 29,7 9 1,42 8 28 Sem rede viária estadual ou federal 5,67 24,8 2 1,42 5,67 19,8 6 1,42 Sorotipos detectados Rodovias 2007 68 13 2 2 Os municípios localizados na área de menor transmissão de dengue (Q2) com auto correlação positiva, porém com baixa taxa de incidência de dengue e os seus municípios 77 vizinhos também, apresentaram um aumento de 68 (48,23%) municípios no ano de 2007 (Figura 7-a) para 85 (60,28%) municípios para o ano de 2008 (Figura 7-b) e em relação ano de 2009 (Figura 7-c) diminuíram acentuadamente para 53 (37,59%) municípios. Observou-se que no ano de 2007 para 2008 aconteceu o aumento dos municípios da área de menor transmissão de dengue na maior parte do Estado de Mato Grosso (Tabela 13). Desses municípios localizados na área de menor transmissão de dengue que apresentaram autocorrelação espacial estatisticamente significante com o intervalo de confiança de 95% foram 24 (35,29%) municípios em 2007 (Figura 8-a), para 16 (18,82%), em 2008 (Figura 8-b) e 15 (55,56%) no ano de 2009 (Figura 8-c). Os agrupamentos de 68 municípios (Q2) no ano de 2007, 24 (35,29%) apresentaram autocorrelação estatisticamente significante foram na região sudeste matogrossense: Alto Araguaia, Araguainha, Alto Garças, Guiratinga, Itiquira, Pedra Preta, Ponte Branca, Rondonópolis, Torixoréu; na região centro-sul com os municípios: Acorizal, Barão de Melgaço, Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Rosário Oeste, Várzea Grande e na região nordeste mato-grossense: Alto da Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, Novo Santo Antônio, Serra Nova Dourada, Ribeirão Cascalheira e os municípios isolados uma na região centro-sul: Arenápolis; na região norte: Juara; na região nordeste: Luciara e Nova Nazaré (Figura 8-a) No ano de 2008, do total de 85 municípios Q2, 16 (18,82%) apresentaram pelo Moran Map, a concentração na região centro-sul: Barão de Melgaço, Cáceres, Campo Verde, Dom Aquino, Poconé, Primavera do Leste e Santo Antônio do Leverger; os municípios isolados na região norte: Diamantino e Porto dos Gaúchos; na região centrosul: Arenápolis e Rosário Oeste; e na região sudeste: Alto Araguaia (Figura 8-b). Em relação ao ano de 2009, de 53 municípios, 15 (28,30%) municípios apresentaram autocorrelação estatisticamente significante estavam na região norte: Alta Floresta, Ápiacas, Nova Monte Verde, Paranaíta; na região nordeste: Bom Jesus do Araguaia, Confresa, Luciara, Novo Santo Antônio, Santa Terezinha, São Felix do Araguaia, Serra Nova Dourada, Vila Rica e na região sudeste: Alto Araguaia, Alto Garças e Araguainha (Figura 8-c). Os municípios que permaneceram no período de 2007 a 2009, na área Q2, de menor transmissão de dengue foram: Alto Garças, Alto Araguaia, Água Boa, Alto Taquari, Ápiacas, Araguainha, Barão de Melgaço, Denise, Itiquira, Juara, Luciara, Nossa Senhora do Livramento, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Nova Nazaré, Novo Santo 78 Antônio, Pedra Preta, Poxoréo, Ribeirão Cascalheira, Rondonópolis. Os municípios dessa área estavam concentrados em 2007 na região centro-sul, nordeste matogrossense e, em menor número na região norte e nordeste mato-grossense. No ano de 2008 todos os municípios da região centro-sul mato-grossense e a maior parte dos municípios da região norte, sudoeste, sudeste e nordeste matogrossense estavam localizados em área de menor incidência. Em relação ao ano de 2009 os municípios estavam mais concentrados na região centro-sul, sudeste, nordeste e norte matogrossense (Figura 7). Os municípios que no ano de 2008 estiveram na área de menor transmissão de e no ano de 2009 passaram para a área de maior transmissão de dengue foram: Araputanga, Campo Novo dos Parecis, Diamantino, Juína, Juruena, Nortelândia, Nova Mutum, Nova Ubiratã, Paranatinga, Rio Branco, Rosário Oeste, Salto do Céu, Santa Rita do Trivelato, São José dos Quatros Marcos, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra (Figura 7). Os municípios que eram Q2 e passaram a apresentar autocorrelação espacial negativa, com a Incidência maior que a média de Incidência de seus vizinhos (Q3) foram: Arenápolis, Cáceres, Canarana, Cuiabá, Juscimeira, Matupá, Nova Brasilândia, Novo Horizonte do Norte, Ribeirãozinho e Várzea Grande do ano de 2007 para o ano de 2009. Já os municípios que passaram de Q2 para a área de transmissão intermediária (Q4) em 2007 para 2009: foram Acorizal, Alto Paraguai, Chapada dos Guimarães, Curvelândia, Campinápolis, Feliz Natal, Jangada, Nobres, Nova Marilândia, Santo Afonso, Santo Antônio do Leste (Figura 7). 5.2.1.3 Área de transmissão intermediária de dengue Na Tabela 14, observa-se as características dos municípios Matogrossenses da área de transmissão intermediária Q3(+/-) da dengue, no período de 2007 a 2009. Esta área apresenta agrupamentos de municípios não homogêneos e é considerada como região de transição entre os dois regimes espaciais entre os municípios dos quadrantes 1 e 2. Nesse caso o município e os seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial negativa isto é, a 79 elevada Incidência de Dengue do município difere-se da média de seus vizinhos (esses apresentam a média incidência menor). Tabela 14-Caracterização da área de transmissão intermediária (Q3) da dengue por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Cluster/áre a Q3(+/-) Incidência Características Municípios n° (total 141) < 10 mil hab (pequeno porte) N° de de 10 a 100 mil hab municípios (médio porte) igual ou maior de 100mil hab (grande porte) mínimo N° de casos máximo média Classificação de Incidência de dengue (10mil hab) <10 casos (baixa incidência) de 10 a 30 casos (média incidência) igual ou maior de 30 casos (alta incidência) <1(satisfatório) Classificação de 1 a 3,9 (alerta) IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) Q1(+/+) maior receptividade Q2(-/-) menor Box Map receptividade (IIP) Q3(+/-) intermediária de receptividade Q4(-/+) intermediária de receptividade Sorotipos detectados Federais Estaduais Rodovias Sem rede viária estadual ou federal 2007 16 (%) 11,35 2008 14 (%) 9,93 2009 21 6 4,25 6 4,25 10 (%) 14,8 9 7,09 10 7,09 8 5,67 8 5,67 3 2,13 32 757 259,8 7 10 234 91,64 34 12.492 1.222,7 1 5,67 16 11,35 14 9,93 21 8 8 5,67 5,67 8 6 5,67 4,25 10 11 14,8 9 7,09 7,80 9 6,38 6 1,42 7 4,96 2 1,42 2 1,42 6 4,25 1 0,71 3 2,13 4 2,84 4 2,84 3 2,13 4 2,84 3 4 1 2,13 2,84 0,71 2 6 1,42 4,25 3 7 2,13 4,96 Nesta área de transmissão intermediária, com autocorrelação espacial negativa para Incidência de dengue, encontraram-se duas situações: os municípios no quadrante Q3, isto é, municípios com a Incidência de Dengue acima da média e os seus vizinhos abaixo 80 da média, e os municípios do quadrante Q4, isto é, os municípios com Incidência de Dengue abaixo da média e seus vizinhos acima da média. Observa-se a ocorrência de municípios foram no ano de 2007 pertencentes à área de maior transmissão e no ano seguinte foram para a área de transmissão intermediária e no ano de 2009 voltaram para a área de maior transmissão de dengue (Figura 7). Os municípios identificados na área intermediária (Q3) da Incidência de Dengue no Box Map apresentaram aumento gradativo de 16 (11,35%) municípios em 2007 (Figura 7a) para 14 (9,93%) municípios em 2008 (Figura 7-b) e saltando para 21 (14,89%) municípios em 2009 (Figura 7-c). Somente o município de Aripuanã esteve nos três períodos analisados. Os municípios localizados nessa área de transição, em 2007 que passaram a figurar como área de maior transmissão da dengue Q1 em 2009 foram Campo Novo dos Parecis e Nova Ubiratã. Já os municípios de Q3 passaram a figurar como de menor transmissão da dengue Q2 foram Araguainha e Campo Verde. Os municípios que foram para área de transmissão intermediária Q4, isto é, seus vizinhos passaram a média da incidência maior foram Barra dos Bugres, Cotriguaçu, Gaúcha do Norte, General Carneiro e Primavera do Leste (Figura 7). Os municípios do Estado de Mato Grosso que foram estatisticamente significante na autocorrelação espacial com intervalo de 95% na área de Incidência de Transmissão Intermediária Q3 no ano de 2007 (Figura 8-a) foram 4 (13,13%) municípios subindo para 7 (28%) municípios tanto para os anos 2008 (Figura 8-b) e 2009 (Figura 8-c). Os municípios no ano de 2007 estavam mais concentrados na região: Colíder, Nova Canaã do Norte e Novo Mundo e na região nordeste o município de São José dos Quatros Marcos. No ano de 2008 os municípios da região nordeste Matogrossense: Peixoto de Azevedo, São Felix do Araguaia e na região sudeste o município de Ponte Branca. No ano de 2009 os municípios estavam localizados na região norte Matogrossense: Nova Canaã do Norte, Rondolândia, Nova Canaã do Norte e Planalto da Serra e também na região sudoeste Matogrossense os municípios: Lambari do Oeste, Pontes Lacerda e Reserva do Cabaçal. Na Tabela 15 evidencia-se a caracterização da área de transmissão intermediária Q4 (-/+) da dengue por municípios Matogrossenses no período analisado. Esta área apresenta agrupamentos de municípios não homogêneos e é considerada como região de transição entre os dois regimes espaciais entre os municípios dos quadrantes 1 e 2. Nesse caso o município e os seus vizinhos apresentam autocorrelação espacial negativa isto é, a baixa 81 Incidência de Dengue do município difere-se da média de seus vizinhos (esses apresentam a média incidência maior). Tabela 15-Caracterização da área de transmissão intermediária (Q4) da dengue por municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Cluster/á Características 2007 (%) rea Múnicípios (total n° 30 21,2 141) 8 < 10 mil hab 17 12,0 (pequeno porte) 6 de 10 a 100 mil 13 9,22 N° de municípios hab (médio porte) igual ou maior de 100mil hab (grande porte) mínimo 0 n° de casos máximo 126 média 28,70 <10 casos(baixa 9 6,38 Classificação de incidência) Incidência de de 10 a 30 casos 11 7,80 dengue (10mil (média incidência) hab) igual ou maior de 10 7,09 30 casos (alta incidência) <1 (satisfatório) 22 15,6 Q4(-/+) Classificação 0 Incidência IIP(%) de 1 a 3,9 (alerta) 7 4,96 igual ou maior 3,9 1 0,71 (risco) Q1(+/+) alta 7 4,96 receptividade Q2(-/-) menor 10 7,09 receptividade Box Map (IIP) Q3(+/-) 3 2,13 intermediária receptividade Q4(-/+) 10 7,09 intermediária receptividade Sorotipos detectados Federais 5 3,54 Estaduais 15 10,6 Rodovias 4 Sem rede viária 2 1,42 estadual ou federal 2008 25 (%) 17,73 2009 43 (%) 30,50 14 9,93 24 17,02 11 7,80 19 13,48 0 42 7,76 19 7 1 380 64,07 13,48 8 5,67 4,96 7 4,96 8 5,67 22 15,60 25 17,73 3 2,13 18 12,76 1 0,71 14 9,93 16 11,35 12 8,51 2 1,42 4 2,84 6 4,25 13 9,22 3 3 2,13 2,13 5 16 3,54 11,35 16 11,35 4 2,84 82 Em relação aos municípios com autocorrelação espacial negativa Q4, cujos vizinhos apresentavam médias de Incidência de dengue superior, observa-se que o ano de 2009 (Figura 7-c) apresentou mais municípios nesta área com 43 (30,50%) contra 30 (21,28%) municípios no ano de 2007 (Figura 7-a) e 25 (17,73%) municípios em 2008 (Figura 7-b). Somente os municípios: Conilza, Castanheira, Nova Xavantina e Tabaporã estiveram nesta área no durante todo período analisado. Na autocorrelação significante Q4 verificou-se uma oscilação entres os anos com municípios localizados na área de transmissão intermediária (Q4) como: 25 (17,73%) em 2007 (Figura 7-a), 17 (12,06%) em 2008 (Figura 7-b) e 21 (14,89%) em 2009 (Figura 7-c). O padrão de distribuição dos municípios da área de transmissão intermediária no ano de 2007 ficou todo concentrado na região nordeste matogrossense. O crescimento populacional na área de transmissão intermediária do Q4 foi maior que os municípios de área de transmissão intermediária de dengue Q3 em todos os anos estudados. Os municípios Q4 que foram estatisticamente significantes com intervalo de confiança 95%, apenas 6 municípios em 2007 (Figura 8-a); 4 municípios em 2008 (Figura 8-b) e 6 municípios em 2009 (Figura 8-c). Os municípios que apresentaram a situação de menor transmissão de dengue em 2007 depois passaram para área de transmissão intermediária (Q4) em 2008 e voltaram para menor transmissão em 2009 foram Bom Jesus do Aragauaia, Serra Nova Dourada, Canabrava do Norte, Guiratinga, Guarantã do Norte, Ponte Branca, Porto Alegre do Norte, Querência, Santa Terezinha, São Felix do Araguaia (Figura 7). Situação semelhante ocorreu com os municípios: Alto da Boa Vista, Paranaíta e São José do Povo, porém apresentou a Incidência superior que a de seus vizinho no ano de 2008, figurando-se como Q3 da área de transmissão intermediária e Q2 em 2007 e 2009 (Figura 7). 83 Figura 7- Estratificação de áreas com transmissão da dengue pautada no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 84 Figura 8- Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada no resultado do índice de Moran local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 85 5.2.2 Classificação dos Municípios pelo Índice de Infestação Predial (IIP) 5.2.2.1 Área de maior receptividade pelo IIP Os municípios identificados na área de maior receptividade pelo IIP (Q1 para IIP) pelo Box Map apresentaram crescimento de municípios com infestação do vetor entre um ano para outro, principalmente se compararmos o ano de 2007 para 2009. A proporção de municípios em 2007 foi de 25,53% (36) dos municípios (Figura 9-a); 2008 com 26,95% (38) (Figura 9-b) e no ano de 2009 com 32,20% (44) (Figura 9-c). Os municípios que estiveram no período de 2007 a 2009 na área de maior receptividade do IIP foram Barra do Bugres, Cáceres, Campo Verde, Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Dom Aquino, Figueirópolis do Oeste, Jauru, Lambari do Oeste, Lucas do Rio Verde, Mirassol do Oeste, Nova Ubiratã, Porto Estrela, Primavera dos Leste, Rio Branco, Santa Carmem, São José do Povo, São José dos Quatros Marcos, Sorriso e Vera. Na área de maior receptividade para dengue os municípios que apresentaram autocorrelação espacial estatisticamente significante com intervalo de confiança de 95% foram em 2007, 9 (25%) municípios (Figura 10-a); em 2008 (Figura 10-b): 8 (21,05%) municípios e em relação ano de 2009 (Figura 10-c): 16 (36,36%) municípios. No ano de 2007 a concentração dos municípios Q1 para o IIP ocorreu na região noroeste-mato grossense: Indiavái, Jauru, Figueiropólis do Oeste, Rio Branco, Salto do Céu e presença de municípios isolados como Castanheira e Lucas do Rio Verde. No ano de 2008, a concentração dos municípios ocorreu na região norte de Q1 estatisticamente significante foram Nova Ubiratã, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Vera e na região sudoeste: Lambari do Oeste e Mirassol do Oeste e o município isolado Figueiropólis do Oeste, Jauru, Salto do Céu. No ano de 2009 apresentavam a concentração dos municípios Q1 para IIP estatisticamente significante na região sudoeste: Araputanga, Barra do Bugres, Figueirópolis do Oeste, Mirassol do Oeste, Rio Branco, São José dos Quatros Marcos, na região centro-sul: Chapada dos Guimarães; na região sudeste o município Primavera do Leste e na região norte: Castanheira, Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde, Nova Ubiratã, Santa Rita do Trivelato. 86 Os municípios que estavam na área de maior receptividade pelo IIP no ano de 2007 e passaram para área de menor receptividade pelo IIP em 2009: Aripuanã, Cotriguaçu e Pedra Preta. Os municípios que foram para área de receptividade intermediária Q3: Guiratinga, Pontes e Lacerda e Rondonópolis. Os municípios que foram para o Q(4): Indiavaí, Porto Espiridião, Salto do Céu, Santo Antônio do Leverger. 5.2.2.2 Área de menor receptividade pelo IIP Na área de menor receptividade pelo IIP identificados pelo Box Map (Figura 9) podemos observar espalhadamente que no ano de 2007 (Figura 9-a) e formavam agrupamentos na região norte e nordeste matogrossense, na região sudeste e centro-sul mato-grossense e entre a região sudoeste e norte mato-grossense e que nos anos posteriores identificamos que são municípios que rodeiam a região de divisa do Estado de Mato Grosso (Figura 9-b e Figura 9-c). A proporção de municípios corresponde no de 2007: 50 (35,46%); 2008 com 49 (34,75%) e no ano de 2009 com 48 (34,04%). Os municípios que estiveram nesse quadrante nos três anos estudados foram: Água Boa, Alta Floresta, Alto Araguaia, Apiacás, Araguaiana Alto Garças, Alto Taquari, Barão de Melgaço, Bom Jesus do Araguaia, Canabrava do Norte, Carlinda, Cocalinho, Colíder, Itiquira, Luciara, Nova Guarita, Nova Canaã do Norte, Nova Monte Verde, Nova Santa Helena, Nova Xavantina, Novo Mundo, Novo Santo Antonio, Poconé, Ponte Branca, Porto Alegre do Norte, Ribeirãozinho, São Felix do Araguaia, São José do Xingu e Serra Nova Dourada. Os municípios do Estado de Mato Grosso localizados na área de menor receptividade com autocorrelação espacial estatisticamente significante com o intervalo de confiança de 95% foram no ano de 2007 (Figura 10-a): 13 (26%) municípios espalhados em 2 grupos na região nordeste mato-grossense: Alto da Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, Canabrava do Norte, Luciara, Novo Santo Antônio, São José do Xingu, Canabrava do Norte, Serra Nova Dourada, ainda nessa mesma região mas isoladamente o município de Nova Xavantina e 3 municípios na região norte mato-grossense: Carlinda, Colíder e Terra Nova do Norte e o município de Paranaíta. No ano de 2008 (Figura 10-b) 87 foi 10 (20,41%) municípios que estavam concentrados na região nordeste Luciara, Canabrava do Norte, São Felix do Araguaia, Porto Alegre do Norte, Bom Jesus do Araguaia, Serra Nova Dourada, Novo Santo Antonio e Alto da Boa Vista também Nova Xavantina localizado mais isoladamente abaixo e na região norte Carlinda, Colíder, Terra Nova do Norte e Paranaíta. No ano de 2008 outra concentração na região nordeste com os municípios Canabrava do Norte, Luciara e Novo Santo Antônio e também Nova Xavantina. Na região sul mato-grossense os municípios: Alto Garças, Araguainha, Ponte Branca e Ribeirãozinho e na região norte matogrossense Carlinda, Nova Guarita,Colider e ParanaítaNo ano de 2009 (Figura 10-c) foram 14 (29,17%) municípios na região norte: Colniza, Cotriguaçu e Nova Bandeirantes e outro agrupamento com os municípios: Carlinda, Colíder, Matupá, na região nordeste Luciara, Canabrava do norte, São Felix do Araguaia e Nova Xavantina e na região sul Alto Araguaia, Alto Garças, Araguainha, Ponte Branca e Ribeirãozinho. Os municípios na área de menor receptividade pelo IIP a dengue (Q2) e passaram para área de maior receptividade da dengue (Q1) em 2009: Alto Paraguai e Rosário Oeste. Os municípios que foram para a área de receptividade intermediária Q(3): Alto da Boa Vista, Arenápolis, Itaúba, Nova Lacerda, Nova Marilândia, Porto dos Gaúchos e Barra dos Garças. Os municípios que foram para o quadrante Q(4): Conquista do Oeste, Denise, Diamantino, Jangada, Novo São Joaquim, Santo Afonso e Santo Antônio do Leste (Figura 9). 5.2.2.3 Área de receptividade intermediária pelo IIP Nesta área de receptividade intermediária, encontram-se duas situações: os municípios no quadrante Q3, isto é, municípios com o IIP da dengue acima da média e os seus vizinhos abaixo da média, e os municípios do quadrante Q4, isto é, municípios com o IIP da dengue abaixo da média e seus vizinhos acima da média. 88 A proporção de municípios que pertenceram a área de receptividade intermediária do Q3 foram 20 (14,18%) municípios em 2007 (Figura 9-a), no ano de 2008 (Figura 9-b) subiram para 22 (15,60%) municípios e caiu para 19 (13,48%) municípios em 2009 (Figura 9-c). Os municípios que permaneceram no Q3 da área de receptividade intermediária nos três anos estudados: Barra dos Garças, Canarana, Tangará da Serra e Várzea Grande. Os municípios que estava na área de receptividade intermediária do Q3 no ano de 2007 e foram para a área de maior receptividade pelo IIP em 2009: Campo Novo dos Parecis, Comodoro, Paranatinga, Tapurah e Vila Rica. Os municípios que estavam no Q(3) e foram para área de menor de receptividade de dengue (Q2): Araguainha, Guarantã do Norte, Juara, Marcelândia, Matupá, Peixoto de Azevedo e São José do Rio Claro. O município que foi para o Q(4) Novo Horizonte do Norte (Figura 9). Os municípios do Estado de Mato Grosso localizados na área de receptividade intermediária da dengue do Q3 com autocorrelação espacial estatisticamente significante com o intervalo de confiança de 95%. No ano de 2007 (Figura 10-a) não apresentou nenhum município estatisticamente significante em relação ano de 2008 (Figura 10-b) foram 3 (13,64%) municípios caindo para 2 (10,53%) municípios em 2009 (Figura 10-c). Os municípios na área de receptividade intermediária do Q4 do IIP do Box Map em 2007 (Figura 9-a) foram 35 (24,82%) municípios, caindo para 31 (21,99%) municípios em 2008 (Figura 9-b) e para 29 (20,57%) municípios em 2009 (Figura 9-c). Os municípios que estiveram no Q4 nos três períodos foram: Acorizal, Campos de Júlio, Glória do Oeste, Nossa Senhora do Livramento, Querência, Planalto da Serra, Reserva do Cabaçal, Rondolândia, Sapezal, União do Sul e Vale do São Domingos. Na área de receptividade intermediária do Q4 os municípios com autocorrelação espacial estatisticamente significante com intervalo de confiança de 95% foram 3 (8,57%) municípios em 2007 (Figura 10-a), subindo para 7 (22,58%) municípios em 2008 (Figura 10-b) e caindo para 6 (20,69%) municípios em 2009 (Figura 10-c). Os municípios estavam localizados um município na região nordeste mato-grossense: Santa Cruz do Xingu, outro município na região centro-sul: Rosário Oeste. Os outros municípios estavam na região sudoeste mato-grossense: Araputanga, Glória do Oeste, Indiavaí, Salto do Céu e Vale do São Domingos. Os municípios na área de receptividade intermediária da dengue do (Q4) no ano de 2007 foram para área de maior risco (Q1) em 2009: Araputanga, Brasnorte, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Jaciara, Juscimeira, Nova Brasilândia, Santa Cruz do Xingu, Santa Rita 89 do Trivelato e Sinop. Os municípios que foram para área de menor receptividade (Q2) em 2009: Conilza, Nova Bandeirantes, Nova Nazaré, Santa Terezinha, Torixoréu e Vila Bela da Santissíma Trindade. O município de General Carneiro que foi para área de receptividade intermediária de (Q4) para (Q3) (Figura 9). 90 Figura 9- Estratificação de áreas com receptividade da dengue pautada no resultado gráfico de espelhamento de Moran (Box Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 91 Figura-10- Estratificação de áreas transmissão da incidência de dengue pautada no resultado do Índice de Moran Local (Moran Map), nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 92 5.2.3 Autocorrelação espacial de Incidência de dengue e Índice de Infestação predial (IIP) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Na tabela 16, descreve a autocorrelação especial da área de maior transmissão e receptividade da dengue nos municípios matogrossenses durante o período analisado. Tabela 16-Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão e receptividade da dengue nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Cluster/áre a Características Municípios (total 141) n° < 10 mil hab (pequeno porte) de 10 a 100 mil N° de hab (médio municípios porte) igual ou maior de 100mil hab (grande porte) mínimo máximo n° de casos média <10 casos (baixa incidência) Q1(+/+) Classificação de de 10 a 30 casos( Incidência e Incidência média Q1(+/+) IIP (10mil hab) incidência) igual ou maior de 30 casos (alta incidência ) <1(satisfatório) de 1 a 3,9(alerta) Risco IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) Sorotipos detectados Federais Estaduais Rodovias Sem rede viária estadual ou federal 2007 (%) 200 8 (%) 2009 (%) 8 5,67 1 0,71 14 9,93 5 3,55 3 2,13 60 518 227,6 3 4 2,84 1 0,71 164 9 6,38 1 0,71 36 3.832 756,5 7 8 5,67 1 0,71 14 9,93 8 5,67 1 0,71 13 9,21 1 0,71 3 2,13 5 3,55 1 0,71 6 4,26 8 5,67 93 A distribuição espacial da área de Maior Risco (Q1(+/+) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP)), identificadas pelo Box Map, apresentaram 8 (5,67%) municípios em 2007, 1 (0,70%) município em 2008 e 14 (9,93%) municípios em 2009. Os municípios encontravam-se concentrados na região sudoeste, norte e nordeste matogrossense. Os municípios Figueirópolis, Indiavaí, Jauru, Pontes e Lacerda, Porto Espiridião e Rio Branco, São José dos Quatros Marcos, Araputanga são agrupados na região sudoeste matogrossense. Os municípios Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sinop e Sorriso são os agrupados da região norte (Tabela 16). Em 2007, os 8 municípios juntamente com seus vizinhos que apresentavam valores positivos similares (Q1) tanto para a Incidência de casos como para o IIP, indicaram autocorrelação espacial positiva. A média de casos por município foi de 227,63 casos/município (60 a 518 casos) e com presença de vetores nos imóveis em níveis de estado de alerta em municípios de médio porte (3 municípios) e pequeno porte (5 municípios), cortados pelas rodovias federais ou estaduais. Em 2008, apenas o Município de Confresa apresentou tanto a Incidência de casos como o IIP assemelhados aos seus municípios vizinhos, com 164 casos e IIP em alerta. Já em 2009, 14 municípios apresentaram autocorrelação espacial positiva tanto para Incidência de casos como IIP, média de casos por municípios de 756,57 (36 a 3.832 casos), no qual 13 municípios com IIP em alerta e o município de São José dos Quatros Marcos com IIP em risco, isto é, acima de 3,9%. Os municípios Figueiropólis, Jauru, Rio Branco e Sorriso estiveram nessa área em 2007 e em 2009 (Tabela 16). Na tabela 17 descreve-se a autocorrelação espacial da área de menor transmissão da dengue e a receptividade da dengue por municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 94 Tabela 17-Autocorrelação espacial da área de menor transmissão e receptividade da dengue por municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Cluster/áre a Características Municípios n° (total 141) < 10 mil hab (pequeno porte) N° de de 10 a 100 mil municípios hab (médio porte) igual ou maior de 100mil hab (grande porte) mínimo N° de casos máximo média <10 casos (baixa incidência) de 10 a 30 casos Classificação de (média Q2(-/-) incidência) Incidência e Incidência (10mil hab) igual ou maior de Q2(-/-) IIP 30 casos (alta incidência) <1(satisfatório) Classificação IIP(%) de 1 a 3,9(alerta) igual ou maior 3,9(risco) Sorotipos detectados Federais Estaduais Rodovias Sem rede viária estadual ou federal 2007 31 22 9 0 71 5,61 26 (%) 21,9 8 15,6 0 6,38 2 18,4 4 1,42 2 1,42 31 21,9 8 7 24 4,96 17,0 2 2008 22 (%) 15,60 2009 29 13 9,22 17 9 6,38 12 0 35 3,68 21 14,89 1 0,71 (%) 20,5 7 12,0 6 8,51 0 245 33,51 20 14,1 8 3 2,13 6 4,25 22 15,60 29 20,5 7 5 17 3,55% 12,06% 6 23 4,26 18,4 4 Na área de menor transmissão e receptividade (Q2(-/-) de Incidência de casos e de IIP, identificadas pelo Box Map, apresentaram 31 (21,98%) municípios em 2007, 22 (15,60%) municípios em 2008 e 29 (20,57%) municípios em 2009. Esses municípios com autocorrelação espacial positiva, cujos valores de Incidência de dengue e de IIP são similares verificados nos seus vizinhos, o padrão de homogeneidade entre municípios identifica como área de menor risco (Tabela 17). 95 Nessa área, os municípios estavam distribuídos em 2007 com 22 (15,60%), 15(10,63%) em 2008 e 17 (12,06%) em 2009 de municípios de pequeno porte. Os municípios com a população de médio porte foram no ano de 2007 com 9 (6,38%) municípios em 2008 com 6 (4,25%) municípios em 2009 com 11 (7,80%) municípios. Os municípios que permaneceram nos três períodos foram: Água Boa, Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Ápiacas, Barão de Melgaço, Itiquira, Luciara, Nova Monte Verde e Novo Santo Antônio. Verificou-se que no ano de 2007 a média de casos da dengue foi 5,61 casos, em 2008 com 2,09 casos e 33,32 casos em 2009 (Tabela 17). Apesar do predomínio de municípios de baixa transmissão com menos de 10 casos/10 mil hab. que foram: 26 (18,44%) em 2007, 21 (14,89%) em 2008 e 20 (14,18%) em 2009, destaca-se a presença de municípios de média transmissão com 10 a 30 casos: 3 (2,13%) em 2007 e 2 (1,42%) em 2009 e municípios de alta tranmsissão com igual ou maior de 30 casos: no ano de 2007 com 2 (1,42%) e 6 (4,25%) em 2009. Quanto aos à infestação vetorial todos apresentaram situação de satisfatório: 31 (21,98%) em 2007, 21 (14,89%) em 2008 e 28 (19,86%) em 2009 (Tabela 17). Na tabela 18, demonstrou-se a descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade espacial intermediária do Q3 (+/-) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 96 Tabela 18-Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade espacial intermediária (Q3) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Cluster/áre a Características Municípios n° (total 141) < 10 mil hab (pequeno porte) de 10 a 100 mil hab N° de (médio porte) municípios igual ou maior de 100mil hab (grande porte) mínimo máximo N° de casos média <10 casos (baixa incidência) Q3(+/-) Classificação de 10 a 30 casos Incidência e de Incidência (média incidência) Q3(+/-) IIP (10mil hab) igual ou maior de 30 casos (alta incidência) <1 (satisfatório) de 1 a 3,9 (alerta) Classificação igual ou maior 3,9 IIP(%) (risco) sem informação Sorotipos detectados Federais Estaduais Rodovias Sem rede viária estadual ou federal 2007 1 1 (%) 0,71 0,71 2008 3 (%) 2,13 2009 4 (%) 2,84 1 0,71 2 1,42 2 1,42 1 0,71 1 0,71 105 176 134,3 3 757 106 3841 1108, 5 1 0,71 3 2,13 4 2,84 1 0,71 1 2 0,71 1,42 4 2,84 1,42 0,71 1 1 3 0,71 0,71 2,13 1 0,71 2 1 Na tabela 19 observa-se a descrição da autocorrelação espacial dos municípios matogrossenses que estavam na área da vulnerabilidade espacial intermediária Q4(-/+), no período de 2007 a 2009. 97 Tabela 19 - Descrição da autocorrelação espacial da área de vulnerabilidade espacial intermediária (Q4) nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Características Municípios n° (total 141) < 10 mil hab (pequeno porte) de 10 a 100 mil hab N° de (médio porte) municípios igual ou maior de 100mil hab (grande porte) mínimo N° de casos máximo média <10 casos (baixa incidência) Q4(-/+) Classificação de 10 a 30 casos Incidência e de Incidência (média incidência) Q4(-/+) IIP (10mil hab) igual ou maior de 30 casos (alta incidência) <1(satisfatório) Classificação de 1 a 3,9 (alerta) IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) Sorotipos detectados Federais Estaduais Rodovias Sem rede viária estadual ou federal Cluster/áre a 2007 10 (%) 7,09 2008 6 (%) 4,25 2009 13 (%) 9,22 6 4,25 4 2,84 11 7,80 4 2,84 2 1,42 2 1,42 0 82 20,2 2 1,42 0 17 8,83 4 2,84 0 181 33,23 3 2,13 6 4,25 2 1,42 1 0,71 2 1,42 10 7,09 10 7,09 6 4,25 13 9,22 2 8 1,42 5,67 2 4 1,42 2,84 2 11 1,42 7,80 Na área de Vulnerabilidade espacial intermediária, foram observadas duas situações: os municípios localizados no Q3 (os municípios com a Incidência de dengue e o IIP acima da média e seus vizinhos abaixo da média) e os municípios localizados no Q4 (municípios com a Incidência de dengue e o IIP abaixo da média e seus vizinhos acima da média). Esses municípios apresentaram autocorrelação espacial negativa, onde a Incidência de dengue e o IIP dos municípios não se assemelham à média de seus vizinhos. Dos municípios de Vunerabilidade espacial (Q3 = os municípios com a Incidência de dengue e o IIP acima da média e seus vizinhos abaixo da média) a área em 2007 foi composto por 1 (0,71%) em 2008, 3 (2,13%) e em 2009 com 4 (2,84%) municípios e com 98 Incidência superior a 30 casos/10 mil hab e as médias de casos por município de 757, 134,33 (105 a 176) e 1.108,5 (de 106 a 3.841) em 2007, 2008 e 2009 respectivamente. Apenas 1 (0,71%) município em 2008 e 2 (1,42%) municípios em 2009 contavam com a população de pequeno porte. Dentre os municípios com a população de médio porte foram 1 (0,71%) município em 2007, 2 (1,42%) municípios em 2008 e 1 (0,71%) município em 2009. Somente o ano de 2009 apresentou 1 (0,71%) município com a população de grande porte. O sorotipo circulante DEN-1 e 2 foi identificado somente em um município (Várzea Grande) no ano de 2009. Em relação ao IIP os municípios que apresentaram situação de satisfatório foi 1 (0,71%) em 2007 e 2008. Os municípios que apresentaram com situação de risco em 2008 foram 2 (1,42%) e em 2009 foram 4 (2,84%)(Tabela19). Dos municípios de Vunerabilidade espacial (Q4= os municípios com a Incidência de dengue e o IIP abaixo da média e seus vizinhos acima da média) houve diminuição de municípios de 10 (7,09%) em 2007 para 6 (4,25%) municípios em 2008 e aumentou para 13 (9,22%) municípios em 2009. A média dos casos da dengue nessa área foi de 20,2 casos (0 a 82), 8,83 casos (0 a 17) e 33,23 casos (0 a 161), respectivamente em 2007, 2008 e 2009. Na classificação da incidência de dengue os municípios com baixa transmissão de dengue: 2 (1,42%) em 2007, 4 (2,84%) em 2008 e 3 (2,13%) em 2009; na média transmissão de dengue: 6 (4,25%) em 2007, 2 (1,42%) em 2008 e 1 (0,71%) em 2009. Os municípios na alta transmissão de dengue: 2 (1,42%) em 2007 e 10 (7,09%) em 2009. Apresentaram a população de pequeno porte: 6 (4,25%) municípios em 2007, 4(2,84%) municípios em 2008 e 11 (7,80%) municípios em 2009; população de médio porte foram: 4 (2,84%) municípios em 2007, 2 (1,42%) municípios em 2008 e 2009 (Tabela 19). 5.2.4 Análise da autocorrelação espacial da incidência de dengue, segundo a classificação do Índice de Infestação Predial Classificação de IIP<1% (satisfatório) Na tabela 20, observa-se a descrição da autocorrelação espacial dos municípios da área de maior transmissão da dengue (Q1), de acordo com a classificação do IIP com situação de satisfatório nos municípios matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 99 Tabela 20-Descrição da autocorrelação espacial da área de maior transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Cluster/ár ea Características Múnicípios (total 141) n° 2007 n 15 < 10 mil hab (pequeno 8 porte) de 10 a 100 mil hab 6 N° de (médio porte) municípios igual ou maior de 1 100mil hab (grande porte) mínimo 60 1444 n° de casos máximo média 318,13 <10 casos (baixa incidência) Classificaçã o de de 10 a 30 casos (média 1 Incidência incidência) (10mil hab) igual ou maior de 30 14 Q1(+/+) casos( alta incidência) Incidência <1 (satisfatório) 15 de 1 a 3,9 (alerta) Classificaçã o IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) Q1(+/+) alta receptividade Q2(-/-) baixa 7 receptividade Box Map Q3(+/-) intermediária 3 IIP receptividade Q4(-/+) intermediária 5 receptividade Sorotipos detectados Rodovias Federais Estaduais Sem rede viária estadual ou federal 1 6 6 3 2008 2009 (%) 10,63 n 13 % 9,22 n 5 % 3,55 5,67 8 5,67 4 2,84 4,25 5 3,54 1 0,71 0,71 19 320 108,54 132 605 257,8 0,71 3 2,13 9,93 10 7,09 5 3,55 10,63 13 9,22 5 3,55 4,96 10 7,09 1 0,71 2,13 1 0,71 3,54 2 1,42 4 2,84 0,71 4,25 4,25 2,13 2 9 2 1,42 6,38 1,42 4 1 2,85 0,71 Na área de maior transmissão da dengue em relação à situação do IIP com < 1% considerados como satisfatório, observou-se (Tabela 20) que nos municípios com população de menor porte: 8 (5,67%) municípios em 2007, 8 (5,67%) municípios em 2008 e 4 (2,84%) municípios em 2009. Com a população de médio porte foram 6 (4,25%) municípios em 2007, 5 (3,54%) municípios em 2008 e somente 1 (0,71%) município em 2009. Somente 1 (0,71%) município com a população grande porte (Tabela 20). 100 Dos 141 municípios do Estado de Mato Grosso com IIP <1% que estavam na área de alta transmissão da dengue foram 15 (10,63%) municípios no ano de 2007, 13 (9,22%) municípios em 2008 e 5 (3,55%) municípios em 2009. As médias dos casos por município foram de 314,8 (2007); 108,54 (2008) e 257,8 (2009) (Tabela 20). Na classificação de incidência de dengue em relação ao IIP, observamos os municípios considerados de média incidência de dengue com 1 (0,71%) município em 2007 e 2008 com 3 (2,13%) municípios comparando-se com os município que apresentaram-se na alta incidência de dengue: 14 (9,93%) municípios em 2007, 10 (7,09%) municípios em 2008 e 5 (3,55%) municípios em 2009 (Tabela 20). Outro ponto analisado foi em relação à autocorrelação espacial do Box Map e os IIP com satisfatórios. No período de 2007 não ocorreu municípios no quadrante 1 (+/+), no quadrante 2 (-/-) apresentaram 7 (4,96%) municípios, no quadrante 3 (+/-) 3 (2,13%) municípios e no quadrante 4 (-/+) foram 5 (3,54%) municípios. No ano de 2008 o quandrante 1(+/+) não apresentou município, o quadrante 2 (-/-) foram 10 (7,09%) municípios, o quadrante 3 (+/-) com 1 (0,71%) município e no quadrante 4 (-/+) com 2 (1,42%) municípios. No ano de 2009 o quadrante 1 (+/+) e 3 (-/+) não apresentaram municípios, o quadrante 2 (-/-) com 1 (0,71%) município e quadrante 4 (-/+) com 4 (4,81%) municípios (Tabela 20). A Tabela 21 apresenta a autocorrelação espacial da área de menor transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 101 Tabela 21- Descrição da autocorrelação espacial da área de menor transmissão da dengue, segundo a classificação do IIP como satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Área Características Múnicípios (total 141) n° 2007 n (%) 45 31,95 2008 n (%) 57 40,42 2009 n (%) 38 26,95 < 10 mil hab 31 21,98 32 22,70 21 (pequeno porte) de 10 a 100 mil hab 14 9,92 24 17,01 17 N° de (médio porte) municípios igual ou maior de 1 0,71 100mil hab (grande porte) mínimo 0 0 0 máximo 71 66 245 n° de casos média 6,18 8,21 38,42 <10 casos (baixa 4 2,84 49 34,71 22 incidência) de 10 a 30 casos 3 2,13 8 5,67 4 Classificação de (média incidência) Incidência igual ou maior de 30 38 26,95 12 (10mil hab) casos (alta Q2(-/-) incidência) Incidência <1 (satisfatório) 45 31,95 57 40,42 38 Classificação de 1 a 3,9 (alerta) IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) Q1(+/+) maior 9 6,38 receptividade Q2(-/-) menor 31 21,98 23 16,31 30 receptividade Q3(+/-) 5 3,54 intermediária Box Map (IIP) receptividade Q4(-/+) 14 9,93 20 14,18 8 intermediária receptividade Sorotipos detectados 1 0,71 Federais 8 5,67 13 9,23 8 Estaduais 35 24,82 42 29,79 28 Rodovias Sem rede viária 2 1,42 2 1,42 2 estadual ou federal 14,89 12,06 15,60 2,84 8,51 26,95 21,28 5,67 5,67 19,86 1,42 Nos municípios da área de baixa transmissão da dengue e em relação à classificação do IIP como satisfatório, observou-se que foi à área com maior concentração 102 de municípios em 2007 com 45 (31,91%) municípios, no ano de 2008 com 57 (40,42%) municípios e em 2009 foram 38 (26,95%) municípios. A média de casos por municípios foram 6,18 (2007), 8,21 (2008) e 38,42 (2009) (Tabela 21). Na distribuição quanto à população pequeno porte: 31 (21,98%) municípios em 2007, 32 (22,70%) municípios em 2008 e 21 (14,89%) municípios em 2009. Com a população de médio porte foram 14 (9,92%) municípios em 2007, 24 (17,01%) municípios em 2008 e 17 (12,06%) municípios em 2009. Os municípios de grande porte: 1 (0,71%) município em 2007 e 2008. Na classificação da incidência os municípios na área de baixa incidência foram 4 (2,84%) municípios em 2007, 49 (34,71%) municípios em 2008 e 22 (15,60%) municípios em 2009. Os municípios considerados com média incidência (de 10 a 30 casos por 10.000 hab) também apresentaram essa diminuição: 3 (2,13%) municípios em 2007, 8 (5,67%) municípios em 2008 e 4 (2,84%) municípios em 2009. Somente os anos de 2007 com 38 (26,95%) e 2009 com 12 (8,51%) apresentaram os municípios com alta incidência de dengue. Dos municípios localizados no Box Map da autocorrelação espacial do IIP, durante o período de 2007 no quadrante 2 (-/-) encontrou-se 31 (21,98%) municípios e no quadrante 4 (-/+) com 14 (9,93%) municípios. No ano de 2008 foram 9 (6,38%) municípios no quadrante 1 (+/+), 23 (16,31%) municípios no quadrante 2 (-/-) e 5 (3,54%) municípios no quadrante 3 (+/-) e 20 (14,18%) municípios no quadrante 4 (-/+). No ano de 2009 no quadrante 2 (-/-) com 30 (21,28%) municípios e 8 (5,67%) municípios no quadrante 4 (-/+). Na Tabela 22 observa-se as características dos municípios da área de transmissão intermediária da dengue Q3 (+/-) que apresentaram o IIP menor de 1% nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 103 Tabela 22- Características dos municípios da área de transmissão intermediária da dengue (Q3) com IIP menor de 1% nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Área Características Municípios (total 141) 2007 n° < 10 mil hab (pequeno porte) N° de de 10 a 100 mil hab municípios (médio porte) igual ou maior de 100mil hab (grande porte) mínimo máximo n° de casos média <10 casos (baixa Classificação incidência) de Incidência de 10 a 30 casos (média (10mil hab) incidência) igual ou maior de 30 casos (alta incidência) <1(satisfatório) Q3(+/-) Incidência Classificação de 1 a 3,9(alerta) igual ou maior 3,9 IIP(%) (risco) sem informação Q1(+/+) alta receptividade Q2(-/--) baixa Box Map receptividade (IIP) Q3(+/-) intermediária receptividade Q4(-/+) intermediária receptividade Sorotipos detectados Federais Estaduais Rodovias Sem rede viária estadual ou federal 2008 2009 n (%) n (%) n (%) 8 5,67 8 5,67 10 7,09 5 3,54 4 2,84 6 4,25 3 2,13 4 2,84 4 2,84 38 657 204,38 10 176 87,5 34 1475 465,6 8 5,67 8 5,67 10 7,09 8 5,67 8 5,67 10 7,09 1 0,71 2 1,42 2 1,42 2 1,42 6 1 0,71 1 0,71 4 2,84 3 2,13 4 2,84 3 4 2,13 2,84 2 6 1,42 3 4,25 7 2,13 4,96 1 0,71 4,25 Nos municípios localizados na área intermediária do Q3 considerando ao número de habitantes com a população de pequeno porte observou-se que: 5 (3,54%) municípios em 2007, 4 (2,84%) municípios em 2008 e 6 (4,25%) municípios em 2009 e a população de médio porte: 3 (2,13%) municípios em 2007, 4 (2,84%) municípios em 2008 e também em 2009 (Tabela 22). 104 Os municípios na área intermediária Q3 foram distribuídos no ano de 2007 e 2008 com 8 (5,67%) municípios e no ano de 2009 com 10 (7,09%) municípios. A média dos casos por municípios em 2007 com 204,38, no ano de 2008 com 87,5 e em relação ano de 2009 foi de 465,6 que também apresentou a maior média de casos por municípios em relação aos outros quadrantes em relação ao período de 2007 a 2009 e comparação com os próprios quadrantes no ano de 2009 (Tabela 22). Houve também quanto à classificação da incidência da dengue, no qual todos os municípios foram classificados com média incidência de dengue: 8 (5,67%) municípios em 2007 e 2008 e 10 (7,09%) municípios em 2009 (Tabela 22). Na autocorrelação espacial do Box Map do IIP os municípios foram classificados no de 2007: 1 (0,71%) no quadrante 1 (+/+); 2 (1,42%) no quadrante 2 (-/-); 1 (0,71%) no quadrante 3 (+/-) e 4 (2,84%) no quadrante 4 (-/+). No ano de 2008: 2 (1,42%) no quadrante 1 (+/+) e no quadrante 2 (-/-); 1 (0,71%) no quadrante 3 (+/-) e 3 (2,13%) no quadrante 4 (-/+). No ano de 2009: 6 (4,25%) no quadrante 2 (-/-) e 4 (2,84%) no quadrante 4 (-/+) (Tabela 22). Na tabela 23, descreve as características dos municípios da área de transmissão intermediária da dengue (Q4) com IIP satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. 105 Tabela 23- Características dos municípios da área de transmissão intermediária da dengue (Q4) com IIP satisfatório nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Área Características 2007 Municípios n° n (%) (total 141) < 10 mil hab 22 15,60 (pequeno porte) de 10 a 100 mil 12 8,51 N° de hab (médio porte) municípios igual ou maior de 10 7,09 100mil hab (grande porte) mínimo 0 n° de casos máximo 82 média 23,36 <10 casos (baixa 8 5,67 incidência) Classificação de 10 a 30 casos 9 6,38 de Incidência (média incidência) (10mil hab) igual ou maior de 5 3,54 30 casos (alta incidência) <1(satisfatório) 22 15,60 Q4(-/+) Classificação Incidência IIP(%) de 1 a 3,9 (alerta) igual ou maior 3,9 (risco) Q1(+/+) alta 1 0,71 receptividade Q2(-/-) baixa 10 7,09 Box Map receptividade (IIP) Q3(+/-) 1 0,71 intermediária receptividade Q4(-/+) 10 7,09 intermediária receptividade Sorotipos detectados Federais 5 3,54 Estaduais 15 10,64 Rodovias Sem rede viária 2 1,42 estadual ou federal . 2008 n (%) 2009 n (%) 22 25 17,73 14 15,6 0 9,92 14 9,92 8 5,67 11 7,80 0 37 5,32 17 5 0 228 53,24 12,5 5 6 3,54 4 3,54 2,84 16 11,35 22 15,6 0 25 17,73 16 11,3 5 12 8,51 6 4,25 13 3 3 16 2,13 2,13 11,3 5 9,22 5 16 4 3,54 11,35 2,84 106 Na área intermediária do Q4 foram identificados: 22 (15,60%) municípios em 2007 e também em 2008 e 25 (17,73%) municípios em 2009. A média de casos em 2007 foi de 23,36 e em 2008 com 5,32 e em relação ano de 2009 com 53,24 (Tabela 23). Ao analisamos os números de municípios com a população pequeno porte no ano de 2007 foram 12 (8,51%) municípios e em relação ao ano de 2008 e também de 2009 com 14 (9,92%) municípios. Os municípios que apresentaram a população com médio porte no ano de 2007 foram 10 (7,09%) e em 2008 com 8 (5,67%) e em 2009 com 11 (7,80%). A classificação da incidência de dengue os municípios que apresentaram baixa incidência de dengue foram 8 (5,67%) em 2007, 17 (12,56%) em 2008 e 5 (3,54%) em 2009. Os municípios na média incidência dengue foram 9 (6,38%) em 2007, 5 (3,55%) em 2008 e 4 (2,84%) em 2009. Os municípios com alta incidência de dengue foram 5 (3,54%) em 2007 e 16 (11,35%) em 2009 (Tabela 23). Na auto correlação espacial do IIP no ano de 2007: 1 (0,71%) município no Q1 e no Q3, 2 (1,42%) municípios no Q2 e 4 (2,84%) município no Q4. No ano de 2008: 16 (11,35%) municípios no Q2 e 6 (4,25%) municípios no Q4. No ano de 2009 foram 12 (8,51%) municípios no Q2 e 13 (9,22%) municípios no Q3 (Tabela 23). 107 Situação do Índice de Infestação com situação de alerta Na tabela 24, retrata as características dos municípios matogrossenses da área de maior transmissão da dengue que estavam em situação de alerta pelo IIP, no período de 2007 a 2009. Tabela 24- Características dos municípios da área de maior transmissão da dengue em situação de alerta pelo IIP com nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Áreas Características 2007 2008 Municípios n° n (%) n (%) (total 141) < 10 mil hab 13 9,22 4 2,84 (pequeno porte) de 10 a 100 mil hab 5 3,54 N° de (médio porte) municípios igual ou maior de 8 5,67 4 2,84 100mil hab (grande porte) mínimo 58 96 711 808 N° de casos máximo média 247,62 353,5 <10 casos (baixa incidência) Classificaçã de 10 a 30 casos o de (média incidência) Incidência igual ou maior de 30 13 9,22 4 2,84 (10mil hab) casos (alta incidência) Q1(+/+) <1 (satisfatório) Incidên Classificaçã de 1 a 3,9 (alerta) 13 9,22 4 cia o IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) Q1(+/+) alta 9 6,38 1 0,71 receptividade Q2(-/-) baixa receptividade Box Map Q3(+/-) 4 2,84 3 2,13 IIP intermediária receptividade Q4(-/+) intermediária receptividade Sorotipos detectados Federais 3 2,13 3 2,13 Estaduais 10 7,09 1 0,71 Rodovias Sem rede viária estadual ou federal 2009 n (%) 19 13,48 2 1,42 17 12,56 36 3832 829,89 19 13,48 18 1 12,77 0,71 16 11,35 3 2,13 2 7 10 1,42 4,96 7,09 108 Nos municípios localizados na área considerada de maior transmissão da dengue e a relação com índice de infestação predial observou-se (tabela 25) que estavam distribuídos, municípios com pequeno porte: 5 (3,54%) em 2007 e 2 (1,42%) municípios em 2009, municípios com médio porte: 8 (5,67%) em 2007, 4 (2,84%) em 2008 e 17 (12,56%) em 2009 (Tabela 24). Nessa área de maior transmissão da dengue os municípios estavam distribuídos: 13 (9,22%) municípios em 2007; 4 (2,84%) municípios em 2008 e 19 (13,48%) municípios em 2009 e apresentaram aumento na média de números de casos por municípios como 247,62 (2007), 353,5 (2008) e 829,89 (2009). Na classificação da incidência de dengue durante o período de 2007 a 2009 todos os municípios estavam na alta incidência de dengue 13 (9,22%) em 2007, 4 (2,84%) em 2008 e 19 (13,48%) em 2009 (Tabela 24). Na autocorrelação espacial do Box Map do IIP os quadrantes durante o período de 2007 a 2009 ficaram no Q1 e Q3. No ano de 2007: 9 (6,38%) municípios no Q1 e 4 (2,84%) municípios no Q2. No ano de 2008: 1 (0,71%) município no Q2 e 3 (2,13%) municípios no Q3. No ano de 2009: 16 (11,35%) municípios no Q2 e 3 (2,13%) municípios no Q3 (Tabela 24). Na tabela 25, descrevem-se as características dos municípios matogrossenses da área de Menor transmissão da dengue que foram considerados com situação de alerta pelo IIP, no período de 2007 a 2009. 109 Tabela 25- Características dos municípios da área de Menor transmissão da dengue em situação de alerta pelo IIP com nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Áreas Características Municípios (total 141) n° 2007 2008 2009 n (%) n (%) n (%) 23 16,31 27 19,1 15 10,64 3,54 10 7,09 6 4,25 10,63 14 9,93 9 6,38 2,13 3 2,13 5,67 43,63 14 9,93 146,73 5 3,54 5,67 7 4,96 4 2,84 4,96 6 4,25 6 4,25 16,31 3 1 2,13 0,71 15 10,64 8,51 19 13,48 9 6,38 7,80 8 5,67 6 4,25 0,71 1 4,96 4 14,18 9 2 0,71 2,84 6,38 1,42 < 10 mil hab 5 (pequeno porte) de 10 a 100 mil hab 15 N° de (médio porte) municípios igual ou maior de 3 100mil hab (grande porte) mínimo 0 N° de casos máximo 856 média 89,61 <10 casos (baixa 8 incidência) Classificação de 10 a 30 casos 8 de Incidência (média incidência) (10mil hab) igual ou maior de 30 7 casos (alta Q2(-/-) incidência) Incidên <1 (satisfatório) cia Classsificaçã de 1 a 3,9 (alerta) 23 o IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) Q1(+/+) alta 12 receptividade Q2(-/-) baixa receptividade Box Map Q3(+/-) 11 (IIP) intermediária receptividade Q4(-/+) intermediária receptividade Sorotipos detectados Federais 9 Estaduais 14 Rodovias Sem rede viária estadual ou federal 1 6,38 9,93 7 20 Na área de menor transmissão da dengue os municípios estavam distribuídos quanto à população de pequeno porte: 5 (3,54%) municípios em 2007, 10 (7,09%) 110 municípios em 2008 e 6 (4,25%) municípios em 2009. Com a população de médio porte foram 15 (10,63%) municípios em 2007, 14 (9,93%) municípios em 2008 e 9 (6,38%) municípios em 2009. Os municípios com grande porte: 3 (2,13%) município em 2007 e 2008 (Tabela 25). Os municípios considerados área de menor transmissão da dengue apresentaram 23 (16,31%) municípios em 2007, 27 (19,1%) municípios em 2008 e 15 (10,64%) municípios em 2009. A média dos casos por municípios foram: 89,61 (2007), 43,63 (2008) e 146,73 (2009). Na classificação da incidência de dengue a distribuição dos municípios ocorreu da seguinte forma na área de baixa incidência: 8 (5,67%) municípios em 2007, 14 (9,93%) municípios em 2008 e 5 (3,54%) municípios em 2009. Os municípios considerados com média incidência foram: 8 (5,67%) municípios em 2007, 7 (4,96%) municípios em 2008 e 4 (2,84%) municípios em 2009. Os municípios que apresentaram com alta incidência de dengue foram: 7 (4,96%) municípios em 2007, 6 (4,25%) municípios em 2008 e 6 (4,25%) municípios em 2009 (Tabela 25). Dos municípios na área de menor transmissão da dengue e em relação à classificação do IIP com situação de alerta. No quadrante 1 (+/+) em 2007 estavam 23 (16,31%), no ano de 2008 foram 27 (19,1%) e em relação ano de 2009 foram 15 (10,64%). A autocorrelação espacial do IIP durante o período de 2007 apontou-se no quadrante 1 (+/+) com 12 (8,51%) municípios e o quadrante 3 (+/-) com 11 (7,80%) municípios. No ano de 2008 foram 19 (13,48%) municípios no quadrante 1 (+/+) e 8 (5,67%) municípios no quadrante 3 (+/-). No ano de 2009 somente o quadrante 1 (+/+) com 16 (11,35%) municípios e 6 (4,25%) municípios no quadrante 3 (+/-) (Tabela 25). Na tabela 26, descreve-se as características dos municípios matogrossenses da área de transmissão intermediária Q3(+/-) da dengue que foram considerados com situação de alerta pelo IIP, no período de 2007 a 2009. 111 Tabela 26- Características dos municípios da área intermediária (Q3) de transmissão da dengue em situação de risco pelo IIP com nos municípios Matogrossenses, no período de 2007 a 2009. Área Características Municípios (total 141) N° de municípios N° de casos n° < 10 mil hab (pequeno porte) de 10 a 100 mil hab (médio porte) igual ou maior de 100 mil hab (grande porte) mínimo máximo 2007 n (%) 8 5,67 2008 n (%) 6 4,25 2009 n (%) 11 7,80 1 0,71 2 1,42 4 2,84 7 4,96 4 2,84 5 3,54 2 1,42 129 673 média 315,38 <10 casos (baixa 1 Classificaçã incidência) o de de 10 a 30 casos 3 Incidência (média incidência) (10mil hab) igual ou maior de 30 4 Q3(+/-) casos (alta incidência) Incidênc ia <1 (satisfatório) Classificaçã de 1 a 3,9 (alerta) 8 o IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) Q1(+/+) alta receptividade Q2(-/-) baixa Box Map receptividade (IIP) Q3(+/-) intermediária 8 receptividade Q4(-/+) intermediária receptividade Sorotipos detectados Federais 2 Estaduais 6 Rodovias Sem rede viária estadual ou federal 26 324 124 12.49 2 1.911 97,17 0,71 2,13 1 0,71 2,84 5 3,54 11 7,80 5,67 6 4,25 11 7,80 4 2,84 7 4,96 2 1,42 4 2,84 1,42 2,84 2 6 5 1,42 4,25 3,54 5,67 1,42 4,25 2 4 Na área intermediária (Q3) observou-se (tabela 27) que apresentava nos municípios com população de pequeno porte: 1 (0,71%) municípios em 2007, 2 (1,42%) municípios em 2008 e 4 (2,84%) municípios em 2009 e a população de médio porte: 7 (4,96%) municípios em 2007, 4 (2,84%) municípios em 2008 e 5 (3,54%) municípios em 2009 (Tabela 25). 112 Observa-se que a distribuição dos municípios localizados no Q3 foram: 8 (5,67%) em 2007, 6 (4,25%) em 2008 e 11 (7,80%) em 2009. A média dos casos por municípios apresentados em 2007 com 315,38, no ano de 2008 com 97,17 e em relação ano de 2009 foi de 1.991 casos, sendo considerado a maior média de casos por municípios em relação aos outros quadrantes em relação ao período de 2007 a 2009 e comparação com os próprios quadrantes no ano de 2009. Quanto à classificação da incidência da dengue, somente com 1 (0,71%) município em 2008 foi considerado como média incidência de dengue. Os municípios com alta incidência de dengue: 8 (5,67%) em 2007, 5 (3,54%) em 2008 e 11 (7,80%) em 2009 (Tabela 25). Na autocorrelação espacial do IIP no ano de 2007 os 8 (5,67%) pertenceram o quadrante 3 (+/-). No ano de 2008 foram 4 (2,84%) municípios e quadrante 3 (+/-) com 2 (1,42%) municípios. No ano de 2009 foram 7 (4,96%) municípios no quadrante 1 (+/+) e 4 (2,84%) municípios no quadrante 3 (+/-). Na tabela 27, observa-se os municípios matogrossenses da área de transmissão intermediária Q4(-/+) que se encontram em situação de risco pelo IIP. 113 Tabela 27- Características dos municípios da área intermediária (Q4) de transmissão da dengue em situação de risco pelo IIP nos municípios Matogrossenses, no período 2007 a 2009. Área Características Municípios (total 141) 2007 n n° 8 < 10 mil hab (pequeno porte) 5 de 10 a 100 mil hab N° de (médio porte) 3 municípios igual ou maior de 100mil hab (grande porte) mínimo 1 N° de casos máximo 126 média 43,38 <10 casos (baixa incidência ) 1 Classificação de 10 a 30 casos de Incidência (média incidência) 3 (10mil hab) igual ou maior de 30 Q4(-/+) casos (alta incidência) 4 Incidência <1 (satisfatório) Classificação de 1 a 3,9 (alerta) 7 IIP(%) igual ou maior 3,9 (risco) 1 Q1(+/+) alta receptividade 6 Q2(-/-) baixa Box Map receptividade (IIP) Q3(+/-) intermediária receptividade 2 Q4(-/+) baixa receptividade Sorotipos detectados Federais 1 Estaduais 7 Rodovias Sem rede viária estadual ou federal 2008 (%) n 5,67 3 (%) 2,13 3,54 2,13 3 2,13 9 42 25,67 2009 n (%) 18 12,76 10 7,09 8 5,67 2 380 82,67 0,71 1 0,71 3 2,13 2,13 1 0,71 5 3,54 2,84 1 0,71 10 7,09 4,96 3 2,13 18 12,76 4,25 1 0,71 14 9,93 1,42 2 1,42 4 2,84 0,71 4,96 1 2 0,71 1,42 3 15 2,13 10,64 0,71 Na área intermediária do (Q4) foram identificados: 8 (5,67%) municípios em 2007, 3 (2,13%) município em 2008 e 18 (12,76%) municípios em 2009. A média de casos em 2007 foi de 43,38, em 2008 25,67 e em 2009 82,67 (Tabela 27). Os municípios com a população de pequeno porte no ano de 2007 foram 5 (3,54%) municípios e 10 (7,09%) municípios em 2009. Os municípios que apresentaram a 114 população com médio no ano de 2007 foram 3 (2,13%) e em 2008 com 3 (2,13%) municípios e em 2009 com 8 (5,67%) municípios. Na classificação da incidência de dengue, os municípios que apresentaram baixa incidência de dengue foram 1 (0,71%) em 2007 e também em 2008 e 3 (2,13%) em 2009. Os municípios na média incidência da dengue foram 3 (2,13%) em 2007, 1 (0,71%) em 2008 e 5 (3,54%) em 2009. Os municípios com alta incidência de dengue foram 4 (2,84%) em 2007, 1 (0,71%) em 2008 e 10 (7,09%) em 2009 (Tabela 27). Na auto correlação espacial do IIP no ano de 2007: 6 (4,25%) município no Q1 e 2 (1,42%) municípios no Q3. No ano de 2008: 1 (0,71%) município no Q1 e 2 (1,42%) municípios no Q3. No ano de 2009 foram 14 (9,93%) municípios no Q1 e 4 (2,84%) municípios no Q3 (Tabela 27). Situação do Índice de Infestação com situação de risco (>3,9%) Apenas o município de São José dos Quatros Marcos foi classificado como em situação de alerta em todo o período estudado. O apresentaram o IIP de 4,91% em 2007 e 4,42% em 2009. A Incidência de dengue foi 28,95 em 2007 e 165,18 em 2009. Em comparação com o Box Map da Incidência de dengue de 2007 estava na área de transmissão intermediária Q4 passando para a área de maior transmissão em 2009 e em relação ao IIP de 2007 a 2009, apresentou-se na área de maior receptividade. O município de Santa Rita do Trivelato apresentou IIP no ano de 2008 com 4,76, porém a incidência de dengue foi 7,65 considerada baixa. No Box map da incidência de dengue estava na área de menor transmissão da dengue e na área de maior receptividade da dengue somente no ano de 2008 e 2009. 115 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS No período de 2007 a 2009, foram registrados 70.512 casos de dengue no Estado de Mato Grosso correspondendo a 21,77% em 2007, 8,44% em 2008 e 69,8% em 2009 do total de casos. Houve registro de circulação dos vírus DEN-1 e DEN-2 em Cuiabá, Juína, Juruena, Rondonópolis e Várzea Grande e de DEN-3 em Acorizal, Alta Floresta, Primavera do Leste e Cuiabá (GIRARDI, 2010). A reintrodução de DEN-1 e 2 no estado possivelmente está relacionada com o aumento de casos na faixa etária menor de 14 anos, grupo etário não exposto às epidemias ocorridas em 2003 e 2004. Houve o predomínio da forma da dengue clássica em todos os anos, porém ocorreu o aumento da forma FHD e da dengue com complicações juntamente com o aumento da letalidade em 2009. O aumento da gravidade e da letalidade pode ser atribuído, segundo TEIXEIRA (1999) a entrada de novos sorotipos de dengue ou a reintrodução de antigos. O sexo feminino foi o mais acometido pela doença, fato esse que pode estar vinculado ao comportamento do vetor Aedes aegypti encontrado mais frequentemente em ambientes urbanos, cuja transmissão está localizada predominantemente no intradomicílio, onde as mulheres e crianças passam a maior parte do tempo (LIMA-CAMARA et al., 2006). Em relação ao Índice de Infestação Predial (IIP), 63,83% (90) dos municípios em 2007, 70,92% (100) em 2008 e 55, 32% (78) em 2009 apresentaram o IIP em níveis aceitáveis, isto é, IIP como satisfatório, abaixo de 1% de imóveis visitados nesses municípios apresentaram infestação pelas larvas do mosquito Aedes aegypti. Destaca-se, no entanto, que desses municípios, 34,44% (31) em 2007 com IIP como satisfatório, apresentaram a Incidência de Dengue acima de 30 casos/10 mil hab, 21% (21) em 2008 e, 55,13% (43) em 2009. Desses, 7 municípios (Alta Floresta, Araguaiana, Colíder, Conquista do Oeste, Nova Canaã do Norte, Nova Santa Helena e São José do Xingu) apresentaram IIP em nível satisfatório e Alta Incidência (maior que 30/10 mil hab) nos três anos seguidos. Todos os municípios de grande porte apresentaram-se em estado de alerta (IIP entre 1 a 3,9%) com exceção do município de Sinop que se apresentou como nível satisfatório, com IIP de 0,85% e 0,83% em 2007 e 2008 respectivamente. Nos municípios de grande porte (acima de 100 mil habitantes), observou-se que Rondonópolis 116 apresentou baixa incidência, Cuiabá e Várzea Grande média incidência e Sinop alta incidência em 2007, todos foram de baixa incidência em 2008 e alta incidência em 2009. No período de 2007 a 2009 a incidência dos casos da dengue no Estado de Mato Grosso apresentou-se como de alta incidência no ano de 2007 (61,15/10mil) e com declínio em 2008, estratificada como média incidência (20,11/10mil) e aumentando em 2009 (163,95/10mil). Em 2008, 22,70% (32) municípios não registraram casos e 41,84% (59) apresentaram menos de 10 casos por 10 mil habitantes. Apesar do ano de 2008 ser classificado como de média incidência, pode ser considerado como período interepidêmico, sinalizando final de uma epidemia provocada pela circulação do sorotipo DEN-3 e início de outra com a circulação concomitante do vírus DEN-1 e DEN-2. O aumento do IIP influenciou nas mudanças das áreas de menor transmissão e controle da dengue para as áreas de transmissão intermediárias e áreas de maior transmissão colocando em dúvidas as ações estratégicas voltadas para o combate ao vetor. A elevada incidência de casos em municípios com IIP baixo nos leva a constatar que o indicador utilizado é insuficiente para alertar sobre a receptividade à doença. A variável IIP que estabelece valores de situação que coloca os municípios com tranquilidade em relação à presença das larvas do vetor continua sendo questionável como apontado nos estudos de PIGNATTI (1996), DONÁLISIO (2002) e SOUZA et al (2007). As medidas de infestação e detecção dos vetores são indicadores proximais da densidade e infestação dos vetores. No entanto, diversos índices têm sido adotados para tal, como FERREIRA e CHIAVAROLITI (2007) que advogam que o índice de Breteau é o indicador ideal para a avaliação da densidade do vetor da dengue, pois combina as informações dos recipientes que acumulam água e as casas que são inspecionadas aliadas ao índice de pendência (IP) que expressa à relação entre os números de imóveis pesquisados e números não visitados existentes (GONÇALVES NETO e REBELO, 2004). Em relação à análise espacial, de acordo com a estratificação das áreas prioritárias no espelhamento do Índice de Moran, observou-se que o comportamento foi heterogêneo em relação à incidência de dengue e infestação do vetor classificadas como Q1(+/+): maior transmissão e maior receptividade; Q2(-/-): menor transmissão e menor receptividade; Q3(+/-) e Q4(-/+): intermediária transmissão e receptividade. A distribuição espacial da área de Maior Risco (Q1(+/+) de Incidência de casos e de Índice de Infestação Predial (IIP), identificadas pelo Box Map, apresentaram 8 (5,67%) municípios em 2007, 1 (0,70%) município em 2008 e 14 (9,93%) municípios em 2009. 117 Em 2007, os 8 municípios juntamente com seus vizinhos que apresentavam valores positivos similares (Q1) tanto para a Incidência de casos como para o IIP, indicaram autocorrelação espacial positiva. A média de casos por município foi de 227,63 casos/município (60 a 518 casos) e com presença de vetores nos imóveis em níveis de estado de alerta em municípios de médio porte (3 municípios) e pequeno porte (5 municípios), cortados pelas rodovias federais ou estaduais. Em 2008, apenas o Município de Confresa apresentou tanto a Incidência de casos como o IIP assemelhados aos seus municípios vizinhos, com 164 casos IIP classificados em alerta. Já em 2009, 14 municípios apresentaram autocorrelação espacial positiva tanto para Incidência de casos como para o IIP, média de casos por municípios de 756,57 (36 a 3.832 casos), no qual 13 municípios com IIP em alerta e o município de São José dos Quatros Marcos com IIP em risco, isto é, acima de 3,9%. Os municípios Figueiropólis, Jauru, Rio Branco e Sorriso estiveram nessa área em 2007 e em 2009. Os municípios de maior transmissão da dengue Q1(+/+) (alta vulnerabilidade e receptividade) estiveram concentrados na região centro sul e centro norte do estado, principalmente nos municípios da área de influência da BR-163, rodovia esta que percorre o estado de norte ao sul. Os municípios que são influenciados por esta rodovia são: Sinop, Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, apresentando um acelerado crescimento econômico e populacional nas ultimas décadas devido ao agronegócio. O município de Barra do Garças, classificado como de maior transmissão, está localizado na área de influência da BR 153 que liga a região nordeste do Estado até aos municípios vizinhos com o Estado do Pará e da BR 070 que faz interligação com o Estado de Goiás. O crescimento populacional das áreas urbanas nos municípios no entorno da rodovia BR-163 foi ocasionado pelo processo de ocupação e de desenvolvimento econômico do Estado de Mato Grosso, relacionado à expansão do agronegócio e trouxe como conseqüência a piora nas condições de saneamento básico e moradia. Os mecanismos de dispersão passiva/ativa dos vetores e mobilidade populacional pelo corredor da BR-163 podem ser considerados fatores de introdução da doença e ao encontrar, nestes municípios, as condições propícias de criadouros dos vetores e pessoas vulneráveis estabelece-se a transmissão. A partir dessa área, os mecanismos de dispersão se amplificam para os vizinhos. O aumento gradativo de notificação de casos de dengue e a infestação pelo vetor nos municípios da área analisada, observadas pelo comportamento da Incidência da doença 118 e IIP, mostraram-se não congruentes. Tal fato ocorreu também no Estado do Rio de Janeiro na epidemia de 2001 a 2003, apontado em trabalho realizado por CÂMARA (2007), onde os municípios classificados em situação satisfatória do vetor apresentaram registros de transmissão da dengue. Atribuem-se, como limites desse estudo, as falhas dos registros encontrados no banco de dados de investigação epidemiológica dos casos notificados no SINAN, conforme apontado por TOLEDO et.al (2005). Acresce a subnotificação do campo do diagnóstico final da ficha de investigação epidemiológica da dengue que passou de 30.144 notificações com este espaço sem preenchimento (CASALI, et al, 2004). Acrescenta-se que o sistema SISFAD também apresentou falhas na periodicidade de alimentação do banco. Esta questão pode ter levado municípios com falsa situação de satisfatória ou até mesmo com valor igual a zero da infestação do vetor. Em relação à análise espacial, devido ao fato do período ser considerado inter epidêmico, não foi possível traçar um padrão da influência dos vizinhos no período, mas sim para os anos de 2007, 2008 e 2009. Recomenda-se que as ações de controle da dengue sejam tomadas independentes das medições do índice de infestação vetorial e a vigilância de casos deve ser continuas para redução de gravidade. 119 7. REFERÊNCIAS Andrade CLT, Szwarcwald CL. Análise espacial da mortalidade neonatal precoce no Município do Rio de Janeiro, 1995-1996. Cad. Saúde Pública. 2001;17:1199-1210. Almeida AS, Medronho RA, Valencia LIO. Análise espacial da dengue e o contexto socioeconômico no município do Rio de Janeiro, RJ. Rev. Saúde Pública. 2009;43:666-73. Atanaka-Santos M, Czeresnia D, Souza-Santos R, Oliveira RM. Comportamento Epidemiológico da malária no Estado de Mato Grosso, 1980-2003. Rev.Soc.Bras.de Med.Trop. 2006;39:187-92. Barcellos C, Bastos FI. 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Ano Municípios Acorizal Alto da Boa Vista Alto Garças Alto Paraguai Alto Taquari Apiacás Araguaiana Arenápolis Bom Jesus do Araguaia Campos de Júlio Castanheira Cocalinho Conquista do Oeste Curvelândia Dom Aquino Figueirópolis Gaúcha do Norte General Carneiro Glória do Oeste Indiavaí 2007 Pop DEN* IIP 5.53 0 5,42 0 5.02 0,4 5 0 1 9.13 0,2 2 0 5 8.14 0,6 4 2,46 2 6.05 0,1 8 1,65 9 7.92 6 5,05 0 2.97 780,0 0,0 4 9 5 9.86 0,7 9 13,17 3 4.52 0 0 0 4.77 0 83,86 0,2 7.80 1,2 8 1,28 3 5.84 1 0 0 3.10 199,6 0,3 6 1 8 4.83 0,1 5 2,07 6 8.26 2,1 1 38,74 8 3.64 260,4 3,4 8 2 7 5.81 142,7 0,9 6 1 2 4.80 3 185,3 0,2 3.12 4 28,81 0,5 2.52 229,7 2,8 4 9 5 Pop 5.679 2008 DEN* IIP 5.269 3,52 199,2 8 9.445 8,47 8.361 0 6.321 0 8.228 1,22 141,4 2 3.038 10.07 0 21,85 4.696 0 5.010 23,95 8.040 3,73 6.039 0 3.226 31 4.994 0 8.497 0 3.721 0 6.052 38 4.969 38,24 3.204 0 2.623 0 Pop 2009 DEN* IIP 0,1 8,83 2 3,3 1,83 5 0,6 90,05 8 1,0 2,4 3 0 5.660 2,7 0,4 7 0,5 5 0,2 2 5.473 6.495 0 0 0 8.381 0 0,1 1,1 9 3.003 9.902 33,3 160,5 7 0 0,1 6 1,3 8 0 0,7 4 4.785 2,09 5.220 51,72 0,5 0,0 3 0,1 4 8.059 50,87 6.101 3.282 1,64 329,0 7 1,4 1,2 2 2,0 4 0,4 3 0,8 1 0,2 8 0,7 3 5.042 59,5 8.497 3.652 2,35 334,0 6 6.192 90,44 5.036 41,7 3.184 56,53 680,8 8 9.550 8.329 2.673 0 0,6 4 1,2 0,2 5 0,6 1 0,5 5 1,7 2,1 3 1,9 8 1,3 8 0,8 8 0,9 3 126 Ipiranga do Norte Itanhangá Itaúba Jangada Juruena Lambari do Oeste Luciara Nortelândia Nova Brasilândia Nova Guarita Nova Lacerda Nova Marilândia Nova Maringá Nova Monte Verde Nova Nazaré Nova Santa Helena Nova Ubiratã Novo Horizonte do Norte Novo Mundo Novo São Joaquim Planalto da Serra Pontal do Araguaia Ponte Branca Porto Alegre do Norte Porto dos Gaúchos 4.12 9 4.70 3 4.62 5 8.05 8 8.73 1 4.87 0 2.40 5 6.23 7 4.89 1 4.87 7 4.94 9 2.31 5 5.55 4 8.13 3 2.74 5 3.34 7 7.78 2 3.80 2 6.72 5 6.88 0 2.73 4 4.96 6 1.79 4 9.63 9 6.11 249,4 6 138,2 1 229,1 9 0,7 8 0,1 7 0,5 6 0,5 6 2,6 1 3,2 6 4.643 0 1,5 0,0 8 0,6 3 0,4 5 1,2 7 1,4 9 2.472 0 6.368 1,57 4.989 2 4.980 0 5.144 1,94 2.369 4,22 23,41 0,6 0,1 9 0,8 2 5.803 1,23 0 3,64 331,6 4 165,7 7 0 4.376 4,57 4.911 8,14 4.701 44,67 8.345 0 9.182 3,27 5.026 0 0,5 8 0,5 2 0,3 3 5.065 4.582 9.597 50,8 245,9 1 5.065 82,92 0 2.467 6.275 4.899 4.895 16,34 5.251 62,85 2.349 93,66 3,45 0,8 0,9 2 0,1 6 0,4 4 1,2 1 0,8 1 4,05 210,3 6 453,1 5 5.990 65,11 8.443 1,18 0 8.601 0 2.867 0 3.468 8.125 0 3.930 0 0 0,6 6 0,8 8 0,5 4 2.958 3.453 0 133,2 2 63,44 490,8 6 254,3 4 7.015 0 7.047 5,68 2.807 5.178 3,56 150,6 4 1.831 16,38 0 0,3 6 0,1 3 0,6 1 0,1 2 7.218 16,72 0 0,1 4 1,3 3 1,1 6 0,0 9 0,2 1 0,2 8 1,5 4 0,3 3 2,07 0 0 0,1 9.979 6.321 9,02 3,16 0 0,1 33,21 39,01 0 3,21 10,22 194,7 9 6,06 4,32 2,63 0 21,8 0 20,14 8.465 28 102,6 7 429,9 4 8.373 3.971 6.987 2.786 5.323 1.816 10.10 3 6.383 1,1 4 1,8 6 1,2 7 0,5 5 1,0 5 2,3 6 0 0,8 8 1,2 9 0,0 7 1,4 6 1,0 4 0,7 5 0,1 4 0 0 0,7 5 1,0 2 0,5 1 0,0 7 0,7 5 0,3 1 1,0 3 0,1 3 0,99 10,97 0 1,7 6,93 380,7 1 104,0 9 199,1 4 127 Porto Espiridião Porto estrela Reserva do Cabaçal Ribeirão Cascalheira Ribeirãozinho Rio Branco Rondolândia Salto do Céu Santa Carmem Santa Cruz do Xingu Santa Rita do Trivelato Santa Terezinha Santo Antônio do Leste São José do Povo São José do Xingu São Pedro da Cipa Torixoréu União do Sul Vale de São Domingos Vera 6 9.60 6 4.01 1 2.50 5 8.67 7 2.10 7 5.05 3 3.34 8 3.65 0 4.31 9 2.11 6 2.47 8 7.29 3 3.24 9 3.30 5 4.19 8 4.02 8 4.10 1 3.99 8 2.87 3 9.18 8 8 134,2 9 24,93 91,82 9,22 4,75 286,9 6 0 164,3 8 60,2 0 48,43 0 49,25 0 76,23 94,34 2,44 60,03 13,92 45,71 1,8 1,1 9 0,7 4 0,6 9 0,0 6 1,4 2 9.871 0 4.093 0 2.584 3,87 9.006 2.176 27,76 468,7 5 5.201 7,69 0 1,2 6 1,5 4 3.457 5,79 3.698 8,11 4.486 0 0,1 8 2.236 57,96 313,0 6 2.615 7,65 0 0,3 7 1,7 4 0,8 2 0,5 8 0,0 7 0,8 8 0,2 2 0,9 4 7.564 0 3.418 4.285 0 108,2 8 294,0 5 4.175 7,19 4.184 38,24 4.106 0 2.955 20,3 9.468 1,06 3.417 Fonte: SINAN/IBGE/SESMT Nota: *DEN: Incidência de Dengue calculado por 10.000 habitantes 5 1,5 2 1,8 1 0,3 4 0,9 5 0,1 8 1,0 4 8 9.850 39,59 4.032 27,28 2.606 42,21 9.170 85,06 154,8 3 485,4 2 2.196 5.212 0 0,6 6 1,3 6 0,4 9 4,7 6 3.478 2.755 4,25 130,6 7 0 0,1 4 0,9 6 0,6 6 0,4 5 7.687 1,3 3.585 69,74 3.452 4.234 89,8 151,5 2 184,2 2 0 0,5 1 4.124 12,12 4.093 0,4 0,7 9 2.956 68,41 517,5 9 9.502 27,36 3.580 4.575 2.354 4.224 2,88 606,1 5 271,0 4 0,2 2,1 8 0,8 5 0,2 6 0,4 1 1,2 1 0 0,7 1 1,3 2 2,0 8 2,1 2 0 0,8 2 1,0 7 0,7 1 0,4 1 0,1 3 0,4 1 0,8 6 1,1 6 128 Tabela 8 - Incidência de Dengue e o IIP nos 141 municípios com a população >10.000 hab a <100.000 hab, no período de 2007 a 2009. Ano 2007 2008 2009 Município Pop Tx* IIP Pop Tx* IIP Pop Tx* IIP Água Boa 18.991 10 0,76 19.777 1,52 0,61 20.279 52,76 0,41 Alta Floresta 49.140 162,6 0,64 51.136 52,6 0,26 51.414 47,65 0,88 Alto Araguaia 13.790 0,73 0,08 14.324 2,09 0,17 14.613 8,9 0,25 Araputanga 15.335 208,67 0,87 15.878 2,52 0,45 16.091 250,45 2,21 Aripuanã 19.100 116,23 1,93 19.930 61,21 1,02 20.512 719,09 0,64 Barra do 32.490 115,11 2,03 33.724 8,6 1,58 34.348 75,99 2,04 Bugres Barra dos 53.243 113,82 0,92 54.882 147,22 1,11 55.120 487,12 1,56 Garças Brasnorte 13.975 2,86 0,69 14.609 71,19 0,49 15.094 16,56 1,1 Cáceres 84.175 31,36 1,25 86.805 2,53 1,22 87.261 326,72 1,67 Campinápolis 13.666 1,46 0,27 14.137 9,9 0,4 14.301 16,08 0,4 Campo Novo 22.322 339,13 0,98 23.230 18,08 0,94 23.785 242,17 1,31 dos Parecis Campo Verde 25.924 66,35 1,07 27.151 5,16 2,3 28.139 57,22 2,32 Canarana 17.183 23,86 2,23 17.785 7,31 1,65 18.019 182,03 1,71 Carlinda 12.108 450,94 0,57 12.032 68,98 0,28 12.091 14,89 0,75 Chapada dos 17.377 0,58 1,4 17.978 1,11 2,9 18.189 3,85 1,96 Guimarães Claúdia 10.670 323,34 1,13 11.032 23,57 1,56 11.149 34,98 1,42 Colíder 30.695 30,3 0,32 31.744 100,81 0,24 32.096 657,71 0,44 Colniza 27.882 29,41 0,76 29.636 1,35 0,2 31.599 72,15 0,35 Comodoro 17.939 20,07 1,87 18.623 29,53 1,11 18.970 64,31 1,51 Confresa 21.361 13,11 1,17 22.180 73,94 1,3 22.606 47,33 1,92 Cotriguaçu 13.740 142,65 1,3 14.406 24,3 0 14.967 0,67 0 Denise 10.349 0 0,61 10.808 0 0,41 11.140 27,83 0,79 Diamantino 18.428 97,13 0,67 18.966 29 0,43 18.988 318,62 0,79 Feliz Natal 10.279 10,7 1,71 10.769 8,36 1,35 11.172 8,06 1,57 Guarantã do 30.754 36,74 1,2 31.801 13,21 1,09 32.142 42,93 0,64 Norte Guirantinga 13.883 31,69 1,46 14.360 2,09 0,67 14.524 19,28 1,12 Itiquira 12.159 2,47 0,43 12.676 0 0,46 13.020 0 0,72 Jaciara 24.945 110,24 0,36 25.745 1,94 0,27 25.925 137,32 1,57 Jauru 10.774 97,46 1,51 10.972 37,37 1,6 10.746 200,07 1,51 Juara 32.023 39,35 1,37 33.040 2,42 1,32 33.246 8,72 0,99 129 Juina Juscimeira Lucas do Rio Verde Marcelândia Matupá Mirassol do Oeste Nobres Nossa Senhora do Livramento Nova Bandeirantes Nova Canaã do Norte Nova Mutum Nova Olímpia Nova Xavantina Paranaíta Paranatinga Pedra Preta Peixoto de Azevedo Poconé Pontes e Lacerda Poxoréo Primavera do Leste Querência Rosário Oeste Santo Antonio do Leverger São Felix do Araguaia São Jose do Rio Claro São José dos Quatros Marcos Sapezal Sorriso Tabaporã Tangara da Serra Tapurah Terra Nova do Norte 38.422 11.830 30.741 154,6 43,96 40,99 2,22 0,59 1,02 39.582 12.168 32.255 13,9 4,11 53,02 2,17 0,59 0,94 39.707 124,41 12.168 129,03 33.551 150,82 3,28 1,21 1,1 14.084 14.243 24.538 79,52 61,78 66,43 1,1 1,33 1,76 14.482 238,92 1,16 14.821 118,75 0,8 25.360 0,39 0,92 14.474 26,25 15.167 126,59 25.605 51,16 0,83 0,83 1,93 14.862 12.386 47,77 22,61 0,43 0,53 15.296 12.766 3,27 0 0,35 0,49 15.323 118,12 12.820 107,64 0,89 0,55 12.742 3,14 0,26 13.425 6,7 0,97 14.079 9,23 0,16 12.652 53,75 0,32 13.087 178,04 0,16 13.236 58,17 0,2 24.368 19.474 18.670 11.540 20.033 15.638 28.987 112,03 66,24 0,54 8,67 2,5 11,51 17,59 0,72 0,72 0,61 0,11 1,29 1,62 0,98 25.658 20.330 19.268 11.950 20.874 16.208 29.995 15,59 4,92 6,75 64,44 18,68 8,64 12,34 0,89 0,63 0,73 0,54 1,12 1,01 0,39 26.873 277,97 20.945 183,81 19.400 96,91 12.110 12,39 21.426 399,05 16.461 71,68 30.363 14,49 1,16 1,11 0,81 1,61 3,65 0,74 0,68 31.118 37.910 1,29 187,55 0,25 1,45 32.059 39.071 2,18 59,89 0,27 1,07 32.164 39.227 63,74 96,87 0,58 1,15 17.592 44.729 1,71 150,46 1,42 1,39 17.985 46.311 2,78 1,08 0,9 0,89 17.758 46.931 6,19 75,64 1,33 1,48 10.682 18.031 19.197 6,55 6,1 1,04 0,63 0,55 1,12 11.179 18.531 19.964 15,21 20,51 1,5 0,17 0,52 0,81 11.572 77,77 18.494 206,55 20.410 0,49 0,6 2,18 0,88 10.713 0,93 0,47 11.097 10,81 0,24 11.258 42,64 0,43 17.345 44,97 1,18 18.102 1,66 0,9 18.636 55,27 0,55 19.001 28,95 4,91 19.527 2,56 3,5 19.494 165,18 4,42 14.254 55.134 10.484 76.657 24,55 93,95 1,91 103,32 0,39 1,7 0,88 1,59 15.014 57.799 10.776 79.870 3,33 5,19 0,93 22,04 0,53 1,71 0,67 2,04 15.735 102,32 60.029 321,84 10.760 23,23 81.957 190,83 0,67 2,22 0,49 1,77 10.478 14.584 142,2 25,37 3,14 0,07 11.020 15.063 3,63 55,77 2,17 0,29 11.514 15.192 2,51 0,17 33,87 9,22 130 Vila Bela da 13.886 13,68 0,28 Santíssima Trindade Vila Rica 18.934 35,91 2,41 Fonte: Dados obtidos do SINAN/SES/MT Nota: *Tx: Tx de Inc. de dengue por 10.000hab. 14.362 27,15 0,16 14.521 156,33 19.672 48,8 3,33 20.076 2,99 0,82 2