O ESTRESSE DOS PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE E
REPERCUSSÃO NA ADESÃO TERAPÊUTICA
Silvia Maria Bonassi1, Renato Amaro Zangaro2
1
2
Universidade Camilo Castelo Branco/PPG. Engenharia Biomédica, Campus Fernandópolis SP.
Universidade Camilo Castelo Branco/PPG. Engenharia Biomédica, Campus São José dos Campos SP.
[email protected], [email protected]
Resumo
Pretende se caracterizar a clientela de Renais Crônicos, correlacionando dados obtidos através do
Inventário Sintomas de Stress com dados obtidos a partir da Técnica de Variabilidade Cardíaca. Materiais e
Método: Estudo descritivo, transversal e populacional, que utiliza análise quantitativa e busca identificar as
fases de Stress em adultos (RC), submetidos à Hemodiálise e correlacionando com dados de Variabilidade
Cardíaca. Serão avaliadas variáveis sociodemográficas, clínicas e hábitos de vida e outros. Contexto:
Instituto de Nefrologia de Paranaíba-MS - INEPAR. Instrumentos: Roteiro de entrevista semiestruturada,
Cardiofrequencimetro Polar RS800CX, Inventário de Sintomas de Stress – ISSL. Sujeitos: 55 pacientes em
Hemodiálise, idade: 18 a 80 anos. Espera-se conhecer o atendimento de Nefrologia no INEPAR.
Palavras-chave: renais crônicos; hemodiálise; stress; variabilidade cardíaca.
Área do Conhecimento: Reabilitação.
Introdução
A insuficiência renal é provocada por doenças
que tornam o rim incapaz de realizar suas
funções, ocasionando lesões renais irreversíveis e
progressivas.
Pacientes
portadores
de
insuficiência renal crônica têm sido, geralmente,
submetidos a dois tipos de tratamento: a diálise
peritoneal e a hemodiálise. O número de pacientes
que são submetidos à diálise peritoneal é da
ordem de 2% a 5% dos renais crônicos e o
restante desta percentagem é submetido à
hemodiálise
e
requerem
uma
atenção
especializada, (SESSO et al. 2008 e 2011;
PEDROSO et al. 2008; ROCHA, 2010). Pacientes
com Doença Renal Crônica sob tratamento
hemodialítico
apresentam
diminuição
da
Variabilidade da Frequência Cardíaca, que
representa um fator de risco independente para a
mortalidade cardíaca, especialmente a morte
súbita (REBOREDO, 2010).
A doença renal crônica dialítica afeta a
qualidade de vida do paciente, por vezes mais
intensamente que outras doenças crônicas, como
artrite reumatoide, insuficiência cardíaca, doença
arterial coronária e doença pulmonar obstrutiva
crônica, exercendo efeito negativo sobre níveis de
energia e vitalidade, limitando interações sociais,
prejudicando a saúde psíquica (VANDERLEI,
2008; ARÊNAS, 2009 : In LIMA, SANTOS, 1998 ;
SOUZA, 1985).
O
tratamento
hemodialítico
tende
a
desencadear
manifestações
de
sofrimento
psíquico, dentre eles, sinais sintomas de Stress,
que Lipp (1998) caracterizou em três grandes
fases: a primeira fase do Stress é a fase de alerta;
a segunda é de resistência; e a terceira e última
fase do estresse é a fase de exaustão. Essa ultima
fase é grave, podendo levar à morte. A maioria
dos sintomas somáticos e psicossomáticos fica
mais evidentes nessa fase, ocorrendo um
aumento de intensidade de sintomas, além de
possíveis doenças como hipertensão, úlcera
gástrica, diabetes, depressão, problemas de pele,
dentre outros.
Este estudo em desenvolvimento no Instituto
de Nefrologia de Paranaíba-MS pretende
caracterizar a clientela de pacientes Renais
Crônicos, correlacionando dados obtidos através
do Inventário de Stress, com dados obtidos a partir
da Técnica de Variabilidade Cardíaca.
Metodologia
Estudo descritivo, transversal e populacional,
que utiliza análise quantitativa, busca identificar as
fases de Stress em adultos (RC), submetidos à
Hemodiálise correlacionando com dados de
Variabilidade Cardíaca. Serão avaliadas variáveis
sociodemográficas, clínicas e hábitos de vida e
outros. Contexto: Instituto de Nefrologia de
Paranaíba-MS. Instrumentos: Roteiro de entrevista
semiestruturada,
Cardiofrequencimetro
Polar
RS800CX, Inventário de Sintomas de Stress –
Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco
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ISSL. Sujeitos: 55 pacientes em Hemodiálise,
idade: 18 a 80 anos.
O procedimento de pesquisa será dividido em
três etapas descritas na tabela 1:
Tabela 1: Descrição das Etapas do Procedimento.
Primeira etapa
Coleta de dados
Obtenção da
anuência para a
participação na
1
pesquisa
Entrevista com a
equipe clinica para
definir horários de
permanência do
pesquisador no
INEPAR
(2horas/turno de
atendimento)
Coleta de dados
nas pastasprontuários de
casos atendidos
Pré estabelecimento
de critérios de
inclusão, exclusão
e variáveis.
Segunda etapa
Coleta de dados
Terceira etapa
Análise dos
dados
Entrevistas com
sujeitos, usando
Roteiro
semiestruturado.
Análise das
entrevistas
Coleta da
modulação
autonômica da
frequência
cardíaca –
Frequencimetro
Polar RS800CX.
Análise
estatística dos
dados/Programa
MATLAB
Coleta dos dados
de sintomas do
Stress do adulto –
Inventário de
Stress (ISSL)
Análise das
pastasprontuários dos
sujeitos.
Levantamento
documental de
prontuários no
Instituto de
Nefrologia
Análise de dados
de documentos
do INEPAR
Referências
Resultados Esperados
Espera-se que a partir dos dados coletados
através dos instrumentos referidos, esse estudo
contribua para a caracterização da clientela de
renais crônicos de Paranaíba MS, localizada na
região centro-oeste brasileira.
Discussão
No Mato Grosso do Sul até a presente data,
não
existe
análise
científica
sobre
o
funcionamento do serviço de diálise renal
substitutiva, nem sobre o estresse e a
variabilidade cardíaca dos pacientes renais
crônicos em hemodiálise, bem como, sobre a
repercussão destes na adesão terapêutica. A
hemodiálise é um procedimento de alta
complexidade em que o doente renal crônico para
sobreviver, fica dependente da ação mecânica de
máquinas dialíticas.
Conclusão
De acordo com Brasil (2004), um modelo de
atenção integrado é viável através da organização
e articulação da rede de atendimento,
1
considerando as necessidades dos doentes.
Pretende-se que este estudo na área Engenharia
Biomédica possibilite outras pesquisas brasileiras
na área de Nefrologia, especialmente na região
centro-oeste, possibilitando o desenvolvimento e
implementação da articulação de conhecimentos e
pesquisas da Nefrologia, Psicologia e Engenharia
Biomédica.
O PPPG Engenharia Biomédica/Unicastelo/SP
e o curso Psicologia/UFMS/CPAR desde já
agradecem a direção e equipe clínica do INEPAR,
por colaborar e consentir para o desenvolvimento
desta pesquisa, assim como a participação dos
pacientes renais crônicos que apesar do estado de
saúde
sob
cuidados
médicos,
fizeram
compromisso e tem contribuído com este estudo.
Termo de Consentimento para desenvolvimento do projeto
pesquisa: Assinado em 01/09/2011 pelo Diretor Clínico do
Instituto de Nefrologia de Paranaíba – MS, Sr. Dr. Endrigo
Leandro de Souza Donadi, R.G. 26573973-7, CRM. 5350.
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Portaria Nº 1168/GM em 15 de junho de 2004.
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Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco
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